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Eficiência de Ancoragens em Barras de Aço Embutidas em Elementos de


Concreto Armado Anchoring Efficiency for Steel Bars Embedded in Reinforced
Concrete Elements

Article · November 2017

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7 authors, including:

Patrícia Cândida Mauricio Ferreira


University of Brasília Federal University of Pará
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Marcos Honorato De Oliveira


University of Brasília
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Modelos de Cálculo de Vigas de Concreto Armado Reforçadas ao Cisalhamento com PRFC View project

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Eficiência de Ancoragens em Barras de Aço Embutidas em Elementos
de Concreto Armado
Anchoring Efficiency for Steel Bars Embedded in Reinforced Concrete Elements

Patrícia C. S. da Silva (2); Manoel J. M. Pereira Filho (3); Surik N. D. Nicols (1);
Isabela M. C. Gomes (1); Maurício P. Ferreira (4); Marcos H. de Oliveira (5)

(1) Graduando em Engenharia Civil, Universidade de Brasília, UnB.


(2) Mestranda em Estruturas e Construção Civil, Universidade de Brasília, UnB.
(3) Doutorando em Estruturas e Construção Civil, Universidade de Brasília, UnB.
(4) Professor, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará, UFPA.
(5) Professor, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, UnB
Universidade de Brasília - Campus Universitário Darcy Ribeiro, CEP 70910-900.

Resumo
Para que elementos de concreto armado tenham a eficiência esperada em um projeto é necessário que o
aço e concreto trabalhem em conjunto. Em elementos sujeitos à tração, o aço é o principal mecanismo
resistente e esse trabalho em conjunto é garantido pela aderência e ancoragem das armaduras. Contudo,
as normas brasileiras e internacionais apresentam um valor constante de acréscimo de resistência das
ancoragens independentemente do tipo de ancoragem. Portando, buscando avaliar a resistência e a
eficiência de diferentes mecanismos de ancoragem embutidos em concreto armado submetidos a esforços
axiais de tração, foi realizada uma série de ensaios de arrancamento no laboratório de Estruturas da
Universidade de Brasília (LABEST) com corpos de prova com dimensões 350 x 200 x 900 mm contendo
diferentes tipos de ancoragem. Os mecanismos de ancoragem testados foram dobras de 90°(“Bend Bar”) e
comprimento de 5 e 10 vezes do diâmetro da barra de ancoragem (Øs) e gancho de 135°(“Hooked Bar”),
sendo todos com e sem envolver uma barra transversal soldada. Além desses, barras retas com barras
transversais soldadas de diâmetro 6.3 mm correspondendo a 0,6Øs, 16.0 mm referente a 1,4Øs e outra com
duas barras de diâmetro 8.0 mm indicativo de 0,7Øs vezes o diâmetro da barra de ancoragem. O
comprimento de embutimento efetivo foi de 60 mm, a resistência a compressão média do concreto foi de
34,7 MPa e o diâmetro da barra de ancoragem era de 10 mm. Os resultados foram comparados com as
principais normas internacionais e nacional e com formulações desenvolvidas por SPERRY (2017) e
REGAN (2000).
Palavra-Chave:, Ancoragem, Concreto Armado, Conectores, Barras em Gancho

Abstract
For reinforced concrete elements to have the expected efficiency in a project, it is necessary for steel and
concrete to work together. In elements subject to traction, this work together is guaranteed by the adhesion
and anchoring of the reinforcements. However, the Brazilian and international standards have few
recommendations to estimate the ultimate strength applied to anchorage bars inputted in reinforced
concrete. So, in order to evaluate the strength and efficiency of different anchoring mechanisms embedded
in reinforced concrete subjected to axial tensile stresses, a series of pullout tests was carried out in the
laboratory of Structures of the University of Brasília (LABEST) with test specimens with dimensions 350 x
200 x 900 mm containing different types of anchorage. The anchoring mechanisms tested were hook of 90°
("Bend Bar") and lengths of 5 and 10 times the diameter of the anchor bar (Øs) and hook of 135 ° ("Hooked
Bar"), all with and without a welded transverse bar. In addition to these, straight bars with welded transverse
bars of 6.3 mm diameter correspond to 0.6Øs, 16.0 mm referring to 1.4Øs and one with two bars of 8.0 mm
diameter indicative of 0.7 times the diameter of the anchor bar. The effective draw length was 60 mm, the
average compressive strength of the concrete was 34,7 MPa and the diameter of the anchor bar was 10 mm.
The results were compared with the main international and national standards and formulations developed
by SPERRY (2017) and REGAN (2000).
Keywords: Anchorage, Reinforced Concrete, Connectors, Hook Bar.
ANAIS DO 59º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2017 – 59CBC2017 1
1 Introdução
Na construção civil, constantemente é necessária uma ligação entre elementos de
concreto ou elementos mistos (aço e concreto). Essas ligações entre elementos
estruturais possuem como principal finalidade a transmissão de esforços de um elemento
para outro, sendo está, garantida pela ancoragem dos conectores utilizados na ligação.
Segundo PARMAR e JAMNU (2014), a ancoragem consiste na transferência de esforços
entre as armaduras e o concreto, assegurando a ação conjunta dos elementos na
resistência aos esforços solicitantes. Os principais mecanismos de ancoragem são a
aderência e o engrenamento do sistema de ancoragem com o concreto, sendo que
ambos podem trabalhar de forma simultânea ou separadamente, de acordo com o tipo de
conector usado.
Os principais fatores que influenciam na resistência da ancoragem são a resistência do
concreto, a superfície e dimensões dos conectores, posição dos conectores em relação
ao sentido da concretagem e o sistema de ancoragem dessas. A Figura 1 apresenta
alguns dos sistemas de ancoragem de armaduras em elementos de concreto armado. Na
Figura 1a e 1b observam-se conectores em que o mecanismo resistente trabalha
separadamente com engrenamento e aderência, respectivamente, as Figuras 1c à 1f
apresentam conectores em que a aderência e o engrenamento com o concreto trabalham
simultaneamente.

Figura 1 – Modelos de ancoragens

Os trabalhos desenvolvidos por BEUTEL & HEGGER (2002); FURCHE (2014) e


SPERRY et al. (2015) mostram que os diferentes sistemas de ancoragem influenciam no
comportamento carga x escorregamento em situações de tração direta. Porém, as
diversas previsões normativas para o arrancamento de barras embutidas em concreto não
diferenciam suas previsões quanto ao sistema de ancoragem das barras.
Neste contexto, o trabalho faz uma avaliação da diferença entre os vários sistemas de
ancoragem através de resultados ensaios experimentais de arrancamento direto. Foram
realizados ensaios de arrancamento em oito blocos de concreto prismáticos contendo
diferentes tipos de ancoragem com diâmetro de 10.0 mm. O embutimento efetivo da
ancoragem nos corpos de prova foi de 60 mm e o concreto usinado utilizado foi de
34,7 MPa. Os resultados foram analisados individualmente e comparados com resultados
previstos pelas prescrições normativas da ABNT NBR 6118 (2014); ACI 318 (2014);
AC Eurocode 2 (2010); fib Model Code 2010 (2013), e também com formulações
desenvolvidas por pelos trabalhos de SPERRY (2015) e REGAN (2000).

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2 Métodos de Cálculo
Para o dimensionamento do comprimento de ancoragem com gancho de armaduras de
tração no concreto, as recomendações normativas indicam que as barras das armaduras
sejam ancoradas de modo que as forças as quais sejam submetidas devem ser
transmitidas totalmente ao concreto por meio da área de ancoragem. A Equação 1
apresenta a forma geral para estimar a força de arrancamento das normas, onde fb é a
tensão de aderência  é o diâmetro da armadura, hef é o comprimento de ancoragem e
Nu é a carga de arrancamento. Como as recomendações esperam que que o aço escoe
antes da arrancamento da armadura, normalmente as normas substituem Nu pela força
de escoamento das armaduras.

Nu  fb      hef (Equação 1)

2.1 ABNT NBR 6118 (2014)


A resistência ao arrancamento, segundo a norma brasileira, é função dependente do
diâmetro da barra, do comprimento de ancoragem e da resistência do concreto. Para
barras nervuradas com diâmetro menor que 32 mm, com ganchos, dobras ou barras
transversais soldadas e em condições de boa aderência e pode ser estimada, de forma
empírica, pela Equação 2.

 0, 473  3 f 2      h
 c ef
 f c  55MPa

Nu , NBR  
 1
(Equação 2)
 3,34  ln(1  0,11 fc )      hef  f  55MPa
 1 c

Onde:
Nu , NBR é a força resistente de aderência;
fc é a resistência à compressão do concreto;
 é o diâmetro da barra de ancoragem;
hef é o comprimento necessário de ancoragem segundo a ANBT NBR 6118 (2014),
conforme a Figura 1.
1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas.

2.2 ACI 318 (2014)


Na utilização de barras de aço na ancoragem de elementos estruturais, o ACI define o
comprimento de ancoragem de forma próxima a NBR 6118 (2014), além disso, ela
também considera o cobrimento, o diâmetro da barra e resistência do concreto. Assim,
para barras nervuradas com diâmetro menor que 32 mm, com ganchos, dobras ou barras
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transversais soldadas, em condições de boa aderência e sem armaduras para
confinamento pode ser estimada pela Equação 3.

 cb 
0, 265  fc         hef
Nu , ACI    (Equação 3)
1

Onde:
1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas;
 cb 
  não pode ultrapassar o valor de 2,5.
 

2.3 Eurocode 2 (2010)


O AC Eurocode 2 (2010), igualmente a NBR 6118 (2014), recomenda que as forças
atuantes na barra de ancoragem sejam transmitidas integralmente ao concreto. Contudo,
apresenta uma definição de comprimento de ancoragem diferente para barras com
ganchos ou dobras, no qual o comprimento de ancoragem é o comprimento total da barra
embutido dentro do concreto, conforme ilustrado na Figura 2.

Figura 2 - Comprimento de ancoragem (Adaptado de AC Eurocode 2, 2010)

Para o cálculo da força resistente de aderência, o documento europeu utiliza uma


recomendação empírica que considera os mesmos parâmetros avaliados pela
ABNT NBR 6118 (2014) com o acréscimo de um fator para considerar a influência do
cobrimento de concreto em relação a barra de ancoragem. A resistência de aderência
para casos análogos ao considerado no cálculo da ABNT NBR 6118 (2014) sem
confinamento transversal, pode ser obtida a partir da Equação 4.

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 0, 473  3 fc ²      hef
  f c  55MPa
 1   2
Nu , EC 2   (Equação 4)
 3,34  ln(1  0.1  fc )      hef  f  55MPa
 1   2 c

Onde:
1 é um parâmetro para considerar a influência das dobras, ganchos e armaduras
transversais soldadas. 1  0, 7 para barras com ganchos, dobras e barras soldadas e
1  1, 0 para barras retas;
 2 é a parcela do efeito do cobrimento de concreto da barra de ancoragem obtido através
(cd  3   )
de  2  1  0,15  , e cd é o menor valor entre o cobrimento (cx) e o espaçamento

entra as barras (a) como ilustrado na Figura 3. Sendo que α2 deve ser maior que 0,7 e
menor que 1.

Figura 3 – Consideração do efeito do espaçamento pelo Eurocode

2.4 fib Model Code 2010 (2013)


No cálculo de barras de ancoragem resistentes ao arrancamento, o
fib Model Code 2010 (2013) estima que a parcela de tensão de resistência de aderência
na barra reta seja somada com a força resistida pela dobra do gancho. A tensão
resistente de aderência é influenciada pelo diâmetro da barra, do comprimento de
ancoragem, cobrimento das armaduras, tensão de escoamento das barras e da
resistência à compressão do concreto, do mesmo modo que as recomendações
normativas citadas anteriormente. A estimativa da carga de ruptura ao arrancamento pelo
MC10 pode ser estimada pela Equação 5.

fc
Nu , MC10  1, 75    2       hef  Fh (Equação 5)
25

Onde:
0,5 0,15
 considera o cobrimento e espaçamento das barra, estimado por:    c min    cs  ;
    2  c min 
2 2

cs é o espaçamento “a” entre as barras de ancoragem;


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c min é o menor valor entre cx, cy e a/2 definidos conforme Figura 3;
 fc     2
Fh é a parcela resistida pela dobra e é estimada por Fh  60  1, 75    2  
 25  4
ì1, 20 ® f yw = 400 MPa
ï
ï1, 00 ® f = 500 MPa
ï yw
ï
 considera a tensão de escoamento das barras, estimado por: h = í0,85 ® f yw = 600MPa ;
ï
ï0, 75 ® f yw = 700 MPa
ï
ï0, 68 ® f yw = 800 MPa
î

2.5 SPERRY (2017)


SPERRY (2017) ensaiou 337 ensaios experimentais contendo duas e três barras de
ancoragem na forma de ganchos de 90° e 180°. Ele variou os parâmetros dos modelos,
tais como o diâmetro de flexão, o comprimento de ancoragem efetivo, o cobrimento
mínimo, a resistência à compressão do concreto e alguns dos modelos possuíam ainda o
efeito de confinamento.
Segundo o autor, quando há o efeito do confinamento, 82% do total de força resistente da
barra se deve a contribuição do concreto para a força de ancoragem da barra. Dessa
forma, ele propôs dois modelos de cálculo para a força resistente da barra de ancoragem,
no qual para os modelos em estudo foi desprezado o efeito de confinamento, e utilizado a
Equação 6 para calcular a resistência de todos os modelos ensaiados apesar de sua
formulação ser caracterizada por ganchos de 90º e 180º.

N u  (68, 4  hef   0,47  7855)  f c0,29 (Equação 6)

Onde:
hef é o comprimento de ancoragem efetivo, conforme ilustrado na Figura 1;
 é o diâmetro da barra ancorada;
f c é a resistência a compressão do concreto.

2.6 REGAN (2000)


Para observar a diferença da eficiência entre vários mecanismos de ancoragem,
REGAN (2000) fez ensaios de arrancamento em seis diferentes sistemas de ancoragem
diferentes em concreto não fissurado com comprimentos de ancoragem ( hef ) abaixo de
100 mm, simulando armaduras em lajes delgadas. A Figura 3 mostra que os resultados
de carga última ( N u ) seguem a mesma tendência para as condições de conectores com
cabeça em superfícies inclinadas ou retas e barras dobradas à 90º e 180º envolvendo ou
não armaduras longitudinais.

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Figura 3 – Arrancamento de barras embutidas no concreto (adaptado de REGAN, 2000)

Regan também apresentou uma adaptação da Equação 7 do CEB onde afirmou se


encaixar perfeitamente na resistência de ancoragens ao concreto. Onde k é um
coeficiente dado igual a 14 quando a barra de ancoragem for feita em torno de barras
horizontais do tipo com conectores de cabeça, ganchos de 180° e dobras de 90° com pelo
menos uma extensão para além da curva de seis vezes o diâmetro nominal da barra de
ancoragem, e igual a 10 para os demais tipos de ancoragens.

N u  k  f c  hef3/ 2 (Equação 7)

3 Características dos espécimes


Foram realizados ensaios de arrancamento direto em oito barras com diâmetro (  ) de
10 mm em corpos de prova prismáticos de 350 x 200 x 900 mm com taxa de armadura de
flexão de 1,24%. Essas barras foram posicionadas no ponto central do bloco a uma altura
de embutimento efetivo ( hef ) em torno de 60 mm. A variável do trabalho foi o sistema de
ancoragem das armaduras, sendo elas: 2 com gancho de 45° sendo um deles não
envolvendo e outra envolvendo barras transversais de 16 mm de diâmetro e 310 mm de
comprimento, 3 com dobra de 90° dos quais a primeira com comprimento de dobra de 5 
envolvendo a barra transversal e duas seguintes com comprimento de dobra de 10  sem
envolver e envolvendo barras longitudinais.
Por fim, 3 espécimes com barra reta e barras complementares soldadas com 310 mm de
comprimento. A primeira com uma barra de diâmetro de 6,3 mm soldada
longitudinalmente, a segunda com duas barras longitudinais de diâmetro de 8,0 mm e a
última com uma barra longitudinal de diâmetro de 16,0 mm. Os comprimentos de todas as
armaduras complementares soldadas possuíam um comprimento de 310 mm. Mais
detalhes das características dos espécimes são observados na Tabela 1 e na Figura 4.

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Tabela 1 – Características dos espécimes
Espécimes d (mm) hef (mm) Tipos de Ancoragens
J-60-5Ø 175 63 Gancho 45° com comp. de 5Ø
J-60-5Ø -t 180 62 Gancho 45° com comp. de 5Ø e uma barra transversal armada
L-60-5Ø -t 175 64 Dobra de 90° com comp. de 5Ø e uma barra transversal armada
L-60-10Ø 180 68 Dobra de 90° com comp. de 10Ø
L-60-10Ø -t 183 66 Dobra de 90° com comp. de 10Ø e uma barra transversal armada
W-60-6.3t 181 66 Barra reta com uma barra soldada de 6.3 mm
W-60-8.0tt 178 61 Barra reta com duas barras soldadas de 8.0 mm
W-60-16.0t 180 64 Barra reta com uma barra soldada de 16.0 mm
fc = 34,7 MPa; fct = 2,6 MPa; Ec = 30,66 GPa; Ø = 10 mm; fys = 562,9 MPa; Es = 205,1 GPa; εys= 2,75 ‰

Figura 4 – Modelos das barras de ancoragem e disposições das armaduras nos blocos

Os conectores foram tracionados a partir de um sistema autoportante com os elementos a


seguir: dois blocos para sustentação dos prismas; roletes metálicos para simular apoios;
vigas metálicas vazadas com furo ao centro; um cilíndrico hidráulico vazado; uma bomba
hidráulica elétrica para acionamento do cilindro; uma célula de carga vazada com
capacidade de 500 kN; um sistema de aquisição de dados da marca Spider8 que permitiu
a leitura continua dos dados da célula de carga; e para o travamento do sistema foi
utilizado um sistema de cunhas. A Figura 5 ilustra o sistema de ensaio.

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Figura 5 – Mecanismo e detalhamentos do ensaio experimental

4 Resultados
A Figura 6 apresenta os resultados de carga última dos oito modelos ensaiados. É
notório, a partir dos resultados, que o tipo de sistema de ancoragem influenciou na
resistência ao arrancamento dos conectores. Comparando as cargas ultimas dos
espécimes J-60-5Ø-t e L-60-10Ø-t com os dos J-60-5Ø e L-60-10Ø observa-se que
envolver barras longitudinais proporcionam um acréscimo de resistência, como observado
por REGAN (2000). Também é possível observar, comparando os resultados L-60-5Ø-t e
L-60-10Ø-t, que o comprimento da dobra influência na resistência com um acréscimo de
11,5 kN (34,8%) aumentando esse comprimento de 5Ø para 10Ø. Ainda, para os
espécimes com uma barra soldada, observou-se que o acréscimo da área das barras
soldadas proporcionou um acréscimo de resistência.
A Tabela 2 apresenta a razão dos resultados de carga última (Nu) com as previsões dos
modelos teóricos para a carga de ruptura (Nteo). São apresentados também os dados
experimentais de comprimento efetivo (hef) e os resultados estatísticos correlacionados de
média (μ), desvio padrão (σ) e coeficiente de variação (CV).

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Figura 6 – Cargas últimas das barras de ancoragem

De modo geral, nenhuma norma conseguiu prever de fato a influência dos diversos
formatos de ancoragem de forma precisa. Sendo os modelos mais conservadores o da
ABNT NBR 6118 (2014), do ACI 318 (2014), do fib Model Code 2010 (2013) e do
SPERRY (2017), no qual contiveram médias elevadas, superiores a dois e meio.
O AC Eurocode 2 (2010) obteve uma média satisfatória (1,11), no entanto a dispersão dos
resultados foi a maior dos modelos analisados (53%). Para o cálculo das barras de
ancoragem com gancho e dobra, o proposto por essa norma gerou valores abaixo da
segurança. Tudo indica que isso se deve ao fato de ser a única norma a considerar um
comprimento de embutimento efetivo diferente das demais, considerando o
prolongamento dos ganchos e dobras. Já para as barras com solda (modelos de barras
retas com complementares), os resultados foram conservadores.
O modelo proposto dor REGAN (2000) foi o modelo que obteve o menor desvio
padrão (0,19) e o único que previu a variação da resistência observada com a mudança
do sistema de ancoragem. Todavia, ao considerar as barras de ancoragem com
armaduras complementares transversais, o modelo se comportou de forma conservadora.
Esse efeito pode ser explicado pelo fato do modelo prever que para armaduras
complementares transversais com comprimento para além da curva acima de seis vezes
o diâmetro nominal, o valor do coeficiente seria igual a 14, desprezando efeitos de barras
complementares com prolongamentos inferiores.
Os modelos experimentais analisados tinham comprimento da barra envolvida a partir da
curva de 1,5  . Portanto, como forma investigativa foi realizado uma nova análise
(REGAN*), no qual para barras com armadura complementar foi adotado o coeficiente k
igual a 14 Com isso, foi possível observar que para alguns modelos o comprimento
equivalente de 1,5  causou efeitos favoráveis para a aproximação do modelo teórico com
o modelo experimental com barras complementares, com exceção do modelo L-60-5 ϕ –t
que levou a um valor abaixo da segurança. Esse resultado dispersante provocou um
aumento para 0,21 do desvio padrão e consequentemente no coeficiente de variação de
19%.

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Tabela 2 – Características dos espécimes
hef Nu Nu /Nteo Nu /Nteo Nu /Nteo Nu /Nteo Nu /Nteo Nu /Nteo Nu /Nteo
Espécimes
(mm) (kN) (NBR) (EC2) (ACI) (MC10) (SPERRY) (REGAN) (REGAN*)
J-60-5ϕ 63 32,64 2,30 0,62 2,96 2,62 2,40 1,11 1,11
J-60-5ϕ-t 62 43,2 3,09 0,82 3,98 3,49 3,31 1,50 1,07
L-60-5ϕ-t 64 33,06 2,29 0,73 2,95 2,64 2,33 1,10 0,78
L-60-10ϕ 68 41,04 2,68 0,65 3,45 3,22 2,50 1,24 1,24
L-60-10ϕ-t 66 44,58 2,99 0,72 3,86 3,53 2,91 1,41 1,01
W-60-6.3t 66 30,54 2,05 1,43 2,64 2,42 2,00 0,97 0,9
W-60-8.0tt 64 37,62 2,61 1,82 3,36 3,01 2,66 1,25 1,25
W-60-16.0t 61 41,28 3,00 2,10 3,86 3,35 3,31 1,47 1,47
Média 2,63 1,11 3,38 3,03 2,68 1,26 1,11
Desvio Padrão 0,39 0,59 0,50 0,43 0,47 0,19 0,21
Coeficiente de Variação 15% 53% 15% 14% 18% 15% 19%

5 Conclusões
Este trabalho apresenta resultados de ensaios de arrancamento direto, objetivando avaliar
a influência dos sistemas de ancoragem na resistência ao arrancamento das barras e o
desempenho das previsões de cálculos para diferentes modelos de ancoragem. O
programa experimental consistiu na execução de oito espécimes com diâmetro nominal
de 10 mm e embutimento de aproximadamente 60mm, inseridos em corpos de prova
prismáticos com dimensões de 900 mm x 350 mm x 200 mm.
Na avaliação de resistência dos modelos ensaiados, foi possível observar alguns
parâmetros que influenciam de forma significava na resistência à tração direta dessas
barras de ancoragem. Quando comparados os modelos com armadura complementar e
sem armadura complementar foi observado grande influência da inserção dessas barras
longitudinais, no qual os modelos com armadura complementar obtiveram resistência
maior. Ao avaliar o comprimento de prolongamento do gancho e dobra, verificou-se que
ao dobrar o valor do prolongamento do modelo, a resistência efetiva do modelo
aumentou, proporcionando ao melhor modelo da série uma resistência de 34,8% maior
que o modelo de 5ϕ. Já comparando os modelos de barras retas com barras
complementares soldadas, foi possível observar que a influência da proporção de áreas e
a rigidez dessas armaduras complementares influenciaram na resistência dos modelos.
Na análise das prescrições normativas e teóricas o modelo mais inseguro foi o da norma
AC Eurocode 2 (2010), no qual foi possível observar que todos os modelos para gancho e
dobra foram abaixo da segurança. A que teve melhor correlação com os modelos
analisados foi o modelo do REGAN (2000), com a menor dispersão dos resultados e
obteve os resultados mais próximos ao experimental. Como forma de melhorar a análise
executada com o modelo de REGAN (2000), os modelos que continham barras
complementares transversais, foram reanalisadas com um coeficiente que representava a
influência desta, mesmo que com comprimento de influência inferior ao limite dado pelo
autor do modelo. Dos três modelos vistos, dois chegaram a valores mais próximos aos
reais, sendo o terceiro um modelo em forma de dobra de 90° que continha uma relação
pequena de comprimento de prolongamento de dobra (5ϕ).
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6 Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer pelo apoio a esta e a outras pesquisas à:
Universidade de Brasília (UnB); ao Grupo de Estudos de Tecnologias da Engenharia
Civil (GETEC-UnB); ao Núcleo de Modelagem Estrutural Aplicada (NUMEA) e às
agências de fomento e apoio a pesquisa: CNPq, CAPES e FAP-DF.

7 Referências
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Requirements for Structural Concrete (ACI 318-14) and Commentary, Farmington,
Michigan, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 - Projeto e execução


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