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Jaelson Budny
Rio de Janeiro
Abril de 2018
i
ii
Budny, Jaelson
Verificação do Potencial de Estabilização de um Solo
Laterítico com uso de Ácido Fosfórico, Ácido Cítrico e
Cinza de Casca de Arroz/ Jaelson Budny. – Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2018.
XXII, 232 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Laura Maria Goretti da Motta
Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2018.
Referências Bibliográficas: p. 171-188.
1. Estabilização de Solos. 2. Solos Lateríticos. 3.
Aproveitamento de Resíduos. I. Motta, Laura Maria Goretti
da. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Civil. III. Título.
iii
Aos meus Pais Leandro e Francisca, ao mano Acsiel,
iv
AGRADECIMENTOS
Tentarei expressar aqui meus sinceros agradecimentos aos que contribuíram para
a realização desta tese, mesmo correndo o risco de neste momento não lembrar de
mencionar alguns neste espaço, caso aconteça já peço desculpas pelo indesculpável.
Ao amigo João de Almeida Melo Filho, pelo acolhimento nos primeiros dias de
Rio de Janeiro ainda durante o mestrado, e ter assim permitido criar a família da Cambucá
(Andrea, Bel, Cayto, Cristiano, Diego, Dimas, Ederli, Fabricio, João, Magno, Pedro,
Rafaela, Ricardo, Saulo, Tamile)
Ao Magno, por sempre ter um cantinho para me acolher nas idas ao Rio, e por ter
realizado os tramites finais.
Ao Professor Jacques de Medina, que foi o grande inspirador desta tese, guiando
os primeiros passos, e contribuindo com suas valiosas orientações.
Aos amigos André Luiz Bock, pela grande ajuda com o transporte do Ácido
Fosfórico, Alisson Milani e Mauricio Thomas pelas ajudas nos ensaios na UNIPAMPA.
Aos meus pais, Leandro Budny e Francisca Cristina Budny, e meu irmão Acsiel
Budny, agradeço por todo o apoio. Todas as conquistas sempre serão nossas e são frutos
do que vocês semearam. Agradeço a minha companheira, Raquel Caroline Zydeck por
estar sempre ao meu lado, pelos inúmeros dias de laboratório, pela paciência e pelo
entendimento de nossas prioridades, tenha certeza que sem a sua ajuda, esta etapa tão
importante em nosso futuro não seria concluída, seu apoio nos momentos difíceis ao
longo desta dura caminhada, tanto no aspecto profissional como pessoal foi fundamental.
Família: tudo sempre será para vocês e por vocês.
vi
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Jaelson Budny
Abril/2018
vii
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
Jaelson Budny
April/2018
viii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .........................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................11
2.1. Solos tropicais .................................................................................................. 14
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................32
3.1. Considerações Iniciais ..................................................................................... 32
3.3.5. Cal............................................................................................................. 44
4. RESULTADOS .......................................................................................................61
4.1. Ensaio de compactação ............................................................................. 61
o solo com adição de H3PO4 e solo com adição de Cinza de Casca de Arroz ........ 96
4.5.11. Solo +10% Cinza de Casca de Arroz +1% H3PO4 ................................. 101
4.5.12. Solo +15% Cinza de Casca de Arroz +1% H3PO4 ................................. 102
4.5.13. Solo +5% Cinza de Casca de Arroz +3% H3PO4 ................................... 104
4.5.14. Solo +10% Cinza de Casca de Arroz +3% H3PO4 ................................. 105
x
4.5.15. Solo +15% Cinza de Casca de Arroz +3% H3PO4 ................................. 107
4.5.20. Solo +3% C6H8O7 + 10% Cinza de Casca de Arroz .............................. 116
4.5.22. Solo + 5% Cinza de Casca de Arroz+ 3% H3PO4 +5% Cal ................... 119
4.5.23. Solo + 10% Cinza de Casca de Arroz+ 3 H3PO4 +5% Cal .................... 121
xi
5. CONCLUSÕES .....................................................................................................168
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 171
ANEXO I .......................................................................................................................189
ANEXO II .....................................................................................................................224
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 11: Difratograma de DRX da Cinza de Casca de Arroz desta pesquisa ..... 44
Figura 15: Moldagem dos corpos de prova para o ensaio de tração por compressão
Figura 16: Exemplos de Corpos de prova moldados para o ensaio de RCS envoltos
xiii
Figura 18: Microscópio eletrônico de varredura utilizado nesta pesquisa ............. 58
Figura 19: Amostra de solo sem metalização e com metalização para ensaio de MEV
59
Figura 26: Resistência à Tração do solo, e do solo com adição de H3PO4 e do solo
Figura 27: Resistência à Tração do solo e do solo com adição de H3PO4 e CCA. 71
CCA 72
Figura 29: Resistência à Tração do solo com combinações de H3PO4, cal e CCA73
Figura 30: Resistência à Tração das amostras de solo, de solo com adição de H3PO4
76
Figura 35: Resistência à Compressão Simples das amostras de solo, de solo com
80
Figura 36: Módulo de Resiliência versus Tensão Confinante do Solo para diferentes
Figura 37: Módulo de Resiliência versus Tensão Desvio do Solo para diferentes
Figura 39: Modelo composto de Módulo de Resiliência para o solo puro compactado
Figura 40: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 41: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
xv
Figura 42: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 43: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 44: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 45: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 49: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 50: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 51: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 52: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 53: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 58: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 59: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 60: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 61: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 65: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 67: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 68: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
5% Cal. 124
Figura 72: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 73: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
Figura 74: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
xviii
Figura 77: Parâmetro k3 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo, do
Figura 78: Imagem de MEV do solo desta pesquisa sem adições ........................ 136
Figura 79: Imagem do MEV da fração argila do solo desta pesquisa sem adições
136
Figura 80: Imagem do MEV da mistura solo com 3% H3PO4 ............................ 137
Figura 81: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4 .. 137
Figura 82: Imagem do MEV do solo com adição de 10% de CCA+ 3% H3PO4. 138
Figura 83: Imagem do MEV da fração argila do solo com adição de 10% de CCA+
Figura 84: Imagem do MEV da mistura solo com 10% CCA .............................. 139
Figura 85: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 10% CCA .... 140
Figura 86: Imagem do MEV da mistura solo com adição de C6H8O7 ................ 140
Figura 87: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com adição de C6H8O7
141
Figura 88: Imagem do MEV da mistura solo com 3% H3PO4 + 3% C6H8O7. .. 141
Figura 89: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4 + 3%
Figura 90: Imagem do MEV da mistura solo com adição de 5% de cal .............. 142
Figura 91: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com adição de 5% de
cal 143
Figura 92: Imagem do MEV da mistura solo com 3% H3PO4 + 5% de cal ........ 143
xix
Figura 93: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4 + 5%
de cal 144
Figura 94: Eixo Padrão Rodoviário utilizado para dimensionamentos no Brasil 160
xx
LISTA DE TABELAS
Tabela 5: Pares de tensões utilizados nos ensaios triaxiais de carga repetida para
67
solo com adição de C6H8O7 e adição combinada de H3PO4 e C6H8O7 ........... 148
solo com adição de cal, adição combinada de H3PO4 e cal, e adição combinada de
Tabela 13: Correlações entre propriedades para 07 dias de cura ......................... 153
Tabela 14: Correlações entre propriedades para 14 dias de cura ......................... 154
Tabela 15: Correlações entre propriedades para 28 dias de cura ......................... 154
Tabela 16: Correlações entre propriedades para 56 dias de cura ......................... 154
Tabela 17: Correlações entre propriedades com resultados dos 4 períodos de cura
154
Tabela 18: Características das seis curvas de fadiga sugeridas no Programa MeDiNa
xxii
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, diante da busca cada vez maior por soluções de custo reduzido, que
visem a preservação dos recursos naturais, a estabilização de solos surge como uma boa
alternativa ao emprego de britas, tradicionalmente usadas em camadas de pavimentos. O
processo de estabilização química de solos é uma das alternativas que conduz a estruturas
de pavimentos com bom desempenho e durabilidade.
1
assim, o número excessivo de acidentes nas estradas, a perda de produtos, danos à frota
nacional de veículos e ao meio ambiente.
A maioria dos solos lateríticos finos, em suas condições naturais são adequados,
principalmente para a camada de sub-base, mas não para o material padrão de construção
da base do pavimento quando o volume de tráfego é alto (OLA, 1983; OSINUBI, 2000a).
Muitas vezes, o engenheiro civil, não encontrando solo adequado no local para
utilização em obras geotécnicas, usa de procedimentos diversos para promover a melhoria
do solo local para torná-lo adequado à função a que se destina, e os processos são
agrupados sob o nome de estabilização. Classicamente entende-se por estabilização de
solo qualquer tratamento a que se submete um solo para melhorar-lhe as características
de resistência de forma geral. As principais propriedades de engenharia que se visa
modificar na estabilização de um solo para fins geotécnicos são (Medina, 1988):
2
− a resistência ao cisalhamento, tornando-o menos sensível às mudanças ambientais,
principalmente à umidade, além de torná-lo compatível com as cargas que a
estrutura vai absorver;
− a permeabilidade, aumentando-a ou diminuindo-a;
− a compressibilidade, reduzindo-a.
3
para o tratamento de materiais pouco resistentes e alguns destes aditivos são soluções
viáveis aos tradicionais, como a cal e o cimento. O tratamento do solo natural com
aditivos químicos pode afetar o tamanho, a forma e o arranjo das partículas do solo. Além
disso, o grau de melhoria depende da quantidade e do padrão de novos produtos formados
ao redor das partículas do solo (LATIFI et al., 2015a).
4
Em outra linha de resíduos, Ubaldo e Motta (2014) relatam a experiência com o
uso de cinzas de resíduo sólido urbano (RSU), cinzas de carvão mineral e resíduo sólido
de construção e demolição (RCD). Estes resíduos foram utilizados em misturas com solos
e testados em diferentes proporções e os resultados dos ensaios triaxiais de carga repetida
e a avaliação do pavimento pelo método mecanístico, comprovam a viabilidade técnica
de utilização destes em pavimentação.
Eisazadeh et al. (2010, 2011, 2012) verificaram, em amostras tratadas com cal,
que a ação do revestimento de óxidos de ferro livres nas partículas de argila impôs efeitos
inibidores na estabilização. Por outro lado, quando o solo foi estabilizado com ácido
fosfórico, devido ao aumento da solubilidade dos óxidos metálicos e também à
subsequente liberação de alumina, a formação de compostos de cimentados ficou mais
evidente. Do ponto de vista de propriedades mecânicas, o solo laterítico estabilizado com
6
ácido fosfórico mostrou melhoria com aumento de aproximadamente três vezes em
relação ao solo natural ao longo de um período de cura de 8 meses.
9
• Análises de Difração de Raios-X e Fluorescência de Raios-X.
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
11
Porém, estas duas classificações, embora correntes na Geotecnia e na
pavimentação brasileiras, apresentam limitações quando utilizadas para a previsão de
propriedades dos solos tropicais.
13
Os estudos geotécnicos no meio rodoviário têm se baseado historicamente na
geologia. Como afirmam Marangon e Motta (2001), a utilização de mapas geotécnicos,
obtidos a partir de informações geológicas e pedológicas, possibilita a associação de
dados geomecânicos dos solos com os de sua gênese. Essa reunião de dados fornece um
índice mais confiável para a organização e troca de conhecimento e de informações de
regiões distintas, podendo contribuir para a localização de áreas potenciais de ocorrência
de materiais a serem explorados.
2.1.Solos tropicais
Nogami e Villibor (1995) definem solo tropical como sendo aquele que apresenta
propriedades e comportamento decorrentes de processos geológicos e/ou pedológicos
típicos de regiões tropicais úmidas. Os solos tropicais sob o ponto de vista dos autores
citados, e visando seu uso na pavimentação, são divididos em duas grandes classes: solos
lateríticos e solos saprolíticos.
14
Segundo Nogami e Villibor (1983), os solos saprolíticos são originados pela
decomposição e/ou desagregação de uma rocha consolidada e, em condições naturais,
constituem camadas subjacentes às lateríticas. Sua macroestrutura se caracteriza pela
heterogeneidade e anisotropia, geralmente com cores variadas, manchas e
mosqueamentos herdados da rocha matriz ou desenvolvidos pelo intemperismo.
Apresentam uma constituição mineralógica muito variada, que depende do tipo de rocha
matriz e de seu grau de intemperização. Na fração areia podem ocorrer minerais como
mica e feldspatos e, na fração argila, minerais expansivos da família da ilita,
montmorilonita, esmectita entre outros.
Considerando esses vários aspectos, os solos podem ser definidos como corpos
naturais que recobrem a superfície terrestre, constituídos por materiais minerais e
orgânicos, que contém organismos vivos e apresenta potencial para o desenvolvimento
de vegetação, podendo também ser empregados em trabalhos de engenharia (STRECK et
al., 2002).
15
Figura 1: Distribuição das áreas de ocorrência de Latossolos no Brasil. Fonte:
CAMARGO et al., 1986.
16
floculação, é constituída predominantemente por óxidos e hidróxidos de ferro (hematita
e goetita), óxidos de alumínio (gibbsita) e argilominerais do grupo 1:1 (caulinita), com
baixa relação sílica/sesquióxidos (kr) e baixa capacidade de troca catiônica (SALOMÃO
& ANTUNES, 1998).
Klamt (1989) observa que, em geral, solos com elevada capacidade de troca
catiônica e/ou altos índice ki (SiO2 / Al2O3) e kr (SiO2 / Al2O3+Fe2O3) contém
argilominerais do tipo 2:1, expansivos ou parcialmente expansivos (esmectita ou
vermiculita); e os de baixa capacidade catiônica e índices ki e kr menores que 2, contém
argilominerais do tipo 1:1 e óxidos como caulinita e hematita.
17
homogeneizar suas características químicas, morfológicas e mineralógicas. Assim, são
considerados solos de mineralogia relativamente simples. Na sua fração grosseira (silte +
areia) prevalece quartzo, com menores quantidades de muscovita e alguns feldspatos
potássicos quando derivados de rochas ácidas. Magnetita e ilmenita com pequena
proporção de quartzo prevalecem quando se desenvolvem a partir de rochas básicas, com
destaque para o basalto, no caso do Brasil.
As argilas fixam o fósforo lentamente e por longos períodos de tempo, sendo que
os solos alcalinos e calcários fixam o fósforo pela formação de fosfatos de cálcio, fixação,
ainda, pouco conhecida, mas tendo o ferro e o alumínio atuantes como elementos no
processo de fixação. A responsabilidade pela fixação do fósforo por um solo ácido está
dividida entre os compostos de ferro, alumínio e os minerais argilosos existentes no solo
(MEDINA e GUIDA, 1995).
18
2.2.Estabilização dos solos para fins de pavimentação
19
2002; BROUGH & ATKINSON, 2002; TINGLE & SANTONI, 2003; LIU et al., 2011;
OU et al., 2011; LATIFI et al., 2014; LATIFI et al., 2015a; LATIFI et al., 2015b)
A Estabilização Mecânica visa dar ao solo (ou mistura de solos) a ser usado como
camada do pavimento uma condição de densificação máxima relacionada a uma energia
de compactação e a uma umidade ótima. É também conhecida como estabilização por
compactação. É um método que sempre é utilizado na execução das camadas do
pavimento, sendo complementar a outros métodos de estabilização.
20
empregando os fenômenos de eletrosmose, eletroforese e consolidação eletroquímica.
(BARBER, 1948; SCHAAD, 1948; KRAVATH, 1954; WES, 1961)
Além destes, tem surgido nos últimos tempos, uma grande variedade de outros
métodos e processos construtivos que visam oferecer ao solo, características de
resistência e melhoria de suas qualidades naturais e que podem ser classificados como
métodos especiais de estabilização: Solos Reforçados com Geossintéticos; Solo
grampeado; Colunas de Solo-Cal; Colunas de Solo Brita; Compactação Dinâmica; Jet
Grounting; Compaction Grounting; Drenos Verticais de Areia; Micro Estacas;
Estabilização Via Fenômenos de Condução em Solos.
21
O ácido fosfórico é muito empregado na indústria alimentícia como acidulante de
refrigerantes (principalmente os de cola), doces, molhos para saladas, geleias, fermentos
biológicos, refinação do açúcar, estabilizante de óleos vegetais, usinas de chocolate; na
indústria farmacêutica é usado na obtenção de insulina, produção de antibióticos,
fortificantes, etc.; na indústria química, na fabricação de fertilizantes agrícolas, fosfato
bicálcico para ração animal, produção de carvão, formulação de detergentes, decapante,
antiferrugem. O ácido fosfórico também é utilizado no tratamento biológico de efluentes
e no polimento químico ou eletroquímico de peças de alumínio entre muitas outras
aplicações e usos (LEVENE, 1917; ZUCKER & GUTMAN, 1923; ARMSTRONG et al.,
1942; BUONOCORE, 1955; DALDERUP, 1960; GUERRERO & PARODI, 1962;
WILSON et al., 1968; RETIEF, 1973; BECKER, 1989; CORMA, 1995; ASADU &
NWEKE, 1998; ABDERRAZAK et al., 2000; GAO et al., 2003; CAMPARIN et al.,
2007; PUZIY et al., 2008; FURTADO, 2010; DONATELLO et al., 2010;
ZAPOROZHETS et al., 2011; TEZVERGIL-MUTLUAY et al., 2012).
A estabilização de solos com ácido fosfórico pode ser compreendida como aquela
que ocorre a partir de reações químicas deste ácido com os elementos do solo, com a
formação de fosfatos de ferro ou de alumínio, que se mostram como compostos duros e
insolúveis (MEDINA, 1987). O ácido fosfórico em particular é extremamente reativo
(reação exotérmica intensa) com os solos tropicais que tenham óxidos de ferro e de
alumínio livres. Dado o fato de que a estabilização se processa por ação química do
aditivo sobre os minerais do solo, os solos finos são os mais adequados para esta
estabilização. Do ponto de vista de acidez, os solos ácidos são favoráveis, no sentido de
não se neutralizar a ação do ácido fosfórico (MEDINA e GUIDA, 1995).
Em geral, são duas as reações que ocorrem quando o ácido fosfórico entra em
contato com os óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio presentes no solo. Tem-se uma
primeira reação rápida, que ocorre imediatamente após o contato do ácido com o solo, e
22
outra reação que ocorre em longo prazo (NANZYOU 1984; LAITI et al. 1996; PERSON
et al., 1996).
23
em uma tentativa de identificar os mecanismos que contribuíram para o processo de
estabilização. De acordo com os dados obtidos para as misturas, verificou-se que o
processo de estabilização é altamente sensível para as impurezas presentes na superfície
da argila, e que as reações mais significativas ocorriam após cerca de 4 meses de cura.
De acordo com os ensaios de compressão simples, a amostra tratada com 7% de ácido
fosfórico resultou numa melhora da resistência em quase três vezes em comparação com
o solo natural.
O tratamento de solos finos, argilosos, pelo ácido fosfórico, tem como resultado a
formação de compostos de fósforo e ferro ou alumínio, que são duros, insolúveis e
cristalinos. O Fe2O3 livre propicia a formação destes compostos, que fazem com que a
capacidade de suporte do solo, assim tratado, seja grandemente aumentada (MEDINA e
GUIDA, 1995).
Equação 1
Onde: Al (solo) é o alumínio originário do solo, que pode ser gibbsita – Al(OH)3
ou a caulinita e MPO4 é o fosfato adicionado ao solo.
24
Em regra, os solos tropicais residuais contêm SiO2 e Al2O3 como principais
compostos, porém em alguns deles, como o Latossolo Roxo, o Fe2O3 livre (goetita e
hematita) predomina. O processo de ferralitização (laterização) de solos envolve 65% dos
solos expostos no Brasil e dependendo da intensidade do processo tanto a gibbsita e
hidratos férricos quanto a caulinita e hidratos férricos são os produtos finais das alterações
superficiais (MEDINA e GUIDA, 1995).
25
fosfórico e os minerais de alumínio e ferro contidos no solo e as conclusões podiam ser
resumidas como:
26
proveniente da referida safra. A casca é o mais abundante entre os subprodutos resultantes
da produção de arroz, e sua deposição final é um dos maiores problemas existentes nos
países produtores de arroz.
Korisa (1958), Juliano (1985) e Basha et al. (2003) afirmam que mais de 90% da
composição química da CCA é sílica, valor este superior ao encontrado na cinza volante
que é resultante da queima de carvão mineral. Entretanto o teor de sílica na casca de arroz
depende da variedade de arroz, tipo de solo, condições climáticas, temperatura e práticas
agrícolas (aplicação de fertilizantes, inseticidas, etc.) como observado por Ali, et al.
(1992a).
Portanto, a CCA com o passar dos anos adquiriu espaço na Engenharia Civil,
tornando-se um material de grande utilização e com bom desempenho no ramo no
concreto, principalmente, desde que bem processada.
A casca de arroz é uma capa lenhosa do grão, dura, com alto teor de sílica,
composta aproximadamente de 50% de celulose, 30% de lignina e 20% de sílica
27
(METHA, 1975). Quando queimada, a lignina e a celulose podem ser removidas,
resultando em uma estrutura celular e porosa.
Boateng e Skeete (1990) afirmam que o tipo de cinza apropriada para as reações
pozolânicas é a amorfa. A incineração da casca de arroz em uma faixa de temperatura de
550°C a 700°C é geralmente determinada para produzir sílica amorfa, entretanto
temperaturas além de 900°C produzem formas cristalinas. Segundo a American Society
for Testing and Materials (ASTM, 1998), a CCA composta com mais de 90% por sílica
(SiO2) é uma pozolana.
28
cimento estrutural tão bom quanto o cimento Portland (METHA, 1975; METHA &
GJØRV, 1982).
Ali et al. (1992a), Muntohar & Hantoro (2000) e Behak (2007), estudaram os
efeitos nos parâmetros de compactação da estabilização de CCA e cal ou cimento de uma
areia argilosa. Os autores descobriram que o decréscimo do γdMax da mistura é devido à
baixa densidade real dos grãos da CCA. O aumento da wot pode ser devido à absorção de
água pela CCA. A resistência aumenta rapidamente com a adição de CCA até atingir um
máximo. Porém, teores de CCA além do ótimo podem diminuir a resistência, devido a
diminuição do γdMax pela presença de CCA. Segundo os autores, a resistência das misturas
solo + cal pode ser aumentada adicionando 6% a 12% de CCA.
29
argiloso estabilizado com CCA e cal concluíram que os valores de ISC para diferentes
teores de CCA, com teor de cal constante, não diferiram significativamente. Por outro
lado, Basha et al. (2003) observaram uma diminuição nos valores de ISC das misturas
solo silto-arenoso-CCA. Portanto, segundo os autores a CCA não é apropriada como
estabilizante por si só.
A cinza da casca de arroz, assim como a cinza volante, por si só não produzem
cimentação. O poder cimentício é garantido a partir da reação química da sílica amorfa
com a cal, produzindo silicatos hidratados de cálcio (BOATENG & SKEETE, 1990).
Rahman (1986) utilizou CCA para estabilizar um solo laterítico e concluiu que
este é um material com potencial para substituir a cal ou o cimento, porém o autor não
explica o motivo do aumento da capacidade de suporte a partir da adição somente de
cinza. Tempos depois, Muntohar e Hantoro (2000) atribuíram o aumento de resistência
verificado por Rahman ao ângulo de atrito interno da mistura. Assim, a estabilização
realizada por Rahman foi muito mais granulométrica do que química, devido ao baixo
efeito pozolânico produzido apenas pela CCA no solo.
30
peso do solo seco. Os resultados obtidos mostram que o aumento do teor de CCA
aumentou o teor de umidade ótima e diminuiu a densidade máxima seca. Observou-se
também que, com o aumento do teor de CCA, ocorria a redução da plasticidade e da
resistência do solo. O teor de 10% de CCA também foi observado como o teor ideal.
31
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.Considerações Iniciais
Neste contexto, caberia a essa atual pesquisa, verificar por meio de ensaios mais
representativos dos carregamentos de uma rodovia, no caso o ensaio de módulo de
resiliência, a aplicabilidade da técnica de estabilização de solos argilosos ricos em óxidos
de ferro e alumínio com uso de H3PO4.
A justificativa pela escolha deste solo se deu pelo fato de que os latossolos
encontram-se amplamente distribuídos pelo Brasil. Como unidade dominante, ocupa
cerca de um terço da superfície do território nacional, ocorrendo praticamente em todas
regiões do país sob diferentes condições climáticas, relevo e material de origem. Os
Latossolos experimentaram diferentes situações climáticas ao longo de sua formação, e
isso homogeneíza suas características químicas, morfológicas e mineralógicas.
32
Os óxidos de ferro, termo genérico aqui empregado incluindo óxidos, hidróxidos
e oxi-hidróxidos, encontram-se entre os principais componentes da fração argila dos
Latossolos. Normalmente, ocorrem dispersos na massa do solo sob a forma de partículas
finamente divididas, com grau de cristalinidade variado, capeando minerais de argila, ou
mesmo sob a forma de complexos orgânicos (OADES, 1963; SCHWERTMANN, 1985;
KÄMPF, 1988).
33
pesquisas encontradas na literatura mais antiga, principalmente para estabilização com
cal hidratada ou cimento Portland. No estado da arte atual, para o dimensionamento de
estruturas de pavimentos com a utilização de métodos mecanístico-empíricos os
resultados que interessam são os ensaios de módulo de resiliência e de deformação
permanente.
a) Solo Natural
b) Solo + 1% de H3PO4
c) Solo + 3% de H3PO4
d) Solo + 5% de H3PO4
e) Solo + 5% de CCA
f) Solo + 10% de CCA
g) Solo + 15% de CCA
Nas misturas dos dois primeiros delineamentos, foram observadas algumas situações:
35
Figura 3: Aparência do solo desta pesquisa na umidade ótima de compactação
36
Nas misturas iniciais de solo e H3PO4 foi possível observar que ocorriam reações
instantaneamente após o contato do ácido com o solo. No intuito de postergar as reações
do H3PO4 com o solo foram realizadas misturas com a adição de Ácido Cítrico (C6H8O7).
Foram feitas as seguintes combinações:
Foi também realizada uma tentativa de adição de Cal do tipo calcítica ao solo, e
com este aditivo, foram realizadas as seguintes situações:
A) Solo Natural
B) Solo + 3% de H3PO4
C) Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz
D) Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4
3.3.1. Solo
37
27°55'57.1"S
54°44'14.2"W
Figura 5: Localização da Jazida do solo utilizado no estudo (Fonte: Google Maps, Maio 2018)
Este solo foi escolhido pelo fato de ter comportamento Laterítico e ser solo com
características próximas das encontradas em mais de 20000 km² do estado do Rio Grande
do Sul e compreendendo grande parcela dos solos do estado do Paraná, Santa Catarina,
São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso de Sul e Goiás.
Tomando-se por base os estudos iniciados por Guida (1971), este solo tende a ter
características próximas das que foram estudadas em seu trabalho, mesmo o solo utilizado
em seu estudo sendo do estado de São Paulo. Isso demonstra a unificação de algumas
características químicas dos latossolos.
38
O solo utilizado na presente pesquisa (Figura 6) foi ensaiado para a determinação
do tamanho de suas partículas (ABNT NBR 7181, 2017). Para tal, foram realizados os
ensaios de granulometria por peneiramento e granulometria por sedimentação. A curva
granulométrica da amostra de solo é apresentada na Figura 7. O ensaio de sedimentação
foi realizado com e sem uso de defloculante (hexametafosfato de sódio).
100
90
Percentagem Passante (%)
80
70 Com Defloculante
60
Sem Defloculante
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)
39
Percebe-se que se trata de um solo fino, com aproximadamente 98% passante na
peneira #200. A porcentagem de argila no solo é de 86 %, de silte 10%, de areia fina 3,5%
e de areia média apenas 0,5%. Observa-se um visível comportamento distinto do solo
quando ensaiado com e sem defloculante, essa mudança na granulometria é mais
percebida em campo, onde mesmo o solo sendo muito fino, o mesmo apresenta
características de um material ligeiramente mais grosso pela aglomeração entre as
partículas de argila.
40
grupo da caulinita, que podem atingir valores da ordem de 60% (CARVALHO et al.,
1981).
42
3.3.4. Cinza de Casca de Arroz
A cinza de casca de arroz empregada nesta pesquisa foi cedida pela CAAL
(Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda.), localizada no município de Alegrete, Estado
do Rio Grande do Sul. A cinza é resultado da queima da casca de arroz, utilizada no forno
de secagem do arroz, e sua queima não é feita à temperatura controlada. Ela tem coloração
escura conforme mostra a Figura 10.
43
Figura 11: Difratograma de DRX da Cinza de Casca de Arroz desta pesquisa
Da análise da Figura 11, tem-se que a Cinza de Casca de Arroz é composta por
cristobalita (SiO2) + provável presença de material Não-Cristalino.
3.3.5. Cal
44
Figura 12: Difratograma de DRX da Cal utilizada neste estudo
45
• O resíduo final foi calcinado à 1000ºC, calculando-se então a percentagem
de material primário não atacado pelo tratamento (% Res.)
pH ATAQUE SULFÚRICO
M.O
(g/kg)
KCl SiO2 Al2O3 Fe2O3 Res.
H2O ΔP (%) Ki Kr
1M (%) (%) (%) (%)
4,87 4,01 9,24 30,1 22,8 26,9 2,24 1,28 8,05 2,70
46
3.3.7. Limites de Atterberg e pH
Foram realizados os ensaios para o solo natural e para algumas misturas de solo
com Cinza de Casca de Arroz, H3PO4 e C6H8O7.
Limite de Índice de
Limite de
Plasticidade Plasticidade pH
Liquidez (LL)
(LP) (IP)
Solo 55,0% 45,5% 9,5% 4,82
Solo + 1% H3PO4 55,8% 28,5% 27,3% 1,58
Solo + 3% H3PO4 56,5% 28,0% 28,5% 1,26
Solo + 5% H3PO4 57,0% 28,0% 29,0% 1,15
Solo + 3% C6H8O7 55,4% 35,2% 20,2% 2,25
Solo + 3% C6H8O7 + 3% H3PO4 54,5% 29,2% 25,3% 1,23
Solo + 5% de Cinza de Casca de
38,3% 31,5% 6,8% 4,98
Arroz
Solo + 5% de Cinza de Casca de
42,2% 25,3% 16,9% 1,27
Arroz + 3% de H3PO4
Solo + 10% de Cinza de Casca
27,1% 22,2% 4,9% 4,95
de Arroz
Solo + 10% de Cinza de Casca
30,6% 18,5% 12,1% 1,25
de Arroz + 3% de H3PO4
Solo + 15% de Cinza de Casca
14,8% ---- 4,96
de Arroz
Solo + 15% de Cinza de Casca
22,5% 11,3% 11,2% 1,24
de Arroz + 3% de H3PO4
47
Percebeu-se que ao adicionar o C6H8O7 ou o H3PO4 ao solo não ocorre mudança
do limite de liquidez, entretanto ocorre significativa redução do limite de plasticidade. A
CCA tende a diminuir os valores do limite de liquidez e do limite de plasticidade.
48
60%
12,60
Potencial Hidrogeniônico - pH
12,40
12,20 pH
12,00
11,80
11,60
11,40
11,20
11,00
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
Teor de cal (%)
Para determinar qual a umidade ótima para cada composição analisada, foram
realizados ensaios de compactação Mini-Proctor proposto por Nogami em 1972
(NOGAMI & VILLIBOR, 1995). O Mini-Proctor corresponde à miniaturização do
Proctor Tradicional, cujos resultados dos parâmetros obtidos (Massa Específica Aparente
Seca Máxima e Umidade Ótima) para ambos os métodos são praticamente iguais.
Diferem do Proctor Tradicional pela massa de solo compactada, pelo peso do soquete,
altura de queda, número de golpes e o diâmetro do molde cilíndrico. Possui como
característica principal, ser um processo de compactação à seção plena, ou seja, o pé do
soquete possui a mesma área do corpo de prova. Em relação ao Proctor Tradicional
apresenta as seguintes vantagens:
Para cada situação, foram moldados 12 corpos de prova, totalizando 300 corpos
de prova no total. Na sequência os mesmos foram curados por 07, 14, 28 e 56 dias, em
temperatura controlada, a 25°C. A Figura 15 apresenta aspectos do processo de moldagem
para o ensaio em questão. Para evitar a perda de umidade durante a cura, os corpos de
prova foram envoltos em plástico filme e depois recobertos por uma camada de parafina.
Figura 15: Moldagem dos corpos de prova para o ensaio de tração por
compressão diametral nesta pesquisa
51
3.3.11. Ensaio de Compressão Simples
Figura 16: Exemplos de Corpos de prova moldados para o ensaio de RCS envoltos em
parafina nesta pesquisa
52
Figura 17: Execução do Ensaio de Compressão Simples e alguns tipos de ruptura
encontrados nesta pesquisa
O módulo de resiliência dos solos é por definição a relação entre tensão vertical
desvio e a deformação específica correspondente, e é obtido para vários pares de tensões,
confinante e desviadora, para representar melhor o comportamento dos materiais de
pavimentação.
Foram moldados três corpos de prova para cada mistura estudada, na umidade
ótima, na energia de compactação intermediária ou modificada. Todos os corpos de prova
foram compactados em molde tripartido com 10cm de diâmetro e 20cm de altura.
53
O ensaio é executado em duas etapas: a primeira etapa consiste no
condicionamento do material ensaiado, com a finalidade de minimizar os efeitos de
deformação plástica e da história de tensões, nesta etapa são aplicados 500 carregamentos
para cada par te tensões (Tabela 4).
Etapa de Condicionamento
70 210 4
105 315 4
Pares de tensões utilizados nos ensaios triaxiais de carga repetida para obtenção do
Módulo de Resiliência.
54
Tabela 5: Pares de tensões utilizados nos ensaios triaxiais de carga repetida para
obtenção do Módulo de Resiliência
0,020 0,040 3
0,060 4
0,035 2
0,035 0,070 3
0,105 4
0,050 2
0,050 0,100 3
0,150 4
0,070 2
0,070 0,140 3
0,210 4
0,105 2
0,105 0,210 3
0,315 4
0,140 2
0,140 0,280 3
0,420 4
55
O procedimento de preparação do ensaio de deformação permanente é idêntico ao
do ensaio de módulo de resiliência. Entretanto, não é realizado o período de
condicionamento do corpo de prova, pois todas as deformações permanentes observadas
são importantes para a pesquisa, sendo que o programa que gerencia o equipamento
triaxial de cargas repetidas já possui um módulo para o ensaio de deformação permanente
com este requisito implantado. Também, para cada corpo de prova aplica-se somente um
par de tensões durante todo o ensaio.
56
Tabela 6: Relação de tensões utilizadas para o ensaio de deformação permanente
(Guimarães, 2009)
Tensão (kPa)
Ensaio N
σd σ3
1 40
2 80 40
3 120
4 80
5 160 80 150000
6 240
7 120
8 240 120
9 360
𝜎3 ψ2 𝜎𝑑 ψ3 Equação 2
𝜀𝑝 (%) = ψ1 ∗ ( ) ∗ ( ) ∗ 𝑁 ψ4
ρ0 ρ0
Onde:
𝜀𝑝 (%): Deformação Permanente Específica;
57
3.3.14. Microscopia eletrônica de varredura
58
Figura 19: Amostra de solo sem metalização e com metalização para ensaio de MEV
Foram também realizados ensaios de MEV na fração argila do solo, com o intuito
de observar mudanças que possam ter ocorrido devido a adição dos diferentes aditivos ao
solo. A fração argila foi obtida pelo mesmo procedimento utilizado para o ensaio de
Difração por Raios-X, descrito no item 3.3.15.
59
• Suspender a argila desagregada em 1000 ml de água destilada.
• Adicionar 20 ml de hidróxido de sódio
• Agitar a suspensão e transferir para uma proveta de 1000 ml.
• Deixar a suspensão em repouso durante 24 h.
• Com o auxílio de uma pipeta retirar a fração fina superior da suspensão
(200ml), evitando perturbação da mesma e coleta do material grosseiro
depositado.
• Secar a fração fina da suspensão em estufa a 60 °C, posteriormente
desaglomerá-la e realizar o ensaio de DRX.
60
4. RESULTADOS
4.1.Ensaio de compactação
61
16,00
Massa Específica Aparente Seca (kN/m³)
15,50
15,00
14,50
14,00
13,50
Solo + 5% de H3PO4
13,00 Solo + 3% de H3PO4
Solo + 1% de H3PO4
Solo Natural
12,50 Solo + 5% de CCA
Solo + 10% de CCA
Solo + 15% de CCA
12,00
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
Teor de Umidade (%)
Figura 20: Curvas de compactação na energia Intermediária do solo, do solo com adição
de H3PO4 e do solo com adição de CCA
De posse dos dados da Figura 20 obteve-se que a umidade ótima do solo puro na
energia de compactação intermediária foi de cerca de 29%, com massa específica aparente
seca máxima de 15,15kN/m³. Este resultado confirma a tendência estabelecida por Pinto
(2006) no comparativo de solos típicos brasileiros, onde o mesmo descreve que, em geral,
solos argilosos apresentam valores de umidade ótima entre 25 a 30% com sua respectiva
massa específica podendo variar geralmente de 14 a 15 kN/m³.
62
Quando foi adicionado H3PO4 ao solo, foi observado comportamento distinto das
misturas com CCA, ou seja, a umidade ótima diminuiu à medida que foi adicionado mais
H3PO4 ao solo e a massa específica seca das amostras aumentou. A umidade ótima ficou
em 27% para 1% de H3PO4, 26,7% para 3% de H3PO4 e 26,3% para 5% de H3PO4. A
massa específica seca no teor ótimo de umidade atingiu 15,7kN/m³ para o teor de 5% de
H3PO4.
16,00
Massa Específica Aparente Seca (kN/m³)
15,50
15,00
14,50
14,00
Dos dados da Figura 21, tem-se que a umidade ótima de compactação para as
diferentes situações permaneceu praticamente inalterada, ficando em cerca de 28% em
todas as situações que continham a combinação de CCA e H3PO4. Ficou caracterizada
63
uma significativa redução da massa específica aparente seca para as situações que
continham 15% de CCA. Observa-se também que o aumento do teor de H3PO4 de 1%
para 3% aumenta os valores da massa específica aparente seca para todos os teores de
CCA analisados. O teor de 5% de CCA pouco influenciou na massa específica das
amostras se comparado ao solo sem adições.
16,00
Massa Específica Aparente Seca (kN/m³)
15,50
15,00
14,50
14,00
12,00
20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
Teor de Umidade (%)
64
adicionada CCA à mistura. Houve redução dos valores de massa específica aparente seca
de 15,05 kN/m³ na situação apenas com 3% de C6H8O7 para 14,70kN/m³ quando
acrescidos 10% de CCA. A combinação de C6H8O7 e H3PO4 resultou em uma diminuição
da umidade ótima de 29% para 27% para as duas situações analisadas.
16,00
Massa Específica Aparente Seca (kN/m³)
15,50
15,00
14,50
14,00
13,50
65
Os resultados para as misturas que foram realizadas na energia de compactação
modificada são apresentados na Figura 24.
16,00
Massa Específica Aparente Seca (kN/m³)
15,50
15,00
14,50
14,00
66
Tabela 7: Resultados obtidos do ensaio de compactação das misturas desta pesquisa
67
4.2.Ensaio de Deformação Permanente
0,9 3,6-1,2
Deformação Permanente Acumulada (mm)
0,8 2,4-1,2
0,7 1,2-1,2
0,6 2,4-0,8
0,5 1,6-0,8
0,4 0,8-0,8
0,3 1,2-0,4
0,2 0,8-,04
0,1 0,4-0,4
0
0 50000 100000 150000
Número de Ciclos de Aplicação de Carga
Figura 25: Variação da Deformação Permanente total do solo utilizado nesta pesquisa
para os diferentes pares de tensão (desvio e confinante) utilizados em cada corpo de
prova.
68
Nas menores tensões aplicadas (0,4-0,4) foi obtida ao final de 150000 ciclos uma
deformação de 0,182mm, e quando as tensões de ensaio foram aumentadas até o máximo
(3,6-1,2) a deformação permanente total foi de apenas 0,78mm. Isso comprova o
excelente desempenho deste solo laterítico argiloso, que embora sendo muito fino tem
ótima capacidade de resistência quanto à deformação permanente, quando compactado
na umidade ótima.
Não foram feitos ensaios de Deformação Permanente para as misturas de solo com
os aditivos, visto que se admite que a estabilização química proporciona ainda maior
resistência a este tipo de defeito, ainda mais considerando a excelente qualidade deste
solo.
Na Figura 26, Figura 27, Figura 28, Figura 29 e Figura 30 são apresentados os
valores médios para o ensaio de Resistência à Tração por Compressão Diametral das
amostras analisadas no presente estudo.
69
0,24
0,22
Figura 26: Resistência à Tração do solo, e do solo com adição de H3PO4 e do solo com
adição de CCA
Pelos dados da Figura 26, onde foram apresentadas as resistências à tração das
misturas com a incorporação de 1%, 3% e 5% de H3PO4 e 5%, 10% e 15% de CCA de
maneira isolada, além do solo puro, nota-se que a incorporação de H3PO4 resulta em um
aumento significativo da resistência à tração das misturas, aumentando em cerca de 40%
para o teor de 1% de H3PO4, e mais de 100% para o teor de 5% aos 56 dias de cura.
70
Na Figura 27 são apresentados de maneira gráfica, os resultados de resistência à
tração do solo com incorporação conjunta de H3PO4 e CCA. Foram realizadas
combinações com 1% e 3% de H3PO4 com 5%, 10% e 15% de CCA.
Figura 27: Resistência à Tração do solo e do solo com adição de H3PO4 e CCA.
71
Na Figura 28 estão apresentadas as resistências à tração das misturas que tiveram
misturas de solo com combinações de H3PO4, C6H8O7 e CCA.
0,24
Figura 28: Resistência à Tração do solo com combinações de H3PO4, C6H8O7 e CCA
72
Na Figura 29 são apresentadas as situações de misturas que tiveram a
incorporação de cal calcítica. Foi adotado o teor de 5% de cal por este ter sido o teor
determinado pelo ensaio físico químico (capitulo 3.3.5). Foram testadas as seguintes
situações: Solo + 3% de H3PO4 + 5% de Cal, Solo + 5% de CCA + 3% de H3PO4 + 5%
cal, Solo + 10% de CCA + 3% de H3PO4 + 5% cal e Solo + 5% de Cal.
0,24
Resistência à Tração Indireta (MPa)
0,22
0,20
0,18
0,16
0,14
0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
Solo + 5% de Solo + 10%
Solo + 3% de
CCA + 3% deCCA + 3% Solo + 5% de
Solo Natural H3PO4 + 5%
de H3PO4 + de H3PO4 + Cal
de Cal
5% cal 5% cal
07 Dias de Cura (MPa) 0,091 0,138 0,098 0,090 0,119
14 Dias de Cura (MPa) 0,091 0,138 0,099 0,089 0,139
28 Dias de Cura (MPa) 0,092 0,140 0,102 0,089 0,156
56 Dias de Cura (MPa) 0,090 0,142 0,108 0,096 0,202
Figura 29: Resistência à Tração do solo com combinações de H3PO4, cal e CCA
73
compactada. Possivelmente tenha ocorrido a reação indicada na equação 4 e o fosfato
formado não tem poder cimentante junto às partículas do solo.
Nas misturas que tiveram a combinação de cal, CCA e H3PO4, foi observado um
acréscimo de resistência à tração, entretanto estes valores são inferiores aos que se tem
apenas com o H3PO4 adicionado ao solo.
0,24
Resistência à Tração Indireta (MPa)
0,22
0,20
0,18
0,16
0,14
0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
EI - EM -
EI - EI - Solo + EM - EM - Solo +
EI - EM -
Solo + Solo + 10% de Solo + Solo + 10% de
Solo Solo
10% de 3% de CCA + 10% de 3% de CCA +
Natural Natural
CCA H3PO4 3% de CCA H3PO4 3% de
H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 0,091 0,071 0,153 0,116 0,107 0,085 0,162 0,124
14 Dias de Cura (MPa) 0,091 0,069 0,161 0,117 0,104 0,085 0,169 0,152
28 Dias de Cura (MPa) 0,092 0,073 0,165 0,120 0,104 0,086 0,198 0,182
56 Dias de Cura (MPa) 0,090 0,071 0,178 0,128 0,104 0,087 0,218 0,207
Figura 30: Resistência à Tração das amostras de solo, de solo com adição de H3PO4 e de
CCA compactadas nas energias Intermediária e Modificada
74
De posse dos resultados apresentados na Figura 30, observa-se que a energia de
compactação tem influência nos valores de resistência à tração; quanto maior a energia,
maiores os valores de resistência das amostras.
Na Figura 31, Figura 32, Figura 33, Figura 34 e Figura 35 são apresentados os
valores médios para o ensaio de Resistência à Compressão Simples (RCS) das amostras
analisadas na presente pesquisa.
75
2,50
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
Solo + Solo + Solo + Solo Solo
Solo Solo +5%
1% de 3% de 5% de +10% +15%
Natural CCA
H3PO4 H3PO4 H3PO4 CCA CCA
07 Dias de Cura (MPa) 0,959 1,051 1,484 1,746 0,750 0,522 0,455
14 Dias de Cura (MPa) 0,971 1,250 1,640 1,883 0,830 0,524 0,492
28 Dias de Cura (MPa) 1,022 1,359 1,733 1,918 0,895 0,547 0,481
56 Dias de Cura (MPa) 0,986 1,389 1,748 1,991 0,870 0,582 0,553
Figura 31: Resistência à Compressão Simples das amostras de solo, de solo com adição
de H3PO4 e de CCA compactadas nas energias Intermediária e Modificada
Observa-se que os resultados de RCS das misturas com adição de H3PO4 seguem
a mesma tendência de comportamento dos resultados do ensaio de resistência à tração.
As maiores resistências são obtidas para maiores tempos de cura e para maiores teores de
H3PO4. Os valores de resistência à compressão aumentaram de cerca de 1MPa do solo
puro para 1,39MPa com 1% de H3PO4, 1,75MPa com 3% de H3PO4 e 1,99MPa com 5%
de H3PO4. Quando foi adicionada CCA, foi observada uma queda de RCS de cerca de
50% para o teor de 15% de cinza, e mesmo com teores mais baixos (5% e 10%) houve
significativa queda de resistência à compressão.
76
Na Figura 32 são apresentados os resultados de resistência à compressão do solo
com incorporação conjunta de H3PO4 e CCA. Foram realizadas combinações com 1% e
3% de H3PO4 com 5%, 10% e 15% de CCA.
2,25
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
Solo Solo Solo Solo
Solo +5% Solo +5%
+10% +15% +10% +15%
Solo CCA + CCA +
CCA + CCA + CCA + CCA +
Natural 1% de 3% de
1% de 1% de 3% de 3% de
H3PO4 H3PO4
H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 0,959 0,956 0,816 0,732 1,206 1,033 0,824
14 Dias de Cura (MPa) 0,971 0,990 0,825 0,772 1,251 1,030 0,847
28 Dias de Cura (MPa) 1,022 1,028 0,820 0,799 1,277 1,127 0,857
56 Dias de Cura (MPa) 0,986 1,040 0,708 0,780 1,357 1,257 0,880
Figura 32: Resistência à Compressão Simples do solo e do solo com adições de H3PO4
e CCA desta pesquisa
77
2,50
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
Solo + 3% de Solo + 3% de Solo + 3%
Solo + 3%
Solo Natural H3PO4 + 1% H3PO4 + 3% C6H8O7 +
C6H8O7
C6H8O7 C6H8O7 10% de CCA
07 Dias de Cura (MPa) 0,959 1,179 1,115 1,212 0,870
14 Dias de Cura (MPa) 0,971 1,210 1,230 1,197 0,964
28 Dias de Cura (MPa) 1,022 1,684 1,590 1,228 1,008
56 Dias de Cura (MPa) 0,986 2,150 2,120 1,277 1,040
Figura 34: Resistência à Compressão Simples do solo com combinações de H3PO4, cal e
CCA
Observa-se que a cal no teor de 5%, quando adicionada de maneira isolada ao solo
proporciona uma melhoria de cerca de 50% na RCS, enquanto nas situações onde foi feita
a combinação com o H3PO4 houve uma perda de RCS. Este fato pode ser observado
durante a etapa de mistura dos materiais, em que quando o H3PO4 entrava em contato
com a cal ocorriam reações instantâneas, perceptíveis pelo aquecimento da mistura. Essas
reações ocorriam de maneira muito rápida, antes mesmo da compactação da amostra, e
assim, ocorria a neutralização dos dois estabilizantes.
Observa-se que a RCS do solo com adição de cal aos 7 dias de cura é menor que
a do solo puro, o que pode estar associado a duas situações: a primeira é que a cal provoca
mudança na estrutura do solo e isso pode ter gerado a perda de RCS, e a segunda é que a
cal apresenta reações pozolânicas lentas, que tendem a se desenvolver em idades de cura
maiores como se sabe.
2,50
Resistência à Compressão Simples (MPa)
2,25
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
0,25
0,00
EI - EM -
EI - EI - Solo + EM - EM - Solo +
EI - EM -
Solo + Solo + 10% de Solo + Solo + 10% de
Solo Solo
10% de 3% de CCA + 10% de 3% de CCA +
Natural Natural
CCA H3PO4 3% de CCA H3PO4 3% de
H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 0,959 0,522 1,484 1,033 1,022 0,650 1,620 1,480
14 Dias de Cura (MPa) 0,971 0,524 1,640 1,030 1,124 0,630 1,950 1,880
28 Dias de Cura (MPa) 1,022 0,547 1,733 1,127 1,121 0,647 2,060 2,040
56 Dias de Cura (MPa) 0,986 0,582 1,748 1,257 1,123 0,652 2,250 2,390
Figura 35: Resistência à Compressão Simples das amostras de solo, de solo com adição
de H3PO4 e de CCA compactadas nas energias Intermediária e Modificada
80
De posse dos resultados, comparando as amostras moldadas nas duas energias de
compactação (Proctor Intermediário e Proctor Modificado), observa-se que a energia de
compactação tem influência positiva nos valores de RCS: quanto maior a energia, maiores
os valores de RCS das amostras.
Foram moldados três corpos de prova (10cm x 20cm) para cada mistura estudada,
na umidade ótima, na energia de compactação intermediária, e ensaiados no equipamento
triaxial de carga repetida do laboratório de Geotecnia e Pavimentação da COPPE/UFRJ.
Após cada ensaio, o corpo de prova era colocado dentro de saco plástico, retirado
o ar, e conduzido novamente para cura em câmara úmida do Laboratório de Geotecnia e
Pavimentação da COPPE/UFRJ.
81
O módulo de resiliência pode ser expresso como uma função do estado de tensões,
aplicado durante o ensaio, por modelos matemáticos com constantes experimentais.
Onde:
82
Figura 36: Módulo de Resiliência versus Tensão Confinante do Solo para diferentes
períodos de cura.
83
Figura 37: Módulo de Resiliência versus Tensão Desvio do Solo para diferentes
períodos de cura.
Os resultados do solo puro, ou seja, sem adições, para o modelo composto que
leva em conta a tensão desvio e a tensão confinante, simultaneamente, são apresentados
na Figura 38 para todas as idades de cura analisadas. As equações que representam o
modelo composto são apresentadas nas Equações 8, 9, 10 e 11 para 7, 14, 28 e 56 dias de
cura, respectivamente.
84
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 38: Modelo composto de Módulo de Resiliência do Solo para diferentes períodos
de cura.
85
Quando os valores de Módulo de Resiliência são apresentados em função conjunta
da Tensão Desvio e da Tensão Confinante, observa-se um melhor ajuste destes resultados,
visto que os valores de R² das equações obtidas para o modelo são todos superiores a
0,80. Assim, para as demais situações analisadas, os valores de MR serão expressos
apenas em função do modelo composto.
Observa-se que o solo não sofre influência do tempo de cura, isso demonstra que,
como esperado, não ocorreram reações químicas no mesmo que gerassem mudança do
comportamento ao longo do tempo.
86
(7 dias de cura)
Figura 39: Modelo composto de Módulo de Resiliência para o solo puro compactado na
energia Proctor modificado.
Figura 40: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
adição de 1% de H3PO4.
88
É possível observar que o H3PO4 age de maneira positiva no solo, pois os valores
de MR são maiores que os apresentados no solo puro, e ainda se observa que os valores
de MR são maiores com o aumento do tempo de cura. Isso demonstra que o H3PO4 está
reagindo com o solo e melhorando as suas propriedades de resiliência. O tempo de cura
proporciona um aumento dos parâmetros k1 e k2, e uma diminuição do parâmetro k3.
Figura 41: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
adição de 3% de H3PO4.
89
De posse dos dados da Figura 41, foi possível determinar a Equação 17, Equação
18, Equação 19 e Equação 20, que representam o comportamento do módulo de
resiliência para 7, 14, 28 e 56 dias de cura.
90
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 42: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com
adição de 5% de H3PO4.
Figura 43: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 5%
de Cinza de Casca de Arroz.
92
De posse dos dados da Figura 43, foram determinadas as equações MR para o
modelo composto, que estão representados pela Equação 25, Equação 26, Equação 27 e
Equação 28, para os 4 períodos de cura.
Para a adição do teor de 10% em peso de CCA ao solo, obteve-se, para o modelo
composto de módulo de resiliência, os resultados da Figura 44 para os 4 períodos de cura
estabelecidos.
93
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 44: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
de Cinza de Casca de Arroz.
De posse dos dados da Figura 44, foram determinadas a Equação 29, Equação 30,
Equação 31 e Equação 32, que representam o comportamento do Módulo de Resiliência,
para o modelo composto, nas 4 idades de cura ensaiadas.
94
Observa-se que a adição de 10% de cinza de casca de arroz ao solo ocasionou uma
leve queda do parâmetro k1, quando comparado o teor de 5% de cinza de casca de arroz.
Nas primeiras idades de cura, a mistura apresenta comportamento inferior ao solo puro,
entretanto as reações que ocorrem com o tempo de cura, acabam agregando rigidez,
fazendo o seu comportamento ser superior ao do solo puro.
Figura 45: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 15%
de Cinza de Casca de Arroz.
95
De posse dos dados da Figura 45, foram determinadas as equações de MR para o
modelo composto. As equações que representam o MR para 07, 14, 28 e 56 dias são,
respectivamente, a Equação 33, Equação 34, Equação 35 e a Equação 36.
96
1600
de Módulo de Resiliência
1200
1000
800
600
400
200
0
Solo + Solo + Solo + Solo Solo Solo
Solo
1% de 3% de 5% de +5% +10% +15%
Natural
H3PO4 H3PO4 H3PO4 CCA CCA CCA
07 Dias de Cura (MPa) 224 446 453 491 217 185 119
14 Dias de Cura (MPa) 239 661 614 619 278 213 131
28 Dias de Cura (MPa) 223 734 730 780 350 240 141
56 Dias de Cura (MPa) 234 831 947 924 386 346 192
Figura 46: Parâmetro k1 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo e do
solo com adição de H3PO4 e do solo com adição de CCA
97
1,00
de Módulo de Resiliência
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Solo + Solo + Solo + Solo Solo
Solo Solo +5%
1% de 3% de 5% de +10% +15%
Natural CCA
H3PO4 H3PO4 H3PO4 CCA CCA
07 Dias de Cura (MPa) 0,218 0,397 0,357 0,346 0,245 0,246 0,274
14 Dias de Cura (MPa) 0,229 0,280 0,282 0,411 0,303 0,246 0,271
28 Dias de Cura (MPa) 0,217 0,320 0,299 0,449 0,383 0,237 0,289
56 Dias de Cura (MPa) 0,231 0,323 0,296 0,361 0,393 0,264 0,279
98
0,00
de Módulo de Resiliência
-0,20
-0,30
-0,40
-0,50
-0,60
Solo + Solo + Solo + Solo Solo Solo
Solo
1% de 3% de 5% de +5% +10% +15%
Natural
H3PO4 H3PO4 H3PO4 CCA CCA CCA
07 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,327 -0,310 -0,490 -0,330 -0,369 -0,299
14 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,269 -0,205 -0,465 -0,310 -0,277 -0,218
28 Dias de Cura (MPa) -0,323 -0,246 -0,195 -0,330 -0,198 -0,229 -0,153
56 Dias de Cura (MPa) -0,322 -0,231 -0,176 -0,174 -0,194 -0,232 -0,145
Figura 48: Parâmetro k3 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo e do
solo com adição de H3PO4 e do solo com adição de CCA
Ao final do tempo de cura de 56 dias, foi observado que, tanto a adição de H3PO4
quanto de CCA, proporcionam menor dependência das tensões desvio aplicadas nos
corpos de prova.
99
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 49: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 5%
de Cinza de Casca de Arroz e 1% de H3PO4.
De posse dos dados da Figura 49, foram determinadas expressões que representam
o MR para o modelo composto, para as 4 idades de cura ensaiadas, representadas pelas
equações a seguir:
100
De posse dos resultados, nota-se que a adição combinada de 5% de CCA e 1% de
H3PO4 resultou em uma mistura que apresenta comportamento similar à mistura com 5%
de cinza de casca de arroz. Como os resultados foram inferiores ao da mistura apenas com
1% de H3PO4 pode-se afirmar que o teor de 1% de H3PO4 é insuficiente para gerar reações
na mistura que alterem os parâmetros de MR de maneira significativa, a CCA nessa
situação acabou atrapalhando o desempenho da mistura Solo + 1% H3PO4.
Figura 50: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
de Cinza de Casca de Arroz e 1% de H3PO4.
101
De posse dos dados da Figura 50, foram determinadas a Equação 41, Equação 42,
Equação 43 e Equação 44, que representam os valores de MR para os períodos de 7, 14,
28 e 56 dias de cura.
Observa-se, nos resultados encontrados, para a mistura de solo com adição de 10%
de CCA e 1% H3PO4 que os resultados foram superiores ao solo puro, entretanto inferiores
quando foi adicionado apenas 1% de H3PO4.
102
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 51: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 15%
de Cinza de Casca de Arroz e 1% de H3PO4.
Quando o teor de CCA foi aumentado para 15% e mantido o teor de H3PO4 em
1%, observou-se um comportamento similar ao apresentado com 5% de CCA e 1% de
103
H3PO4, nessa situação, possivelmente ocorre o excesso de cinza, visto que o
comportamento foi pior do que quando o teor era 10%. Aparentemente, há uma
“saturação” da quantidade de cinza para adicionar a esta mistura, provavelmente devido
a que a proporção em peso não está levando em conta a diferença de densidades entre o
solo e a cinza, o que se reflete em volume relativo muito influenciado por estas proporções
em peso.
Figura 52: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 5%
de Cinza de Casca de Arroz e 3% de H3PO4.
104
De posse dos dados da Figura 52, foram determinadas as equações de MR para o
modelo composto indicadas a seguir:
Notou-se que o parâmetro k1 aumentou à medida que o tempo de cura foi maior,
o parâmetro k2 praticamente não mudou seus valores e o parâmetro k3 demonstrou que
o tempo de cura faz diminuir a dependência das tensões desvio.
105
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 53: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
de Cinza de Casca de Arroz e 3% de H3PO4.
106
Para o teor de 10% de CCA e 3% de H3PO4 os resultados ficaram muito próximos
dos obtidos para a situação com 5% de CCA e 3% de H3PO4. Se a intenção é consumir
mais resíduo que é a cinza de casca de arroz, então estas proporções são melhores já que
a ordem de grandeza dos módulos é parecida.
Figura 54: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 15%
de Cinza de Casca de Arroz e 3% de H3PO4.
107
De posse dos dados da Figura 54 foram determinadas as equações de MR para o
modelo composto segundo as equações a seguir:
Durante a mistura do H3PO4 com a mistura do solo com a CCA nestas proporções
não foi observada a formação de grumos, considerando que no teor de 5% de CCA a
mistura ainda ocasionava alguns pequenos grumos, com 10% praticamente não foi mais
observado este problema e a mistura foi muito mais simples para homogeneizar, com 15%
nenhum grumo era notado. Esta característica é importante de ser considerada pensando
na aplicação em campo, podendo ser determinante para permitir a aplicação da técnica de
estabilização de solos argiloso com uso de H3PO4.
108
1400
de Módulo de Resiliência
1000
800
600
400
200
0
Solo Solo Solo Solo Solo Solo
+5% +10% +15% +5% +10% +15%
Solo
CCA + CCA + CCA + CCA + CCA + CCA +
Natural
1% de 1% de 1% de 3% de 3% de 3% de
H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 224 313 283 271 543 586 317
14 Dias de Cura (MPa) 239 370 311 283 615 698 346
28 Dias de Cura (MPa) 223 404 343 332 751 739 359
56 Dias de Cura (MPa) 234 439 390 345 770 773 394
Figura 55: Parâmetro k1 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo e do
solo com adição combinada de CCA e H3PO4
109
1,00
0,90
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Solo Solo Solo Solo
Solo +5% Solo +5%
+10% +15% +10% +15%
Solo CCA + CCA +
CCA + CCA + CCA + CCA +
Natural 1% de 3% de
1% de 1% de 3% de 3% de
H3PO4 H3PO4
H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 0,218 0,321 0,311 0,312 0,325 0,332 0,275
14 Dias de Cura (MPa) 0,229 0,306 0,282 0,273 0,327 0,334 0,267
28 Dias de Cura (MPa) 0,217 0,299 0,275 0,251 0,329 0,352 0,302
56 Dias de Cura (MPa) 0,231 0,261 0,268 0,280 0,341 0,323 0,289
110
0,00
-0,20
-0,30
-0,40
-0,50
-0,60
Solo Solo Solo Solo Solo Solo
+5% +10% +15% +5% +10% +15%
Solo
CCA + CCA + CCA + CCA + CCA + CCA +
Natural
1% de 1% de 1% de 3% de 3% de 3% de
H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,383 -0,328 -0,318 -0,356 -0,362 -0,541
14 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,308 -0,302 -0,303 -0,294 -0,365 -0,434
28 Dias de Cura (MPa) -0,323 -0,266 -0,258 -0,253 -0,254 -0,273 -0,398
56 Dias de Cura (MPa) -0,322 -0,165 -0,111 -0,166 -0,166 -0,168 -0,393
Figura 57: Parâmetro k3 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo e do
solo com adição combinada de H3PO4 e CCA
111
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 58: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 1%
C6H8O7 + 3% de H3PO4.
Durante a etapa de mistura dos materiais, não foi observada a formação de muitos
grumos, nem foi constatado o aquecimento da mistura, como ocorria nas demais situações
que continham o H3PO4.
Figura 59: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 3%
C6H8O7 + 3% de H3PO4.
113
De posse dos dados da Figura 59, foram determinadas as equações de MR para o
modelo composto (Equação 65, Equação 66, Equação 67 e Equação 68).
114
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 60: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 3%
C6H8O7
115
A adição de 3% de C6H8O7 ao solo, resultou em amostras que tem o k1
aumentando com o tempo de cura, e os parâmetros k2 e k3 decrescendo com o tempo de
cura. O comportamento em relação ao solo puro foi melhorado consideravelmente, mas
o melhor uso ainda é de maneira combinada com o H3PO4.
Os resultados do solo com adição de ácido cítrico e cinza de casca de arroz (3%
C6H8O7 e 10% de CCA) estão representados utilizando o modelo composto MR na Figura
61 para todas as idades de cura analisadas.
Figura 61: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 3%
C6H8O7 e 10% de cinza de casca de arroz
116
De posse dos dados da Figura 61 foram determinadas as equações (Equação 61,
Equação 62, Equação 63 e Equação 64) de MR para o modelo composto.
1600
Parâmetro k1 do modelo composto
1400
de Módulo de Resiliência
1200
1000
800
600
400
200
0
Solo + 3% de Solo + 3% de Solo + 3%
Solo + 3%
Solo Natural H3PO4 + 1% H3PO4 + 3% C6H8O7 +
C6H8O7
C6H8O7 C6H8O7 10% de CCA
07 Dias de Cura (MPa) 224 320 475 546 246
14 Dias de Cura (MPa) 239 741 753 651 247
28 Dias de Cura (MPa) 223 1104 883 713 249
56 Dias de Cura (MPa) 234 1494 985 897 390
Figura 62: Parâmetro k1 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo com
combinações de H3PO4, C6H8O7 e CCA
117
A adição de 1% de C6H8O7 combinado com 3% de H3PO4 se mostrou muito
eficiente, visto que o parâmetro k1 chegou ao valor de 1494, cerca de 6,5 vezes superior
ao encontrado no solo puro. Quando foi aumentado o teor de 1% para 3% do C6H8O7 e
mantido em 3% o H3PO4 o aumento não é tão expressivo, o k1 atinge o valor de 985,
valor este observado na mistura com adição de 5% de H3PO4.
1,00
Parâmetro k2 do modelo composto
0,90
de Módulo de Resiliência
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Solo + 3% de Solo + 3% de Solo + 3%
Solo + 3%
Solo Natural H3PO4 + 1% H3PO4 + 3% C6H8O7 +
C6H8O7
C6H8O7 C6H8O7 10% de CCA
07 Dias de Cura (MPa) 0,218 0,073 0,215 0,384 0,183
14 Dias de Cura (MPa) 0,229 0,088 0,233 0,344 0,158
28 Dias de Cura (MPa) 0,217 0,347 0,225 0,343 0,161
56 Dias de Cura (MPa) 0,231 0,392 0,384 0,399 0,171
Figura 63: Parâmetro k2 do modelo composto de Módulo de Resiliência do solo com
combinações de H3PO4, C6H8O7 e CCA
118
Dos resultados apresentados na Figura 63 observa-se que os valores de k2 para a
situação com 3% de C6H8O7 e combinações de 1% e 3% de C6H8O7 com 3% de H3PO4
resultam em maior dependência das tensões confinantes que para o solo puro, apenas para
a adição de 10% de CCA e 3% de C6H8O7 que se nota uma menor dependência das tensões
confinantes em relação ao solo puro.
0,00
Parâmetro k3 do modelo composto
de Módulo de Resiliência
-0,10
-0,20
-0,30
-0,40
-0,50
-0,60
Solo + 3% de Solo + 3% de Solo + 3%
Solo + 3%
Solo Natural H3PO4 + 1% H3PO4 + 3% C6H8O7 +
C6H8O7
C6H8O7 C6H8O7 10% de CCA
07 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,114 -0,184 -0,340 -0,277
14 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,117 -0,224 -0,308 -0,247
28 Dias de Cura (MPa) -0,323 -0,094 -0,178 -0,276 -0,173
56 Dias de Cura (MPa) -0,322 -0,032 -0,171 -0,259 -0,172
119
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 65: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 5%
de cinza de casca de arroz + 3% de H3PO4 + 5% Cal
120
Na mistura com adição combinada de 5% de cinza de casca de arroz + 3% de
H3PO4 + 5% Cal ao solo não se observou influência do tempo de cura, e o comportamento
foi de melhora dos parâmetros se comparado ao solo puro, porém não evidenciando ganho
acentuado de rigidez, e apresentando certa similaridade aos 56 dias de cura da mistura
solo +5% de CCA.
Figura 66: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
cinza de casca de arroz + 3% H3PO4 + 5% cal
121
De posse dos dados da Figura 66 foram determinadas as equações (81 a 84) de
MR para o modelo composto.
A mistura de solo com 10% cinza de casca de arroz + 3% H3PO4 + 5% cal não
teve mudanças significativas em seus parâmetros de resiliência com o tempo de cura. O
comportamento foi similar ao da mistura com 5% de CCA + 3% de H3PO4 + 5% Cal.
122
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 67: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 3%
de H3PO4 + 5% Cal.
De posse dos dados da Figura 67, foram determinadas as expressões de MR, para
o modelo composto, para as idades de cura, apresentados nas seguintes equações:
123
Quando retirada a cinza de casca de arroz das misturas com combinação de H3PO4
e cal, houve uma pequena melhoria no comportamento do solo quanto à resiliência,
entretanto o tempo de cura continuou não tendo influência.
Figura 68: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 5%
Cal.
124
De posse dos dados da Figura 68, foram determinadas as expressões de MR, para
o modelo composto, para as idades de cura, apresentadas nas seguintes equações:
Talvez fosse preciso acompanhar o processo de estabilização do solo com cal por
maiores tempos de cura, mas como o objetivo maior desta pesquisa se prende ao uso do
ácido fosfórico e da cinza de casca de arroz, não foi feito este estudo de mais longo prazo.
125
1600
1400
Parâmetro k1 do modelo composto
de Módulo de Resiliência 1200
1000
800
600
400
200
0
Solo + 5% de Solo + 10%
Solo + 3% de
CCA + 3% deCCA + 3% Solo + 5% de
Solo Natural H3PO4 + 5%
de H3PO4 + de H3PO4 + Cal
de Cal
5% cal 5% cal
07 Dias de Cura (MPa) 224 482 431 557 602
14 Dias de Cura (MPa) 239 460 427 483 441
28 Dias de Cura (MPa) 223 487 507 579 528
56 Dias de Cura (MPa) 234 483 413 513 521
Nas misturas com adição de cal, observa-se maiores valores de k1 para todas as
situações. Observa-se também que o tempo de cura pouca influência exerce na variação
do parâmetro k1 do modelo composto de MR em todas as misturas que contém cal.
126
1,00
de Módulo de Resiliência
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
Solo + 5% de Solo + 10%
Solo + 3% de
CCA + 3% deCCA + 3% Solo + 5% de
Solo Natural H3PO4 + 5%
de H3PO4 + de H3PO4 + Cal
de Cal
5% cal 5% cal
07 Dias de Cura (MPa) 0,218 0,278 0,270 0,289 0,302
14 Dias de Cura (MPa) 0,229 0,290 0,253 0,266 0,432
28 Dias de Cura (MPa) 0,217 0,313 0,281 0,274 0,436
56 Dias de Cura (MPa) 0,231 0,275 0,275 0,248 0,430
Nas misturas combinadas de solo com adição de cal e H3PO4 ou solo com adição
de cal, H3PO4 e CCA a dependência das tensões confinante é um pouco menor que apenas
da mistura solo/cal, entretanto ainda estes valores são cerca de 20% maiores que os do
solo puro.
127
0,00
-0,20
-0,30
-0,40
-0,50
-0,60
Solo + 5% de Solo + 10%
Solo + 3% de
CCA + 3% deCCA + 3% Solo + 5% de
Solo Natural H3PO4 + 5%
de H3PO4 + de H3PO4 + Cal
de Cal
5% cal 5% cal
07 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,230 -0,236 -0,197 -0,047
14 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,221 -0,221 -0,225 -0,102
28 Dias de Cura (MPa) -0,323 -0,188 -0,198 -0,217 -0,129
56 Dias de Cura (MPa) -0,322 -0,185 -0,172 -0,241 -0,115
Corrêa (2008) estudou 3 solos argilosos finos, um laterítico e dois não lateríticos
com adição de cal, e concluiu que a cal aumenta os valores de MR, e observou maior
dependência das tensões desvio para as amostras com cal.
Figura 72: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 3%
H3PO4 compactada na energia Proctor modificado.
Figura 73: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
CCA compactada na energia Proctor modificado.
130
De posse dos dados da Figura 73, foram determinadas as expressões de MR para
o modelo composto, dadas pelas equações seguintes:
131
(7 dias de cura) (14 dias de cura)
Figura 74: Modelo composto de Módulo de Resiliência para a mistura de solo com 10%
CCA + 3% H3PO4 compactada na energia Proctor modificado.
𝑀𝑅 (07 𝑑𝑖𝑎𝑠) = 1013,32 (𝜎3 ) 0,216 ∗ (𝜎𝑑 )−0,207 𝑅 2 = 0,86 Equação 100
𝑀𝑅 (14 𝑑𝑖𝑎𝑠) = 1139,24 (𝜎3 ) 0,255 ∗ (𝜎𝑑 )−0,151 𝑅 2 = 0,88 Equação 101
𝑀𝑅 (28 𝑑𝑖𝑎𝑠) = 1144,7 (𝜎3 ) 0,277 ∗ (𝜎𝑑 )−0,132 𝑅 2 = 0,86 Equação 102
𝑀𝑅 (56 𝑑𝑖𝑎𝑠) = 1335,02 (𝜎3 ) 0,311 ∗ (𝜎𝑑 )−0,069 𝑅 2 = 0,83 Equação 103
132
Os resultados de MR do solo com adição de 10% de cinza de casca de arroz e 3%
de H3PO4 compactados na energia Proctor modificado, resultaram em expressivos valores
de rigidez. Já na idade de 7 dias de cura, o parâmetro k1 do modelo composto atingiu
valor superior a 1000, chegando a 1335 aos 56 dias de cura. O tempo de cura proporcionou
menor dependência das tensões desvio e confinante.
1600
Parâmetro k1 do modelo composto
1400
de Módulo de Resiliência
1200
1000
800
600
400
200
0
EI - EM -
EI - EI - Solo + EM - EM - Solo +
EI - EM -
Solo + Solo + 10% de Solo + Solo + 10% de
Solo Solo
10% de 3% de CCA + 10% de 3% de CCA +
Natural Natural
CCA H3PO4 3% de CCA H3PO4 3% de
H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 224 586 453 586 374 181 502 1013
14 Dias de Cura (MPa) 239 698 914 698 272 1139
28 Dias de Cura (MPa) 223 739 930 739 347 919 1145
56 Dias de Cura (MPa) 234 773 947 773 372 1103 1335
133
Observa-se que a energia de compactação atua diretamente nos valores de MR,
visto que em todas as situações estudadas, houve um aumento do parâmetro k1. A mistura
com o melhor comportamento na energia modificada foi a com incorporação de 10%
CCA + 3% H3PO4 ao solo, possivelmente a melhora desta se deu devido ao H3PO4 ter
sido homogeneizado de maneira mais satisfatória que a mistura apenas de solo com
H3PO4.
1,00
Parâmetro k2 do modelo composto
0,90
0,80
de Módulo de Resiliência
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
EI - EM -
EI - EI - Solo + EM - EM - Solo +
EI - EM -
Solo + Solo + 10% de Solo + Solo + 10% de
Solo Solo
10% de 3% de CCA + 10% de 3% de CCA +
Natural Natural
CCA H3PO4 3% de CCA H3PO4 3% de
H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) 0,218 0,332 0,357 0,332 0,132 0,119 0,267 0,216
14 Dias de Cura (MPa) 0,229 0,334 0,282 0,334 0,340 0,255
28 Dias de Cura (MPa) 0,217 0,352 0,299 0,352 0,355 0,285 0,277
56 Dias de Cura (MPa) 0,231 0,323 0,296 0,323 0,410 0,200 0,311
134
0,00
de Módulo de Resiliência
-0,20
-0,30
-0,40
-0,50
-0,60
EI - EM -
EI - EI - Solo + EM - EM - Solo +
EI - EM -
Solo + Solo + 10% de Solo + Solo + 10% de
Solo Solo
10% de 3% de CCA + 10% de 3% de CCA +
Natural Natural
CCA H3PO4 3% de CCA H3PO4 3% de
H3PO4 H3PO4
07 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,362 -0,310 -0,362 -0,320 -0,345 -0,277 -0,207
14 Dias de Cura (MPa) -0,320 -0,365 -0,205 -0,365 -0,308 -0,051
28 Dias de Cura (MPa) -0,323 -0,273 -0,195 -0,273 -0,296 -0,185 -0,132
56 Dias de Cura (MPa) -0,322 -0,168 -0,176 -0,168 -0,268 -0,022 -0,069
135
Figura 78: Imagem de MEV do solo desta pesquisa sem adições
Figura 79: Imagem do MEV da fração argila do solo desta pesquisa sem adições
136
Na Figura 80 e Figura 81 é mostrada uma imagem a nível microscópico do solo
com adição de 3% de H3PO4.
Figura 81: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4
137
fração argila (Figura 81), observa-se que o H3PO4 formou uma estrutura mais floculada
em volta das partículas de argila.
Figura 82: Imagem do MEV do solo com adição de 10% de CCA+ 3% H3PO4.
Figura 83: Imagem do MEV da fração argila do solo com adição de 10% de CCA+ 3%
H3PO4.
138
É possível observar uma estrutura mais homogênea em toda a superfície de análise
(Figura 82), não sendo mais observados os pontos com maior concentração de H3PO4.
Isto está de acordo com o que já havia sido observado de maneira empírica durante a
homogeneização dos materiais. A estrutura apresenta características similares ao solo
puro, tendo apenas as lamelas de argila formado uma mistura mais “fechada”.
139
Figura 85: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 10% CCA
140
Figura 87: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com adição de C6H8O7
141
Figura 89: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4 + 3%
C6H8O7.
142
Figura 91: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com adição de 5% de cal
143
Figura 93: Imagem do MEV da fração argila da mistura solo com 3% H3PO4 + 5% de
cal
144
Tabela 8: Resultados de espectroscopia de energia dispersiva para o solo, e para o solo
com adição de H3PO4
Embora os resultados não sejam simples de serem interpretados, podem ser feitas
algumas observações sobre estes resultados. Na Tabela 8 chama atenção o fato que o
carbono diminui à medida que a porcentagem de ácido fosfórico aumenta, aparece
potássio nas porcentagens de 3 e 5% de ácido, e o ferro e o silício aumentam.
145
Tabela 9: Resultados de espectroscopia de energia dispersiva para o solo, e para o solo
com adição de CCA
Dos resultados da Tabela 9, que compara o solo puro com solo com CCA, o
carbono diminui, e aumentam as porcentagens de alumínio, ferro, silício e platina, e
aparece também o potássio.
146
Tabela 10: Resultados de espectroscopia de energia dispersiva para o solo, e para o solo
com adição combinada de CCA e H3PO4
C 9.55 18.42 21.80 33.08 21.80 33.08 0.73 3.64 0.00 0.00
O 37.60 54.44 42.16 48.01 42.16 48.01 8.88 33.09 6.50 24.29
Mg
Al 11.16 9.58 10.44 7.05 10.44 7.05 3.93 8.68 3.25 7.20
Si 12.61 10.40 10.48 6.80 10.48 6.80 3.26 6.92 2.57 5.46
Ca
Ti 0.34 0.16 0.68 0.26 0.68 0.26 1.53 1.90 2.26 2.82
Cr
Fe 11.55 4.79 14.25 4.65 14.25 4.65 27.09 28.92 44.38 47.48
Ni 0.16 0.06
Cu
Zn
Zr
Pt 16.89 2.01 54.43 16.63 40.88 12.52
total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00
Onde:
• Elemento = Elemento químico
• norm. C [wt.%] = concentração normalizada em peso atômico (%)
• C Atom. [at.%] Porcentagem em peso atômico (%)
Solo + 3% de
Solo Argiloso H3PO4 + 3% Solo + 3%
Laterítico C6H8O7 C6H8O7
norm. Atom. Atom. Atom.
C C norm. C C norm. C C
Elemento [wt.%] [at.%] [wt.%] [at.%] [wt.%] [at.%]
C 9.55 18.42 1.09 3.38 2.65 5.98
O 37.60 54.44 15.77 36.62 32.56 55.04
Na 0.13 0.13 0.28 0.32
Mg
Al 11.16 9.58 10.29 14.17 12.94 12.97
Si 12.61 10.40 10.30 13.62 14.61 14.07
P
K
Ca
Ti 0.34 0.16 2.10 1.63
Cr
Fe 11.55 4.79 40.18 26.73 18.81 9.11
Ni 0.16 0.06
Cu
Zn
Zr
Pt 16.89 2.01 20.26 3.86 18.15 2.52
total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00
Onde:
• Elemento = Elemento químico
• norm. C [wt.%] = concentração normalizada em peso atômico (%)
• C Atom. [at.%] Porcentagem em peso atômico (%)
Dos resultados da Tabela 11, que apresenta os resultados de EDS das combinações
dos dois ácidos e do ácido cítrico isolado com o solo, percebe-se que o carbono diminui,
o silício aumenta pouco e o ferro aumenta com combinação dos dois ácidos e diminui só
com o cítrico puro.
148
Tabela 12: Resultados de espectroscopia de energia dispersiva para o solo, e para o solo
com adição de cal, adição combinada de H3PO4 e cal, e adição combinada de CCA e
H3PO4 e cal
O 37.60 54.44 20.26 39.64 14.83 34.32 30.51 51.45 32.96 53.65
Mg 0.11 0.17
Al 11.16 9.58 9.84 11.42 7.41 10.17 14.04 14.04 13.00 12.54
Si 12.61 10.40 9.76 10.88 8.08 10.66 14.87 14.28 18.21 16.88
P 0.14 0.12
Ti 0.34 0.16 1.62 1.06 2.72 2.11 2.01 1.13 1.31 0.71
Cr 1.16 0.83
Fe 11.55 4.79 29.94 16.78 48.99 32.48 32.04 15.48 24.79 11.56
Zr 7.69 2.19
149
Na tabela 12, que confronta a adição de cal, H3PO4 + cal, CCA+ H3PO4 + cal,
vê-se que o carbono diminui, o ferro e o silício variam para mais ou para menos, o cálcio
aparece, a platina aparece em algumas combinações assim como o Zircônio.
Desta maneira, para permitir realizar a análise da amostra de uma maneira mais
completa, foram realizados os ensaios de DRX constantes no Anexo I, porém nem com
essa análise não se observou mudanças significativas do solo puro, ficando evidentes os
mesmos argilominerais do solo puro, com predomínio de minerais do grupo da Caulinita,
provavelmente Caulinita (Al2Si2O5(OH)4 + Hematita (Fe2O3) + Quartzo (SiO2).
150
Tabela 13: Fluorescência de Raios X do Solo Natural
151
Tabela 15: Fluorescência de Raios X do Solo + 3% de H3PO4 + 3% C6H8O7
152
4.8.Correlações de resultados.
Os dados são apresentados para 07 dias (Tabela 17), 14 dias (Tabela 18), 28 dias
(Tabela 19), 56 dias de cura (Tabela 20) e para todos os dados das 4 idades de cura juntos
(Tabela 21).
RT RCS k1 k2 k3
RT 1
RCS 0,927 1
k1 0,813 0,837 1
k2 0,136 0,276 0,325 1
k3 0,090 -0,009 0,336 -0,261 1
153
Tabela 18: Correlações entre propriedades para 14 dias de cura
RT RCS k1 k2 k3
RT 1
RCS 0,917 1
k1 0,774 0,897 1
k2 0,244 0,337 0,243 1
k3 0,254 0,124 -0,008 -0,209 1
RT RCS k1 k2 k3
RT 1
RCS 0,939 1
k1 0,849 0,910 1
k2 0,295 0,341 0,393 1
k3 0,277 0,359 0,286 -0,262 1
RT RCS k1 k2 k3
RT 1
RCS 0,943 1
k1 0,807 0,919 1
k2 0,414 0,460 0,457 1
k3 0,574 0,628 0,626 0,039 1
Tabela 21: Correlações entre propriedades com resultados dos 4 períodos de cura
RT RCS k1 k2 k3
RT 1
RCS 0,933 1
k1 0,769 0,897 1
k2 0,312 0,400 0,427 1
k3 0,351 0,353 0,425 -0,056 1
154
De posse dos dados da Tabela 17, Tabela 18, Tabela 19, Tabela 20 e Tabela 21,
pode- se observar que existe uma boa correlação linear entre os dois ensaios comumente
encontrados nos laboratórios, até mesmo nos laboratórios mais simples, que são os
ensaios de resistência à tração por compressão diametral (RT) e o ensaio de resistência à
compressão simples (RCS), e neste caso observou-se valores de r maiores que 0,90 em
todas as situações.
4.9.Considerações finais
155
ficam mais dependentes das tensões confinantes e menos
dependentes das tensões desvio que o solo puro.
• Com adições de 5%, 10% e 15% de CCA:
- RT diminuiu com a adição de CCA, todos os teores de CCA
resultaram em uma RT de cerca de 0,070MPa.
- RCS diminuiu com a adição de CCA, sendo menores os valores
para maiores teores de CCA, os valores diminuíram de 0,99MPa
do solo puro para 0,87MPa com 5% de CCA, 0,58 com 10% de
CCA e 0,55 com 15% de CCA.
- Os parâmetros do modelo composto de MR resultaram em um
aumento do k1 de 234 do solo puro para 386 com 5% de CCA, 346
com 10% de CCA e uma diminuição para 192 com 15% de CCA.
Todas as misturas ficaram mais dependentes das tensões
confinantes e menos das tensões desvio se comparado ao solo puro.
Em relação às misturas com H3PO4 observa-se diminuição
considerável do parâmetro k1 e comportamento similar quanto a
influência das tensões desvio e confinantes.
• Com (5%, 10% e 15%CCA) + 1% de H3PO4:
✓ A adição conjunta de H3PO4 e CCA proporcionou uma melhoria
na homogeneização dos materiais, e a formação de grumos foi
diminuída.
156
Demonstra-se que houve enrijecimento da mistura comparada ao
solo natural e perda de rigidez se comparada à mistura somente
com adição de 1% de H3PO4, e ainda resultando em uma mistura
mais dependente das tensões confinantes e menos dependente das
tensões desvio que o solo puro.
Com base nos ensaios de Difração de raios X e de Fluorescência de raios X, tem se que:
159
fossem preparadas de maneira a orientar os elementos, e não pelo
método do pó.
160
As estruturas (Figura 95) foram simuladas considerando dois tipos de
revestimentos asfálticos, todas as demais camadas tiveram suas espessuras fixadas para
observar a influência de cada material na espessura do revestimento asfáltico para atender
este tráfego. Foi considerada uma via do tipo, Sistema Coletor Primário, que apresenta
dentro do MeDiNa um nível de confiabilidade da análise de 85%.
161
Na Tabela 2 estão apresentados os resultados da análise considerando os dados
descritos e usando a função “dimensionar” do programa para calcular qual espessura de
revestimento atenderia ao N proposto, para um período de projeto de 10 anos, para cada
uma das misturas escolhidas.
Revestimento
Concreto Asfáltico
Base 20 cm - Misturas
Sub-Base 40cm
Solo LG' Proctor Intermediário
Subleito Solo
Módulo de Resiliência
50 MPa ou 100 MPa
Tabela 22: Características das seis curvas de fadiga sugeridas no Programa MeDiNa
para anteprojeto
N = K1.εk2 MR
Nível
K1 K2 (MPa)
162
Tabela 23: Espessuras de revestimento encontradas para os materiais de base
compactados na energia Proctor Intermediário
MR do Subleito MR do Subleito
50 50 100 100 50 50 100 100
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa
Coeficiente de Poisson Coeficiente de Poisson
da Base da Base
0,45 0,3 0,45 0,3 0,45 0,3 0,45 0,3
Solo + 3% de H3PO4 + 5% de Cal 14,4 14,4 13,3 13,8 10,7 11 9,7 10,3
Solo + 5% de Cal >15 >15 14,4 14,7 12,5 12,9 11,8 12,2
163
Dos dados da Tabela 23, observa-se que a adição de H3PO4 ao solo, usada a
mistura como camada de base, resultou em espessuras de revestimento menores, tanto
menores as espessuras para maiores teores de H3PO4. A diminuição foi maior quando o
revestimento adotado foi de melhor qualidade (nível 6).
A adição de cal não foi efetiva, possivelmente o teor testado (5%) não foi
suficiente para gerar muita cimentação no solo e/ou adicionalmente o tempo de 56 dias
de cura pode não ter sido suficiente para o desenvolvimento integral da cimentação. A
única situação com cal que reduziu a espessura de revestimento foi a que continha a
adição combinada de 3% de H3PO4, entretanto a redução foi pequena (menos de 10%) e
inferior ao que se tinha apenas com o H3PO4 como aditivo ao solo.
164
Tabela 24: Espessuras de revestimento encontradas para os materiais de base
compactados na energia Proctor Modificado
MR do Subleito MR do Subleito
50 50 100 100 50 50 100 100
MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa MPa
Coeficiente de Poisson Coeficiente de Poisson
da Base da Base
0,45 0,3 0,45 0,3 0,45 0,3 0,45 0,3
Concreto asfáltico Nível Concreto asfáltico Nível
1 (Espessura cm) 6 (Espessura cm)
Energia Modificada Solo Natural 14,1 14,1 13,2 13,2 9,7 10,3 9,1 9,8
Energia Modificada Solo + 3% de
H3PO4 13,8 14 12,3 12,9 8,1 9,4 6,3 8,6
Energia Modificada Solo + 10% de CCA 15 >15 14,4 14,4 11,9 12,3 11,3 11,7
Energia Modificada Solo + 10% de CCA
+ 3% de H3PO4 13,8 13,8 12,5 12,9 7,5 9,4 6,0 8,3
Dos dados da Tabela 24, observa-se que as adições isoladas de H3PO4 ou CCA
seguiram a mesma tendência de resultados encontrados para as amostras moldadas na
energia Proctor Intermediário, com redução de espessuras de camadas de revestimento
para a mistura com H3PO4 e aumento da espessura para a camada com CCA,
isoladamente.
Na tentativa de criar uma estrutura que permita um tráfego mais elevado, foi
possível, com os materiais disponíveis, propor uma estrutura (Figura 96 e Tabela 25) para
o carregamento N (DNIT) de 1.00 x 107 passagens do Eixo Padrão. Para carregamentos
165
maiores, seria necessário adicionar outro material com melhor capacidade de suporte na
camada de base.
Revestimento
Concreto Asfáltico Nível 06
Base 20 cm
Solo + 3% H3PO4 + 10% CCA
Sub-Base 40cm
Solo LG' Proctor Modificado
Subleito Solo
Módulo de Resiliência
50 MPa ou 100 MPa
MR do Subleito
50 MPa 50 MPa 100 MPa 100 MPa
Coeficiente de Poisson da Base
0,45 0,3 0,45 0,3
Concreto asfáltico Nível 6 (Espessura cm)
13,3 13,8 12,1 13,1
166
longo de 1km de rodovia teria sido consumido cerca de 350 toneladas de resíduo (CCA),
evitando assim que esse volume fosse disposto inadequadamente no meio ambiente e
ainda economizando essa quantidade de solo de jazidas.
167
5. CONCLUSÕES
• Solo + 3% de H3PO4
169
é de entender os mecanismos e compostos das reações. Realizar estes ensaios
na fração argila e na amostra total.
170
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ZUCKER, T.F.; GUTMAN, M., (1923). The various forms of phosphoric acid in the
blood. Findings in rickets. Experimental Biology and Medicine, v. 20, n. 7, p.372-
375, abr. 1923. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.3181/00379727-20-180.
188
ANEXO I
189
Solo Argiloso Laterítico
A)
B)
C)
190
D) Solo Argiloso Laterítico
191
Solo + 1% de H3PO4
A)
B)
C)
192
D) Solo + 1% de H3PO4
193
Solo + 3% de H3PO4
A)
B)
C)
194
D) Solo + 3% de H3PO4
195
Solo + 5% de H3PO4
A)
B)
C)
196
6. D) Solo + 5% de H3PO4
197
Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz
A)
B)
C)
198
D) Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz
199
Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz
A)
B)
C)
200
D) Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz
201
Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz
A)
B)
C)
202
D) Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz
203
Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 1% de H3PO4
A)
B)
C)
204
D) Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 1% de H3PO4
205
Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz + 1% de H3PO4
A)
B)
C)
206
D) Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz + 1% de H3PO4
207
Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4
A)
B)
C)
208
D) Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4
209
Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4 + 5%
cal
A)
B)
C)
210
D) Solo + 10% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4 + 5% cal
211
Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4
A)
B)
C)
212
D) Solo + 15% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4
213
Solo + 3% de H3PO4 + 3% C6H8O7
A)
B)
C)
214
D) Solo + 3% de H3PO4 + 3% C6H8O7
215
Solo + 3% C6H8O7
A)
B)
C)
216
D) Solo + 3% C6H8O7
217
Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4 + 5%
cal
A)
B)
C)
218
D) Solo + 5% de Cinza de Casca de Arroz + 3% de H3PO4 + 5% cal
219
Solo + 3% de H3PO4 + 5% de Cal
A)
B)
C)
220
D) Solo + 3% de H3PO4 + 5% de Cal
221
Solo + 5% de Cal
A)
B)
C)
222
D) Solo + 5% de Cal
223
ANEXO II
224
225
226
227
228
229
230
231
232