Sie sind auf Seite 1von 12

MARLENE RAIMUNDA DOS SANTOS SANTANA

ROMPENDO O SILÊNCIO: A EDUCAÇÃO DO SURDO NA


CONTEMPORANEIDADE

Salvador, 2015
MARLENE RAIMUNDA DOS SANTOS SANTANA

ROMPENDO O SILÊNCIO: A EDUCAÇÃO DO SURDO NA


CONTEMPORANEIDADE

Artigo apresentado como requisito para obtenção do grau de


especialista em Educação Especial Inclusiva do curso de Pós-
Graduação em Educação Especial Inclusiva da Faculdade Hélio Rocha,
tendo como orientadora, Profª. Ana Amélia Marques.

Salvador, 2015
ROMPENDO O SILÊNCIO: A EDUCAÇÃO DO SURDO NA
CONTEMPORANEIDADE1
Marlene Raimunda dos Santos Santana2

RESUMO

Este artigo é de cunho teórico, no qual procuro resposta para a seguinte inquietação:
“Compreender o surdo como sujeito consciente de sua identidade e de seu papel na
comunidade escolar”. Para isso, conceituo a educação inclusiva, considerando seus
fundamentos filosóficos e legais, analiso a evolução histórica dos surdos, bem como
as políticas públicas voltadas a educação inclusiva no Brasil, como também os fatores
que prejudicam o processo ensino-aprendizagem da criança surda, enfatizando que o
processo de inclusão ainda representa um desafio para toda comunidade escolar.
Sabendo que o trajeto a ser percorrido para efetivar a inclusão é longo, com desafios
a serem vencidos tanto pelos educadores, quanto pelos educandos, para garantir uma
educação de qualidade a todos.

Palavras-chave: Educação Inclusiva, Políticas Públicas, Educação do Surdo.

ABSTRACT:

This article is theoretical, in which I try to answer to the following inquiry:


"Understanding the deaf as subject conscious of its identity and its role in the school
community." For this, conceptualize inclusive education considering its philosophical
and legal grounds, I analyze the historical evolution of the deaf, as well as public
policies inclusive education in Brazil, as well as the factors that hinder the teaching-
learning process of deaf children, emphasizing that the process of inclusion is still a
challenge for the whole school community. Knowing that the route to be followed to
effect the addition is over, with challenges to be overcome both by educators and by
the students, to ensure a quality education for all.

Keywords: Inclusive Education, Public Policy, Deaf Education.

1 Texto apresentado no I Seminário de Metodologias Participativas: “Perspectivas e desafios da Pesquisa-ação e


Extensão em Comunidades”. Organizado pelo GEDH (Grupo Gestão, Educação e Direitos Humanos), Grupo de
Pesquisa CriaAtivos: criando um novo mundo, OBDHCV (Observatório de Direitos Humanos, Cidadania e
Violência) e OBEDUC (Observatório de Educação), na UNEB.
2 Pós graduanda em Educação Especial inclusiva da Faculdade Hélio Rocha, marlenesantana29@hotmail.com.
INTRODUÇÃO

Durante a curso de graduação em pedagogia, a disciplina “Fundamentos da


Educação Inclusiva”, e posteriormente a de “Libras”, chamou à atenção, em virtude
do conhecimento adquirido sobre as pessoas com necessidades educacionais
especiais, mas foi no período dos estágios, que observei entre teorias e práticas que
a inclusão desses alunos com necessidades educacionais especiais na escola, em
muito se distanciava dos preceitos que advogam em prol da inclusão educacional.
Quer seja por parte de professores e funcionários, que muitas vezes aparentavam
desconhecer o direito de todos à educação, quer seja pela própria demanda dos
governos, que ainda está longe de atender às necessidades educacionais das
populações historicamente excluídas, dentre elas, as crianças surdas.
Neste contexto, resolvi aprofundar meus estudos para melhor compreender o
atendimento educacional a estas crianças. Sendo assim, o objetivo geral deste artigo
é compreender o surdo como sujeito consciente de sua identidade e de seu papel na
comunidade escolar, conceituando e analisando os desafios e as possibilidades
voltadas à Educação Inclusiva no atendimento a esses sujeitos.
Este artigo encontra-se estruturado em três partes. Inicialmente faz-se
necessário discorrer acerca dos Fundamentos Filosóficos e Legais, com breve relato
da história da educação inclusiva, levando em conta a investigação da caracterização
do indivíduo em questão – o surdo -, buscando na historicidade conceito das pessoas
surdas. Nesse sentido, discuto as relações sociais e históricas que formam a
identidade desses indivíduos. No segundo momento são discutidas as Políticas
Públicas, Legislação Nacional no processo de inclusão no Brasil, a partir da
Constituição de 1988. Nesse sentido, analisa-se o caráter legalista do atendimento às
pessoas com necessidades especiais na perspectiva da inclusão diante das atuais
políticas nacionais. Já no terceiro momento, uma análise da educação dos surdos na
contemporaneidade, abordando as metodologias específicas no ensino de surdos,
bem como as políticas públicas sobre educação inclusiva e como estão definidas.

1 - EDUCAÇÃO INCLUSIVA – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E


LEGAIS
Por volta de 1948, com o surgimento da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que afirma no artigo 1º que “Todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos”, neste contexto emergiram diversos movimentos,
grupos até então desprivilegiados socioeconomicamente, se organizaram
vislumbrando reconhecimento e respeito como cidadãos. Dentre esses movimentos,
destacam-se aqueles que se voltam à Educação como um direito de todos. Em se
tratando da pessoa surda3, a garantia desses direitos se apresenta obstaculizada por
diversas barreiras, verificadas até mesmo na forma como são conceituadas
socialmente. No final da década de 1980, por exemplo, Sassaki (2010) apresentou
dados que mostram como a sociedade os identificavam: “incapacitados”,
“defeituosos”, “preguiçosos” ou “inválidos”. Estas terminologias, conforme Sassaki
(2010) são características de um contexto socioeconômico e cultural específico de
uma sociedade que não aceitava inclui-las em suas vidas por causa de uma condição
atípica.
Após a Declaração de Salamanca, em 1994, adota-se a expressão
necessidades educacionais especiais, por ser mais compatível com os objetivos desta
declaração, tendo em vista a reorganização escolar para que fosse possível atender
a todos sem nenhuma discriminação. Na Política Nacional da Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), considera as pessoas com necessidades
especiais, aqueles que apresentam deficiência, altas habilidades/superdotação ou
transtornos globais do desenvolvimento.
Julgamos necessários esses esclarecimentos iniciais para evidenciar que as
denominações atribuídas pela sociedade às pessoas com deficiência parecem
guardar relação direta ao modo como as pessoas as percebem e se relacionam com
elas. Infelizmente, a despeito da evolução conceitual, termos estereotipados do
passado ainda são utilizados, reforçando preconceitos do passado até os dias atuais.

1.1 Educação e deficiência4: panorama histórico

3Segundo o decreto Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, no Capítulo I – Das Disposições Preliminares - Artigo
2º: [...] considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por
meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais –
Libras. Parágrafo único: Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

4 Nesta categoria eram incluídos todos que apresentassem alguma anormalidade, como cegos, surdos,
etc.(Schmitt, p.34). O processo histórico tem colocado os surdos entre os deficientes. Este espaço revela
momentos distintos na relação do papel e do lugar ocupado pela pessoa com deficiência na história na sociedade.
Bem antes do surgimento do processo sistemático da educação escolarizada,
que existia pessoas surdas e, a sua historicidade foi marcada por sofrimento e
exclusão. Eram tratadas com indiferença e excluídas da sociedade migrando para
instituições como asilos, mosteiros ou escolas em regime de internato para serem
educada, Audrei (2009). Neste contexto, a educação dos surdos inicia-se no século
XVI, com Pedro Ponce de Leon, um frade Beneditino espanhol, que criou combinação
de sinais com a escrita e inventou o alfabeto manual.
A partir do século XVIII, surge os primeiros educadores de surdos: o alemão
Samuel Heineck (1729-1770), o abade francês Charles Michel de L'Epée (1712-1789)
e o inglês Thomas Braidwood (1715-1806), dentre outros. Esses autores
desenvolveram diferentes metodologias para a educação da pessoa surda, entretanto,
divergiam quanto aos métodos a serem aplicados. A surdez passa assim a ser vista
em termos médicos, provocando o surgimento de uma série de medidas negativas
para a comunidade surda5, dentre elas a tendência do oralismo, imposta no
Congresso de Milão6, ficando terminantemente proibida o ensino da língua de sinais.
Caso o surdo desobedecesse, por exemplo poderia ser castigado fisicamente vindo a
ter as mãos amarradas, Andrei (2009).
No Brasil, a situação não era diferente da Europa, o atendimento às pessoas
com surdez inicia-se mais precisamente na época do Império, em 1855, com Eduard
Huet, francês e professor surdo, discípulo de L´Epée, que veio ao Brasil à pedido do
Imperador D. Pedro II, para fundar uma escola para pessoas surdas. Escola esta, o
Imperial Instituto Nacional de Surdos, localizado no Rio de Janeiro, que atendia

O surdo não é deficiente e incapaz, tem uma diferença cultural e usa uma língua de sinais diferente da oral.
(Schmitt, p.35)
5 A comunidade surda, na verdade não é só de surdos, já que tem sujeitos ouvintes junto, que são família,
intérpretes, professores, amigos e outros que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns em
um determinado localização que podem ser as associação de surdos, federações de surdos, igrejas e outros.”
(Strobel Karin, 2009,p.6)
6Realizou-se Congresso Internacional de Surdo-Mudez, em Milão – Itália, onde o método oral foi votado o mais
adequado a ser adotado pelas escolas de surdos e a língua de sinais foi proibida oficialmente alegando que a
mesma destruía a capacidade da fala dos surdos, argumentando que os surdos são “preguiçosos” para falar,
preferindo a usar a língua de sinais. O Alexander Graham Bell teve grande influência neste congresso. Este
congresso foi organizado, patrocinado e conduzido por muitos especialistas ouvintes na área de surdez, todos
defensores do oralismo puro (a maioria já havia empenhado muito antes de congresso em fazer prevalecer o
método oral puro no ensino dos surdos). Na ocasião de votação na assembleia geral realizada no congresso todos
os professores surdos foram negados o direito de votar e excluídos, dos 164 representantes presentes ouvintes,
apenas 5 dos Estados Unidos votaram contra o oralismo puro. (Strobel Karin, 2009,p.26)
crianças do sexo masculino, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES-,
(Brasil, 2007), o centro de referência e de formação dos sujeitos surdos.

2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Até por volta de 1973, o Brasil não possuía uma política pública definida de
acesso total para educação das pessoas com deficiência, mesmo, já existindo escolas
especiais, prestando-lhes atendimento que eram mais terapêuticas que educacionais.
Com a expansão dos movimentos organizados, exigindo mudanças políticas
por parte do Estado, relacionadas à consolidação da democracia e com a participação
do Brasil em Convenções Internacionais, se fez necessária a promulgação de novas
políticas públicas inclusivas tanto nas áreas da saúde, como da educação, meio
ambiente, na intenção de promover o princípio da igualdade. Tais políticas públicas
educativas encontram-se pautadas e legitimadas a partir da Constituição Federal de
1988, que garante ensino público e gratuito a todos.
Após a Constituição Brasileira de 1988, os direitos sociais, políticos,
econômicos e culturais, começam a se evidenciar em diversas outras leis, a exemplo
da Lei de Diretrizes e Base da Educação-LDB 9394/96, que rege a educação
brasileira.
O Capítulo V, artigo 58, trata especificamente, da Educação Especial como
uma “modalidade de educação escolar, oferecida “preferencialmente” na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”, (Brasil, 2007).
Assim, esta educação perpassa todos os níveis de ensino, da Educação Infantil ao
Ensino Superior.
Ainda na lei em pauta, em relação as escolas, orienta que devem assegurar
aos educandos currículos, métodos e técnicas para atender às suas especificidades,
como também professores com especialização adequada, tanto em nível médio ou
superior para atendimento especializado e os professores do ensino regular com
capacidade para integra-los nas classes comuns.
Outro avanço verificado para efetivação de uma educação inclusiva em
atendimento aos surdos foi a promulgação da Lei 10.436/2002, que estabelece a
Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – como um instrumento linguístico de natureza
visual-motora, com estrutura gramatical própria, fatos oriundos de comunidades de
pessoas surdas no Brasil (BRASIL, 2002).
Posteriormente, em 2008, eclode uma importante política pública sintetizando
em grande parte, algumas importantes conquistas relacionadas ao direito à educação
das pessoas com necessidades especiais, é a Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), que objetiva assegurar a
inclusão dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades, ofertando um Atendimento Educacional Especializado7 (AEE), em todos
os níveis da educação. Essa política evidencia também a necessidade das escolas
possuírem no corpo docente profissionais especializados, para garantir este
atendimento especializado.
Recentemente, ainda nesse ano de 2015, foi sancionada a Lei nº 13.146/2015,
que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência), abrangendo todos os direitos identitários de uma pessoa com
deficiência, dentre eles a legitimação da educação bilíngue em Libras como a primeira
língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como a segunda língua, em
escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas, tornando-se então mais um
documento para ratificar a intenção do governo brasileiro em garantir a inclusão.
(BRASIL, 2015).
Ao analisar as legislações vigentes, verifica-se que inegavelmente o Brasil tem
avançado no plano legal para garantir o direito à educação das pessoas com
deficiência, dentre elas as das pessoas surdas que começam a serem vistas como
titulares de direitos.

3 – EDUCAÇÃO ATUAL DO SURDO

O debate sobre as políticas públicas dirigidas a promover e garantir uma


educação que seja inclusiva, faz refletir sobre que tipo de educação as escolas estão

7
O Atendimento Educacional Especializado tem a finalidade de identificar, elaborar e organizar recursos
pedagógicos e de acessibilidade para eliminar as barreiras para o atendimento educacional. Como tal, também
disponibilizar programas de enriquecimento curricular, como ensino de linguagens e códigos específicos de
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologias assistidas, devendo ser realizado no turno inverso ao
da classe comum, tanto na própria escola ou instituição especializada que realize esse serviço educacional.
(BRASIL, 2008, p.16)
oferecendo, para atender às necessidades dos alunos surdos. Como diz Mantoan
(2006, p. 19) “os alunos com deficiência constituem uma grande preocupação para os
educadores inclusivos”, tanto assim que muitos profissionais se consideram incapazes
de atendê-los, afinal, as escolas continuam efetuando práticas educacionais
excludentes e segregadoras em seus currículos.
Em se tratando das crianças surdas a situação ainda é pior, apesar de termos
mais de dez anos da promulgação da Lei 10.436/2002 e da regulamentação através
do Decreto Federal nº 5626/2005, garantindo uma educação bilíngue para estes
alunos, mas na realidade não é essa educação que vem acontecendo na maioria das
nossas escolas. A forma que a escola está organizada pedagogicamente não leva em
conta a complexidade da surdez, não atendendo, portanto, as necessidades do surdo
e para que o processo de inclusão em escolas regulares ocorra de modo eficaz é
necessário entender e respeitar a identidade do sujeito surdo.
Fávero (2011, p.21) afirma que “o fato é que a presença desses alunos em sala
de aula comum pode ser até novidade, mas é um direito dos alunos com deficiência e
um dever do Estado e dos Gestores garantir o atendimento”. Acredito que a escola
ainda é um dos espaços – se não for o único – para desenvolver ações, práticas,
valores na construção de relações igualitárias entre seus sujeitos. Não se pode
esquecer que a surdez em nada compromete o desenvolvimento cognitivo-linguistico
do surdo se ele tiver respeitado seu direito de usar e se expressar na sua língua
natural, afirma Andrei (2009). Devemos pensar nas mudanças necessárias para se
garantir a educação para todos.
Segundo Dorziat (1998), “os professores precisam conhecer e usar a Língua
de Sinais, entretanto, deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é
suficiente para escolarizar o aluno com surdez”, porque estes alunos precisam de
outros tipos de ações e métodos que os estimulem a permanecer na escola, como por
exemplo, pesquisar qual das metodologias existentes, - Oralismo8, Comunicação

8
Oralismo: tem como objetivo a integração da criança surda com os ouvintes, propondo o desenvolvimento da
língua oral. Este método valoriza a utilização de próteses na reeducação auditiva.
Bilinguismo: essa abordagem assume a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – como a primeira língua do surdo,
devendo ser aprendida o mais cedo possível para depois ter contato com a segunda língua - o idioma (língua)
oficial do país.
Comunicação Total: defende a ideia de que o surdo pode e deve utilizar todas as formas de comunicação (gestos
naturais, português sinalizado, Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, alfabeto datilológico, fala, leitura labial, leitura
e escrita) para desenvolver-se linguisticamente. Possui flexibilidade no uso de comunicação oral e gestual.
Total ou Bilinguismo - é a mais coerente para seu aluno. Dialogar com a família é
essencial porque neste contexto, alunos, professores, comunidade e família serão
certamente privilegiados.

CONSIDERAÇÕES

A Educação Inclusiva representa uma luta, sobretudo pelo reconhecimento da


pessoa com deficiência como cidadã. Este reconhecimento, exige eliminação de
preconceitos que, infelizmente, ainda obstaculizam o acesso real à educação de um
segmento da população que, por sua condição de ser, vem sendo deixado à margem
da sociedade. Como consequência, ainda prevalecem as atitudes discriminatórias na
sociedade quando se trata da convivência com o diferente. Mas o que é o “diferente”?
Uma criança, um jovem ou um adulto que tenha alguma deficiência ou limitações?
Conviver com o diferente é romper com os paradigmas educacionais já ultrapassados,
aceitar o outro como ele é, proporcionando seu bem-estar independentemente de
qualquer lei.
O Brasil é reconhecido mundialmente pelos modelos de políticas públicas
inclusivas, mas, de nada adianta tantas leis se na prática pouco se efetiva. Hoje,
encontramos algumas escolas regulares com espaços educacionais para surdos com
salas de recursos multifuncionais para prestar atendimento educacional especializado
(AEE), no entanto, prevalece a defasagem de professores habilitados para este
atendimento, professores bilíngues, assim como interpretes em libras a fim de garantir
o atendimento a esses alunos surdos matriculados nas escolas regulares.
Há que se compreender que a inclusão não é um favor que se concede às
pessoas surdas, até porque este direito lhe é garantido por lei que regem nosso país
- a Constituição Brasileira.
No entanto, apesar dos avanços persiste a necessidade de um trabalho
conjunto de todos os envolvidos no contexto escolar, poder público, família e sistema
de ensino a enfrentar os desafios ainda existentes para dar vida a uma educação
inclusiva que, por enquanto, está apenas nas legislações.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9.394, de 20 de
dezembro de 1996. Estabelece diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial
da União de 23 de dezembro de 1996.
________Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial –MEC/SEESP, 2001.
_______Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva. Doc. elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Port. Minist. nº 555,
de 5 de jun. de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 07 de jan. de 2008.
Disponível em:http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf. Acesso em 10.agost.2015
_________Ministério da Educação e Cultura. A escola comum inclusiva -2010.

_________Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível


em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm> Acesso em: 30 agos. 2015.

_________Secretaria de Direitos Humanos - SEDH. Convenção sobre os Direitos


das Pessoas com Deficiência. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência. Brasília. 2008.

_________ Secretaria de Direitos Humanos - SEDH. Declaração dos Direitos


Humanos – 1994.
__________ Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo – Decreto n. 6.949/2009 – Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/legislacao-0> Acesso em: 16.agost.2015.

_________ UNESCO. Declaração de Salamanca sobre princípios, política e


práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001393/139394por.pdf>. Acesso em: 16 agost. 2015.

___________Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa


com Deficiência). LEI Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponivel em:
˂http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm˃ Acesso em 15 set.2015.

DORZIAT, Ana. DEMOCRACIA NA ESCOLA: bases para igualdade de condições


surdos-ouvintes. Revista Espaço. Rio de Janeiro: INES. nº 9, p. 24 -29, janeiro/junho,
1998.

GESSE, Audrei – LIBRAS? Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da


língua de sinais e da realidade surda – São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

MANTOAN, Maria Tereza Egler (organizadora) - O Desafio das diferenças nas


Escolas –3ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
________Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? – São Paulo: Moderna,
2006.
________ Inclusão Escolar: pontos e contra pontos – São Paulo: Sumus, 2006.

SASSAKI, Romeu Kazumi– Inclusão: Construindo uma sociedade para todos- Rio
de Janeiro: WVA, 1997.
SCHMITT, Deonísio - Contextualização da Trajetória dos Surdos e Educação de
Surdos em Santa Catarina - Universidade Federal De Santa Catarina – Florianópolis –
2009. Disponível em: <http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/> Acesso 28.agos.2015.

SEVERINO, Antônio Joaquim – Metodologia do trabalho cientifico- São Paulo:


Cortez, 2007.

STROBEL, Karin L. História da Educação de Surdos - Universidade Federal de Santa


Catarina – Florianópolis – 2009. Disponível em: <http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/>
Acesso 28.agos.2015.

Das könnte Ihnen auch gefallen