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Fortaleza – CE
2011
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
Orientador
TERMO DE COMPROMISSO
Os alunos Adilton Ribeiro de Souza, Aline Lima Viana, Lucinaldo Araújo Maciel,
Rodrigo Garcia Barbosa e Wládia Karina Damasceno Silva, abaixo assinados, do
curso de MBA em Gerenciamento de Projetos, Turma GP05, do Programa FGV
Management, realizado nas dependências da instituição conveniada MRH, no
período de 18/06/2009 a 27/07/2011, declara que o conteúdo do Trabalho de
Conclusão de Curso intitulado “Desafios no gerenciamento de projetos
distribuídos geograficamente em uma empresa pública de tecnologia de
informação”, é autêntico e original.
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, esposos e esposas e nossos filhos
pela paciência e tolerância em suportar nossas ausências quando estávamos
assistindo as aulas, fazendo as provas e dedicando tempo e esforço no estudo das
disciplinas e na elaborando desta monografia.
Resumo
Agradeço a Deus que nos deu tudo, o dom da vida, a sabedoria e a coragem
para trilharmos nossos caminhos.
Agradeço aos meus pais, meus primeiros mestres, que nos ensinaram os
passos para a retidão de caráter.
Agradeço aos professores da FGV, que com sua paciência, nos ensinaram
muito além do conteúdo das disciplinas quando nos mostraram o poder do processo
de aprendizado e a importância dos fatores humanos na condução das nossas
carreiras profissionais.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1 Relevância do Trabalho/Justificativa ............................................................... 12
1.2 Objetivos ......................................................................................................... 13
1.3 Metodologia Científica ..................................................................................... 13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15
2.1 Sucesso em Gerenciamento de Projetos de TI com o PMBOK. ..................... 15
2.1.1. Sucesso em Projetos ............................................................................ 16
2.1.2. Maturidade e Excelência no Gerenciamento de Projetos ..................... 17
2.1.3. PMBOK ................................................................................................. 18
2.2 Organizações Públicas e o Gerenciamento de Projetos de TI ........................ 20
2.2.1. O papel da TI nas organizações públicas ............................................. 21
2.2.2. Gerenciamento de Projetos no Setor Público ....................................... 22
2.3. Desenvolvimento Distribuído de Software (DDS) ........................................... 23
2.3.1. Níveis de Dispersão e Modelos de Negócio ......................................... 25
2.4. O PMBOK aplicado ao DDS em organizações públicas ................................ 27
2.4.1. Gerenciamento da Integração .............................................................. 27
2.4.2. Gerenciamento das Comunicações ...................................................... 29
2.4.3. Gerenciamento do Escopo ................................................................... 31
2.4.4. Gerenciamento de Riscos ..................................................................... 32
2.4.5. Gerenciamento da Qualidade ............................................................... 34
2.4.6. Gerenciamento do Tempo .................................................................... 36
2.4.7. Gerenciamento dos Custos .................................................................. 37
2.4.8. Gerenciamento das Aquisições ............................................................ 38
2.4.9. Gerenciamento dos Recursos Humanos .............................................. 39
3. CONTEXTO DA ANÁLISE .................................................................................... 41
3.1 A Empresa ...................................................................................................... 41
3.2 O Programa..................................................................................................... 42
4. ANÁLISE CRÍTICA DO PROGRAMA .................................................................... 45
4.1 Qualidade ........................................................................................................ 45
4.2 Recursos Humanos ......................................................................................... 48
4.3 Risco..... .......................................................................................................... 51
4.4 Integração ....................................................................................................... 54
4.5 Comunicação .................................................................................................. 56
4.6 Tempo.. ........................................................................................................... 58
4.7 Escopo.. .......................................................................................................... 60
5. PESQUISA. ........................................................................................................... 62
5.1 Contextualização ............................................................................................. 62
5.2 Universo amostral e amostra .......................................................................... 63
5.3 Formatação da Pesquisa ................................................................................ 63
5.4 Definindo questionários de maturidade personalizado .................................... 64
5.5 Limitações ....................................................................................................... 65
5.6 Análise dos resultados .................................................................................... 66
5.6.1 Técnica de análise e interpretação de dados ........................................ 66
5.6.2 Análise dos questionários ...................................................................... 66
5.6.3 Questionário sobre a maturidade da empresa ....................................... 67
5.6.3.1 Quesitos com destaque positivo (Alta maturidade) ...................... 67
5.6.3.2 Quesitos a serem desenvolvidos (Baixa maturidade) ................... 70
5.6.4 Questionário sobre a maturidade dos gestores ..................................... 73
5.6.4.1 Quesitos com destaque positivo (Alta maturidade) ...................... 73
5.6.4.2 Quesitos a serem desenvolvidos (Baixa maturidade) ................... 74
6. CONCLUSÕES ........................................................ Erro! Indicador não definido.
7. POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS ..................................................................... 118
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 119
9. GLOSSÁRIO ....................................................................................................... 124
10. APÊNDICES...................................................................................................... 125
10.1 Apêndice 1 .................................................................................................. 125
10.2 Apêndice 2 .................................................................................................. 127
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 5.3 – Distribuição dos níveis de alocação da equipe em tempo integral ......69
Figura 5.4 – Distribuição dos níveis de maturidade pra aprovação prévia das
alterações nas linhas de base dos projetos. ...........................................................71
11
1. INTRODUÇÃO
1.2 Objetivos
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pressman (2006) apud Leme (2010), diz que todo projeto de software é
iniciado por alguma necessidade do negócio de uma organização, o que traz a
motivação para que o desenvolvimento do software seja cada vez mais integrado à
organização e seus processos. Ainda segundo Pressman, a utilização de processos
bem definidos de engenharia, bem como de ferramentas de desenvolvimento, são
os melhores recursos para se obter software de qualidade, num intervalo de tempo
curto e com menores custos. Com base nisto, o gerenciamento de projetos tem uma
função muito importante nos projetos de software.
variar de acordo com o tempo e o momento em que o projeto está sendo analisado e
de acordo com quem está analisando o projeto (BARCAUI, 2011). Segundo Passos
(2008) apud Maciel (2010), os conceitos de sucesso e fracasso podem ser diferentes
para os interessados nos projetos, causando ambiguidade e dificultando sua
definição.
2.1.3. PMBOK
Souza e Ferreira (2006) afirmam que a adoção das boas práticas na gerência
de projetos é um fator crítico de sucesso para a sobrevivência dos departamentos de
tecnologia de informação das organizações. As autoras dizem que é necessária uma
19
Figura 2.1 – Interação entre os grupos de processos do PMBOK, adaptado de PMI (2008).
Willcocks (1994) apud Tait (2000), diz que os projetos no setor público
normalmente são de maior escala que no setor privado, podendo atingir tanto o
público em geral como uma população regional mais específica. Carneiro (2010)
amplia este pensamento afirmando que não seria “estranho se pensarmos que os
maiores projetos da humanidade são, em sua maioria, do setor público”.
23
CATEGORIAS DESAFIOS
Confiança
Conflitos
Diferenças culturais
Ensino de DDS
Pessoas
Espírito da equipe
Formação de equipes e grupos
Liderança
Tamanho da equipe
Arquitetura de software
Engenharia de requisitos
Processo
Gerência de configuração
Processo de desenvolvimento
Tecnologia de colaboração
Tecnologia
Telecomunicações
Coordenação, controle e interdependência
Gestão de portfólio de projetos
Gerência do risco
Gestão Legislação (incentivos fiscais e tributários)
Legislação (propriedade intelectual)
Modelos de negócio
Seleção e alocação de projetos
Awareness
Contexto
Dispersão geográfica e temporal
Comunicação
Estilo de comunicação
Formas de comunicação
Fusos horários
Figura 2.2 – Principais desafios no DDS, adaptado de Audy e Prikladnicki (2007).
(2002) apud Costa (2010) destaca que “um time formado por uma gama de
conhecimentos diferentes é capaz de realizar um variado número de ações”.
A 4ª. edição do PMBOK institui 42 processos, que podem ser analisados sob
duas dimensões distintas: áreas de conhecimento e grupos de processos. Agora,
considerando a dimensão de áreas de conhecimento, será feita uma abordagem a
respeito da utilização dos processos em DDS em organizações públicas.
fatores que tornam a comunicação em projetos do setor público mais formal: o nível
dos riscos envolvidos na comunicação em si e o nível de “ruído” que pode atrapalhar
as comunicações. Para diminuir o ruído nas comunicações, o autor recomenda a
comunicação redundante, isto é, enviar a informação e assegurar-se de que a
informação foi recebida corretamente. Junior et al (2009), acerca de projetos de
DDS, recomendam a criação de uma base de conhecimento on-line, de forma a
permitir tanto o acesso a informações como o acompanhamento do projeto, por parte
de todas as equipes envolvidas no mesmo. Os autores também sugerem a
institucionalização dos resultados obtidos para todos os envolvidos do projeto.
impacto dos eventos negativos. A 4ª. edição do PMBOK institui 6 processos para o
gerenciamento dos riscos em um projeto.
muito importante para que se determinem os riscos que serão tratados e o seu
respectivo grau de importância. Enquanto no setor privado é possível converter o
impacto dos riscos em valores financeiros, no setor público, isto normalmente não é
possível. Assim, Wirick (2009) recomenda a utilização de uma escala com critérios
de avaliação relevantes para a organização e os stakeholders do projeto. Leme
(2007), por sua vez, afirma que a responsabilidade pela definição da técnica de
avaliação de riscos deve ser da organização.
3. CONTEXTO DA ANÁLISE
3.1 A Empresa
A empresa XYZ é uma empresa pública de TIC que tem por objetivo a
prestação de serviços de desenvolvimento, processamento e tratamento de
informações, bem como a prestação de outros serviços correlatos. Foi criada em 4
de Novembro de 1974. Seu foco de negócio era atuar na área da previdência e
assistência social. Hoje, após passar por uma fase de reestruturação, diversificou
sua área de atuação, prestando serviços de TI a clientes pertencentes a outras
áreas do setor público, mas ainda mantém como foco principal a área da previdência
e assistência social. Está sediada na cidade de Brasília, Distrito Federal e atua em
todo território nacional e dependências, onde for julgado necessário para o bom
desempenho de suas finalidades.
3.2 O Programa
4.1 Qualidade
aderentes ao processo, o que significa que pelo menos no início eles foram
acompanhados e monitorados.
A empresa atua em âmbito nacional, possuindo uma tabela salarial única para
cada cargo existente na empresa. Portanto, os funcionários alocados em diferentes
regiões do país, acabam recebendo os mesmos proventos, independente do custo
50
4.3 Risco
situação eleva o nível de risco do projeto, pois abre precedentes para que o cliente,
ao longo do tempo, faça solicitações que alterem o escopo inicial.
podendo acarretar em uma quebra no ritmo das atividades que vinham sendo
desenvolvidas até o momento.
4.4 Integração
4.5 Comunicação
4.6 Tempo
indicadores. Essa é uma inovação que está sendo iniciada durante a execução do
programa. Os indicadores atualmente definidos ainda não foram refinados e também
não são suficientes para uma análise mais apurada.
4.7 Escopo
5. PESQUISA
5.1 Contextualização
Para Soler (2005), apesar de não ser garantia absoluta de sucesso, um nível
maior de maturidade na utilização de técnicas de gerenciamento de projeto aumenta
significativamente as chances de sucesso do projeto ao traduzir estratégias de
negócio em resultados de sucesso, consistentes e previsíveis.
O modelo P3M3 foi escolhido como base para o estudo de maturidade deste
trabalho por ser um modelo de maturidade baseado nas boas práticas de mercado e
utilizado amplamente na avaliação de maturidade das organizações em relação à
utilização das boas de gerenciamento. O P3M3 é um modelo que possibilita a
análise de Portfólio, Programas e Projetos e que realiza seu diagnóstico (ou auto
diagnóstico) com base nos cinco níveis de maturidade descritos na figura 5.1.
Outro motivo para sua adoção é que o P3M3, como indica seu guia de
utilização, é bastante flexível e pode ser refinado ou expandido de acordo com as
necessidades específicas do gerenciamento do projeto, programa ou portfólio em
questão.
5.5 Limitações
Apesar do índice alto de projetos que tem sua declaração de escopo assinada
pelos principais stakeholders, acredito que esta assinatura muitas vezes não
aconteça logo no início do projeto, como denotam os resultados de outra questão
que abordaremos posteriormente. O fato de que a empresa e seus principais clientes
são empresas públicas, pode justificar o problema citado.
Na figura 5.3 podemos ver estes números exibidos em sua forma Gráfica.
Sobre o registro das lições aprendidas, pode-se constatar que a média das
respostas aponta para o nível 4, sendo baixo o desvio padrão (0,94) e médio o
coeficiente de variação (24%). Estes números apontam para o fato da maioria dos
projetos já estarem fazendo o registro das lições aprendidas, mas que alguns ainda
apresentam dificuldades em executar o registro.
Figura 5.4 – Distribuição dos níveis de maturidade pra aprovação prévia das alterações nas linhas de
base dos projetos.
várias unidades da empresa XYZ (Ceará, Rio de Janeiro e Santa Catarina). Um fator
que torna a gerência de comunicação ainda mais importante é que o cliente está
localizado em Brasília, uma localização física diferente de todas as unidades de
desenvolvimento envolvidas no programa. Sabendo que o grau de conhecimento
dos gestores nas áreas de Gerencia de Tempo e Gerencia de Comunicações teve
média 4, podemos concluir que existe um esforço dos gestores para conhecer e
dominar os processos das áreas mais críticas para o programa.
Um último quesito, que teve uma média alta, investigou o grau de liderança
que os gestores tinham em relação a sua equipe, levando em consideração seus
conhecimentos e suas características pessoais. A média das respostas foi 4,
indicando que os líderes acreditam que estão exercendo sua liderança de forma
eficiente. Infelizmente não existia uma avaliação 360° das equipes que pudesse
comprovar estes números, desta forma foi necessário basear a análise nas
respostas que os gestores forneceram na pesquisa.
aos cargos de gestão. Isto ocorre com frequência na empresa XYZ, sobretudo pela
falta de um programa de preparação de novos gestores. Pela ausência de um “time
reserva”, o responsável pela unidade de desenvolvimento promove os seus
melhores técnicos a gestores, na esperança que os mesmos também tenham um
bom desempenho como gestores de projeto.
Outras duas áreas que tiveram pontuação baixa foram as áreas de Gerência
de Custos e de Gerência de Aquisições. Estes valores já eram esperados pelos
mesmos motivos apontados no questionário de maturidade da empresa. Como a
empresa XYZ é de gestão pública, o controle de custos, bem como as aquisições
externas, são centralizados em setores específicos que não tem muita interação com
os projetos. As aquisições internas muitas vezes também não são comandadas
pelos gestores, por conta de termos uma estrutura hierárquica do tipo matricial fraca.
A consequência prática destes fatores é que os gestores de projeto necessitam
constantemente da intervenção do gerente funcional nas negociações das
aquisições e esta prática ficou refletida na pesquisa como falta de conhecimento nas
áreas apontadas.
Outro quesito importante que teve uma média baixa foi sobre a conclusão dos
projetos dentro do custo orçado. Esta questão ficou um pouco prejudicada pela
ausência de dados precisos nos projetos, mas mesmo em uma análise menos
detalhada fica evidente que os orçamentos são estourados, chegando em alguns
caso a gerar prejuízo para a empresa.
76
Para finalizar esta análise, um ponto que tem causas variadas e que é comum
aos projetos empreendidos não só na empresa XYZ em várias empresas que
trabalham com projetos é a conclusão dos projetos em um prazo superior ao
estimado. Um estudo sobre os motivos dos atrasos e o gerenciamento de riscos
necessários para minimizá-los é um tema complexo o suficiente para gerar um TCC
somente sobre ele. Neste momento será apontada apenas a pressa para a definição
de escopo e para a criação do planejamento inicial do projeto, combinada com a
imaturidade do cliente em relação ao objetivo do projeto e com os fatores políticos
como causas suficientes para justificar os atrasos. De qualquer forma, independente
dos motivos, 80% dos gestores vem convivendo com atrasos no cronograma e
estouros nos orçamentos dos seus projetos. Estes números são bastante
significativos e o escritório de projetos da empresa XYZ terá que trabalhar junto com
os gestores e os órgãos de apoio para reduzi-los.
77
6. CONCLUSÕES
custos. Contudo, esta abordagem apresenta muitos desafios e precisa ser muito
bem planejada e trabalhada, sobretudo em organizações do setor público.
A empresa XYZ ainda está aprimorando seus processos para se adequar aos
projetos de DDS. Por falta de experiência prévia neste tipo de desenvolvimento, é
normal que o programa ALFA apresente problemas em sua execução. Se seguidas
corretamente, as boas práticas do PMBOK podem diminuir a incidência de
problemas principalmente na área de comunicação, que é essencial para os projetos
de DDS, como o programa ALFA. Entretanto, como pudemos observar, alguns dos
problemas apresentados, como problemas na área de recursos humanos e na área
de qualidade, precisam de apoio da alta gerência.
84
Fazer uso das lições aprendidas registradas pelos projetos anteriores durante
o desenvolvimento do plano de gerenciamento dos novos projetos do
programa e definição de métricas e indicadores adequados para acompanhar
a evolução do trabalho.
Dinsmore e Silveira Neto (2005), citados por Souza e Ferreira (2006), afirmam
que quando se trata de planejamento, muitos pensam logo em ferramentas
automatizadas (software) de controle de projetos. É inegável que sua rapidez e
confiabilidade facilitam a vida do gerente de projetos, e projetos de médio e de
grande porte não dispensam seu uso. Mas enfatizar demais este aspecto sem levar
em conta as pessoas da equipe e o comportamento humano das mesmas pode
prejudicar ou pôr a perder todo o esforço tecnológico empregado no projeto.
aquela nova função que é a “onda” do mercado hoje e que muitos consumidores
desejam.
Pelo explanado até aqui, foi possível determinar a motivação para que o
gerenciamento de projeto seja realizado com o maior grau de seriedade e
94
Este foi o caso do programa ALFA, que tem um total de 19 projetos e que
desenvolve um sistema que será usado nacionalmente por mais de 2.500 usuários
da empresa cliente, sem contar os usuários da população em geral que farão acesso
ao sistema via internet. No seu processo de desenvolvimento, existem projetos
sediados nas unidades de desenvolvimento do Ceará, do Rio de Janeiro e de Santa
Catarina. O programa contém um projeto que é responsável pela gestão do negócio
95
reunião executiva entre empresa XYZ e seus clientes, também seja realizado em
nível técnico, envolvendo o projeto gestor e a coordenação de TIC do cliente.
Também em relação aos clientes, uma ação positiva que poderia ser buscada
pela empresa XYZ seria o aumento do número de pessoas envolvidas na definição
dos requisitos e regras de negócio do programa ALFA. Como em vários projetos só
existe um representante do cliente, esta pessoa acaba não dominando todo o
negócio ou tendo dúvidas em alguns pontos. Esta pessoa estando sozinha, não tem
com quem debater e sente dificuldades para chegar à melhor definição das regras
envolvidas. Como o problema é no cliente, a atuação da empresa neste caso seria
fazer uma sensibilização do mesmo mostrando os benefícios que um aumento do
efetivo traria para os projetos e consequentemente para o programa ALFA.
Tanto a empresa XYZ quanto seus clientes são empresas públicas. Isto afeta
praticamente todas as áreas do gerenciamento de projeto na empresa e em
particular afeta bastante o programa ALFA.
dos clientes. Alguns projetos chegam a ser cancelados quando perdem seu
stakeholder principal após mudanças nos quadros gerencial de sua organização.
Por conta de todos estes elementos que dificultam o bom andamento dos
projetos, a empresa XYZ tem investido cada vez mais em ferramentas e na gestão
de projetos. Ela possui um escritório de projetos (PMO) cuja maioria dos membros é
PMP e que auxilia os gestores na condução dos projetos. O que às vezes falta aos
componentes deste PMO é mais experiência em gerenciamento de projetos. Muitos
deles ainda são muito teóricos ou são de uma época em que a empresa não tinha
uma metodologia de gerenciamento de projetos bem definida. A certificação PMP é
importante, pois indica um estudo das boas práticas de gerenciamento, mas o ideal
é que isto seja complementado com alguns anos de prática em uma metodologia de
gerenciamento de projetos. O escritório de projetos tem que saber como as coisas
funcionam no dia a dia e entender as dificuldades que os gestores enfrentam para
conseguir manter a linha de base do projeto. Sem estas compreensões, a atuação
dos membros do escritório de projetos estará prejudicada.
Um dos meios que utilizamos para minimizar estes riscos é o uso de reuniões
de videoconferência. Neste aspecto podem ser dadas duas sugestões: a primeira é
que, como em qualquer reunião, o número adequado de participantes é fator
decisivo para o sucesso ou fracasso da reunião. Em geral as videoconferências têm
mais participantes que o recomendado. Este número deveria ser redimensionado
para que as reuniões pudessem ser mais objetivas e que a participação de cada
analista fosse mais efetiva. Hoje o que se observa é que algumas pessoas
participam ativamente da videoconferência, outros estão dispersos e participam de
forma precária e um terceiro grupo quase não participa das conversas.
Hoje a empresa XYZ tem uma grande dificuldade de encontrar bons gestores
para os seus projetos. Acredito que a existam três fatores que mais contribuam para
este fato.
O primeiro fator é que a gestão de projeto não é encarada como uma função
específica. Os funcionários da unidade de desenvolvimento são analistas de sistema
e atuam nesta função, ou seja, você não “é” gestor de projeto, você “está” gestor de
projeto. Esta fragilidade em relação à atuação nos cargos de gestão faz com que os
analistas não se sintam encorajados a estudar e se preparar para assumir a
atribuição de gestor de projetos, pois não terão certeza se atuarão neste papel de
forma perene.
observa a atuação dos analistas em outros papeis para tentar identificar candidatos
que possam atuar nos cargos de gestão. Esta forma de seleção está bem sujeita ao
efeito halo, onde bons profissionais técnicos são promovidos aos cargos de gestão,
na esperança de quem também venham a ser bons gestores.
impossível utilizar a técnica de valor agregado (Earned Value Technique) para gerar
indicadores de situação de cronograma e orçamento.
Fica evidente que, neste cenário, a adoção das boas práticas de algumas
áreas de conhecimento elencadas pelo PMBOK tornam-se bem mais necessárias
que outras, como o caso dos gerenciamentos de integração, comunicação, escopo e
riscos.
106
Tratando dos riscos, podemos elencar inúmeras ações que poderiam ser
tomadas ao longo do projeto. Muitos deles deixaram de ser riscos e tornaram-se
fatos após realizarem-se. Apesar da elaboração de um plano de riscos, e de sua
manutenção em um prazo mensal, as análises quantitativas e qualitativas não eram
realizadas de uma forma cuidadosa. Talvez pela dificuldade obtida em mensurar
impactos a níveis de valores, pois como já citado o controle de custos não era de
responsabilidade do gestor e sua visibilidade era mal divulgada. Tendo um plano de
riscos com análises mal dimensionadas, a chance de obter um plano de ações para
tais riscos mal planejados era grande. Esta disciplina acredito ser uma das mais
109
No tocante aos recursos humanos, podemos dizer que a unidade possui uma
estrutura hierárquica matricial fraca, na qual as alocações dos recursos nos projetos
não são decididas pelo gerente do projeto, mas sim pelo gerente da unidade. Apesar
desta limitação, pôde-se observar na pesquisa que os recursos alocados participam
de forma integral em seu respectivo projeto desde o início até o seu término.
Porventura, mudanças relativas aos recursos também são realizadas, de acordo
110
históricos dos mesmos. Isso servirá de grande valia para a geração de dados
estatísticos e consequentemente criação ou ajustes de métricas para os projetos.
Qualidade
Escopo
Comunicação
Recursos Humanos
a barreira do programa, assim compreendemos que esse tipo de atuação seria uma
tarefa para atuação conjunta do PMO e área de Pessoas. A ideia é o PMO difundir
com mais ênfase o processo da empresa e os ganhos obtidos com ele. A área de
Pessoas seria responsável em conduzir dinâmicas e demais treinamentos
necessários para tornar os recursos receptivos a mudanças.
7. POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS
Como o trabalho visa analisar uma situação real, com seus problemas e
desafios relativos ao gerenciamento de projetos, em uma empresa pública de TIC,
propondo boas práticas e melhorias, estas propostas poderão vir a serem adotadas
efetivamente pela própria empresa na qual se baseou o presente trabalho, bem
como servir de subsídio para empresas que vivenciem situações semelhantes.
Além do benefício citado, este trabalho poderá servir como subsídio para
profissionais e interessados na área de gerenciamento de projetos, uma vez que
descreve na prática a forma como as áreas de conhecimento estão sendo
trabalhadas em projetos deste porte e características.
119
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRADO, Darci. O que é sucesso? MundoPM, n. 12, p. 53-58, dez. 2006 / jan. 2007.
SIQUEIRA, Fábio L.; SILVA, Paulo S.. Recomendações para a Gerência de Projetos
no Desenvolvimento Distribuído de Software. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
QUALIDADE DE SOFTWARE, 5., 2006, Vila Velha. Anais... São Paulo: SBC, 2006.
ZANONI Roberto; AUDY, Jorge Luís Nicolas. Projected Management Model for
Physically Distributed Software Development Environment. In: ANNUAL HAWAII
INTERNATIONAL CONFERENCE ON SYSTEM SCIENCES, 36., Hawaii.
Proceedings... Washington D.C.: IEEE Computer Society Press, 2003.
124
9. GLOSSÁRIO
10. APÊNDICES
10.1 Apêndice 1
*Obrigatório
0 1 2 3 4 5
1. Os projetos têm um gerente de projeto formalmente designado que participa desde a fase de
autorização do projeto? *
2. Os projetos têm um termo de abertura formalmente assinado pelos principais stakeholders? *
3. Os projetos têm uma declaração de escopo assinada antes do início efetivo do projeto? *
4. Os projetos mantêm um plano de projeto com os principais artefatos de planejamento do
projeto? *
5. O processo institucional e unificado de gestão de projetos é utilizado pelos projetos da empresa?
*
6. Os planos dos projetos são constantemente atualizados? *
7. O projeto tem um sponsor (patrocinador) formalmente designado e ciente das suas
responsabilidades? *
8. Existe um escritório de projetos, com membros experientes, que dê suporte aos projetos da
empresa? *
9. Os projetos da empresa utilizam um sistema de gerenciamento de projeto (SGP)? *
10. A empresa possui um sistema integrado de controle que permita monitorar os projetos? *
126
49. Existe um mecanismo de distribuição das informações que garanta que as mesmas foram
recebidas pelos seus destinatários? *
50. São gerados relatórios periódicos de desempenho para o projeto? *
51. O cliente é instruído sobre sua participação no processo de desenvolvimento do sistema? *
52. As reuniões dos projetos são documentadas em ata? *
53. São realizadas reuniões periódicas de revisão, acompanhamento e validação com o cliente? *
54. Os projetos da empresa registram lições aprendidas? *
55. Os projetos da empresa conseguem reusar lições aprendidas de outros projetos? *
56. Os gerentes de projeto demonstram ter experiência suficiente para exercer suas funções? *
57. Os gerentes de projeto possuem autoridade suficiente para exercer suas funções? *
58. Os gerentes de projeto são avaliados periodicamente pelos seus superiores hierárquicos ou pelo
escritório de projetos? *
59. Existe na empresa uma base de conhecimento de gerenciamento de projeto para apoiar os
gestores? *
10.2 Apêndice 2
0 1 2 3 4 5
1. Indique o seu grau de conhecimento teórico em gerência de projeto. *
2. Indique o seu grau de conhecimento sobre as praticas de gerencia de projetos abordadas pelo
Project Management Body of Knowledge (PMBOK). *
3. Indique o seu grau de conhecimento sobre os grupos de processos (Iniciação, Planejamento,
Execução, Monitoramento e Controle, Fechamento) elencados pelo PMBOK. *
4. Indique o seu grau de conhecimento sobre o ciclo de iterações (melhoria contínua) entre os
processos definido pelo PMBOK chamado PDCA ou Ciclo de Deming (Planejar, Executar,
verificar e Agir). *
5. Indique o seu grau de conhecimento sobre os processos e artefatos pertencentes à área de
conhecimento de Gerencia de Escopo descrita pelo PMBOK. *
128