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10 de Março de 2018
Por Grimmwotan
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Introdução
Este texto visa introduzir e esmiuçar a natureza daquilo que a tradição nórdica
chama de “...Berserk...”, a ocorrência deste tipo muito específico de transe e
dos biótipos que, em geral podem desenvolver tanto esta característica, quanto
seu equivalente, o “...Úlfheðinn...”, e quais podem, ou não, ser os pontos de
vínculos com tradições similares, levando em consideração não apenas as
citações parvas e apalermadas de supostos “...sábios...” modernos, os quais
confundem tudo com permissividade para uso de “...amanita muscaria...”, indo
antes disso para dentro da natureza do que, psiquicamente, fisicamente,
espiritualmente e mentalmente, de fato, o “...Berserkergang...”.
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ÍNDICE
Página 01 ..........................................................Capa
Página 02 ..................................................Introdução
Página 03 ..........................................................Índice
Página 23...................................................Conclusão
Página 24 ..................................................Bibliografia
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O Rei Harald engendrou uma guarda real com os Berserker, assim como uma
legítima tropa de choque, ele os chamava de “...hirdmen...”, e seus homens
adotaram a ritualística vinculada aos termo “...berserk männerbünde...”, sendo
que esses mesmos homens, em dada ocasião, solicitaram a seu Rei a
permissão para atacar Hardbeen e seu campião, homem contra homem.
Porém, ao escutar isso, Hardbeen entrou em um frenesi aterrorizante. Ele
devorou as bordas de seu escudo e segurava pedras de carvão ardente, que
engolia sem parar, atravessou as chamas de um incêndio, e quando o ímpeto
do transe diminuiu ele atravessou o coração de seus de seus próprios
campeões, avançou com o restante contra Halfdan, que o esmagou com um
martelo assustadoramente grande (3) .
E, deve-se ser motivo de nota, que Freyr tendo como seu símbolo o javali de
ouro Gullinbursti - e Freyja os Hildisvin, javalis de batalha. Os “guerreiros
javali”, lutavam em formação de batalha e eram especializados no campo onde
batalhavam, podendo desaparecer em meio ao combate, e em si, foram uma
similar “...Vanir...” do “...Berserk...”.
Sobre esses gigantes caia às vezes uma fúria tão grande que
eles não podiam se controlar, mas mataram homens ou gado.
Enquanto essa fúria durou, eles não temiam nada, mas quando
os deixou, ficaram tão impotentes que não tinham metade de
suas, forças e eram tão fracos como se tivessem acabado de
sair da cama de uma doença, tendo durado um dia a ira.
Saxo Gramático cita também, no Gesta Danorum, que para ganhar essa força
similar a um urso, o “...Berserk...”, pode usar do artifício de beber o sangue de
um urso ou lobo (11) :
Como vimos acima, Howard D. Fabing, em seu livro “On going Bersek: A
Neurochemical Inquiry”, de 1956 (4) , citou detalhes similares acrescidos de
efeitos relatados nas descrições das Sagas, sendo estes:
Contudo, como o ótimo “...The Asastru Edda...”, da Norroena Society (14), pode
nos explicar, a “...Fylgja...” é uma “...Nornr...” menor que se ergue do
“...Urdarbrunnr...”, quando uma criança humana nasce na terra, sendo que é
citada como sendo extremamente bela e luminosa, quando a pessoa é boa, e
sombria e escura, ainda que bela, vindo a ser acompanhada de um cão negro,
que tem enrolado em sua boca todos os crimes, quando a pessoa é má.
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Na Völuspa (15) é citado que Óðinn, Hœnir e Lóðurr encontraram duas árvores
com formas muito parecidas com as deles mesmos, uma delas muito parecida
com um homem e a outra com uma mulher, e decidiram criar o primeiro casal
humano.
Notemos que, o nome em nórdico antigo "...Óðinn..." tem como seus cognatos
os termos "...Woden..." em inglês antigo e Saxão Antigo, "...Wuotan..." no alto
germânico, sendo que estes derivam do proto-germânico "...wodanaz...", sendo
que este último deriva do adjetivo em proto-germânico "...wodaz...", o qual se
relaciona aos "...vates..." do latim, e o termo em irlandês antigo para vidente e
profeta, igualmente "...vate...". O adjetivo "...wodaz..." incluí vínculos com o
termo "...woþs...", que significa possuído, havendo um termo em nórdico antigo
"...óðr...", o qual significa louco, furioso ou frenético, sendo que a derivação em
inglês antigo, a partir do nórdico antigo é "...wod...", louco (17) .
"...Wodaz..." por sua vez, foi elevado e acrescido, tendo os termos "...mente...",
"...inteligência..." e "...sentido..." sido percebidos como vinculados diretamente
ao termo "...óðr...", sendo que no alto germânico "...wuot..." se relaciona
diretamente a "...agitação..." e "...emoção violenta...", havendo a variação em
holandês mediano "...woet..." que significa "...loucura..." (17).
Os termos “...Lá...”, “...Litr Göda...” e “...Lík...”, por sua vez se conectam com o
conceito dos cinco sentidos, da beleza e saúde físicas e da geração de calor e
de sangue, o primeiro se dando pela relação direta do batimento cardíaco com
a respiração e o trabalho do plexo solar e o segundo sendo gerado na medula
óssea e sendo complementado por todos os órgãos que se relacionam com o
plexo solar.
Estes enraizamentos são supostos pelo fato simples proposto pela própria
“...Völuspa...”, que afirma aos seres humanos criados pelos “...Æsir
Primordiais...”, como tendo suas origens em árvores, e tendo sua natureza
dividida em três tipos, os quais sendo diferentes geram três situações com
pontos em comum, e com pontos similares, analogamente pressupostos pela
natureza exposta pela “...Völuspa...”.
Ödr é presumido como se acumulando na cabeça, uma vez que aquele que dá
o presente dos sentidos e do pensar para a humanidade é “...Hœnir...”,
chamado também de “...Vili...” (Vontade), e essa associação claramente pode
ser explicada pelo fato de que no cérebro existe a amígdala cerebral, que
controla os impulsos de medo, raiva, sexualidade e o ponto onde não há o
choque dos hemisférios cerebrais, direito/emocional e esquerdo/lógico,
havendo aí a geração dos picos de genialidade em determinados momentos.
Isso sem mencionar as glândulas hipófise, que controla o corpo todo, e a
pineal, que entre outras coisas controla e estabiliza o sono, no organismo, com
o secretar da melatonina, e a apreensão da memória do que é aprendido
durante o dia, no cérebro, durante o sono, estando estes pontos orgânicos
totalmente em comunhão com a etimologia dos termos vinculados a “...ódr...”,
acima apresentada.
Como foi acima exposto, o transe “...Berserk...” lida com um estado de fúria
imensurável e com uma força física igualmente indescritível, e guarda vínculos
diretos com o “...Asmódr...” (19), que é um transe de fúria dos “...Aesir...”, tendo
como ponto de vínculo a etimologia de “...Wotan...”(17) e suas derivações, assim
como as origens pré-germânicas e indo arianas deste mesmo nome, levando-
se em consideração o fato de que a humanidade foi gerada pelos Aesir
Primordiais e que “...Óðinn...” tem como um de seus títulos “...Allfather...”, que
significa “...Pai de Todos...”, por ser o pai de todos os deuses Aesir.
Essas duas descrições, assim como aquele que é exposta na Saga de Egil
Skallagrimmsonar, retratando a imensa força de Skallagrimm, e o fato de que
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este quase arremeteu contra seu filho, nos dá um quadro geral interessante da
ação do transe “...Berserk...”.
No que tange ao estado físico terrível que pode ser observado por qualquer um
que atestar alguém em “...Berserkergangr...”, e que pode ser citado por um
“...Berserker...”, e nisso tranquilamente transgredimos o reino da suposição
lorpa ou do vazio acadêmico parvo, perdido nas mesmices que vem desde
antes de Jung, por termos acesso tanto a descrição visível quanto testemunho
real do fato, as citações extrapolam razoavelmente a descrição médica acima
citada, e são mais detalhadas do que os relatos sobreviventes trazidos pelas
Sagas, ou pelo caso céltico de Cú Chulaind(12).
Isso não significa que a explosão em si venha a ocorrer, significa que o aquilo
que detona o movimento já está se a ponto de causa-lo, e nesse caso o já
citado “...Rígsþula...”(26) nos demonstra um ponto muito claro de diferenciação,
posto que há “...þrallr...”, “...Carllr...” e “...Jarlr...”, e que mesmo em meio aos
que estão na casta “...Jarl...” somente alguns podem ser “...Einjarl...” e só um
ou outro “...Ríg...”, o que, dito de outra forma, significa que embora em um
vasto exército todos comecem como soldados, muitos tendem a subir na
hierarquia, mas somente os mais notáveis alcançam o posto de general,
definindo o simples fato que já é citado mais acima, relativo aos efeitos do
comportamento pessoal se tornar visível no “...Litr Göda...”, posto que os
depravados e criminosos em geral se convertem em “...Övaetr...”(14),
deformados ou monstros, por ceder aos vícios.
Dito isto, tacitamente falando, fica bem evidente que embora haja falastrões
que justifiquem seus excessos se dizendo “...Berserker...”, eles não o são, e
havendo algum “...Berserk...” entre eles, este será tão somente uma pálida
figura do que poderia ser, se seus excessos forem os mesmos que os dos
outros, inclusive como os relatos das Sagas ou os avisos do Havamal (27) nos
demonstram.
Obviamente o praguejar deveria ser opcional, mas ele não é, e funciona como
um pino de panela de pressão, para diminuir um pouco a pressão gerada pelo
estado de raiva, que já está extremo, porém, está voltado para a execução de
uma determinada tarefa, a qual pode ser erguer algumas telhas pesadas que
precisem de no mínimo duas pessoas para serem transportadas, quebrar
placas de madeira de algum móvel, quebrar concreto, mover troncos, ou
segurar animais enfurecidos, contudo tudo isso dentro do razoavelmente
normal, nada de admirável, com exceção de que neste estado, se ocorrer
algum fermento no corpo, no decurso da execução dos trabalhos, não haverá
percepção de dor, até que o “...Berserkergangr...” venha a se exaurir.
A mente se foca no objeto, coisa ou pessoa que está em face de agredir, que
agrediu ou ofendeu além do limite do razoável, e alguns efeitos são
perceptíveis:
Sobre os efeitos acima citados, e suas fases, podemos citar algumas coisas
importantes, que podem, aparentemente, ser redundantes, mas que não se
deve eximir de citar.
Quinto, nada impede que uma mulher seja “...Berserk...”, embora seja
especialmente perigoso, pois além do insuflar do “...Ödr...”, “...Laet...”,
“...Lá...” e “...Önd...”, que causarão os efeitos físicos, estes efeitos serão
alterados pela ação dos hormônios femininos durante o ciclo menstrual, e
uma “...Berserk...”, neste período, teria que ter o dobro ou o triplo de
cuidados que um homem “...Úlfheðinn...”, em virtude disso.
Conclusão
Como pudemos averiguar acima, há, no uso do bom senso e da pesquisa
consciente, uma quantidade farta de respostas que nos levam na direção
correta vinculada ao entendimento do que um “...Berserk...” é, apontando
para o oposto do que as mesmices da falta de visão supostamente
acadêmica moderna, tem afirmado ou tem tentado afirmar, inclusive
opondo-se a torpes mental engendrada pela falta de perspectiva, ou se
preferirem, da preguiça mental, nascida do mau uso das superestruturas
propostas por Marx, que não tinha nada de genial ao final das contas, posto
que falar sobre relações de trabalho sendo um confesso boêmio abana-
moscas é, no mínimo, demagogia.
BIBLIOGRAFIA
1)O que eram os Berseker?
https://tidsskriftet.no/2004/12/medisinsk-historie/berserkene-hva-gikk-det-av-
dem
2)Ynglinga Saga:
http://www.sacred-texts.com/neu/heim/02ynglga.htm
3)Hrafnsmál
http://heimskringla.no/wikHrafnsmáli/Haraldskvæði_(Hrafnsmál)_(B1)
5)Varengos e os Bersekers:
https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/davidson-h-r-ellis-
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42s-gelling-peter-and-davidson-hilda-ellis-the-chariot-of-the-sun-london-dent-
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8)Egil Saga:
http://sagadb.org/files/pdf/egils_saga.en.pdf
https://pt.scribd.com/document/230351055/Saxo-Gramatico-Historia-Danesa-
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13) Philip O'Leary “...The Prose Literature of the Gaelic Revival, 1881-1921:
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https://books.google.com.br/books?id=IeVqPgPkQSgC&printsec=frontcover&dq
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15)Völuspa:
http://www.voluspa.org/voluspa.htm
http://nibelungsalliance.blogspot.com.br/2011/04/voluspa.html
https://www.behindthename.com/name/wodan
https://www.collinsdictionary.com/dictionary/english/wotan
18)Druidismo:
https://www.academia.edu/33831926/DRUIDISMO.pdf
26) Rigsthula
https://www.pitt.edu/~dash/rig.html
http://flokkrfolkvangs.blogspot.com.br/2017/02/rigsula-em-portugues.html
27) Havamal:
https://www.recantodasletras.com.br/poesias-tradicionalistas/2894998
29) Skynwalker:
http://www.navajolegends.org/navajo-skinwalker-legend/