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Falemos sobre Bersekers

10 de Março de 2018

Por Grimmwotan
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Introdução
Este texto visa introduzir e esmiuçar a natureza daquilo que a tradição nórdica
chama de “...Berserk...”, a ocorrência deste tipo muito específico de transe e
dos biótipos que, em geral podem desenvolver tanto esta característica, quanto
seu equivalente, o “...Úlfheðinn...”, e quais podem, ou não, ser os pontos de
vínculos com tradições similares, levando em consideração não apenas as
citações parvas e apalermadas de supostos “...sábios...” modernos, os quais
confundem tudo com permissividade para uso de “...amanita muscaria...”, indo
antes disso para dentro da natureza do que, psiquicamente, fisicamente,
espiritualmente e mentalmente, de fato, o “...Berserkergang...”.
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ÍNDICE
Página 01 ..........................................................Capa

Página 02 ..................................................Introdução

Página 03 ..........................................................Índice

Página 04..................Citações históricas e científicas

Página 08...................Detalhes sobreviventes acerca


. do Bersekergang

Página 13..... As implicações espirituais e físicas do


. Bersekergangr

Página 16....................Como ocorre o Berserkegangr

Página 23...................................................Conclusão

Página 24 ..................................................Bibliografia
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Citações históricas e científicas

O fenômeno “...Berserk...” é encontrado exclusivamente na sociedade nórdica,


antes da era viking, seguindo assim até o período da decadência com o
cristianismo.

As Sagas Islandesas, geralmente a partir dos anos 1200, retratando lendas


antigas, na sua maioria a partir dos anos 1300, assim como a Snorres
Heimskringla, e Gesta Danorum de Saxo Grammaticus, esta última mais
insultante contra a própria tradição nórdica, do que qualquer outro texto, uma
vez que foi engendrada por padres cristãos, sendo que o registro do fenômeno
“...Berserk...”, nos tempos da decadência cristã, deixou de ocorrer, podendo ser
uma forma de atestar o seu vínculo direto com o “...Forn Siðr...” (1) .

Já a sociedade médica nórdica moderna(1), ao abordar o assunto “...Berserk...”,


prenhe do conhecido vazio de sentido de seu povo atual, cita o seguinte:

Os textos da saga são textos em prosa, com versos


escritos únicos e incluem caracterização por um ideal de
racionalidade em sua humanidade descritiva. Os textos são
pesquisados de maneira fenomenológica. Com a crítica
necessária, podem ser lidos em parte e analisados de acordo
com as descrições clínicas. A percepção própria do fenômeno
é buscada em conjunto com o conhecimento psicológico e
psicopatológico de hoje, bem como condições transcultural e
histórico-médicas, especialmente em relação à mentalidade e
psique dos noruegueses pré-cristãos.
Do ponto de vista da história médica, os berserker.
Foram em grande parte classificados como "psicopatas", ou,
possivelmente, com forte disposição para assim o serem.

Ainda no que tange a medicina e psicologia moderna, acerca dos termos e


dados coligados com o “...Berserkergangr...”, Carl. J. Jung, em seu “...Ensaio
sobre Wotan...”, cita o seguinte (20) :
“...Martin Ninck publicou recentemente uma monografia
que é uma adição muito bem-vinda ao nosso conhecimento da
natureza de Wotan. O leitor não precisa ter medo de que este
livro não seja mais que um estudo científico escrito com
distanciamento acadêmico do assunto. Certamente, o direito à
objetividade científica é totalmente preservado, e o material foi
coletado com rigor extraordinário e apresentado de forma
inusitadamente clara. Mas, acima de tudo, alguém sente que o
autor está vitalmente interessado nisso, que os acordes de
Wotan também estão vibrando nele. Esta não é uma crítica -
pelo contrário, é um dos principais méritos do livro, que sem
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esse entusiasmo pode facilmente ter degenerado em um


catálogo tedioso. Ninck esboça um retrato realmente magnífico
do arquétipo alemão Wotan. Ele o descreve em dez capítulos,
usando todas as fontes disponíveis o berserker, o deus da
tempestade, o vagabundo, o guerreiro, o Wunsch e o Minne-
deus, o senhor dos mortos e os Einherjar, o mestre do segredo
conhecimento, mago e deus dos poetas. Nem as Valquírias
nem as Fylgja são esquecidas, pois formam parte do fundo
mitológico e significado fatídico de Wotan. O inquérito de Ninck
sobre o nome e sua origem é particularmente instrutivo. Ele
mostra que Wotan não é apenas um deus de raiva e frenesi
que encarna o aspecto instintivo e emocional do inconsciente.
Seu lado intuitivo e inspirador, também, se manifesta nele, pois
ele entende as runas e pode interpretar o destino...”

Embora a primeira vista parecendo algo excepcional, neste mesmo “...Ensaio


sobre Wotan...”, Jung nos demonstra algumas falhas perceptivas do germe
daquele mesmo vazio e falta de essência que, atualmente, permeia o
academicismo e a medicina europeia, em seus múltiplos estilos e
derivações(20):

Quando olhamos para o tempo anterior a 1914, nos


encontramos vivendo em um mundo de eventos que não seria
inconcebível antes da guerra. Começamos a considerar a
guerra entre as nações civilizadas como uma fábula, pensando
que tal absurdo viesse a se tornar cada vez menos possível em
nosso mundo racional, internacionalmente organizado. E o que
aconteceu depois da guerra foi um verdadeiro sabbat de
bruxas. Em todos os lugares, revoluções fantásticas, alterações
violentas do mapa, reversões na política de protótipos
medievais, ou mesmo antigos, estados totalitários que
engolfam seus vizinhos e superam todas as teocracias
anteriores em suas reivindicações absolutistas, perseguições
de cristãos e judeus, assassinatos políticos, ataques diversos
e, finalmente, testemunhamos uma incursão pirata de coração
leve em uma pessoa pacífica e meio civilizada.

Com tais acontecimentos no amplo mundo, não é


surpreendente que haja manifestações igualmente curiosas em
menor escala em outras esferas. No domínio da filosofia,
devemos esperar algum tempo antes que alguém possa avaliar
o tipo de idade que estamos vivendo. Mas, na esfera da
religião, podemos ver de uma vez que algumas coisas muito
significativas estão acontecendo. Não precisamos nos
surpreender que, na Rússia, os esplendores coloridos da Igreja
Ortodoxa Oriental tenham sido substituídos pelo Movimento
dos Deuses - de fato, um suspiro de alívio quando se emergiu
da neblina de uma igreja ortodoxa com a sua multiplicidade de
lâmpadas e entrou numa mesquita honesta, onde a
omnipresença sublime e invisível de Deus não foi dominada por
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uma superfluidade de parafernália sagrada. Insensato e


ininteligente como era, e por mais deplorável que o baixo nível
espiritual da reação "científica" viesse a ser, era inevitável que
o esclarecimento "científico" do século XIX devesse um dia
amanhecer na Rússia.
(Grifos nossos para elucidar).

A primeira referência citando o termo "berserker" aparece em Haraldskvæði,


um poema skaldi composto no final do século IX em homenagem ao Rei Harald
Fairhair , por Thórbiörn Hornklofi, o qual o cita como sendo ulfheðnar ("homens
vestidos com peles de lobo") (3) :

Eu vou pedir aos berserks, você provadores de sangue,


Aqueles heróis intrépidos, como eles são tratados,
Aqueles que atravessam a batalha? De pele de pele,
eles são chamados. Em batalha. Eles carregam
escudos sangrentos. O vermelho com o sangue são
suas lanças quando eles vêm para lutar. Eles formam
um grupo fechado. O príncipe em sua sabedoria confia
nesses homens. Quem atravessa escudos inimigos.

Snorri Sturluson manteve uma importante referência, sobre os Berserker, na


Yngling Saga, e nesta citação ele frisa que os guerreiros de Odin se enfurecem
tanto quanto lobos ou cães furiosos, chegando a morder seus escudos como
bois selvagens ou ursos, e matam as pessoas com um só golpe, ele cita
enfaticamente que nem fogo e nem ferro podem detê-los.

O Rei Harald engendrou uma guarda real com os Berserker, assim como uma
legítima tropa de choque, ele os chamava de “...hirdmen...”, e seus homens
adotaram a ritualística vinculada aos termo “...berserk männerbünde...”, sendo
que esses mesmos homens, em dada ocasião, solicitaram a seu Rei a
permissão para atacar Hardbeen e seu campião, homem contra homem.
Porém, ao escutar isso, Hardbeen entrou em um frenesi aterrorizante. Ele
devorou as bordas de seu escudo e segurava pedras de carvão ardente, que
engolia sem parar, atravessou as chamas de um incêndio, e quando o ímpeto
do transe diminuiu ele atravessou o coração de seus de seus próprios
campeões, avançou com o restante contra Halfdan, que o esmagou com um
martelo assustadoramente grande (3) .

Há citações sobre uma dança dos varengos, os quais protegiam o Imperador


Constantino, no século VII, conforme ocorre a citação no “...De cerimoniis
aulae...”, e segundo é retratado a acadêmica Hilda Ellis-Davidson, há um
vínculo forte com os berserker, uma vez que é citado o uso de peles e de
máscaras de animais, dando a entender que poderia ser um rito Berserk (5) .
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Howard D. Fabing, em seu livro “On going Bersek: A Neurochemical Inquiry”,


de 1956, faz a seguinte citação (4) :

Essa fúria, que se chamava berserkergang, ocorria não


só no calor da batalha, mas também no trabalho laborioso. Os
homens que foram assim apreendidos realizavam coisas que de
outra forma pareciam impossíveis para o poder humano. Esta
condição é dito ter começado com tremores, vibração dos dentes,
e frio no corpo, e então o rosto inchou e mudou de cor. Tudo isso
vinha acompanhado de uma pressão violenta no plexo solar, que
finalmente cedia a uma grande fúria, sob a qual eles uivavam
como animais selvagens, e eles mordiam a borda de seus escudos
e eliminavam todos os que conheciam, sem discriminar entre
amigo ou inimigo. Quando essa condição cessava, um grande
aborrecimento da mente e debilidade seguia-se, o que poderia
durar um ou vários dias.

Os Úlfhéðnar, são citados na saga Vatnsdæla, Haraldskvæði e na saga dos


Völsungos (6) e em todas as citações, com nenhuma diferença, é afirmado que
“...eles mataram incontáveis homens e nem fogo e nem ferro são capazes de
os deter...”, inclusive na Saga de Egil Skallagrimmson (8) , é citado que o
próprio Egil era um Berserk, assim como seu pai, Skallagrimm, e que em meio
a uma disputa, ou mesmo treinamento, Skallagrim entrou em Berserkergang e
matou o irmão de Egil, tendo sido duramente repreendido por ter perdido o
controle, inclusive.

E, deve-se ser motivo de nota, que Freyr tendo como seu símbolo o javali de
ouro Gullinbursti - e Freyja os Hildisvin, javalis de batalha. Os “guerreiros
javali”, lutavam em formação de batalha e eram especializados no campo onde
batalhavam, podendo desaparecer em meio ao combate, e em si, foram uma
similar “...Vanir...” do “...Berserk...”.

Retornando as citações da medicina moderna, mormente falando da ligada aos


países onde ocorreu a incidência de Berserker, é citado por Robert Warnick,
em seus Vikings de Alexandria, de 1979, que o “...Berserkergang...” seria
obtido por quantidades maciças de álcool, sendo que outros, como é o caso de
Peter G. Goote e David M. Wilson, em seu trabalho “...A Conquista Viking...”,
de 1970, creditavam o “...Berserkergang...” a “...quatro deficiências
específicas...”, ou seja, histeria auto induzida, epilepsia, doença mental ou
“...falhas genéticas...” , sem mencionar o uso do cogumelo alucinógeno
“...Amanita Muscaria...”, já citado acima..
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Detalhes sobreviventes acerca do Bersekergang


Segundo a tradição nórdica, podemos, como acima foi citado, encontrar alguns
termos vinculados ao “...Berserk...”, como é o caso dos “...Úlfheðinn...” ou
“...Hamrammr...”, este último sendo um termo para “...troca-pele...” ou, se
usarmos um termo mais popular moderno, lobisomem.

Notemos, curiosamente, por exemplo, em relação a isto que Úlfr Bjálfason,


mais conhecido como Kveldulf Bjalfason, e tendo o nome Kveldulf como uma
tradução “...Lobo ao Entardecer...”, foi citado na Saga de Egil como ficando
cada vez mais mal humorado, todos os dias, com a aproximação da noite, e
que ele próprio era um “...Berserk...”.

Na Saga de Hrólf, temos uma citação curiosa acerca dos efeitos do


“...Berserkergang...”, ao se referir aos “...Berserker...” do Rei Halfdan (3) :

Sobre esses gigantes caia às vezes uma fúria tão grande que
eles não podiam se controlar, mas mataram homens ou gado.
Enquanto essa fúria durou, eles não temiam nada, mas quando
os deixou, ficaram tão impotentes que não tinham metade de
suas, forças e eram tão fracos como se tivessem acabado de
sair da cama de uma doença, tendo durado um dia a ira.

Na Saga de Örvar-Odd (10) , são citados comentários estranhos ao ouvir um


grupo de “...Berserker...”:
Às vezes eu pareço ouvir um bando de touro ou um cachorro
uivando, e às vezes é como pessoas gritando".

Este estado não humano é citado na Saga de Egil Skallagrímsonar, quando o


pai de Egil entrou em “...Berserkergang...”, Skallagrím, enquanto jogava um
jogo de bola com seu filho e outro garoto (8) :

Skallagrím se enfureceu e cresceu poderosamente, ao


ponto de erguer Thord e de o arremessar com tanta força, que
cada osso em seu corpo se quebrou, e ele morreu no local.
Então Skallagrím agarrou Egil, ainda em estado “...Berserk...”,
contudo Egil foi salvo por uma serva, que foi morta antes que
Skallagrím saísse do transe, mas, se ela não tivesse intervindo
naquele exato momento, Skallagrím, certamente, teria matado
seu próprio filho.

Além da ira inumana demonstrada pelos “...Berserker...”, outra característica


extremamente marcante é a força absurda que é desenvolvida por qualquer um
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dos “...Hamrammr...” , a qual é eloquentemente citada nas Sagas, onde o


“...Úlfheðinn...” é descrito como um gigante ou como um troll, por conta da
literal impossibilidade humana de ser desenvolvidas as proezas físicas citadas,
de tal forma que lhe era atribuída a força de um urso .

Notadamente os “Berserker...” são citados com seus nomes contendo o termo


“...bjorn...”, que significa urso, como ocorre nos nomes “...Gerbjorn...”,
“...Gunbjorn...”, “...Arinbjorn...”, “...Esbjorn...” ou “...Thorbjorn...”, sendo que o
Poderoso Deus Thor, tem como um de seus nomes, justamente, “...Bjorn...”, e
sua ira intempestiva e o fato de entrar em “...Asmodr...”, ira de Aesir, implica
diretamente com a forma como o Berserkergang opera.

Na “...História dos Dinamarqueses...”, de Saxo Gramático, Bjarki, cujo nome


significa “...pequeno urso...”, disse que realmente entrava na forma de um urso,
quando entrava em combate (11) .

Há uma citação na tradição céltica (18), tradição muito próxima da nórdica,


acerca do transe “...Berserkergangr...”, sobre o “...Ríastrad...” que acometia ao
herói “...Cú Chulaind...” (12) (13), citando-o, verdadeiramente, como um monstro,
quando o transe ocorria, e era dito que ele precisava ficar imerso em água
gelada ou fazer sexo por muito tempo, para que a temperatura de seu corpo
diminui-se, e que ao se inflamar em ira, não distinguia amigos ou inimigos e
destruía absolutamente tudo e todos a sua frente.

Saxo Gramático cita também, no Gesta Danorum, que para ganhar essa força
similar a um urso, o “...Berserk...”, pode usar do artifício de beber o sangue de
um urso ou lobo (11) :

Diretamente de sua garganta bebe o sangue


fumegante e devora o banquete de seu corpo, com mandíbulas
vorazes. Então, a nova força entrará em seu corpo, um vigor
inesperado virá para seus músculos, o acúmulo de força sólida
absorverá todos os nervos.

Há advertências sobre os efeitos do desgaste físico daquele que entra em


“...Berserkergang...”, retratando a total inutilidade do corpo do “...Berserk...”,
após o transe passar.

Na Saga de Egil, é citado o seguinte (8) :

O que é falado sobre Hamrammr, é o seguinte: que,


enquanto estão no frenesi, eles são tão fortes que nada é
impossível para eles, mas assim que o Berserkrgangr vier a
passar, ficarão muito mais fracos do que o normal. Foi assim
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com Kveldulfr, pois assim que o frenesi o deixou, ele se sentiu


tão estafado pelos efeitos da batalha, e ficou tão fraco, que ele
teve que ser levado para sua cama.

Como vimos acima, Howard D. Fabing, em seu livro “On going Bersek: A
Neurochemical Inquiry”, de 1956 (4) , citou detalhes similares acrescidos de
efeitos relatados nas descrições das Sagas, sendo estes:

Esta condição é dito ter começado com tremores, vibração


dos dentes, e frio no corpo, e então o rosto inchou e mudou de cor.
Tudo isso vinha acompanhado de uma pressão violenta no plexo
solar, que finalmente cedia a uma grande fúria, sob a qual eles
uivavam como animais selvagens, mordiam a borda de seus
escudos e eliminavam todos os que conheciam, sem discriminar
entre amigo ou inimigo.

Contudo no parágrafo anterior, do mesmo excerto do “On going Berserk: A


Neurohcemical Inquiry (4), ocorre uma citação realmente interessante, que pode
ter passado despercebida:

Essa fúria, que se chamava berserkergang, ocorreia não


só no calor da batalha, mas também no trabalho laborioso. Os
homens que foram assim apreendidos realizavam coisas que de
outra forma pareciam impossíveis para o poder humano.

Embora muitas pessoas tenham cometidos enganos, os quais levaram diversas


pessoas a multiplicar estes enganos, inclusive enganos estes levianos, pois
foram intencionais, podemos, com base nas citações acima retirar algumas
conclusões interessantes, que nos levam a explorar a natureza do
“...Bersekergangr...”, e seus usos propriamente ditos.

Notemos que houve uma série de confusões creditando o transe do


“...Berserk...” ao chamado “...cão negro...” que acompanha a “...Fylgja...” de
alguém, por conta da suposição de que tal cão negro, ou de que a própria
fylgja, trocaria ou se fundiria com a “...Hammr...”, a alma ou corpo que abriga
os corpos sutis no asatru, e que isso constituiria o transe “...Berserkergangr...”
em si.

Contudo, como o ótimo “...The Asastru Edda...”, da Norroena Society (14), pode
nos explicar, a “...Fylgja...” é uma “...Nornr...” menor que se ergue do
“...Urdarbrunnr...”, quando uma criança humana nasce na terra, sendo que é
citada como sendo extremamente bela e luminosa, quando a pessoa é boa, e
sombria e escura, ainda que bela, vindo a ser acompanhada de um cão negro,
que tem enrolado em sua boca todos os crimes, quando a pessoa é má.
11

De fato, o “...Berserkergangr...” tem sua origem em Óðinn, sendo creditado


este transe ao deus em si, e está ligado a condição imperiosa da presença,
minimamente latente, dos chamados “...Três Presentes...” (15), que advém dos
“...Três Æsir Primordiais...”, em alguém no qual venha a ocorrer.

Na Völuspa (15) é citado que Óðinn, Hœnir e Lóðurr encontraram duas árvores
com formas muito parecidas com as deles mesmos, uma delas muito parecida
com um homem e a outra com uma mulher, e decidiram criar o primeiro casal
humano.

Assim Lóðurr soprou nessas duas árvores e elas adquiram o “...Lík...”, um


corpo físico similar ao humano atual, e com este sopro veio também o “...Lítr
Göda...”, a beleza dos deuses e o “...Lá...”, que é sangue e calor vital ao
mesmo tempo.

Hœnir soprou em seguida, e concedeu aos dois o “...Ödr...”, o qual gerou em


ambos a mente, os princípios do psiquismo, a memória e os sentimentos.

Óðinn, por fim, soprou em ambos o “...Önd...” e concedeu-lhes a vida em si


mesma, passando o casal a possuir um espírito imortal e individual,
propriamente dito.

Notemos que, o nome em nórdico antigo "...Óðinn..." tem como seus cognatos
os termos "...Woden..." em inglês antigo e Saxão Antigo, "...Wuotan..." no alto
germânico, sendo que estes derivam do proto-germânico "...wodanaz...", sendo
que este último deriva do adjetivo em proto-germânico "...wodaz...", o qual se
relaciona aos "...vates..." do latim, e o termo em irlandês antigo para vidente e
profeta, igualmente "...vate...". O adjetivo "...wodaz..." incluí vínculos com o
termo "...woþs...", que significa possuído, havendo um termo em nórdico antigo
"...óðr...", o qual significa louco, furioso ou frenético, sendo que a derivação em
inglês antigo, a partir do nórdico antigo é "...wod...", louco (17) .

"...Wodaz..." por sua vez, foi elevado e acrescido, tendo os termos "...mente...",
"...inteligência..." e "...sentido..." sido percebidos como vinculados diretamente
ao termo "...óðr...", sendo que no alto germânico "...wuot..." se relaciona
diretamente a "...agitação..." e "...emoção violenta...", havendo a variação em
holandês mediano "...woet..." que significa "...loucura..." (17).

Complementarmente o substantivo o substantivo em nórdico antigo "...æði...", o


qual significa "...raiva...", "...fúria..." e "...loucura...", sendo que o termo do
antigo alto alemão "...wuoti..." deriva do nome feminino "...wodin...", o qual se
liga a "...wodaz...", sendo que o verbo fraco "...wodjanan...", o qual também
sendo derivado de "...wodaz...", deu origem ao termo em nórdico antigo
12

"...æða...", o qual significa "...enfurecer...". Há, também, vínculo direto com o


termo em inglês antigo "...wedan...", "...tornar-se louco...", "...furioso...", com o
termo em saxão antigo "...wodian...", que significa "...em ódio..." e bem como
com o termo "...wuoten..." do antigo alto germânico, o qual significa "...estar
insano..." ou "...tornar-se furioso..." (17).
13

As implicações espirituais e físicas do Bersekergangr

Abordando, inicialmente, os termos acima citados, os quais definem a


etimologia e os vínculos físicos e psíquicos com a natureza de alguém em
transe “...Berserk...”, notemos que o termo “...Önd...”, o qual é chamado de
respiração ou vida lida etimologicamente com o termo em proto indo ariano
“...hénsus...” (16), o qual se aparenta diretamente com o termo“...Ansjus...” ou
“...Aesir...”, palavra que implica na em uma das famílias divinas da tradição
nórdica e que distingue, justamente, a família de “...Óðinn...”, sendo que
“...hénsus...”, por sua vez significa, "...força vital...", e é igualado a
"...respiração...", “...Örindi...” em nórdico antigo, e "...força de vida...", levando a
percepção de vínculos com o sistema cardiopulmonar.

Os termos “...Lá...”, “...Litr Göda...” e “...Lík...”, por sua vez se conectam com o
conceito dos cinco sentidos, da beleza e saúde físicas e da geração de calor e
de sangue, o primeiro se dando pela relação direta do batimento cardíaco com
a respiração e o trabalho do plexo solar e o segundo sendo gerado na medula
óssea e sendo complementado por todos os órgãos que se relacionam com o
plexo solar.

“...Ödr...” se vincula aos trabalhos do sistema nervoso central e os filamentos


nervosos e perceptivos que nos levam as percepções de sentimentos e
localização espacial, e se conecta, como acima foi exposto com inspiração e
com a ira, mesmo que seja, estranhamente, um presente de “...Hœnir...”, ainda
sim pela natureza sempre definida como furiosa de todos os “...Æsir...”, como o
“...Asmóðr...” (15)(19) , “...A Ira Æsir...”, descrito na “...Völuspa...” (15), quando
“...Thor...” se ergue para encarar a batalha final contra “..Jörmungandr...” e é
descrito “...assumindo seu Asmóðr...”, como algo que naturalmente os
“...Æsir...” podem fazer.

No The Asatru Edda, da Norroena Society, é esclarecido que o “...Litr Göda...”


é o corpo sutil de beleza, e que a “...Hamr...” reveste todos os corpos sutis,
sendo ela própria um deles (14), e a partir das associações analíticas que advém
da etimologia dos termos, podemos concluir alguns detalhes sobre a ação
desses três presentes e suas subdivisões, no organismo humano.

O “...Önd...”, por exemplo, se acumularia na altura do coração logo em frente


ao pulmão, e fortaleceria diretamente a criação da a alma individual que vive
dentro dos corpos sutis, usando-se dos mesmos, quando efetivamente
existente, fluindo este “...Önd...”em seus vínculos por “...enraizamentos...”,
similares aos condutos de seiva das plantas e árvores ou aos vasos
sanguíneos.
14

Estes enraizamentos são supostos pelo fato simples proposto pela própria
“...Völuspa...”, que afirma aos seres humanos criados pelos “...Æsir
Primordiais...”, como tendo suas origens em árvores, e tendo sua natureza
dividida em três tipos, os quais sendo diferentes geram três situações com
pontos em comum, e com pontos similares, analogamente pressupostos pela
natureza exposta pela “...Völuspa...”.

Assim o presente de “...Lóðurr...” contém o “...Laeti...”, a habilidade de


mobilidade que opera sobre o “...Lík...”, o corpo físico humano, atuando com os
cinco sentidos e com o sangue, e concede também a beleza divina do “...Lítr
Göda...”, o corpo sutil cujo estado de maior ou menor beleza indica o grau de
bondade ou malignidade de alguém, e reveste a este com a “...Hamr...”, o
corpo fantasmagórico que abriga os corpos sutis e une a todos os corpos, e,
por fim, concede “...Lóðurr...” o “...Lá...”, que se expressa na “...Lík...” como
sangue e nos corpos sutis como força vital quente, atuando com o “...Laeti...”,
vinculando-se, portanto, tanto a medula óssea quanto ao plexo solar com todos
os órgãos internos ali presentes.

Ödr é presumido como se acumulando na cabeça, uma vez que aquele que dá
o presente dos sentidos e do pensar para a humanidade é “...Hœnir...”,
chamado também de “...Vili...” (Vontade), e essa associação claramente pode
ser explicada pelo fato de que no cérebro existe a amígdala cerebral, que
controla os impulsos de medo, raiva, sexualidade e o ponto onde não há o
choque dos hemisférios cerebrais, direito/emocional e esquerdo/lógico,
havendo aí a geração dos picos de genialidade em determinados momentos.
Isso sem mencionar as glândulas hipófise, que controla o corpo todo, e a
pineal, que entre outras coisas controla e estabiliza o sono, no organismo, com
o secretar da melatonina, e a apreensão da memória do que é aprendido
durante o dia, no cérebro, durante o sono, estando estes pontos orgânicos
totalmente em comunhão com a etimologia dos termos vinculados a “...ódr...”,
acima apresentada.

A ideia dos enraizamentos, acima sugerida, não é particularmente forçada ou


forçosa, se levarmos em consideração que a estrutura de distribuição não física
dos meridianos, porém inteiramente útil dentro da medicina que leva em
consideração os pontos da acupuntura (21), ou mesmo as nadis usadas na
medicina ayurvédica e no vedanta (22) .

Notemos que no caso chinês, o chamado “...ki...” ou energia vital se divide em


cinco elementos com dominância e geração sendo “...fogo...”, “...terra...”,
“...metal...”, “...água...” e “...madeira...”, gerando uns aos outros nesta exata
ordem, e sendo que “...madeira...” gera ou fortalece “...fogo...”, que regem 12
meridianos no organismo humano, com pontos específicos de dominância no
15

decorrer de cada um desses meridianos, e sendo digno de nota que a


acupuntura é uma forma reconhecida de medicina, curando diversos tipos de
doenças (23) .

No caso ayurvédico(24) , como acima citado, a energia da vida ou


“...kundalini...”, passa por grandes canais do corpos, as nadis, e em pontos
específicos gera os chamados “...chacras...” que controlam o bem estar e
saúde do organismo assim como a estabilidade e bem estar dos chamados
corpos sutis ou “...koshas...” (22) , passando também pela desintoxicação e
adequação alimentar de acordo com os biótipos humanos.

Desta forma, a concepção de enraizamentos vinculados a cada um dos


chamados “...presentes dos aesir primordiais...”(15), fluindo pelo organismo
através destes enraizamentos, com canais próprios, tal e qual a seiva faz pelo
corpo das árvores, é algo plenamente aplicável, dada a fonte original das
citações ligadas a “...Ask...” e “...Embla...” (15) , assim como os conceitos
advindos tanto da simbologia que se origina disso, quando da aplicabilidade e
da determinante empírica, expostas mais abaixo, fatores estes intimamente
ligados com o “...Berserkergang...”.
16

Como ocorre o Berserkegangr

Como foi acima exposto, o transe “...Berserk...” lida com um estado de fúria
imensurável e com uma força física igualmente indescritível, e guarda vínculos
diretos com o “...Asmódr...” (19), que é um transe de fúria dos “...Aesir...”, tendo
como ponto de vínculo a etimologia de “...Wotan...”(17) e suas derivações, assim
como as origens pré-germânicas e indo arianas deste mesmo nome, levando-
se em consideração o fato de que a humanidade foi gerada pelos Aesir
Primordiais e que “...Óðinn...” tem como um de seus títulos “...Allfather...”, que
significa “...Pai de Todos...”, por ser o pai de todos os deuses Aesir.

Assim sendo, é da natureza de tudo que se vincula aos “...Æsir...”, e mais


especificamente a “...Wotan...” ser dotado de um estado de frenesi “...preter-
humano...”.

Contudo, embora exista uma farta produção literária afirmando tolices ou


apologias aos “...Berserker...”, ficam as mais importantes questões:

Como o “...Berserkergangr...” ocorre? O que se modifica no corpo humano


quando esse transe ocorre? Quais os efeitos nos órgãos do corpo humano?
Quais os efeitos nos já citados enraizamentos dos “...Três Presentes...”, nos
corpos sutis e no corpo físico humano?

Inicialmente usemos como base as o excerto já citado de Howard D. Fabing,


em seu livro “On going Bersek: A Neurochemical Inquiry”, de 1956 (4):

Esta condição é dito ter começado com tremores, vibração


dos dentes, e frio no corpo, e então o rosto inchou e mudou de cor.
Tudo isso vinha acompanhado de uma pressão violenta no plexo
solar, que finalmente cedia a uma grande fúria.

E em conjunto a este excerto, citemos mais uma vez as mesmas impressões


registradas na Vatnsdæla, Haraldskvæði e na saga dos Völsungos (6) , as quais
afirmam que “...os Berserker matam incontáveis homens e não podem ser
detidos por fogo ou por ferro...”.

Pode parecer algo ficcional a descrição anterior, tanto a médica quanto a


tradicional das sagas, embora sejam muito próximas, apesar de mais de mil
anos de diferença entre uma e outra, porém elas contém, em ambos os casos,
verdades puras e simples.

Essas duas descrições, assim como aquele que é exposta na Saga de Egil
Skallagrimmsonar, retratando a imensa força de Skallagrimm, e o fato de que
17

este quase arremeteu contra seu filho, nos dá um quadro geral interessante da
ação do transe “...Berserk...”.

Contudo, para entender o primeiro nível, o nível físico do que o corre no


organismo de alguém sob efeito deste transe, primeiramente lancemos mão da
biologia e de seus excelentes estudos modernos sobre hormônios.

Como é de conhecimento da literatura médica moderna, a adrenalina contém


efeitos vasoconstritores impressionantes, e só foi banida do uso hospitalar
como instrumento medicinal de controle de sangramentos por ser muito cara
(25), sendo que seus efeitos no organismo são os seguintes (25):

Estimulação da quebra do glicogênio e da


gliconeogênese (produção de glicose a partir de precursores
não glicídicos), desencadeando a liberação de glicose na
circulação.
Amplia a pressão sanguínea e acelera o ritmo cardíaco,
aumentando o volume de sangue e levando oxigênio e
nutrientes extras a todos os órgãos do corpo.
Acelera a atividade cerebral e as reações corporais
ficam mais rápidas.
Melhora a oxigenação do corpo acelerando o ritmo
respiratório e relaxando os músculos nasais, permitindo que
entre mais ar e o organismo se oxigene mais facilmente.
Dilata as pupilas causando um aguçamento da visão e
melhorando a acuidade visual.
Constrição arteriolar na pele e na região abdominal;
Estimulação da quebra do glicogênio e da
gliconeogênese (produção de glicose a partir de precursores
não glicídicos), desencadeando a liberação de glicose na
circulação.
Dilatação arteriolar no músculo esquelético.
Aumento da força de contração ventricular.

Agora, retornando ao campo da tradição nórdica, ao “...Asatru...” em si,


lembremo-nos de que foram dados “...Três Presentes...” para a humanidade
nascente, e que em meio a estes três presentes há uma relação anagramática
acerca daquele cujo nome significa “...O Furioso...”, ou seja “...Wotan...”, e de
Hoenir, aquele que provê a humanidade com o “...Ödr...”, o qual se vincula com
diretamente com o termo “...æði...", o qual significa "...raiva...", "...fúria..." e
"...loucura...", havendo o termo do antigo alto alemão "...wuoti..." derivado do
nome feminino "...wodin...", o qual se liga a "...wodaz...", sendo que o verbo
fraco "...wodjanan...", o qual também sendo derivado de "...wodaz...", deu
origem ao termo em nórdico antigo "...æða...", o qual significa "...enfurecer..."
(17).
18

Como já foi definido acima, os deuses “...Æsir...” entram naturalmente em


“...Asmödr...”, ira divina, sendo algo naturalmente vinculado a esta família de
deuses nórdicos, e, igualmente como já foi citado anteriormente, sendo
“...Wotan...” o “...Allfather...”, o “...Pai de Todos...”, o equivalente do
“...Asmödr...” na natureza humana, conforme a discriminante presente no
“...Rígsþula...”(26), é o “...Berserkergangr...”.

No que tange ao estado físico terrível que pode ser observado por qualquer um
que atestar alguém em “...Berserkergangr...”, e que pode ser citado por um
“...Berserker...”, e nisso tranquilamente transgredimos o reino da suposição
lorpa ou do vazio acadêmico parvo, perdido nas mesmices que vem desde
antes de Jung, por termos acesso tanto a descrição visível quanto testemunho
real do fato, as citações extrapolam razoavelmente a descrição médica acima
citada, e são mais detalhadas do que os relatos sobreviventes trazidos pelas
Sagas, ou pelo caso céltico de Cú Chulaind(12).

O Início do frenesi pode se dar por qualquer coisa e a qualquer momento, às


vezes pelo simples cair de um alfinete no chão na hora errada, mas sempre
imbuído da percepção exata, mesmo que numa fração de segundos, de que
“...aquilo que não deveria ocorrer, ocorreu...”.

Isso não significa que a explosão em si venha a ocorrer, significa que o aquilo
que detona o movimento já está se a ponto de causa-lo, e nesse caso o já
citado “...Rígsþula...”(26) nos demonstra um ponto muito claro de diferenciação,
posto que há “...þrallr...”, “...Carllr...” e “...Jarlr...”, e que mesmo em meio aos
que estão na casta “...Jarl...” somente alguns podem ser “...Einjarl...” e só um
ou outro “...Ríg...”, o que, dito de outra forma, significa que embora em um
vasto exército todos comecem como soldados, muitos tendem a subir na
hierarquia, mas somente os mais notáveis alcançam o posto de general,
definindo o simples fato que já é citado mais acima, relativo aos efeitos do
comportamento pessoal se tornar visível no “...Litr Göda...”, posto que os
depravados e criminosos em geral se convertem em “...Övaetr...”(14),
deformados ou monstros, por ceder aos vícios.

Dito isto, tacitamente falando, fica bem evidente que embora haja falastrões
que justifiquem seus excessos se dizendo “...Berserker...”, eles não o são, e
havendo algum “...Berserk...” entre eles, este será tão somente uma pálida
figura do que poderia ser, se seus excessos forem os mesmos que os dos
outros, inclusive como os relatos das Sagas ou os avisos do Havamal (27) nos
demonstram.

Retornando a descrição do “...Berserkergangr...”, após o gatilho acima descrito


ser desencadeado, imediatamente vem a pressão desmedida no plexo solar,
como se fosse uma força quente, similar a uma agonia, que trava inicialmente
19

de forma mediana toda a musculatura do abdome, seguindo-se pelo área


localizada logo acima do coração, onde igualmente ocorre o acumular dessa
mesma pressão, embora que com menos volume, tudo isso em uma fração de
segundos.

Em seguida, o coração começará a bater com cada vez maior intensidade.

Até esse ponto, não ocorreu nenhuma ameaça evidente, e nenhuma


necessidade de esforço físico, em geral os efeitos mencionados acima se
vinculam a ofensas leves, problemas no trabalho, desafios medianos, cujos
efeitos do batimento cardíaco acima relatados serão facilmente solvidos, ou
resolvidos com enorme velocidade, dado o acelerar do fluxo de sangue no
cérebro e do leve ampliar do uso das reservas de açúcar acumulados nos
músculos.

O próprio Howard D. Fabing (4), cita em seu trabalho que o


“...Berserkergangr...”, como foi acima relatado, o seguinte:

Essa fúria, que se chamava berserkergang, ocorria não


só no calor da batalha, mas também no trabalho laborioso. Os
homens que foram assim apreendidos realizavam coisas que de
outra forma pareciam impossíveis para o poder humano.

Qualquer tipo de trabalho, atividade ou recreação do mental ao físico, do


artístico ao matemático, do emocional ao lógico é facilitado e feito com mais
atenção, mais facilidade, mais intensidade e mais perfeição por alguém que
esteja sob os efeitos medianos ou leves do “...Berserkergangr...”.

Contudo, continuemos a relatar os estágios do transe “...Berserk...”, para


compreender realmente com o que estamos lidando, e aprendermos a
diferença entre este transe e o comportamento irritadiço ou insano, de um
louco qualquer.

No estágio seguinte, o qual se dá, em média, quando alguém que entre em


“...Berserkergangr...” vem a se deparar com algum tipo de trabalho ou esforço
muito grande, que precisa ser feito, e que em geral ninguém se oferece para
fazer, ou se por acaso se oferece, o faz de má vontade – e como sabemos, já
diz aquele ditado da sabedoria popular “...antes só do que mal
acompanhado...”.

O coração, nesse ponto, se acelera mais, e o plexo solar se contrai muito, e a


temperatura do corpo sobre, ao ponto de que mesmo nos dias mais frios não
se sinta frio, ou que se tenha que retirar a caminha, mesmo no frio intenso, por
causa do calor excessivo do corpo.
20

Obviamente o praguejar deveria ser opcional, mas ele não é, e funciona como
um pino de panela de pressão, para diminuir um pouco a pressão gerada pelo
estado de raiva, que já está extremo, porém, está voltado para a execução de
uma determinada tarefa, a qual pode ser erguer algumas telhas pesadas que
precisem de no mínimo duas pessoas para serem transportadas, quebrar
placas de madeira de algum móvel, quebrar concreto, mover troncos, ou
segurar animais enfurecidos, contudo tudo isso dentro do razoavelmente
normal, nada de admirável, com exceção de que neste estado, se ocorrer
algum fermento no corpo, no decurso da execução dos trabalhos, não haverá
percepção de dor, até que o “...Berserkergangr...” venha a se exaurir.

Com o efeito da ira, ou seja, da adrenalina no organismo, é comum alguns


efeitos perceptíveis vinculados aos olhos, como citado acima, a variação de
humor é um dos determinantes para a mudança de cor dos olhos(28) . Fortes
emoções como a raiva, podem causar a dilatação da pupila e a contração dos
olhos, fazendo com que ocorra pouca entrada de luz, dando a impressão olhos
mais escuros. Em casos de susto ou extrema felicidade, em que os olhos ficam
mais arregalados, as cores parecem ressaltar, dando a impressão de serem
mais claras, sendo que no que tange ao transe “...Berserk...”, a mudança de
coloração dos olhos é intensa, mesmo para as pessoas de olhos castanhos, os
quais podem ficar com uma carga de verde intenso, no momento exato em que
os olhos ficam injetados de sangue, com as veias visíveis, por conta do pico de
ira.

O estágio seguinte é o estado de frenesi de batalha “...Berserk...”, propriamente


dito.

Neste estado, o batimento cardíaco é visivelmente perceptível nas veias do


pescoço do “...Berserk...”, e pulsam intensamente, e o batimento cardíaco é
alto e ressoante com um bate-estaca nos tímpanos. A pele está intensamente
avermelhada, e está húmida em alguns pontos apenas, pois vagas de calor e
suor fartamente evaporam da pele, tendo ocorrido a constrição arteriolar mais
completa e irrestrita da pele e do abdome, combinada com uma tensão e
constrição de cada músculo do corpo.

A mente se foca no objeto, coisa ou pessoa que está em face de agredir, que
agrediu ou ofendeu além do limite do razoável, e alguns efeitos são
perceptíveis:

a) O tempo parece passar em câmera lenta, e as coisas parecem se mover


mais devagar, por conta da velocidade acelerada do cérebro;
b) Sangramentos que, de outra forma, deveriam ser intensos não o são;
c) Não há nenhuma sensibilidade de dor;
d) A força física não encontra paralelo de comparação;
21

Sobre os efeitos acima citados, e suas fases, podemos citar algumas coisas
importantes, que podem, aparentemente, ser redundantes, mas que não se
deve eximir de citar.

Primeiro, devemos ter em mente que os efeitos do “...Berserkergangr...” em


sua intensidade máxima, por consumirem todas as reservas do organismo
quando ocorrem, levam a pessoa a ficar em estado deplorável após o
frenesi passar, levando um tempo para que este venha a se recuperar,
como já foi citado acima.

Segundo, que os efeitos menores permanecem ativos na pessoa que entra


em frenesi “...Berserk...”, de forma que na execução de suas tarefas diárias,
sejam elas quais forem, ao se deparar com um problema ou com uma
tarefa, o nível de dificuldade será subconscientemente identificado como um
“...inimigo a ser ultrapassado...”, e os estágios do “..Berserkergangr...” irão
se ativar com fase na dificuldade do que vier a ser executado, sendo que,
se um abuso por parte de alguém vier a oferecer risco para o “...Berserk...”,
pode ocorrer um princípio de explosão, conforme o tamanho da ofensa,
esse princípio de explosão, quando a pessoa em questão não é simplória,
converte-se em um elaborado plano de vingança, com requintes de
crueldade, podendo este ser confeccionado com muita velocidade, por
conta do acelerar da mente do “...Berserk...”.

Terceiro, o “...Berserkergangr...”, propriamente dito nas fases acima


relatadas e vinculado aos “...três presentes...” é um fenômeno específico do
fenótipo caucasiano e de seus filhos, estando vinculado a farta presença
desta específica herança genética, havendo extremas diferenças entre este
e, por exemplo, o “...Skinwalker...”, ou seja o “...Yee Naaldlooshii...”, dos
navajos (29) , sendo que alguém deste povo, ou que tenha o sangue deste
povo, se por acaso for um “...Yee Naaldlooshii...”, terá que proceder como a
tradição de seu povo e suas condutas específicas apontam, pois não há
maior mal em coisas como estas do que transgredir os atavismos de cada
pessoa, as respostas inconscientes de cada um, guardam meios e modos
que, não podem ser ativados ou acessados por coisas alienígenas aos
elementos formadores daquela pessoa específica.

Quarto, um “...Úlfheðinn...” nasce, ele não pode ser simulado ou cultivado,


sendo impossível que venha a ser artificialmente engendrado, não
importando o quanto as teorias modernas, nascidas do mentalmente
natimorto reconstrutivismo social, que infectaram quase todas as áreas
acadêmicas modernas, tentem afirmar o contrário.
22

Quinto, nada impede que uma mulher seja “...Berserk...”, embora seja
especialmente perigoso, pois além do insuflar do “...Ödr...”, “...Laet...”,
“...Lá...” e “...Önd...”, que causarão os efeitos físicos, estes efeitos serão
alterados pela ação dos hormônios femininos durante o ciclo menstrual, e
uma “...Berserk...”, neste período, teria que ter o dobro ou o triplo de
cuidados que um homem “...Úlfheðinn...”, em virtude disso.

Sexto, o “...Berserkergangr...” tem sua origem no incrementar dos “...Três


Presentes...”, no organismo de alguém que atenda as condições acima
relatadas, de fato. Isso implica que a já citada “...pressão...” sobre a área do
“...Plexo Solar...”, do “...Coração...”, e da não citada acima, área do “...lobo
frontal do cérebro...”, irradiando para dentro deste, tem sua origem no
drenar ampliado dos referidos “...Três Presentes...” para dentro do “...Litr
Göda...” e do “...Lík...”, corpo físico, de forma instintiva e vinculada a
necessidade efetiva, prática, útil e concreta em face de um perigo ou
desafio.

Sétimo, o frenesi “...Berserk...” muito pouco se assemelha a fúria dos loucos


ou de alguns néscios torcedores participantes de torcidas organizadas,
dado o fato do grau de destruição pessoal de um ser solitariamente
terrificante e dos outros solitariamente repugnante ou grupalmente
alarmante.
23

Conclusão
Como pudemos averiguar acima, há, no uso do bom senso e da pesquisa
consciente, uma quantidade farta de respostas que nos levam na direção
correta vinculada ao entendimento do que um “...Berserk...” é, apontando
para o oposto do que as mesmices da falta de visão supostamente
acadêmica moderna, tem afirmado ou tem tentado afirmar, inclusive
opondo-se a torpes mental engendrada pela falta de perspectiva, ou se
preferirem, da preguiça mental, nascida do mau uso das superestruturas
propostas por Marx, que não tinha nada de genial ao final das contas, posto
que falar sobre relações de trabalho sendo um confesso boêmio abana-
moscas é, no mínimo, demagogia.

A existência dos “...Berserker...” é um fato que implica na presença de uma


hierarquia humana, já fartamente relatada no acima citado “...Rgsthula...”,
podendo ser um recurso de progressão pessoal social real e valioso, o qual
uma vez recusado ou abandonado somente tem como prêmio para os que
os negam, uma sociedade vazia, frágil e em curso de decadência ou de
entropia certa.

As escusas modernas acerca do devido entendimento do frenesi


“...Berserk...”, se devem a situações entrelaçadas como o desenvolvimento
da sociedade monoteísta, e dos medos ancestrais relativos a superioridade
dos varengos e vikings em face dos monoteístas medianos, esses
bloqueios que nasceram de sombras no inconsciente diversas pessoas são
a fonte real para os pináculos de sustentação de trabalhos científicos
diversos, que carecem do antigo e salutar olhar curioso e desejoso de
aprender do cientista verídico.

Os muitos falastrões que existem em diversos locais, que praticam atos


reprováveis desculpando-se por serem supostos “...Berserker...”, podem ser
relegados ao terreno das crianças que não tomaram palmadas o suficientes
e cresceram estúpidas, burras e mimadas, posto que a relação de
destruição ou construção gerada por um “...Úlfheðinn...” lida diretamente
com a simples situação de que ou a pessoa controla o poder ou é
controlada por ele, valendo neste caso as sábias palavras do escritor Frank
Herbert, da ótima séria de livros “...Duna...”:
“...O poder não corrompe, o poder somente é incrivelmente atrativo para as
pessoas incrivelmente corruptas...”.
24

BIBLIOGRAFIA
1)O que eram os Berseker?
https://tidsskriftet.no/2004/12/medisinsk-historie/berserkene-hva-gikk-det-av-
dem

2)Ynglinga Saga:
http://www.sacred-texts.com/neu/heim/02ynglga.htm

3)Hrafnsmál
http://heimskringla.no/wikHrafnsmáli/Haraldskvæði_(Hrafnsmál)_(B1)

4)“On going Bersek: A Neurochemical Inquiry”:


https://ajp.psychiatryonline.org/doi/abs/10.1176/ajp.113.5.409

5)Varengos e os Bersekers:
https://www.cambridge.org/core/journals/antiquity/article/davidson-h-r-ellis-
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42s-gelling-peter-and-davidson-hilda-ellis-the-chariot-of-the-sun-london-dent-
1968-210-pp-9-pls-84-figs-55s/9D7673343421C60062D555AC70B91364

6)A Saga dos Völsungos:


http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15338/1/2016_TiagodeOliveiraVelosoSilva_t
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7)Suposições sobre Berserker e Consumo de drogas:


http://drvitelli.typepad.com/providentia/2009/07/going-berserk.html

https://skepticalhumanities.com/2011/05/03/science-gone-berserk/

8)Egil Saga:
http://sagadb.org/files/pdf/egils_saga.en.pdf

9) Hamrammr, “Troca-pele”, Lobsomem:


http://ilovewerewolves.com/icelands-hamrammr-transform-into-their-last-meal/

10)Örvar Odds Saga:


http://heimskringla.no/wiki/%C3%96rvar-Odds_saga

11)Gesta Danorum, A história dos Dinamarqueses, Saxo Gramático:


25

https://pt.scribd.com/document/230351055/Saxo-Gramatico-Historia-Danesa-
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12)Os feitos de Cú Chulaind:


http://www.maryjones.us/ctexts/cuchulain2.html

13) Philip O'Leary “...The Prose Literature of the Gaelic Revival, 1881-1921:
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https://books.google.com.br/books?id=IeVqPgPkQSgC&printsec=frontcover&dq
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14) The Asatru Edda, Norroena Society:


https://archive.org/stream/TheAsatruEddaSacredLoreOfTheNorth/TheAsatruEd
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15)Völuspa:
http://www.voluspa.org/voluspa.htm
http://nibelungsalliance.blogspot.com.br/2011/04/voluspa.html

16) Ivy Livingston “...A Linguistic Commentary on Livius Andronicus...”:


https://books.google.com.br/books?id=mdMtI3_dwhUC&pg=PA48&lpg=PA48&d
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17)Etimologia do nome Wotan:


http://www.finedictionary.com/Wotan.html

https://www.behindthename.com/name/wodan

https://www.collinsdictionary.com/dictionary/english/wotan

18)Druidismo:
https://www.academia.edu/33831926/DRUIDISMO.pdf

19) Asmóðr a “...Ira Æsir...”:


https://archive.org/stream/oldnordiskordbog00jonsuoft/oldnordiskordbog00jonsu
oft_djvu.txt

20)Carl Jung, Ensaio sobre Wotan:


http://www.philosopher.eu/others-writings/essay-on-wotan-w-nietzsche-c-g-
jung/
26

21)Psicologia e meridianos e acupuntura:


http://www.psicologiaeacupuntura.com.br/canais-de-energia-ou-meridianos-
manipulacao-energetica

22)Nadis meridianos, corpos sutis e Ayurveda:


http://www.sandiegocollegeofayurveda.com/ayurveda-meridians
http://www.saladeayurveda.com/2009/08/anatomia-energetica.html

23) Doenças e tratamentos através da acupuntura:


http://acupuntura.pro.br/oms/doencas-trataveis/
http://www.hong.com.br/doencas-trataveis-com-acupuntura/

24) Medicina Ayurvedica:


http://www.saude.campinas.sp.gov.br/programas/integrativa/curso_PICS/07_en
contro/Apresentacao_7_encontro_Ayurveda.pdf

25) Os efeitos da Adrenalina no organismo humano


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
72992009000200020
https://horadotreino.com.br/adrenalina-e-endorfina-acao-e-euforia/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/adrenalina.htm

26) Rigsthula
https://www.pitt.edu/~dash/rig.html
http://flokkrfolkvangs.blogspot.com.br/2017/02/rigsula-em-portugues.html

27) Havamal:
https://www.recantodasletras.com.br/poesias-tradicionalistas/2894998

28)Adrenalina e seus efeitos nos olhos:


http://www.lenteseoculos.com.br/porque-alguns-olhos-mudam-de-cor/
http://neurovisaofacil.blogspot.com.br/2015/05/adrenalina-e-sua-relacao-com-
os-olhos.html

29) Skynwalker:
http://www.navajolegends.org/navajo-skinwalker-legend/

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