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O Método em História da Filosofia

Martial Guéroult

Caros Colegas,

Permitam-me começar dizendo-lhes todo o prazer que experimento ao me


encontrar entre vocês; todo o prazer, e também toda emoção, pois como um francês
da França não ficaria emocionado em tomar a palavra no Canadá, numa
Universidade de Canadenses-franceses? As poucas semanas que acabo de passar
em seu país remexeram em mim tantos sentimentos, tantas lembranças, e fui tão
profundamente tocado pela acolhida que recebi, que é muito natural que eu esteja
emocionado! Por outro lado, é também para mim uma grande alegria ter a
oportunidade de difundir entre vocês, fora de Paris e da França, idéias que me são
queridas, pois nos apoiamos as nossas idéias à medida que nos persuadimos de
sua verdade; e as amamos, como diz Bossuet, tanto quanto nossos filhos, felizes ao
podermos abrir-lhes um caminho pelo vasto mundo, e nossa Universidade é um dos
caminhos.
Essas idéias quais são? São antes de tudo alguns princípios simples, levando
ao método da história da Filosofia; em seguida para fundamentá-los, uma
concepção da natureza ou da essência da Filosofia, não edificada a prior ou
deduzida como uma conseqüência de uma doutrina pré-estabelecida, mas nascida
de uma reflexão espontânea sobre objetos oferecidos naturalmente aqui ao
historiador, no caso as filosofias, nos momentos eternos do pensamento humano,
fonte viva, geradora sem cessar de meditações e de luz. E essas idéias são, enfim, a
aplicação desse método a casos concretos. Essa aplicação é o que na verdade, é o
mais importante, pois um método é apenas um instrumento e é seu uso que decide
finamente seu valor. Discutir méritos de um método, não tem nenhum sentido. O que
conta é antes de tudo, como dizia Kant, a resposta à questão quid facti: qual é de
fato o seu rendimento. Em história da filosofia, se aplica o mesmo, já que um
método é mais bem sucedido que outro ao desenvolver os textos difíceis, ao tirar
das sombras teorias fundamentais apenas suspeitadas que iluminam todo o resto, e
portanto ao fornecer as chaves de uma inteligibilidade perfeita, ele terá feitos suas
provas e estabelecido de fato que esse método é legítimos e recomendável. Procura
em seguida seu fundamento na natureza de toda filosofia, não quando nada além de
uma empresa especulativa, da qual o resultado não saberia nem acrescentar ou
retirar dela nada além do que teriam podido previamente inspirar seus resultados
concretos.
A aplicação desse método a Fichte, Descartes, Malebranche, Berkeley, me
pareceu dar resultados suficientemente interessantes para incitar-me à colocá-lo em
prática recentemente nos estudos de Spinoza.
Este diz que é urgente caracterizar mais precisamente um método com
relação ao qual, me parece que com uma certa presunção, eu insinuei que tal
método tinha seu preço, antes de dizer finalmente no que ele consistia.
O historiador da filosofia tem a escolha entre dois pontos de vista. Ele pode
considerar a sucessão de doutrinas, o movimento das idéias através dos tempos, a
passagem de uma a outra, a transformação dos temas e dos problemas. Nesse caso
ele se interessa mais pelas ligações e pelas transições do que pela economia
interna das doutrinas e das obras. Ele se situa em um ponto de vista dinâmico, no
futuro, deixando-se de alguma forma chegar ao fio da corrente que carrega o fluxo
do pensamento humano. Este ponto de vista, que é o mais propriamente histórico, é
dos mais legítimos. Ele permite abrir perspectivas, entender o conjunto de fazer
observar com a mesma visão os eventos políticos, econômicos, religiosos e
ideológicos de acordo com o sincronismo de suas evoluções e revoluções. A esta
escola eu daria o nome de história horizontal da filosofia. É ela que está ilustrada
por suas convenções, que começaram em Thales para terminar em Heidegger, e
num estilo totalmente diferente, pelas obras daqueles que chamamos de
historiadores de idéias, ou ainda, pelos historiadores da cultura.
A vantagem dessa história é fato dela ser eminentemente histórica. Seu
inconveniente é o que ela da ganhos no lado da história, ela gera perdas no lado da
filosofia. Pois finalmente, ela cessa desse fixar em objetos próprios: as doutrinas.
Estas são apenas esboçadas a grandes traços, resumidas em seus princípios
gerais desprendidos suas afirmações, seus resultados desligados de suas provas e
de sua arquitetônica, e tudo isso em detrimento de sua análise aprofundada, da
evidenciação de sua estrutura interna. Ela (a escola) passa diante de nós uma
espécie de fita cinematográfica, fazendo desfilar silhuetas que, assim que aparecem,
se congelam e desaparecem. Ela nos faz circular como num cemitério onde ou
quando muito, ela nos conduz através dessa “Galerie der Narrheiten” da qual zomba
Hegel, após Diderot. Ela evoca essa “Tentação de Santo Antonio” na qual Flaubert
faz desfilar diante do santo deuses de diversas religiões, que logo que passam,
desmancham-se em pó. Também é ela geradora de ceticismo e de
desencorajamento. A troco de que retornar a si mesmo essa rocha de sísife? Quanta
vaidade acomete os homens que pensam filosoficamente!
Entretanto aquele que se apega expressamente aos objetos pertencentes a
essa história, ou seja das grandes filosofias, permanece estranho a esse sentimento.
Ele as experimenta como se fossem eternas. Ele constata que elas estão
constantemente de pé, seguras e fixas há milênios, como objetos de reflexão
inesgotável e indefinida. Ele não poderia duvidar que elas permanecerão para
sempre, e não cessarão de brilhar no firmamento do pensamento humano:
“Fulgebunt sicut stellae”. Diria Reman, citando um texto conhecido.
Mas se ele experimenta tal sentimento é porque se detém a elas para ali
penetrar et river em sua meditação assídua.
Aqui, revela-se ao historiador da filosofia um novo ponto de vista. As doutrinas
projetadas em si mesmas e por si mesmas. Todos os esforços são entendidos em
direção à fixação e ao aprofundamento de seus sentidos nos da meditação filosófica.
O historiador se fecha nas monografias. É o lugar daquilo que eu chamaria de
história vertical da filosofia, história não tão propriamente história quanto a outra,
menos preocupada com o movimento coletivos das idéias, mas filosófica no sentido
de que ela persegue a significação filosófica profunda estas ou aquelas obras
tomadas uma a uma.
Mas lá, ainda várias escolas se chocam. Nós preservaremos as duas mais
importantes.
Para a primeira, chegamos pr um desvio à história propriamente dita, através
da prática do método das fontes e da biografia, método que é aparentado ao de
uma certa história literária. Atento às circunstâncias de vida, à época, à educação,
às análises do autor, ele explica sua obra, em parte pela dos outros, em parte
também pelas preocupações com a cultura, e dos hábitos intelectuais do público ao
qual se dirige. Em resumo, cada filosofia é tratada como um evento que chegou num
determinado momento.
Evidentemente, esse método é indispensável. O meio onde nasceu ou se
desenvolveu uma doutrina, as filosofias que ela sucedeu, as quais ela teve que se
opor ou referir-se, a significação da linguagem do tempo, os problemas que lhe são
próprios; nada disso poderia ser negligenciado sem que fosse interditada para
sempre a inteligência da obra.
O principal é saber se esse método é suficiente. Constataremos
primeiramente que ele arrisca ignorar a originalidade da doutrina ao trazê-la de volta
ao “já dito”; ou que a originalidade que o método lhe concede reside apenas na
experiência íntima do autor, toda subjetiva; e por aí mesmo ele tende a despi-la da
inclinação universal que é pretendida por toda filosofia. Ele conduz a um interesse
maior pelo homem do que por sua obra, aos “passos vitais” que o conduziram.
Nessa perspectiva, o significado deve ser procurado mais na intenção original
da doutrina do que em sua realização. Também a forma da obra é tida como
subsidiária e concebida como ditada pelas necessidades extrínsecas de sua difusão
conhecida no exterior. O essencial está em uma certa Weltanschauung original na
qual tudo é simultâneo dado como que por uma graça de estado, o contexto da obra,
a ordem de suas razões sendo apenas uma ordem de exposição de que ela mesma
não cria nada, mas se contenta em traduzir uma intenção toda fabricada.
Encontramos aqui um fundo de psicologismo bergsoniano, a afirmação que uma
filosofia existe antes mesmo de ser feita, ou seja, antes de ser realizada numa obra
da qual as estruturas e as palavras apenas serviriam para degradá-la ao banalizá-la.
Pode-se perguntar, no entanto, a que se reduziria essa intenção no sentido de
que se assim fosse, nenhuma obra teria sido concebida. Pode-se questionar
também o fato de que antes de ser a última etapa de uma degradação, a obra pode
ser o topo de uma ascensão; e se nessa realização o espírito, longe de estender-se
não é apenas um excesso dele mesmo. É a grandeza do monumento que atesta a
grandeza do criador e que, como Michelangelo, maravilha-o e o esmaga, fazendo-o
sentir quão pequeno é o homem quando está reduzido a ele mesmo, fora de sua
criação. Além do mais, quando foi dito que uma filosofia é Weltanchauung foi dito
algo infinitamente vago pois muitas das Weltanschauungen estão longe de ser
filosofias. Seria necessário então, ao menos especificar o que é uma
Weltanschauung e de que modo específico a filosofia mereceria esse nome. Enfim,
não há filosofia sem resolução de problemas, e é evidente que suas soluções não
lhes são dadas..... (?). Antes da concepção clara de seus termos e um esforço
intelectual de resolução levando ao mais alto grau de tenção espiritual.
Assim, esse método, ao ser proclamado único e suficiente para tudo
desconhece a essência da filosofia, sacrifica-a à biografia, a história propriamente
dita, a psicologia das individualidades. Ele abandona o interior da obra para o
aproveitamento do interior do homem. Ele tende a restabelecer as estruturas
constitutivas internas aos artifícios literários de exposição. Mas, repetindo, ele só é
condenável quando exagera em se pretender exclusivamente suficientemente a
tudo. Se ao contrário, ele é tido como um instrumento de procura preliminar, ele não
é somente legítimo, mas indispensável, pois quem discutiria uma obra sem
considerar seu tempo, seu meio, suas fontes, as influências que o marcaram, se
dedicaria ao contra-senso. Ao limite, na condição e preparação e não do principal,
esse método é válido. Ele deve sobreviver concorrendo com o outro, que está em
contraste com este, sabendo das estruturas ou das razões, método do qual eu vou
vos falar agora.
Aqui nós descobrimos uma segunda escola. O método das estruturas
consiste em explorar menos a suposta interioridade do autor e mais a interioridade
da obra. Pois se o autor não está mais lá a obra continua aqui diante de nós em
livros, como um monumento um objeto, no sentido que só é perceptível se pusermos
em evidência as composturas conceptuais que o faz possível. Este método é sobre
tudo um método de análise. Mas não é uma analise simples. A análise decompõe os
elementos de um sistema e pode mostrar como de fato eles acabam se unindo; mas
ele se fixa nisto e não se preocupa em nos assustar porque esta união se faz assim,
e não de outra maneira. Ao contrário, o método das estruturas se esforça para
descobrir este porque. Ele não põe simplesmente em evidência as estruturas, mas
também indica, de certa forma, as razões. Mesmo porque as estruturas de uma
filosofia não consistem numa ordem de razões: sempre há uma razão que reside a
colocação de um ou de outro elemento. Também dentro de um certo contexto
filosófico, parece que certas conclusões podem ser obtidas aparentemente e;
mesmo mais facilmente por combinações, caminhos ou demonstrações, legítimas
dentro do quadro do sistema visado, que portanto não são estas que o autor
escolheu, há então, de se procurar saber o porque foram preferidas estas ou
aquelas. A resposta a este porque permite-nos progredir um passo a mais na
inteligência da obra. Por exemplo, sobre Spinoza, é uma outra forma de analisar
suas demonstrações ele mostra o porque entre várias demonstrações possíveis ele
escolheu e teve que escolher uma à outra, ou ainda, explicar porque suas
demonstrações que são de sua aprovação, “mais claras e mais simples”, não
aparecem que é a margem de dedução principal e são afastados de simples
escólios. A dedução cartesiana segundo a ordem de razões, a combinação tão
complexa como a própria à Malebranche, com seus deslocamentos de equilíbrio e
suas falhas de idéias, etc; que requerem a solução de problemas semelhantes. Logo
que nós descobrimos a razão da ordem, dos caminhos, ou das combinações
adotadas, nos rodeamos no monumento filosófico com a mesma facilidade que um
arquiteto na construção, já que este aprendeu os segredos, isso quer dizer os
fatores de seu equilíbrio, os cálculos foram presididos à sua edificação em função
das intenções do construtor. Ora a intenção desta arquitetônica de conceitos rege
finalmente as intenções dos próprios conceitos segundo as intenções mais
profundas das doutrinas.
Vejamos agora como, se situam no interior da obra para determinar as
estruturas constitutivas, este método funda-se sobre a natureza da obra filosófica de
uma parte tanto como obra, de outra parte tanto como filosofia.
Como toda obra humana, a realização de uma filosofia é condicionada pelo
emprego de uma técnica. A natureza da obra é o fim ao que ele responde
determinando a escolha e a obra acaba portando esta marca. Pois há uma técnica
para obra de arte, e uma para obra científica, e deve haver uma para a obra
filosófica, técnica que deve diferenciar-se das outras na medida onde a filosofia se
difere da arte e da ciência. O obstáculo começa logo que devemos definir esta
diferença, pois há tanto de definições da natureza e de fins da filosofia que há de
doutrinas. Devemos então, para responder à essa questão partir, não destas
definições, mas sim de fatos reunidos nas experiências e na história.
Se nós considerarmos de que foi feita a filosofia desde suas origens, nos
constataríamos que ela sempre esteve mais ou menos ligada como o seu nome
indica, à uma sabedoria, quer dizer, à uma procura de um jeito de ser e de viver,
iluminado pela razão e devendo proporcionar ao homem o máximo de felicidade,
feita de plenitude e contentamento.
Se propondo a dar uma receita do “bem-viver” que cobre todas as
circunstâncias, possíveis da existência, ela é inevitavelmente levada a situar o
homem no conjunto de coisas, à nos unir em um só, no enigma da vida e no do
universo, achar suas soluções comuns numa única teoria, que é como o
conhecimento da verdade.
Disso resulta uma intuição do conjunto, que, animado por uma aspiração
fundamental, apresenta-se como visão do mundo (Weltanschauung). A filosofia é por
isso aproximada da arte e da religião, que são únicas com ela à constituir cada uma
a visão do mundo. Nós poderemos, à parir disto, como Dilthey o fez precisar o que é
uma W. O que distingue o Weltanschuung dos outros sistemas culturais (direito,
ciência, etc), é segundo Dilthey, que nelas a vontade humana não tende à objetivos
determinados, a um fim desinteressado: que responde ao enigma do universo e da
vida. Breve, toda Weltanshuung aparece como um “complexo espiritual comportando
um conhecimento do mundo, um ideal, um sistema de regras uma finalidade
suprema excluindo, todas intenções de concluir as ações precisas, toda atribuição
prática determinada”. O que diferencia a Weltanschauung filosófica das duas outras,
é segundo o mesmo autor, que ela combina três elementos que constituem o
conjunto estrutural psicológico, para saber o conhecimento, a vontade e a
afetividade, pegado o conhecimento como princípio organizador, logo que a religião
pega esse princípio na vontade e na poesia na afetividade. É porque toda filosofia
procede do pensamento lógico, os diferentes tipos de filosofia: naturalismo,
idealismo da liberdade, idealismo objetivo, nascido do que é ora o conhecimento, ora
a vontade, ora a afetividade que o pensamento lógico escolhe um eixo da sua
sistematização.
Conforme esta concepção, o elemento lógico parece ser fundamental para a
filosofia, pois ela constitui a diferença científica, isto é o primeiro ponto sobre o qual
nós poderemos nos conciliar,entretanto é o nosso sentimento, a fraqueza desta
concepção, que é aquela que Dilthey, o elemento lógico não está ainda aqui como
um fator tão fundamental, pois a essência para Dilthey, é o substratum psicológico,
fazem de toda Weltanschauung, substratum que a organização extrínseca. Bem
melhor, esta constituição de proposições universais, que a distingue dos
Weltanschauung (poético e religioso), e considerado como uma fonte de ilusões
enganosas as quais estes escapam. Toda filosofia parece, então, ser levada para lá
com um tipo de poema de gênero inferior. Ela não tem outro interesse subjetivo, ela
não é um reflexo de uma paisagem mental. Quando os monumentos constituídos
pela arquitetura de conceitos e seus encadeamentos lógicos, não são os mesmos
que “tecidos empoeirados” de entidades abstratas. Por caminhos diferentes,
Bergson, na sua conferência de Bologne, encontrará de novo umas conclusões
semelhantes as estruturas conceptuais não estando na tradução como uma
linguagem acessível ao comum dos homens, de uma intuição inefável que se
encontra por ali degradada e banalizada.
Todavia, se nós considerarmos com mais atenção as filosofias, nós veremos
que o elemento lógico e arquitetônico está longe de ser secundário e fundamental.
Antes de tudo são as doutrinas (doutrina-docere-Lebere), de outra maneira
ditas ensinamentos. Sem dúvida este ensinamento. Sem dúvida esse ensinamento é
ele a certeza de tratados da comunicação de uma mensagem salvadora, é o que a
prédica religiosa, mas ele se afasta no que pretende impor como uma verdade à
universalidade dos seres razoáveis, não tendo, recursos resultam diretamente na
razão ou que a razão assume indiretamente, logo que ela habilita como elemento de
prova ou como caminho de acesso de fatores irracionais.
Em segundo lugar, os conceitos e os atos de raciocinar são para os filósofos
o meio, não simplesmente para comunicar sua doutrina aos outros, mas de a
constituir “para si mesma” e a fazer “válida a seus olhos” Por seu meio, ele não
traduz uma intuição original caída do céu, mas ele promove uma intuição e uma
fórmula de inteligência à qual ele se sente necessariamente constrangido de
concordar como uma verdade. Esta intuição inteligente não é o ponto de partida,
mas o ponto de chegada de todo o processo.
Construção racional imponente invencivelmente à inteligência uma verdade
num saber certo em virtude de seu rigor demonstrativo, a filosofia parece então
muito mais próxima da ciência que da poesia e da religião. Esta estreita afinidade
entre a filosofia e a ciência parece confirmada pela história que nos mostra a
evolução de intimamente aglomerado à esta da outra; a maior parte das ciências
fundamentais tiveram os filósofos como inventores; a maior parte das grandes
revoluções científicas formaram sistemas filosóficos (Descartes, Kant, etc). Ora se a
filosofia está em afinidade com a ciência, é natural que os elementos lógicos sejam o
fator primordial. Sendo como a ciência um esforço para conhecer e compreender o
real, ela estabelece, com ela, uma problemática. Todas as grades doutrinas podem
se caracterizar por problemas: que seja problema de um e do seu múltiplo para os
pré-socratianos:esta possibilidade da ciência da prédica para Platão; este das
cousas primárias e do método geral das ciências para Aristóteles; este do valor
objetivo das matemáticas, das idéias claras e distintas, da possibilidade de uma
física matemática para Descartes; este dos julgamentos sintéticos “a priori” para
Kant, etc.
Estabelecido os problemas a filosofia deve como a ciência respondê-los por
teorias. Ora, toda teoria só é válida se demonstrada. A demonstração não é
simplesmente para fins de a impor aos outros, mas de “provir em toda inteligência”, a
intelecção do problema de sua solução.
É porque o elemento lógico deve assumir em toda filosofia, não como uma
função de tradução (de uma paisagem mental ou de uma intuição), mas uma função
de validação e mesmo de constituição. De onde a importância da sistematização,
que não aparece somente como formação extrínseca de um conteúdo anteriormente
dado, como se esse conteúdo gera-se por si próprio, ao menos em parte em todo
caso como filosofia. A sistematização aparece por “todos os lados” onde se instituam
as teorias são sistemas de explicação, por exemplo as teorias das equações. Das
secções cônicas, dos conjuntos, da gravitação universal, do metabolismo, etc.
Sem dúvida a sistematização científica não é igualmente ao sistema filosófico.
A primeira é aberta e a segunda fechada. Mas esta diferença tem na natureza do
problema é resolver. O problema do mundo e do homem no mundo é um problema
universal que envolveu uma resposta universal e absoluta. Portanto sobre a
totalidade do assunto, cada filósofo é envolvente sem estar envolvido. Ele tem como
conseqüência, seja qual for seu tipo, idealista ou realista; naturalista ou espiritualista,
organizar o conjunto sobre um princípio da totalidade que, não podendo ser contido
em nenhum dado, é necessariamente, “a priori”.
A técnica de toda filosofia é então sempre um método da essência lógica e
construtiva, visando à cada vez a inteligência e a descoberta, pretendente a solução
de um problema a instauração de uma verdade considerada como demonstrável
diretamente e indiretamente. É então dizer, que toda filosofia se estabelece por
razões que são para os filósofos as verdadeiras causas de seu monumento, pois
que é por eles que ele vê o rendimento. Sem dúvida ele é orientado na sua relação
por causas determinadas, sem semelhança com razões constitutivas, aspirações
exprimindo seu temperamento, seu caráter, sugestões vindas do meio social, das
influências adotadas e aceitas do estado dos problemas científicos, dos movimentos
da consciência religiosa, etc.
Mas cada filósofo é convencido que sua filosofia surgiu independentemente
pela força de suas razões constituintes, que ela escapa da trama das coisas cegas,
exteriores à implicação interna dos conceitos; que ela não é um resultado morto,
imposto do exterior por forças obscuras à sua inteligência passiva, preocupada
somente para estruturar o que ela mesmo não saberia produzir.
Ele é um movimento nascido da união das razões e o jogo é a implicação dos
conceitos que à ele é feito, abrem só diante a inteligência das perspectivas
filosóficas transcendentes, as elementares aspirações de necessidades que
puderem inicialmente comandar a orientação do gênio criador. Também, não é a
alma do individuo Kant, nem as forças psíquicas a sua produção literária, nem as
tendências originais, levando contra Hume fundar a ciência, e contra o dogmatismo
de Spinoza e de Leibniz, a realidade da liberdade que tem o filósofo, são as
combinações conceituais que desdobram as três críticas e que impõe
invencivelmente a nossa vista, como um objeto resistente a um mundo que nos
parece dever ficar cativos tão cedo e nos consentimos a entrar. É porque, como eu
já disse e escrevi, cada filósofo deve ser definido menos como uma visão do mundo
(Weltanschuung) que como o mundo de conceitos (Gedankenwelt).
A sistemática do racional não é somente do que um filósofo se constitui, mas
ainda pelo que constitui um objeto e está numa realidade. Se esta sistemática
finaliza a demonstração assegurando a coerência dos diferentes temas, introduzindo
assim uma série de cortes que farão definitivamente as conclusões, isto serve para
dar um valor incontestável do objeto à representação construída.
Resolução de problemas, construções demonstrativa necessária se
constituída por razões visando à uma universalidade da ordem racional, implicando
as operações lógicas graça aos quais ela possa se apresentar ao entendimento
como uma verdade; a filosofia parece inclinada à ciência. Mas por outro lado,
valendo em si por si, independentemente de toda verdade de entendimento, pois ela
gera uma realidade, implicando uma referência a um valor, que a afirmação
privilegiada responde a um questionamento e pede um estilo de acompanhamento;
ela parece inclinar á poesia e à religião. E entretanto, ela não é nem ciência, nem
religião, nem poesia, pois nem a religião nem a poesia não são constituídas de
razões que constituem a ciência não produzem nenhuma realidade válida à si
mesma. Enfim as ciências são únicas e anônimas, enquanto que cada filosofia é a si
mesma toda a ciência; sistema irredutível aos outros; ela acompanha sempre o
nome de seu autor.
Nós constatamos por isso ou menos como podemos nos fundar sobre a
natureza da obra filosófica como “obra” e como “filosofia” a legitimidade do método
das estruturas, como estas estruturas constituídas de cada filosofia, embora que
racionais, não são universais, mas diferentes de cada uma como as monografias são
indispensáveis ao seus estudos e devem se dar para de restituir de algum jeito o
mundo lógico que é o seu.
Todavia, como eu já havia dito, o valor de um método de interpretação não
pode, em definitivo se fundar em seus frutos. Se é o termo de um estudo, o método
recomendado permite explicar os textos mais difíceis, de dissipar as obscuridades e
de responder as questões até agora deixadas sem resposta pela crítica, aí então ele
será válido. Se não, não. Assim então, o uso permite decidir, e o julgamento deve
residir suspenso tanto que nós não estamos plenamente satisfeitos a esta prova
decisiva.

Colégio da França
o
Texto extraído de : Philosohiques, vol 01, n 01. Avril, 1974, p 7-19.
Tradução: Silvia Maria Fernandes Rodrigues.

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