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Documentoscopia Básica
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SUMÁRIO
3.1. SLIDES............................................................................................................................ 59
Documentoscopia Básica
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 EMENTA
Transmitir conhecimento básico acerca da documentoscopia e demonstrar sua importância no combate ao crime.
Abordar a análise forense de documentos, com foco em elementos de segurança, assinaturas e demais requisitos legais,
além da análise de suporte e impressões gráficas.
1.3 OBJETIVOS
Fornecer aos participantes do curso conhecimentos teóricos básicos e práticos que lhe deem capacidade para proceder
a análise prévia de documentos apresentados durante os encaminhamentos práticos no cotidiano policial.
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1.5 METODOLOGIA
Aulas expositivas
Aulas práticas: demonstração de como reconhecer documentos autênticos e não autênticos e suas
características
Apresentação em Power point
1.7BIBLIOGRAFIA
Mendes, Lamartine Bizarro - Documentoscopia 3. Edição - Editora Millenium 2010
Albieri Espindula - Perícia Criminal e Cível 3. Edição - Editora Millenium 2009
Baer Lorenzo PRODUÇÃO GRÁFICA [Livro]. - São Paulo : Senac, 2005.
Bann David THE ALL NEW PRINT PRODUCTION HANDBOOK [Livro]. - New York : Watson-Guptill Publications,
2006.
Falat Luiz Roberto F e Rebelho Filho Hidelbrando Magno ENTENDENDO O LAUDO PERICIAL GRAFOTÉCNICO E
A GRAFOSCOPIA [Livro] - Curitiba 2012
Farias Priscila http://br.geocities.com/paulo_w_designer/tipologia.HTM [Online] = Pequeno Glossário
relacionado a tipografia.
Headley Gwyn THE ENCYCLOPAEDIA OF FONTS [Livro]. - London : Cassell Illustrated, 2005.
Lupton Ellen THINKING WITH TYPE [Livro]. - New York : Princeton Architectural Press, 2004.
Sousa Miguel GUIA DE TIPOS. - Stuttugart : [s.n.], 2002
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Documentoscopia Básica
UNIDADE I: DOCUMENTOSCOPIA
Introdução
A Documentoscopia ocupa-se da análise forense de documentos. A palavra
forense é aqui aplicada em um sentido mais amplo do que simplesmente judicial. É um
empréstimo do inglês Forensic usado no termo Forensic Science, que é a aplicação das
mais diversas áreas da ciência para a elucidação de questões judiciais. A
Documentoscopia é, portanto, uma “Ciência Forense” – que estuda os documentos para
verificar se são autênticos e, em caso contrário, determinar a sua autoria.
A documentoscopia se distingue de outras disciplinas, que também se
preocupam com os documentos, porque ela tem um cunho nitidamente policial: não se
satisfaz com a prova da ilegalidade do documento, mas procura determinar quem foi o
seu autor, os meios empregados, o que não ocorre com outras.
Quanto ao objeto de estudo da Documentoscopia, a primeira e mais ampla
acepção encontrada no Novo Dicionário Aurélio para a palavra documento é “Qualquer
base de conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira que se possa utilizar
para consulta, estudo, prova, etc.”. Essa definição é bastante adequada para a
Documentoscopia, pois permite fugir da tendência de somente se imaginar um
documento como uma peça de papel.
Conforme registrado por (ESPINDULA, 2009 p. 352), documento é todo objeto ou
fragmento de objeto que contenha caracteres escritos, gravados ou pintados, que sejam
a expressão de uma ideia ou de um desejo e possam ser acatados como prova
documental - (Prof. Antonio Nunes da Silva - RJ).
Um documento é composto
Voltando ao termo análise, o propósito de um exame documentoscópico é
determinar por quem, quando e de que maneira um documento foi criado, bem como se
sofreu alguma alteração após a sua feitura. Essas informações é que permitirão concluir
se o documento é autêntico ou falso, e se sofreu alterações (adulterações) ou não.
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O Novo Dicionário Aurélio define autêntico como aquilo “Que é do autor a quem
se atribui.” Para a Documentoscopia não poderia haver melhor definição já que, com suas
análises pode-se determinar apenas quem fez um documento. A veracidade, o significado
e a importância das informações nele existentes geralmente estão fora do escopo da
Documentoscopia.
Nesse mesmo dicionário, o termo alteração é definido como “falsificação,
adulteração”, mas também como “mudança, modificação”, e ainda como “mudança em
texto feita na fase de revisão e que pode consistir em acréscimo, supressão ou simples
modificação”. Essa última acepção é classificada como da área da Editoração, mas
também é adequada para a Documentoscopia, pois nem toda alteração observada em um
documento pode ser decorrente de uma fraude ou adulteração. Ainda que isso não seja a
principal preocupação do perito documentoscópico, e que um laudo pericial deva
restringir se a detalhes técnicos (deixando-se os aspectos jurídicos para o Juiz de Direito),
deve-se ter em mente que alterações podem ser feitas de boa fé, ou seja, com o
conhecimento e de comum acordo entre todas as partes envolvidas.
Em diversos países, e notadamente nos EUA, o profissional em documentoscopia
é chamado Forensic Document Examiner (FDE), enquanto que no Brasil usa-se o termo
“perito em documentoscopia”. A palavra “perito” é aqui empregada em seu sentido mais
amplo: “Aquele que é sabedor ou especialista em determinado assunto; experto.”
Conforme (KELLY, et al., 2006 p. 10), um FDE deve ser muito mais do que um
técnico: deve ser um cientista, pois os métodos usados por ele são científicos, seu
trabalho deve ser minucioso e totalmente objetivo – sem influências de pré-concepções
ou de ideias das partes envolvidas.
Na verdade, a função desse profissional é contar objetivamente a real história de
um documento: como, quando e por quem ele foi produzido e que alteração sofreu
depois de pronto. Para isso, são necessários conhecimentos em diversas áreas, como, por
exemplo:
Artes gráficas, pois vários documentos oficiais e de segurança são produzidos por
impressões gráficas das mais variadas naturezas. Além disso, muitos falsários profissionais
também utilizam essas técnicas;
Informática, especialmente nas áreas de impressão e imagens gráficas, que
atualmente permitem a realização de falsificações de excelente qualidade em residências
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apresentar massa e ocupar lugar no espaço, já que é constituída de átomos, que por sua
vez são formados por diversas partículas elementares, entre elas os prótons e os elétrons.
Os primeiros, mais pesados e possuidores de cargas elétricas positivas,
concentram se no núcleo atômico. Os elétrons, mais leves e com cargas negativas, giram
ao redor do núcleo em uma velocidade altíssima.
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Fóton: quantidade básica (unitária) de energia da luz.
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Os olhos humanos são sensíveis somente à luz com comprimento de onda entre
400 e 700 nanômetro (nm), unidade mais prática para os presentes propósitos, e equivale
a um bilionésimo de metro ou um milionésimo de milímetro, razão por que essa faixa é
conhecida como região espectral visível ou luz visível. É costumeiro referir-se à luz visível
como simplesmente luz e às demais faixas como radiações eletromagnéticas, ainda que
as radiações de todas as faixas tenham a mesma natureza, e possam também ser
chamadas de luz.
O espectro eletromagnético é o conjunto de radiações pertencentes a todas as
faixas de comprimento de onda conhecidas, e é representado como na imagem a seguir:
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humano como vermelhas, enquanto que aquelas com λ entre 400 e 446nm, mais
energéticas, são percebidas como violeta.
Estudo do papel
A invenção do papel é atribuída ao chinês Ts’ai Lun, no ano 105. Em meados do
século VIII, com a conquista dos chineses pelos árabes, o papel foi introduzido na Europa
através da Península Ibérica, espalhando-se daí para o mundo inteiro.
O papel consiste em uma trama de fibras vegetais (celulósicas) entrelaçadas,
misturada com uma vasta gama de substâncias usadas para incrementar algumas de suas
características, como alvura, opacidade, lisura, brilho, resistência, flexibilidade,
estabilidade dimensional e uniformidade, entre outras. Cada uma dessas propriedades
precisa ser mantida dentro de um patamar ideal (ou, pelo menos, aceitável) para a
finalidade que terá o papel. Por exemplo, papéis fotográficos precisam ser extremamente
alvos e lisos, para que a impressão produza o máximo contraste e as cores estejam o mais
próximo possível da realidade. Papéis para a impressão de livros extensos (Bíblias e
dicionários, p. ex.) precisam ser finos e altamente opacos, e papéis para jornais devem
ser, acima de tudo, baratos.
Essas características dependerão das matérias-primas empregadas e dos
métodos e equipamentos usados na produção do papel.
Constituintes do papel
Os papeis são constituídos por fibras celulósicas, cargas, adesivos ou selantes,
corantes, branqueadores ópticos e antiespumantes.
As Fibras celulósicas são o ingrediente básico para a produção do papel.
Qualquer vegetal possui fibras celulósicas, mas nem todos são apropriados para essa
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Adesivos ou selantes
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Os alvejantes têm por finalidade quebrar as moléculas de lignina e hemicelulose remanescentes, liberando
a celulose pura, o que torna o papel mais claro.
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Imagem 5: Aspecto das fibras celulósicas sem refinamento (em cima) e com refinamento
(embaixo).
WILSON L. A. What the Printer Should Know About Paper - Sewickley (USA): GATF
Press, 1998.
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Imagem 7: Calandra
BANN, DAVID The All New Print Production Handbook - New York: Watson-Guptill
Publications, 2006
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O processo Fourdrinier convencional produz um papel com uma das faces menos
lisas (a inferior, que esteve em contato com a tela). Por essa razão, foram desenvolvidas
máquinas capazes de produzir papéis com as duas faces igualmente lisas, as twin-wire ou
two-sided drainage machines, usadas para produções de alta qualidade. A grande maioria
dos papéis comerciais é produzida com esse tipo de equipamento, que apresenta grande
capacidade de produção, altíssima velocidade de operação e menor custo em relação a
outros métodos.
E ainda o processo que utiliza as máquinas cilíndricas, que possuem um cilindro
oco, com paredes também em tela, parcialmente mergulhado em um contêiner com a
massa de papel. Ao girar, o cilindro carrega uma porção dessa massa, e a água é
eliminada, também por gravidade, para o seu interior. Este método permite produzir
papéis mais espessos, mas é mais lento que o Fourdrinier.
As máquinas cilíndricas permitem produzir marcas-d’água do tipo Dandy-roll,
mas possibilitam também a produção de marcas-d’água Mould-made, mais elaboradas e
seguras que as primeiras.
CARACTERÍSTICAS DO PAPEL
Estabilidade dimensional: Uma característica do papel é sua tendência a
dilatação quando exposto a umidade. Mas como elas estão fortemente ligadas umas às
outras, qualquer variação individual irá se refletir em toda a trama. Por essa razão, papéis
com graus de refinamento mais elevados apresentam menor estabilidade dimensional,
pois suas fibras encontram-se mais fortemente unidas.
Resistência: Um pouco da resistência do papel vem do entrelaçamento físico de
suas fibras. Mas o principal fator são as ligações que ocorrem entre as moléculas de
celulose – o principal constituinte das fibras – que podem ser desfeitas por ação da água.
Essa é a razão por que o papel adquire resistência gradativamente durante sua secagem,
e também por que ele se desfaz quando molhado.
Face de impressão: Durante sua passagem por uma máquina Fourdrinier
convencional, a massa de papel é estendida sobre uma tela muito fina, por onde escorre
somente a água, permanecendo todos os demais constituintes. Nessa fase, ocorre certa
decantação dos constituintes sólidos, sendo que os mais densos (como as fibras)
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Imagem 10: Uma maneira de estabelecer a direção das fibras em folhas de papel. As
duas tiras têm o mesmo tamanho. A tira de baixo é mais flexível devido ao direcionamento de
suas fibras (transversal)
WILSON L. A. What the Printer Should Know About Paper - Sewickley (USA): GATF
Press, 1998
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Formatos de papel
Durante sua fabricação, o papel é enrolado em grandes bobinas, que podem
pesar até 50 toneladas, mas sua comercialização se dá em bobinas menores ou em folhas.
A fim de evitar desperdícios e otimizar o aproveitamento do papel, o tamanho dessas
bobinas e folhas comerciais foi padronizado, forçando todas as gráficas do mundo a se
adaptarem a alguns formatos pré-estabelecidos.
Imagem 11: Esquema dos possíveis cortes no formato internacional, e as medidas para
cada tamanho de folha
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Imagem 12: Esquema dos possíveis cortes no formato internacional, e as medidas para
cada tamanho de folha
Tipos
Acid-free: é um papel com pH neutro ou alcalino. Possui maior durabilidade que
os papéis ácidos, que, com o tempo, tendem a adquirir uma tonalidade amarelada.
Papel jornal: papel constituído totalmente (ou em sua maior parte) por fibras
mecânicas, apresentando baixa qualidade.
Papéis mistos: possuem fibras mecânicas misturadas com fibras químicas, que
melhoram suas qualidades, sem encarecer demasiadamente o processo.
Papéis revestidos: apresentam uma camada de caulim ou giz em um ou em
ambos os lados. O revestimento proporciona uma superfície extremamente lisa,
adequada para a impressão de imagens.
Papéis plásticos: podem ser totalmente feitos de plástico ou apresentar uma
camada plástica sobre uma base de papel. São usados em livros infantis e em impressos à
prova d’água.
Papel autocopiativo - (carbonless copying paper): são produzidos em forma de
talonários de múltiplas vias, apresentando microcápsulas com um pigmento incolor no
reverso e microcápsulas com uma substância que reage com esse pigmento, tornando-o
colorido, no anverso. A pressão de uma caneta ou máquina de escrever rompe algumas
cápsulas liberando ambas as substâncias, que irão reagir quimicamente e produzir cor.
Naturalmente que o anverso da primeira via e o reverso da última não deverão conter
essas substâncias.
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Impressões gráficas
A função de uma impressora gráfica é basicamente depositar tinta sobre uma
determinada superfície (papel, plástico, etc), em quantidades adequadas e em
localizações exatas. A principal diferença entre os diversos métodos de impressões
gráficas é a forma com que isso é feito.
Um impresso consiste em uma porção de tinta sobre um determinado suporte
(papel, p. ex.), geralmente branco, com o qual essa tinta irá contrastar, formando assim a
imagem desejada.
Na terminologia gráfica, a imagem a ser impressa é chamada de arte. Uma arte
pode ser constituída de textos, desenhos, fotografias ou figuras diversas (inclusive uma
mistura de tudo isso).
Nas impressões gráficas convencionais (não digitais), essa arte precisa ser
transformada em um molde (matriz), que será usado para a aplicação da tinta, mais ou
menos como acontece com um carimbo.
Um impresso gráfico pode ser constituído de traços contínuos – como ocorre em
desenhos feitos à mão – ou de minúsculos pontos de tinta, indistinguíveis a olho nu. Esses
pontos são distribuídos de maneira altamente organizada e, coletivamente, são
chamados de retícula. Os impressos que os contêm são ditos reticulados.
Os impressos a traço (não reticulados) apresentam sérias limitações na
reprodução de imagens com variações tonais contínuas (fotografias, p. ex.), sendo mais
adequados para textos, desenhos e gráficos. Já os impressos reticulados são os mais
adequados para a reprodução de fotografias e imagens que apresentem variações
graduais de tonalidade. Além disso, o uso de retícula permite que se obtenha
praticamente qualquer cor a partir de apenas quatro tintas: ciano, magenta, amarela e
preta (CMYK: Cian, Magenta, Yelow e blacK).
Alguns métodos gráficos permitem imprimir tanto a traço quanto com retículas,
inclusive em uma mesma folha. É o caso do ofsete e da flexografia, por exemplo. Outros,
como a tipografia e a calcografia, são mais adequados para impressões a traço.
Tipografia
É um processo de impressão direto, feito com matrizes metálicas em alto relevo
(tipos ou clichês), que contêm a imagem invertida do texto (e/ou da figura) que será
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impresso. A matriz recebe, por meio de rolos entintadores, uma fina camada de tinta e
então é prensada contra o papel. A transferência da imagem para o papel se dá por
contato direto (por isso a matriz precisa apresentar as imagens invertidas, como em um
carimbo). Em outras palavras, somente a parte mais alta dos tipos recebe tinta, que é
então “carimbada” no papel.
As matrizes podem ser planas ou curvas (para máquinas rotativas, mais velozes),
e são constituídas de tipos móveis, que possuem a forma de um paralelepípedo,
contendo em uma das extremidades a imagem invertida de um caractere em alto relevo.
Para imprimir textos, os tipos móveis são agrupados manualmente por um
profissional chamado compositor tipográfico. Cada tipo corresponde a uma letra,
algarismo, símbolo ou espaço. Após a preparação de uma página inteira, esta será
impressa em uma máquina manual ou automática.
Imagem 13: Tipos móveis sendo usados para compor uma matriz tipográfica. Movable
type (2009, May 19). In Wikipedia, The Free Encyclopedia. Retrieved 00:02, May 24, 2009, from
http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Movable_type&oldid=290927408
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Imagem 16. Características da impressão tipográfica: à esquerda, baixo relevo das linhas
e caracteres impressos; à direita, cobertura incompleta em linhas longas (setas)
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Calcografia
A impressão calcográfica (intaglio printing) surgiu em torno do ano 1430. É uma
modalidade de impressão direta que consiste na transferência de tinta de sulcos
existentes em uma chapa matriz metálica para o papel (encavografia). A tinta é
depositada na superfície de uma chapa aquecida, na qual a arte a ser impressa foi
previamente gravada em baixo relevo. A seguir, a tinta é removida de toda a superfície da
placa, permanecendo apenas nos sulcos. A transferência da tinta remanescente para o
papel é feita em uma prensa calcográfica, com uso de alta pressão e calor, formando um
desenho em alto relevo.
Imagem 18. Corte de uma folha de papel com impressão calcográfica, mostrando o alto
relevo na face impressa e um discreto baixo relevo na face reversa
VAN RENESSE R. L. Optical Document Security - Boston: Artech House, 2005
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Ofsete
O sistema de impressão ofsete é uma evolução da litografia e, portanto, também
se baseia na repulsão entre a água e a gordura. Resumidamente, as imagens a ser
impressas são gravadas, em uma chapa matriz, de maneira que repilam a água e atraiam
a gordura. A chapa é então molhada com uma fina camada de água, que vai se depositar
somente nas regiões sem imagem. A seguir, é aplicada uma tinta gordurosa que é
repelida pela água, depositando-se somente nas regiões secas: as regiões onde as
imagens foram gravadas.
A imagem entintada é transferida para uma borracha especial, e desta para o
papel (portanto, trata-se de um sistema de impressão indireta). A borracha constitui uma
etapa que não existe no processo litográfico, e é usada para proporcionar uma superfície
macia, capaz de se acomodar perfeitamente ao papel – o que não seria possível se a
impressão ocorresse diretamente a partir da chapa matriz, metálica.
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Imagem 20. Representação esquemática do processo ofsete. De cima para baixo: a tinta
é transferida, por meio de rolos entintadores, do tinteiro para as áreas de grafismo da chapa
Da chapa, a tinta é transferida para a borracha (caucho) formando uma imagem
invertida da arte a ser impressa. Do caucho, a imagem é gravada no papel, com auxílio de um
cilindro de pressão
Existe uma variação do processo ofsete na qual não é utilizada água: o ofsete
seco. Neste caso, a separação das áreas de grafismo e contragrafismo se faz com um
pequeno rebaixamento dessas últimas na chapa matriz. Apesar disso, a impressão
continua sendo plana, pois a tinta ainda é passada para o caucho antes de ser impressa
no papel.
A vantagem de não se usar água é que não ocorre dilatação do papel durante o
processo, evitando assim desalinhamentos entre as impressões sucessivas das cores
CMYK.
As tintas offset são transparentes, permitindo a formação de uma terceira cor
quando impressas uma sobre a outra. Por exemplo, o amarelo impresso sobre a tinta
ciano resulta na cor verde.
Características da impressão ofsete:
Impressão plana, sem relevo e de altíssima qualidade;
Nas regiões que apresentam variação tonal, são observadas retículas
constituídas de pontos coloridos ordenados, com diâmetros variáveis;
Nas regiões chapadas (lisas, homogêneas), as margens são nítidas e a tinta
distribui-se satisfatoriamente no interior.
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Imagem 21. Aspecto de uma impressão ofsete colorida reticulada, em áreas com
variações tonais. À esquerda, em menor aumento, a retícula adquire um aspecto de roseta. À
direita, em maior aumento, podem ser percebidos o alinhamento regular dos pontos e as
variações em seus tamanhos
Imagem 22. Aspecto de uma região chapada impressa em ofsete (bordas nítidas e
cobertura homogênea)
Rotogravura
Na rotogravura, a matriz é um cilindro de aço revestido de cromo, em que as
imagens são gravadas na forma de minúsculos pontos em baixo relevo (alvéolos ou
células). A tinta é depositada nesses alvéolos e transferida diretamente para o suporte.
Portanto, uma característica desse sistema é que tanto os originais a traço
quanto os em tom contínuo precisam ser reticulados.
A impressora rotográfica é sempre do tipo rotativa. O cilindro matriz fica
parcialmente submerso em um reservatório de tinta de alta fluidez. A tinta é removida
das regiões de contragrafismo por uma lâmina – que funciona como uma espécie de
“rodo”–, permanecendo apenas a tinta dos alvéolos, as áreas de grafismos.
A secagem da tinta se dá por evaporação, em uma estufa acoplada à impressora.
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Características do processo:
Cilindros matrizes de alta durabilidade. É o método de impressão que
proporciona as mais altas tiragens;
Impressão de altíssima velocidade;
Custo elevado dos cilindros de impressão, tornando o método economicamente
viável apenas para tiragens muito grandes;
A fluidez da tinta possibilita imprimir em suportes plásticos, além do papel;
A qualidade da impressão é somente um pouco inferior à ofsete, mas superior à
da flexografia.
Características dos impressos:
Impressão plana, de boa qualidade.
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Imagem 25. Aspecto serrilhado (reticulado) encontrado mesmo nas regiões chapadas, a
principal distinção entre as impressões rotográfica e ofsete
Imagem 26. Impressão rotográfica vista em pequeno aumento. Seu aspecto é quase
indistinguível do ofsete (a diferenciação se faz nos textos e nas regiões chapadas)
Serigrafia (Silk-screen)
A serigrafia é um dos processos de impressão mais antigos. Sua matriz consiste
em uma tela de trama bastante fina, recoberta por uma resina sólida e fixada em uma
moldura. Nas áreas que serão impressas, essa substância é removida (mecanicamente ou
quimicamente).
O suporte (papel, tecido, plástico, etc) é posicionado sob a matriz. Uma tinta
pastosa é então espalhada com uma racle (espécie de rodo de borracha), de maneira que
atinja o suporte somente nas áreas não recobertas (vazadas).
Neste processo também é necessário usar uma matriz para cada cor de tinta a
ser empregada.
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Cada ponto é produzido por um fino bastão metálico, ou pino, que é direcionado
para frente por meio de um campo eletromagnético. A cabeça de impressão é constituída
por vários pinos, e movimenta-se horizontalmente para frente e para trás,
acompanhando a linha do documento, imprimindo uma linha de cada vez. Algumas
impressoras possuem apenas uma linha vertical de pinos, enquanto outras possuem duas
linhas intercaladas, a fim de aumentar a densidade de pontos.
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Imagem 32. Duas impressões jato de tinta vistas com aproximadamente 18 aumentos. Notam-se
os pontos aleatoriamente distribuídos, mais concentrados nas regiões escuras e de tamanhos
constantes. A impressora que produziu a imagem inferior é capaz de gerar pontos menores que
os de cima e, portanto, possui melhor capacidade de resolução
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Documentoscopia Básica
Como não existe contato entre a cabeça de impressão e o papel, não há impacto
e, portanto não há baixo relevo nos impressos, trata-se de uma impressão plana. A tinta é
absorvida rapidamente pelo papel, infiltrando-se em sua trama e, assim, também não
existe alto relevo.
Impressoras Laser
As impressoras laser pertencem a uma classe denominada impressoras
eletrofotográficas, que usam uma tinta sólida (tôner) constituída de um pigmento sólido
revestido por um material plástico transparente, em forma de partículas microscópicas.
O coração dessas impressoras é um cilindro feito de material especialmente
sensível a luz e a campos elétricos. Devido a essas características, o processo de
impressão ocorre em um compartimento escuro, isolado do ambiente externo.
Inicialmente um campo elétrico aplica cargas negativas uniformemente na
superfície do cilindro. A seguir, um feixe de laser “varre” a superfície do cilindro
desenhando as imagens e textos que serão impressos. Nos pontos em que o laser é
aplicado, as cargas negativas irão se desfazer. Neste momento, as imagens a ser
impressas estão gravadas na superfície do cilindro sob a forma de cargas elétricas.
Na etapa seguinte, o cilindro entra em contato com as partículas de tôner,
negativamente carregadas, que irão se fixar somente nos pontos em que o laser agiu
(sem cargas negativas). Agora, a imagem está impressa com tôner, mas ainda na
superfície do cilindro.
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Imagem 34. Impressão laser colorida (80x). Os pontos que formam a retícula estão
ordenados em ângulos inclinados, e são constituídos por pontos ainda menores, as partículas de
tôner
Imagem 35.
35 Impressão com tôner (à esquerda)
da) e jato de tinta (à direita)
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para o emissor sua falsificação puder causar, maior deverá ser a quantidade e a qualidade
dos elementos de segurança empregados.
Seria impossível relacionar todos os elementos de segurança em uso no mundo,
patenteados ou não, tamanha a sua quantidade. Porém será feita uma apresentação dos
elementos mais comuns e/ou importantes, classificados por critérios tão somente
didáticos.
Incorporados ao suporte
O primeiro elemento de segurança de um documento é o próprio suporte.
Documentos de papel são produzidos com papéis de segurança, que apresentam algumas
diferenças em relação aos papéis comerciais comuns.
As diferenças começam com o tipo de matéria-prima empregada. Enquanto os
papéis comuns são produzidos a partir de eucalipto ou pinus – que possuem fibras
celulósicas relativamente curtas, as quais proporcionam menor resistência, mas maior
lisura, e com menor custo –, os papéis de segurança contêm fibras de linho e/ou de
algodão – mais longas –, daí sua maior resistência e durabilidade, mas também sua maior
aspereza.
Outra diferença de grande importância e facilmente observável é a ausência de
substâncias branqueadoras no papel de segurança, presentes na maioria dos papéis
comerciais. Essas substâncias emitem luz branco-azulada quando expostas a radiação
U.V. (não apenas proveniente de lâmpadas, mas também do próprio sol), tornando o
papel mais branco e brilhante.
Além disso, os papéis comuns possuem vários aditivos que não são encontrados
nos de segurança, como o amido – usado como um selante de superfície – que reage com
o iodo, produzindo uma mancha escura (esse é o princípio de funcionamento das canetas
de identificação de dinheiro falso).
São também elementos incorporados ao suporte:
Marcas-d’água
São imagens que se tornam visíveis apenas quando se observa o documento
contra a luz. As imagens das marcas-d’água são produzidas por diferenças na densidade
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Documentoscopia Básica
de fibras no corpo do papel: regiões com maior quantidade de fibras são mais opacas
(escuras) e aquelas com menor quantidade mais translúcidas (claras).
As marcas-d’água são produzidas durante a fabricação do papel, controlando-se
a distribuição de suas fibras, sem uso de tintas ou outras substâncias. Existem dois
momentos distintos em que elas podem ser produzidas.
O primeiro é quando a folha vai começar a ser formada, e o papel ainda é uma
massa disforme, conduzida por uma forma (molde) que irá direcionar as fibras durante
sua decantação, gerando diferentes densidades de distribuição. Esse tipo de marca-
d’água é o mais bem elaborado, e o que apresenta maior segurança e melhor aparência
estética, porém relativamente caro. Um exemplo são as efígies existentes nas cédulas de
real, de todos os valores.
O segundo momento em que a marca-d’água pode ser criada é quando a folha
de papel já está parcialmente formada, necessitando apenas de eliminação de água para
sua conclusão. Nesse processo, um molde irá deslocar as fibras do papel de determinadas
regiões para outras, também gerando diferenças de opacidade. No entanto, podem ser
obtidos no máximo três tons distintos: igual ao do papel, mais claro ou mais escuro. Sua
produção é menos dispendiosa, porém não proporcionam a mesma segurança que as
multitonais. Um exemplo é o número “20” na marca-d’água das cédulas de vinte reais.
Fibras coloridas
São pequenas fibras sintéticas, normalmente azuis, vermelhas ou verdes, visíveis
a olho nu, adicionadas à massa do papel durante sua fabricação, o que lhes proporciona
ESPC 37
Documentoscopia Básica
Fibras luminescentes
Diferenciam-se das coloridas apenas por fluorescerem sob luz U.V., com emissão
de luz branca ou em cores. Sob luz visível, podem ser coloridas ou incolores.
Imagem 37. À esquerda, fibras coloridas sob luz visível. Ao centro e à direita, fibras
luminescentes, sob UV.
Fio de segurança
É uma faixa plástica ou metálica inserida na massa do papel, durante sua
fabricação. Os fios de segurança podem ser magnetizados, conter textos e apresentar
fluorescência, permitindo também codificações para posterior leitura e reconhecimento
de sua autenticidade. Podem estar inteiramente imersos no papel ou apenas
parcialmente (fios janelados).
Imagem 38. À esquerda, fio de segurança de uma cédula de 10 libras esterlinas, visto
com luz transmitida. No centro, fio luminescente, em cédula de 5 dólares americanos, visto com
luz UV transmitida. À direita, fio de segurança janelado, em cédula e 100 dólares canadenses,
visto com iluminação normal.
ESPC 38
Documentoscopia Básica
Hi-lites
São pequenas cápsulas com uma substância fluorescente em seu interior, que
são adicionadas à massa do papel durante sua fabricação. Podem ser visíveis a olho nu,
mudando de cor sob UV, ou visíveis apenas sob iluminação ultravioleta.
Conferem um bom índice de segurança, já que seu efeito de fluorescência não
pode ser reproduzido com fotocopiadoras, escâneres, ou mesmo com tintas
fluorescentes. A sua distribuição no papel é homogênea, o que dificulta adulterações.
Como estão incorporados ao papel, são visíveis de ambos os lados do documento.
impressos em ofsete
Embora o sistema de impressão ofsete seco ainda tenha seu uso bastante
restrito, ele não é, por si só, uma impressão de segurança como a calcografia. No entanto,
existem algumas técnicas que possibilitam criar elementos de segurança bastante
eficientes com esse tipo de impressão.
Registro coincidente
É o perfeito alinhamento entre as impressões do anverso e do reverso do
documento. Devido às características do ofsete, isto só se obtém com impressão ofsete a
seco, em máquinas que permitem imprimir os dois lados simultaneamente. Nenhum
outro sistema de impressão possibilita esse alinhamento.
Normalmente esse elemento é representado por meio de figuras parcialmente
impressas em ambos os lados do documento, de maneira que, quando vistas contra a luz,
complementam-se perfeitamente (see-through).
O registro coincidente é muito utilizado em papéis-moeda, cheques e vários
outros tipos de documentos de segurança.
Microtextos
Também conhecidos como microletras, consistem em minúsculos caracteres
impressos em um documento, com dimensões em torno de 0,15 mm. Microtextos são
muito usados em papéis-moeda e cheques bancários, onde são impressos de maneira a
parecerem uma linha quando vistos a olho nu.
ESPC 39
Documentoscopia Básica
Fundos especiais
Consistem em um padrão de linhas paralelas, retas e curvas, que mudam
continuamente de direção. Sua função é dificultar a reprodução do documento por meios
digitais – com uso de escâner e impressoras domésticas. Poucos sistemas de impressão
além do ofsete são capazes de imprimir detalhes com a resolução necessária para
produzir esses padrões. Um exemplo são os fundos especiais em cédula de 100 reais,
impressos em ofsete.
Efeito íris
Consiste em variar gradativamente a tonalidade de uma linha impressa, partindo
de uma determinada cor, até formar outra cor totalmente distinta, sem que se consiga
identificar nenhum limite entre elas (isto é, onde termina uma cor e começa a outra).
Esse efeito é facilmente obtido com reticulação das linhas, mas neste caso o aspecto
pontilhado pode ser percebido com uma simples lupa (essa é uma das razões porque
documentos de segurança são impressos a traço).
ESPC 40
Documentoscopia Básica
Imagem latente
É uma imagem perceptível apenas quando se observa o documento em um
ângulo inclinado e contra uma luz forte. É usado em quase todos os documentos que
possuem impressão calcográfica. Apesar de pouco conhecido, é um excelente elemento
de segurança de primeiro nível no papel-moeda brasileiro.
ESPC 41
Documentoscopia Básica
Imagem 41. Impressão calcográfica em duas cores com sobreposição parcial de tintas,
na indicação principal do valor da cédula de 20 reais. Podem ser observados também os
microtextos (“BC”) no interior dos números.
Guilhochês
Esse termo indica um padrão geométrico formado por duas ou mais linhas finas
interlaçadas. Esse padrão normalmente constitui imagens ornamentais usadas nas bordas
de documentos de segurança, de maneira tão difundida, que acabou se tornando um
símbolo que transmite a ideia de “documento valioso”.
Originalmente os guilhochês constituíam uma excelente barreira contra a
falsificação manual de documentos, segurança conferida também contra fotocopiadoras
de baixa resolução. Atualmente, com a popularização de equipamentos de captura e
digitalização de imagens com boa resolução, sua segurança restringe-se apenas ao
método de impressão (calcografia).
ESPC 42
Documentoscopia Básica
Linhas concêntricas
Sistema empregado nas cédulas de dólar americano. Consiste em produzir linhas
curvas finas, equidistantes e concêntricas, tarefa simples para uma impressora
calcográfica, mas muito difícil para sistemas digitais de impressão.
Ao se capturar essa imagem com um escâner, máquina fotográfica ou
fotocopiadora, essas linhas irão se “tocar” em determinados momentos, produzindo um
efeito Moiré (manchas visíveis macroscopicamente).
Mesmo que isto seja corrigido com programas de tratamento de imagens, as
impressoras digitais (jato de tinta, laser, etc) dificilmente conseguirão evitar o
ressurgimento do Moiré.
Marcas táteis
São sinais em alto relevo que têm por finalidade auxiliar pessoas com deficiência
visual a reconhecer o valor de uma cédula de dinheiro.
ESPC 43
Documentoscopia Básica
Tintas especiais
Tintas luminescentes (tinta invisível)
Muitos documentos possuem imagens impressas com tinta incolor luminescente,
de maneira a tornarem-se visíveis apenas sob luz UV.
Devido à relativa facilidade com que se consegue imitar esse efeito com uso de
branqueadores ópticos, esse sistema foi aperfeiçoado: podem ser empregadas tintas de
uma determinada cor, que irá se alterar sob UV, ou ainda substâncias que irão fluorescer
com diferentes tonalidades conforme o comprimento de onda da radiação UV
empregada.
Tintas anti-Stokes
A grande maioria das substâncias encontradas na natureza reflete a luz com o
mesmo comprimento de onda que incidiu sobre elas. Muitas substâncias têm a
capacidade de absorver radiação de um determinado comprimento de onda e devolvê-la
para o ambiente com um comprimento maior (parte da energia dessa luz é absorvida).
Esse fenômeno é chamado de efeito Stokes. Pode ser absorvida radiação UV e emitida luz
visível, ou absorvida luz visível e emitida radiação na faixa do IV.
Um fenômeno bem menos comum também pode acontecer: algumas
substâncias absorvem radiação de um determinado comprimento de onda (IV) e a
ESPC 44
Documentoscopia Básica
devolvem com um comprimento de onda menor (luz visível, mais energética). É o efeito
anti-Stokes, empregado em equipamentos para visão noturna.
Além da dificuldade de se produzir uma tinta com essas características, ela pode
ainda ser incolor e ficar “escondida” em um ponto do documento, de maneira que sua
localização seja um elemento de segurança a mais.
Essas tintas tem de ser observadas com equipamentos especiais, que emitem um
feixe de laser infravermelho (geralmente 980 nm).
Tintas termocrômicas
São tintas que mudam reversivelmente a sua cor conforme a temperatura.
Podem ser usadas como elementos de segurança de primeiro nível, já que algumas delas
mudam de cor na temperatura do corpo humano, voltando ao normal em temperatura
ambiente (25ºC). Essas tintas são, contudo, sensíveis a temperaturas muito altas, e
apresentam pouca resistência à luz. Por essa razão são usadas apenas em documentos
com vida relativamente curta, como vouchers e tickets.
Tintas metaméricas
São tintas que apresentam a mesma tonalidade sob luz normal, mas que se
comportam de maneira totalmente diferente com iluminação especial.
Por exemplo, duas tintas podem apresentar a mesma cor sob luz visível branca,
mas, se uma delas absorver significativamente na região do IV e a outra não, esta última
ficará invisível quando “iluminada” apenas com luz infravermelha (essa observação
somente é possível com equipamento apropriado), enquanto que a primeira ficará
escura, contrastando com o papel.
Imagem 47. Tintas metaméricas. Anverso da cédula visto sob luz visível (esquerda) e
infravermelha3 (direita).
3
Para observações na faixa do infravermelho, são necessários filtros e sensores ópticos especiais,
geralmente agrupados em equipamentos apropriados para essa finalidade.
ESPC 45
Documentoscopia Básica
Tintas iridescentes4
São tintas que apresentam variações de cores conforme o ângulo de observação
– o mesmo fenômeno observado em uma bolha de sabão. Essa mudança de cor é
baseada no fenômeno de interferência da luz.
As tintas opticamente variáveis (OVI – Optically Variable Inks) são um tipo de
tinta iridescente empregadas como elementos de segurança em vários papéis-moeda,
como o euro e o dólar americano. Essas tintas “mudam de cor” conforme o ângulo de que
são observadas.
Imagem 49. Impressão OVI encontrada em cédula de 50 euros. Sua cor se altera
conforme o ângulo de observação.
4
Iridescente: capaz de separar as cores do espetro visível, refletindo assim as cores do arco-íris a partir de
uma luz branca. A superfície da face inferior de um CD é um exemplo.uma luz branca. A superfície da face
inferior de um CD é um exemplo.
ESPC 46
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Tintas magnéticas
Possuem em sua composição substâncias magnetizáveis, como alguns óxidos de
ferro. São detectadas por leitores apropriados, e usadas para compor códigos
reconhecidos por máquinas.
ESPC 47
Documentoscopia Básica
Identidade e identificação
Identidade, segundo definição de Aurélio Ferreira em seu dicionário, é: conjunto
de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa, nome, idade, estado civil, profissão,
sexo, defeitos físicos, impressões digitais, etc.
Segundo Moraes, é a qualidade de ser a mesma coisa e não diversa. É a soma de
caracteres que individualiza uma pessoa, distinguindo-a das demais.
Identificação - se a identidade é a qualidade ou atributo, identificação á sua
determinação, ou seja, o processo destinado a estabelecer a identidade de uma pessoa.
Aurélio define como sendo o ato ou efeito de identificar-se.
Esse processo envolve 3 fases:
a) 1º registro ou fichamento, em que são coletados e anotados os elementos
úteis capazes de individualizar a pessoa;
ESPC 48
Documentoscopia Básica
Falsidade material
A falsidade material, está prevista nos artigos 297 e 298 do Código Penal. Ela
ocorre quando alguém imita ou altera documento público ou documento particular
verdadeiro. Vejamos:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro: [...]
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro: [...]
Na falsidade material pode ocorrer:a contrafação, que é a produção integral de
um documento falso; ou a alteração, ou seja, a modificação de um documento
(inicialmente) autêntico. A alteração subdivide-se em: Subtrativa (obliteração,
amputação, rasura ou lavagem química); Aditiva (inserção e acréscimo) e Mista
(recobertura e substituição)
Falsidade ideológica
A falsidade ideológica está prevista no artigo 299 do Código Penal. Ela ocorre
quando alguém altera a verdade em documento público ou documento particular
verdadeiro. Vejamos:
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante.
Documentos de segurança
São considerados documentos de segurança aqueles que possuem um ou mais
elementos de segurança, empregados para dificultar falsificações e alterações.
ESPC 49
Documentoscopia Básica
ESPC 50
Documentoscopia Básica
contínuo, impressa em talho doce e off-set , com fundo em verde claro e texto na cor
verde.
Parágrafo Único: A Carteira de Identidade conterá, ainda, as seguintes
características de segurança:
e) tarja em talho doce na cor verde;
f) fundo numismático;
g) perfuração mecânica da sigla do órgão de identificação sobre a
fotografia do titular;
h) numeração tipográfica, sequencial, no verso, para controle do
órgão expedidor.
[...]
Art. 14 - A partir de 1º de julho de 1984, nenhum órgão de identificação poderá
utilizar-se de modelo de Carteira de Identidade que não atenda a todos os requisitos
previstos neste Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 89.721, de 1984)
Parágrafo único - As Carteiras de Identidade emitidas até 30 de junho de 1984,
com base nos atuais modelos, continuarão válidas em todo o território nacional.
Os elementos de segurança previstos por lei são, portanto, aqueles relacionados
no artigo 3º do Decreto nº 89.250/83:
Marca-d’água (filigrana) ou fibra de garantia;
Impressão calcográfica (talho-doce);
Fundo numismático;
Perfuração mecânica sobre a fotografia;
Numeração tipográfica sequencial.
As características desses elementos não estão definidas na lei, muito menos
detalhes sobre eles, como a altura mínima das cristas da impressão calcográfica, o tipo de
marca-d’água empregado (mould-made ou dandy-roll), as imagens utilizadas e a forma de
imprimir os dados pessoais do identificado, por exemplo.
ESPC 51
Documentoscopia Básica
Imagem 50. Imagens do anverso (face com a fotografia) e do reverso de uma cédula de
identidade emitida por um dos Estados da Federação.
ESPC 52
Documentoscopia Básica
Imagem 53. Modelo de CNH, vista sob luz visível incidente (esquerda), luz diascópica
(centro)
o) e ultravioleta (direita). Percebem-se
Percebem as marcas-d’água
d’água de três tonalidades, e as
impressões ofsete fluorescentes. O documento não pode ser plastificado, para que não haja
empecilhos na verificação da calcografia, mas é aplicado um polímero plástico sobre
sobr o papel,
apenas nas regiões com os dados variáveis (seus limites são perceptíveis
perceptíveis na imagem mais à
direita)
Imagem 54.
54 Detalhe de uma região vista com luz rasante
ESPC 53
Documentoscopia Básica
Imagem 55. Dois CRLV do mesmo estado e referentes ao mesmo veículo, mas de anos
diferentes. Foram produzidos em gráficas diferentes e apresentam muitas variações entre si,
inclusive na tonalidade das tintas empregadas
Imagem 56. Os mesmos CRLVs, vistos com luz diascópica. Somente o da direita (2008)
possui marca-d’água
ESPC 54
Documentoscopia Básica
Imagem 58. Ainda os mesmos CRLVs, Detalhes da região com o número de identificação
do formulário. Em cima, a numeração produzida com impressora de mainframe (de cinta), com
aspecto muito semelhante ao de uma datilografia. Embaixo, a numeração foi produzida com
impressora matricial. As linhas paralelas (fundos especiais em ofsete) apresentam tonalidades
diferentes
Alterações em documentos
Todas as fraudes documentais podem ser classificadas em duas modalidades:
contrafações e alterações.
As contrafações consistem na produção integral de um documento falso, com
utilização de materiais comuns, geralmente adquiridos no comércio normal, como papel
branco, impressoras caseiras, colas, resinas, etc.
ESPC 55
Documentoscopia Básica
Imagem 65. Exemplos de obliterações, feitas com caneta sobre impressos com
tôner (esquerda). Com o uso de filtros e sensores adaptados para o infravermelho, pôde-
se eliminar a interferência das tintas de caneta, expondo os impressos originais. Esse
efeito foi possível porque as tintas obliterantes são transparentes ao infravermelho
enquanto que o tôner é opaco.
ESPC 56
Documentoscopia Básica
Conceito:
É a área da Documentoscopia que objetiva a determinação da autoria de
manuscritos.
A palavra grafoscopia é originária do grego (graf(o) + scop + ia) que se refere ao
exame minucioso da grafia, ou seja, a análise que objetiva o reconhecimento de uma
grafia, utilizando-se, para isso, das técnicas comparativas dos aspectos da letra.
Princípios:
Fundamental
O grafismo é individual e inconfundível
A escrita é individual. Ela resulta de estímulos cerebrais que determinam
movimentos e estes criam as formas gráficas.
Muito embora os cérebros de todos sejam anatomicamente iguais, a sua função
varia de pessoa para pessoa.
ESPC 57
Documentoscopia Básica
Inicial
As leis da escrita independem dos alfabetos utilizados
A escrita é resultante de estímulos cerebrais que determinam a criação de
fórmulas alfabéticas. Os estímulos são particulares a cada punho e, por isso, também o
são os movimentos. As formas alfabéticas variam de tipo para tipo. Nessas condições o
que interessa ao profissional é a movimentação do punho e não a forma gráfica.
Leis do grafismo
São quatro as leis do grafismo ditadas por Solange Pellat:
Primeira
O cérebro influencia de forma imediata no gesto gráfico. Sua manifestação não é
modificada pelo órgão escritor, se este estiver funcionando normalmente e estiver
suficientemente adaptado à sua função.
O órgão escritor (o braço, punho e mão) é mero instrumento para a expressão do
gesto gráfico. É nessa fase de aprendizado que o sistema somático do órgão escritor é
ensinado a realizar os movimentos que criam as formas, movimentos, formas estas que
ficam estereotipadas no subconsciente e se manifestam inconscientemente, quando for
desejo do homem o consciente determina a execução do gesto.
O ato gráfico é tão dependente imediatamente do cérebro, que embora a parte
somática do órgão escritor esteja funcionando normalmente e adaptado à função, se
ocorrer uma lesão no centro cerebral da escrita o homem ficará impedido de realizar o
gesto.
Segunda
Quando alguém escreve, seu "eu" está em ação, mas o sentimento quase
inconsciente dessa ação passa por alternativas de intensidade entre o máximo, onde
existe um esforço a fazer, isto é nos inícios, e o mínimo, quando este movimento segue o
impulso adquirido, isto é, nas extremidades.
Assim o máximo de intensidade se refere à ação do consciente e, o mínimo, à
expressão do subconsciente.
Terceira
ESPC 58
Documentoscopia Básica
Formação do traço
O traço resulta da atuação de duas forças:
Vertical;
Lateral.
A força vertical pressiona o instrumento escrevente, e a lateral, o movimento no
suporte.
A reunião de traços forma o traçado. O traçado, portanto, é o registro do traço
em movimento, formando um lançamento gráfico.
A pressão é exercida no instrumento pelos escritores, podendo ser classificada
em: forte; média; fraca.
ESPC 59
Documentoscopia Básica
ESPC 60
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ESPC 61
Documentoscopia Básica
Imagem 60. Exemplos de formas gráficas dos gramas. Falat e Rebelho Filho, 2012
Imagem 61. Comportamento dos gramas em relação às linhas de base. Mendes 2010
ESPC 62
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Elementos da escrita
Os elementos da escrita são:
O andamento gráfico, que corresponde aos momentos gráficos. Sã os grupos de
letras, de um mesmo vocábulo, que interligam, separado-se de outros que lhes seguem. A
silabação possui normas gramaticais e, no andamento gráfico, são divisões arbitrárias,
adotadas pelo escritor por força do hábito, sem obedecer a qualquer norma;
A inclinação axial, relativa ao comportamento dos eixos gramaticais. A escrita
pode ser verticalizada, inclinada para a direita ou para a esquerda. Com relação à
inclinação, uma peculiaridade adquire maior valor: é a reversão do eixo gramatical. Assim
certas letras podem se inclinar para a esquerda, quebrando a orientação para a direita
das demais e vice-versa;
O espaçamento gráfico, refere-se a distância que os gramas, letras, vocábulos e
linhas de uma escrita guardam entre si. Assim teremos os espaçamentos intergramaticais,
interliterais, intervocabulares e interlineares;
O calibre, que corresponde aos tamanho das letras. Ha escritores que fazem
letras grandes - macrografia - e outros de tamanho reduzido, até de difícil leitura -
micrografia. Há, também, os que fazem determinadas letras com maior calibre do que as
demais. Este modismo é de alguma significação, pois o fato pode passar despercebido nas
imitações e não pode ser evitado nas simulações. Ha ainda escritores que possuem o
hábito de diminuir o calibre das letras à medida que as escreve: o fenômeno é conhecido
por gladiolagem e se reveste de alguma valia. Contrariamente, quando o calibre
aumenta, ocorre a gladiolagem invertida;
Valores angulares e curvilíneos, este trazem a predominância dos ângulos ou das
curvas no grafismo. Escritas há em que os valores angulares sobrepujam os curvilíneos e,
em outras, há predominância destes sobre aqueles. E há ainda, grafismos em que esses
dois valores coexistem em igual escala, de forma mista;
O alinhamento gráfico, que representa o comportamento da escrita em função
de uma linha de pauta, ideal ou impressa. A escrita pode se desenvolver acima da linha de
pauta ou sobre ela; pode iniciar na pauta e dela se distanciar ou de forma inversa, ou
ainda, estar abaixo da pauta, conforme o hábito gráfico.
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