Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
DIREITO
ADMINISTRATIVO I
APOSTILA
FLÁVIO ALVES
02/01/2019
Introdução, com os princípios, etimologia, evolução histórica no mundo e no Brasil, a questão dos sistemas de
controle dos atos administrativos, Direito Organização Administrativa do Brasil envolvendo Direito Constitucional,
Organização do Estado, Atos administrativos, Poderes administrativos, Licitações e Contratos administrativos.
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................ 5
Introdução ao Direito Administrativo .................................................................................. 8
Critério Objetivo e Material do Estado .......................................................................... 10
Tipos de Estado, Formas de Estado, Sistemas de Governo e Ambientes de Governo... 11
Objeto de Estudo do Direito Administrativo .................................................................. 11
Critérios Usados no Estudo do Direito Administrativo .................................................. 12
Princípios do Direito Administrativo.................................................................................. 12
Classificação dos Princípios ............................................................................................ 14
Planejamento ................................................................................................................. 19
Princípio da Coordenação .............................................................................................. 23
Descentralização ............................................................................................................ 23
Desconcentração é Outro Conceito ............................................................................... 24
Delegação de Competência ............................................................................................ 24
Controle .......................................................................................................................... 25
Supremacia do Interesse Público - da Finalidade Pública .............................................. 26
Supremacia ......................................................................................................................... 26
Poder de Polícia .............................................................................................................. 29
Mais Características dos Atos Administrativos .............................................................. 31
Continuidade do Serviço Público e Princípios Norteadores da Administração Pública . 33
Princípios Básicos da Administração: ............................................................. 36
Legalidade ...........................................................................................37
Impessoalidade............................................................................................................... 42
Moralidade Administrativa............................................................................................. 43
Publicidade ..................................................................................................................... 45
Eficiência......................................................................................................................... 45
Da Especialidade e da Tutela e Continuação dos Princípios................................ 46
Princípio da Igualdade ou Isonomia ............................................................................... 50
Princípio da Hierarquia ................................................................................................... 51
Presunção de Legitimidade e Veracidade ou Legalidade dos Atos Administrativos. ..... 53
Motivação ....................................................................................................................... 53
Princípio da Razoabilidade ou Proporcionalidade.......................................................... 54
1
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
2
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
3
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
4
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Apresentação
E
stamos num curso de ciências humanas. A Filosofia de
trabalho deve ser inspirada no ser humano, no
relacionamento entre eles. As falhas e as vantagens das
pessoas são levadas em consideração.
O Direito Administrativo
5
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
1) Atos administrativos;
2) Poderes administrativos;
3) Licitações;
4) Contratos administrativos.
O Estado precisa de meios para chegar aos seus fins. Para isso existe
o Direito Administrativo, que regula os meios que o Estado tem de se organizar,
inclusive o monetário. Por isso o Direito Tributário era, antes, ligado ao
administrativo, mas se dissociou para melhor regular a relação jurídica
tributária. Os três Direitos estão muito interligados. Temos autonomia entre o
Administrativo, Financeiro e Tributário, mas essa autonomia é relativa.
Princípios fundamentais:
6
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
7
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O
Programa tem seis grandes ciclos. Introdução, organização da
Administração Pública Brasileira, atos administrativos, poderes
administrativos, licitações e contratos administrativos. Este é o
Direito Administrativo I. Em Direito Administrativo II estudaremos os
servidores públicos, domínio público, improbidade administrativa, intervenção
do Estado na propriedade, entre outros assuntos.
8
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
9
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
[...]
10
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
37 a 41.
11
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
12
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
V
amos para os princípios de Direito Administrativo. É um
assunto que se revela de suma importância, mesmo que
não desperte muitas paixões por ser uma questão mais
filosófica do que propriamente jurídica. Definir princípios é tarefa da Filosofia, e
não do Direito Administrativo. A Resolução nº 75 do Conselho Nacional de
Justiça colocou Filosofia do Direito como disciplina obrigatória para a carreira
da magistratura, então temos que nos acostumar desde já. Mas, em nossa vida
pessoal, e em vários campos de ação humana, temos princípios. São conjuntos
de proposições que estão na base de tudo, orientando as ações. Em geral, no
campo da ciência, são as ideias que estão na base. No Direito Administrativo, os
princípios são o que legitimam as normas.
13
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
14
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
15
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Essa pluralidade, de acordo com Cretella Júnior, mostra que é difícil haver
unanimidade na doutrina.
16
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
17
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios
fundamentais:
I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.
IV – Delegação de Competência.
V – Contrôle.
Esse decreto-lei tem uma fundamentação jurídica curiosa: nessa época, já havia
sido outorgada a Constituição de 1967:
Art. 189. Esta Constituição será promulgada, simultaneamente, pelas Mesas das Casas do
Congresso Nacional e entrará em vigor no dia 15 de março de 1967.
18
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Administração. Esse decreto-lei foi muito importante, além disso, pois instituiu
o termo “licitação”. Concorrência passou a ser um tipo de licitação. Surgiram
também as “pessoas jurídicas administrativas” com esse decreto. Tudo buscava,
essencialmente, melhorar o funcionamento da Administração. É a norma que
rege esse funcionamento até hoje.
Planejamento
19
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
20
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
[...]
21
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 7º [...] § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: [...]
22
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.
Princípio da Coordenação
Descentralização
23
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Delegação de Competência
24
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
transferir suas atribuições para outros órgãos, desde que haja outros e previsão
legal, mesmo sem subordinação hierárquica. Atividades do Presidente da
República podem ser delegadas para os Ministros. O contrário da delegação de
competência chama-se avocação. Vamos ver no futuro. Hoje, na área federal, o
que regula o assunto é a Lei 9784/99, em seu art. 11.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
A delegação pode ser realizada em alguns casos, mas não em outros. Exemplo:
competência exclusiva/privativa. Quando se trata de ato normativo, também
não se fala em delegação.
Controle
25
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
26
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Norma geral é uma coisa de muita importância porque não pode entrar
muito em detalhes, sob pena de elidir a competência de outros entes federativos
submetendo-se ao risco de ser contraditada através da ação direta de
inconstitucionalidade.
27
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
28
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 17. A alienação de bens públicos deverá atender ao interesse público, ser precedida de
avaliação e autorização legislativa.
A Lei nº 9784/99, em seu art. 2º, também determina que deve ser observado o
interesse público:
Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Poder de Polícia
A
Atuação do Estado para atender ao interesse público em
detrimento do interesse privado deve se pautar por normas de
direito público, como as normas de limitação do direito de
propriedade. O direito de liberdade individual também é enfraquecido pelo
poder de polícia do Estado. O que é poder de polícia? É uma expressão usada na
época do liberalismo econômico na França, concebida para que se proteja o
29
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
30
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Por que se acredita que as certidões emitidas por órgãos públicos têm fé
pública? Porque há presunção de legitimidade da certidão, ou nada funcionaria.
Deve existir em função da confiança que o administrado deposita no
administrador.
31
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
32
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
33
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Por que isso tem acontecido apesar de não haver lei específica? Porque
sindicatos impetraram mandado de injunção perante o Supremo Tribunal
Federal, que passou a admitir, provisoriamente, o regime de greve das empresas
privadas para as greves no serviço público ante à ausência de lei disciplinando a
matéria constitucional, o que dificulta o exercício de um direito fundamental.
34
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
35
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Legalidade;
36
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência.
Legalidade
37
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:[...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;[...]
Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
38
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
no que se refere à atuação das fundações a serem instituídas por lei, no que se
refere à sua área de atuação. Essa área de atuação tem que ser regrada por lei
complementar. Mas é curioso observar que algumas normas não são específicas
de Administração, mas gerais. Nossa Constituição exige normas gerais de
Direito Financeiro, normas gerais de Direito Tributário e normas gerais de
Licitações e Contratos.
No Direito Financeiro e tributário, normas gerais só podem ser baixadas
por lei complementar. No Direito Administrativo, normas gerais sobre licitações
e contratos são baixadas por leis ordinárias. Essa facilidade de ser disciplinadas
por lei ordinária faz com que haja maior flexibilidade para disciplinar as leis. A
Lei 8666/93 já teve cerca de 50 modificações, especialmente no que tange à
dispensa de licitação e licitação dispensada. Assim dá-se mais flexibilidade para
a edição de normas administrativas. É mais difícil no Direito Financeiro e no
Direito Tributário.
Leis delegadas são leis baixadas pelo Poder Executivo com autorização do
Legislativo. São cerca de treze, onze das quais sobre normas administrativas.
Diferente de Minas Gerais, em que o prestigio político do governador Aécio
Neves permitiu-o editar 120. Importante observar que, por força do art. 68 da
Constituição, veda-se a existência de lei delegada sobre matéria reservada à lei
complementar, como também não pode haver medida provisória sobre matéria
reservada à lei complementar.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional,
os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria
reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: [...]
39
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Lei e o Direito:
40
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: [...]
Outra observação: também há outro ato normativo que pode ser baixado
pelo Presidente da República, com base na Constituição, que são os decretos
autônomos. Não são decretos regulamentando outras normas. Extinção de
cargos e funções quando vagos, por exemplo, ou para disciplinar a organização e
funcionamento da administração federal desde que não haja aumento de
despesa e criação ou extinção de órgãos. Lembrando ainda que compete ao
Presidente da República expedir decretos para a fiel execução das leis. O
princípio da legalidade tem esse outro viés quanto aos atos normativos em
sentido formal.
41
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
A Lei 4320/64 é uma lei de Direito Financeiro que trata do controle dos
atos de execução financeira e orçamentária com base no princípio da legalidade.
Há também a Lei 4717/65, sobre a ação popular, permitindo a proteção popular
do patrimônio público.
Impessoalidade
42
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
43
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
44
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
É um conceito relativo, motivo pelo qual alguns acham que não deveria ser
incluído na Constituição porque são mutáveis.
Publicidade
Eficiência
45
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
46
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
47
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e
um anos e no exercício dos direitos políticos.
48
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
49
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Súmula 346 – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
50
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Esse princípio tem uma aplicação mais forte em dois campos do Direito
Administrativo: licitações e concursos públicos. Aquela, pela regra
do julgamento objetivo das propostas. Em todo esse procedimento licitatório
há o princípio da igualdade entre os participantes. O que não significa dizer que
os licitantes têm, entre si, igualdade de condições; no caso de um embate no
procedimento de licitação, há possibilidade de a Administração Pública
estabelecer critérios de desempate. Exemplo: estabelecer prioridade para
empresas que produzem bens para o país ou para a exportação. O que não se
pode é definir um processo licitatório e estabelecer critérios que gerem a
desigualdades entre licitantes. Exemplo: exigências de capital mínimo que
sejam incompatíveis com o porte do empreendimento. Isso é fraude, na
verdade. O indício de capacidade econômica é um critério objetivo e válido, mas
o excesso é discriminatório: exigir que a empresa tenha patrimônio mínimo de
R$ 2 bilhões para participar de uma licitação voltada à construção de trinta
casas populares.
Princípio da Hierarquia
51
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
52
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Motivação
53
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará
da respectiva ata ou de termo escrito.
54
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
55
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Coerentemente com a linha de pensamento que vem sendo desenvolvida, cabe, agora,
explicitar o significado de mais um princípio jurídico aplicável ao processo administrativo,
destinado a combater a mera legalidade, ou legalidade apenas aparente, ensejadora de
desvios e abusos de poder. Trata-se do princípio da razoabilidade, que num primeiro momento
pode parecer até absurdo, pois todas pessoas normalmente consideram que suas ações são
sempre ditadas pelo bom senso. Entretanto, no campo da experiência jurídica, diante do caso
concreto e à luz dos outros princípios consagrados pelo sistema jurídico ainda que com
alguma dificuldade, não impossível aferir se um determinado ato pode ou não ser havido
como razoável.
56
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
É um princípio geral do direito. Por que as leis, por via de regra, não
podem retroagir? Só o podem se preservarem o direito adquirido, a coisa
julgada e o ato jurídico perfeito. Até em matéria tributária: não se pode tributar
antes de entrar em vigor a lei que institui o tributo.
57
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
58
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
cofres públicos.
Princípio da Confiança e Boa-fé
59
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O assunto de fontes do Direito vem do latim fons, que quer dizer “de
onde brota.” Normalmente os autores classificam em
fontes materiais e formais. Materiais são os acontecimentos de nossa vida
cotidiana e servem de base para, uma vez valorados, transformam-se em
normas jurídicas. Olhem a Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale!
A
s fontes materiais têm objeto bastante diverso: servidores,
serviços, poder de polícia, órgãos públicos, atos administrativos,
contratos administrativos, então não temos uma definição única
do objeto do Direito Administrativo. Isso é pacifico na doutrina. É preciso
estabelecer, às vezes, o objeto de estudo que é, na realidade, o aspecto material
de onde irão incidir e onde serão buscadas as normas.
60
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Ler Fontes são as leis em sentido amplo, ou seja, os atos normativos em geral.
61
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Federal. Muitas coisas que se passam em nossa vida cotidiana fazem-se com
base na LODF. Exemplo: governador Arruda transferiu a sede do governo para
Taguatinga, praticando uma inobservância à lei. Ele não poderia ter colocado a
sede do governo lá. Mas a mídia não estava nem aí. Muito embora a LODF
elenque expressamente, ao contrário da Constituição Federal, o princípio da
razoabilidade:
CAPÍTULO V
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 19. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade,
motivação e interesse público, [...]
A Constituição brasileira é um ato normativo criado pelo Poder
Constituinte Originário, e as Emendas Constitucionais são atos
normativos derivados, e os ditos decorrentes são os editados
posteriormente, com base nas normas constitucionais.
62
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
63
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
64
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
As leis delegadas, por sua vez, são de muito pouco uso dentro da vida
jurídica brasileira. Na área federal só temos 13 leis delegadas. Todas elas sobre
assuntos administrativos. São 11 da década de 60, no tempo do Presidente João
Goulart, e duas do Presidente Collor. No Estado de Minas Gerais já vimos que
Aécio Neves conseguiu delegação para expedir 120 leis dessa espécie.
Importante observar que não pode existir lei delegada em matéria reservada à
lei complementar. Não se podem baixar normas gerais de Direito Tributário
nem de Direito Financeiro porque é matéria reservada. Nem aquilo que é
competência privativa do Congresso Nacional, nem o que for restrito ao Poder
Judiciário, como suas carreiras.
65
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
66
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
quase nenhum autor fala em princípios fundamentais pois eles se atêm aos
princípios pós-constitucionais. Note-se que o decreto não foi revogado, exceto
nas matérias específicas, como as licitações. O princípio da supervisão
ministerial, que é tutela, está no Decreto-lei 200.
Outra observação é que existem outras leis que também têm caráter
administrativo, mas não são examinadas dentro do Direito Administrativo. É a
questão dos bens públicos, por exemplo, que são tratadas dentro do Código
Civil. O que se consideram bens públicos para efeitos civis, para efeitos de
Direito Administrativo, e assim por diante? Os bens das empresas públicas são
bens públicos? O Direito Administrativo tem que pegar isso, que está na lei civil,
e coloca sob a ótica de um direito público.
67
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
68
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas
autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo
exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a
atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
69
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O
Direito Administrativo deve ser codificado ou não? Aliás, no
curso de Direito temos Direitos que são codificados e outros
que não são. O Financeiro não é codificado, o Tributário é o
Civil é... Depende da doutrina. Parte entende que não deve ser codificado, pois
há grande complexidade da Administração Pública Brasileira. A rigor, a norma
geral única que temos é a Lei 8.666/93, a Lei de Licitações. No entanto, a área
federal tem sua lei sobre processo administrativo, enquanto os estados têm suas
próprias. É por causa da extensão do país que essa banda da doutrina é
contrária à codificação. Aliás, quando se define que uma lei é chamada de
Código? Depende unicamente do legislador. E estatuto, quando temos?
Também depende do legislador.
Temos também uma Administração Indireta muito extensa, que vai das
autarquias aos consórcios públicos.
S
e a norma existe, ela deve ser interpretada. Nisso, temos várias
espécies de interpretação, métodos e várias interpretações quanto
à sua extensão. Espécies de interpretação: legislativa, doutrinária,
judicial, administrativa, popular. Métodos: lógico, teleológico, gramatical,
sistêmico, histórico... quanto à extensão: extensiva e restritiva; o Direito
Administrativo não tem interpretação própria, mas, guiados pelo princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado, devemos adotar
posicionamento mais favorável à preservação daquilo que é público em
detrimento do que for privado, se os dois elementos estiverem em cotejo direto
70
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
71
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
N
ão se pode falar em história do Direito Administrativo se falar
em história do Estado. O Direito Administrativo está ligado à
constituição do Estado, e também ao Estado Democrático de
Direito em fase posterior à Revolução Francesa. Desde os mais remotos
períodos podemos falar na existência do Estado, em uma organização estatal,
inicialmente regida pelo jus civile, que depois foi evoluindo até alcançar a Idade
Média, em que surgiram períodos monárquicos, do soberano, e paralelamente
da Igreja. Isso teve uma consequência com o aparecimento da teoria da
irresponsabilidade do Estado, ligada ao fato de que o imperador ou monarca
jamais poderia errar.
72
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
73
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
74
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
administrativas. [...]
A terceira situação se refere à impetração de habeas data. A
fundamentação é uma decisão do Supremo. O Ministro Celso de Mello
fixou o entendimento em que se deve esgotar a via administrativa para
ir a juízo. O STJ pensa da mesma maneira:
Súmula 2 – não cabe o habeas data (CF, art. 5., LXXII, letra "a") se
não houve recusa de informações por parte da autoridade
administrativa.
No processo tributário, nosso Código Tributário Nacional tem uma
regra interessante: se houver mandado de segurança para anular
dívida, ou ação anulatória de dívida, isso implica automaticamente na
desistência do processo administrativo, e o recurso por acaso
interposto. A Lei 6830/80 determina essa regra. Art. 38:
Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é
admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de
mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação
anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito
preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido
dos juros e multa de mora e demais encargos.
Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista
neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera
administrativa e desistência do recurso acaso interposto.
75
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Com isso adiantamos o item 2 de nosso programa, até para falar dos
sistemas administrativos, cuja origem histórica é um sistema de dupla
jurisdição na França, adotado pelo Brasil desde 1891. Na realidade, há uma
combinação de aspectos que têm que ser considerados em relação a essa
76
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
matéria.
77
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Até que, ao final do século XIX e início do XX, já tínhamos algumas ideias,
obras e legislações que versavam, no todo ou em parte, sobre Direito
Administrativo. uma delas foi a Lei 4536/22, editada sob a Constituição de 1891,
batizada de Código de contabilidade pública, que passou a ser o diploma de
Direito Administrativo e financeiro no Brasil. O nome de “Código” pode ter se
dado por influência do Código Civil de 1916. Tinha regras sobre licitação mas, na
época, só se falava em “concorrência pública”. As “cláusulas necessárias” da Lei
8.666/93 eram chamadas de “cláusulas essenciais” nesse antigo Código.
Isso foi o primórdio do Direito Administrativo brasileiro.
78
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
79
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
80
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Esquema:
Conceitos:
Formal, subjetivo – quem executa?
Substantivo – material, funcional – o que executa?
81
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
V
amos para a segunda parte de nossa matéria, a Organização
Administrativa brasileira. Para falar em Organização
Administrativa, devemos observar uma ligação estreita que a
doutrina faz a partir da nossa Constituição entre os conceitos de Estado,
Governo e Administração. O Direito Administrativo surge com o próprio
Estado, especialmente a partir da Revolução Francesa, com o próprio Estado
Democrático de Direito. Há uma vinculação estreita entre a Administração
Pública e o aparecimento do Estado Democrático de Direito, independente das
formas de Estado que podem ser adotadas.
82
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
83
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
84
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Atos Administrativos
V
amos estudar os atos administrativos mais detalhadamente na
próxima unidade da nossa matéria. Vamos falar somente o que
85
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
nos importa agora: quando se fala nos atos administrativos, temos também os
atos em sentido amplo e em sentido estrito. Os atos administrativos em sentido
amplo envolvem todos os atos de natureza política, como a decretação de
intervenção federal, de guerra, de estado de sítio. São atos de natureza política.
Mas como fazem parte, alguns deles, da Administração Pública, como o
Conselho de Defesa Nacional, um órgão superior de consulta do Presidente da
República, em todos eles existe a função administrativa também. Nenhum deles
pode funcionar se não tiver o apoio administrativo, a atividade meio para
desempenhar suas atividades principais.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
86
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
87
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
P
rimeiro dispositivo legal que vemos, que estabelece a divisão da
Administração Pública em direta e indireta, é o art. 4º do
88
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de
competência estiver enquadrada sua principal atividade.
Mas o que seria a Administração Direta? Nossa Constituição não diz isso.
O Decreto-lei 200 diz que ela seria constituída pelos órgãos integrantes da
Presidência da República e dos Ministérios. É, portanto, a doutrina que
estabelece isso, e somente a doutrina. Um dos conceitos retirados de um livro
que surgiu recentemente:¹ conjunto de pessoas jurídicas políticas, União,
estados, municípios e Distrito Federal, os órgãos que integram essas pessoas,
que envolvem todos os poderes por desconcentração, que não têm
personalidade jurídica, aos quais a lei confere o exercício da função
administrativa.
89
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
90
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
E o que é competência, neste caso? Atribuição conferida por lei para que
os órgãos e os agentes exerçam a função pública. Funcionam dentro das mesmas
pessoas jurídicas, através da criação de órgãos. Dentro do Poder Legislativo,
Judiciário e Executivo, além do Ministério Público. Defensoria Pública e
Advocacia Pública não são mencionados, mas também têm seus próprios
processos de desconcentração.
Importante observar que também pode haver desconcentração dentro
dos entes da Administração Pública indireta, como já falamos acima. Além do
exemplo já dado sobre a Funasa, há o Conselho fiscal e outras divisões dentro da
Petrobras, atualmente chamadas de gerências. Muito embora quase só se fale
em desconcentração na Administração Pública direta.
Formas de Desconcentração
A
Desconcentração pode se dar em razão da matéria, como
ocorre nos Ministérios, e, nos governos estaduais, com as
Secretarias de Estado. No Distrito Federal temos uma
desconcentração territorial, já que aqui não pode haver divisão em municípios,
mas em Regiões Administrativas. Há as Secretarias de Estado, as Agências
Reguladoras, a exemplo da Agefis, com sua estrutura interna. Há todo o
detalhamento de atribuições para facilitar a tarefa da desconcentração.
91
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Órgãos
92
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
93
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Administrativo.
94
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
95
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
aceita;
Teoria da Imputação, pela qual a conduta dos agentes públicos é
sempre imputada à pessoa jurídica a que pertencem.
96
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
97
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
98
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
99
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
100
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
101
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Superiores;
Subalternos.
Quanto à composição:
Singulares;
Colegiados.
Quanto à duração:
Temporários;
Permanentes.
Quanto ao poder:
Ativos;
Consultivos;
De controle.
Administração Indireta
Categorias de descentralização
102
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Política
Administrativa
o Territorial/geográfica
o Por serviços (outorga por lei)
o Por colaboração (delegação por contrato)
Características da descentralização
Não há hierarquia nem subordinação, mas vinculação para fins de
controle e tutela/supervisão por delegação o controle é mais rígido.
Não impede a existência da desconcentração (vide art. 1º, inciso I e inciso
II da Lei 9784/99)
O
Conceito de Administração Indireta não está na legislação
brasileira. São conceitos dados pela doutrina. Um exemplo é
aquele dado pela autora Maria Sylvia Di Pietro: “conjunto de
103
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
104
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
105
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Para que as pessoas jurídicas não se vejam soltas, deve haver alguma
forma de controle sobre elas. Usou-se essa expressão, portanto: vinculadas.
Dentro da Administração indireta não há relação de subordinação, mas
vinculação, no que estiver ligado às competências específicas dos Ministérios,
que integram a Administração Direta.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
106
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
competência.
P
rimeira é a ausência de hierarquia e de relação de subordinação
com os órgãos. Tratam-se de outras pessoas jurídicas, que devem
gozar de certas prerrogativas de atuação, diferentes das
outorgadas aos órgãos de Administração Direta. Temos algumas formas de
107
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
descentralização, como a outorga por lei, além da delegação pela via contratual,
que é o caso das permissionárias e concessionárias de serviços públicos. A
supervisão pelos Ministérios é, em tese, mais amena no sentido de se preservar
a autonomia dos órgãos que são objeto da descentralização. Relembremos
também que o Decreto-lei 200 estabeleceu como princípios fundamentais de
Administração, além do planejamento, da descentralização e coordenação, o
controle e a delegação de competência. Esta não deixa de ser, internamente,
uma forma de descentralizar e desconcentrar o serviço. O controle é uma
consequência da descentralização ou da delegação de competência. Nos termos
do Decreto-lei 200, portanto, temos:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente
descentralizada.
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de
direção do de execução;
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamente
aparelhadas e mediante convênio;
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei
os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
108
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
109
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
110
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
111
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
112
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei
os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
113
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Empresas Estatais
114
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
A
lgumas características que são comuns a quaisquer das
entidades que integram a Administração Direta, quanto à
observância dos princípios da Administração Pública:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Aplicam-se a
todos os poderes. São princípios constitucionais comuns a todas.
Elas são criadas para gozar de autonomia administrativa. Mas não podem
contratar à margem da lei; precisam de concursos, e as normas de licitação são
115
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
1. Atenção: não existe a palavra “subórgão”, pelo menos até onde sabemos oficialmente. O
“(sub)” foi ali colocado para que não se faça confusão quanto à existência de “órgãos dentro
de órgãos”.
2. Nos 40 segundos que sucederam este momento, o professor disse, aproximadamente, o
seguinte trecho: “Outra característica da descentralização é que ela pode ser feita
também por meio de licitação, conforme o art. 1º, § 2º da Lei do Processo Administrativo, o
que determina a inclusão de órgãos dentro de entidades de Administração Indireta, e não
somente da Administração Direta.” A expressão duvidosa é “por meio de licitação”.
116
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Criação da Autarquia
Sua criação se dá por meio de Lei e somente de igual modo, ocorre a sua
extinção, vejamos o que diz o Art. 37, XIX:
“Somente por lei específica, poderá ser criado autarquia (…)”
117
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos “servidores” da OAB, cujo
regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação
pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria.
2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à
Administração Pública Direta e Indireta.
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é
um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das
personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem
referido como “autarquias especiais” para pretender-se afirmar equivocada
independência das hoje chamadas “agências”.
5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB
não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes
está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária.
6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função
constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à
administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é
afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de
relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público.
7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e
independência, não podem ser tidas como congênere dos demais órgãos de
fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades
corporativas. Possui finalidade institucional.
8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos
empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e
independente.
9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação
conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79
da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos
118
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
servidores da OAB.
10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados
sob o regime trabalhista pela OAB.
11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento
do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser
ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou
de finalidade.
Após alguns anos, ao tratar da competência para julgar causas
envolvendo a OAB, o Informativo 837 do STF, trouxe um ponto polêmico ao
assunto, visto que o Ministro Marco Aurélio (relator) apresentou um argumento
em seu voto de que a OAB, na sua opinião, é uma “autarquia corporativista”.
119
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
V
amos continuar a Administração Indireta, vendo, agora a questão
das empresas públicas e sociedades de economia mista, além das
subsidiárias controladas diretamente ou indiretamente pelo poder
público. É aqui que encontramos uma ligação entre o Direito Administrativo e o
Direito Econômico, por conta dos aspectos relacionados à exploração da
atividade econômica, o que é tema do Direito Econômico.
120
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Pelo Decreto-lei 200/67, no art. 4º, além das autarquias e fundações, fazem
parte da Administração Indireta as empresas públicas e sociedades de economia
mista, que são consideradas, ainda, pessoas jurídicas administrativas pelo
Direito Administrativo. Mas, com frequência, vê-se na mídia o termo “empresas
estatais”. Também vemos falarem-se muito em empresas públicas em seu
sentido amplo, incluindo, agora, as empresas privadas, a contrariu sensu.
Empresa estatal é um conceito vago e impreciso que não é muito utilizado no
Direito Administrativo exatamente por isso. O que é uma empresa estatal? Em
regra, nossa Constituição não usa essa expressão. Ela fala em Administração
Direta, Administração Indireta, empresas públicas, sociedades de economia
mista, em alguns pontos “subsidiárias” e, incidentalmente, “entidades
controladas diretamente ou indiretamente pelo poder público.”
121
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
122
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
123
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
124
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
125
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
126
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
127
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
128
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
com o tempo, essa liberdade foi sendo tolhida, modificada, cada vez mais
relativa e não absoluta, e agora temos até fundações de direito público. E aqui
temos fundações instituídas pelo poder público com normas de direito privado.
129
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
130
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pública sob a forma de
sociedade anônima, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. -
EBSERH, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio,
vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração indeterminado.[...]
Art. 2o A EBSERH terá seu capital social representado por ações ordinárias nominativas,
integralmente sob a propriedade da União.
131
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
A empresa pode ter sua criação pelo Poder Executivo através de medida
provisória. O Decreto-lei 200 fala em criação mediante autorização legislativa, a
Constituição atual não veda a expedição de medida provisória; neste caso é
curioso observar que, no chamado decreto autônomo, com a Emenda
Constitucional nº 19, não se permite mais ao Poder Executivo dispor sobre
organização e funcionamento da Administração Pública quando existe à criação
de um órgão. Só que, curiosamente, a medida provisória aborda essa
possibilidade! Isso porque há vários casos de relevância e urgência que o
Supremo não questiona; ele não entra no mérito da relevância ou urgência.
Temos dois casos: o Decreto-lei 200/67 56 fala que as empresas públicas
têm por objetivo a exploração de atividade econômica. O objetivo não é a
rentabilidade, o lucro, como as associações particulares e fundações privadas.
No Decreto-lei 200/67 fala-se em exploração da atividade econômica, que
significa produção, distribuição, circulação e consumo de bens e serviços. Nossa
Constituição só fala em produção e circulação de bens, além de prestação de
serviços, sem dizer que são públicos.
132
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Deveria haver um estatuto, mas que não existe até hoje, estabelecendo as
regras peculiares de contratação e licitação. Aconteceu com a Petrobras. A lei
que criou a ANP permitiu à Petrobras ter regras próprias de licitação. Isso foi
133
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
134
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
que se faz para empresas privadas. E aqui se entende por que que, no caso da
prestação de serviços públicos, o regime predominante é o de direito público. As
empresas particulares que recebem concessão ou permissão para exploração de
serviços públicos submetem-se preponderantemente ao regime de direito
público. Por isso têm que participar de licitações, que têm regras próprias para
concessão e permissão.
Isso é o que o legislador estabeleceu no art. 175 da Constituição:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
135
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
136
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
137
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Atos Administrativos
1) Conceito
2) Ato e fato administrativo
a. Ato administrativo e ato regido pelo direito privado
b. Atos da Administração Pública (gênero)
3) Atos de administração (fatos administrativos – vide art. 93, inciso XIV,
Constituição Federal de 1988)
4) Atos administrativos
138
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
139
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Dentro desse elenco vastíssimo decorrem atos para que ela possa desempenhar
suas atribuições.
140
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
141
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
142
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de
obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais
naturais especificadas no projeto; [...]
143
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
144
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
M
as o que são, então, atos administrativos? Dentro de três
espécies da Administração Pública, só nos interessam os atos
regidos pelo direito público. Encontraremos vários conceitos 1:
Não há, a rigor, muita uniformidade conceitual pelo menos nesta parte.
145
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
146
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Para outros autores, temos as espécies seguidas da análise de cada um dos atos
de acordo com o critério de classificação.
1. Normativos;
2. Ordinatórios (ou ordenatórios);
3. Enunciativos;
147
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
4. Negociais; e
5. Punitivos.
148
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos
e no exercício dos direitos políticos.
149
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
150
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 67. As deliberações do Plenário e, no que couber, das câmaras, terão a forma de:
Parágrafo único. As deliberações previstas neste artigo serão formalizadas nos termos
estabelecidos em ato normativo.
151
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Quanto à forma/exteriorização/espécies
o Normativos: decretos, instruções, regimentos, resoluções,
deliberações;
o Ordinatórios: portarias, avisos, circulares, ordens de serviço,
ofícios, despachos, provimentos;
o Negociais: licença, autorização, permissão;
o Enunciativos: certidão, atestado, parecer;
o Punitivos: internos (disciplinar) e externos (poder de polícia e
contratuais)
Quanto à natureza do conteúdo
o Abstratos/gerais
o Concretos/individuais
Quanto ao grau de liberdade da Administração para decidir
o Vinculados
o Discricionários vs. arbitrários
Quanto à formação da manifestação de vontade
o Simples
152
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
o Complexos
o Compostos
Quanto ao objeto/prerrogativas
o De império
o De gestão
o De expediente
Quanto aos efeitos
o Internos
o Externos
Quanto aos resultados
o Constitutivos
o Declaratórios
Quanto à formação
o Válido
o Perfeito
o Eficaz Pendente
Quanto à forma
o Explícitos
o Implícitos
o Tácitos
153
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
imediatos, o que não é colocado por todos os autores. São prerrogativas. Vamos
examinar na aula que vem os atributos dos atos administrativos:
imperatividade, presunção de veracidade, autoexecutoriedade, presunção de
veracidade e legitimidade, e outros.
A Administração Pública também pratica atos regidos pelo direito privado, mas
estes, pelo motivo recém-exposto, não são atos administrativos.
154
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Atos normativos e enunciativos são tratados, por parte da doutrina, como atos
não administrativos.
Essa primeira classificação dos atos quanto à forma e espécie são sempre
atos escritos. Existem certos tipos que não necessariamente são escritos, mas
sim sob a forma de sinais de trânsito, ou placas indicativas de velocidades.
Outros podem ser verbais, como o apito de um policial, na missão da
fiscalização do trânsito. Vamos deixar de lado porque, quanto à exteriorização,
há exceções nos atos normativos. São formas excepcionais dentro da
Administração Pública, como o caso do apito.
Dentro dos atos escritos, e isso é uma classificação tradicional, temos cinco
espécies de atos administrativos:
155
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
1. Normativos;
2. Ordinatórios;
3. Enunciativos;
4. Negociais; e
5. Punitivos.
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
156
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
157
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
158
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Atos Ordinatórios
Essa palavra vem do campo processual. São atos que se referem aos atos
processuais e atos do juiz e das partes. Significa, na realidade, os atos
159
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
160
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
161
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Atos Negociais
162
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
163
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O uso da propriedade e a liberdade não são direitos absolutos. Por isso pode o
poder público, através do poder de polícia, usar do patrimônio do particular em
prol do interesse público.
Autorização e Permissão
164
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
não temos um ato administrativo. Para que se assine o contrato deve haver
licitação. Na autorização não temos contrato nem licitação. Com ela, atende-se a
interesse do particular para a prática de certos serviços, em que há o interesse
individual, mas também com a presença do coletivo, que tem que ser
preservado. Além disso, a autorização tem caráter geralmente temporário.
Existe, por exemplo, para o uso de bens públicos.
A permissão tem, hoje em dia, outra conotação. Ela passou a ser um ato
unilateral discricionário do poder público, mas ligado à realização de uma
licitação ou de um contrato, embora ainda possa existir a possibilidade do uso
da permissão para a utilização de bens públicos. Alguns autores acham que não,
dizendo estes que a utilização de bens públicos só poderá ser objeto de
autorização. O professor discorda porque há até “contratos de concessão
administrativa”, por meio dos quais é possível a utilização de bens públicos. Não
165
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
166
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Vamos fazer mais uma confusão: serviço de taxi. No Distrito Federal são
atos de permissão, envolvendo licitação e contratos. Mas, na doutrina, o serviço
de taxi é colocado como objeto de autorização. Devemos ir ao dispositivo legal
pertinente para saber quando se trata de autorização ou permissão. Há uma
semelhança entre os dois. Na concessão ou permissão, a titularidade é do poder
público, mas a execução é transferida ao particular. Telecomunicações e serviço
de radiodifusão são exemplos:
Atos Enunciativos
167
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Pareceres: são atos enunciativos que poderão ser ou não acolhidos pela
administração. Servem de base para a tomada de decisões. Alguns órgãos têm a
função eminentemente consultiva. Advocacia-Geral da União, por exemplo, é
um órgão de consulta e assessoramento do Poder Executivo. Seus pareceres
podem ser instrumentos para tomada de decisões. O parecer em si não produz
efeitos jurídicos. Alguns órgãos passaram a adotar o parecer normativo, como os
da Procuradoria da Fazenda. Só valem internamente para a organização, e não
para o particular. Têm o condão de passar, de maneira uniforme, regras de
condutas para certos órgãos. Não valem para o administrado.
Atos Punitivos
168
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Outras Classificações
169
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
170
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Existem alguns autores na doutrina que usam essas expressões como sinônimas,
mas não é o que a maior parte deles faz. O ato simples pode ser de uma
autoridade só, mas também de colegiados. O conceito de ato simples que demos
no parágrafo anterior é “manifestação de somente um órgão ou seu titular”, e
isso inclui os colegiado. Atos simples podem ser de órgãos colegiados ou
unitários. Em matéria de licitação, o procedimento é um conjunto de atos. Não
são atos complexos, porque se processam dentro do mesmo órgão. Ou dentro de
cada órgão, mas cujo ato final é a homologação do procedimento. O que se
objetiva com a licitação é dar ao particular a possibilidade de fornecer bens e
serviços à Administração Pública. Somente depois de concluídos todos os atos
do procedimento licitatório que se procede à homologação. A licitação é um ato
composto, não complexo. O procedimento é o mesmo, um conjunto de atos.
171
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
efeitos apenas internos, eles não geram, a princípio, direitos adquiridos, não são
objeto de publicação oficial extensa, como as portarias ministeriais. Mas há
certos tipos de atos de meio mais restrito, como os publicados em boletins de
pessoal. Há um meio interno de se publicar, mas sem alcance tão intenso.
Alguns só são levados a conhecimento dos interessados. Os atos de efeitos
internos não necessitam de ampla publicidade porque não geram direitos
adquiridos, e são simples comunicações, atos de expediente, como os
memorandos circulares e os ofícios de autoridades administrativas para outras,
que dispensam publicação.
Cuidado, porque isso não significa que são permitidos atos secretos,
como os do Senado em 2009. Atos sigilosos são tornados públicos
eventualmente. A Administração pode entender que necessitam sigilo
determinados atos, como os relacionados à segurança.
172
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
É outra classificação que não é mais usada, mas ainda aparece esporadicamente.
São os atos divididos em:
1. Atos de império, que são os atos de autoridade ou atos baseados em
poderes extroversos do Estado,
2. Atos de gestão;
3. Atos de expediente.
173
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
174
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
175
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Por fim, os atos-condição são aqueles praticados com base nos chamados
atos-regra (que são atos gerais e abstratos). Os atos-condição poderiam,
mediante acordo entre as partes, ser objeto de alteração unilateral por parte de
quem editou o ato. Exemplo: a nomeação do servidor público para um cargo de
livre nomeação como a Constituição garante. O ato é unilateral do
administrador, mas sua permissão para fazê-lo está prevista num outro
dispositivo legal, como a Constituição ou qualquer outra espécie normativa.
Seria possível modificar a situação independentemente da concordância da
outra parte, como a exoneração ad nutum. O servidor em cargo de confiança
pode ser exonerado a qualquer momento, sem justificativa.
176
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
177
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Por último, classificamos os atos quanto à formação. O ato pode ser nulo,
anulável ou inexistente. O professor aproveitará essa classificação dos atos
válidos para iniciar o próximo tema, que são os elementos dos atos
administrativos. Alguns autores apontam cinco, outros seis, outros sete. Faz-se
ao inverso do art. 2º da Lei 4717/65, que originariamente regulou a ação
popular. Curioso é que a doutrina se apoiou no raciocínio inverso da lei que
regula a ação popular e transportou para o Direito Administrativo.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos
de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.[...]
178
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Todo ato tem que ter uma causa. Não se praticam atos administrativos
sem uma causa. Depois, vamos ver quem pratica, qual a forma, qual seu
conteúdo e o que se pretende atingir. A finalidade está no outro extremo da
causa. Na doutrina, alguns falam em sujeito, e outros falam em competência.
O objeto é o próprio conteúdo do ato.
179
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes [...]
180
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
181
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
182
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
183
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Poderes Administrativos
Da palavra poder
184
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Espécies
o Vinculado e discricionário – para alguns estão incluídos nos
demais poderes
o Normativo – envolvem todos os poderes.
Espécies
Regulamentar/apenas do Poder Executivo
Decretos regulamentares
Decretos autônomos
Instruções normativas, resoluções, deliberações, etc.
o Hierárquico – ordenar atividades, controlar atividades, rever
decisões, avocar ou delegar atribuições, punir, editar atos...
Casos em que não há hierarquia (entre poderes, atos de
competência exclusiva, órgãos consultivos, etc)
o Disciplinar – devem apurar infrações e aplicar sanções (crimes
contra a Administração Pública/obrigatória), processo
administrativo.
Devem ser observados os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.
A
Quarta unidade de nosso conteúdo programático trata de
poderes administrativos. O que são poderes administrativos?
Colocamos no esquema algumas observações quanto ao uso da
expressão poder, desde o sentido coloquial, visto nos dicionários, passando pelo
Direito Constitucional, até chegar do Direito Administrativo propriamente dito,
já que estamos falando de poderes administrativos.
Ter poder significa ter a força, dispor de força, ou ter a faculdade, possuir
determinadas prerrogativas, privilégios, regalias; outros falam em competência,
e aqui temos uma referência: quem tem poder é quem tem autoridade. Na Lei
9748/99 está dito que tem autoridade qualquer agente público que tenha poder
de decisão. Novamente a palavra poder aparece, mas com um sentido de
185
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
186
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
por atos administrativos, atingir finalidades que não sejam do interesse público
ou então não se encontrem implícita ou explicitamente estabelecidas na lei.
Desvio de finalidade é uma forma de abuso de poder.
A palavra poder é usada em nosso texto constitucional em vários
significados: político, institucional, tributário, econômico, eleitoral, todas com
reflexo no Direito Administrativo. Lembrem-se que qualquer pessoa pode ir a
juízo contra os poderes públicos, para apontar ilegalidades como o abuso de
poder (art. 5º, inciso XXXIV, alínea a).
Nossa Constituição, portanto, é recheada da expressão poder, em vários
significados.
187
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
188
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
189
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Poder Normativo
190
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
191
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
192
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Poder Hierárquico
J
á falamos sobre o princípio da hierarquia. Hierarquia vem do grego,
de ieros (sagrado) e arkheia(governo), como vimos, e surge mais
fortemente na Igreja Católica. Também vemos na organização militar dos
estados e Distrito Federal, e também das Forças Armadas do Brasil, ao
olharmos os arts. 42 e 142 da Constituição. São esses dispositivos que, de
maneira bastante incisiva, falam sobre a hierarquia e a disciplina.
193
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios. [...]
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem. [...]
194
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
195
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Poder Disciplinar
P
oder disciplinar é o poder-dever de apurar infrações cometidas e punir.
Independe de Processo Penal. Inclusive, quando for crime contra a
Administração Pública, no art. 320 do Código Penal, é condescendência
criminosa deixar de apurar ilegalidades na Administração.
196
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:
Poder de Polícia
197
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
colaboração destas.
Limites – traçados pela lei, razoabilidade e proporcionalidade, coação
somente se não houver outro meio eficaz, somente (vide parágrafo único,
art. 78, CTN) deve ser utilizado para evitar ameaças reais de interesse
público. Deve ser eficaz para impedir dano ao interesse público.
O
s poderes administrativos constituem prerrogativas da
Administração Pública com base no regime jurídico de direito
público para que ela tenha instrumentos de atuação para poder
prevalecer, executar na prática o princípio da supremacia do interesse público
sobre o interesse individual, mas que também acarreta, em função de outro
princípio, o da indisponibilidade do interesse público, deveres para a
Administração quanto à realização. Os poderes administrativos são verdadeiros
deveres administrativos, dependendo da forma como se coloca em relação ao
interesse público.
198
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Conceito Atual
O
que vem a ser, hoje, o poder de polícia? Embora seja uma noção de
Direito Administrativo, em geral temos conceitos doutrinários em
vários livros, todos eles envolvendo atividades da Administração
Pública consistente em limitar direitos, atividades, interesses das pessoas com
o propósito de proteger a coletividade pública com o fim de atender ao
interesse público.
Mas não é somente isso. Vamos aprender, mais para frente, em Direito
199
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O segundo tipo de tributo são as taxas. Por que temos que falar de Direito
Tributário aqui? É para fazer o laço com o Direito Administrativo ao falar do
poder de polícia. O poder tributário tem que estabelecer, como causa da
obrigação, a prestação de um serviço público ou o serviço regular do poder de
polícia. TLP, a Taxa de Limpeza Pública: são duas obrigações distintas. No caso
do IPTU, o contribuinte tem que pagar porque é proprietário de um imóvel
localizado na zona urbana. TLP existe porque há necessidade de se fazer o
serviço de coleta de lixo. Assim vemos que existem taxas que decorrem da
prestação de serviços.
Quando uma pessoa busca a prestação jurisdicional, ela paga custas
processuais. Esse é o nomen juris no Direito Processual, mas aqui chamamos
de taxas pela prestação de serviços jurisdicionais. O Poder Executivo não pode
200
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº
31, de 28.12.1966)
201
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
202
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. [...]
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
203
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 117. A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
nos termos da legislação pertinente, para a preservação da ordem pública, da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, pelos seguintes órgãos relativamente autônomos, subordinados
diretamente ao Governador do Distrito Federal: (Declarada a inconstitucionalidade do caput
e dos respectivos incisos deste artigo: ADI nº 1182 – STF, Diário de Justiça 10/3/2006.)[...]
204
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 119. À Polícia Civil, órgão permanente dirigido por delegado de polícia de carreira,
incumbe, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais, exceto as militares. [...]
Art. 120. À Polícia Militar, órgão regular e permanente, organizado e mantido pela União,
cujos princípios fundamentais estão embasados na hierarquia e disciplina, compete, além de
outras atribuições definidas em lei e ressalvadas as missões peculiares às Forças Armadas:
(Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 1045 – STF, julgamento em 15/4/2009.) [...]
Inciso IV: a função de polícia judiciária militar, nos termos da lei federal. A
mesma regra se aplica também ao Corpo de Bombeiros Militar, que tem como
atividade a defesa civil, a prevenção ao combate a incêndios, a realização de
perícias, e a busca e salvamento de pessoas.
205
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
206
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.[...]
207
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Limites
208
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
T
em-se questionado na doutrina os limites para o exercício do poder de
polícia. A doutrina tem estabelecido algumas regrinhas, mas devemos
voltar ao art. 78 do CTN, desta vez no parágrafo único:
“Nos limites da lei aplicável”: a lei deve traçar esses limites, com
observância do devido processo legal. É um exercício que mexe com direitos e
garantias fundamentais. Alguns atos do poder de polícia são vinculados, outros
são discricionários, e nestes mora o risco de se descambar para a irrazoabilidade
e desproporcionalidade entre meios e fins.
209
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Outra característica é que o poder de polícia deve ser eficaz e só deve ser usado
para evitar ameaças reais.
210
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Licitações
Conceito
Princípios
Dispensa e inexigibilidade
Origem no Brasil – Título II – normas gerais para compras, obras,
serviços e alienações – Decreto-lei 200/67, arts. 125 e 144
Denominação – licitação pública (art. 37, inciso XXI, CF/88) ou
licitação (art. 22, inciso XXVII, art. 173, III, art. 175, todos da
Constituição, mais a Lei 8666/93.
Origem etimológica: do latim, licitatio, dos verbos liceri ou licitari =
lançar em leilão, oferecer preço, lance.
Sentido literal: ato de licitar ou oferecer preço sobre coisa posta em
leilão. Leilão é ato no qual os lançadores ou licitantes fazem a licitação
Conceitos no Direito Administrativo
o Ato que pode tomar diferentes formas, promovido pelo
Administração Pública
o Princípio/proposição que orienta a Administração Pública
para a obtenção de bens ou serviços e realização de obras
o Procedimento – conjunto de atos e fatos administrativos da
Administração Pública e de terceiros visando à proposta mais
vantajosa para a Administração e à promoção do desenvolvimento
nacional sustentável
Caracteriza ato formal
Princípios
1. Igualdade
2. Legalidade
3. Impessoalidade
4. Moralidade
5. Publicidade
211
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
C
omo usualmente, buscamos uma origem histórica, seu
significado etimológico até chegar ao conceito contemporâneo de
licitação.
A palavra licitação no Brasil, como está colocada, apareceu no famoso Decreto-
lei 200/67, que introduziu uma reforma administrativa na Administração
Pública Federal brasileira.1 Foi o decreto-lei que estabeleceu princípios
fundamentais da Administração Pública federal: planejamento, coordenação,
descentralização administrativa, delegação de competência, controle, que são
aqueles cinco princípios que vimos desde o começo deste semestre.
212
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Conceito de Licitação
213
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em
lei, respeitado o princípio da concorrência.
214
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Os atos de terceiros também fazem parte do ato de licitar. São atos e fatos
que envolvem consequências jurídicas. A licitação é um procedimento que
envolve uma série de atos e fatos administrativos, praticados pela
Administração Pública e por terceiros, visando entregar a proposta mais
vantajosa para a Administração Pública.
215
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se
refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento
estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
São, portanto, procedimentos que envolvem atos, cujo ato final deve ser
216
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
217
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
“Além dos outros que lhe sejam correlatos.” Arrola somente oito, quatro dos
quais fazem parte dos princípios básicos da Administração Pública. O
dispositivo não menciona a eficiência, que só surge com a Emenda
Constitucional nº 19 de 98, posterior à Lei 8666, que é de 93. Além de outros
que são correlatos, como o princípio da padronização, do controle, e mais um
que o professor refuta, talvez do ponto de vista operacional, que é o
do planejamento. Isso porque às vezes ele falta, no procedimento de licitação,
logo no início.
Vários dos princípios acima nós já vimos em aulas anteriores. Vamos dar
destaque aqui para os mais desconhecidos. Vamos, claro, chamar atenção para a
importância de todos. O princípio da igualdade ou isonomia tem suas limitações
também. Não é um princípio absoluto. Outros princípios envolvem a probidade
da Administração. A Lei 8429/92 estabelece a necessidade de observância dos
princípios, e inclusive é crime não observá-los. Lealdade e boa-fé estão entre
eles. Há o aspecto penal, inclusive no que se refere ao sigilo das propostas,
quando são devassadas antes do momento, isso constitui crime contra a
Administração Pública. Código Penal:
218
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Na Constituição isso se chama plano plurianual, o PPA. Não tem muito efeito
prático porque sempre tivemos algo do mesmo tipo no Brasil ao longo da
219
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
história, e nossa Constituição de 1988 não foi muito inovadora nesse aspecto.
Esses PPAs vieram para substituir o que se tinha na Constituição de
1967/69: os Planos Nacionais de Desenvolvimento Econômico e Social. O que é
hoje tratado em PPA era objetivo permanente dos governos militares! Hoje, na
Constituição de 1988, que veio num momento em que o Brasil vivia sucessivas
crises econômicas, mudou-se a filosofia de planejar na Administração Pública.
Adotou-se o planejamento estratégico, elaborando-se os PPAs, com duração de
quatro anos, que têm como objetivo definir prioridades, metas da
Administração Pública, envolvendo os programas de duração continuada, e as
despesas de capital, além das despesas decorrentes. Foi uma conquista
importante porque o raciocínio econômico de que o país precisa de investimento
econômico para crescer é inegável. Mas do ponto de vista operacional isso
implica despesas decorrentes. Não se pode pensar em fazer obras sem
investimentos. O próprio PAC consiste em uma série de obras públicas visando
ao crescimento do PIB, pois criam novos bens que são agregados ao processo
produtivo nacional.
Veremos em Direito Financeiro que a única lei que não pode conter
matéria estranha é a lei orçamentária. Rui Barbosa já havia visualizado que esse
expediente poderia ser usado, e chamou isso de “caudas orçamentárias”. Hoje
isso acontece até mesmo por iniciativa do Poder Executivo. É o que se chama
hoje, popular e corretamente, de “contrabando”.
220
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
221
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios
fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Contrôle.
222
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
223
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública,
promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça,
fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão
da vantagem oferecida.
224
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
225
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
sistematicamente.
226
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Licitação Inexigível
Regra geral:
Art. 37, inciso XXI, c/c art. 2º da Lei 8666/93.
Princípio da indisponibilidade do interesse público.
realização de licitação para obras, serviços, compras e
alienações.
Exceções: casos especificados na legislação – arts. 17, 24 e
25 da Lei 8666/93
Observação: a concessão ou permissão de serviços públicos sempre
ocorrerá a licitação (não há exceção) – art. 175, Constituição de 1988
Inexigibilidade: caracterização – licitação dispensada – caracterização
– licitação dispensável – caracterização
o Motivação do ato de dispensa ou inexigibilidade – art.
50, inciso IV da Lei 9784/99, art. 58, caput, e art. 26 da
Lei 8666/93
o Comunicação, ratificação e publicação do ato/condição
de eficácia
Hipóteses de inexigibilidade
Art. 25 da Lei 8666/93
o I - Produtor/representante exclusivo para
compras de bens singulares (materiais, gêneros,
equipamentos). Só há um fornecedor daqueles
produtos. Pode haver mais de um fornecedor, mas no
local da licitação só há um. Princípio da padronização
é referenciado para compras de bens (deverão sempre
que possível obedecer ao princípio da padronização) e
a lei não permite que se escolha uma determinada
227
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
P
elo princípio da indisponibilidade do interesse público,
nossa Constituição determina que a aquisição e realização
de obras, bem como a alienação de bens devem obedecer a
um procedimento administrativo. Alguns falam em procedimento, outros falam
228
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
A Lei 8666/93, em seu art. 2º, estabelece a mesma regra, determinando que a
realização de obras, compras de bens, prestação de serviços, locações de bens e
alienações devem observar o procedimento da licitação, ressalvados os casos
expressos. O que é disciplinado pela Lei 8666/93 é a realização de obras,
fornecimento de bens, prestação de serviços e alienação de bens.
229
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
São situações dentro desse contexto, já que a regra básica é a Lei 8666/93.
230
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
que normas gerais de qualquer ramo do direito são taxadas por lei
complementar, que precisam de maioria absoluta para aprovar. No caso da Lei
8666/93, esta é lei ordinária, e é mais fácil o governo ter maioria no Poder
Legislativo e fazer alterações. No caso da concessão e permissão de serviços
públicos, não existe exceção nenhuma. A Constituição diz que sempre haverá
licitação. É a regra do art. 175.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.[...]
231
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
232
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O art. 50, inciso IV da Lei 9784 trata dos atos administrativos na área federal,
mas a doutrina encontrou aplicações em outros níveis de governo:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando: [...]
233
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,
devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a
indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados
oportunamente: [...]
234
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca,
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza
singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
...]
235
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
236
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca,
devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;[...]
237
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Por fim, no art. 25 temos “artistas consagrados pela opinião crítica e pela
opinião pública.” Assunto polêmico. Aqui há o problema de saber se o artista é
consagrado naquela localidade, na região, no país ou internacionalmente.
Licitação Dispensada
238
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Hipóteses de Alienação:
Bens imóveis
Bens móveis
Conceitos de bens:
Bens particulares
Quanto ao uso:
Comum do povo
Especiais
Dominicais
239
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Vamos continuar falando de outros casos em que a legislação permite que não
seja realizada a licitação, em que a alienação pode ser feita diretamente.
Vimos na aula passada que não só a Lei 8666, mas outras legislações
240
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
241
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
242
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos
que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se
destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
243
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
6º, inciso IV o legislador caracteriza o que seja alienação para essas finalidades
de licitação, ao dizer que toda transferência do domínio de bens para terceiros:
Note que o legislador não menciona os chamados fundos. No art. 1º, parágrafo
único, temos:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
244
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
245
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Também pode se dar a alienação por meio de locação, não graciosa, mediante
contrato.
246
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Há outras formas que lei prevê dentro desse conceito de alienação de bens
imóveis.
247
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
248
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Temos, portanto, conceitos diferentes daqueles que são utilizados pelo Direito
Civil. Conceito de alienação é mais amplo aqui no Direito Administrativo.
Envolve todas essas situações, inclusive a dação em pagamento.
Mas, ainda que pesquisemos, temos o conceito de bens sob as óticas filosófica,
econômica, jurídica e contábil.
249
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
privados. Bens das empresas estatais são bens privados. Isso tem
consequências, como a autorização legislativa para a alienação de bens, que só é
obrigatória para as pessoas jurídicas de direito público, e não para as pessoas
jurídicas de direito privado. Tanto é que o art. 17 diz o seguinte:
250
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Não estão aqui os bens de uso comum do povo nem os bens especiais.
251
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
252
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Licitação Dispensável
Art. 24 da Lei 8666/93 e alterações posteriores
253
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Em razão da pessoa – incisos VIII, XIII, XVI, XX, XXII, XXVII, etc.
254
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
255
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
256
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20%
(vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos,
sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na
forma da lei, como Agências Executivas.
Mas a questão não é apenas o valor; o legislador coloca outra restrição: “desde
que”. Essa expressão “desde que” diz respeito a uma prática que já foi muito
frequente desde a década de 80 que é o fracionamento do valor da obra ou
serviço para escapar da licitação. Quando se fizer a licitação, tendo a
disponibilidade de recursos, os valores não poderão ser fracionados, que é uma
prática que objetiva fugir da licitação, justificando sua dispensa.
257
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei,
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior
vulto que possa ser realizada de uma só vez;
258
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
259
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
260
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Licitação Deserta
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder
ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
261
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
262
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de
uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de
comissão instituída por decreto;
263
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Modalidades de Licitação
264
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
265
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
A
Palavra modalidade, no sentido corriqueiro, é usada como
sinônimo de “tipo”, de maneira indistinta. Mas, dentro do
Direito Administrativo, são expressões que devem ser
consideradas de forma distinta, ou seja, a expressão modalidade de licitação
significa o modo de ser, a maneira como se realiza o procedimento licitatório,
em suas diferentes fases. Numa dessas fases é que então aparecem os tipos de
licitação: os possíveis critérios de julgamento a serem usados dentro do
procedimento licitatório. Pode ser do tipo “menor preço”, para aquisição de
bens, serviços, realização de obras, onde mais se adota, ou de “maior lance ou
oferta”, como é o mais corriqueiro, e também o tipo de “melhor técnica”, ou
ainda o quarto tipo, a “técnica e preço”, para trabalhos de natureza intelectual
principalmente. Ou seja, são tipos de licitação:
1. Menor preço;
2. Maior lance ou oferta;
3. Melhor técnica;
4. Técnica e preço.
266
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
267
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
268
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
269
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
públicos.
270
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Essas regras passaram a ser baixadas por lei ordinária, mas os estados também
podem ter suas normas, desde que respeitadas essas normas gerais de licitações
e contratos. Também, em nível de Administração Indireta, os entes poderão ter
seus regulamentos próprios, à exceção da Petrobras, que tem regulamento mais
simplificado, pois tem que competir no mercado internacional.
271
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
272
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
273
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Nos demais casos, também temos ampla publicidade e abertura para quaisquer
interessados que desejem participar do certame.
Aqui também se observa uma diferença nessa hierarquia, que vai diminuindo.
Quaisquer interessados, interessados cadastrados, convidados mais um seleto
grupo.
274
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Para concurso e leilão não há limite, nem para consulta há valores pré-
questionados.
275
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Licitações Internacionais
276
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Tomada de Preços
277
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
considerados.
Leilão
Pregão
A licitação será sempre do tipo menor preço, por uma razão lógica. Bens e
serviços comuns estão na Lei 10520, art. 1º, parágrafo único:
278
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Convite: Pode ser feito também por uma comissão de licitação, mas, como o
convite é para coisas de menor valor e for numa unidade administrativa
pequena que não tenha servidores suficientes para compor, poderá ser
designado um servidor único.
Leilão
Consultas
Concurso
279
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos
relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V -patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços
técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de
concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
Certo que nem todos os tipos de licitação apresentam todas as fases que
280
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
doutrina em geral nos ensina, pois algumas destas modalidades são de certa
forma, incompletas. As mais complexas como a concorrência, ordinariamente
têm suas fases bem definidas, porém existem alguns casos previstos na lei
8.987/95 e 11.079/2004, em que há inversão na ordem dessas fases. Nas
modalidades Concurso e Leilão, a habilitação é bem simplificada, já no Convite
e Tomada de preços, não existe uma etapa definida só para habilitação dos
interessados.
Audiência Pública
281
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Edital
282
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
O edital será nulo sempre que for omisso em pontos importantes ou que
contenha disposições discricionárias ou preferenciais, e isto ocorre quando o
objeto da licitação é descrito de forma tendenciosa, sob a aparência de
uma convocação igualitária.
VI - propostas;
283
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
284
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
essenciais poderá ser impugnado por qualquer cidadão, e com maior razão, por
qualquer interessado em particular do certame.
Carta-convite
Comissão de Licitação
285
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
286
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Contratos Administrativos
287
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Genéricas;
Consensualidade, formalidade, onerosidade,
Comutatividade, intuitu personae, natureza de adesão .
Especificas
Teorias:
Da lei;
Do objeto;
Cláusulas exorbitantes;
Participação da Administração Pública; finalidade:
interesse público, processo de licitação e outras
formalidades legais, presença de cláusulas exorbitantes
(modificação unilateral, resilição unilateral, fiscalização,
sanções e punições – art. 58)
288
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
V
amos entrar em nossa última unidade agora, que diz
respeito aos contratos administrativos. Temos só mais
quatro aulas, e vamos ter que resumi-la. A parte histórica
teremos que dispensar. Os contratos administrativos nasceram na França em
1873, depois chegaram ao Brasil em 1922, até os dias atuais.
289
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
No art. 1º, parágrafo único da Lei 8666/93 temos essa noção ampla
de contratos da Administração Pública quando o legislador, logo no início da lei,
diz:
290
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no
âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
291
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Vamos continuar:
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
292
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
293
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
convênios, que são mencionados no art. 116, e constituem também uma forma
de se criarem obrigações recíprocas com particulares. Mas não é só isso. Há
possibilidade de se criarem obrigações recíprocas entre entes da Federação, por
exemplo.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.[...]
294
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
295
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
296
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e
pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria
geral dos contratos e as disposições de direito privado.[...]
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que
couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito
privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
O que o legislador diz, então, no art. 62, § 3º, é que temos uma
297
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
298
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
299
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
300
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
dias.
301
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
termos não usuais, como “termo de parceria”, que são os contratos feitos com
organizações da sociedade civil de interesse público. A lei usa a denominação
“termo de parceria”, e não “contrato administrativo”.
302
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
303
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
304
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
305
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Convocação do Interessado
306
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Seção II
Da Formalização dos Contratos
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as
quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe
deu origem.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a
finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às
cláusulas contratuais.
307
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que
couber:
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando
solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado
aceito pela Administração.
Cumprimento do Contrato
308
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
309
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
310
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
311
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Seção IV
Da Execução dos Contratos
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e
as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-
lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço,
para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes da execução ou de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros,
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto
do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
312
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Administração.
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo
circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que
comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo
circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança
da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90
(noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem,
respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde
que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se
componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e
produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios,
testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato
correm por conta do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em
desacordo com o contrato.
313
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Inexecução
Rescisão Contratual
314
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
315
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Ressarcimento
316
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
área, local ou objeto, motivo de caso fortuito ou força maior, sem que haja culpa
do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados
que houver sofrido.
Além do ressarcimento sem que haja culpa do contratado terá direito ainda a:
a) Devolução de garantia;
b) Pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
c) pagamento do custo da desmobilização.
317
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências
contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão
ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e
no contrato;
318
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas
pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação
do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento
e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou
ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento
obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela
suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito
de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra,
serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto;
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e
XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja
conveniência para a Administração;
319
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
da autoridade competente.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa
do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo
ainda direito a:
I - devolução de garantia;
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem
prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da
Administração;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e
indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração,
que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do
Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério,
aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
320
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
BIBLIOGRAFIA:
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: 24º. ed.,
São Paulo: Atlas, 2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30. ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2017.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 20. ed. São Paulo: Editora
RT, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 42. ed. São Paulo:
Editora Malheiros, 2016.
321
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
322
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
323
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
324
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
325
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
SITIOS:
http://www.planalto.gov.br
http://www.normaslegais.com.br
http://www.migalhas.com.br
http://notasdeaula.org
http://www.normaslegais.com.br
TOPICOS:
Princípio da Legalidade:
Schirato - Algumas considerações sobre o sentido de legalidade na
Administração Pública
Princípio da Igualdade:
Bandeira de Melo - Conteúdo Jurídico do princípio da igualdade
Princípio da Publicidade
Decisão CGU
Lei de Acesso à Informação
Leitura complementar da LAI: artigos 1º, 2º, 11 a 16, 21 a 25 e 31
326
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019
DIREITO ADMINISTRATIVO - I
Princípio da Moralidade
Decisão do STJ
Poder de Polícia
Particulares e poder de polícia - Wallbach Schwind, Rafael
Desapropriação
Apelação Cível nº 273.892-1
327
FLÁVIO ALVES 4º SEMESTRE NOTURNO – 2019