ÍNDICE

Introdução_______________________________________p. 3
Psicopata X Serial Killer_____________________________p. 4
Elementos do modus operandi_______________________p. 6
Resumo do modus operandi de 3 assassinos em série_____p. 7
Referências consultadas____________________________p. 14
Para saber mais__________________________________p. 15
Contato_________________________________________p. 17

Escrito pelo psicólogo Caio Ferreira, para Sociedade dos Psicólogos e CICEM – Centro de Investigação do Comportamento das Emoções
 INTRODUÇÃO

Modus Operandi (MO) é uma expressão latina que significa, em tradução,

“modo de operar/modo de operação”. Esse termo é utilizado, com
frequência, na perícia criminal para reunir padrões específicos empregados
por alguém que comete uma série de crimes, sendo que costuma aparecer
também enquanto uma parte do perfil criminal elaborado por um
especialista.

Conhecer o MO de um suspeito pode ajudar em sua identificação, apreensão

ou repressão, e também pode ser usado para determinar possiveis ligações
entre crimes. Vale dizer que a análise do MO leva em conta as ações usadas
pelos indivíduos na execução de um crime, bem como elementos utilizados
para impedir sua detecção e/ou facilitar sua fuga, por exemplo.
PSICOPATA X SERIAL KILLER
 PSICOPATA X SERIAL KILLER
Uma das dúvidas mais comuns de estudantes nos primeiros contatos com a
temática diz respeito à confusão ou à não clareza acerca dos termos psicopata e
serial killer. Resumidamente, o psicopata é alguém com um transtorno de
personalidade que implica em características como impulsividade,
comportamento antissocial, falta de responsabilidade, fraco controle de inibição
do comportamento, necessidade de excitação, ausência de remorso e culpa, falta
de empatia, eloquência e superficialidade, entre outros... sendo assim, o estudo
da psicopatia, enquanto um transtorno de personalidade, diz respeito à área da
saúde e é investigada, principalmente, por áreas como a psicologia e a
psiquiatria. Já o serial killer (ou assassino em série) é um termo que diz respeito à
uma categoria ou modalidade de assassinato e, sendo assim, é estudado,
principalmente, pela criminologia. Vale dizer que um estudo relatado por Hida
Morana (2006) demonstrou que, aproximadamente, metade dos serial killers
enquadravam-se no chamado transtorno de personalidade esquizoide.
 ELEMENTOS DO MODUS OPERANDI
“Define-se o modus operandi observando e estudando a arma, a vítima e o local
dos crimes. O modus operandi pode mudar, de acordo com as práticas dos
crimes, pois o assassino vai sofisticando e aperfeiçoando seus métodos”.
(Vellasques, 2008, p. 50)

Os principais itens analisados durante o levantamento do MO costumam ser:

1. Características físicas e psicológicas da vítima;
2. Classe da propriedade atacada e aspectos geográficos;
3. O local escolhido de entrada;
4. Forma de entrada;
5. Objetos utilizados;
6. Armas escolhidas;
7. Tempo;
8. Estilo;
9. Transporte utilizado;
10. Troféu;
11. Assinatura (essa, invariável por ser diretamente relacionada com as fantasias
e necessidades psicológicas).
 RESUMO DO MODUS OPERANDI
DE 3 ASSASSINOS EM SÉRIE

Ted Bundy; Maníaco do Parque e Ed Kemper

 Ted Bundy
Theodore Robert "Ted" Bundy (1946 – 1989) foi um serial killer norte-
americano, mundialmente famoso, considerado “O Picasso dos Serial
Killers”.

Sedutor e eloquente, Bundy abordava jovens mulheres em escolas,

parques, fraternidades, universidades, onde fingia estar com o pé ou o
braço engessado, pedia ajuda para carregar itens como compras ou livros
até o seu carro (um fusca sem banco da frente no lado do passageiro e
sem trinco na porta do mesmo lado) e lá, quando elas se inclinavam para
colocar os itens no banco traseiro, ele as atacava e as levava para outro
local onde pudesse realizar seu ritual macabro de violação.

Ele matou entre 21 e 32 vítimas e tentou matar mais 5. Foi condenado à

duas sentenças de morte e executado por cadeira elétrica – cujo
dispositivo, ironicamente, foi acionado por uma mulher.
 “Nós Serial Killers,
somos seus filhos, nós
somos seus maridos,
nós estamos em toda
parte. E haverá mais de
suas crianças mortas
no dia de amanhã.
Você sentirá o último
suspiro deixando seus
corpos. Você estará
olhando dentro de seus
olhos.” (Ted Bundy)
 Maníaco do Parque

Francisco de Assis Pereira (1967 - ) abordava mulheres jovens na rua

(geralmente em locais como ponto de ônibus ou supermercados) e dizia-
se olheiro ou agente de modelos, sendo que convencia as garotas a
realizarem um ensaio fotográfico no meio da natureza e as levava para
uma área de mata do Parque do Estado de São Paulo (Parque Estadual
das Fontes do Ipiranga ou PEFI ou Parque da Água Funda – área de 550
hectares) onde as violentava, e estrangulava, sendo que, por vezes,
voltava ao local do crime para realizar atos sexuais com o cadáver.
Oficialmente, estuprou, torturou e assassinou 6 mulheres e tentou o
mesmo com outras 9 .

Atualmente, encontra-se preso em regime fechado e condenado a 268

anos de prisão.
 “Me aproximava das
meninas como um
leão se aproxima da
presa. Eu era um
canibal. Jogava tudo o
que eu podia para
conquistá-la e levá-la
para o parque, onde
eu acabava matando
e quase comendo a
carne. Eu tinha uma
necessidade louca de
mulher, de comê-la, de
fazê-la sentir dor. Eu
pensava em mulher 24
horas por dia.”
(Maníaco do Parque)
 Ed Kemper

Edmund Emil "Big Ed" Kemper III (1948 - ), o “gigante” de 2,06 m de altura e
140 quilos ganhou, recentemente, holofotes com o seriado televisivo
Mindhunter (Netflix, 2017), onde sua vida, comportamento e modo de agir
foram amplamente divulgados.

Começou sua série de assassinatos matando seus avós - com quinze anos de
idade - e por meio de um rifle. Um episódio emblemático foi ter matado a
própria mãe e feito sexo com a cabeça dela. Kemper é considerado um serial
killer e necrófilo, acusado de 10 assassinatos, sendo que, teve como alvo
mulheres entre 20 e 30 anos, que geralmente, eram alunas da faculdade
onde sua mãe trabalhava e que se relacionaram com ele por meio de
caronas. Suas vítimas eram mutiladas e suas partes eram utilizadas em
experiências bizarras e/ou práticas sexuais.
 “Mesmo
quando ela
estava morta,
ela ainda
estava sendo
mordaz
comigo. Eu
não pude
fazê-la calar a
boca.” (Ed
Kemper sobre
sua mãe)
 REFERÊNCIAS CONSULTADAS
American Psychiatric Association (2014). Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed.
Casoy, I. (2008). Serial killer: louco ou cruel? São Paulo: Ediouro.
Casoy, I. (2014). Serial killer made in Brazil: histórias reais, assassinos reais. Rio de
Janeiro: DarkSide Books.
Hare, R. D. (2013). Sem consciência: o mundo perturbador dos psicopatas que
vivem entre nós. Porto Alegre: Artmed.
Hatton, S. B. (2017). Criminal Modus Operandi and Psychoanalysis as
Genealogical Evidence. Genealogy, 2017, 1, 8; doi:10.3390/genealogy1020008.
Miguel, M. J. L. & Gaitán, M. C. N. (2009). Psicopatía versus transtorno antisocial
de la personalidad. Revista española de investigación criminológica, 7, 132-155.
Morana, H. C. P.; Stone, M. H.; Abdalla-Filho, E. (2006). Transtornos de
personalidade, psicopatia e serial killers. Rev. Bras Psiquiatr., 26, 74-79.
Vellasques, C. T. (2008). O perfil criminal dos serial killers. Presidente Prudente:
Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo.
 PARA SABER MAIS

As Psicologias do Psicopata: o crime e a personalidade

https://spsicologos.com/2017/12/02/as-psicologias-do-psicopata/

Psicopatia e Perversão

https://spsicologos.com/2017/08/27/psicopatia-e-perversao/

A Expressão Facial da Emoção na Psicopatia

http://cicem.com.br/expressao-facial-da-emocao-na-psicopatia/
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