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INTRODUÇÃO
Conforto térmico é a sensação de satisfação com o ambiente
térmico no entorno dos indivíduos. Seu estudo tem por objetivos o
estabelecimento de métodos para avaliação ambiental, a avaliação de
ambientes construídos e a compreensão das sensações térmicas, visando
principalmente a edificação de ambientes adequados às atividades e
ocupações humanas. É influenciado pelas variáveis pessoais de atividade física
e vestimenta e pelas ambientais de temperatura do ar, temperatura radiante,
umidade relativa e velocidade do ar (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).
Fanger (1972) realizou estudos com grupos de pessoas em câmaras
climatizadas e determinou a equação de conforto térmico estático.
Posteriormente Humphreys (1975) propôs o modelo adaptativo a partir da
avaliação da sensação térmica de usuários em ambientes não controlados e
naturalmente ventilados, onde determinou que a temperatura de conforto
varia de acordo com a temperatura prevalente externa. Ambos os métodos
integram atualmente a ASHRAE 55-2013 - "Thermal environmental conditions
for human occupancy" (AMERICAN NATIONAL STANDARD
INSTITUTE/AMERICAN SOCIETY OF HEATING, 2013) para serem usados na
análise de ambientes artificialmente e naturalmente climatizados,
respectivamente.
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Mestrando, UNESP, augusto.spagnuolo@gmail.com
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Doutor, UNESP, joaofari@faac.unesp.br
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OBJETIVOS
Avaliar a influência da velocidade do ar na obtenção do conforto
térmico em salas da aula implantadas em clima quente e úmido a partir da
abordagem adaptativa normatizada pela ASHRAE 55-2013, através da
simulação computacional das temperaturas operativas de ambientes
naturalmente ventilados, considerando os parâmetros de velocidade do ar
estabelecidos na mesma norma.
MATERIAL E MÉTODO
O projeto selecionado para avaliação foi o da creche Proinfância Tipo
B (FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO, 2012), com mais
de 3500 unidades implantadas em todos os estados brasileiros. O estudo é
complementar ao projeto de pesquisa de mestrado dos autores que busca
avaliar o conforto térmico e propor adequações de implantação às creches
Tipo B do Programa Proinfância em todo o território nacional. Por meio de
simulação computacional, utilizando-se dos softwares Google Sketchup 2017, o
plugin OpenStudio e o EnergyPlus, é possível informar os parâmetros
necessários para o cálculo da temperatura operativa e assim determinar o nível
de conforto térmico nas edificações.
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estudos de Martins et al. (2009, apud PEGLOW et al., 2016). Para as infiltrações
de ar por frestas de portas, janelas e coberturas (ático) definiu-se a taxa de
uma renovação de ar por hora, conforme recomendação da NBR 15.575
(2013).
A simulação foi gerada em uma implantação hipotética com
aberturas no sentido leste-oeste na cidade de Belém/PA, de clima equatorial
tipo Af segundo a classificação de Köppen, temperatura média de 26,7°C,
pequena amplitude térmica, umidade relativa do ar alta, índice pluviométrico
de 3.001 mm e 2.338 horas de brilho solar anuais (AZEVEDO; BASTOS;
BLOWER, 2007). Utilizou-se o arquivo climático disponibilizados no portal do
Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (UFSC, 2016), que contêm
valores de temperatura do ar, umidade, direção e velocidade do vento e
radiação solar para as 8.760 horas de um ano típico, sendo resultado de
medições do Instituto Nacional de Meteorologia, de procedimentos de
controle de qualidade e de cálculos de conversão de dados climáticos,
utilizados para estimar variáveis sem medição (RORIZ, 2012).
A partir da simulação foi extraída a temperatura operativa para as
horas em funcionamento da sala de aula XX, de menor variação térmica ao
longo do ano, e avaliado o nível de conforto térmico pelo método para cálculo
das temperaturas de conforto definido pela ASHRAE 55-2013 para edifícios
ventilados naturalmente, tendo o resultado sido expresso no somatório anual
das horas de desconforto para calor.
Posteriormente foi analisado o aumento das horas em conforto
térmico aumentando-se a velocidade do ar no ambiente com a utilização de
equipamentos mecânicos de ventilação para velocidades de 0,6, 0,9 e 1,2 m/s,
as quais aumentam o limite superior da temperatura de conforto térmico em
1,2, 1,8 e 2,2 graus respectivamente, conforme a mesma normativa.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a simulação e determinação das temperaturas limite de
conforto térmico verificou-se que das 2170 horas anuais de utilização da sala
de aula, em 1034 destas ocorre desconforto para calor e em 1136 horas a
sensação é de conforto térmico, não havendo desconforto por frio em nenhum
período do ano, conforme apresentado na Figura 2. O modelo adaptativo de
conforto térmico define duas regiões de conforto com 80% e 90% de
aceitabilidade, onde este é o percentual de pessoas que se declarariam
confortáveis naquela faixa de temperatura.
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CONCLUSÕES
Em climas quentes e úmidos a utilização de equipamentos de
ventilação mecânica para aumento da velocidade do ar auxilia no aumento das
horas de utilização em conforto térmico, contribuindo em 37% das horas de
utilização do modelo avaliado. Considerando que a maioria das salas de aula
de escolas públicas nacionais possuem tais equipamentos, a análise desta
variável na avaliação do conforto térmico nas mesmas mostra-se indispensável.
Apesar das pesquisas recentes indicarem o aumento de
aceitabilidade na velocidade do ar por estudantes, deve-se aprofundar a
avaliação de aceitabilidade em crianças de 3 a 5 anos, idade majoritária dos
ocupantes da edificação avaliada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1
Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais. Rio de
Janeiro, 2013.
ANSI/ASHRAE AMERICAN NATIONAL STANDARD INSTITUTE/AMERICAN SOCIETY
OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING ENGINEERS. ASHRAE
55: Thermal environmental conditions for human occupancy. Atlanta, 2013.
AZEVEDO, G. A. N.; BASTOS, L. E. GO.; BLOWER, H. S. Escolas de ontem ,
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Seminário Projetar. Anais... Porto Alegre/RS: 2007
BRASIL. RESOLUÇÃO/CD/FNDE 006 DE 24 DE ABRIL DE 2007. Estabelece as
orientações e diretrizes para execução e assistência financeira suplementar ao
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União. Brasília-DF, 25 abr 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/
pdf/resolucao_n6_240407_proinfancia_medida18.pdf.pdf>
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instruções e procedimentos para
elaboração de projetos de implantação referentes a construção de escolas
que utilizem os projetos-padrão do FNDE. Brasília/DF, 2009. Disponível em:
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