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Journal of the Adventist Theological Society, 1/1 (1990):16–38.

Article copyright © 1990 by Gerhard Hasel

A Crise de Autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus

By Gerhard F. Hasel
Seventh-day Adventist Theological Seminary
Andrews University

É amplamente reconhecido que a mais importante crise enfrentada pelas igrejas cristãs hoje envolve a
autoridade da Bíblia.1 E o que é verdadeiro para as igrejas cristãs como um todo, é verdade também para a Igreja
Adventista do Sétimo Dia. Muitos líderes adventistas esclarecidos – administradores, pastores, líderes
educacionais, eruditos, professores e leigos – estão dolorosamente cônscios de que ao maior crise das últimas
décadas do século 20, mesmo no movimento adventista, é sobre a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus.
Deve a Bíblia dar direção a todo ensinamento, ao completo sistema de crenças, e a toda política e estilo de vida que
os adventistas sustentam, ou deve a Bíblia ser usada apenas até certo ponto, ou não ser usada de forma alguma
quando as interpretações diferem?
É tanto surpreendente quanto perturbador que o presidente de uma comissão principal que estuda uma
questão que causa divisão na igreja adventista, recentemente concluiu que, visto que algumas das pesquisas dos
peritos que estudam os aspectos bíblicos sobre o tópico em questão divergem em suas conclusões, estas pesquisas
cancelam umas as outras mostrando que a Bíblia não oferece um “assim diz o Senhor” sobre o assunto, como uma
base para a decisão denominacional. E o assunto é sobre a autoridade bíblica para determinar as doutrinas da vida e
prática da igreja.
Mas, é certo dizer que quando os peritos discordam sobre suas interpretações a respeito da evidência
bíblica, a Bíblia não pode ser usada para decidir uma questão? Não é, ao invés, mandatório, que quando há
divergência de interpretação, se inquira a respeito do método hermenêutico que os peritos estão usando e das
pressuposições que existem em seu trabalho?
Nesse mesmo assunto que foi confrontado pela comissão a pouco mencionada, outro grupo de cristãos tem
encontrado evidência bíblica para guiá-los.1 Devem os adventistas facilmente desconsiderar o potencial de estudo
adicional da Bíblia e dos métodos de estudo das Escrituras? Não devem se perguntar se têm contextualizado a
Bíblia? Têm permitido que as forças sócio-culturais modernas influenciem o que a Bíblia quer dizer? Está o
pragmatismo reinando no movimento adventista? Estão dispostos a render o fundamento de sua fé e fazer uma tão
infeliz afirmação sobre a autoridade da Bíblia? Certamente não se deve permitir que nada venha anular a
permanente autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus que dá direção à comunidade de crentes em todos os
lugares e em todas as eras.
Esta recente ilustração parece sintomática da crise hodierna mais ampla a respeito da autoridade da Bíblia
como a Palavra de Deus. Assim como nas outras denominações que mantém uma visão elevada da Escritura,
posições bíblicas históricas estão sob ataque na igreja adventista e estão sendo também rejeitadas completamente
ou modificadas até quase além do reconhecimento em um processo de simbiose.
Mas vamos dar uma pausa para reafirmar nossa confiança na Igreja Adventista do Sétimo Dia como o
remanescente verdadeiro de Deus dos últimos dias. A crise de autoridade bíblica é tão severa que seríamos
irresponsáveis se não a endereçássemos, mas cremos plenamente que os adventistas do sétimo dia constituem um
movimento profético único, chamado à existência “para um tempo como este” a fim de proclamar a cada nação,
2
língua e povo, com poder e convicção o breve e visível retorno de Jesus Cristo, uma mensagem
baseada na proclamação das “três mensagens angélicas” de Apocalipse 14. O que é afirmado neste artigo não deve
ser compreendido de todo como criticismo. Deus o proíba! Simplesmente observaremos com olhos abertos e mente
aguçada, certas tendências e questões que parecem estar corroendo a essência da mensagem sobre a qual a Igreja
Adventista do Sétimo Dia está fundamentada. A mensageira especial de Deus para o povo remanescente (e é isto o
que Ellen G. White é e continuará sendo) tem declarado profundamente que “nada temos que recear quanto ao
futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no
passado.”2 Ela também tem afirmado, profundamente, no capítulo “Nossa Única Salvaguarda” do livro O Grande
Conflito, que:

Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as
doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou
decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da
maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra
qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um
claro - "Assim diz o Senhor".3

Eu estou convencido que o “povo” a quem ela se refere aqui, o povo que mantém a Bíblia e somente a
Bíblia “como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas,” é a igreja remanescente de Deus. Assim, o
que somos tentados a fazer nesta apresentação não é criticar, mas reafirmar o legítimo lugar da Bíblia na vida e
missão do remanescente em face do aumento dos desafios que tem minimizado e estão minando seu fundamento
bíblico.
Nesse momento vamos ver alguns aspectos da erudição moderna fora da igreja adventista do sétimo dia, e
quando analisamos o desenrolar da erudição moderna, aprendemos como prevenir que sua influência tenha um
impacto negativo sobre a teologia, pensamento e vida adventista.
Há poucas semanas atrás, quando recebi um dos meus jornais profissionais que falava sobre o assunto em
questão, meu olho imediatamente caiu sobre um artigo do professor James Barr (formalmente da Universidade de
Oxford e agora de Vanderbilt), um dos mais conhecidos e mais produtivos eruditos da crítica bíblica de nosso
tempo. O artigo, eu creio, lida com a confiabilidade da narrativa da criação em Gênesis 1 e 2 – um tópico que está
sendo calorosamente debatido atualmente nos círculos adventistas. Professor Barr mencionou o que o erudito
histórico-crítico moderno diz a respeito de Gênesis 1 e 2:
Ele [o erudito histórico-crítico] não lhe diz “o que aconteceu,” não lhe diz nada real acerca da origem do
universo, porque ele não conhece nada a respeito disso; e não apenas não conhece, ele sabe que os escritores
bíblicos também não sabiam. ... A questão não é: o que exatamente aconteceu; mas o que estava em suas
[escritores bíblicos] mentes, que teologia possuíam, o que os levou a expressar suas idéias sobre a criação nesta
forma e não em alguma outra. ... Mas essa é a teologia, em última instância, que explica a história e que dá sentido
a tudo isso. Essa é a forma como o erudito [histórico-crítico] trabalha.4
3
Barr concluiu, “a teologia hebraica da criação e do mundo expressa a si mesma em uma
história que é alegórica.” 5

A descrição do professor Barr sobre história da criação como “alegórica” em essência e não-factual em
natureza pode ser verdade para o tipo de erudito histórico-crítico liberal que ele representa. Então, como esse ramo
da erudição moderna representaria a ressurreição de Jesus Cristo?
O apóstolo Paulo escreve em 1Coríntios 15:14: “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a
vossa fé.” Mas quando Barr perguntou em seu artigo “o que ‘realmente aconteceu’ na ressurreição de Jesus?” 6 ele
respondeu, em nome dos companheiros eruditos histórico-críticos, “olhem nos comentários dos evangelhos, e
vocês encontrarão que eles não podem dizer-lhes nada sobre isso.”7
Barr fez o mesmo tipo de afirmação sobre a tentação de Jesus. E voltando-se para a ascensão de Jesus
Cristo, perguntamos de novo, “o que ‘realmente aconteceu’ na ascensão de Jesus ao Céu?” e veja o que o professor
Barr replicou: “eles [os eruditos crítico-históricos]” também não sabem nada a esse respeito, não apenas não
sabem, eles nem mesmo tentam discutir a respeito disso.”8
De passagem, recordamos algumas das muitas “explicações” que têm sido oferecidas para a ressurreição
corpórea de Jesus, tais como a hipótese da visão (na qual alguns dos seguidores de Jesus dizem ter visto Jesus
como ressurreto Senhor apenas em visões, mas não na realidade), e a hipótese psicológica (de acordo com a qual
Jesus foi ressuscitado apenas na mente dos discípulos, mas não corporalmente), etc. 9 Se qualquer uma dessas
explicações fosse correta, a questão não deveria ser “o que realmente aconteceu ao corpo de Jesus?” mas, “o que
aconteceu na mente dos discípulos?”10
Do que já temos visto deve estar claro que a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus está severamente
limitada, restringida, reinterpretada e redefinida pela erudição crítica-histórica em pontos básicos tais como a
criação,11 milagres tanto no AT como no NT, a tentação, ressurreição, ascensão e segunda vinda de Jesus Cristo.
Estas questões são porém sintomáticas dentre uma multidão de outras. Existem eruditos histórico-críticos
que ainda questionam, ou questionam novamente a real existência de Abraão e outros patriarcas (e lançam dúvida
sobre as narrativas a respeito deles),12 a existência de Moisés,13 e a realidade do êxodo como descrito no AT.14
4
Por que tudo isso é importante para nosso tópico, a autoridade da Bíblia como a Palavra de
Deus? A erudição crítico-histórica, como podemos ver, está baseada em certos axiomas, normas predeterminadas e
pressuposições a priori, funcionando15 abertamente ou muito sutilmente em metodologias tais como crítica da
fonte,16 crítica da forma,17 crítica da tradição18 e crítica da redação.19 Estas metodologias constituintes do método
crítico-histórico reivindicam ser aptas a determinar qual é o texto bíblico e qual foi a sua pré-história, com várias
forças sócio-culturais alegadamente moldando o texto no desenvolvimento supostamente longo desde seu estágio
mais primitivo até a sua presente forma.
Isso nos ajuda a lembrar que o método crítico-histórico parece bastante novo quando se considera os quase
2000 anos da Igreja Cristã. O método tem, de fato, apenas cerca de 200 anos e tem estado em capacidade total por
apenas 100 a 150 anos. Seus métodos subsidiários, crítica da forma e crítica da redação, têm florescido em forma
plena por apenas 30 a 50 anos. O método crítico-histórico, contudo, tem tido um imenso impacto e tem
influenciado cada igreja, incluindo a adventista. Embora nem todos os eruditos usem o método crítico-histórico da
mesma maneira, ninguém que o use, não importando como, pode considerar a Bíblia como a plena Palavra de
Deus.
Continuando o estudo, vejamos a história do método. Em favor da brevidade, tem sido sugerido que “a
autoridade divina da Bíblia não foi questionada até o surgimento do racionalismo”20 cerca de 200 anos atrás.2 O pai
da moderna teologia liberal, Friedrich D. E. Schleiermacher, escreveu seu influente livro em 1799 intitulado On
Religion: Speeches to Its Cultured Despisers, no qual ele não apenas definiu a essência da religião como
“sentimento” mas também “rejeitou a autoridade absoluta da Escritura.”3 Com certeza, ao fazer isso
Schleiermacher segou as influências do desenvolvimento das concepções anteriores. Com a revolução de
Copérnico e o desenvolvimento do método científico, a autoridade da Bíblia tornou-se, para alguns, limitada com
respeito a questões da ciência natural.4 Mesmo assim, os cristãos em geral continuaram a sustentar que a Bíblia era
inspirada por Deus em sua totalidade, como a revelação de Deus para inspirar os profetas, e que, portanto, é
autoritativa para em todos os tempos e em todas as situações em tudo o que ela diz. Mas na última parte do século
18 (nos dias de Schleiermacher) e no século 19 uma mudança significativa na compreensão da Bíblia teve lugar.
Sob a nova avaliação, muitos eruditos finalmente afirmaram que “nós temos que estudar a Bíblia da maneira que
estudamos todas as outras peças de literatura.”5 A Bíblia, disseram, é feita de documentos do passado; não tem
natureza especial, e não precisa de nenhum método especial de interpretação para explicá-la.
5
Sob o impacto do novo modo de pensar, o método gramático-histórico de
interpretação bíblica, que tinha sido usado pelos grandes reformadores e seus seguidores, foi posto de lado, porque
mantinha e estava construído sob o fundamento de que a Bíblia foi inspirada e plenamente autoritativa. Por
contraste, o método crítico-histórico, insistia que a Bíblia não é a única Palavra de Deus (escrita em linguagem
humana normal). A humanidade da Escritura foi enfatizada como toda importante.
No início do século 20 surgiu a neo-ortodoxia, reafirmando que a Bíblia não era a Palavra de Deus,
mas ensinava que ela podia tornar-se a Palavra de Deus em certo sentido. Na neo-ortodoxia, contudo, a Bíblia é
um livro completamente humano.
Uma visão relacionada de origem mais recente é conhecida como “criticismo canônico,” outra forma
de método crítico-histórico, desenvolvido pelo professor James A. Sanders.6 Sanders abruptamente afirma que para
fazer o “criticismo canônico” “o indivíduo deve insistir que a Bíblia não é a Palavra de Deus.”7
O principal assunto de todas essas abordagens é “a natureza da autoridade”8 da Bíblia – porque, nas
palavras do professor B. W. Anderson, “a autoridade não repousa na Escritura, mas entre as linhas da Escritura, em
algo que pode ser recuperado apenas pelas ferramentas que o Iluminismo nos dá.”9 Esta redefinição da autoridade
bíblica como residindo entre as linhas da Escritura, e não na própria Bíblia, indica que aqueles que crêem nela
percebem a inspiração como tendo operado não nos profetas bíblicos, mas nas comunidades religiosas antigas e nas
forças sócio-culturais, as quais eles presumem ter moldado as tradições ao longo dos períodos de tempo até que
essas tradições tenham evoluído na forma final do texto da Bíblia.10
Em contraste com esses pontos de vista, a analogia Cristológica compara a união do divino e do
humano na Escritura com a união do divino com o humano em Jesus Cristo. Ellen G. White apoiava esta analogia
Cristológica:
Mas a Escritura Sagrada, com suas divinas verdades, expressas em linguagem de homens, apresenta
uma união do divino com o humano. União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e
Filho do homem. Assim, é verdade com relação à Escritura, como o foi em relação a Cristo, que "o Verbo Se fez
carne e habitou entre nós". João 1:14.11

É vital que os adventistas do sétimo dia mantenham este conceito de união divino-humana da
Bíblia. Esta “união do divino e do humano” coloca a Bíblia em uma classe diferente de toda a literatura não
12

inspirada do passado ou do presente. Insistir sobre a natureza humana da Bíblia para excluir a divina porque a
Bíblia participa das limitações da linguagem humana, e sobre esta base insistir que a Bíblia é falível e limitada em
autoridade, implica em que o paralelo com Cristo deva ser destruído.13
Eu gostaria de retornar à visão histórico-crítica de que a Bíblia deva ser compreendida e assim
interpretada da mesma forma como outros documentos antigos. Esta suposição demanda uma revisão radical do
conceito de revelação tal como tem sido oferecido por Karl Barth,14 o influente teólogo neo-ortodoxo, e por muitos
outros.15 Esse ponto de vista argumenta que (a) a Bíblia é em todas as partes historicamente condicionada ou ligada
ao tempo,16 (b) não existe unidade na Escritura,17 (c) “o propósito de Deus não pode ser localizado em uma
seqüência de eventos históricos (uma ‘história’ no sentido usual) ou em uma reconstrução de eventos históricos,”18
(d) não há uma história da salvação desde a criação até a consumação, 19 e (e) não há “absolutos.”20 O prolífico
autor e teólogo bíblico Walter Brueggemann alega que no paradigma histórico-crítico “a verdade absoluta não está
disponível para nós.”21 Esta pressuposição de que “a verdade absoluta” não está disponível para nós na Bíblia dá ao
erudito histórico-crítico um senso de “maior liberdade na interpretação da Bíblia,”22 porque seu significado ou
ensino pode ser ajustado em base das várias normas da cultura moderna.
Já em 1974, Gerhard Maier anunciou o falecimento do método crítico-histórico em seu livro, The
End of the Historical-Critical Method.23 Até mesmo um ano antes, em 1973, um erudito que ensinava por aquela
época no prestigioso Seminário Teológico União em Nova York se atreveu a afirmar que “o criticismo bíblico
histórico está falido.”24 O fato, entretanto, é que o método crítico-histórico está muito vivo25 e está sendo praticado
amplamente hoje em uma variedade de maneiras, baseadas invariavelmente no Iluminismo e outras pressuposições
e ferramentas.26 Com certeza, é fortemente criticado tanto de dentro27 quanto de fora,28 mas se mantém vivo.
Ouvimos vozes clamando por mudança, ampliação e adaptação. Alguns dos próprios eruditos histórico-críticos está
dizendo que “apenas uma mudança na direção de nossa abordagem hermenêutica básica em relação aos textos
6
[NT] nos habilitará a resgatarmos o pensamento encontrado no Novo Testamento das ameaças
produzidas pela pesquisa [histórico-crítica] crescentemente sofisticada.”29 O problema da pesquisa histórico-crítica,
de acordo com o professor Robin Scroggs, por exemplo, é que a pesquisa contextualiza tanto o texto do NT [ou
bíblico] “que a ponte necessária entre aquele tempo e o agora é tida como impossível.”30
Na abordagem conhecida como “contextualismo” a Bíblia é vista como um livro de origem
puramente humana, como qualquer outro livro ou documento, o qual deve ser interpretado tendo como base
unicamente o contexto do antigo Oriente Próximo. 31 Em lugar do princípio da “Bíblia como sua única intérprete,”
o qual está baseado na compreensão da Bíblia como “a união do divino e do humano,” o contextualismo busca
significado inteiramente dentro das culturas do mundo antigo. Os horizontes socioculturais do passado nos quais a
Bíblia nasceu são os únicos contextos permitidos para formar a interpretação da Bíblia hoje. Estes contextos
incluem “estratificação social,” “realidades e dinâmicas econômicas,” “estruturas familiares e tradições sociais,”
“dinâmicas psicológicas” e “convenções literárias e retóricas.”32 Contextualizar a Bíblia dessa maneira aprisiona o
sentido do texto bíblico à cultura do passado.
Vários eruditos contestam fortemente, e alguns críticos literários modernos clamam por um novo
“criticismo orientado pelo leitor.”33 Este método reivindica que a história bíblica é o veículo para uma idéia que
pode ser resumida, extraída ou retirada, mas o que quer que o texto, passagem, história, ou livro queira dizer para o
leitor de hoje, este é o verdadeiro significado! Conseqüentemente a Bíblia não tem significado em si mesma. Nessa
nova abordagem o sentido é buscado no leitor moderno, mas não na Bíblia.
Tomemos a narrativa da criação em Gênesis 1-2 e vejamos, como um exemplo, como tem sido
contextualizado pela moderna erudição crítico-histórica. Sob a influência da hipótese evolucionista e sua
cosmovisão, o criticismo histórico tem que encontrar uma maneira de lidar com a criação como descrita em
Gênesis 1-2 diferentemente da leitura francamente literal que a passagem demandaria. A moderna erudição insiste
de início que Gênesis 1-2 não pode ser tomado literalmente, porque (a) isso não se encaixa na visão moderna do
mundo, e (b) é um produto do mundo antigo e do seu contexto. Note este exemplo recente de contextualização:
Gênesis 1, que os eruditos [crítico-históricos] colocam no 6º século antes de Cristo, foi criado por
judeus exilados que estavam distante do lar e sentiam que o mundo estava se destruindo. Por toda a parte que
olhavam, viam bandeiras e estandartes babilônicos e pensavam como poderiam ser judeus fiéis. Os sacerdotes
escreveram uma liturgia através da qual esses judeus estavam aptos a dizer que “o mundo não pertence à Babilônia,
porque no princípio Deus fez o céu e a terra. Nós não temos que nos ajoelhar ante os babilônios.”34

De acordo com esse ponto de vista, que tipo de literatura Gênesis 1 é? Certamente não é história
literal! “Gênesis 1 ... é uma liturgia,”35 professor Brueggemann assevera, e “liturgias não são esboços de verdade
absoluta.”36 Quando Gênesis 1 é situado no período do exílio babilônico, poderíamos manter, esse escritor insiste,
uma conversação sobre desobediência civil, mas não a respeito de criação e evolução! Gênesis 1 como liturgia
mostra que “o mundo é muito bom e pertence a Deus.”37 E apenas isso.
Deste exemplo de contextualização voltemos para a virada do século quando o erudito de influência
continental, Hermann Gunkel, indicou o livro de Gênesis como “saga [ou ‘lenda’ na tradução para o inglês].” 38
Genesis 1 é uma saga primitiva tentando responder a questão, “de onde vieram o céu e a terra?” e também “porque
o Sábado é sagrado?”39 Como “saga” não deve ser compreendido literalmente. Embora escrito em prosa,40 deve ser
tomado num sentido poético.41
Outros eruditos têm chamado Genesis 1-2 de uma coleção de “mitos” (Susan Niditch),42 uma
“alegoria” (James Barr),43 “poesia” (Bruce Vawter),44 um “hino” (Gordon J. Wenham),45 ou simplesmente “uma
história, sem fundamento na história atual do mundo antigo” (Bernhard W. Anderson). 46 Mas o que quer que esse
eruditos digam que Gênesis 1 (ou Gênesis 1-2) deva ser, todos concordam na afirmação de que Gênesis não é
literal, histórico e real.47 Eles o reduzem a nada mais do que “uma afirmação triunfante do poder e sabedoria de
Deus e da maravilha de Sua criação.”48 Nesse ponto de vista, o debate da criação como ciência é desviado. Gênesis
1-2 declara-nos que Deus é Criador e só isso! Quanto a quem criou, o que foi criado, como foi criado e quando foi
criado apenas a primeira pergunta é respondida em Gênesis 1-2: Quem criou? Resposta: Deus criou.
A primeira sentença da Bíblia, porém, a qual não tem nenhum paralelo no mundo antigo, responde
todas as quatro questões e assim o faz todo o restante de Gênesis 1-2: quando Ele fez? “No princípio [em seis dias,
7
como o restante da passagem mostra].” Quem criou? “Deus.” Como Ele fez o céu e a terra? “Deus criou.”
O que Ele criou? “O céu e a terra.” Limitar Gênesis 1-2 a uma afirmação teológica respondendo apenas uma dessas
quatro perguntas, é um grave reducionismo baseado no modernismo, evolucionismo e criticismo-histórico, e está
inteiramente fora de harmonia com o texto e o realismo bíblicos.
Como afirmado acima, nenhuma denominação ou sistema educacional em nosso tempo está
totalmente imune da influência, sutil e não tão sutil, das metodologias crítico-históricas. A batalha na igreja
Luterana, no Sínodo de Missouri, durante o qual todo o corpo docente do Seminário Luterano de Concórdia
abdicou em 1974, por causa do direito de usar o criticismo histórico, é uma evidência do conflito que o método
crítico-histórico é capaz de provocar.49 O conflito atual na Convenção Batista do Sul e seus imensos seminários
mostra que a batalha ainda está sendo travada nos seminários cristãos conservadores com rápida transformação.50
A evolução do Seminário Teológico Fuller na California no último quarto do século, desde um seminário
evangélico para ser neo-evangélico e agora indo na direção de tornar-se um seminário pós-neo-evangélico,51
mostra o que pode acontecer meramente pela mudança dos membros do corpo docente e da liderança do seminário.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sido confrontada, e se sim, como tem reagido? A história
encheria um livro. Mas se eu não estou equivocado e em risco de simplificar em demasia, devo dizer quem tem
havido no movimento adventista três fases principais do envolvimento das questões sob discussão.
A primeira fase veio durante o despertar milerita e no início do adventismo sabatista. Os adventistas
mileritas e os primeiros adventistas guardadores do Sábado foram diretamente confrontados na década de 1840
pelos oponentes que refletiam tendências histórico-críticas52 com respeito à interpretação profética de Daniel e
Apocalipse – e os adventistas vigorosamente repulsaram o ataque. A hermenêutica historicista adventista dos
mileritas e dos primeiros adventistas sabatistas tão dava espaço para o criticismo histórico; certamente não havia
espaço para Antíoco IV Epifânio como o cumprimento do chifre pequeno nas profecias de longo alcance de Daniel.
A segunda principal batalha adventista com o método crítico histórico teve lugar durante as primeiras
três décadas do século 20.53 Entre 1905 e 1930 em torno de quinze artigos apareceram, só na Review and Herald,
denunciando o que foi chamado, então, “alta crítica,” um termo não usado amplamente hoje, mas idêntico à
abordagem liberal do método crítico-histórico que temos falado neste trabalho.
Por exemplo, Charles M. Snow, diretor associado da Review, escreveu um artigo em 1907 entitulado
“The Higher Critic and God’s Word.” O cabeçalho dizia, “vemos freqüente evidência do fato de que as duas
principais reivindicações da alta crítica são destruir a fé na Bíblia como a Palavra de Deus, e destruir a confiança
em Jesus Cristo como o Redentor da raça humana.”54 Referindo-se ao nascimento virginal e outros milagres, o
artigo observa que “a alta crítica também declara que a crença nos milagres da Bíblia não são essenciais, e ela os
descarta.”55 Se é permitido ao anti-sobrenaturalismo da alta crítica reinar, Snow disse, não sobra mais nada para o
crente. “Admita-se a premissa [de não haver milagres] da alta crítica concernente ao que constitui a Palavra de
Deus..., e isso logicamente resulta em que não há nada mais do que uma meta negra para o fim da raça.”56 Num
segundo artigo, “The New Salvation,” Snow lidou com o tema sobre a crescente aceitação da alta crítica como
causadora “da destruição da fé nos ensinos da Palavra de Deus e a destruição da fé no plano da salvação instituído
por Deus” e estava dessa maneira “resulta em uma salvação feita pelo homem.”57 A percepção de Snow foi precisa
e está tão correta hoje como o estava em 1907. Onde a alta crítica é permitida agir, a autoridade da Bíblia é
diminuída, e não pode haver uma verdadeira história da salvação.
Em um editorial na Review and Herald em 1908, afirmou:
Existem algumas coisas que estão estabelecidas por todo o tempo. Existem algumas posições
fundamentais neste movimento adventista que não estão sujeitas a revisão. Existem algumas doutrinas que tem
feito este povo o que ele é; e tendo sido forjadas na história, elas não podem ser facilmente questionadas ou
impertinentemente e contrariamente instiladas sem impugnar todo esse movimento.58

O editorial continua com uma afirmação direta relacionada às pessoas que desejavam permanecer
não envolvidas com essa questão: “Existem vezes quando é tanto criminoso quanto fatal ser neutro.”59
Irmão L. A. Smith em 1905 fez um breve artigo sobre “Modern Criticism of the Decalogue,” no qual
contestava que “o criticismo moderno” queria reescrever o decálogo.60 Gostaríamos de saber como Smith teria
reagido se tivesse vivido para ver os estudos produzidos pelo criticismo da forma e da tradição histórica a respeito
8
do decálogo em nossos dias.61 Enquanto a Bíblia diz que Deus escreveu o decálogo e que Ele o fez
durante a jornada de Israel no deserto, o moderno crítico da história coloca “o real cenário no tempo de Josias ou
no exílio.”62 A maioria dos críticos-históricos questionam se algo no decálogo poderia ter vindo do tempo de
Moisés – e recusam mesmo discutir se qualquer parte dele veio de Deus. O veredicto do mais extensivo estudo
histórico-crítico sobre o decálogo nos anos recentes é negativo.63
“Revelation and Speculation,”64 um artigo publicado na Review and Herald em 1905, referia-se a
geologia e “aos capítulos de abertura da Bíblia [onde] temos um breve e simples mas compreensivo relato da
criação dos céus e da terra.”65 “É tempo” diz o autor, “para aqueles que realmente crêem que a Bíblia é a Palavra
de Deus, de tomar seu posto honrada e inexoravelmente em favor da verdade revelada e contra essas especulações
humanas...”66 Em outro artigo na Review and Herald L. A. Smith citou um escritor anônimo que havia observado
que a “nova teologia” baseada no alto criticismo [-histórico] ofereciam “infalibilidade erudita ao invés de um
infalibilidade bíblica;” e um ‘pensamento moderno’ ao invés de um ‘assim diz o Senhor;’ ‘cultura, ao invés de
conversão;’ ‘o natural em todas as coisas, o sobrenatural em nada’”67 Ao asseverar que a Bíblia é “a infalível
Palavra de Deus,” Smith clamou pela aceitação do “que a Bíblia diz, sem dizer que alguma afirmação seja um erro,
ou uma idéia humana, ou espiritualizando-a até que não tenha significado definido”68
Ainda em outro artigo, H. F. Phelps negou “as doutrinas da alta crítica” baseado em que “a Bíblia é o
produto de uma mente infinita, pensamentos de um Deus infinito.”69 Um artigo não assinado concluiu que “somos
contrários ao princípio do alto criticismo, quer advogado dentro ou fora da denominação.”70 Earl A. Rowell
escreveu um artigo: “Higher Criticism the Enemy of Seventh-day Adventists.”71
Fica evidente que nas primeiras décadas do século 20 a Review and Herald opôs-se ao alto
criticismo. Seus escritores mantinham que ao alto criticismo arruína a fé,72 disseca a Bíblia,73 rejeita o nascimento
virginal, os milagres de Cristo, e sua ressurreição corpórea, 74 desacredita o decálogo, muda o mandamento do
Sábado,75 declara que a história de Jonas é um mito,76 nega a criação literal,77 declara que Jó nunca viveu,78 remove
a crença em um Deus pessoal,79 afirma que Daniel nunca existiu,80 nega “a infalibilidade da Palavra de Deus,”81 e
arruína a autoridade da Bíblia82 e a visão histórica da inspiração.83
F. M. Wilcox observou que em seus dias, “as sementes da dúvida e do ceticismo” sendo semeadas
“pelos alto críticos e advogados da teologia liberal” estavam “esburacando a professa igreja de Cristo.”84 É
concebível que a alta crítica tivesse, então, uma influência até mesmo sobre a Igreja Adventista?
Para uma resposta olhemos para Ellen G. White e o que ela tem a dizer sobre o alto criticismo. Em
uma reunião campal na Nova Zelândia em 1893, comparecida por Ellen White, o sermão impresso de um ministro
metodista sobre a alta crítica foi entregue ao irmão G. B. Starr. As discussões sobre a inspiração da Bíblia que este
sermão provocou, Ellen White informou, “conduziram a mais lições sobre este assunto, e um sermão sobre ‘a Alta
Crítica’ foi bem assistido pelas pessoas de Napier.”85 Ao falar sobre isso, Ellen White fez uma afirmação
reveladora com respeito à influência da alta crítica sobre alguns adventistas. “Nós ficamos surpresos,” ela escreveu,
“ao ver a extensão que nossos irmãos tinham sido afetados por esta infidelidade [o alto criticismo].”86
Em 1894 Ellen White referiu-se novamente aos “alto críticos,”87 e em 1897 escreveu um artigo sobre
“The Perils of the Last Days” no qual adverte que uma
noite, escura e nefasta, está cercando o mundo cristão... Os sistemas que fazem a verdade de Deus de
nenhum efeito são apreciados. Muitos estão ensinando como doutrina os mandamentos de homens, e suas
afirmações são consideradas como verdade. O povo tem recebido teorias feitas por homens. Assim o evangelho é
pervertido e as Escrituras desviadas... As teorias e pressuposições de homens são honradas na frente da Palavra do
Senhor Deus dos exércitos. A verdade é neutralizada pelo erro. A palavra de Deus é arrancada, dividida e
distorcida pela alta crítica.88

Mais tarde, em um parágrafo com o subtítulo “Higher Criticism” ela diz,


Quando os homens falam da alta crítica; quando passam seu julgamento sobre a palavra de Deus,
chamam atenção para o fato de que têm esquecido quem foi o primeiro e o mais sábio crítico [Satanás]. Ele tem
tido milhares de anos de experiência prática. Ele é quem ensina aos assim chamados alto críticos do mundo de
hoje. Deus punirá todos aqueles que, como alto críticos, exaltam a si mesmos, e criticam a Santa Palavra de Deus. 89
9
É evidente que Ellen White opôs-se aos alto críticos, aqueles que arrancam, dividem e
distorcem a Palavra de Deus. Em 1903 ela falou contra a alta crítica no livro Educação.90 Em 1991, no livro Atos
dos Apóstolos, referindo-se aos “aprazíveis sentimentos da ‘alta crítica’, evolução, espiritismo, teosofia e
panteísmo,...”91 adiciona,
Para muitos a Bíblia é uma lâmpada sem óleo, porque voltaram a mente para canais de crenças
especulativas que produzem má compreensão e confusão. A obra da “alta crítica,” em dissecar, conjeturar,
reconstruir está destruindo a fé na Bíblia como uma revelação divina. Está roubando a Palavra de Deus em seu
poder de controlar, erguer e inspirar vidas humanas.92

No livro, Ciência do Bom Viver (1905), Ellen White observa a condição do mundo no qual Jesus
Cristo enviou Seus discípulos, quando “instrumentos satânicos tomavam posse dos homens.” e “Sua [de Deus]
Palavra havia sido posta à margem para dar lugar à tradição e às especulações humanas.”93 Ela então pergunta
“Qual é a condição do mundo atualmente? Não é a fé na Bíblia hoje destruída tão eficazmente pela alta crítica e as
especulações, como o era pela tradição e o rabinismo dos dias de Jesus?”94 Sua analogia entre a situação de “hoje,”
na qual “a alta crítica” está arrancando, dividindo, distorcendo, dissecando, conjecturando e reconstruindo a Bíblia,
com a situação dos dias de Jesus, quando a Palavra de Deus havia sido posta à margem para dar lugar à tradição e
às especulações humanas, é esclarecedor. Em sua visão o mesmo poder está a trabalhar hoje quanto estava a
trabalhar naqueles dias.
A terceira fase da reação adventista à alta crítica (i.e., ao método crítico-histórico), após as reações
nos anos de fundação da igreja e início do século 20, começou durante a 2ª Guerra Mundial e continua até o
presente. Essa fase é caracterizada, falando em termos gerais, por uma gradual e cautelosa aceitação dos principais
preceitos do método crítico-hitórico por parte de alguns eruditos adventistas, principalmente nos países do
“primeiro mundo.” Em anos recentes alguns eruditos têm deixado as posições denominacionais em conseqüência
de seus pontos de vista a respeito do método crítico-histórico. Outros têm sido deslocados de várias posições
administrativas ou de liderança denominacional onde esses pontos de vista não precisam ser expostos. Alguns têm
se tornado crescentemente cuidadosos em expressar sua fundamentação metodológica. Enquanto isso, a oposição é
vista em vários cantos da igreja, mas grupos significativos de estudantes continuam a ser expostos às várias formas
do método histórico-crítico, apresentado como uma hermenêutica apropriada.
A Conferência Geral e a Divisão Norte-Americana em 1974 organizaram Conferências Bíblicas na,
Andrews University, Pacific Union College e Southern College of Seventh-day Adventists, sob a liderança do
Instituto de Pesquisa Bíblica da Conferência Geral. O foco foi a respeito do método apropriado de interpretação
bíblica. Quinze apresentadores diferentes mostraram pesquisas baseadas em uma visão elevada da Escritura como
plenamente inspirada, e também se opondo ou afastando-se do método crítico-histórico. Em conexão com essas
Conferências Bíblicas, o Instituto de Pesquisa Bíblica publicou um pequeno livro95 e um volume encadernado
intitulado A Symposium on Biblical Hermeneutics.96 Este livro examinava as pressuposições e metodologias das
modernas concepções histórico-críticas e o impacto que exercem sobre a autoridade da Bíblia em contraste com a
visão bíblica de Revelação-Inspiração como o fundamento da autoridade bíblica. O livro também enfatizava os
princípios da hermenêutica bíblica baseados no testemunho interno da própria Bíblia.
Essas publicações e Conferências Bíblicas foram recebidas em geral pelos pastores adventistas e
líderes ao redor do mundo – mas não por todos.97 Quando entramos na década de 1990 enfrentamos o desafio do
método histórico-crítico e em alguns lugares dos métodos sociológico e literário de interpretação da Escritura
também, os quais clamavam por uma análise e escrutínio cuidadosos. Ao mesmo tempo, mais e mais líderes
adventistas pensantes estão afirmando a verdadeira herança adventista que honra o princípio da Reforma de que a
Bíblia é a sua própria intérprete,98 a posição fortemente patrocinada por Ellen White, “texto explica texto, sendo
uma passagem a chave de outras passagens.”99
É apropriado que terminemos este artigo com a reafirmação, tão breve quanto tem que ser, dos
fundamentos da autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus.
1. Que papel Deus teve na origem da Bíblia? 2 Tim 3:16 responde que “Toda a Escritura é inspirada
por Deus…” A palavra grega para “inspiração” é qeo,pneustoj, que significa “respirada por Deus” ou “produzida
10
pelo fôlego criativo de Deus.”100 Amós 3:7 assegura-nos que “certamente, o SENHOR Deus
não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.”
O Novo Testamento torna abundantemente claro que o Antigo Testamento, a Bíblia de Jesus e o
apóstolos, é inspirada e autoritativa.101 Romanos 1:2 a chama de “Sagradas Escrituras” – “oráculos de Deus”
(NASB, RSV) ou “as palavras de Deus” (NIV). Jesus Cristo afirmou a unidade e indivisibilidade das Escrituras ao
dizer, “Escritura não pode falhar” (Jo 10:35). Pedro disse enfaticamente “sabendo, primeiramente, isto: que
nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada
por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2Pd
1:20-21). A “profecia” se origina em Deus e vem ao agente humano inspirado através da ação do Espírito Santo.
Mt 22:31, 43; At 1:16; 3:21; 28:25; 1Pd 1:11; 2 Pd 1:21; Hb 3:7; 9:8; 10:15 atestam todos que a Bíblia foi
produzida pelo Espírito Santo.
Que nível de autoridade a Bíblia outorga ao Novo Testamento? Vários escritores do Novo
Testamento reivindicam explicitamente terem sido inspirados. João introduz o livro de Apocalipse, em analogia
com Deuteronômio 4:2 e Eclesiastes 3:14, como a “Revelação de Jesus Cristo” enviada pelo próprio Deus (Ap 1:1-
3). O livro do Apocalipse conclui com a afirmação de que “as palavras da profecia deste livro” é seu conteúdo (Ap
22:18). No fim do seu evangelho, João afirmou especificamente que o que havia registrado era “verdade” (Jo
21:24).
Pedro igualou as cartas de Paulo com “as demais Escrituras” (2Pd 3:16), indicando que as epístolas
de Paulo são Escritura assim como o restante da Bíblia. O próprio Paulo freqüentemente apontava para o Espírito
Santo como a fonte dos seus escritos (veja 1Co 7:40; 14:37; 2Co 3:5-6; 4:13). Ellen White aceitou o testemunho
que a Bíblia faz a respeito de sua origem divina, muito embora tenha sido escrita por humanos:
A Escritura Sagrada aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita por mãos humanas, e no
variado estilo de seus diferentes livros apresenta os característicos dos diversos escritores. As verdades reveladas
são dadas por inspiração de Deus (2Tm 3:16); acham-se, contudo, expressas em palavras de homens.102

Aqui, reconhecemos novamente que na Bíblia encontramos a unidade divino-humana peculiar


também de Jesus Cristo.
2. O que unidade e a inspiração divina103 nos dizem sobre a autoridade da Bíblia como a Palavra de
Deus e acerca de como deveria ser interpretada? Visto que a autoridade da Bíblia reside em sua origem em Deus,
deve ser considerada como sem igual, a única escritura que é autoritativa para todas as pessoas, em todo o lugar e
em todos os tempos. Muito embora a sua autoridade universal seja questionada, avaliada, ou rejeitada pelo
criticismo histórico, sua autoridade dada por Deus permanece. Deus revelou seu conteúdo por intermédio do
Espírito Santo. Os profetas, i.e. os agentes humanos, receberam esta informação divinamente revelada e
registraram-na como os escritos que constituem a Bíblia. Deus é o doador da informação, e o homem, o profeta, é o
recebedor e registrador dessa informação. Nem é preciso lembrar que o Espírito Santo dirigiu o registro (a escrita)
da informação de maneira a garantir que a informação seria expressa fidedignamente na linguagem humana usada
pelo profeta. Paulo não escreveu “todos os homens inspirados são inspirados por Deus,” mas “toda a Escritura é
inspirada por Deus.” Os profetas foram “homens movidos pelo Espírito Santo” (1Pd 1:21); assim o que eles
produziram, i.e. “toda a Escritura,” também é inspirada. O Espírito Santo dirigiu o produto escriturístico final como
uma parte essencial do processo de inspiração.
À vista do que a Bíblia diz sobre si mesma, a Bíblia não pode ser interpretada da mesma forma que
“qualquer outro livro ou documento do mundo antigo” – ou do mundo moderno quanto ao assunto. Os cristãos de
cada século têm reconhecido, exatamente por causa destas razões, que a única hermenêutica verdadeira, adequada e
apropriada da Bíblia como a Palavra de Deus em forma humana tem que ser uma hermenêutica da Escritura, uma
hermenêutica pela Escritura, uma hermenêutica para Escritura, em resumo, uma hermenêutica bíblica. “A Bíblia é
seu expositor.”104 Enquanto é a mais pura verdade que “o homem é falível,” é igualmente verdade que “a Palavra
de Deus é infalível.”105 Esta Palavra, assim interpretada, é a fonte da vida e missão da igreja remanescente de Deus,
dando-lhe autoridade e poder. Ela guiará a igreja remanescente e seus membros para a glória prometida.
11

1 See E. Jungel, G. Krodel, R. Marle, J. 0. Zizioulas, "Four Preliminary Considerations on the Concept of Authority," Ecumenical
Review 21 (1969): 150-166. The following books are representative on the debate of the authority of the Bible: C. H. Dodd, The Authority
of the Bible (London, 1928); H. Cunliffe-Jones, The Authority of Biblical Revelation (London, 1948); J. K, S. Reid, Authority of Scripture
(London, 1957); D. M. Lloyd-Jones, Authority (London, 1988); L. Hodgson, et al., eds., Ore the Authority of the Bible (London, 1960); R.
R. Williams ed., Authority and the Church (London, 1965); R. C. Johnson, Authority in Protestant Theology (Philadelphia, 1969); D. G.
Miller, Authority of the Bible (Grand Rapids, Mich., 1972); J. Barr, The Bible in the Modem World (London, 1973); idem, Holy Scripture:
Canon, Authority, Criticism (Oxford, 1983); idem, Escaping from Fundamentalism (London, 1984); J. M. Boice, ed. The Foundation of
Biblical Authority (Grand Rapids, Mich., 1978); D. K. McKim, The Authority and the Interpretation of the Bible (San Francisco, 1979);
W. Countryman, Biblical Authority or Biblical Tyranny? Scripture and the Christian Pilgrimage (Philadelphia, 1981); D. L. Bartlett, The
Shape of Biblical Authority (Philadelphia, 1983); D. A. Carson and J. D. Woodbridge, eds. Scripture and Truth (Grand Rapids, Mich.,
1983). John Barton, People of the Book ? The Authority of the Bible in Christianity (Louisville, 1988).
2 A recent study of the Bible in regard to the ordination of women to ministry has concluded that "despite disclaimers to the contrary,
women's ordination in left-wing [Presbyterian] denominations has been promoted and enacted only because of the denial of the authority
and normativity of Scripture. Sometimes this denial has been explicit,... Often it has been more subtle, as in articles which conveniently
neglected to discuss biblical texts seemingly inimical to female ordination, and in committee reports which were more interested in public
opinion, and the church's experience than in the teaching of the Word of God. In denominations where the Bible is regarded officially as
inerrant [carrying final authority], there has been a general rejection of the induction of women into ruling and teaching office [which call
for ordination]." (Frank J. Smith, "Petticoat Presbyterians: A Century of Debate in American Presbyterianism on the Issue of the
Ordination of Women," Westminster Theological Journal 51/1 [1989]: 72-74).
3 Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View, Calif., 1915) p.196.
4 Ellen G. White, The Great Controversy (Mountain View, Calif., 1911) p. 595. 6 James Barr, "The Literal, the Allegorical, and
Modern Scholarship," Journal for the Study of the Old Testament 44 (1989): 12.
6 Ibid. p. 13.
7 Ibid. p. 10.
8 Ibid.
9 Ibid.
10 For these and other views, see Berthold Klappert, Diskussion urn, Kreuz und Auferstehung (2nd ed.; Wuppertal, 1967).
11 L. Morris, "Resurrection of Jesus Christ, "International Standard Bible Encyclopedia (Grand Rapids, Mich., 1988), 4:153.
12 Bernhard W. Anderson, ed., Creation in the Old Testament (Philadelphia, 1984).
13 See T. L. Thompson, The Historicity of the Patriarchal Narratives (Berlin/New York, 1974); J. van Seters, Abraham in History and
Tradition (New Haven/London, 1975) and the response to these and other scholars by A. R. Millard and D. J. Wiseman, eds. Essays on
Patriarchal Narratives (Winona Lake, In., 1983).
14 An extensive survey of literature since 1960 on this whole question from a liberal perspective is provided by Herbert Schmid, Die
Gestalt des Mose (Darmstadt, 1986); S. H. Horn, "What We don't Know about Moses and the Exodus," Biblical Archaeology Review 3
(1977): 21-31. J. J. Bimson, Redating the Exodus (2nd. Sheffield, 1981).
15 P. R. Davies and David M. Gunn, eds. "A History of Ancient Israel and Judah: A Discussion of Miller-Hayes (1986)," Journal for
the Study of the Old Testament 39 (1987) pp. 3-63; J. Maxwell Miller, The Old Testament and the Historian (Philadelphia, 1976).
16 For convenience, an extensive discussion is provided by Gerhard F. Hasel, Biblical Interpretation Today (Washington,: Biblical
Research Institute, 1985), pp. 73-99, with extensive reviews of major literature on the subject.
17 Ibid., pp. 7-36, pp. 51-57.
18 Ibid., pp. 36-43, pp. 58-64.
19 Ibid., pp. 43-50.
20 Ibid., pp. 64-72.
21 Donald Guthrie, "Biblical Authority and New Testament Scholarship," Vox Evangelica 16 (1986): 7, 8.
22 See note 1 above and R. M. Grant, A Short History of the Interpretation of the Bible, (rev. ed.; New York/London, 1966), pp. 145-
152; W. G. Kummel, TheNew Testament: The History of the Investigation of its Problems, trans. S. M. Gilmore and H. C. Kee (Nashville,
1972); E. G. Kraeling, The Old Testament Since the Reformation (New York, 1969).
23 Grant, p. 155.
24 Galileo Galilei's famous sentence, "The Bible tells us how to go to Heaven, not how the heavens go," reveals that he followed the
superimposition of the Ptolemaic cosmology on Scripture as was customary in medieval times and the Catholic Church. See Charles E.
Hummel, The Galileo Connection: Resolving Conflicts Between Science and the Bible (Downers Grove, 111., 1986).
25 Walter Brueggemann, "The Bible as the Living Word of God," Perspectives 4/7 (1989): 4.
26 See his books Torah and Canon (Philadelphia, 1972); Canon and Community: A Guide to Canonical Criticism (Philadelphia,
1984); From Sacred Story to Sacred Text (Philadelphia, 1987). Among those who follow Sanders or who are sympathetic to him are
Bernhard W. Anderson, "From Sacred Story to Sacred Text: Canon as Paradigm: A Review Essay," Religious Studies Review 15/2 (April
1989): 97-100; Peter R. Ackroyd, Studies in the Religious Traditions of the Old Testament (London, 1987).
27 Sanders, From Sacred Story to Sacred Text, p. 65.
28 Ibid., p. 23.
12

29 Stated by Anderson, From Sacred Story, p. 99, as applying to himself and Sanders.
30 Sanders, Canon and Community, pp. 77, 78; Anderson, From Sacred Story, p. 99.
31 Ellen G. White, The Great Controversy, p. 6.
32 Not surprisingly, there are various applications and interpretations of this Christological analogy, depending apparently on one's
view of the incarnation. See Karl Barth, Church Dogmatics (Edinburgh, 1956), 1,2, pp. 149-151, 195- 198; T. F. Torrance, God and
Rationality (London, 1971) pp. 142-44; P. R. Wells, James Barr and the Bible. Critique of a New Liberalism (Philadelphia, 1980) pp. 1-
43.
33 See B. B. Warfield, Inspiration and the Authority of the Bible (reprint, Philadelphia, 1970), pp. 162-66; J. I. Packer,
‘Fundamentalism’ and the Word of God (London, 1958), pp. 82-83.
34 Klaas Runia, Karl Barth's Doctrine of Holy Scripture (Grand Rapids, Mich., 1962).
35 For the variety of proposals, see n. 1 above and H. D. McDonald, Theories of Revelation: An Historical Study 1700- 1960 (Grand
Rapids, Mich., 1979).
36 C. H. Dodd, The Authority of the Bible (London, 1960); Paul J. Achtemeier, The Inspiration of Scripture. Problems and Proposals
(Philadelphia, 1980), pp. 149-150.
37 On this problem, see Gerhard F. Hasel, Old Testament Theology: Basic Issues in the Current Debate (3rd ed.; Grand Rapids, Mich.,
1982), pp. 145-167; H. Graf Reventlow, Problems of Old Testament Theology (Philadelphia, 1985); Paul D. Hanson, The Diversity of
Scripture: A Theological Interpretation (Philadelphia, 1982); James D. G. Dunn, Unity and Diversity in the New Testament (Philadel-
phia/London, 1977); John Goldingay, Theological Diversity and the Authority of the Old Testament (Grand Rapids, Mich., 1987).
38 Bernhard W. Anderson, "The Dramatic Movement of Scripture," Union Seminary Quarterly Review 42/1-2 (1988): 40.
39 Ibid., p. 41.
40 Brueggemann, p. 5.
41 Ibid.
42 Anderson, "From Sacred Story," p. 99.
43 St. Louis, 1977, trans. from the German edition of 1974.
44 Walter Wink, The Bible in Human Transformations: Toward a New Paradigm for Biblical Study (Philadelphia, 1973) p. 1.
45 A defense of historical criticism is found in Edgar Krentz, The Historical-Critical Method (Philadelphia, 1973).
46 See for example, Sanders, Canon and Community, p. 78.
47 For a summary, see Hasel, Biblical Interpretation Today, pp. 78-85.
48 Ibid., pp. 85-99.
49 Robin Scroggs, "Can New Testament Theology Be Saved? The Threat of Contextualism," Union Seminary Quarterly Review 42
(1988): 17.
50 Ibid.
51 Ibid., p. 18. "Ever since the Enlightenment, scholarship has attempted to place text and author in their own times. That means the
drive toward contextualization is an essential part of biblical criticism. The primary contextualization .. . has been that of locating the
thought embedded in the [NT] texts within the broad stream of the history of ideas."
52 Ibid., p. 18.
53 See the penetrating analysis and proposals of Edgar V. McKnight, Pos(-Modem Use of the Bible: The Emergence of Reader-
Oriented Criticism (Nashville, 1988).
54 Brueggemann, p. 5.
55 Ibid.
56 Ibid.
57 Ibid., p. 6.
58 See the reprint of his 1901 introduction to his commentary on Genesis, The Legends of Genesis: The Biblical Saga and History
(New York, 1964).
59 Ibid., p. 17.
60 Ibid., pp. 37-39.
61 Ibid., pp. 10-12.
62 Susan Niditch, Chaos to Cosmos (Chico, Calif, 1985), pp. 11-22.
63 Barr, "The Literal, the Allegorical, and Modern Scholarship," p. 13.
64 Bruce Vawter, On Genesis: A New Reading (Garden City, N.Y., 1977).
65 Gordon J. Wenham, Genesis 1-15 (Waco, Texas, 1987), p. 10; and Joan 0'Brian and Wilfred Major, In the Beginning: Creation
Myths from Ancient Mesopotamia, Israel and Greece (Chico, Calif., 1982), pp. 34-35.
66 Anderson, "The Dramatic Movement of Scripture," p. 41.
67 Wenham, p. 54, affirms that Gen 2-3 is a "factual report," but add that this "is not to say that it is history, at least history in the
normal sense of the term." In Wenham's view it is "pre-history," because it is "dealing with events before written records began."
68 See the description of the four decades of development of the historical-critical method in Missouri Synod Lutheran thought and its
explosion in Kurt E. Marquart, Anatomy of an Explosion (Fort Wayne, In., 1977).
69 See the several recent reports in Christianity Today and other journals.
13

70 William R. MacKaye, "Southeastern's U-Turn: The New Majority Builds a New School," In Trust 1/2 (Autumn 1989): 8-13.
71 George Marsden, Reforming Fundamentalism: Fuller Seminary and the New Euangelicalism (Grand Rapids, Mich., 1987).
72 An account is provided by G. Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission (Grand Rapids, Mich.,
1977), pp. 63-77.
73 See Arthur Whitefield Spalding, Origin and History of Seventh-day Adven-tists, 4 vols. (Washington, 1962), 3:130-144.
74 C. M. Snow, "The Higher Critics and God's Word," Review and Herald (hereafter RH), Nov. 28, 1907', p. 4.
75 Ibid.
76 Ibid.
77 C. M. Snow, "The New Salvation," RH, Nov. 28, 1907, p. 5.
78 "The Platform," RH, Feb 27, 1908, p. 3.
79 Ibid.
80 L. A. Smith, "Modern Criticism of the Decalogue," RH, Jan. 26, 1905, p. 6.
81 See J. J. Stamm and M. E. Andrew, The Ten Commandments in Recent Research (London, 1967); Schmidt, Die Gestalt des Mose,
pp. 49-50.
82 Patrick D. Miller, Jr., "The Place of the Decalogue in the Old Testament and Its Law," Interpretation 43/3 (1989):230, n.l.
83 F.-L. Hoesfeld, Der Dekalog. Seine spaten Fassungen: die originate Kom-position und seine Vorstufen (Bonn, 1982).
84 "Revelation and Speculation," RH, Feb. 9, 1905, pp. 5, 6.
85 Ibid., p. 6.
86 Ibid., p. 5.
87 L. A. Smith, "The True Basis for a Genuine Revival," RH, Jan. 5, 1905, p. 5.
88 Ibid. See also the article, "The Infallible Guide," RH, May 6, 1909, p. 3.
89 H. F. Phelps, "A Steadfast Faith," RH, Aug. 9, 1905, p. 8.
90 "Note and Comment," RH, 1906, p. 6.
91 Earle Albert Rowell, "Higher Criticism the Enemy of Seventh-day Adven-tists," RH, Nov. 9, 1911, p. 7.
92 C. H. Edwards, "Facing the Crisis," RH, May 18, 1911, pp. 1, 4.
93 Ibid., p. 4.
94 Ibid.
95 Ibid.
96 Ibid.
97 M. C. Wilcox, "Fundamentalism or Modernism—Which?" RH, Jan. 15,1925, pp. 1, 4.
98 Edwards, p. 4.
99 Smith, RH, Jan. 5, 1905, p. 5.
100 Edwards, p. 4.
101 C. M. Snow, "An Attack Upon God," RH, Oct. 24, 1912, p. 11.
102 Edwards, 4; cf. C. M. Snow, "Has Protestantism Failed?" RH, Jan 12,1924, pp. 7-8.
103 George McCready Price, "The Significance of Fundamentalism," RH, May 12,1927, p.13.
104 F. M. Wilcox, "Nothing to Offer," RH, Oct. 5, 1911, pp. 10-11.
105 Ellen G. White "The New Zealand Camp-Meeting," The Bible Echo, June 1, 1983, p. 162. The same report is printed in the RH,
June 6, 1893, p. 355.
106 Ibid.
107 Ellen G. White, Manuscript Release 439 (1894).
108 Ellen G. White, "The Perils of the Last Days," The Bible Echo, Feb. 1, 1897, pp. 34-35.
109 Ibid., p. 35.
110 Ellen G. White, Education (Mountain View, Calif., 1903), p. 227.
111 Ellen G. White, The Acts of the Apostles (Mountain View, Calif., 1911), p. 474.
112 Ibid.
113 Ellen G. White, The Ministry of Healing (Mountain View, Calif., 1905), p. 142.
114 Ibid.
115 Notebook: North American Bible Conference 1974 (Washington: Biblical Research Committee, 1974).
116 Edited by Gordon M. Hyde (Washington: Biblical Research Institute of the General Conference, 1974).
117 Some of the opposition came from Bible teachers who were under the influence of the historical-critical method.
118 Ellen G. White, Fundamentals of Christian Education (Mountain View, Calif., 1894), p. 187: "The Bible is its own expositor. One
passage will prove to be the key to unlock other passages, and in this way light will be shed upon the hidden meaning of the word."
119 Ellen G. White, Evangelism (Washington, 1945), p. 581.
120 R. Dederen, "Revelation, Inspiration, and Hermeneutics,"A Symposium on Biblical Hermeneutics, pp. 1-15, to which I am
indebted on a number of points.
121 See Gerhard F. Hasel, Understanding the Lining Word of God (Mountain View, Calif., 1980), pp. 66-82.
122 Ellen G. White, The Great Controversy, p. vi.
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123 See Gordon M. Hyde, ed., Symposium on Biblical Hermeneutics (Washington, 1974).
124 White, Fundamentals of Christian Education, p. 187.
125 Ellen G. White Selected Messages, 3 vols. (Washington, 1958), 1:416.
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