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FACULDADE DE ODONTOLOGIA

VIVIANE RODRIGUES PACHECO

ANÁLISE DOS ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS POR


ALUNOS DA ESPECIALIZAÇÃO DE RADIOLOGIA E IMAGINOLOGIA
DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFMG

Belo Horizonte
2012
VIVIANE RODRIGUES PACHECO

ANÁLISE DOS ERROS RADIOGRÁFICOS COMETIDOS POR


ALUNOS DA ESPECIALIZAÇÃO DE RADIOLOGIA E IMAGINOLOGIA
DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFMG

Monografia apresentada ao curso de especialização em


Radiologia e Imaginologia Odontológica da Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais
como requisito para obtenção do título de especialista.
Orientadora: Profª. Mara Valadares de Abreu

Belo Horizonte
2012
P116a Pacheco, Viviane Rodrigues
2012 Análise dos erros radiográficos cometidos por alunos da especialização
MP de radiologia e imaginologia da Faculdade de odontologia da UFMG /
Viviane Rodrigues Pacheco. 2012.
39 f.: il.
Orientadora: Mara Valadares de Abreu
Monografia (Especialização)- Universidade Federal de Minas Gerais,
Faculdade de Odontologia.
1.Radiografia dentária. 2. Controle de qualidade. I. Abreu, Mara
Valadares. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de
Odontologia. III. Título.

BLACK D622
Elaborada pela Biblioteca da Faculdade de Odontologia da UFMG
Dedico esta monografia às pessoas que sempre estiveram
ao meu lado pelos caminho da vida, me acompanhando,
apoiando e principalmente acreditando em mim: meus pais.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por sua presença constante em minha vida, pelo auxílio nas minhas
escolhas e por me confortar nas horas mais difíceis.

A minha família, fonte de inspiração e exemplo, que com muito carinho e apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.

Ao meu namorado, Leonardo Oliveira, pela compreensão, paciência e por ser um


verdadeiro amigo e companheiro em todos os momentos que passamos juntos.

A minha orientadora Mara Valadares, em primeiro lugar pelo tema e, principalmente,


a orientação concedida durante todo o trabalho.

Aos colegas do curso, que tornaram possível a realização desta pesquisa.


RESUMO

Para evitar os impactos biológicos, financeiros e interferência no diagnóstico, as


radiografias odontológicas devem ser realizadas com alta qualidade. Este estudo
teve por objetivo analisar os principais erros radiográficos cometidos por alunos da
Especialização de Radiologia e Imaginologia da Faculdade de Odontologia da
UFMG em 2011 e no 1º semestre de 2012. Foram analisados os relatórios
individuais de atendimento de pacientes que procuraram o Serviço de Radiologia da
Faculdade e as anotações, quanto aos erros, foram realizadas com a supervisão dos
professores de radiologia que estavam calibrados para detecção dos erros. Um total
de 514 radiografias foram obtidas, sendo 298 periapicais, 195 panorâmicas, 16
interproximais e 6 oclusais. Foram observados 119 erros (23%) e a técnica
radiográfica que apresentou maior número de falhas foi a Panorâmica (38%) seguida
da Interproximal (20%). O erro mais frequente, nas Panorâmicas, foi de
posicionamento incorreto do paciente (20%); nas Periapicais, o de posicionamento
incorreto do filme (11%); nas Interproximais, o de angulação (13%). O maior número
de erros radiográficos foi cometido pelos alunos no 3º módulo.
Palavras-chave: Radiografias odontológicas. Controle de qualidade. Erros
radiográficos.
ABSTRACT

To avoid biological impacts, financial and interference in the diagnosis, the dental
radiographs should be performed with high quality. This study aimed to analyze the
major errors committed by students of radiographic Specialization of Radiology and
Imaginology, Faculty of Dentistry, UFMG in 2011 and first half of 2012. We analyzed
the individual reports of patients who sought care from the Department of Radiology,
Faculty and notes, about the mistakes were made under the supervision of
professors of radiology that were calibrated to detect errors. A total of 514
radiographs were obtained and 298 periapical, 195 panoramic, 16 bitewing and 6
occlusal. 119 errors were observed (23%) and radiographic technique with the
highest number of failures was the Panoramic (38%) followed by interproximal (20%).
The most common error in Panoramic was incorrect positioning of the patient (20%);
Periapical in the incorrect positioning of the film (11%) in the interproximal the
angulation (13%). The largest number of errors was made by radiographic students
in the 3rd module.
Key-words: Dental radiographs. Quality control. Radiographic errors.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1:  Erro de angulação .................................................................................. 26 


Figura 2:  Erro de posicionamento do filme. ........................................................... 26 
Figura 3:  Erro de angulação. ................................................................................. 26 
Figura 4:  Erro de tempo de exposição................................................................... 26 
Figura 5:  Erro de tempo de exposição................................................................... 26 
Figura 6:  Erro de processamento. ......................................................................... 26 
Figura 7:  Erro de posicionamento do paciente. ..................................................... 27 
Figura 8:  Erro de Kvp ............................................................................................ 27 
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1:  Porcentagens dos erros de técnica radiográfica periapical pela


técnica do paralelismo. ........................................................................... 30 
Gráfico 2:  Porcentagens dos erros radiográficos técnica panorâmica. ................... 31 
Gráfico 3:  Porcentagens de erros radiográficos técnica interproximal. ................... 32 
LISTA DE TABELAS

Tabela 1:  Total de radiografias e a porcentagem dos erros de acordo com a


técnica utilizada. ..................................................................................... 28 
Tabela 2:  Frequência e porcentagem de erros de técnica. .................................... 28 
Tabela 3:  Porcentagem dos erros radiográficos por módulos. ............................... 29 
Tabela 4:  Frequência e porcentagem dos erros nas radiografias periapicais
pela técnica do paralelismo. ................................................................... 29 
Tabela 5:  Frequência e porcentagem dos erros nas radiografias panorâmicas. .... 30 
Tabela 6:  Frequência e porcentagem dos erros das radiografias
interproximais. ........................................................................................ 31 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AG Angulação

AV Angulação vertical

BO Botão disparador

DE Dupla Exposição

INTER Interproximal

OCLU Oclusal

N Não teve atendimento (greve)

PF Posicionamento do Filme

PP Posicionamento do paciente

PR Processamento

PAN Panorâmica

PERI Periapical

TE Tempo de exposição

FO/UFMG Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais

FO/UFRGS Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Rio Grande


do Sul

OMS Organização Mundial de Saúde

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora


SUMÁRIO

1  INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12 

2  OBJETIVOS ..................................................................................................... 14 


2.1  Geral ........................................................................................................ 14 
2.2  Específicos ............................................................................................. 14 

3  REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 15 

4  METODOLOGIA ............................................................................................... 23 


4.1  Obtenção da amostra ............................................................................. 23 
4.2  Análise radiográfica ............................................................................... 23 
4.2.1  Erros de técnica ......................................................................... 24 
4.2.2  Erros de processamento ........................................................... 26 

5  RESULTADOS ................................................................................................. 28 

6  DISCUSSÃO..................................................................................................... 33 

7  CONCLUSÃO ................................................................................................... 37 

REFERÊNCIA ........................................................................................................... 38 


12

1 INTRODUÇÃO

Whilhelm Roentgen descobriu acidentalmente os raios X em 1895, quando ele


produziu uma radiografia não intencional da sua própria mão (GOAZ, 1982). No ano
seguinte, passou a ser empregado na Odontologia. Hoje, o exame radiográfico é
utilizado em larga escala na Odontologia como importante auxiliar no diagnóstico,
constituindo método fundamental para o planejamento do tratamento de diversas
patologias da cabeça e pescoço (SCHIFF, 1986). E para que o diagnóstico não seja
prejudicado é essencial obter uma imagem de qualidade, para proporcionar uma
maior eficácia às informações necessárias (CARVALHO et al., 2009).

A presença de falhas, seja provocada durante a exposição ou no processamento


radiográfico, resulta de imagens inadequadas, que podem gerar interpretação
errônea. Dessa forma, é necessário que as radiografias apresentem um padrão de
qualidade aceitável (CONSOLO et al., 1990; ANDRADE et al., 2003). A baixa
qualidade das imagens já foi apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
como responsável pela redução na certeza de diagnósticos, desacreditando a
radiografia como instrumento de diagnóstico (YACOVENCO, 2001).

A avaliação da qualidade da imagem é subjetiva e resulta da combinação de vários


fatores como: densidade, contraste, incidência dos raios X, posicionamento do filme
radiográfico, uso correto de posicionadores radiográficos, tempo de exposição e até
etapas relacionadas ao processamento (SARMENTO; PINHO; RIVAS, 2002). Essa
qualidade não depende somente dos aparelhos de raios x, filme e câmara escura,
mas principalmente, da habilidade dos profissionais envolvidos (WUEHRMANN;
MANSON-HING, 1981).

Assim, maiores cuidados no treinamento dos profissionais e mais rigidez na


fiscalização, poderão contribuir para melhoria nos resultados das radiografias
(OLIVEIRA et al., 2006). É fundamental que o clínico inicie seu treinamento em
técnica radiográfica ainda no período da faculdade, desenvolvendo uma análise
crítica das radiografias realizadas, procurando aperfeiçoar-se para que a imagem
possa ser aproveitada ao máximo (GASPARINI et al., 1992).
13

Hoje, a Radiologia e Imagionologia é a especialidade odontológica em que se obtêm


exames radiográficos intrabucais, como também extraorais, auxiliando os cirurgiões
dentistas nos diagnósticos e planejamento do tratamento. Os profissionais dessa
área tem a responsabilidade de realizá-los com alta qualidade, pois uma radiografia
mal confeccionada, além de gerar impacto bilógico e financeiro, interfere no
diagnóstico. Sendo assim é necessário aprimoramento técnico e emprego de
equipamentos adequados (PONTUAL; VELOSO; PONTUAL, 2005).

Na especialização de Radiologia e Imaginologia da Faculdade de Odontologia da


UFMG, o aprendizado teórico e prático ocorrem em 18 meses, sendo que ao fim do
curso, os alunos devem ter competência na execução das técnicas, no manejo e
processamento do filme, seja manual ou automático, observando cuidadosamente
todas as etapas que envolvem a execução do exame para evitar exposição
excessiva do paciente à radiação.
14

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar os principais erros radiográficos cometidos por alunos da especialização de


Radiologia e Imaginologia da Faculdade de Odontologia da UFMG em 2011 e no 1º
semestre de 2012.

2.2 Específicos

• Avaliar quais os erros mais frequentes na execução das técnicas


Periapical do Paralelismo, Interproximal, Oclusal e Panorâmica.
• Avaliar qual das técnicas radiográficas – Periapical, Interproximal, Oclusal
e Panorâmica – executadas pelos alunos da Especialização apresentam o
maior índice de erros.
• Avaliar a evolução dos alunos da Especialização, na execução dos
exames radiográficos.
15

3 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Freitas, Rosa e Souza (1992) várias falhas radiográficas poderão resultar
devido a não observação dos princípios técnicos durante a obtenção da radiografia.
Os erros são cometidos durante orientação do feixe útil ao objeto e filme, a
exposição, e no processamento. Neste, os erros mais frequentes são: densidade
radiográfica excessiva, densidade radiográfica insuficiente, contraste radiográfico
insuficiente, velamento fotográfico, velamento químico, radiografias “borradas”,
imagens distorcidas nos filmes dobrados, marcas radiolúcidas devidas as unhas,
densidade insuficiente pela lâmina de chumbo, falha na orientação da área de
incidência, dupla exposição, penetração de umidade, impressões digitais, imersão
parcial, manchas escuras ou brancas e véu ou “Fog”. Já Langland e Langlais (2002)
agruparam esses erros em quatro categorias: erros de técnicas, erros de exposição,
de processamento e erros de manipulação dos filmes. Quando ocorrem esses tipos
de erros, quase sempre comprometem a qualidade da radiografia e, em geral, levam
a repetições.

Segundo Tavano e Álvares (2009) a repetição de exames deve ser evitada por meio
do uso da técnica correta e de um processamento confiável e consistente. Para
evitar erros quanto à técnica e processamento, o exame radiográfico na Odontologia
exige conhecimento e treinamento do cirurgião–dentista, assim seu treinamento é
iniciado durante a graduação.

O desempenho dos alunos na execução das técnicas radiográficas periapicais do


paralelismo e da bissetriz, comparando-as entre si, foram avaliadas por Brandt,
Fenyo-Pereira e Costa (1997). Os autores introduziram a técnica do paralelismo no
primeiro semestre do curso e o da bissetriz no segundo semestre. Os erros mais
frequentes cometidos pelos alunos em treinamento foram: enquadramento do filme
na região, principalmente para a região dos pré-molares inferiores, tamanho
longitudinal das imagens dos dentes, pela técnica da bissetriz, e sobreposição das
faces proximais, pela técnica do paralelismo, para a região dos molares superiores.
Em geral, concluíram que houve uma melhora no desempenho dos alunos nas
tomadas radiográficas pela técnica da bissetriz, com o ensino prévio da técnica do
paralelismo.
16

Com o objetivo de analisar as principais causas da perda de qualidade da imagem


radiográfica e a frequência com que ocorrem, Kreich, Queiroz e Sloniak (2002)
realizaram uma pesquisa para analisar o desempenho dos alunos do 2º, 3º, 4º e 5º
anos do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, nos anos
de 1996 e 1997. Foram examinadas 800 radiografias obtidas através da técnica da
bissetriz, sendo 400 do ano 1996 e a outra metade referente ao ano de 1997. Os
critérios considerados na avaliação foram de técnica, processamento e densidade da
radiografia. As radiografias que não apresentavam nenhum erro, consideradas como
perfeitas, foram apenas 55 radiografias. Erros de técnicas 1.160 radiografias, 213
erros de processamento e 474 de densidade. O erro de técnica com maior
ocorrência foi o de posicionamento incorreto do filme (57%), seguido pelo erro de
angulação vertical, sendo o de encurtamento da imagem (24%) e alongamento da
imagem (21,1%); erro de angulação horizontal com uma média de (18,4%); imagem
do diafragma com (11,1%); curvatura do filme com (10,5%) e posicionamento
incorreto do picote com 2,5%. As radiografias com imagens tremidas, dupla
exposição e filme invertido tiveram baixa incidência. Erros de processamentos mais
cometidos foram o de radiografias amareladas, com 18,3%, seguida de radiografias
riscadas, com 4,3%, erros de radiografias veladas com 1,6% e eletricidade estática
com 1,5%. Em relação à densidade, as radiografias claras corresponderam a uma
média de 55,8% e as escuras de 3,5%. Os erros de maior ocorrência foram o de
técnica, seguida pelo erro de densidade: radiografias claras. Com isso, os autores
concluíram que as porcentagens dos erros foram semelhantes para todos os anos
de graduação. A partir desses resultados, perceberam que não houve uma melhora
na capacidade dos alunos na prática radiográfica.

Pontual, Veloso e Pontual (2005) analisaram a qualidade das radiografias periapicais


e interproximais, realizadas por alunos da Clínica Integrada da Faculdade de
Odontologia de Pernambuco. Foram selecionadas de forma aleatória 572
radiografias realizadas por alunos no ano de 1999 e divididas em três grupos:
Radiografias interproximais (grupo 1), radiografias periapicais para fins de
diagnóstico (grupo 2) e radiografias periapicais para tratamento endodôntico (grupo
3). As radiografias deveriam apresentar algum tipo de erro. Esses erros foram
divididos em: falha na execução da técnica, de processamento e falha com origem
indefinida, sendo esta última, como aquelas falhas que não foram possíveis de
17

identificar as causas. As radiografias com algum tipo de erro representaram uma


média de 75%, sendo que o grupo de radiografias interproximais mostrou um maior
número de falhas. Em relação aos erros, a falha ocorrida durante a execução da
técnica foi a mais relevante dos três grupos (58,2%). Os erros, tais como:
alongamento, mau posicionamento do filme ou do feixe de raios x e sobreposição
das superfícies interproximais foram os mais frequentes.

Oliveira et al. (2006) fizeram um levantamento da quantidade e dos tipos de erros


mais frequentes em exames periapicais completo. Analisaram 263 exames
periapicais completos de quatro serviços de radiologia distintos, da cidade do Rio de
Janeiro entre o ano de 1999 a 2002. Na primeira etapa fizeram um levantamento dos
erros mais frequentes e na segunda etapa, uma comparação entre as radiografias
julgadas erradas e suas repetições. A quantidade de erros nas duas etapas foi de
12,42% do total. Das 511 radiografias rejeitadas nas duas etapas, 111 (21,93%) não
precisavam ser repetidas. A comparação entre as radiografias rejeitadas e suas
repetições na segunda etapa, mostrou que 16,46% não apresentavam benefícios ao
diagnóstico e 8,23% continuaram o mesmo erro. Com isso concluíram que o
treinamento adequado dos profissionais e uma fiscalização eficiente pelos órgãos
competentes, podem proporcionar uma diminuição no percentual de erros das
radiografias e consequentemente uma diminuição da exposição dos pacientes à
dose de radiação.

Para avaliar a qualidade das radiografias realizadas por alunos da disciplina de


Endodontia do curso de graduação em Odontologia de uma Universidade Pública,
Felippe et al. (2009) analisaram 1.823 radiografias periapicais, realizadas no
segundo semestre de 2001 e primeiro semestre de 2002. O erro mais frequente,
identificado pelos autores, foi o de processamento (76,6% e 73,2%), principalmente
em relação à presença de ranhuras e manchas, causadas pelo manuseio incorreto
do fixador e da lavagem. Outro erro frequente foi o de posicionamento do filme ou do
feixe de radiação, correspondendo a 55,4% sem o posicionador e 37,7% com a
utilização desse dispositivo. O terceiro erro mais frequente foi o de contraste, sendo
que houve uma quantidade maior de radiografias claras que escuras. Os erros de
angulação vertical foram mais frequentes que os de angulação horizontal, ocorrendo
com maior frequência nas regiões anterior da mandíbula e superior de pré-molares.
18

Os erros técnicos em radiografias intrabucais periapicais, realizadas por acadêmicos


de Odontologia foram analisadas por Carvalho et al. (2009). Os prontuários de 3.886
pacientes de uma clínica Odontológica foram avaliados, referentes aos anos 2003,
2004 e 2005. As radiografias foram analisadas, uma a uma, em negatoscópio de luz
uniforme, em ambiente escurecido, e por um profissional radiologista com
experiência, levando em consideração os critérios de avaliação: radiografias
tecnicamente boas, radiografias insatisfatória, erros de técnica radiográfica, erros de
processamento radiográfico. As radiografias consideradas inadequadas foram
49,49%. Elas apresentaram erros de técnica radiográfica em 82,74%, enquanto
17,26% foram de erros de processamento. Os erros de técnicas mais frequentes
foram do ângulo horizontal 32,88%, seguida de exposição insuficiente 25,43%, corte
do dente 9,31%, resultado manchado 4,51%, corte cilíndrico 3,15%, outras técnica
radiográfica 1,86% e outros processamento radiográfico 1,43%.

Em 2009, Dias et al. identificaram os erros radiográficos mais prevalentes realizados


pelos alunos de Treinamento Profissional em Radiologia da Faculdade de
Odontologia da UFJF. Foram analisadas 855 radiografias periapicais, que foram
dispensadas e arquivadas por algum tipo de erro na sua execução. As radiografias
foram dividas por arcadas e por regiões. As radiografias foram avaliadas por quatro
alunos da graduação que já haviam cursado os dois semestres de Radiologia. As
discordâncias entre os examinadores eram definidas por um quinto avaliador com
experiência. Em cada radiografia poderiam ser detectados um ou mais erros de
técnica e/ ou processamento. Foram detectados 2.036 erros dos quais 57,42%
correspondiam a erros de técnica e 42,58% de processamento. A região com maior
número de erros, 22,98%, foi a de molares superiores. O erro mais prevalente foi a
presença de riscos na radiografia (18,66%), seguido pelo erro de posicionamento
vertical do filme com corte da região apical dos dentes (11,98%) e radiografias
manchadas (11,39%).

Com o objetivo de identificar os erros radiográficos mais frequentes cometidos por


alunos de graduação durante a realização do tratamento endodôntico, Fernandes et
al. (2010) avaliaram 52 prontuários odontológicos contendo fichas clínicas e
radiográficas. Cada prontuário continha cinco radiografias periapicais. Essas
radiografias foram divididas: inicial, para odontometria, prova do cone principal,
19

condensação lateral e final. As que apresentavam pelo menos um tipo de erro foram
consideradas inadequadas. Das 260 radiografias periapicais avaliadas, 57,70%
apresentaram algum tipo de erro (erro de técnica ou processamento). Não houve
diferença estatística no número de radiografias com erros nas diferentes fases do
tratamento endodôntico. Concluíram que os erros mais frequentes foram o
manchamento, a presença de riscos e a densidade radiográfica, ocorrida durante o
processamento radiográfico.

Lima et al. (2010) avaliaram a qualidade de imagem e o arquivamento de


radiografias periapicais finais de tratamento endodôntico realizado na Clínica
Endodôntica II da Faculdade NOVAFAPI, período 2007/02 e 2008/01. Foram
avaliados 72 prontuários de pacientes com tratamento endodôntico concluídos, que
estavam disponíveis em arquivos. As radiografias finais foram avaliadas quanto à
qualidade e ao processo de arquivamento. Apenas 51% dos prontuários continham
as radiografias finais. Das 37 radiografias analisadas, 30% apresentavam-se
tecnicamente boas, sem algum tipo de erro. As quantidades de radiografias
insatisfatórias foram extremamente altas (70%), com predominância de erros
cometidos durante o processamento radiográfico: amarelada (40,5%), manchada
(21,6%) e riscada (13,5%). Quanto à técnica, o único erro identificado foi em relação
ao posicionamento do picote (27%). O arquivamento apresentou-se inadequado,
com ausência de radiografias finais de tratamento endodôntico em 49% e sem
identificação 35%.

Pacheco, Reis e Faria (2010) analisaram 200 radiografias, para identificar os


principais erros radiográficos cometidos por alunos do 3° período na disciplina de
Radiologia Odontológica I da Faculdade de Odontologia da UFMG. As radiografias
foram realizadas por 89 alunos na disciplina de Radiologia I, de pacientes que
procuravam o serviço de radiologia. Foram obtidas 30 (15%) Periapicais pela técnica
do Paralelismo, 43 (21,5%) Periapicais pela técnica da Bissetriz e 127 (63,5%) pela
técnica Interproximal com o uso de posicionadores. Dessas radiografias, 66 (33%)
foram processadas manualmente e 134 (67%) automaticamente. As 22 processadas
manualmente foram obtidas pela técnica Periapical do Paralelismo, 43 pela técnica
Periapical da Bissetriz e uma pela técnica Interproximal. As radiografias coletadas
foram analisadas por dois alunos de graduação do 4º período da Faculdade de
20

Odontologia da UFMG, simultaneamente. Das 200 radiografias analisadas, foram


detectados 487 erros, com a média de 2,43 erros por radiografia. Dentre os erros
identificados nas radiografias processadas manualmente, 80,58% foram de técnica e
19,42% de processamento. O erro de processamento mais frequente foram lavagem
inadequada (22,70%) e radiografias riscadas (22,70%). A região com o maior
número de erros por radiografia, nas interproximais, foi a de pré-molares (2,14), nas
periapicais da Bissetriz, a de molares superiores (3,37) e nas periapicais do
Paralelismo, a de molares inferiores (3,40). O erro de técnica mais frequente foi, nas
interproximais, o de angulação horizontal (77,30%); nas periapicais do Paralelismo, o
de posicionamento do filme (53,30%) e nas periapicais da Bissetriz, o de angulação
vertical (72,10%). Os autores concluíram que houve mais erros na execução da
técnica periapical da Bissetriz que na do Paralelismo. Comparando a técnica do
Paralelismo com a técnica Interproximal, a última obteve um maior número de erros.

Para avaliar e comparar a proporção de erros radiográficos cometidos por alunos do


curso de odontologia do Centro Universitário Newton Paiva, em Belo Horizonte - MG,
Queiroga et al. (2010) analisaram 915 radiografias intrabucais, sendo 709 periapicais
e 206 interproximais, realizadas pelos alunos do 4º ao 8º daquela instituição. A
análise foi realizada por dois examinadores. A proporção total de erro foi 82,51%.
Houve um total de erros de 1242, sendo 963 em radiografias periapicais e 279 nas
radiografias interproximais, podendo uma radiografia apresentar mais de um tipo de
erro. Houve um percentual semelhante, 82,03%, encontrado nas radiografias
periapicais e interproximais. O erro mais frequente nas radiografias analisadas foi a
ranhura (35,10%). Concluíram que os erros radiográficos entre os alunos são
elevados com tendência a diminuir com o avançar dos períodos.

Erros em radiografias panorâmicas também foram identificados por alguns autores,


como Rushton, Horner e Worthington (1999) que avaliaram a qualidade de
radiografias panorâmicas em uma amostra de práticas gerais de Odontologia, para
determinar a frequência relativa de erros e identificar os erros diretamente
responsáveis pelo diagnóstico inadequadas das imagens. Participaram da pesquisa,
quarenta e um dentistas, em que cada profissional deveria apresentar 50
radiografias panorâmicas, sendo que 1.813 foram o total de radiografias
apresentada por eles. Cada radiografia foi examinada para detecção de presença ou
21

ausência de falhas técnicas ou de processamento. Foram consideradas:


“excelentes”, quando não apresentava erros de técnicas ou processamento;
“aceitável”, quando os erros não prejudicavam o diagnóstico e “inaceitável”, quando
apresentava alguma falha que prejudicavam o diagnóstico. Apenas 0,8% (14)
radiografias foram consideradas excelentes, 66,2% (1.200) “aceitáveis” 33% (599)
“inaceitáveis”. Os erros que contribuíram diretamente para o fracasso das
radiografias foram os erros de posicionamento anteroposterior, baixa densidade e
baixo contraste. Concluíram que a qualidade da radiografia panorâmica poderia ser
melhorada pela atenção à técnica radiográfica e ao processamento.

Com o objetivo de avaliar os erros ocorridos na obtenção de radiografias


panorâmicas por alunos do mestrado e ingressante na especialidade de Radiologia
Odontológica, Pontual et al. (2006) durante 10 meses avaliaram 2415 radiografias
dentro do padrão de qualidade. Nas radiografias incorretas (436), foram analisadas
para finalidade de indicação de erro responsável pela repetição. Os erros mais
encontrados foi o de posicionamento do paciente (49,31%). Sendo que, dentro
desse grupo, o de posicionamento incorreto da língua foi o mais frequente (30,70%),
seguido do mento inclinado para cima (19,72%). No grupo de erros relacionados aos
fatores de exposição (29,72%), a superexposição representou 60,47%, enquanto o
de subexposição 39,53%. Em relação aos erros técnicos, a exposição parcial do
filme (44,07%) foi o mais frequente, seguido pelo posicionamento invertido do chassi
(23,73%) e velamento parcial do filme (11,86%). Os artefatos estavam presentes em
9,86% das imagens, sendo o avental de chumbo o principal responsável (65,12%)
por essa falha e os erros de movimentação do paciente representaram 7,57%. Os
autores concluíram que a maioria dos erros poderia ser evitada pelos operadores, se
eles fossem mais atenciosos ao procedimento realizado.

Silva, Larentis e Fontanella (2007) avaliaram as frequências dos diferentes tipos de


erros em radiografias panorâmicas que não foram aceitas pelo controle de qualidade
do Serviço de Radiologia da FO/UFRGS. Dois observadores, individualmente,
analisaram radiografias consideradas inaceitáveis, obtidas durante dois anos e
registraram os erros encontrados em cada uma delas. Foi calculada a frequência
relativa dos erros mais comumente encontrados e também a média de erros por
radiografias. Das 3.815 radiografias panorâmicas, 8,65% indicou a taxa de repetição.
22

Os erros mais frequentes observados foram o posicionamento incorreto da cabeça


do paciente, que foi responsável pela maior parte das repetições. A cabeça do
paciente à frente do plano de foco em 21,15%, girada para direita ou para esquerda
em 24,84%, inclinada para frente em 21,21% e posicionamento atrás do plano de
foco em 20,30%. Imagens radiográficas com alta densidade, 17,27%, imagens com
baixa densidade, 17,27%, imagens com baixo contraste em 16,96% e com alto
contraste em 12,72%. Encontraram uma média de 2,07 erros por radiografias. Diante
dos resultados obtidos, concluíram que os padrões de qualidade do serviço
encontraram-se de acordo com o Guindelines on Radiology Standards for Primary
Dental Care.
23

4 METODOLOGIA

4.1 Obtenção da amostra

Foram analisadas 514 radiografias, sendo 298 (57%) periapicais, obtidas pela
técnica do Paralelismo; 195 (37%) panorâmicas; 15 (2,9%) interproximal com o uso
de posicionadores e seis (1,16%) oclusais. As tomadas radiográficas foram
realizadas pelos nove alunos que cursaram a Especialização de Radiologia
Odontológica no período de março de 2011 a fevereiro de 2012, durante as aulas
práticas ministradas no Serviço de Radiologia da Faculdade de Odontologia da
UFMG. As radiografias foram obtidas de pacientes adultos e crianças, de ambos os
sexos, que procuraram os serviços de Radiologia da Faculdade para obter
radiografias para fins de diagnóstico. Para a realização das radiografias, foram
utilizados: dois aparelhos de raios X periapicais das marcas Gnatus, 70 KV e 7 mA e
Gendex 765 DC, 65 KV e 7 mA, um aparelho panorâmico da marca Villa Sistemi
Medicali MR05, 85 KV e 10 mA. Os filmes radiográficos Periapicais, Oclusais e
Panorâmicos foram da marca Kodak, com tempos de exposição variáveis de acordo
com a região anatômica, com o aparelho de raios X e com a sensibilidade do filme
radiográfico. O processamento na maioria dos módulos foi automático, utilizando-se
uma processadora da marca Gendex GXP. Em apenas um módulo, a processadora
apresentou-se com defeito e o processamento foi manual, realizado em caixas
portáteis, utilizando-se soluções processadoras da marca Kodak, preparadas de
acordo com as instruções do fabricante. O método de processamento manual
utilizado foi o tempo-temperatura.

4.2 Análise radiográfica

A coleta de informações sobre as radiografias foi através dos relatórios preenchidos


pelos alunos. Esse preenchimento foi realizado com a supervisão dos professores
de Radiologia que estavam calibrados para detecção de erros. Nesse relatório
continha informações como: a data, nome do paciente, técnica utilizada, número de
radiografias, se houve repetições e o motivo das repetições. Os dados foram
coletados por um aluno do curso de Especialização de Radiologia da Faculdade de
Odontologia da UFMG.
24

Os erros foram coletados, e divididos em dois tipos: de técnica e de processamento.

4.2.1 Erros de técnica

1. Angulação (AG):

• Horizontal: quando há sobreposição das superfícies interproximais dos


dentes da região de exame.
• Vertical: quando há alongamento ou encurtamento dos dentes.

2. Posicionamento do filme (PF):

• Quando há cortes dos ápices ou das coroas (posicionamento vertical).


Cortes do dente alvo para o exame, para mesial ou distal (posicionamento
horizontal).

3. Posicionamento do paciente (PP):

• Cabeça do paciente posicionado atrás do plano de foco: Os dentes


parecerão alargados e pouco nítidos na radiografia. A maxila oposta com
o ângulo da mandíbula fica mais visível e prejudica a nitidez da imagem
do ramo.
• Cabeça do paciente posicionada à frente do plano de foco: Os arcos
dentais, principalmente os dentes anteriores, localizam-se fora de foco,
com aspecto borrado, encurtados e estreitados. Os dentes pré-molares se
sobrepõem.
• Cabeça do paciente inclinada para trás: O plano oclusal fica aplainado
ou com curva reversa. Os ápices dos incisivos superiores ficam fora de
foco. Os côndilos podem ser projetados para fora da área radiografada
devido o aumento da distância intercondilar.
• Cabeça inclinada para frente: O plano oclusal apresenta curvatura
excessiva. Os ápices dos incisivos inferiores ficam fora de foco. Ocorre
sobreposição do osso hióide na porção anterior da mandíbula. A região
anterior dos côndilos podem não aparecer e ocorre um estreitamento da
distância intercondilar.
25

• Posicionamento assimétrico: Quando a linha sagital mediana não for


posicionada simetricamente, ou se a cabeça for mexida horizontalmente
durante a exposição, acontecerá uma reprodução assimétrica de todas as
estruturas.
• Movimentação da cabeça: Se a cabeça for movimentada verticalmente
durante a exposição, será observado deformações ondulares em todas as
estruturas.
• Movimentação da mandíbula: Paciente movimenta apenas a mandíbula
durante a exposição, pode ser simulada uma fratura, especialmente após
acidente.
• Incorreto posicionamento da coluna do paciente: “A imagem
fantasma” da coluna vertebral aparece como uma área radiopaca, no
centro da radiografia, projetada sobre a região dos incisivos.
• Ausência do contato da língua com o palato: Visualiza-se uma faixa
radiolúcida projetada na altura dos ápices dos dentes anteriores.

4. Tempo de exposição (TE):

• Radiografias escuras
• Radiografias claras

5. Dupla exposição (DE):

• Quando o filme é exposto mais de uma vez.

6. Kvp

• Radiografias panorâmicas escuras ou claras.

7. Botão do disparador (BO):

• Ao apertar o botão do disparador do aparelho de Rx, não aguardava a


finalização da radiação emitida.
26

4.2.2 Erros de processamento

8. Processamento (PR):

• Risco durante o processamento: remoção da emulsão do filme em


algumas áreas.
• Velamento: escurecimento excessivo sobre o filme radiográfico.

Figura 1: Erro de angulação Figura 2: Erro de posicionamento do


Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010). filme.
Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010).

Figura 3: Erro de angulação. Figura 4: Erro de tempo de exposição.


Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010). Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010).

Figura 5: Erro de tempo de exposição. Figura 6: Erro de processamento.


Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010). Fonte: Pacheco, Reis e Faria (2010).
27

Figura 7: Erro de posicionamento do paciente.


Fonte: Aluno do curso de Especialização em Radiologia UFMG (2011).

Figura 8: Erro de Kvp


Fonte: Aluno do curso de Especialização em Radiologia UFMG (2011).

A partir dos dados tabulados foram calculadas a frequência e porcentagens dos


erros radiográficos por módulo e por tipo de técnica.
28

5 RESULTADOS

De acordo com os relatórios preenchidos pelos alunos foram realizadas 514


radiografias, sendo observados 119 erros. Na Tabela 1 mostra o total de radiografias
com o número de erros encontrados, o número de erros por radiografias e a
porcentagens de erros de acordo com a técnica utilizada. A técnica com maior
número de erros foi a panorâmica e com menor número de erros a oclusal.

Tabela 1: Total de radiografias e a porcentagem dos erros de acordo com a técnica


utilizada.
Nº de Total de Nº de erros por Porcentagens
Técnica
radiografias erros radiografias de erros
Periapical 298 41 0,1 13,7%
Panorâmica 195 75 0,3 38%
Interproximal 15 3 0,2 20%
Oclusal 6 0 0 0%

A Tabela 2 apresenta a frequência e a porcentagem dos erros radiográficos em


relação ao total de erros obtidos (n = 119), independente do tipo de técnica. O erro
mais prevalente foi o de angulação (39%), seguida pelo posicionamento do filme
(29,4%) e pelo posicionamento do paciente (21%). Os erros menos prevalentes
foram o relativos ao botão do disparador (2,5%).

Tabela 2: Frequência e porcentagem de erros de técnica.


Tipos de erros Frequência de erros Porcentagens de erros
PP 25 21%
PF 35 29,4%
KVP 25 21%
AG 39 32,7%%
TE 5 4,2%
PR 5 4,2%
DE 5 4,2%
BD 3 2,5%
Total de erros 119 100%

A Tabela 3 apresenta o número de radiografias, o total de erros e a porcentagem


dos erros radiográficos em relação ao número de radiografias obtidas por módulos.
O módulo que os alunos cometerem maior porcentagem de erros foi o 3º módulo e
29

com menor porcentagem o 7º módulo. Sendo que no 4º e 5º módulo não foi


realizado atendimento de pacientes no Serviço de Radiologia.

Tabela 3: Porcentagem dos erros radiográficos por módulos.


Módulo Número de radiografias Total de erros Porcentagem
1º 31 10 32%
2º 190 42 22%
3º 82 32 39%
4º N N -
5º N N -
6º 61 6 9,80%
7º 46 3 6,5%
8º 48 18 37,5%
9º 56 8 14,2%
TOTAL 514 119 100%

A Tabela 4 mostra a frequência e a porcentagem de erros das radiografias


periapicais obtidas pela técnica do paralelismo, em relação ao número de radiografia
obtida por essa técnica. Os erros mais frequentes foram de posicionamento do filme
(11%), angulação (1%) e tempo de exposição (1%). O menos frequente foi o de
processamento (0,3%).

Tabela 4: Frequência e porcentagem dos erros nas radiografias periapicais pela


técnica do paralelismo.
Tipos de erros Frequência do erro Porcentagem do erro
PF 34 11%
KVP 0 0%
PP 0 0%
AG 3 1%
TE 3 1%
PR 1 0,3%
DE 0 0%
BD 0 0%

O Gráfico 1 apresenta a porcentagem dos erros da técnica radiográfica periapical


obtidas pela técnica do paralelismo, em relação ao número de radiografias obtidas
por essa técnica (n = 298). Dado este apresentado na Tabela 4
30
0

12%

10%

8%

6%

4%

2%

0%
P.F KV
VP P.P AG T..E PR DE BD
D

Gráffico 1: Porc
centagens dos erros
s de técnic
ca radiográ
áfica periap
pical pela técnica
t do
o
para
alelismo.

A Tabela
T 5 mostra a frequência e a po
orcentagem
m de erro
os das ra
adiografiass
Pano
orâmicas em relaçã
ão ao número de radiografia
as obtidass por ess
sa técnica
a
(n = 195). O errro mais fre
equente fo
oi o posicio
onamento do
d pacientte (20%), seguido
s do
o
kvp (12%) e processam
p mento (2%)). Os men
nos freque
entes foi o posiciona
amento do
o
filme
e (0,50%) e tempo de
e exposiçã
ão (0,50%).

Tabe
ela 5: Freq
quência e porcentage
p em dos erros nas rad
diografias p
panorâmica
as.
Tipos dee erros Frrequência do
d erro Porc
centagem do
d erro
PFF 1 0,50%
KVVP 25 12%
PPP 39 20%
AGG 0 0%
TE
E 1 0,50%
PRR 4 2%
DE E 3 1,50%
BDD 2 1%

As porcentage
p ens de errros das ra
adiografias
s panorâm
micas, em relação ao total de
e
radio
ografias obtidas
o p
por essa técnica, apresentadas na Tabela 5, estão
o
repre
esentadass no Gráfico
o 2.
31

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%
P.F KVP P.P AG T.E PR DE BD

Gráffico 2: Porc
centagens dos erros radiográfic
cos técnica
a panorâm
mica.

A Tabela
T 6 mostra a frequência e a po
orcentagem
m de erro
os das ra
adiografiass
interrproximais em relaçção ao nú
úmero de radiografiias obtidas por ess
sa técnica
a
(n = 15). O erro mais freq
quente foi o de angu
ulação (13%
%). O erro menos fre
equente foii
o tem
mpo de exposição (6
6,60%).

Tabe
ela 6: Freq
quência e porcentage
p em dos erros das rad
diografias in
nterproxim
mais.
Tipos de erros Frequência do erro Porcen
ntagem do erro
PF 0 0%
KVPP 0 0%
PP 0 0%
AG 2 13%
TE 1 6,60%
PR 0 0%
DE 0 0%
BD 0 0%

As porcentage
p ens de errros das ra
adiografias
s interproximais em relação ao total de
e
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ografias obtidas
o p
por essa técnica, apresentadas na Tabela 5, estão
o
repre
esentadass no Gráfico
o 3.
32
2

14%

12%

10%

8%

6%

4%

2%

0%
P.F KVP P.P AG T.E PR DE BD
D

Gráffico 3: Porc
centagens de erros ra
adiográfico
os técnica interproxim
mal.
33

6 DISCUSSÃO

O controle de qualidade da radiografia odontológica envolve além do controle dos


equipamentos, aparelhos de raios x e processadora, como também a capacitação
dos profissionais que realizam essas radiografias. Por isso a importância de estudos
como este, que analisam erros cometidos por alunos da graduação, como também
da Especialização de Radiologia, auxiliando no reconhecimento das maiores
dificuldade.

Neste estudo foram obtidas 514 radiografias, com 119 erros radiográficos,
correspondendo a 23% do total. Nesse contexto, estão englobados os erros
cometidos durante a técnica e processamento radiográfico na periapical,
panorâmica, interproximal e oclusal. Ao comparar as médias obtidas com as
observadas em outros estudos, pôde-se verificar que os resultados desta pesquisa
foram melhores que os obtidos por Queiroga et al. (2010) com 82,51% da proporção
total de erros, Pontual, Veloso e Pontual (2005) e Oliveira et al. (2006) apresentaram
75% e 70%. Fernandes et al. (2010), Carvalho et al. (2009) e Rushton, Honner e
Worthinghton (1999) com 57,70%, 49,49% e 33%. Apenas Oliveira et al. (2006)
apresentaram erros radiográficos com um total de 12,42%, resultados inferiores ao
encontrado neste estudo. Valores baixos referentes ao total de erros encontrados
neste trabalho e no de Oliveira et al. (2006), pode estar associado ao fato de a
pesquisa ter sido realizada com alunos da Especialização de Radiologia e em
Serviços de Radiologia do Rio de Janeiro. Esses apresentam uma experiência maior
na obtenção das radiografias, tanto na técnica como no processamento radiográfico,
quando comparado aos alunos da graduação, que tiveram seu primeiro contato com
a Radiologia.

A técnica radiográfica que apresentou maior porcentagem de erros foi a panorâmica


(38%), seguida da interproximal (20%). Não foram encontrados trabalhos na
literatura com a finalidade de avaliar a qualidade das radiografias intraorais e
extraorais em um mesmo estudo. Trabalhos como de Pontual, Veloso e Pontual
(2005) analisaram a qualidade das radiografias periapicais e interproximais, sendo
que a última mostrou um maior número de falhas. Pacheco, Reis e Faria (2010)
identificaram os principais erros radiográficos das radiografias Periapicais e
34

Interproximais. A técnica interproximal obteve maior número de erros. Já Queiroga et


al. (2010) encontraram mais erros nas radiografias periapicais. Neste estudo os
alunos da Especialização de Radiologia apresentou uma maior dificuldade com as
radiografias panorâmica, fato que pode estar associado com o primeiro contato dos
alunos com aparelho, técnicas e processamentos das radiografias extraorais.

Do total de erros encontrados (n = 119) houve uma maior prevalência de erros de


angulação (39%), vertical e horizontal. Assim, pôde-se verificar que as maiores
médias de erros ocorreram durante a técnica da radiografia. Esses resultados foram
semelhantes aos verificados por Carvalho et al. (2009) e Pacheco, Reis e Faria
(2010) que observaram que os erros com maior frequência foram a angulação
vertical e horizontal, sendo responsável por 33% e 72,10%.

Das radiografias obtidas pela técnica periapical, os erros mais frequentes foram o do
posicionamento incorreto do filme (11%), angulação (1%) e tempo de exposição
(1%). Esses dados foram parecidos com Pacheco, Reis e Faria (2010), Brandt,
Fenyo-Pereira e Costa (1997), Kreich, Queiroz e Sloniak (2002), que houve maior
prevalência dos erros de posicionamento incorreto do filme e angulação vertical e
horizontal. Pontual, Veloso e Pontual (2005) concluiu em seu estudo que a
angulação vertical foi o erro mais predominante, seguido do posicionamento
incorreto do filme. Carvalho et al. (2009) verificaram que os erros mais frequentes
foram a angulação, exposição insuficiente e posicionamento incorreto do filme. Dias
et al. (2009) verificaram que as falhas de maior incidência referem-se a risco das
radiografias no momento do processamento, angulação e posicionamento incorreto
do filme. Felippe et al. (2009) encontraram o posicionamento do filme como o
segundo erro mais frequente, sendo o primeiro, erros de processamento. Os
resultados deste estudo coincidem com os da literatura, onde se constata que o
posicionamento incorreto do filme e angulação são os erros de maiores ocorrência.
Já o tempo de exposição não foi encontrado com a mesma frequência que o nosso
estudo. Das radiografias Panorâmicas, os erros mais prevalentes foram
posicionamento do paciente (20%), Kvp (12%) e processamento (2%). Da mesma
maneira, Rushton, Horner e Worthington (1999) encontraram como erro mais
frequente o posicionamento incorreto do paciente, no sentido anteroposterior.
Resultado similar foi encontrado no estudo de Pontual et al. (2006) que o
35

posicionamento do paciente foi o erro mais frequente, seguido do fator do fator


exposição. Silva, Larentis e Fontanella (2007) concluíram que o posicionamento do
paciente e alteração da densidade radiográfica foram os erros mais prevalentes. O
resultado do nosso trabalho foi semelhante ao encontrado na literatura, por ser uma
técnica muito complexa pois para obtenção correta envolve do posicionamento
correto do paciente é necessário o conhecimento da técnica radiográfica, da
anatomia e consequentemente maior atenção por parte dos operadores.

Em relação às radiografias interproximais, o erro mais frequente foi angulação (13%)


e o menos frequente o tempo de exposição (6,60%). Resultados para os erros mais
frequentes foram semelhantes aos verificados por Pacheco, Reis e Faria (2010) que
observaram que a angulação horizontal foi o erro mais frequente nas radiografias
interproximais, porém o erro menos frequente foi o de processamento radiográfico.
Pontual, Veloso e Pontual (2005) observaram que a maior frequência de erros
ocorreu no quesito angulação vertical/ horizontal e posicionamento do filme.
Carvalho et al. (2009) apresentaram, respectivamente a angulação como o erro mais
prevalente, seguido pela exposição insuficiente, e o menos frequente o
processamento radiográfico. De acordo com os resultados encontrados na literatura
e neste estudo o erro mais frequente foi o de angulação. Sabendo que um dos
objetivos dessa radiografia é a visualização das regiões interproximais, a angulação
incorreta pode prejudicar o diagnóstico. Além disso, a necessidade de repetição da
radiografia, aumenta a dose de radiação do paciente, do custo e tempo operacional.

O maior número de erros radiográficos cometidos pelos alunos ocorreu no 3º módulo


e o menor número de erros no 7º. Com o avançar dos módulos, os alunos tendem a
adquirir mais experiência para realização das tomadas radiográficas, como pôde ser
observado no resultado deste estudo. Embora o 8º módulo apresenta o segundo
maior número de erros radiográficos, a justificativa para esse ocorrido pode ter sido
a falta de atenção pelos alunos na realização da técnica radiográfica, principalmente
nas Panorâmicas. Keiroga et al. (2010) realizaram estudos com alunos do 4º ao 8º
período e concluíram que os erros radiográficos entre os alunos são elevados com
tendência a diminuir com o avançar dos períodos. Kreich et al. (2002) analisaram o
desempenho dos alunos do 2º, 3º, 4º e 5º ano e perceberam que não houve uma
melhora na capacidade dos alunos na prática radiográfica. A necessidade de
36

práticas sucessivas é necessária para o domínio de uma técnica, assim ocorre


também com a realização de tomadas radiográficas. Observa-se que os alunos da
graduação obtêm radiografias esporadicamente, enquanto os da especialização
realizam com mais frequência, o que justifica eles terem o melhor aprendizado.

É importante ressaltar que este estudo foi finalizado antes do término do curso,
sendo que um menor número de erros foi alcançado nesses últimos módulos, só que
não foram incluídos neste trabalho.
37

7 CONCLUSÃO

1. Os resultados obtidos permitem concluir que dentre os erros analisados, o de


maior ocorrência na técnica radiográfica panorâmica foi posicionamento
incorreto do paciente, seguido pelo erro de Kvp.

2. Nas radiografias peripicais o erro mais prevalentes foi o de posicionamento do


filme, seguida pelo erro de angulação (vertical e horizontal).

3. Nas radiografias interproximais o erro mais frequente foi o de angulação.

4. Das técnicas radiográficas, a que apresentou maior porcentagem de erros foi a


panorâmica.

5. A partir dos resultados, sugere-se que houve uma melhora na capacidade dos
alunos em relação à prática radiográfica, com experiência adquirida no decorrer
do curso.
38

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