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Na rotina de exames do abdome agudo (isto é, quadro em que o paciente relata dor e distensão abdominal e que
seja necessário uma intervenção cirúrgica), duas formas de incidência radiográfica são utilizadas: radiografia simples
ântero-posterior (AP) em decúbito dorsal (posição supina) ou AP em ortostase (em pé). É necessário, portanto,
diferenciar as imagens produzidas por essas duas incidências tomando como referência os níveis líquidos: com o
paciente em ortostase, é possível observar nas alças intestinais ar (nas porções mais superiores) e líquidos (nas porções
inferiores), isto é, os níveis hidroaéreos. Na posição supina, observamos apenas o gás. A radiografia em ortostase é
solicitada para avaliar, principalmente, nível líquido e pneumoperitônio.
R OTEIRO DE EXAME
Independente de qual estudo radiológico abdominal foi realizado, devemos nos basear no seguinte roteiro de
exame: padrão gasoso e distribuição do gás; presença de ar fora da luz das alças (pneumoperitônio); procurar por
qualquer dilatação de alça intestinal e tentar decidir quais as porções intestinais afetadas; procurar por qualquer
quantidade de gás fora do lúmen intestinal; procurar por ascite e qualquer massa de tecido mole ou cistos no abdome e
pelve; avaliar a presença de calcificações e localizá-las; avaliar o tamanho do fígado e do baço. De uma forma geral,
temos:
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Arlindo Ugulino Netto – RADIOLOGIA – MEDICINA P5 – 2009.2
Os padrˆes gasosos encontram-se alterados em vƒrias ocasiˆes. Esses padrˆes podem estar alterados em
casos de obstrução mecânica (isto •, incapacidade de manuten‚€o da peristalse do intestino) ou por †leo de fun‚€o
alterada (íleo funcional localizado ou generalizado). Quando existe um fator obstrutivo, designamos este quadro
cl†nico de obstru‚€o mec‰nica; quando n€o existe um fator, mas as al‚as simplesmente deixaram de executar o
movimento peristƒltico e, a partir da†, acumulam l†quido e gƒs, designamos como †leo funcional.
O †leo funcional localizado • mais sutil de identificar, principalmente em radiografias simples. Uma al‚a ou um
segmento de uma al‚a isoladamente pƒra de se movimentar por existir, pr‡ximo a ele, algum fator que estƒ a irritando
(pancreatite, apendicite, colecistite, Šlcera, gastrite, diverticulite, calculo ureteral). Essa al‚a parada • ent€o chamada de
alça sentinela, pois quando se percebe em um exame de imagem que tem uma al‚a parada indica que pr‡ximo a ela
existe alguma altera‚€o fisiol‡gica. Este quadro • comum em quadros de pancreatite, por exemplo, que, devido ‹s
rela‚ˆes anat„micas entre p‰ncreas e duodeno, este segmento intestinal tem a sua funcionalidade comprometida.
O †leo funcional generalizado • uma resposta
a uma agress€o sist…mica (como no p‡s-operat‡rio
imediato de cirurgia da cavidade abdominal) que
altera a peristalse de todo o intestino. Observamos ar
e distens€o em todo intestino grosso e delgado.
N†veis l†quidos podem ser encontrados no estomago,
mŠltiplos n†veis l†quidos no intestino delgado e,
algumas vezes, no intestino grosso. Al•m de ar
dentro das al‚as (al‚as distendidas) hƒ presen‚a de
ar na cavidade justificada pela visualiza‚€o das
paredes intestinais. O padr€o do †leo funcional
generalizado vai ser al‚as distendidas por todo
abdome, dificultando a diferencia‚€o do intestino
grosso e do intestino delgado. Œ necessƒrio o
acompanhamento m•dico e a avalia‚€o da din‰mica
intestinal do paciente para evitar o quadro patol‡gico
conhecido como íleo paralítico (†leo adin‰mico,
mesmo depois de 48 horas).
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OBS : Pacientes em p‡s-operat‡rio devem evitar falar nas primeiras 24h justamente devido ao n€o funcionamento do
peristaltismo (†leo paral†tico) pois, podem sofrer distens€o abdominal por causa do acŠmulo de ar.
Na obstru‚€o mec‰nica, tem-se um fator intr†nseco que acomete as al‚as do intestino delgado ou do grosso,
como um tumor (tumor de c‡lon direito – causa uma obstru‚€o mec‰nica do colo ascendente; tumor de cabe‚a de
p‰ncreas – obstrui a segunda por‚€o do duodeno/ arco duodenal; p‰ncreas anular em crian‚as – forma um anel ao
redor do duodeno causando uma obstru‚€o dele, ou fator extr†nseco).
A obstru‚€o mec‰nica em n†vel de intestino delgado tem como causas principais as ader…ncias (ades€o entre as
v†sceras) ou bridas (ader…ncia das v†sceras ‹ parede abdominal), h•rnias, volvo (tor‚€o de segmentos das al‚as em
torno do pr‡prio eixo – principalmente c‡lon direito, mas pode ser cecais, sigmoideos e gƒstricos), †leo biliar (cƒlculo
biliar que caiu no †leo e parou, por exemplo, na vƒlvula ileocecal) e intussuscep‚€o (quando uma al‚a avan‚a dentro de
outra; em crian‚as a causa • geralmente idiopƒtica, em adultos pode ser por linfoma, tumor de reto, de sigm‡ide). Elas
podem ser totais ou parciais. O padr€o radiol‡gico • a aus…ncia de distens€o a•rea nos colos do intestino grosso e uma
extensa distens€o das al‚as centrais do intestino delgado. Quase n€o hƒ gƒs nos colos, sigm‡ide e reto (ou hƒ muito
pouco ar) devido ‹ obstru‚€o da luz a jusante do intestino grosso. Neste caso, pode haver ar extra-luminal
(pneumoperit„nio) comprovado pela perfeita observa‚€o das paredes das al‚as.
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Em resumo, devemos ressaltar os seguintes parâmetros quanto à avaliação dos padrões gasosos e níveis
líquidos:
Ar no reto ou sigmoide Ar no delgado Ar no grosso
AR EXTRA-LUMINAL
A presença de ar fora das alças sugere perfuração de víscera oca. É aconselhável procurar a eventual presença
de ar nas regiões aonde ele, provavelmente, iria se acumular: sob o diafragma (se presente, temos o sinal do crescente);
ambos os lados das paredes das alças (se presente, temos o sinal de Rigler); e do ligamento falciforme do fígado (muito
sutil, difícil até para radiologistas experientes).
É necessário criar, portanto, uma rotina de exame para saber onde procurar a presença de ar. Primeiro o padrão
gasoso e nível líquido; em seguida procura ar extra-luminal e, só então, procurar ar embaixo do diafragma, das paredes
intestinais ou no ligamento falciforme do fígado.
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As causas para a presen‚a de ar extra-luminal s€o: rupturas de v†sceras ocas; cirurgias (abertas ou
laparosc‡picas – devido ‹ inje‚€o de ar que • feita para distender a parede abdominal); ap…ndice mesmo n€o perfurado
(pois pode formar abscessos peri-apendiculares com bact•rias produtoras de gƒs).
O ar pode se instalar em locais at†picos, como pr‡ximo ‹ bexiga ou diversos outros. Contudo, devemos procurar,
primeiramente, nas regiˆes mais comuns.
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OBS : A avalia‚€o radiol‡gica do ap…ndice permite a mensura‚€o da espessura (total e parietal) do ap…ndice
vermiforme, permitindo tamb•m a identifica‚€o de apendicolitos (fecalitos). Na ultrassonografia, pode-se avaliar a
exist…ncia de peristaltismo ou n€o (normalmente, deveria existir). O sinal da descompress€o brusca da fossa il†aca
direita pode ser realizado com o pr‡prio transdutor, empurrando-o contra a parede abdominal – na presen‚a de
apendicite, pode haver dor ‹ descompress€o. Quando estƒ sadio, a luz do ap…ndice chega at• a colabar. Ap…ndices
inflamados podem apresentar uma “imagem em alvo” t†pica Dificuldade da ultrassonografia para identificar apendicite:
pacientes obesos, varia‚ˆes na posi‚€o do ap…ndice, etc. Para estes, • mais indicada a realiza‚€o de TC.
Ao se encontrar uma poss†vel massa de tecidos moles na radiografia, • aconselhƒvel a verifica‚€o deste achado
na TC devido ‹ maior sensibilidade (para massas de tecidos moles) e especificidade (capaz de diagnosticar o tipo de
massa em evid…ncia).
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OBS : Presen‚a de gƒs em um abscesso abdominal ou p•lvico produz um padr€o muito variƒvel em radiografias. Pode
formar pequenas bolhas ou cole‚ˆes maiores de ar, sendo que ambas podem ser confundidas com gƒs contido dentro
do intestino. N†veis l†quidos em abscessos podem ser observados em uma radiografia com raios horizontais. Como
abscessos s€o lesˆes em forma de massa, deslocam estruturas adjacentes (por exemplo, o diafragma encontra-se
elevado em um abscesso subfr…nico).
PRESENÇA DE CALCIFICAÇÕES
As calcifica‚ˆes podem estar dentro de tumores de partes moles (teratomas, miomas, etc.), na parede de cistos,
cƒlculos renais, cƒlculos ureterais, cƒlculos biliares (que normalmente, n€o s€o vistos pela radiografia), etc.
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Este tipo de achado, por apresentar a densidade aproximada do osso, apresenta-se radiopaca. As calcificações
abdominais provavelmente devem-se a uma das seguintes causas:
Flebólitos de veias pélvicas: podem levar à confusão diagnóstica, sendo tomados erroneamente por cálculos
urinários e fecalitos.
Linfonodos mesentéricos calcificados causados por tuberculose antiga. Apresentam um padrão específico: são
irregulares em suas delimitações e podem ser muito densos e, por situarem-se no mesentério, muitas vezes são
móveis.
Calcificação vascular ocorre associada ao ateroma, mas não existe correlação útil com a gravidade
hemodinâmica da doença vascular.
Fibromas uterinos podem conter numerosas calcificações bem definidas.
Calcificação de tecido mole nas nádegas pode ser observada após injeção de determinados medicamentos.
Massas ovarianas malignas ocasionalmente contém cálcio visível. A única lesão ovariana benigna calcificada
visível é o cisto dermóide.
Calcificação adrenal ocorre após hemorragia adrenal, após tuberculose e, ocasionalmente, após tumores
adrenais.
Calcificação hepática ocorre em hepatomas e, raramente, em outros tumores hepáticos.
Cálculos biliares, calcificação esplênica, calcificação pancreática (que ocorre na pancreatite crônica), fecalitos e
cálculos renais são outros tipos de calcificações radiologicamente detectáveis no abdome.
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OBS : Devemos avaliar ainda a presença de corpos estranhos e avaliar seus limites para a possível retirada cirúrgica.
Embora possa acontecer em qualquer faixa etária, a presença de corpos estranhos é mais comum na infância.
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ULTRASSONOGRAFIA A BDOMINAL
Œ um tipo de exame radiol‡gico din‰mico. A ultra-sonografia pode avaliar a parede intestinal e detectar o fluido
intra-abdominal, mas fornece informa‚€o limitada sobre a mucosa. Ultrassonografia • utilizada para diagn‡stico de
estenose pil‡rica infantil, quando o diagn‡stico n€o • clinicamente ‡bvio. O uso do endosc‡pio ultrassonogrƒfico estƒ
confinado a centros especializados.
O f†gado apresenta vasos que pode ser vis†veis pela ultrassonografia. A tr†ade portal (art•ria hepƒtica, veia porta
e ducto col•doco) • envolvida por fibras de colƒgeno que produzem essa ecogenicidade. A ecogenicidade dele pode
estar aumentada, em casos de esteatose hepƒtica, pode estar diminu†da, pode haver n‡dulos, por isso • importante
conhece a textura habitual dele.
Pacientes com constipa‚€o ou distens€o abdominal devem ser encaminhados ‹ tomografia, uma vez que o feixe
sonoro apresenta dificuldade de atravessar esse gƒs (o gel aplicado na pele do paciente antes da radiografia tem
justamente esta fun‚€o: diminuir o ar entre o transdutor e a pele do paciente).
RESSON•NCIA MAGN‚TICA
Embora ofere‚a exames em cortes anat„micos variados e seja um exame mais indicado para o estudo das
partes moles, a RM • um exame mais caro, menos dispon†vel e possui um papel limitado na doen‚a gastrintestinal
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porque a peristalse distorce a imagem e, porque at• o momento, n€o existem meios para opacifica‚€o do intestino,
apesar de estarem sendo desenvolvidos agentes de contraste para este prop‡sito.
Atualmente, seu principal uso • para avalia‚€o da dissemina‚€o local de carcinoma retal antes da ressec‚€o
cirŠrgica e para avaliar f†stula perianal e forma‚€o de abcesso.
Duplicação esofágica: • um tipo de cisto que pode ocorrer em qualquer parte do TG (cistos de duplica‚€o
gastrointestinais), sendo mais comum no es„fago. Geralmente, o cisto n€o se comunica com a luz esofƒgica,
mas est€o aderidos ao es„fago, sem nenhuma comunica‚€o. A maioria deles apresentam constituintes da
parede do es„fago, ou seja, s€o constitu†dos por todas as camadas que est€o presentes na parede do es„fago.
S€o cistos porque a secre‚€o mucosa se acumula em seu interior. Na radiografia simples, eles aparecem
simplesmente como um alargamento do mediastino (o que, por via de regra, pede uma TC); jƒ na TC, observa-
se apenas o cisto, uma vez que ele n€o capta contraste. Todos eles s€o mƒs-forma‚ˆes cong…nitas. O
tratamento • cirŠrgico.
Divertículo de Meckel: é um quadro congênito causado pela persistência por um ducto presente apenas
durante a embriogênese. Este ducto, ao invés de involuir, permanece, podendo ter mucosa gástrica nele. Pode
causar úlcera, perfuração e inflamação. Contudo, não apresenta importância clínica. Na maioria das vezes é
assintomático.
Varizes esofágicas: a maioria das varizes (veias dilatadas) esofágicas é provocada por doença hepática com
hipertensão portal ou trombose do tronco esplenoportal. No Brasil, é comum a origem destes fatores associados
à esquistossomose e cirrose. O sistema venoso portal não dispõe de válvulas e trabalha com pressões em torno
de 12mmHg. Quando há o aumento da pressão para níveis próximos a 20mmHg, há uma inversão do fluxo: ao
invés de ir em direção ao fígado, o sangue volta, fazendo o fluxo retrógrado, alcançando e ingurgitando as veias
esofágicas. As varizes ocorrem no terço distal do esôfago, sendo prontamente detectadas no exame radiológico,
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Perfuração esofágica: a perfuração deste órgão pode ser ao longo de sua luz, sendo mais comumente no seu
terço distal, na junção esofagogástrica.
Pode ser uma perfuração espontânea,
traumática ou iatrogênica (secundário a
um procedimento endoscópico ou
cirúrgico). Quando a perfuração acessa
o mediastino, pode causar uma
mediastinite grave que leva o paciente a
óbito. Pode causar ainda uma
pneumonite reacional quando o
conteúdo esofágico entra em contato
com o pulmão. O contraste administrado
via oral extravasa no local da perfuração,
indicado a localização da falha. Quando
a perfuração esofágica é espontânea,
chama-se de Síndrome de Boerhaave,
acontecendo quando há um aumento da
pressão abdominal associada a refluxo
(como ocorre na bulimia). Há uma
ruptura de todas as camadas do
esôfago.
Presença de corpo estranho no esôfago: a maioria deles é radiopaca, como ocorre geralmente na infância
(moedas, pequenas peças de metal, etc.). Corpos estranhos radiotransparentes acometem geralmente os
adultos (como espinhas de peixe e ossos de galinha). Nestes casos, faz-se endoscopia ou dá-se um algodão ou
biscoito com bário para que paciente degluta. O contraste pára justamente onde está o corpo estranho.
Acalásia: ausência ou dificuldade de relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Toda vez que o paciente ingere
alguma coisa, a musculatura esofágica realiza uma força contrátil muito maior para que aquele alimento passe
para o estomago. Contudo, haverá um momento em que aquela musculatura entrará em falência e se tornará
dilatada. Portanto, acalasia é uma condição caracterizada pela dilatação do esôfago.
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Ondas de contração terciária: o esôfago normal apresenta ondas de contração primária e secundária normal.
As ondas de contração terciária são desordenadas e sem função alguma para o esôfago. Podem ocasionar
disfagia, mas são, geralmente, assintomáticas. Acomete principalmente os pacientes idosos. O aspecto
radiográfico é descrito como aspecto em saca rolhas.
Tumores esofágicos benignos: o leiomioma é o tumor benigno o mais comum do esôfago. É uma massa bem
definida na parede do esôfago que causa uma falha de enchimento no local onde estiver localizado. Pode gerar
disfagia se tiver uma grande extensão.
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Estenose hipertrófica congênita do piloro: v„mitos persistentes em um lactante com tr…s a cinco semanas de
vida sugerem a possibilidade de estenose pil‡rica. ‘s
vezes, • poss†vel palpar o mŠsculo pil‡rico hipertrofiado,
mŠsculo que tamb•m pode ser visualizado na
ultrassonografia. A estenose • considerada quando a
abertura pil‡rica chega a 14 mm de di‰metro. O diagn‡stico
baseia-se no achado de um canal pil‡rico alongado (que
normalmente, consiste em um mŠsculo pequeno, curto),
amiŠde com mŠsculo espessado projetando-se para a base
do bulbo duodenal. A estenose hipertr‡fica do piloro pode
ser ainda uma condi‚€o adquirida (secundƒrio a uma Šlcera,
por exemplo). Raramente observa-se estenose pil‡rica no
adulto; nesse caso, • necessƒrio diferenciar tal condi‚€o do
carcinoma antral circunferencial.
Adenocarcinoma de estomago: no exame radiol‡gico, este tumor maligno primƒrio de estomago come‚a como
uma pequena les€o, semelhante a uma placa a qual pode ou n€o ulcerar. Na medida em que o c‰ncer cresce,
pode tornar-se polip‡ide e de fƒcil detec‚€o. Esses carcinomas infiltrativos ou cirrosos t…m sido encontrados na
por‚€o proximal do estomago em nŠmero maior do que a forma clƒssica que envolve a por‚€o distal do
est„mago. A endoscopia possui limita‚ˆes significativas na confirma‚€o do diagn‡stico, com achados
patol‡gicos positivos em apenas 70% dos casos. Com o tempo, pode invadir o es„fago. O resultado pode ser
um est„mago difusamente envolvido e n€o-distens†vel (“frasco de couro” ou tamb•m chamado de linite
plástica), sem peristalse e de luz reduzida. Ocasionalmente, a neoplasia • basicamente ulcerativa, podendo ter
aspecto id…ntico de uma Šlcera benigna.
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Dilatação gástrica: aumento volum•trico do estomago, geralmente ocasionado por obstru‚ˆes distais a ele.
Doença de Menetrier: • uma s†ndrome de enteropatia perdedora de prote†na associada a enormes pregas
gƒstricas. Acontece uma hipocloridia (forma‚€o do ƒcido clor†drico • deficiente) associada a uma
hipoproteinemia em que ocorre um espessamento das pregas gƒstricas. Essas pregas envolvem o fundo e o
corpo do estomago em vez do antro. Deve ser feito o diagn‡stico diferencial com o linfoma gƒstrico.
Apendicite: o ap…ndice normal • normalmente fino e comprido, de fundo cego. Quando inflamado, apresenta-se
espessado e com borramento da gordura (a qual fica hipodensa) circunjacente a ele. Ele normal • identificado
na tomografia multislice e por ultrassonografia. Na ultrassonografia v…-se o l†quido e o espessamento do
ap…ndice. Este exame • potencialmente dificultoso se o paciente for obeso. Uma espessura de 6 mm do
ap…ndice jƒ • considerada importante. Œ t†pica a imagem tomogrƒfica de “ap…ndice em alvo” na apendicite.
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Intussuscepção ou invaginação intestinal: acontece quando uma al‚a intestinal entra e invade a luz de outra
(podendo mesmo ser uma al‚a do delgado entrando no colo ascendente). Na crian‚a lactante, • comum quando
a mesma faz uso de uma dieta que n€o o leite materno, o que pode alterar a mobilidade peristƒltica. Em adultos,
a invagina‚€o pode ser dar secundƒrio a um processo neoplƒsico. Em ambos os casos, acontece uma obstru‚€o
intestinal e uma distens€o abdominal. A corre‚€o • cirŠrgica.
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Colite isquêmica: a colite, em geral, é a inflamação do colo, apresentando-se parede espessada e borramento
da gordura peritoneal adjacente. Existem várias formas de colite. No caso da colite isquêmica, ocorre um
problema na microvasculatura do colo, o que geralmente ocorre com pacientes com aterosclerose difusa ou
diabetes.
Obstrução intestinal: pode apresentar causas intrínsecas e extrínsecas. O padrão radiológico depende do nível
intestinal acometido.
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FÍGADO
Anatomicamente, o f†gado • irrigado por dois sistemas: (1) 25% do sangue hepƒtico • provido pelas art•rias
hepƒticas (ramos indiretos do tronco cel†aco da A. aorta abdominal); (2) 75% do sangue hepƒtico • provido pelo sistema
porta (uni€o da V. mesent•rica superior e V. espl…nica). Contudo, aproximadamente 3/4 do sangue que circula no f†gado
estƒ dentro da veia porta, a principal via de irriga‚€o hepƒtica. O sistema porta traz sangue oriundo da dieta para sofrer o
eficiente metabolismo hepƒtico.
Por apresentar uma dupla irriga‚€o, o f†gado dificilmente sofre isquemia, pois ao menos um dos segmentos •
suprido por ramos de segmentos vizinhos. Em casos de uma eventual interrup‚€o do fluxo da veia porta, a A. Hepƒtica
tenta suprir mais, ent€o raramente se tem infarto hepƒtico. A drenagem • feita pelas veias hepƒticas (direita, m•dia e
esquerda), que desembocam na veia cava inferior.
A veia porta • um sistema avalvular (diferente da
maioria das veias) e, por isso, a press€o no sistema porta •
baixa, em torno de 10 a 12mmHg. Quando essa press€o
passa de 20mmHg, temos, ent€o, uma invers€o desse fluxo
portal.
O f†gado • dividido em lobos direito e esquerdo por
uma linha que passa aproximadamente na altura da veia
hepƒtica m•dia e do leito da ves†cula biliar. A veia porta
divide ainda o lobo esquerdo do f†gado em segmentos lateral
e medial, e o direito, em segmentos anterior e posterior.
Tem-se o lobo caudado, mais posteriormente, o qual •
independente dos lobos direito e esquerdo; ele • visto
prontamente e • considerado o segmento 1 do f†gado. Ele
n€o entra na divis€o do radiologista, por ser identificado
facilmente. Os demais segmentos s€o localizados ‹ partir
dos cortes tomogrƒficos do f†gado, com contraste. V…-se a
veia porta entrando e, desta forma, observam-se os cortes
que est€o acima (7, 8, 4 e 2) e os que est€o abaixo dela (6,
5, 4b e 3).
Devemos, ent€o, localizar as veias hepƒticas: faz-se um tra‚ado para dividi-las (esquerda, m•dia e direita). Elas
s€o tra‚adas no sentido vertical/longitudinal e a veia porta, no sentido transversal. Se o segmento estiver acima da veia
porta, distribui-se a partir dos segmentos 4 (a e b) em sentido anti-horƒrio (2, 3, 4b – jƒ identificado, 5, 6, 7 e 8). Toda vez
que se acha um n‡dulo hepƒtico, utiliza-se esta numera‚€o para localizar o segmento no qual ele se encontra.
Para facilitar cirurgias minimamente invasoras (o par…nquima hepƒtico se regenera, mas, quanto menos ele for
retirado, melhor para o paciente) e at• para facilitar uma bi‡psia por m•todos de imagem (por ultra-sonografia, TC ou
resson‰ncia). Entretanto, n€o • poss†vel determinar todas as vezes a localiza‚€o das lesˆes, pois elas podem n€o
respeitar essa segmenta‚€o. Assim, determinamos em qual lobo ela estƒ (quando o n‡dulo • uma massa muito grande)
ou, caso ele esteja na transi‚€o de dois segmentos, coloca-se “segmento 5/6”, por exemplo. A segmenta‚€o tamb•m •
importante para que o radiologista possa acompanhar a progress€o da les€o (se ele estƒ aumentado, se continua
anec‡ico – perfil negro no exame radiol‡gico – ou se ele infectou, por exemplo).
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Hemangioma: Constitui a les€o hepƒtica benigna mais comum. O hemangioma • o tumor vascular benigno mais
comum no f†gado, caracterizada por apresentar vƒrios capilares tortuosos, dilatados, por onde o sangue flui mais
lentamente. Pode ser solitƒrio ou mŠltiplo (10%). 80% por cento dos casos ocorrem em mulheres e a incid…ncia
avan‚a de acordo com a idade. Contudo, s€o, em geral, assintomƒticos. A localiza‚€o mais comum • no
segmento posterior do lobo direito hepƒtico. Muitas vezes, s€o subcapsulares ou perif•ricos. O aspecto na
ultrassonografia • uma les€o hiperec‡ica, bem-definida, arredondada e homog…nea. Quanto maior a les€o,
maior serƒ a chance de que a mesma seja heterog…nea com ƒreas de degenera‚€o. O fluxo lento nos canais
vasculares n€o • detectado no Doopler colorido. Os hemangiomas t†picos s€o ecog…nicos, bem brilhantes. Para
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a prova de t†tulo, decora-se que o hemangioma • mais claro (ecog…nico) quando o paciente estƒ deitado. Mas,
se o paciente levantar, por ocorrer um esvaziamento nesses capilares, ele passa a ser mais escuro
(hipoecog…nico). Na TC sem contraste, o hemangioma costuma ser bem circunscrito e de baixa densidade. O
aspecto t†pico, ap‡s a administra‚€o de contraste, • o realce nodular perif•rico inicial (igual ao dos vasos) com
enchimento quase completo nas imagens tardias. No f†gado o fluxo • normal e nele, muito lento, uma vez que os
capilares s€o dilatados e tortuosos, de forma que o contraste inicie se espalhando pelas suas margens e,
lentamente, vai ganhando o centro do hemangioma. Portanto, ele vai adquirindo esse realce nodular da periferia
para o centro at• fechar, sendo facilmente detectado em tomadas sequenciais de TC. Tem que se fazer cortes
tardios depois que se injeta o contraste, at• que o hemangioma se apresente isodenso com rela‚€o ao f†gado. A
RM • Štil para as lesˆes com menos de 2 cm e para aquelas at†picas na TC. Os hemangiomas s€o bem-
definidos, homog…neos e acentuadamente hiperintensos nas imagens ponderadas em T2, ocorrendo realce da
periferia para o centro quando se injeta gadol†nio.
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OBS : Para o estudo contrastado do abdome, no que tange e diz respeito ‹s lesˆes hepƒticas, principalmente, devemos
administrar contraste e captar as imagens em fases distintas. Estas fases s€o importantes para se estudar o
comportamento hemodin‰mico das lesˆes:
Fase pr•-contraste: a imagem • captada antes da administra‚€o do contraste. Determina o n†vel da les€o, o
que facilita o posicionamento do corte na ƒrea da les€o que se quer estudar;
Fase arterial: a imagem • captada cerca de 20 - 30 segundos ap‡s a inje‚€o do contraste, dependendo da
quantidade de contraste que • injetada e da velocidade com que se faz isso, dentro do protocolo espec†fico. Nela
se observam os n‡dulos focais;
Portal ou venosa: a imagem • captada em torno de 60 a 70 segundos depois da fase pr•-contraste;
Tardias: podem ser com 2 min - 2 min30segundos depois da fase pr•-contraste.
Carcinoma Hepatocelular (hepatoma): • o carcinoma mais comum do f†gado e estƒ relacionado com as
doen‚as hepƒticas cr„nicas (de fato, toda hepatopatia
cr„nica favorece o desenvolvimento de um carcinoma
hepatocelular). Como todo carcinoma, apresenta alto
†ndice de mitose e, portanto, grande aporte sangu†neo
(oriundo da art•ria hepƒtica). Injeta-se o contraste e 20
segundos depois se fazem os cortes, jƒ na fase arterial
(fase em que este carcinoma capta mais contraste), de
forma que a les€o se destaca antes mesmo do
par…nquima hepƒtico. Depois disso, hƒ o fenomeno
wash-out, de forma que o contraste • gradativamente
retirado da les€o e, na fase portal (ou venosa), a les€o jƒ
esta hipoatenuante. Esta •, portanto, a principal
caracter†stica radiol‡gica do carcinoma hepatocelular:
capta‚€o de contraste irregular, precoce e de rƒpido
wash-out.
Œ um n‡dulo mais indefinido e feio, que n€o tem limites precisos. Geralmente • uma les€o Šnica, mas pode
acometer o f†gado na forma de uma les€o focal, infiltrativa
difusa ou multifocal. Quando hƒ mŠltiplos n‡dulos, pensa-
se em metƒstases. Por•m, a maioria das metƒstases
hepƒticas • pouco vascularizada, apesar de serem
malignas, uma vez que n€o t…m capacidade de captar
precocemente na fase arterial. Quando se v… muitos
n‡dulos com capta‚€o precoce sugere, entre as
possibilidades, carcinoma com mŠltiplos focos e tamb•m
n€o se pode excluir a probabilidade de metƒstases. O
carcinoma fibrolamelar n€o tem rela‚€o com hepatopatias
cr„nicas. Costuma-se desenvolver em pessoas mais
jovens, ‹s vezes apresenta a cicatriz central por necrose e,
geralmente, n€o estƒ associado com o aumento da α-
fetoprote†na, diferentemente do carcinoma hepatocelular.O
contraste usado para o f†gado • o iodo intravenoso, que
pode ser o i„nico ou o n€o-i„nico. Os cistos tamb•m ficam
hipodensos, mas eles ainda captam um pouco. Se for
medir na fase pr• e p‡s-contraste a capta‚€o serƒ maior
que 15UH.
Linfoma: s€o mŠltiplos n‡dulos hipoatenuantes que captam pouco contraste. Apresenta as mesmas
caracter†sticas radiol‡gicas das metƒstases. Podem apresentar uma forma difusa infiltrativa ou simples, na forma
de uma Šnica les€o. Serƒ necessƒrio a bi‡psia ou a hist‡ria cl†nica para diferenciar o linfoma de achados como
metƒstases.
Abscesso hepático: caracteriza outra les€o focal do f†gado. Este e o hematoma s€o denominados cole‚ˆes,
porque os aspectos radiol‡gicos s€o muito semelhantes, mas o que realmente ajuda a distingui-las • a cl†nica.
S€o lesˆes hipoatenuantes, contudo, s€o mais bem definidas que o hepatoma. Muitas vezes apresenta septos
em seu interior e, com a administra‚€o de contraste, apenas a cƒpsula e os septos s€o real‚ados. O paciente
com abscesso apresentarƒ queixas de febre e, no exame laboratorial, ocorrerƒ a leucocitose. Do ponto de vista
de agravamento do estado geral, o abscesso hepƒtico apresenta uma proped…utica mais grave do que o
hematoma. No come‚o, as cole‚ˆes s€o hipodensas com septos irregulares em seu interior e, apesar de ser um
cisto complexo, n€o s€o como na hidatidose, a qual possui septos separando-o como se fossem vƒrios cistos.
Quando se coloca o meio de contraste, se for um hematoma, dentro se tem sangue, mas, se for um abscesso,
encontra-se pus. No abscesso hƒ um processo infeccioso inflamat‡rio muito grande ao seu redor, que • captado
pelos septos e pela periferia. Quando n€o hƒ hist‡ria cl†nica de febre e leucocitose, • prefer†vel dizer que se tem
uma “cole‚€o hepƒtica”, sem especificar se a les€o • um abscesso ou hematoma. Se for um hematoma, •
necessƒrio drenƒ-lo para que ele n€o evolua para um abscesso. O tratamento do abscesso • um pouco
controverso. Alguns fazem somente antibi‡ticoterapia e depois drenam (drenagem percut‰nea ou cirŠrgica).
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Cirrose: caracteriza uma les€o hepƒtica difusa, que pode acometer todo o par…nquima hepƒtico. Corresponde a
uma entidade clinica grave, na qual • demarcada do ponto de vista histol‡gico por apresentar ƒreas de fibrose,
destrui‚€o do par…nquima hepƒtico (t†pico de uma hepatopatia cr„nica), redu‚€o do volume hepƒtico (com
aumento discreto do lobo caudado e do lobo esquerdo). ‘ medida que ocorre fibrose, o f†gado sofre atrofia e fica
com contornos irregulares, pois, ao mesmo tempo em que ele estƒ sendo destru†dos, os n‡dulos de regenera‚€o
s€o formados (o par…nquima apresenta tend…ncia a regenerar o tecido hepƒtico). Essa atrofia tende a ocorrer
mais no lobo direito, preservando mais os lobos caudado e esquerdo; mas pode ser uma atrofia difusa. Os sinais
de cirrose hepƒtica na TC e no USG s€o redu‚€o no tamanho do lobo direito do f†gado ou irregularidade da
superf†cie hepƒtica, junto com esplenomegalia ao ultrassom, a textura hepƒtica pode estar difusamente anormal;
‹ TC o par…nquima parece normal at• que a doen‚a se encontre avan‚ada. Na TC ou US normais, n€o se exclui
a cirrose hepƒtica, uma vez que a cirrose pode estƒ em sua fase
inicial, na qual causa altera‚ˆes funcionais. Altera‚ˆes morfol‡gicas
s‡ s€o detectadas em uma cirrose um pouco mais avan‚ada. Hƒ
outros achados al•m do f†gado que podem indicar um paciente
cirr‡tico: ascite, varizes (como as umbilicais, gƒstricas, espleno-renais
ou do plexo hemorroidƒrio; por causa da hipertens€o portal),
transforma‚€o do fluxo ou trombose da veia porta (seu fluxo estƒ
sendo invertido e se formam vasos tortuosos ao seu redor, como se
fossem colaterais, para poder suprir o par…nquima hepƒtico). Na US,
o f†gado cirr‡tico aparece com uma textura bem heterog…nea, bem
grosseira e contornos lobulados (serrilhados). Hƒ dificuldade para
identificƒ-lo neste exame porque esse tipo de f†gado tem maior
propens€o a desenvolver carcinoma hepatocelular e a sensibilidade
da tomografia • maior para detectar os n‡dulos pequenos e
diferenciƒ-los de n‡dulos de regenera‚€o e malignos.
Esteatose hepática: • uma les€o hepƒtica difusa comum em pacientes com dislipidemia, sobrepeso ou obesos,
diab•ticos e etilistas. Esteatose • a infiltra‚€o gordurosa no f†gado, que pode ser difusa (mais comum) ou focal.
A gordura • hipoatenuante (escura) na TC, como o tecido celular subcut‰neo (isso ocorre porque ela tem um
metabolismo baixo, n€o precisa de muito sangue). Ent€o, o f†gado vai ficar mais escuro que o normal (mas n€o
vai ficar da cor da gordura, pois ele n€o • completamente substitu†do), bem mais escuro que o ba‚o. A esteatose
hepƒtica generalizada acomete todo o f†gado, diferentemente da esteatose focal, que • mais localizada. Neste
caso, devemos comparar a textura do f†gado com a do ba‚o, pois normalmente s€o iguais. O tratamento da
esteatose varia de acordo com a causa. Se ela for originada por etilismo, que ‹s vezes estoca at• as enzimas
hepƒticas, o paciente deve parar de beber. Se for um obeso, ele terƒ que fazer uma dieta. Em caso de
dislipidemia, tem que tratar, fazer controle com estatinas. Jƒ os diab•ticos devem controlar a glicemia. Essa
doen‚a pode regredir total ou parcialmente. O mais importante • identificar se ela estƒ afetando a fun‚€o
hepƒtica (dosam-se as enzimas de fun‚€o hepƒtica – ALT, AST, fosfatase alcalina) e fazer o tratamento, para
impedir que ela evolua para uma hepatopatia cr„nica. Na ultra-sonografia, a esteatose aparece mais brilhante,
mais clara, uma vez que a gordura • hiperecog…nica. Neste caso, deve-se comparar com o ba‚o ou com o rim.
N€o • necessƒria uma resson‰ncia para se diagnosticar a esteatose, principalmente se ela for difusa, mas ela
possui mais recursos (em T1, a gordura brilha, aparece mais clara; pode-se suprimir a gordura para ter certeza).
A resson‰ncia em abdome oferece mais detalhes, mas na maioria dos casos a tomografia pode resolver. Assim,
a resson‰ncia fica reservada para casos de dŠvida. A esteatose diminui a atenua‚€o do f†gado porque infiltra
gordura.
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Esteatose hepática focal: a infiltração gordurosa focal é mais comum no lobo direito do fígado, sendo
associada à obesidade, consumo excessivo de álcool, uso de esteróides e à hiperalimentação. Na US, surge
como uma área de ecogenicidade aumentada em distribuição segmentar ou lobar. As margens são anguladas e
não há efeito expansivo sobre os vasos adjacentes. A TC revela uma área focal de hiperatenuação
(isoatenuante quando comparado ao baço), isto é, mais clara que a porção hepática tomada pela gordura. As
áreas típicas ocorrem adjacentes ao ligamento falciforme ou na fossa da vesícula biliar. Também é possível
observar áreas poupadas da infiltração gordurosa, as quais podem causar pseudomassas, e sua ocorrência
sempre deve ser considerada nos pacientes com esteatose hepática. As áreas são hipoecóicas na US e
hiperdensas na TC. Os locais característicos são o lobo caudado, as regiões periportal e adjacentes vesícula
biliar.
VIAS BILIARES
As células hepáticas produzem a bile, a qual irá sair pelas vias biliares intra-hepáticas até chegar aos ductos
hepáticos (esquerdo e direito) que se juntam e formam o ducto hepático comum. A partir da confluência do ducto cístico,
ele vira ducto biliar comum ou colédoco. A bile é armazenada na vesícula biliar e quando ela é necessária (geralmente
no período pós-alimentação, principalmente após ingestão de comidas gordurosas), esvazia-se e segue pelo colédoco,
desembocando na 2ª porção do duodeno através da ampola de Vater (sendo o fluxo controlado pelo esfíncter de Oddi).
O ducto pancreático principal (ducto de Wirsung) une-se ao trato biliar pouco antes da ampola de Vater. O ducto de
Santorini (ducto pancreático acessório) desemboca na papila menor. Contudo, existe uma enorme variação nas
desembocaduras dos ductos pancreáticos e biliares.
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O duodeno envolve a cabe‚a do p‰ncreas e tem quatro por‚ˆes: o bulbo (1• por‚€o), al‚a descendente (2•
por‚€o), al‚a transversa (3• por‚€o) e al‚a ascendente (4• por‚€o). Esta Šltima termina no ligamento de Treitz, o qual
delimita o TGI alto do TGI baixo.
O ducto biliar comum pode chegar a at• 4 mm em pacientes at• 40 anos; ‹ partir de 50 anos, 5 mm; 60 anos,
6mm; 70 anos, 7mm; e assim sucessivamente. Em pacientes colecistectomizados, ele pode ter o calibre um pouco
maior, chegando a atingir 1 cm.
Vesícula Biliar em porcelana: consiste na calcifica‚€o da parede da ves†cula biliar (algumas vezes, existe
cƒlculo dentro dela). Em geral, • resultante de inflama‚ˆes cr„nicas. Na radiografia simples, v…-se a parede da
ves†cula calcificada. No US, v…-se, al•m da calcifica‚€o da parede, a sombra acŠstica posterior A ves†cula biliar
em porcelana • muito associada ao carcinoma de ves†cula biliar. Ent€o, nesse caso, a colecistectomia •
recomendada, mesmo que ela seja assintomƒtica.
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Coledocolitíase: cƒlculo no ducto col•doco. Pode ser identificada por meio da ultrassonografia.
Doença de Caroli: dilata‚€o sacular das vias biliares intra-hepƒticas. Na TC, v…em-se dilata‚ˆes saculares
caracterizados por pequenos pontos conc…ntricos (“sinal do ponto”) que correspondem ‹s estruturas vasculares
dentro das dilata‚ˆes das vias biliares.
Na CPRE, observa-se a dilata‚€o clara
das vias biliares. Pode ocorrer
associada a uma fibrose periportal
intensa que caracteriza a Síndrome
de Caroli. A doen‚a de Caroli favorece
a colangite de repeti‚€o, pois a bile
fica em estase, devido ‹s dilata‚ˆes, o
que favorece a infec‚€o. Toda
patologia que favorece ‹ colangite de
repeti‚€o/cr„nica favorece o
surgimento do carcinoma de vias
biliares, que • o colangiocarcinoma.
Colangiocarcinoma: trata-se do carcinoma das vias biliares. Pode ocorrer em vƒrios locais (no col•doco, no
ducto c†stico, nas vias biliares intra-hepƒticas). O tumor de Klatinsk • um colangiocarcinoma que se desenvolve
na conflu…ncia dos ductos hepƒticos. O progn‡stico, em geral, • ruim, pois, a n€o ser que eles se desenvolvam
no col•doco ou na conflu…ncia dos ductos hepƒticos para ocasionar logo uma icter†cia, ser€o silenciosos por
muito tempo. Assim, no momento do diagn‡stico, eles estar€o grandes. Seu diagn‡stico histol‡gico • de dif†cil
distin‚€o, pois pode ser confundido com o carcinoma hepatocelular. Contudo, pode ser diferenciado do
hepatoma pela administra‚€o de contraste: ambos os tumores captam bem o contraste na fase arterial, contudo,
o colangiocarcinoma n€o tem o fen„meno de wash-out na fase venosa (como tem o hepatoma), mas ao
contrƒrio, o efeito do contraste tende a aumentar ‹ medida que passam as fases. O colangiocarcinoma tem,
portanto, um realce precoce, sustentado e irregular.
Carcinoma de Vesícula Biliar: apresenta-se simplesmente como um p‡lipo aderido ‹ parede que mede 5 mm.
No caso do US, n€o hƒ sombra acŠstica posterior. Deve-se girar o paciente para avaliar se n€o • nenhum
fragmento c†stico aderido; se for
m‡vel, jƒ predispˆe a favor de um
carcinoma de ves†cula biliar. A
partir de 1 cm, considera-o
maligno at• que se prove o
contrƒrio, tendo que fazer a
colecistectomia. Se ele for menor
que 1 cm, pode-se ficar apenas
acompanhando o caso. Na TC,
observa-se uma massa dentro da
ves†cula biliar que capta
contraste da mesma forma do
colangiocarcinoma.
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Pancreatite Aguda: a TC serve apenas para detecção de complicações da própria pancreatite aguda, uma vez
que o diagnóstico da pancreatite aguda se dá por meio da clínica. Laboratorialmente, ocorrerá amilase elevada.
Na semiologia, há dor abdominal em barra, febre, amilase elevada. Na TC, ocorre o borramento da gordura
peripancreática, pâncreas aumentado de volume e com atenuação reduzida (apresenta-se escurecido). Em
alguns casos, pode ocorrer lesões necróticas dentro do parênquima pancreático. A pancreatite aguda pode ser
resultante de várias causas. A coledocolitíase (pancreatite associada a cálculos biliares) é a principal causa da
pancreatite aguda. A pancreatite associada a cálculos biliares precisa ser descartada, porque é uma condição
que pode ser corrigida. Outras causas de pancreatite aguda são traumatismo, drogas, úlcera péptica, vírus e
causas hereditárias. O estudo de imagem é utilizado para determinar o prognóstico e identificar complicações. A
TC, a modalidade de imagem tipicamente utilizada, é normal em um terço dos casos. Na TC, os achados de
pancreatite incluem aumento pancreático, densidade reduzida devido a edema, coleções líquidas
intrapancreáticas e borramento das margens da glândula devido à infiltração aquosa da inflamação (a gordura
fica hipodensa). A US é utilizada para o acompanhamento dos pseudocistos pancreáticos. Em apenas um terço
dos casos de pancreatite aguda, a US apresenta resultados anormais, em que a ecogenicidade do pâncreas é
inferior à do fígado.
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Pancreatite Crônica: nesse caso, se observa ducto pancreático principal (de Wirsung) dilatado, e alguns casos
calcificações em todo o pâncreas. O alcoolismo é a principal causa da pancreatite crônica, enquanto que da
aguda é cálculo biliar (explicado a partir da obstrução do colédoco, daí que o pâncreas não elimina sua secreção
pancreática e, a enzima inibitória deixa de ser responsivo, ocorrendo digestão protéica pancreática).
Pseudocisto pancreático: trata-se de uma complicação da pancreatite aguda e crônica. A secreção pancreática
vai sendo eliminada, destrói o tecido pancreático e deposita sobre o retroperitônio; o organismo reage formando
uma cápsula que encista esta neoformação (forma tipo um cisto com secreção, caso seja submetido à punção,
ocorrerá a presença de amilase pancreática). O cisto geralmente é próximo ao pâncreas, adjacente ao pâncreas,
mas teoricamente ele já foi descrito até um pouco afastado do pâncreas. A nomenclatura pseudocisto se deve
ao fato de este cisto não apresentar o revestimento epitelial, ou seja, ele é revestido por uma cápsula sem
revestimento epitelial.
Adenocarcinoma pancreático: o adenocarcinoma do ducto pancreático é responsável por 95% dos tumores
malignos do pâncreas. Apresenta-se como uma massa que capta muito contraste (principalmente na fase
arterial) e dilatação das vias biliares a montante desta massa. Esse tumor tem prognóstico sombrio, porque
costuma encontrar-se em estágio avançado por ocasião do diagnóstico. O tumor pode ser detectado pela US
pancreática. Os tumores na cabeça ou processo uncinado (60% a 70%) podem ser bem pequenos, mas podem
invadir o colédoco, provocando icterícia. Os tumores no corpo e cauda desenvolvem-se sem sintomas, até que
fiquem grandes, quando, então, causam dor, à medida que envolvem os nervos parapancreáticos, Os sinais
secundários de câncer pancreático na TC incluem a atrofia da porção distal da glândula, dilatação regular do
ducto pancreático e dilatação do ducto biliar e do ducto pancreático principal (sinal do "duplo ducto"). Nos casos
difíceis, pode ser necessária a realização de biópsia, para diferenciar a neoplasia pancreática da pancreatite
focal. Noventa por cento dos adenocarcinomas pancreáticos não são passíveis de ressecção. A TC é útil para
evitar a realização desnecessária do procedimento de Whipple (ressecção da porção distal do estômago,
duodeno e parte ou todo o pâncreas). Qualquer um dos seguintes achados constituem sinais, na TC, de
impossibilidade de ressecção: metástases hepáticas, ascite, extensão local (exceto o duodeno), envolvimento
arterial, oclusão venosa e aumento dos linfo nodos distantes. Os tumores das células das ilhotas do pâncreas
podem ser funcionantes ou não-funcionantes; se forem não-funcionantes, o paciente apresentará sintomas
relacionados à lesão expansiva. O insulinoma é o tumor mais comum das células das ilhotas, responsável por
60% dos casos. Os pacientes com gastrinomas (20% dos rumores das células das ilhotas) apresentam a
síndrorne de Zollinger-Ellison ou úlcera péptica. Os tumores funcionantes têm tipicamente menos de 4 cm e são
hipervasculares na angiografia e durante a fase arterial da TC dinâmica.
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OBS : O órgão mais comumente atingido por traumas contusos é o baço, logo seguido pelo fígado. O pâncreas, ao
contrário, é o menos atingido por ser um órgão retroperitoneal.
Baço acessório: por vezes, além do próprio baço de localização normal, também pode ocorrer a presença de
um baço acessório. Clinicamente, não se observa nenhuma alteração sintomatológica. Porém, caso o paciente
seja submetido a uma esplenectomia, o cirurgião deverá ser informado que há a chance de que se tenha um
baço acessório, pois, do contrario o baço acessório em vigência de uma retirada total do baço normal pode
hipertrofiar e adotando as mesmas funções do baço retirado inicialmente.
Esplenomegalia: é o aumento do baço. Nos cortes transversais, mesmo sem a presença das costelas, o baço
continua presente, mesmo em cortes cada vez mais baixos.
Ascite: é o acúmulo de liquido em uma cavidade. A ascite geralmente está associada ao fígado cirrótico.
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