Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Faculdade de Medicina
Departamento de Cirurgia
Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental
Professores Responsáveis:
José Antônio Chehuen Neto
Mauro Toledo Sirimarco
Juiz de Fora
2010
Vestuário para participar de uma cirurgia
ETAPA 1) No hospital:
ETAPA 2) No vestiário:
Modo de usar - colocar de forma confortável tal que cubra todo o cabelo.
Modo de usar - a porção superior metáli ca deve ser ajustada na região nasal
de forma a moldar a máscara ao rosto do paciente. As máscaras que
apresentam em sua composição, elásticos, os mesmos devem ser colocados
atrás da orelha. Já aquelas constituídas por cordas, as superiores deverão ser
amarradas na região posterior da cabeça enquanto as inferiores deverão ser
amarradas ou na região da nuca ou na região superior da cabeça.
Função - Evitar que gotículas de saliva contaminem o campo operatório,
diminuindo os riscos de infecção.
Propés : Em alguns hospitais houve abandono de seu uso porque não foi
comprovada relação entre seu uso e redução das taxas de infecções cirúrgicas.
ETAPA 3) No Lavabo:
Pia : deve ter torneiras que podem ser abertas por mecanismos tais que não
estão relacionados com o uso das mãos , como: sensores, sistemas de alavanca
com o uso do braço ou dos pés.
Frasco contendo degermante : podem ser abertos por mecanismos tais que
não estão relaciona dos com o uso das mãos como: sensores e sistemas de
alavanca com o uso dos braços ou dos pés. O degermante utilizado para a
assepsia do médico é o Povinil Pirrolidona Iodo Degermante (PVPI
degermante). Para pessoas alérgicas ao PVPI degermante, usa -se a
Clorexidina.
Figura 1
Paramentação (Figuras 2 e 3)
Figura 2
Figura 2
(Cont.)
Figura 3
Princípios do Tratamento de
Ferimentos de Partes Moles
5. Anestesia local
8. Desbridamento cirúrgico
É feita com solução fis iológica a 0,9% sob pressão de forma que possa
romper a aderência bacteriana à superfície da ferida e outros detritos
menores. É realizado pelo auxiliar uma vez que o frasco do soro é
potencialmente contaminante e o médico está usando luvas estéreis.
11. Curativo
Material Utilizado
Agulha;
Fio Cirúrgico;
Porta-Agulha;
Pinça;
Tesoura.
Seminós
O “L”
Figura 4
B C
D E
F G
O “4”
O “4”, ao contrário do “L”, será iniciado sempre pela mão que segura o cabo superior.
Assim, uma pessoa destra começará o “4” com a mão direita segurando o cabo superior e a
mão esquerda segurando o cabo inferior. Atente novamente para a forma correta de segurar os
cabos: o cabo superior com os dedos 1 e 3 e o cabo inferior entre os dedos 1 e 2.
Com o cabo superior sendo segurado pelos dedos 1 e 3, o dedo 2 fica livre. O dedo 2
deverá então passar “por trás” do cabo superior, ou seja, se uma pessoa destra está
realizando o movimento com a mão direita, o dedo deverá passar pelo lado direito do fio
(figura 5A);
O cabo superior deve cruzar o cabo inferior por cima, de modo que o dedo 2 fique do
lado esquerdo do cabo inferior (direito para canhotos) e os demais dedos fiquem do lado
direito do cabo inferior (esquerdo para canhotos). Repare que os cabos assumiram uma
forma semelhante a do número 4 (figura 5B);
O dedo 2 da mão superior deve dobrar-se, passando por baixo do cabo inferior e logo
em seguida por cima do cabo superior. Neste momento, o dedo 2 estará apontando na
direção do cirurgião (figura 5C);
O dedo 2, que antes apontava para o cirurgião, agora deverá ser extendido passando por
dentro do “círculo” formado pelos fios de forma a apontar para o sentido contrário ao que
se encontrava antes (figura 5D);
Neste momento a ponta do cabo pode ser solta pelos dedos 1 e 3. Tradicionalmente, o
dedo 3 será usado para apreender o cabo superior sobre o dedo 2, mas algumas pessoas
preferem utilizar o dedo 1 (figuras 5E1 e 5E2, respectivamente);
Para completar o seminó basta seguir as instruções dadas para o “L”: as mãos trocam de
posição – a que estava em cima vai para baixo e a que estava em baixo vai para cima
(figura 5F).
Figura 5
B C
D E1
E2 F
Nó Duplo ou “Nó do Cirurgião”
B C
D E
F G
H I
Nó com Instrumental
É sem dúvida de muito mais fácil realização do que as técnicas manuais. É também o
mais utilizado no dia-a-dia do fechamento de feridas, mas não substitui a qualidade e a
versatilidade das técnicas manuais, principalmente em se tratando de cirurgias onde a técnica
com instrumental pode oferecer perigo às estruturas adjacentes ou o espaço reduzido impeça
sua utilização. Por fim, é uma técnica que economiza fio, sendo muito útil na realização de
pontos contínuos. Para realizá-lo, é necessário manipular o porta-agulha com a mão
dominante.
Por questão de economia de fio, após transfixar as duas bordas da lesão, deixa-se apenas
uma ponta de 0,5-1,0cm de fio para o cabo superior (figura 7A);
Posiciona-se o porta-agulha apontado para o sentido de fechamento da ferida, entre os
cabos superior e inferior (figura 7B);
Enrola-se o cabo inferior ao redor do porta-agulha uma vez (para “simular” o nó do
cirurgião, enrola-se duas vezes) (figura 7C);
Com o porta-agulha prende-se a ponta do cabo superior (figura 7D);
Desliza-se o cabo inferior sobre o porta-agulha, enquanto o mesmo é tracionado para
baixo, reproduzindo o movimento cruzado do “L”, do “4” e do nó de cirurgião (figura
7E);
Ajusta-se o ponto e repete-se a manobra, mas de maneira invertida: agora o cabo
superior deverá ser enrolado no porta-agulha, que deverá prender-se à ponta do cabo
inferior (figura 7F);
Figura 7
A B C
D E F
Suturas
Pessoas destras sempre iniciarão a sutura da direita para a esquerda e pessoas canhotas
sempre iniciarão a sutura da esquerda para a direita. Dessa forma, a mão do cirurgião sempre
passará sobre uma superfície fechada e não uma ferida aberta, o que diminui o risco de
contaminação.
A transfixação dos bordos da ferida pela agulha deve ser individualizada, isto é, não
devemos transfixar as duas bordas simultaneamente. Isso impede que ocorra a transfixação de
estruturas nobres (nervos, artérias, tendões, etc) que ocasionalmente estejam no trajeto da
agulha. Com a aquisição de experiência pode-se transfixar as bordas superior e inferior
simultaneamente, mas com cautela.
O manuseio dos bordos deve ser feito sempre com a pinça e a mesma só deverá soltar
a borda pinçada após a transfixação completa da agulha.
Preparo do Material:
C
D
A
E
N
S
H
T
O
R
T
O
O
Figura 8
Caso a agulha escolhida seja do tipo atraumática, após seu posicionamento no porta-
agulha pode-se iniciar a sutura. No caso de uma agulha traumática, o fio cirúrgico deverá ser
corretamente colocado no encastoamento da agulha antes do início da sutura. Isso é feito
passando o porta-agulha para a palma da mão não-dominante. Em seguida o fio cirúrgico é
apreendido entre os dedos 2 e 3 para produzir tensão no fio afim de facilitar a manobra. A
ponta do fio passará por trás do porta-agulha e contornará a extremidade do conjunto agulha-
porta-agulha. O fio então é pressionado contra o encastoamento num ponto a cerca de 3 cm de
distância da extremidade do fio até que se sinta um “click”, que indica que o fio está
devidamente preso (figura 9).
Figura 9
Pontos separados, como o próprio nome diz, são pontos em que não há um espaço
entre um ponto e outro. São eles: ponto simples, ponto Donatti, ponto em “X”, ponto em “U”,
ponto captonado e ponto cavilha.
Ponto Simples:
É, sem dúvida, o ponto mais utilizado em cirurgias. É também um dos poucos pontos
utilizados para a sutura da pele, pois permite o nivelamento adequado dos planos anatômicos -
necessário para uma cicatrização adequada. No entanto, não é um ponto que suporte tensões
muito grandes.
Pinça-se a borda superior da lesão de maneira que permita a transfixação da agulha de
cima para baixo a uma distância de 0,5-1cm tanto da borda superior quanto do ângulo da
ferida (figura 10A);
Somente após a transfixação completa da borda superior pela agulha é que a pinça
deverá soltar a borda superior e pinçar a borda inferior (figura 10B);
A borda inferior deve ser pinçada e transfixada de modo semelhante a borda superior: de
cima para baixo e a 0,5-1cm da borda inferior e do ângulo da ferida, de modo que o fio
cirúrgico assuma um trajeto perpendicular a lesão (figura 10C);
Novamente, somente após a transfixação completa da agulha é que a pinça poderá soltar
a borda (figura 10C);
O ponto simples foi concluído. Agora é necessário dar pelo menos 3 seminós (um nó)
para fixá-lo, utilizando qualquer uma das técnicas já descritas. Os seminós não devem
ficar nem apertados nem frouxos demais, devem apenas permitir a justaposição dos planos
anatômicos (figura 10D);
Com os seminós terminados, é interessante “lateralizar” o ponto, isto é, posicionar o nó
superior ou inferiormente ao trajeto da lesão. Isso permite uma cicatrização mais adequada
uma vez que o nó não ficará posicionado exatamente sobre a lesão, além de facilitar a
retirada do ponto quando necessário (figura 10E);
Figura 10
B C
D E
Ponto Donatti
Assim como o ponto simples, é um dos poucos utilizados na pele, pois também
permite a justaposição dos planos anatômicos. Seu diferencial é suportar tensões maiores que
as suportadas pelo ponto simples, tornando-o ideal para suturas em que há pequenas perdas
teciduais que afastam as bordas das feridas.
O ponto Donatti começa exatamente igual ao ponto simples – repita as etapas descritas
para o ponto simples até o momento imediatamente anterior a execução dos seminós
(figuras 10A-C);
Neste momento, a agulha deverá ser posicionada apontando para a direção contrária a
tradicional (apontando para a direita no caso de destros e para a esquerda no caso de
canhotos), sempre com a concavidade voltada para o cirurgião. A melhor maneira de se
segurar o porta-agulha para executar os próximos passos é retirando o dedo 1 de sua oliva
e posicioná-lo do outro lado da mesma oliva, o que permitirá a execução de movimentos
“de empurrar” ao mesmo tempo que impede que o porta-agulha se abra durante o
movimento (figura 11A);
A borda inferior deve ser pinçada novamente e a agulha deverá ser transfixada de baixo
para cima a aproximadamente 2mm da borda da lesão, de maneira alinhada a primeira
transfixação da borda inferior (figura 11B);
Pinça-se a borda superior e a transfixamos a 2mm de distância da borda, também de
modo alinhado com o trajeto da primeira transfixação (figura 11C);
O ponto Donatti foi concluído, restando apenas a necessidade de execução dos seminós
com qualquer uma das técnicas já apresentadas. Repare que não é necessário fazer a
lateralização do ponto Donatti (figura 11D).
A B
C D
Figura 11
Ponto em “X”
O ponto em “X” não é utilizado na pele, pois é um ponto que provoca a inversão das
bordas da ferida. É mais utilizado em pontos profundos que necessitam de inversão das
bordas, como por exemplo, em músculos.
O ponto em “X” começa exatamente igual ao ponto simples – repita as etapas descritas
para o ponto simples até o momento imediatamente anterior a execução dos seminós
(figuras 10A-C);
A agulha deve ser apreendida pelo porta-agulha na posição habitual e a borda superior
da lesão deve ser pinçada e transfixada a uma distância de 0,5-1cm do primeiro ponto de
transfixação. O fio cirúrgico cruzará por sobre a extensão da lesão (figura 12A);
Agora a borda inferior deverá ser pinçada e transfixada a cerca de 0,5-1cm do primeiro
ponto de transfixação na borda inferior. Repare que, até este momento, é como se 2 pontos
simples seqüenciais tivessem sido dados (figura 12B);
Isso conclui o ponto em “X”, sendo necessário agora dar os seminós. Repare que ao dar
os seminós, o fio cruzou novamente por cima da extensão da lesão e o ponto tomou a
forma de um “X” (figura 12C).
Figura 12
B C
Ponto em “U”
O ponto em “U” não é utilizado na pele, pois é um ponto que provoca a eversão das bordas da
ferida. É mais utilizado em pontos profundos que necessitam de eversão das bordas.
O ponto em “U” começa exatamente igual ao ponto simples – repita as etapas descritas
para o ponto simples até o momento imediatamente anterior a execução dos seminós
(figuras 10A-C);
A agulha deve ser apreendida pelo porta-agulha rodada 180º (como se fôssemos
executar um Donatti) e a borda inferior da lesão deve ser pinçada e transfixada a uma
distância de 0,5-1cm do primeiro ponto de transfixação (figura 13A);
Agora a borda superior deverá ser pinçada e transfixada a cerca de 0,5-1cm do primeiro
ponto de transfixação na borda superior (figura 13B);
Isso conclui o ponto em “U”, sendo necessário agora dar os seminós (figura 13C).
Figura 13
B C
Ponto Captonado
O captonado, assim como o Cavilha são exceções. Ambos são utilizados na pele, mas em
situações específicas, mais comumente na parede abdominal. Quando um paciente é
submetido a sucessivas laparotomias e sua pele está “friável”, um ponto simples ou um
Donatti poderiam levar facilmente à deiscência da sutura. Nesses casos lança-se mão do
captonado – quando ainda há a possibilidade de novas aberturas da parede abdominal – ou do
cavilha – quando provavelmente não haverá necessidade de nova abertura. Para realizar tais
pontos, utilizamos um anteparo de borracha, que distribui a área de compressão do fio sobre
uma área maior. Para o ponto captonado, os anteparos possuem dimensão de 0,5-1,0cm.
O Captonado é feito de forma idêntica ao Donatti, com a diferença de que, ao retornar
para a borda superior, deixa-se uma alça na borda inferior, onde o anteparo será inserido
(figura 14A);
Após a inserção do anteparo, ajusta-se o ponto e coloca-se outro anteparo entre os 2
cabos da borda superior (figura 14B);
Para finalizar, os seminós são feitos sobre o anteparo da borda superior (figura 14C);
Figura 14
B C
Ponto Cavilha
A B
Figura 15
Pontos Contínuos
São suturas realizadas de forma contínua, sem a necessidade de cortar os cabos ao final de
cada transfixação da pele. Todos eles, com exceção do intradérmico, não são utilizados na
pele. E todos eles, também com exceção do intradérmico, começam e terminam da mesma
maneira. São eles: chuleio simples, chuleio festonado, barra grega, intradérmico.
Chuleio Simples
O chuleio simples é o protótipo das suturas contínuas. É muito utilizado em cirurgia vascular,
na realização de anastomoses.
O chuleio simples começa como um ponto simples, mas por questão de economia de fio,
geralmente o finalizamos com um nó com instrumental (figura 16A);
O que é feito a seguir é uma sequência de pontos simples inacabados, semelhante ao que
fazemos no ponto em “X”, mas de forma repetida e sem dar nó algum até que a ferida
tenha sido totalmente fechada (figura 16B);
Tendo percorrido a ferida por completo, ao transfixarmos a borda superior pela última
vez, deixa-se uma “alça” de fio que fará as vezes do cabo superior (figura 16C);
Utilizando o cabo inferior e a alça superior, dá-se os 3 seminós (figura 16D).
Figura
16
A
B C
Chuleio Festonado
O chuleio festonado é talvez o ponto contínuo mais “estável”. Sua firmeza dá-se ao
ancoramento do fio na borda inferior, o que o torna adequado para suturas internas submetidas
a grande tração.
O chuleio festonado começa exatamente como o chuleio simples (figura 16A);
A seguir, fazemos um “C” com o fio, com a lesão cortando o “C” através de sua
abertura (figura 17A);
As bordas são transfixadas “dentro do C”, o que fará com que, ao ajustar o ponto, o fio
fique ancorado na borda inferior (figuras 17B);
O procedimento repete-se até o fim da ferida, quando então o ponto é finalizado da
mesma forma que o chuleio simples (figura 17C).
Figura
17
A
B C
Barra Grega
Figura 18
Ponto Intradérmico
O ponto intradérmico é o ponto mais complexo para quem está iniciando o aprendizado de
suturas. É muito utilizado em cirurgia plástica devido a seu excelente resultado estético. É
quase sempre utilizado em suturas de feridas cirúrgicas, preferencialmente retilíneas, sendo
raramente usado em feridas traumáticas, mesmo que tenham formato retilíneo.
O ponto intradérmico é iniciado de maneira diferente dos demais pontos contínuos.
Geralmente começamos pela roseta: tranfixamos a pele à direita do ângulo da ferida a
cerca de 0,5-1,0cm e saímos com a agulha dentro da ferida (figura 19A);
A seguir enrolamos o cabo que está para fora da lesão sobre ele mesmo e fazemos uma
adaptação do nó com instrumental para formar o que chamamos de roseta. Lembrar de
correr o fio sobre o porta-agulha (use o dedo se necessário) e de dar 3 seminós (figura
19B1 e 19B2);
No ponto intradérmico não transfixremos as bordas por fora da lesão. Transfixaremos a
derme exposta na própria borda. Dessa forma, o trajeto da agulha não será perpendicular à
lesão e sim tangente à borda (figura 19C);
Faremos isso revezando as bordas superior e inferior, sempre respeitando a distância de
05,-1,0cm, até o fim da lesão (figura 19D);
Repete-se o que foi feito no início, mas de forma contrária: entramos com a agulha
dentro da lesão, para sair com ela a 0,5-1,0cm do ângulo esquerdo da mesma e realizamos
nova roseta. Pegue o cabo o mais próximo possível da pele para que o ponto fique justo
(figura 19E1 e 19E2).
Figura 19
B1 B2
C D
E1 E2