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CRATO-CE
2019
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CRATO-CE
2019
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1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Uma das principais insatisfações da sociedade brasileira nos dias atuais consiste na
morosidade da justiça em solucionar de conflitos, sendo notada em comarcas país afora,
ocasionando a falta de confiança no sistema judiciário nacional, ainda mais enquanto
vivenciamos inovações tecnológicas que tornam as relações cada vez mais instantâneas. O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e os Tribunais de Justiça dos estados tem incentivado a
instalação de câmaras que desenvolvam o trabalho de conciliação, consolidando-as como
instrumento alternativo eficaz, rápida e satisfatória para resolução de diversas causas. Bistra
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Stefanova Apostolova ressalta dados de uma pesquisa dirigida por Sadek, denominada “A crise
do Judiciário vista pelos juízes”, na qual se demonstra a dificuldade de absorção dos conflitos
atuais pelos mecanismos judiciais em vigor, comprovando que 70% dos brasileiros “encontram
no Estado e nas suas instituições os impedimentos centrais para a efetivação dos seus direitos”.
As Câmaras de Conciliação e Mediação, no dizer dos artigos 13 e 14 da Resolução
TJPE n° 222/2007, são unidades vinculadas jurídica e administrativamente a uma sociedade
civil ou entidade pública, com a finalidade de promover conciliações e mediações. Elas atuam
em litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis ou em que a lei permita acordo ou
transação, envolvendo pessoas ou entidades da mesma ou de diferentes categorias econômicas
e profissionais
A palavra conciliação, em sua acepção gramatical (MICHAELIS, 2018), refere-se ao
ato ou efeito de conciliar(-se), harmonizar pessoas divergentes, reconciliação e acordo entre
demandantes para encerrar uma demanda legal. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ, 2018)
elaborou o retrato da lentidão dos tribunais estaduais do Brasil. O estudo apontou a taxa de
congestionamento média é de 74,5%, (utilizando-se como base o ano de 2017), engrossando a
fila da insatisfação com a morosidade dos julgamentos.
Entre os principais motivos que determinaram tal demora estão a espera por sentenças,
falta de decisão sobre pedidos feitos pelas partes envolvidas ou pelo parquet, a não localização
de bens para penhora, entre outros. E contribuem problemas de toda ordem: Desde a falta de
condições operacionais dos serventuários da Justiça, da falta de compromisso de juízes e
promotores, da legislação ultrapassada e propensa à realização de incontáveis recursos com
finalidade meramente protelatória.
O Código de Processo Civil de 2015 traz, em suas normas fundamentais, elencadas
nos dois primeiros capítulos, vetores interpretativos que apontam para a composição de litígios
por meio dos instrumentos investigados por este trabalho. Seu artigo 3º e seus parágrafos, um
avanço formal da legislação, tratam da solução consensual de conflitos e enfatiza o estímulo a
ser feito por advogados, juízes, promotores, defensores públicos, mesmo que após já iniciado o
processo. Os artigos seguintes trazem, entre outros princípios, o da eficiência e da primazia da
solução do mérito de forma justa e efetiva como ideal do processo.
Um dos principais benefícios dos métodos extrajudiciais apontados é pôr fim a
conflitos que podem dar origem a várias ações trazendo, conseqüente, um desafogamento do já
abarrotado judiciário, diminuindo a imensa quantidade de processos que entram diariamente
em nosso sistema. Este sucesso estaria ligado à oportunização do diálogo entre as partes, com
o acordo homologado consistindo em decisão irrecorrível. Porém, não deve ser encarada como
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O presente trabalho debruçou-se sobre os dados publicados pelo TJPE referentes aos
meses de janeiro a julho de 2017 para apresentar um panorama do estado de Pernambuco,
verificando efeitos, analisando quantitativamente quantos procedimentos tiveram como
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Procedimentos cadastrados
Média 2,317
Total 9,268
julho 1,228
junho 887
maio 1,896
abril 1,102
março 1,729
fevereiro 1,079
janeiro 1,347
- 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000 9,000 10,000
Média 2,730
Total 10,918
julho 1,414
junho 1,122
maio 3,172
abril 1,202
março 1,888
fevereiro 1,576
janeiro 544
- 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000
Do total de 9.268 (nove mil, duzentos e sessenta e oito) procedimentos que entraram
no sistema de resolução consensual e arbitral, em média, 80,24 (oitenta vírgula vinte e quatro
por cento) tiveram como resultado conciliações, decisões por meio de arbitragem ou
arquivamentos, evidenciando o alto índice de soluções rápidas pacíficas, dentro do que se
propõe, diminuindo a quantidade de litígios a darem entrada no Judiciário, com acordos
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5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CERVO, Amado L. et. al. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2009.
SADEK, Maria Tereza; ARANTES, Rogério Bastos. A crise do Judiciário e a visão dos
Juízes. Revista USP, São Paulo, n. 21, p. 34-45, 1994.
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília, DF:
Senado, 2015.