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MÁQUINAS TÉRMICAS

E DE FLUXO
APRESENTAÇÃO

Esta apostila da disciplina de Máquinas Térmicas e de Fluxo visa, além de


transmitir os conhecimentos específicos sobre seu assunto, preparar o aluno
para o ambiente de trabalho, despertando neste a visão prática dos assuntos
correlacionados e trabalhando estudos de caso que visam aplicar os conhecimentos
adquiridos nesta disciplina.

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SUMÁRIO
1 TERMODINÂMICA ............................................................................................... 11
1.1 CALOR E TEMPERATURA. .............................................................................. 11
1.2 LEIS DA TERMODINÂMICA . ............................................................................ 14
1.2.1 lei zero da termodinâmica . .......................................................................... 14
1.2.2 primeira lei da termodinâmica . .................................................................... 14
1.2.3 segunda lei da termodinâmica . ................................................................... 15
1.2.4 terceira lei da termodinâmica . ..................................................................... 15
1.3 TERMÔMETROS ............................................................................................... 15
1.4 ESCALAS DE TEMPERATURA . ....................................................................... 16
1.5 TERMÔMETROS ............................................................................................... 19
1.6 O COMPORTAMENTO INCOMUM DA ÁGUA . ................................................ 20
1.7 CALORIMETRIA ................................................................................................ 21
1.8 RELAÇÕES ENTRE AS UNIDADES DE CALOR . ............................................ 22
1.9 CAPACIDADE TÉRMICA . ................................................................................. 24
1.10 CALOR ESPECÍFICO . .................................................................................... 24
1.11 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA . ........................................ 26
1.12 CALOR SENSÍVEL E CALOR LATENTE . ....................................................... 27
1.13 MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO OU DE FASE . ........................................... 27
1.14 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR SENSÍVEL E LATENTE ............... 29
1.15 TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DE MUDANÇA DE TEMPERATURA E
FASE (SÓLIDO, LÍQUIDO E GASOSO) . ................................................................ 33
1.16 POTÊNCIA TÉRMICA . .................................................................................... 34
1.17 POTÊNCIA TÉRMICA – Ar condicionado . ...................................................... 35
1.18 TRANSMISSÃO DE CALOR . .......................................................................... 36
2 CALDEIRA A VAPOR (Gerador de Vapor) . ....................................................... 42
2.1 DEFINIÇÃO ....................................................................................................... 42
2.2 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO VAPOR . ...................................................... 43
2.3 EXEMPLOS UMA TURBINA A VAPOR UTILIZADA EM UMA USINA
TERMELÉTRICA...................................................................................................... 44
2.4 COMBUSTÍVEIS UTILIZADOS NAS CALDEIRAS. ........................................... 44
2.5 QUEIMADORES ................................................................................................ 44

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2.5.1 Queimador de óleo combustível . ................................................................ 45
2.5.2 Queimador de combustíveis . ..................................................................... 45
2.5.3 Queimador de carvão . ................................................................................. 46
2.5.4 Queima em grelha . ...................................................................................... 46
2.6 CLASSIFICAÇÃO DAS CALDEIRAS . ............................................................... 47
2.6.1 Caldeiras aguatubolares . ............................................................................. 47
2.6.2 Caldeiras flamotubulares . ........................................................................... 49
2.6.3 Caldeiras elétricas . ....................................................................................... 50
2.7 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA EM CALDEIRAS . ....................................... 51
2.7.1 Os principais dispositivos e cuidados com a segurança ........................ 51
2.7.2 Algumas medidas de segurança no funcionamento da caldeira ............. 52
2.8 NR13 (CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO). ............................................... 53
2.8.1 Generalidades ............................................................................................... 53
2.8.2 Profissional habilitado . ................................................................................ 53
2.8.3 Pontos relevantes da NR 13 . ....................................................................... 53
2.8.4 Identificação indelével . ................................................................................ 54
2.8.5 Prontuário da caldeira. ................................................................................. 54
2.8.6 Outros pontos relevantes . ........................................................................... 54
2.9 CICLO RANKINE ............................................................................................... 55
2.9.1 Motores a vapor ............................................................................................ 55
2.9.1.1 Generalidades ............................................................................................ 55
2.9.1.2 Turbinas a vapor . ...................................................................................... 55
2.9.1.3 Motores a vapor tipo pistão . .................................................................... 57
3 BOMBAS E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS . ..................................................... 58
3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE BOMBAS HIDRÁULICAS ...................... 58
3.1.1 Definição ........................................................................................................ 58
3.1.2 Classificação ................................................................................................. 58
3.2 TERMOS HIDRÁULICOS MAIS USADOS EM BOMBEAMENTO .................... 64
3.2.1 Altura de sucção (AS) . ................................................................................. 64
3.2.2 Altura de recalque (AR) . ............................................................................... 65
2.2.3 Altura manométrica total (AMT) . ................................................................. 65
3.2.4 Perda de carga nas tubulações . .................................................................. 65

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3.2.5 Perda de carga localizada nas conexões . ................................................. 65
3.2.6 Comprimento da tubulação de sucção . ..................................................... 66
3.2.7 Comprimento da tubulação de recalque . .................................................. 66
3.2.8 Golpe de aríete ............................................................................................. 66
3.2.9 Nível estático ................................................................................................ 66
3.2.10 Nível dinâmico ............................................................................................ 66
3.2.11 Submergência ............................................................................................. 66
3.2.12 Escorva da bomba. ..................................................................................... 67
3.2.13 Autoaspirante ............................................................................................ 67
3.2.14 Cavitação ..................................................................................................... 67
3.2.15 NPSH ........................................................................................................... 67
3.2.16 Válvula de pé ou de fundo de poço . ......................................................... 68
3.2.17 Crivo ............................................................................................................. 68
3.2.18 Válvula de retenção . .................................................................................. 68
3.2.19 Pressão a atmosférica . ............................................................................. 68
3.2.20 Registro ........................................................................................................ 69
3.2.21 Manômetro ................................................................................................... 69
3.2.22 Vazão ............................................................................................................ 69
3.2.23 Hidráulica .................................................................................................... 69
3.2.24 MCA (mca) .................................................................................................... 69
3.2.25 Bomba de afogada . .................................................................................... 69

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1 TERMODINÂMICA

Fonte: http://blog.poloar.com.br/ar-condicionado-fujitsu-como-funciona-um-ar-condicionado/

1.1 CALOR E TEMPERATURA

Alguns conceitos básicos:

 Calor: é o termo associado à transferência de energia térmica de um sistema


a outro ou entre partes de um mesmo sistema, em virtude da diferença de
temperaturas entre eles. Designa também calor como sendo a quantidade de
energia térmica transferida em tal processo.

 Energia Térmica: é o estado de agitação das partículas. Pode-se também


definir com o somatório das energias de um sistema, ou ainda a médicas das
energias de um sistema.

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 Temperatura: Temperatura é uma grandeza física que mensura a energia
térmica contida nos corpos ou em um sistema.

Todos os corpos possuem Energia Térmica.

Quanto maior a temperatura, maior a agitação das partículas.

Com o aumento de energia térmica, a temperatura:

o Aumenta se não estiver em mudança de estado


o Mantém constante até completara mudança de estado

Podemos sentir as diferenças de temperatura por comparação:

o Nosso corpo possui temperatura aproximada de 36,5º


o Se mergulharmos a mão em uma vasilha com água a 50º podemos
dizer que a água está “quente”.

 Outro teste: Faça o seguinte experimento e comprove isso. Coloque três


vasilhas sobre a mesa. Uma com água fria (água com gelo), outra com água
quente e a terceira com água morna. Ponha uma das mãos dentro da vasilha que
contém água fria e a outra, em água quente, deixando-as lá por alguns segundos
(veja a ilustração abaixo):

Fonte: BERNUY

12
Em seguida retire as mãos dessas vasilhas e mergulhe–as na água morna.
Ambas as mãos sentem a mesma temperatura? Apesar de ambas as mãos
terem sido colocadas numa mesma vasilha de água morna, cada uma dará
informação diferente: a mão que estava acostumada à água fria lhe informará
uma temperatura maior do que a mão que estava em contato com a água
quente. Certamente, essas sensações estão lhe fornecendo informações
falsas, pois a água morna se encontra a uma temperatura uniforme.

 Dois corpos com temperaturas diferentes em contato trocam calor entre si até
haver equilíbrio térmico, do mais aquecido passa para o corpo menos aquecido:

Fonte: BERNUY

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1.2 LEIS DA TERMODINÂMICA

A termodinâmica é baseada em leis estabelecidas experimentalmente:

1.2.1 Lei Zero da Termodinâmica

EQUILÍBRIO TÉRMICO - Quando dois sistemas em equilíbrio termodinâmico têm


igualdade de temperatura com um terceiro sistema também em equilíbrio, eles têm
igualdade de temperatura entre si.

Esta lei é a base empírica para a medição de temperatura. Ela também estabelece o
que vem a ser um sistema em equilíbrio termodinâmico: dado tempo suficiente, um
sistema isolado atingirá um estado final - o estado de equilíbrio termodinâmico.

Em outras palavras, a lei zero da termodinâmica quer dizer que há uma tendência
natural em quaisquer substâncias e ou ambientes, de trocar calor por um tempo
necessário até que haja equilíbrio, sempre que houver duas ou mais substâncias ou
sistemas com temperaturas diferentes.

A lei zero da termodinâmica define os medidores de temperatura, os


TERMÔMETROS.

1.2.2 Primeira Lei da Termodinâmica

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA - É o princípio da conservação da energia e da


conservação da massa: "A energia do Universo, sistema mais vizinhança, é
constante".

Mesmo em situações em que dizemos que há perda de rendimento, isto quer dizer
que a energia que não foi aproveitada para a realização de um determinado
trabalho, foi desviada pelo atrito entre as peças, inércia dos corpos para iniciar ou
cessar movimento, etc.

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1.2.3 Segunda Lei da Termodinâmica

O SENTIDO DA TROCA DE CALOR - Afirma que há processos que ocorrem numa


certa direção mas não podem ocorrer na direção oposta. Isto quer dizer que sempre
o corpo mais aquecido sede calor ao menos aquecido, e nunca o contrário.

1.2.4 Terceira Lei da Termodinâmica

ZERO ABSOLUTO: estabelece um ponto de referência absoluto para a


determinação da entropia, representado pelo estado derradeiro de ordem molecular
máxima e mínima energia. Enunciada como "A entropia de uma substância cristalina
pura na temperatura zero absoluto é zero".

A terceira lei da termodinâmica ainda afirma que no zero absoluto, há total


paralização atômica e total falta de energia.

1.3 TERMÔMETROS

Termômetros são instrumentos utilizados para medir a temperatura de corpos ou


sistemas.

A maioria dos termômetros utiliza o fenômeno de dilatação dos corpos para medir
uma temperatura. Neste caso, uma medição de temperatura é feita por comparação:

 Uma escala é feita baseada em parâmetros: ex.: temperatura de fusão da


água, de ebulição, etc.
 Unidades de temperaturas mais comuns:

o ºC (graus Celsius) convencionada pelo SI => 0ºC na fusão da água a 1


atm (nível do mar), 100ºC de ebulição e divisão de 1º
o ºF (graus Fahrenheit) USA e países de língua inglesa => 32ºF na fusão da
água a 1 atm (nível do mar), 212ºF de ebulição e divisão de 1º

15
Temperatura do corpo humano... ºF => ºC
o ºK (graus Kelvin) => 0ºK = zero absoluto = -273ºC
ºC = ºK + 273
 FÓRMULA GERAL => ºC  ºF  ºK:

EXERCÍCIOS (CONVERTER):

85 ºK em ºC e ºF: 49 ºC em ºF e ºK:

150 ºF em ºC e ºK 125 ºC em ºK e ºF

1.4 ESCALAS DE TEMPERATURA

Para a maior parte das pessoas a temperatura é um conceito intuitivo baseado nas
sensações de "quente" e "frio" proveniente do tato. De acordo com a segunda lei da
termodinâmica, a temperatura está relacionada com o calor ficando estabelecido que
este, na ausência de outros efeitos, flui do corpo de temperatura mais alta para o de
temperatura mais baixa espontaneamente.

O funcionamento dos termômetros está baseado na lei zero da termodinâmica, pois


são colocados em contato com um corpo ou fluido do qual se deseja conhecer a
temperatura até que este entre em equilíbrio térmico com o respectivo corpo. A
escala do aparelho foi construída comparando-a com um termômetro padrão ou com
pontos físicos fixos de determinadas substâncias.

Nas duas páginas seguintes, segue exemplo de três escalas de temperatura que
são hoje mais usadas utilizadas e os correspondentes entre estas temperaturas
entre si. São elas: KELVIN ( ºK ), escala Celsius ( ºC) e Fahrenheit (ºF).

16
Fonte: Acervo Próprio

17
Fonte: Acervo Próprio

18
1.5 TERMÔMETROS

Definição: É todo instrumento utilizado para medir a temperatura de um corpo ou


sistema.

 Tipos de termômetros (faixas de temperaturas):


o Líquidos em vidro (ex.: mercúrio)
o Termômetro para o corpo humano
o Termômetro de mínima e máxima
o Termômetro de gás a volume constante
o Termômetro bi-metálico (de ponteiro)
o Termômetro de resistência (melhor precisão)
o Termômetro laser

Fonte: RUNTAL. (Site)

19
 CONSTRUÇÃO DE UM TERMÔMETRO:

Como já exposto anteriormente, a medição de uma temperatura é forma de forma


indireta e por comparação:
o Volume de um líquido altera-se conforme a temperatura;
o Comprimento de uma barra;
o Resistência elétrica de um determinada condutor varia conforme a
temperatura;
o Volume / pressão de um gás;
o Cor de uma determinada substância.

Desta forma, para se construir um termômetro, utiliza-se destes materiais com suas
propriedades naturais, fazendo comparações com a água, por exemplo. Em suas
diversas fazes. Exemplo:

o Escolhe-se um termômetro de coluna de álcool colorido de vermelho;


o Coloca-se este termômetro em uma água misturada com gelo ao nível
do mar (nestas condições sabe-se que a temperatura está a 0ºC;
o Marca-se na escala do termômetro uma referência onde na altura da
coluna de álcool colorido;
o Aquece-se a água até o ponto de ebulição ao nível do mar, onde
sabemos que a temperatura será de 100ºC;
o Marca-se uma graduação no termômetro no local onde dilatou o álcool
líquido;
o Divide-se a distância marcada entre 0ºC e 100ºC em 100 partes,
obtendo-se assim uma escala do termômetro.

1.6 O COMPORTAMENTO INCOMUM DA ÁGUA

Líquidos geralmente aumentam em volume com o aumento de temperatura e têm


coeficientes médios de expansão de volume dez vezes maiores do que dos sólidos.
A água fria é uma exceção a regra: Conforme a temperatura aumenta de ºC até 4

20
ºC, a água se contrai, e então, a sua densidade aumenta. Acima de 4º C, a água se
expande com o aumento da temperatura e, então, sua densidade diminui. Portanto,
a densidade da água atinge o valor máximo e 1 g / cm3 a 4 ºC.

Podemos usar este comportamento incomum de expansão térmica da água para


explicar porque uma lagoa começa a congelar na superfície em vez de no fundo.
Quando a temperatura do ar cai de, por exemplo, 7ºC para 6ºC, a água da superfície
também esfria e, consequentemente, diminui em volume. A água da superfície é
mais densa que abaixo da superfície, que não esfriou, e diminui de volume. Como
resultado, a água da superfície afunda, e a mais quente do fundo se move para a
superfície. Quando a temperatura do ar está entre 4ºC e 0ºC, no entanto, a água da
superfície se expande a medida que se esfria, ficando menos densa que abaixo da
superfície.

O processo de mistura para, e eventualmente a água da superfície congela. A


medida que a água congela, o gelo permanece na superfície, porque é menos denso
que a água. O gelo continua a se acumular na superfície, enquanto a água perto do
fundo permanece a 4ºC. Se não fosse esse o caso, peixes e outras formas de vida
marinha não sobreviveriam.

1.7 CALORIMETRIA

 Calorimetria é a parte da termodinâmica que estuda a medida das


quantidades de calor que são trocadas entre sistemas, colocados em contato,
a diferentes temperaturas (TROCAS DE CALOR E SUAS RELAÇÕES).

 QUANTIDADE DE CALOR:

o É aquela capaz de alterar uma temperatura


o Ou também é capaz de mudar um estado físico de um corpo

21
 UNIDADES DE CALOR:
Calor é uma forma de energia. Portanto, pode ser medida como as demais,
como a energia mecânica, elétrica, etc.

 Na refrigeração as unidades de calor são mais usadas são:

o Cal, Kcal (SI – Sistema Internacional);


o CALORIA (cal): É a quantidade de calor necessária para elevar de
14,5ºC a 15,5ºC a temperatura de 1 grama de água pura sob pressão
normal (nível do mar ou 1 atm), e vice versa;
o Btu (Sistema Britânico)
o Btu (BRITISH THERMAL UNIT): É a quantidade de calor necessária
para aquecer 1 lb (libra-massa = 454 g) de água pura, de 58,5ºF a
59,5ºF, sob pressão normal (nível do mar ou 1 atm), e vice versa.

1.8 RELAÇÕES ENTRE AS UNIDADES DE CALOR

É muito comum manuais técnicos de refrigeração utilizarem variadas unidades de


calor;

As unidade mais comuns de calor são: Joule, BTU e Cal. Desta forma, torna-se
bastante interessante conhecer as relações ou equivalências entre estas principais
unidades de calor. Na tabela a seguir serão demonstradas as principais relações
entre estas escalas de calor.

22
EXERCÍCIOS (CONVERTER):

274.965 cal para Kcal e BTU: 10.000 BTU para Kcal:

3.500 BTU para cal: 456.898 cal para BTU:

23
1.9 CAPACIDADE TÉRMICA

o Capacidade Térmica é o quociente entre a quantidade de calor (Q) trocada


pelo corpo e a correspondente variação de sua temperatura (∆t)
o C = Q / ∆t
o Unidades de capacidade térmica: cal / ºC; Kcal / ºC; J / ºC; Btu / ºF

1.10 CALOR ESPECÍFICO

o Calor Específico é a quantidade de calor necessária para fazer a


temperatura de 1g da substância variar 1ºC;
o Unidades de calor específico: cal / gºC; Kcal / KgºC; J / KgºC; Btu / lbºF
o Os metais têm baixo calor específico: com pequenas quantidades de calor
variam grandes temperaturas
o Para os gases, o calor específico varia com a pressão e o volume
o O calor específico depende do estado físico do sistema, sendo maior no
estado líquido do que no estado sólido
o O calor específico nos sólidos e líquidos variará consideravelmente se a
variação de temperatura for muito grande
o Cada substância tem o seu calor específico, conforme tabela de algumas
substâncias na página seguinte:

24
Fonte: SENAI.MG. 2001

25
1.11 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA

Esta fórmula expressa a quantidade de calor (Q) fornecida ou retirada de um corpo


de massa (m) e de calor específico (c) quando este corpo sofre uma variação de
temperatura (∆t):

 Onde:
o Q = Quantidade de calor fornecida ou retirada
o m = massa
o c = calor específico
o ∆t = quantidade de variação da temperatura

 Aplicações da equação fundamental da Calorimetria:

o EXERCÍCIO 1:

Temos 800 gramas de massa de água a 100 ºC. Quantas calorias essa
quantidade de água deve perder para ficar com a temperatura de 10 ºC?
Dado: c = 1 cal / g ºC

26
o EXERCÍCIO 2: Calcular a quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de 200 g de massa de água de 20 ºC para 80 ºC:
Dado: c = 1 cal / g ºC

1.12 CALOR SENSÍVEL E CALOR LATENTE

o Calor SENSÍVEL: É o calor necessário para alterações de temperatura


(∆t ) para mais ou para menos (sem mudança de estado). É utilizada a
fórmula da Equação fundamental da Calorimetria: Q = m . c . ∆t

o Calor LATENTE: É o calor necessário para a mudança de estado, não


havendo alteração de temperatura nesta fase. É utilizada a fórmula da
Equação fundamental da Calorimetria sem a variação da temperatura:
Q = m . c (onde “c” é o calor latente para alteração de fase).

Portanto, quando um corpo cede ou recebe calor, este pode produzir no corpo dois
efeitos diferentes: variação de temperatura ou mudança de estado.

Se o efeito no corpo for apenas variação de temperatura é chamado de Calor


Sensível. Porém, se o efeito no corpo for de mudança de estado é chamado de
Calor Latente.

1.13 MUDANÇA DE ESTADO FÍSICO OU DE FASE

 A matéria pode apresentar-se em três estados físicos:

o Sólido
o Líquido
o Gasoso

 Uma mesma substância pode ser encontrada na natureza nas três formas,
conforme a temperatura e / ou pressão em que se ela encontra:

27
Fonte: COLÉGIO WEB. (Site)

 As mudanças de estado recebem nomes especiais:

o Evaporação: Mudança de estado líquido para estado gasoso


lentamente em qualquer temperatura (apenas na superfície do líquido)

o Ebulição: Mudança de estado líquido para gasoso (elevando a


temperatura até o ponto de ebulição) E.: Água fervendo.

o Calefação: Mudança de estado líquido para gasoso bruscamente


numa temperatura maior que a temperatura de ebulição (Ex.: Jogar
água em uma chapa aquecida)

o Liquefação: Mudança de estado de gasoso para líquido (Ex.:


condensação da água)

28
o Fusão: Mudança de estado de sólido para líquido (Ex.: Gelo passando
para água)

o Solidificação: Mudança de estado de líquido para sólido (Ex.: Água


passando para gelo)

o Sublimação: Mudança de estado de Sólido para gasoso (Ex.:


Naftalina)

o Resublimação: Mudança de estado de Gasoso para sólido (Ex.: Gelo


seco)

1.14 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR SENSÍVEL E LATENTE

Quando deseja-se elevar ou abaixar a temperatura de uma determinada substância,


onde a mesma irá também passar por mudança de fase, esta será calculada em
separado e somados os resultados.

Exemplo:

Elevar a temperatura de 75 g de massa (m) de água de -20 ºC até 40 ºC. Este


cálculo ocorrera em 3 etapas, como pode-se ver no gráfico a seguir:

Fonte: Acervo Próprio

29
Desta forma, haverá um cálculo de -20 ºC até 0 ºC (Calor sensível), a temperatura
irá se manter constante até a fusão de toda a massa de água (calor latente de fusão)
e haverá um cálculo para esta mudança de fase. Após, ocorrerá o aumento da
temperatura de 0 ºC 40 ºC e um cálculo correspondente para este aumento de
temperatura (calor sensível). Enfim, os 3 resultados deverão ser somados para se
saber a quantidade de calor necessária para estas etapas.

o Fórmula para este caso:

Fonte: Acervo Próprio

NOTA: Como a água estará em várias faixas de temperaturas (∆t) e 2 estados


(sólido e líquido), em cada situação se deverá utilizar o calor específico
correspondente da água, como na tabela abaixo:

30
Fonte: SENAI.MG. 2001
Assim fica o cálculo:

Ou
9 825 x 0,003968 = 38,99 BTU

31
EXERCÍCIOS:

Faça os cálculos e o gráfico representativo para os exercícios abaixo:

1) Calcule as calorias necessárias para baixar a temperatura de 1.250 g de


massa de água de 135 ºC até 35 ºC:

2) Calcule a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 litro


de água de 25 ºC até 100 ºC:

32
 FORMAS DE TROCAS DE CALOR:

o Condução ou Contato: Esta transmissão se dá em qualquer estado


físico que um corpo se encontra, ou seja: sólido, líquido ou gasoso.

Os sólidos são melhores condutores que os líquidos que, por sua vez,
são melhores condutores que os materiais gasosos.

Existem bons condutores de fluxo de calor, como os metais; há


também maus condutores, ou isolantes, que dificultam esse fluxo. Uma
utilização prática desta lei da física são os Trocadores de Calor:

Fonte: OPTEK. (Site)

o Convecção ocorre nos Fluidos, Líquidos ou gases. Este fenômeno da


física ocorre devido a diferença de densidade das próprias substâcias
em função da temperatura, ou seja: A moléculas de uma mesma
substância aquecida sobem, fazendo com que as menos aquecidas
possam descer.

Exemplos: Uma vasilha de água em ebulição, o evaporador de uma geladeira


(congelador) na parte de cima para o ar mais frio descer, um balcão de frios em um
supermercado, um sistema de aquecedor solar, etc.

37
Figura ilustrativa de um aquecedor solar:

Fonte: BRASIL ESCOLA. (Site)

o Radiação ou Irradiação – Esta transmissão de calor se dá por ondas


eletromagnéticas. Esta ocorre em qualquer meio, inclusive o vácuo,
desde que não seja “refletido”).

38
Desta forma entendemos como o calor do sol chega até nós:

Fonte: BRASIL ESCOLA. (Site)

Uma aplicação prática das três formas de transmissão de calor é o funcionamento


do isolamento térmico de uma garrafa de café:

Fonte: BRASIL ESCOLA. (Site)

A construção da garrafa evita as três formas de transmissão de calor. A qualidade da


conservação da temperatura do café irá depender dos materiais utilizados na
fabricação da mesma.

39
 FUNCIONAMENTO DE UM REFRIGERADOR DOMÉSTICO:

Nos refrigeradores domésticos existe muita "física" há no seu funcionamento. Eles


são máquinas térmicas que retiram calor de um certo interior jogando-o no meio
externo, produzindo assim o "frio" no interior.

Abaixo, um esquema básico de funcionamento de um refrigerador:

Fonte: CEPA. USP (Site)

Na física, todo líquido quando evapora retira calor. O compressor, ao elevar a


pressão de um gás, o faz passar para o estado liquido e o faz fluir por tubos até o
evaporador (congelador). Ao passar pela válvula de expansão no evaporador, o
líquido volta para o estado gasoso onde retira calor do evaporador, baixando a sua
temperatura. É bom lembrar que a saída do compressor gera pressão e a entrada
gera sucção, facilitando a evaporação dos gases (para volta-lo para o estado
líquido).

40
As principais partes e finalidades de um refrigerador são:
 Compressor: é responsável pela elevação da pressão até 10 atmosferas
e sua temperatura está aproximadamente a 41 ºC;

 Condensador: faz com que o gás passe para o estado líquido ainda em
alta pressão e então o líquido passa para o tubo capilar;

 Tubo capilar: ao sair dele terá sua pressão e temperatura diminuídas


alcançando valores próximos de 1,6 atmosferas e - 19 ºC, nesta situação
passa para o evaporador;

 Evaporador: onde retorna ao estado gasoso e agora esta mudança de


fase ocorre a baixa pressão. É no evaporador que o gás recebe calor dos
alimentos colocados no interior da geladeira, retirando calor da parte
interna, então, podemos perceber que a "produção de frio" ocorre no
evaporador.

41
2 CALDEIRA A VAPOR (Gerador de Vapor)

Fonte: SERMATEC. (Site)

2.1 DEFINIÇÃO

Caldeira é um gerador de vapor, que aplica energia térmica a água para a geração
do mesmo.

Em outras palavras: trata-se de uma máquina ou dispositivo de engenharia onde a


energia química, através da queima de um combustível, transforma-se em energia
térmica.

O vapor é amplamente utilizado na indústria, tanto para aquecimento, quanto para


acionamento mecânico, e geração de energia.

42
O vapor d´água é preferido dentre outras substâncias em função de seu alto calor
específico aliado a ampla disponibilidade da água no meio industrial.

Uma caldeira é constituída, basicamente, por um vaso fechado sob pressão, no qual
se introduz água líquida que se transforma em vapor ao receber o calor da
combustão na fornalha.

2.2 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DO VAPOR

 Aquecimento
 Acionamento Mecânico
 Geração de Energia Elétrica
 Aplicação na Indústria:
o Têxtil: tinturaria
o Alimentos: Processo de industrialização.
o Bebidas : lavação de garrafas; tanques de xaropes, pasteurizadores.
o Papel: Obtenção da celulose, fabricação e secagem do papel.
o Indústria Madeireira: cozimento de toras; secagem de tábuas e
o Lâminas em estufas; em prensas para compensados.
o Indústria de vulcanização e recauchutagem: estufas para secagem
de pneus, vulcanização, prensas.
o Metalúrgica
o Química.
 Hospitais: na lavanderia para esterilização de roupas, na cozinha.

43
2.3 EXEMPLOS UMA TURBINA A VAPOR UTILIZADA EM UMA USINA
TERMELÉTRICA

Fonte: BLOG DO PROFESSOR CARLÃO. (Blog)

2.4 COMBUSTÍVEIS UTILIZADOS NAS CALDEIRAS

O combustível é toda substância capaz de reagir quimicamente com o oxigênio


(comburente) e liberar energia térmica (calor), é identificado como combustível:

 Sólido: Madeira, cascas de árvores, carvão, bagaço de cana, etc.


 Líquido: Óleo combustível (óleo grosso), óleo diesel, álcool, etc.
 Gasoso: Gás Natural.

2.5 QUEIMADORES

Os queimadores são os dispositivos da caldeira utilizados para queimar o


combustível. Os tipos de queimadores variam conforme o tipo de combustível a ser
queimado.

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2.5.1 Queimador de óleo combustível

O queimador de óleo combustível e na maioria dos combustíveis líquidos consiste


em uma bomba para pressurizar o combustível e um bico injetor para pulverizá-lo
em alta pressão na câmara de combustão.

Fonte: BABCOCK CALDEIRAS LTDA. (Site)

2.5.2 Queimador de combustíveis

Diferentemente da queima dos combustíveis líquidos, a combustão dos gases ocorre


sem as etapas de nebulização e destilação das gotículas de combustível.

Fonte: BABCOCK CALDEIRAS LTDA. (Site)

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2.5.3 Queimador de carvão

É comum a utilização de carvão em caldeiras de forma pulverizada. Na figura a


seguir tem-se um esquema do sistema de pulverização de carvão em uma caldeira.

Fonte: BABCOCK CALDEIRAS LTDA. (Site)

2.5.4 Queima em grelha

As grelhas são dispositivos tipo grade, podendo ser fixas ou móveis, onde são
queimados os seguintes combustíveis:

 Madeira picada em cavacos


 Madeira cortada em pedaços maiores (lenha)
 Madeira tipo cerragem
 Casca de Arroz
 Bagaço de Cana

Fonte: BABCOCK CALDEIRAS LTDA. (Site)

46
2.6 CLASSIFICAÇÃO DAS CALDEIRAS

As caldeiras são classificadas em aquatubolares, flamotubulares, e elétricas:

2.6.1 Caldeiras aguatubolares

Neste tipo de caldeira a água circula por dentro de diversos tubos, posicionados lado
a lado, formando uma parede do tipo feixe tubular. Os tubos são aquecidos pelo
calor da fornalha, transformando a água dentro do tubo em vapor.

Fonte: EBAH. (Site)

As unidades geradoras de vapor, também chamadas simplesmente de caldeiras,


podem ser equipadas com os seguintes componentes:

 Fornalha: Local onde ocorre a queima de combustível, pode ter queimadores


de gás, de óleo, ou grelha para combustíveis sólidos.

 Caldeira: É o local onde a água se transforma de líquido para vapor, contém


tubos, tambor separador e parede isolante.

 Superaquecedor: São tubos em feixes utilizados para aumentar a


temperatura do vapor na saída da caldeira.

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 Atemperador: É um sistema de regulagem da temperatura final do vapor
gerado, reduz a temperatura através da injeção de água no vapor
superaquecido.

 Economizador: É um sistema de pré-aquecimento da água de entrada da


caldeira, composta de tubos instalados na saída dos gases, tem a função de
aumentar o rendimento da caldeira, e reduzir o choque térmico devido a
entrada de água no sistema.

 Aquecedor de ar: Aproveita o calor dos gases da saída da combustão para


aquecer o ar de entrada.

Na figura a seguir tem-se um exemplo de unidade geradora de vapor completa.

Fonte: SERMATEC. (Site)

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2.6.2 Caldeiras flamotubulares

São equipamentos geradores de vapor de uso limitado às instalações de pequeno


porte, com pressões inferiores a 15 bar ou capacidades inferiores a 15 ton/h de
vapor saturado.

Nas caldeiras flamotubulares os gases de combustão circulam por dentro dos tubos.
Podem ser projetadas para um ou mais passe de gases de combustão.

O nível de água deve estar sempre acima da tubulação para evitar


superaquecimento.

A fornalha pode ser interna ou externa. Caldeiras com fornalha interna são
conhecidas como Escocesas e são projetadas para queima de óleo ou gás natural.
Apresentam rendimento de até 84% e operam com pressão de até 15 bar (1500
kPa).

O diâmetro das fornalhas pode variar de 400mm a 1300mm e são projetadas e


construídas com paredes corrugadas para melhorar o rendimento térmico e a para
admitir maiores pressões. Paredes lisas devem ser evitadas.

O diâmetro do corpo cilíndrico pode variar de 900mm a 2800mm.

O diâmetro dos tubos pode variar de 30mm a 100mm.

Em termos gerais as caldeiras flamotubulares apresentam menores gastos com


manutenção.

O tratamento químico da água é importante.

49
Na figura a seguir temos um exemplo de caldeira flamotubular:

Fonte: SERMATEC. (Site)

2.6.3 Caldeiras elétricas

Utilizam Resistências Tubulares de Imersão ligados a energia elétrica para


aquecimento da água no interior das caldeiras.

As resistências de imersão são fabricadas em tubos de cobre, aço inox e ferro. As


mais usadas em caldeiras são as de cobre.

Abaixo os tipos de resistências elétricas utilizados em caldeiras.

Fonte: IMC. Resistências Elétricas. (Site)

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Abaixo, um diagrama de distribuição das resistências no interior de um vazo de
pressão de uma caldeira elétrica.

FULTON. (Site)

2.7 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA EM CALDEIRAS

As caldeiras possuem uma série de dispositivos para garantir a sua segurança de


funcionamento. Á manutenção deve manter o equipamento e os dispositivos em
perfeito funcionamento para garantir a sua segurança.

2.7.1 Os principais dispositivos e cuidados com a segurança

 Controle do nível de água, que pode ser do tipo automático com reguladores
pneumáticos, termohidráulico, ou manual com visor de nível.

 Controle de pressão de trabalho, pressostatos e manômetros. Em casos de


pressão excessiva um dispositivo pode reduzir o combustível, ou o fluxo de ar
para os queimadores.

51
 Válvulas de segurança, são dispositivos auxiliares, previstos para atuarem em
caso de falha do sistema de controle da combustão, evitando aumento
excessivo da pressão.

 Sopradores de fuligem: tem a finalidade de evitar que ocorra depósito de


cinzas nas paredes externas dos tubos.

2.7.2 Algumas medidas de segurança no funcionamento da caldeira

 Quando a pressão estiver próxima a de trabalho abre-se lentamente a válvula


de vapor para evitar golpe de aríete

 Observa-se atentamente os manômetros e o indicador de nível.

 O operador de caldeira não deve se afastar do local de trabalho.

 Faz-se anotações diárias e verifica-se o funcionamento de todos os


acessórios e equipamentos.

 Dá-se descarga manual nas válvulas de segurança pelo menos uma vez por
dia.

 Em caldeiras aquotubulares limpa-se os tubos com soprador de fuligem.

 Não perder o controle do nível da água.

 Adiciona-se corretamente os produtos para tratamento da água.

 Segue-se as orientações da CIPA e colabora-se com ela.

 Manter limpo e em ordem o local de trabalho.

52
2.9 CICLO RANKINE

O Ciclo Rankine é um ciclo termodinâmico reversível que converte calor em trabalho.


O calor é suprido via externa para um laço fechado, onde é usual usar água. Ele é
nomeado após a descoberta de William John Macquorn Rankine, um escocês
polimata e professor da Universidade de Glasgow. O ciclo termodinâmico Rankine é
fundamental subjacente dos motores a vapor.
O ciclo Rankine mostra a descrição fechada do processo da operação de vapor das
máquinas térmicas mostra geralmente descobrindo nas usinas de generação elétrica
a combustão de combústiveis fossíl como o carvão, gás natural, e gasolina.

Fonte: WIKIPÉDIA. (Site)

55
2.9.1 Motores a vapor

2.9.1.1 Generalidades

Após a geração do vapor na Caldeira, este será conduzido para realizar trabalho,
sendo este desde aquecimento, lavar e esterilizar objetos, ou mover algum tipo de
motor para que este, por sua vez, converta calor e pressão em energia mecânica
(movimento), podendo movimentar máquinas ou geradores elétricos.

Os motores a vapor mais utilizados são: Turbinas Vapor e Motor tipo Pistão.

2.9.1.2 Turbinas a vapor

Turbina a Vapor é a Máquina Térmica que utiliza a energia do vapor sob forma de
energia cinética. Deve transformar em energia mecânica a energia contida no vapor
vivo sob a forma de energia térmica e de pressão.

O elemento básico da turbina é a roda ou rotor, que conta com paletas, hélices,
lâminas ou cubos colocados ao redor de sua circunferência, de forma que o fluido
em movimento produza uma força tangencial que impulsiona a roda, fazendo-a girar.

A turbina a vapor é atualmente o mais usado entre os diversos tipos de acionadores


primários existentes. Uma série de favorável de características concorreu para que a
turbina a vapor se destacasse na competição com outros acionadores.

Fonte: WIKIPÉDIA. (Site)

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2.9.1.3 Motores a vapor tipo pistão

Os motores a vapor tipo pistão foram o primeiro tipo de motor a ser amplamente
usado.

Eles foram inventados por Thomas Newcomen, em 1705, e James Watt (que
lembramos a cada vez que falamos sobre lâmpadas de 60 watts) fez grandes
melhorias nas máquinas a vapor, em 1769.

Os motores a vapor movimentaram as primeiras locomotivas, barcos a vapor e


fábricas e, dessa forma, foram a base da Revolução Industrial.

O diagrama a seguir mostra os componentes principais de um motor a vapor com


pistão. Este tipo de motor seria característico numa locomotiva a vapor.

Fonte: FORUM OUTER SPACE TERRA. (Site)

57
3 BOMBAS E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE BOMBAS HIDRÁULICAS

3.1.1 Definição

Bombas Hidráulicas são Máquinas Hidráulicas Operatrizes, isto é, máquinas que


recebem energia potencial (força motriz de um motor ou turbina), e transformam
parte desta potência em energia cinética (movimento) e energia de pressão (força),
cedendo estas duas energias ao fluído bombeado, de forma a recirculá-lo ou
transportá-lo de um ponto a outro.

3.1.2 Classificação

Devido a grande diversidade das bombas existentes, adotaremos uma classificação


resumida, dividindo-as em dois grandes grupos:

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 Bombas Centrífugas:

Também conhecidas como Turbo-Bombas, Hidro ou Roto-dinâmicas, ou ainda


bombas de transferência.

Nas bombas centrífugas, a movimentação do fluído ocorre pela ação de forças que
se desenvolvem na massa do mesmo, em consequência da rotação de um eixo no
qual é acoplado um disco (rotor, impulsor) dotado de pás (palhetas, hélice), o qual
recebe o fluído pelo seu centro e o expulsa pela periferia, pela ação da força
centrífuga, daí o seu nome mais usual.

A Bomba Centrífuga tem como base de funcionamento a criação de duas zonas de


pressão diferenciadas, uma de baixa pressão (sucção) e outra de alta pressão
(recalque).

Para que ocorra a formação destas duas zonas distintas de pressão, é necessário
existir no interior da bomba a transformação da energia mecânica (de potência), que
é fornecida pela máquina motriz (motor ou turbina), primeiramente em energia
cinética, a qual irá deslocar o fluído, e posteriormente, em maior escala, em energia
de pressão, a qual irá adicionar “carga” ao fluído para que ele vença as alturas de
deslocamento.

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Abaixo, figuras ilustrativas de tipos de bombas centrífugas:

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

Para expressar este funcionamento, existem três partes fundamentais na bomba:

o Corpo (carcaça): que envolve o rotor, acondiciona o fluído, e direciona


o mesmo para a tubulação de recalque;

o Rotor (impelidor): constitui-se de um disco provido de pás (palhetas)


que impulsionam o fluído;

o Eixo de acionamento, que transmite a força motriz ao qual está


acoplado o rotor, causando o movimento rotativo do mesmo.

Antes do funcionamento, é necessário que a carcaça da bomba e a tubulação de


sucção, estejam totalmente preenchidas com o fluído a ser bombeado.

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 Bombas Volumétricas:

Nas Bombas Volumétricas, ou de Deslocamento Positivo, a movimentação do fluído


é causada diretamente pela ação do órgão de impulsão da bomba que obriga o
fluído a executar o mesmo movimento a que está sujeito este impulsor (êmbolo,
engrenagens, lóbulos, palhetas).

Dá-se o nome de volumétrica porque o fluído, de forma sucessiva, ocupa e


desocupa espaços no interior da bomba, com volumes conhecidos, sendo que o
movimento geral deste fluído dá-se na mesma direção das forças a ele transmitidas,
por isso a chamamos de deslocamento positivo. As Bombas Volumétricas dividem-
se em:

 Êmbolo ou Alternativas (pistão, diafragma, membrana):

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

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 Engrenagens:

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

 Paletas:

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

62
 Parafuso:

Fonte: SCHNEIDER MOTOBOMBAS, 2006.

 APLICAÇÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO COM BOMBA CENTRÍFUGA:

Fonte: Manual Técnico SCHNEIDER MOTOBOMBAS

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 APLICAÇÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO COM BOMBA
VOLUMÉTRICA:

Fonte: INDÚSTRIA HOJE. (Site)

NOTA:

NESTA APOSTILA ABORDAREMOS APENAS CÁLCULOS ENVOLVENDO


INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS COM UTILIZAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS.

3.2 TERMOS HIDRÁULICOS MAIS USADOS EM BOMBEAMENTO

3.2.1 Altura de sucção (AS)

Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível dinâmico da captação e o


bocal de sucção da bomba.

OBS.: Em bombas centrífugas normais, instaladas ao nível do mar e com fluído


bombeado a temperatura ambiente, esta altura não pode exceder 8 metros de
coluna d’água (8 mca).

64
3.2.2 Altura de recalque (AR)

Desnível geométrico (altura em metros), entre o bocal de sucção da bomba e o


ponto de maior elevação do fluído até o destino final da instalação (reservatório,
etc.).

2.2.3 Altura manométrica total (AMT)

Altura total exigida pelo sistema, a qual a bomba deverá ceder energia suficiente ao
fluído para vencê-la. Leva-se em consideração os desníveis geométricos de sucção
e recalque e as perdas de carga por atrito em conexões e tubulações.

AMT = Altura Sucção + Altura Recalque + Perdas de Carga Totais (*)


(*) Perdas em Tubulações/Conexões e Acessórios

Unidades mais comuns: mca, Kgf/cm² , Lb/Pol², Onde: 1 Kgf/cm² = 10 mca = 14,22
Lb/Pol²

3.2.4 Perda de carga nas tubulações

Atrito exercido na parede interna do tubo quando da passagem do fluído pelo seu
interior. É mensurada obtendo-se, através de coeficientes, um valor percentual sobre
o comprimento total da tubulação, em função do diâmetro interno da tubulação e da
vazão desejada.

3.2.5 Perda de carga localizada nas conexões

Atrito exercido na parede interna das conexões, registros, válvulas, dentre outros,
quando da passagem do fluído. É mensurada obtendo-se, através de coeficientes,
um comprimento equivalente em metros de tubulação, definido em função do
diâmetro nominal e do material da conexão.

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3.2.6 Comprimento da tubulação de sucção

Extensão linear em metros de tubo utilizados na instalação, desde o injetor ou


válvula de pé até o bocal de entrada da bomba.

3.2.7 Comprimento da tubulação de recalque

Extensão linear em metros de tubo utilizados na instalação, desde a saída da bomba


até o ponto final da instalação.

3.2.8 Golpe de aríete

Impacto sobre todo o sistema hidráulico causado pelo retorno da água existente na
tubulação de recalque, quando da parada da bomba. Este impacto, quando não
amortecido por válvula(s) de retenção, danifica tubos, conexões e os componentes
da bomba.

3.2.9 Nível estático

Distância vertical em metros, entre a borda do reservatório de sucção e o nível


(lâmina) da água, antes do início do bombeamento.

3.2.10 Nível dinâmico

Distância vertical em metros, entre a borda do reservatório de sucção e o nível


(lâmina) mínimo da água, durante o bombeamento da vazão desejada.

3.2.11 Submergência

Distância vertical em metros, entre o nível dinâmico e o injetor (Bombas Injetoras), a


válvula de pé (Bombas Centrifugas Normais), ou filtro da sucção (Bombas
Submersas).

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3.2.12 Escorva da bomba

Eliminação do ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção. Esta


operação consiste em preencher com o fluído a ser bombeado todo o interior da
bomba e da tubulação de sucção, antes do acionamento da mesma. Nas bombas
autoaspirantes basta eliminar o ar do interior da mesma pois, até 8 mca de sucção, a
bomba eliminará o ar da tubulação automaticamente.

3.2.13 Autoaspirante

O mesmo que Autoescorvante, isto é, bomba centrífuga que elimina o ar da


tubulação de sucção, não sendo necessário o uso de válvula de pé na sucção da
mesma, desde que, a altura de sucção não exceda 8 mca.

3.2.14 Cavitação

Fenômeno físico que ocorre em bombas centrífugas no momento em que o fluído


succionado pela mesma tem sua pressão reduzida, atingindo valores iguais ou
inferiores a sua pressão de vapor (líquido => vapor). Com isso, formam-se bolhas
que são conduzidas pelo deslocamento do fluído até o rotor onde implodem ao
atingirem novamente pressões elevadas (vapor => líquido).

Este fenômeno ocorre no interior da bomba quando o NPSHd (sistema), é menor


que o NPSHr (bomba). A cavitação causa ruídos, danos e queda no desempenho
hidráulico das bombas.

3.2.15 NPSH

Sigla da expressão inglesa - Net Positive Suction Head a qual divide-se em:

o NPSH disponível - Pressão absoluta por unidade de peso existente na


sucção da bomba (entrada do rotor), a qual deve ser superior a pressão de

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vapor do fluído bombeado, e cujo valor depende das características do
sistema e do fluído;

o NPSH requerido - Pressão absoluta mínima por unidade de peso, a qual


deverá ser superior a pressão de vapor do fluído bombeado na sucção da
bomba (entrada de rotor) para que não haja cavitação. Este valor depende
das características da bomba e deve ser fornecido pelo fabricante da mesma;

O NPSHdisp deve ser sempre maior que o NPSHreq (NPSHd > NPSHr + 0,6)

3.2.16 Válvula de pé ou de fundo de poço

Válvula de retenção colocada na extremidade inferior da tubulação de sucção para


impedir que a água succionada retorne à fonte quando da parada do funcionamento
da bomba, evitando que esta trabalhe a seco (perda da escorva).

3.2.17 Crivo

Grade ou filtro de sucção, normalmente acoplado a válvula de pé, que impede a


entrada de partículas de diâmetro superior ao seu espaçamento.

3.2.18 Válvula de retenção

Válvula de sentido único colocada na tubulação de recalque para evitar o golpe de


aríete. Utilizar uma válvula de retenção a cada 20 mca de AMT.

3.2.19 Pressão a atmosférica

Peso da massa de ar que envolve a superfície da terra até uma altura de ± 80 Km e


que age sobre todos os corpos. Ao nível do mar, a pressão atmosférica é de 10,33
mca ou 1,033 Kgf/cm² (760 mm/Hg).

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3.2.20 Registro

Dispositivo para controle da vazão de um sistema hidráulico.

3.2.21 Manômetro

Instrumento que mede a pressão relativa positiva do sistema.

3.2.22 Vazão

Quantidade de fluído que a bomba deverá fornecer ao sistema, por unidade de


tempo.
Unidades mais comuns: m3 /h, l/h, l/min, l/s
Onde: 1 m3 /h = 1000 l/h = 16.67 l/min = 0.278 l/s

3.2.23 Hidráulica

Hidráulica é uma palavra que vem do grego e é a união de hydra = água, e aulos =
condução/aula/tubo é, portanto, uma parte da física que se dedica a estudar o
comportamento dos líquidos em movimento e em repouso. É responsável pelo
conhecimento das leis que regem o transporte, a conversão de energia, a regulagem
e o controle do fluido agindo sobre suas variáveis (pressão, vazão, temperatura,
viscosidade, etc).

3.2.24 MCA (mca)

Metro de coluna d'água.


As equivalências entre mca e outras unidades são:
10 m.c.a = 1 Kgf/cm² = 100 Kpa

3.2.25 Bomba de afogada


Nível da bomba abaixo do nível do reservatório:
Neste caso não haverá válvula de pé (para bomba centrífuga) para cálculo da perda
de carga na sucção nem haverá altura da sucção (ou poderá ser positiva) para o
cálculo da altura manométrica e para o cálculo do NPSHd (verificação da cavitação).

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