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CONSULTA

Solicita o Exmo. Sr. Presidente E. Câmara Municipal de Novais a emissão de


parecer escrito sobre acerca dos seguintes Projetos de Lei:

1)- Projeto de Lei Complementar nº 003/2005 que dispõe sobre a criação de cargos no
quadro de pessoal da Prefeitura Municipal de Novais, e altera o Anexo I da Lei
Complementar nº 026/2005 de 11 de março de 2005 e dá outras providências.
2)- Projeto de Lei nº 006/2005 que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para
elaboração e execução da lei orçamentária para o exercício financeiro de 2006 do
Município de Novais, e dá outras providências.
3)- Projeto de Lei nº 010/2005 que dispõe sobre a criação da rede municipal de
educação infantil e dá outras providências.
4)- Projeto de Lei nº 011/2005 que reorganiza o sistema de ensino e dá outras
providências.
5)- Projeto de Lei nº 012/2005 que modifica os incisos XXI, do art. 2º, e altera o art. 3º
e § 1º da Lei nº 234/01.

PA R E C E R

Em virtude da diversidade de proposições ora submetidas à nossa análise, para


melhor compreensão, procederemos ao exame dos draft bills e à exposição resumida na
ordem da relação uti supra.

1)- A apresentação de proposição com finalidade de criação de cargo, emprego e


função pública é de competência privativa do Chefe do Poder respectivo pertencente à
União, Estado, Distrito Federal ou Município, a teor do esculpido no art. 61, inciso II,
alínea a, da CF/88, em face do princípio da simetria com o centro.

Há, pois, absoluta higidez no que concerne à iniciativa da proposição em apreço.

A criação de cargos de enfermeiro e de fisioterapeuta indubitavelmente se coaduna


com as atividades típicas da Administração Pública na área da Saúde Pública, dês que na
execução de inúmeros procedimentos pertencentes ao PAB se faz necessária a presença de
enfermeiro responsável, e a Fisioterapia, por sua vez, consta do elenco mínimo de
procedimentos da média complexidade ambulatorial consignado no Anexo 3A da Portaria
nº 373/02 do Ministério da Saúde, no Grupo 18. Mas mesmo que o Município não seja sede
de módulos assistenciais isso não tem o condão de afastar a possibilidade da municipalidade
ofertar tal serviço porque o elenco estabelecido se destina a obrigar a prestação de um rol
básico e não máximo.
No entanto, a pretensão de criar de cargo de provimento efetivo de padeiro,
certamente, não se coaduna com as atividades típicas da Administração Pública que é
prestar serviços públicos.

Mesmo o desenvolvimento de programas de governo tais como a distribuição de pães


aos economicamente hipossuficientes, na merenda escolar, e etc., não justifica de modo
algum a criação de um cargo de padeiro, como se poderia pensar num primeiro momento.

É que a Constituição da República em seu art. 173 veda ao Poder Público o exercício
de atividade econômica, ou seja, de atividade de natureza tipicamente privada, salvo
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo.

A produção de pães, ninguém nega, é atividade caracteristicamente privada, e, como


tal, necessitando o Poder Público de seu produto, deve ele adquiri-lo no mercado,
observadas as normas encontradiças no Regime Jurídico Administrativo concernentes às
compras governamentais.

Por fim, padece de erro de técnica legislativa o parágrafo único do art. 1º da


proposição em comento, eis que, se como esclarece a ementa a proposta pretendia apenas
alterar o Anexo I da Lei Complementar nº 026/05, não poderia o seu texto asseverar que
aquele passaria a fazer parte da lei originada pelo projeto, pois, ao fazê-lo, revoga-o
inteiramente, retirando-o do mundo jurídico. Há, nesse diapasão, flagrante contradição no
corpo do preceptivo alvejado, pois muito embora o texto do parágrafo único fale ab initio
em alteração do Anexo I da Lei Complementar nº 026/05 na forma do art. 1º do projeto,
dando a idéia de nova redação, como in fine o mesmo texto assevera que o Anexo I alterado
passaria a fazer parte integrante da Lei originada pela proposição em foco o efeito seria de
revogação e não simplesmente de alteração, passando assim a Lei Complementar nº 026/05
a ficar sem anexo.

Nesses moldes, se o que se pretendia era apenas alterar o Anexo I da Lei


Complementar nº 026/05, o texto deveria ter se restringido a asseverar exatamente isso, ou
seja, dever-se-ia retirar do texto do parágrafo único do art. 1º do projeto a sua parte final,
mantendo-se apenas a primeira parte com a seguinte redação:

“Parágrafo único – O Anexo I da Lei Complementar nº 026, de 11 de março de 2005,


fica alterado de conformidade com o art. 1º da presente Lei.”

Por fim, deve-se atentar para o erro de técnica legislativa consistente no ferimento ao
disposto no art. 10, da Lei Complementar nº 95/98, in verbis:

Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes
princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura
"Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;
Devem, então, serem todos os artigos adequados aos termos do inciso I, do art. 10, da
Lei Complementar nº 95/98, conforme acima transcrito.

Afinal, nada obsta prospere a proposta em relação à pretensão de criação dos cargos
de enfermeiro e fisioterapeuta, desde que harmoniosas as suas funções com as atividades e
serviços públicos na área da Saúde Pública, sendo, todavia, incompatível com elas a função
de padeiro que é atividade econômica, e, como tal, só pode ser exercida pela Administração
Pública em casos em que esteja em jogo a segurança nacional ou para atender a relevante
interesse coletivo, como por exemplo ocorreria na hipótese de guerra ou grave convulsão
social na qual as padarias e seus equipamentos houvessem sido destruídos, não houvesse
mais possibilidade de investimento em tempo oportuno pela iniciativa privada, e faltasse
pão para alimentar a população em geral ou até mesmo o contingente do exército, devendo,
pois ser suprimido o cargo de padeiro do texto do artigo em questão mediante proposição
secundária que lhe dê nova redação. Da mesma maneira, deve ser alterado o draft bill a fim
de adequar o texto do parágrafo único do seu art. 1º na forma sugerida uti supra, e alterada
a redação dos seus artigos de conformidade com o disposto no art. 10, inciso I, da Lei
Complementar nº 95/98. Aconselha-se, conseqüentemente, a apresentação de substitutivo à
vista da amplitude das alterações necessárias.

No mais, está o projeto devidamente instruído com o demonstrativo do impacto


orçamentário-financeiro e com a declaração do ordenador de despesas de conformidade
com as disposições contidas no art. 16 da Lei Complementar nº 101/00.

2)- O Projeto de Lei nº 006/2005 que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para
elaboração e execução da lei orçamentária para o exercício financeiro de 2006 do Município
de Novais, e dá outras providências está de acordo com a competência municipal e de
iniciativa, bem como com as normas jurídicas que regem a matéria.

3)- O projeto sub examem está conforme com a competência Municipal para legislar
sobre a matéria e com a iniciativa legislativa que in casu é reservada ao Chefe do Poder
Executivo.

Assim, compete ao Prefeito Municipal dispor sobre a organização e funcionamento da


administração municipal, a teor do art. 84, inciso VI, alínea a da CF/88.

Todavia, impende lembrar que o sistema municipal de ensino compreende, tal qual
expressa previsão consignada no art. 18, da LDB, além das instituições de educação infantil
e de outras de outros níveis mantidas pelo Poder Público Municipal também as de ensino
infantil mantidas pela iniciativa privada, sendo, pois, de bom alvitre que seja incluída tal
previsão no projeto em questão para que não paire dúvida acerca da competência da
Municipalidade de exercer o seu poder de polícia também sobre as instituições privadas
desse nível.

4)- O projeto sub examem está conforme com a competência municipal para legislar
sobre a matéria e com a iniciativa legislativa que in casu é reservada ao Chefe do Poder
Executivo, dês que compete ao Prefeito Municipal dispor sobre a organização e
funcionamento da Administração Municipal, a teor do art. 84, inciso VI, alínea a da CF/88.

5)- O projeto sub examem está conforme com a competência municipal para legislar
sobre a matéria e com a iniciativa legislativa que in casu é reservada ao Chefe do Poder
Executivo, dês que compete ao Prefeito Municipal dispor sobre a organização e
funcionamento da Administração Municipal, a teor do art. 84, inciso VI, alínea a da CF/88.

Todavia, há problemas de redação na ementa e no texto da proposição.

A ementa assevera que o projeto modificaria “os incisos XXII, do artigo 2º”. Há, pois,
falta de concordância do numeral, eis que não são incisos, mas apenas o inciso XXII que
será modificado. Deve, pois, ser ajustada a concordância gramatical.

Da mesma forma, o art. 1º do projeto assegura que o inciso XXII “passam a ter a
seguinte redação”. Deve, também nesse caso, ser ajustada a concordância gramatical.

Por fim, deve-se atentar aqui também para o erro de técnica legislativa consistente no
ferimento ao disposto no art. 10, da Lei Complementar nº 95/98, in verbis:

Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes
princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura
"Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;

Devem, então, ser todos os artigos adequados aos termos do inciso I, do art. 10, da Lei
Complementar nº 95/98, conforme acima transcrito.

É o meu parecer, “sub censura”.

De Limeira para Novais, 20 de junho de 2005.

Condam – Consultoria, Assessoria e Treinamentos às Administrações Públicas


Municipais S/S Ltda.
Luis Fernando Cesar Lencioni
Consultor Jurídico

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