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Contabilidade
A banca
e a contabilidade bancária
A banca moderna constitui o elemento central de uma actividade complexa, cu-
jos vectores fundamentais resultam da função creditícia, da função monetária e
da função de investimento e que se corporiza na recolha de depósitos, na
transformação e distribuição do crédito, na criação de moeda e na prestação de
serviços. Os bancos constituem, então, verdadeiras empresas industriais de cré-
dito e não apenas simples comerciantes de dinheiro.
Por Maria Reinolds de Melo
A regulamentação da actividade das instituições vem ser transpostos para o direito interno de
de crédito pode vir de diferentes fontes: cada Estado membro.
– Comunidade Europeia Os avisos do BP têm poder executivo na
*Directivas; medida em que são aprovados pelo Minis-
*Regulamentos Comunitários. tério das Finanças.
As Instruções e as Circulares esclarecem as-
– Governo ou Assembleia da República co- pectos específicos constantes em diplomas
mo órgão legislativo legais, de maneira a garantir a sua correcta
*Leis; execução.
*Decretos-Lei. O banco detém a cada momento uma
situação patrimonial para sustentar a
– Banco de Portugal sua actividade, esta situação patrimo-
*Avisos; nial é designada por Balanço, consti-
*Instruções; tuída pelo Activo pelo Passivo e Si-
Circulares. tuação Liquida.
Referente ao património as contas classifi-
Deve-se evidenciar que no caso das directi- cam-se em (pela Instrução n.º 23 de De-
vas e regulamentos comunitários, estes de- zembro de 2004 - ver anexo):
TOC Novembro 2006 #80 31
47 – Provisões;
1. Contas do activo; 48 a 53, e saldos credores da 54 – Outros Passivos
2. Contas do passivo; 48 – Passivos subordinados
3. Contas da situação líquida. 49 – Passivos por impostos sobre o rendimento
50 – Responsabilidades com pensões e outros benefícios
As primeiras agrupam elementos patrimo- 51 – Credores e outros recursos
niais activos, isto é, bens da própria insti- 52 – Encargos a pagar
tuição e os direitos que lhe pertencem. 53 – Receitas com rendimento diferido
54 – Outras contas de regularização
Agrupam-se nas seguintes contas:
As terceiras englobam valores abstractos, re-
10, 11 e 12 – Disponibilidades; siduais, que resultam da diferença entre o
10 – Caixa e disponibilidades em bancos centrais
11 – Disponibilidades em outras instituições de crédito activo e o passivo. Agrupam-se nas contas
12 – Outras disponibilidades seguintes:
13 a 22 – Aplicações;
13 – Aplicações em instituições de crédito 55 a 57 – Capital;
14 – Crédito a clientes 55 – Capital
15 – Crédito e juros vencidos 56 – Acções próprias
16 – Activos financeiros detidos para negociação 57 – Outros instrumentos de capital
17 – Outros activos financeiros ao justo valor através de 58 a 60 – Reservas;
resultados (fair value option) 58 – Reservas de reavaliação
18 – Activos financeiros para venda 59 – Reservas por impostos diferidos
19 – Activos titularizados não desreconhecidos 60 – Outras reservas
20 – Activos com acordo de recompra 61 a 65 – Resultados.
21 – Derivados de cobertura com justo valor positivo 61 – Resultados transitados
22 – Investimentos detidos até à maturidade 62 – Interesses minoritários
23 a 29 – Imobilizações; 63 – Dividendos antecipados
23 – Invest. em filiais excluídas da consolidação, associa- 64 – Resultado líquido do exercício
das e empreend. conj. 65 – Imposto corrente sobre os lucros
24 – Investimentos em filiais, associadas e empreendimen-
tos conjuntos A Demonstração de Resultados Bancária re-
25 – Activos não correntes detidos para venda e ope-
rações descontinuadas vela a formação dos resultados do exercício
26 – Propriedades de investimento da actividade bancária da decomposição de
27 – Outros activos tangíveis custos e de proveitos do exercício. Entende-
28 – Diferenças de consolidação positivas (Goodwill)
29 – Outros activos intangíveis se por custos os valores incorporados ou
30 a 34, e o saldo devedor da conta 54 – Outros Actvos gastos na prestação de serviços bancários.
30 – Activos por impostos sobre o rendimento Os proveitos são essencialmente, gerados
31 – Devedores e outras aplicações
32 – Outros activos pelos produtos bancários vendidos.
33 – Rendimentos a receber Neste momento deixa-se de falar em custos
34 – Despesas com encargo diferido para falarmos de encargos, deixa-se de falar
35 a 37 – Ajustamentos (imparidades do activo)
35 – Imparidade acumulada (NIC) / Provisões para impari- de proveitos para falar de rendimentos (pe-
dade acumulada (NCA) la Instrução n.º 23, de Dezembro de 2004).
36 – Amortizações acumuladas
37 – Provisões acumuladas 66 a 78 – Contas de encargos (antigamente dizia-se
custos)
As segundas agrupam elementos patrimo- 66 – Juros e encargos similares
niais passivos, ou seja, que representam 67 – Comissões pagas associadas ao custo amortizado
obrigações pecuniárias a pagar. Agrupam-se 68 – Outras comissões pagas
69 – Perdas em operações financeiras
nas seguintes contas: 70 – Gastos com pessoal
71 – Gastos gerais administrativos
38 a 46 – Recursos alheios; 72 – Outros encargos e gastos operacionais
38 – Recursos de bancos centrais 73 – Apropriação de result. negativos em filiais excl. da
39 – Recursos de outras instituições de crédito consol., associadas e empreend. conj.
40 – Recursos de clientes 74 – Encargos por impostos diferidos
41 – Empréstimos 75 – Outros impostos
42 – Responsabilidades representadas por títulos sem 76 – Perdas de imparidade (NIC) / Provisões para
carácter subordinado imparidade (NCA)
43 – Passivos financeiros de negociação 77 – Amortizações do exercício
44 – Derivados de cobertura com justo valor negativo 78 – Provisões do exercício
45 – Passivos não correntes detidos para a venda e 79 a 88 – Rendimentos (antigamente dizia-se proveitos)
operações descontinuadas 79 – Juros e rendimentos similares
46 – Passivos por activos não desreconhecidos em ope- 80 – Comissões recebidas associadas ao custo amortizado
rações de titularização 81 – Outras comissões recebidas
32 Contabilidade
ra venda ou não sejam classificados como: Conta 321 – Outros metais preciosos, numis-
a) empréstimos concedidos ou contas a re- mática e medalhística
ceber; b) investimentos detidos até à matu- Inclui, entre outros, prata amoedada, em
ridade; c) activos financeiros pelo justo va- barra, fio ou chapa
lor através da conta de resultados, de acor-
do com o disposto na IAS 39. Conta 33 – Rendimentos a receber
Compreende, entre outros elementos, a parce-
Conta 19 – Activos titularizados não desre- la de juros (a receber) e de comissões posteci-
conhecidos padas (a receber) incluídas no valor de Balanço
Inclui todos aqueles activos que, tendo sido dos elementos patrimoniais que se encontram
objecto de cedência no âmbito de uma ope- valorizados ao custo amortizado. Essas parcelas
ração de securitização, não respeitam as são periodificadas nesta conta (pelo método da
condições necessárias para que sejam des- taxa efectiva), de forma autónoma.
reconhecidos, nos termos da IAS 39.
Conta 34 – Despesas com encargo diferido
Conta 20 – Activos com acordo de recompra Compreende, para além de outros elemen-
Inclui os activos a que se refere o parágrafo tos, a parcela de comissões antecipadas (pa-
37 da IAS 39, designadamente aqueles que gas) incluídas no valor de Balanço dos ele-
tendo sido cedidos a terceiros, se encontram mentos patrimoniais que se encontram va-
sujeitos a um acordo de recompra nas con- lorizados ao custo amortizado. Essa parcela
dições a que a norma se refere. é periodificada nesta conta (pelo método da
taxa efectiva), de forma autónoma .
Conta 22 – Investimentos detidos até à ma-
turidade Conta 35 – Imparidade acumulada (NIC) /
Inclui activos financeiros não derivados com Provisões para imparidade acumuladas
pagamentos fixos ou determináveis, com (NCA)
uma maturidade determinada, relativamente Autonomiza o valor da imparidade acumu-
aos quais exista intenção e capacidade de lada dos elementos patrimoniais que não es-
deter até ao vencimento, de acordo com o tejam valorizados no Balanço ao justo valor.
disposto na IAS 39. Esta rubrica inclui as provisões para impari-
dade acumuladas, nos termos do Aviso
Conta 25 – Activos não correntes detidos pa- n.º 3/95, de 30.06.95, para as instituições
ra venda e operações descontinuadas que preparem as suas demonstrações finan-
Inclui os activos cujo valor de balanço se ceiras de acordo com as NCA.
prevê que venha a ser recuperado através
de alienação (num prazo superior a 12 me- Conta 38 – Recursos de bancos centrais
ses) e não através da sua utilização conti- Inclui as responsabilidades assumidas junto
nuada, desde que abrangidos pelo trata- do Banco de Portugal e de bancos centrais
mento disposto na IFRS 5. Tem-se nesta ca- de outros países.
tegoria, por exemplo, os activos adquiridos
em reembolso de crédito próprio, quando Conta 39 – Recursos de outras instituições de
não arrendados. crédito
Inclui as responsabilidades assumidas junto
Conta 31 – Devedores e outras aplicações de outras instituições de crédito estabeleci-
Inclui as operações com terceiros, penden- das em Portugal ou no estrangeiro.
tes de regularização, que não assumam a Por muito curto prazo entende-se o prazo
forma de crédito concedido. até 2 dias úteis.
cimento e que, por esse motivo, constitui cebidas) incluídas no valor de Balanço dos
um valor a deduzir ao passivo. elementos patrimoniais que se encontram
valorizados ao custo amortizado. Essa par-
Conta 43 – Passivos financeiros de negociação cela é periodificada nesta conta (pelo méto-
Inclui os passivos incorridos com a principal do da taxa efectiva), de forma autónoma.
finalidade de recompra num prazo muito
próximo e os instrumentos derivados com Conta 5480 – Operações activas a regularizar
custo de substituição negativo (excepto no Inclui operações activas que, por qualquer
caso de um derivado que seja um instru- circunstância, não possam ser imediatamente
mento de cobertura designado e eficaz), de reportadas nas contas a que dizem respeito.
acordo com o disposto na IAS 39.
Conta 5481 – Operações passivas a regularizar
Conta 45 – Passivos não correntes detidos pa- Inclui operações passivas que, por qualquer
ra venda e operações descontinuadas circunstância, não possam ser imediatamen-
Inclui os passivos a que alude o parágrafo te reportadas nas contas a que dizem res-
38 da IFRS 5. peito.