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DIRETORIA DE BIODIVERSIDADE
GERÊNCIA DE PROJETOS E PESQUISAS
Editorial ......................................................................................................................... 3
Apresentação ................................................................................................................ 4
A fauna de peixes dos afluentes do rio Paraíba do Sul no estado de Minas Gerais
.....................................................................................
Fábio Vieira, Raoni Rosa Rodrigues 5
Os rios são as artérias principais das bacias hidrográficas e os córregos e riachos suas
veias alimentadoras. Presume-se, com considerável acerto, que sendo abundante e rica a
fauna que habita esses recursos hídricos, esse fato decorre da qualidade de suas águas,
indispensável à preservação de centenas de espécies de peixes, indicadores de vida e da
biodiversidade.
As intervenções do homem nos domínios da natureza, ou seja, no solo, na fauna, na
flora, na água e até nos fatores climáticos, condicionantes sinérgicas, acarretam passivos
ambientais de envergadura e alteram o equilíbrio do meio ambiente. Ao aprofundarem-se
as pesquisas sobre a fauna de peixes de afluentes do rio Paraíba do Sul, no estado de
Minas Gerais, tem-se uma radiografia preliminar, mas rica em dados e informações sobre a
ictiofauna, que se tornam fundamentos básicos para novos ganhos científicos e
tecnológicos. Pesquisar, debatendo o controverso, configura-se num vasto horizonte do
tempo na medida em que a ciência se vale recorrentemente das conquistas humanas ao
longo dos séculos.
Um dos maiores desafios no vigir do século XXI é aquele em que a sociedade
consumidora de tecnologias, produtos e serviços procura conciliar qualidade de vida e
sustentabilidade dos recursos naturais, inclusive renunciando à tese da abundância dos bens
renovados pela natureza e lembrando-se também que os peixes, excetuando-se os
ornamentais, são alimentos de consumo milenar e com passagem até bíblica. Além disso,
aborda-se a pesquisa sobre a ictiofauna do ribeirão do Inferno, na bacia do rio Paranaíba, que
é formada entre matas, cerrados, campos e campos rupestres. O nome pode assustar, mas
os resultados da pesquisa revelam ser ele um verdadeiro berçário de peixes, portanto, de vida
aquática. Preservar o que existe e proteger seres vivos da extinção. Uma missão e tanto.
Desde 2007, com a criação do Programa Peixe Vivo, a Cemig tem mantido um estreito
relacionamento com as comunidades científicas, órgãos ambientais, comunidades de
pescadores e sociedade em geral, buscando soluções de problemas relacionados à
ictiofauna nativa de Minas Gerais, integrando o ribeirinho nas atividades desenvolvidas.
Isso consolidou um viés que consagra a participação ativa dos mais diferentes atores
envolvidos.
Com esse estreito relacionamento foi possível identificar uma série de necessidades e
aspirações da comunidade na realização de projetos voltados ao desenvolvimento
sustentável, privilegiando a troca e a legitimidade advindas do trabalho em parceria.
Essa constante troca de experiência entre as equipes técnicas da Cemig e das
universidades, além do apoio logístico e disponibilização de recursos para pesquisas,
garantem o aumento exponencial de conhecimento sobre a biologia, ecologia, fisiologia e
comportamento de espécies de peixes nativos do Estado.
A Cemig agradece, mais uma vez, ao Instituto Estadual de Florestas – IEF, pela sua
participação em mais uma edição do MG.Biota que divulga aspectos ligados à conservação
da ictiofauna.
Resumo
O rio Paraíba do Sul drena os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo a segunda maior
bacia de um conjunto denominado genericamente como “leste brasileiro”. Apesar de estar localizado entre
os maiores centros urbano-industriais do país, ainda abriga biodiversidade relativamente elevada. Os
registros de peixes para os afluentes em Minas Gerais indicaram a presença de 65 espécies nativas, das
quais 10 estão ameaçadas de extinção e 15 são endêmicas. Impactos ambientais ocorrem ao longo de toda
a bacia e no conjunto respondem pela redução crescente de qualidade ambiental para a ictiofauna. Entre
esses, cabe destacar a perda generalizada de habitats; os acidentes com liberação de resíduos tóxicos que
provocaram extensas mortandades de peixes; a introdução de peixes exóticos que é crítica na bacia do rio
Muriaé, onde está o maior pólo de piscicultura para aquariofilia da América do Sul e por último, os
barramentos, em particular no rio Pomba, cuja última rota livre para peixes marinhos chegarem até Minas
Gerais foi reduzida com a construção a UHE Barra do Braúna. As ações para conservação têm sido pouco
expressivas e, na maioria das vezes, direcionadas para peixamentos, medida que não é capaz de garantir a
permanência das espécies registradas nos limites estaduais.
Palavras chave: espécies ameaçadas, peixes exóticos, acidentes ambientais, barramentos, bacias de leste.
Abstract
The Paraíba do Sul river drains the states of Minas Gerais, Rio de Janeiro and São Paulo. It is the second
largest river among the group called, in general, as “Brazilian East Basins”. Although it is located between the
major urban and industrial centers of Brazil, it still shows a relatively high biodiversity. The records of fish
within Minas Gerais’ tributaries indicated the presence of 65 native species. Among these, 10 are considered
endangered and 15 as endemic species. The environmental impacts along the whole basin explain the
growing reduction of environmental quality for fish. Four of them should be emphasized: (1) habitat
destruction (2) accidental discharges of toxic substances that cause extensive fish kills; (3) the introduction
of alien species - situation especially critical in the Muriaé river catchment, where locates the biggest South
American ornamental fish hatcheries pole; and (4) damming, mostly at Pomba river, which blocked the last
free route for marine fish species to reach Minas Gerais with the construction of Barra do Braúna Power Plant.
Actions for conservation had been inexpressive and mostly directed to fish stocking, an insufficient measure
to guarantee the maintenance of recorded species within Minas Gerais boundaries.
Keywords: threatened species, exotic fishes, environmental accidents, impoundments, Brazilian east basins
1
Biólogo, Doutor em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais, Caixa Postal -
4011, Belo Horizonte/MG, 31.250-970, Fundação Biodiversitas, riodocemg@gmail.com
2
Biólogo, Mestre em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de
Transposição de Peixes, UFMG, Av. Antônio Carlos, 6627. Belo Horizonte/MG, 31.270-901, rodrigues.raoni@gmail.com
TABELA 1
Número estimado de espécies de peixes nas maiores bacias de drenagem do estado de Minas Gerais
* O total é inferior ao somatório, pois algumas espécies são comuns a mais de uma bacia.
FONTE: Adaptado de VIEIRA, 2005.
FIGURA 1- Mapa da bacia do rio Paraíba do Sul com destaque para os principais afluentes.
FIGURA 2 - Rio Paraíba do Sul no seu curso médio inferior FIGURA 4 – Usina Hidrelétrica de Ilha dos Pombos, construída na
próximo a sede do município de Itaocara/RJ. calha do rio Paraíba do Sul, divisa dos estados MG/RJ.
Foto: Fábio Viieira
FIGURA 10 – Pequeno afluente junto às cabeceiras evidenciando a retificação do leito e total supressão da vegetação ciliar.
TABELA 2
Área dos afluentes do rio Paraíba do Sul que drenam o estado de Minas Gerais e principais fontes de
informação sobre a ictiofauna nativa dos mesmos
(Continua...)
Drenagem
Táxons
PA PO MU CA PI
Characiformes
Anostomidae
Hypomasticus mormyrops (Steindachner 1875) x x x - -
Leporinus cf. steindachneri Eigenmann 1907 - x x - -
Leporinus conirostris Steindachner 1875 - x - - -
Leporinus copelandii Steindachner 1875 - x x x -
MG, IBAMA
Leporinus thayeri Borodin 1929 - x - - -
Characidae
Astyanax aff. bimaculatus (Linnaeus 1758) x x x x x
Astyanax aff. scabripinnis (Jenyns 1842) - x x - -
End.
Astyanax giton Eigenmann 1908 - x x - -
Astyanax intermedius Eigenmann 1908 x - x - -
Astyanax parahybae Eigenmann 1908 x x x x x
Astyanax taeniatus (Jenyns 1842) - x x - -
Astyanax spp. x x x - -
MG, IBAMA
Brycon insignis Steindachner 1877 - x - - -
MG, IBAMA
Brycon opalinus (Cuvier 1819) x x - - -
Deuterodon sp. - - - x -
Hyphessobrycon bifasciatus Ellis 1911 x x x - -
Hyphessobrycon reticulatus Ellis 1911 - - - x -
Oligosarcus hepsetus (Cuvier 1829) x x x x -
Piabina argentea Reinhardt 1867 - x - - x
Crenuchidae
End., RJ
Characidium alipioi Travassos 1955 x x - - -
Characidium spp. x x x - -
Curimatidae
Cyphocharax gilbert (Quoy & Gaimard 1824) - x x x -
Erythrinidae
Hoplias intermedius (Günther 1864) x x x x -
Hoplias malabaricus (Bloch 1794) x x x x -
Prochilodontidae
Prochilodus vimboides Kner 1859 - x x - -
Cyprinodontiformes
Poeciliidae
End.
Phalloceros cf. leptokeras Lucinda 2008 x x - - -
Poecilia vivipara Bloch & Schneider 1801 - x x - x
Gymnotiformes
Gymnontidae
Gymnotus aff. carapo Linnaeus 1758 x x x x x
Sternopyngidae
Eigenmannia virescens (Valenciennes 1836) - x x - -
Perciformes
Centropomidae
MG
Centropomus parallelus Poey 1860 - x - - -
Cichlidae
Australoheros aff. facetus (Jenyns 1842) x x - - -
End.
Australoheros barbosae Ottoni & Costa 2008 x - - - -
End.
Australoheros muriae Ottoni & Costa 2008 - - x - -
End.
Australoheros paraibae Ottoni & Costa 2008 x - - - -
End.
Australoheros robustus Ottoni & Costa 2008 x - - - -
Crenicichla lacustris (Castelnau 1855) - x x - x
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824) x x x x x
Gobiidae
MG
Awaous tajasica Lichtenstein 1822 - x - - x
Sciaenidae
Pachyurus adspersus Steindachner 1879 - x - - -
Siluriformes
Auchenipteridae
Glanidium melanopterum Miranda Ribeiro 1918 - x x - -
Trachelyopterus striatulus (Steindachner 1877) - x x - -
C D
E F
G H
I j
FIGURA 11 – Peixes da bacia do rio Paraíba do Sul
A) lambari – Astyanax cf. taeniatus;
B) Astyanax sp.;
C) Lambari-bocarra – Oligosarcus hepsetus;
D) Piabanha – Brycon insignis;
E) Traíra – Hoplias malabaricus;
F) Charutinho – Characidium sp.;
G) Piau-vermelho – Leporinus copelandii;
H) Barrigudinho – Phalloceros cf. leptokeras;
I) Barrigudinho – Poecilia vivipara;
J) Robalo – Centropomus parallelus.
C D
E F
G H
I j
Synbranchiformes;
Perciformes; 15,4% 1,5%
Gymnotiformes; 3,1%
Characiformes; 38,5%
Siluriformes; 38,5%
Cyprinodontiformes;
3,1%
GRÁFICO 1: Percentual de espécies de peixes nativos em cada uma das ordens representadas nos afluentes do rio Paraíba do Sul
que drenam o estado de Minas Gerais.
4
Biólogo, MSc. em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre – UFMG. NUVELHAS – Núcleo Transdisciplinar e
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Resumo
O ribeirão do Inferno nasce em Tapira/MG e termina no rio Araguari. Bacia montanhosa, formada entre
matas, cerrados, campos e campos rupestres. Encaixado entre encostas íngremes e paredões rochosos,
águas claras com várias corredeiras e pequenas cachoeiras. Objetivou-se verificar a atividade reprodutiva
da ictiofauna, principalmente Brycon nattereri, ameaçada de extinção. Coletaram-se 184 exemplares,
pertencentes a 10 espécies, distribuídas em 04 ordens, 04 famílias e 10 gêneros, sendo 03 exóticas, 01
alóctone e 06 nativas. As amostragens demonstraram a conservação do local assim como a presença de
Brycon nattereri. Foram coletados espécimes dos gêneros Astyanax, Leporinus e Hypostomus, os quais não
puderam ser identificados por apresentarem morfologia diferente das espécies descritas na literatura sobre
a bacia do Paranaíba.
Abstract
The Inferno river rises in Tapira/MG and ends up at Araguari River. It's on a hilly bay formed between forests,
savannas, grasslands and rocky fields. Fitted between hillsides of accented declivity, clearwaters with white
waters and small falls. In order to achieve the ictiofaun's reproductive status, sppecially about the threatened
specie:Brycon nattereri. 184 exemples were collected, pertaing to 10 species, distributed in 04 orders, 04
families and 10 genders, wich 03 were exotic. 01 alóctone ans 06 native ones. The samples showned the
place maintenance, as well as the Brycon nattereri occurrence. Species of the genders Astyanax, Leporinus
e Hypostomus were collected, that could not be identified, because showned different morphology aspescts,
from the species described in literature about Paranaiba bay.
1
Graduado em Biologia pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá, integrante do programa Peixe Vivo - CEMIG. E-mail
atila.araujo@cemig.com.br
2
Graduado em Biologia pelo Centro Universitário do Planalto de Araxá – Gerente Regional de Pesca / Instituto Estadual de Florestas.
Regional Alto Paranaíba. E-mail gioleonel@hotmail.com
3
Graduado em Biologia e Agronomia pela UEMG de Ituiutaba, antiga FEI Fundação Educacional de Ituiutaba. Mestre em Fisiologia
Vegetal pela UFLA - Universidade Federal de Lavras e Doutor em Ecologia de Crustáceos pela UNESP de Botucatu.Professor
Doutor do Centro Universitário do Planalto de Araxá. E-mail - tocadino@uai.com.br
FIGURA 3 – Ponto de coleta no ribeirão do Inferno, Tapira/MG, FIGURA 4 – Ilustração de fêmea de Curimba (Prochildus lineatus)
agosto/2008. em maturação inicial – 2A, setembro/2004.
Resultados
Composição ictiofaunística
TABELA 1
Espécies do ribeirão do Inferno. (ordem, família, espécies e origem)
Ordem Família Espécies Nome comum Origem
Characiformes Characidae Astyanax sp. Lambari Autóctone
Characidae Brycon nattereri Pirapitinga Autóctone
Erytrinidae Hoplias lacerdae Trairão Alóctone
Anostomidae Leporinus sp. Piau Autóctone
Perciformes Cichlidae Geophagus brasiliensis Cará Autóctone
Cichlidae Tilapia rendalli Tilápia Exótica
Centrarchidae Micropterus salmoides Black bass Exótica
Siluriformes Hepteptaridae Rhamdia quellen Bagre Autóctone
Loricaridae Hypostomus sp. Cascudo Autóctone
Cypriniformes Cyprinidae Cyprinus carpio Carpa Exótica
FIGURA 9 – Carpa (Cyprinus carpio) espécie exótica de origem FIGURA10 – Black Bass (Micropterus salmoides) espécie exótica
asiática, outubro/2008. de origem norte americana, outubro/2008.
Espécies autóctones
FIGURA 15 – Cará ou Acará (Geophagus brasiliensis) – Nativo, FIGURA 16 - Piau (Leporinus sp.) – Nativo, outubro de 2008)
outubro/2008.
Foto: Átila Rodrigues de Araújo
Foto: Átila Rodrigues de Araújo
FIGURA 17 – Bagre (Rhamdia quellen) – Nativo, outubro/2008. FIGURA 18 – Cascudo (Hypostomus sp.) – Nativo,
outubro/2008.
TABELA 2
Riqueza e abundância numérica das espécies de peixes capturadas no ribeirão do Inferno, Tapira/MG,
no período de maio a outubro de 2008
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Wiley & Sons, 2006. Minas Gerais. Belo Horizonte. 2002.
FIGURA 2 - Vista da área de ocorrência de S.typhlops em Jaiba Mg, com dolina ao centro.