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Aula 01

Direito Tributário p/ Auditor Fiscal - Prefeitura de Salvador

Professor: Aluisio Neto


Direito Tributário para o ISS/Salvador
Teoria e exercícios comentados
Prof. Aluisio Neto Aula 01
1

AULA 01: Tributos

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação Inicial 01
Conceito de Tributos 03
Natureza Jurídica Específica dos Tributos 20
Classificação dos Tributos 31
Espécies Tributárias 52
Impostos 53
Taxas 63
Contribuições de Melhoria 87
Contribuições Especiais 97
Empréstimos Compulsórios 134
Questões Propostas – FUNCAB 142
Outras Questões Propostas 149
Gabaritos 202
Bibliografia 203

Olá, amigo concurseiro e futuro servidor!

Chegamos à primeira aula do nosso curso de direito tributário para o


concurso de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Município de
Salvador/BA. E os estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria
decisiva na sua aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a
serem conquistados pelos futuros aprovados.

Nessa aula iremos tratar do seguinte tema:


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 Tributos: conceitos e classificação.

Os tributos, os conceitos e eles relativos e as classificações a eles dadas são


um dos temas preferidos pelas bancas organizadoras de concursos, tendo
grande chance de serem cobradas em sua prova de Direito tributário.

Esse tema é muito importante para a compreensão de muitos outros temas


em direito tributário, bem como para conhecer o “caroço” dessa deliciosa
fruta chamada direito tributário.

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Como comentei na aula demonstrativa, nossa banca, infelizmente, não é
muito comum em provas que exigiram a disciplina do nosso curso, de modo
que as questões elaboradas pela FUNCAB sobre direito tributário são
bastante escassas. Assim, colocarei todas as questões FUNCAB que
encontrar e as comentarei devidamente. Mas, para aumentar nosso
aprendizado da matéria, irei adotar a banca FCC como “fornecedora” de
questões de concursos passados, tendo em vista, repito, a escassez de
questões da FUNCAB sobre essa matéria, ok? Entendo que a FCC seja a
banca mais apropriada ao estilo FUNCAB, e com essa parecida. Admito que
as questões FCC sejam um pouco mais elaboradas do que as da FUNCAB.
Mas, ainda que por pouco, pecaremos por excesso.

Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao
nosso fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em
seus estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails:

aluisioneto@estrategiaconcursos.com.br

aluisioalneto@gmail.com

http://www.facebook.com/aluisioalneto

Boa sorte! E bons estudos!

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Conceito de Tributo 1

Iniciaremos esse item da aula com o conceito do que ver a ser um tributo.
Para tanto, devemos ter inicialmente em mente que existem uma variedade
de definições presentes tanto na doutrina quanto na jurisprudência do nosso
país, podendo definir esse, digamos, coração do direito tributário de diversas
formas.

Os vários conceitos que podemos extrair dos homens que fazem o direito
tributário do nosso país não são muito relevantes para concurso
individualmente falando, mas sim aquele que consta no Código Tributário
Nacional, que é a definição que todos os doutrinadores e juristas, de um jeito
ou de outro, “mudam” para criar um conceito próprio.

A definição de tributo está presente no famoso artigo 3º do CTN

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em


moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

Acredite em mim, caro aluno: apenas com esse pequeno artigo


poderíamos fazer meia prova de direito tributário. Sentiu a pressão e o
pequeno grande tamanho do texto do CTN? A partir de agora, fique em
dúvida quanto a como deve ser seu nome completo, mas tenha esse conceito
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na ponta da língua!!!! DECORE!!!

Veja uma resumão com os termos vitais do conceito apresentado:

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Veja como isso é cobrado em prova, caro aluno. Apenas para esquentar os
motores!

(FCC/Auditor Tributário Municipal/2012) No Sistema Tributário Nacional,


é característica essencial dos tributos:

(A) a compulsoriedade.

(B) a destinação vinculada a determinadas despesas.

(C) a aplicação para punir prática de atos ilícitos.


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(D) serem destituídos de caráter coativo.

(E) a cobrança instituída por lei e cobrada mediante atividade administrativa


desvinculada.

De acordo com a figura acima, podemos notar que é característica


fundamental dos impostos a sua compulsoriedade, ou seja, são exigidos e
cobrados dos sujeitos passivos independentemente da vontade destes, sendo
de caráter coercitivo. Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da
questão.

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Quanto à alternativa “b”, e conforme veremos adiante1 na aula, nem todos os
tributos têm a arrecadação vinculada a determinadas pessoas ou despesas,
como é o caso dos impostos.

A alternativa “c” evidencia uma das principais características dos tributos: não
são instituídos para punir os sujeitos passivos, ou seja, não são devidos em
razão da prática de atos ilícitos. Quanto à alternativa “d”, vale a mesma
explicação dada à alternativa “a”. Por fim, a alternativa “e” está incorreta pois
a atividade administrativa de cobrança é vinculada.

(FEPESE - 2010 - SEFAZ-SC - Analista Financeiro - Parte II) Tributo é:

1. instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente


vinculada.
2. sanção de ato ilícito.

3. toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se


possa exprimir.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.


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d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

Só com a figura apresentada já é possível responder essa questão, embora os


conceitos presentes nela ainda não tenham sido estudados, o que faremos
adiante. Decorou o que consta no texto do artigo 3º do CTN?? Tributo nunca
será uma sanção pela prática de um ato ilícito, mas sim uma vontade do
legislador em determinar que você tire um pouco do que você tem para
financiar a sociedade. 

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Assim, somente o item 2 é incorreto, sendo os outros 1 dois corretos. Logo,

resta como correta a alternativa “c”, gabarito da questão.

Analisaremos agora cada um dos conceitos apresentados e constantes no


texto do artigo 3º. Vamos em frente! E muita atenção!

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PRESTAÇAO COMPULSÓRIA 1

Todo tributo é impositivo, não cabendo ao sujeito passivo a faculdade


de querer ou não pagá-lo, sendo, assim, de prestação compulsória
(obrigatória) por parte destes. A obrigação decorre de uma disposições
expressa de lei, ou de outra espécie que a faças as vezes dessa.

No direito tributário, não há exceções à compulsoriedade do dever de


pagar tributo, não havendo margem para a voluntariedade negativa
de pagar uma exação (Se quiser pagar tributo que não está sendo cobrado,
fique à vontade, caro aluno.  Só não pode escolher deixar de pagar, que é
feio e é um péssimo exemplo vindo de um futuro APOFP)

Independente de ser uma taxa, um imposto, uma contribuição, o dever de


pagar é imperativo, decorrente da imposição de uma obrigação pelo Estado
(sujeito ativo detentor da capacidade tributária) ao sujeito passivo. É o
chamado poder de império do Estado. Assim, a relação tributária
Estado-sujeito passivo configura-se numa obrigação de dar. GUARDE
BEM ISSO!

Assim, podemos dizer que, quanto aos tributos e à sua exigibilidade, temos
que uma das suas características fundamentais se funda na coercibilidade
frente ao Estado tributante.

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PRESTAÇAO PECUNIÁRIA, 1

EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR

Já que, como vimos anteriormente, a relação tributária configura-se numa


obrigação de dar, o que é dado? Para que possa saldar seus tributos frente ao
Estado, o sujeito passivo terá que dispor do seu patrimônio em favor daquele.

Quase que regra geral, essa satisfação é realizada por meio da entrega de
moeda ou de outro meio que faça as vezes desta (cheque, transferência
bancária, ordem de pagamento, entre outras).

O adjetivo pecuniário refere-se a dinheiro, sendo assim indevido o


pagamento por outros meios, como, por exemplo, a entrega de bens
(pagamento in natura) e a prestação de trabalho ou serviços por
parte do sujeito passivo (pagamento in labore).

Veja o que nos diz o CTN em seu artigo 162, quanto ao pagamento do crédito
tributário, uma das hipóteses de extinção do crédito tributário:

““Art. 162. O pagamento é efetuado:

I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;

II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel


selado, ou por processo mecânico.” (Grifos nosso)

Assim, não poderemos pagar o IPI, imposto sobre produtos industrializados,


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dando ao Estado tributante (no caso, a União) bens industrializados, mas sim,
pagamento em moeda, ou equivalentes desta.

Embora o inciso XI do artigo 156 do CTN, acrescentado pela lei complementar


nº 104, de 2001, permita e extinção do crédito tributário por meio da dação
em pagamento de bens IMÓVEIS, essa previsão não desconfigura a
prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir como
forma de pagamento de tributo. Se o próprio CTN autoriza a situação, esse
tipo de extinção deve ser considerado como uma forma de prestação

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pecuniária apta a extinguir débitos tributários do sujeito
1 passivo frente ao
estado.

Caso clássico é a da lei distrital que possibilitou o pagamento de créditos


tributários, devidos por microempresas, empresas de pequeno porte e médias
empresas, por meio da dação em pagamento de materiais destinados ao
atendimento de programas do GDF (Governo do Distrito Federal). No
julgamento do caso, o STF declarou a lei inconstitucional, tendo em vista a
criação de nova hipótese de extinção do crédito tributário por lei distrital.
Essa decisão foi dada na ADI 1.917, de 26/04/2007, cujo texto é o seguinte:

“I - Lei ordinária distrital - pagamento de débitos tributários


por meio de dação em pagamento. II - Hipótese de criação
de nova causa de extinção do crédito tributário. III -
Ofensa ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela
administração pública. IV - Confirmação do julgamento
cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da
lei ordinária distrital 1.624/1997. (ADI 1917, de
26/04/2007).”

O artigo 1º da lei nos dizia o seguinte:

“Art. 1º As empresas do Distrito Federal classificadas como


microempresas, empresas de pequeno porte e médias
empresas cujas obrigações tributárias com a Fazenda Pública
do Distrito Federal estejam inscritas na dívida ativa até a
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data da promulgação desta Lei poderão solvê-las


mediante dação em pagamento exclusivamente de
materiais destinados a programas do Governo do
Distrito Federal.” (Grifos nosso)

Somente a lei complementar federal poderá definir novas hipóteses


de extinção de crédito tributário, não sendo autorizado a nenhum ente
que não a União o poder legislativo para tanto, conforme dispõe o artigo 146,
III, que assim nos diz:

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“Art. 146. Cabe à lei complementar: (...)
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III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação


tributária, especialmente sobre: (...)”

Entretanto, já existe posicionamento do STF afirmando exatamente o


contrário, ou seja, a possibilidade dos entes criarem novas hipóteses de
extinção do crédito tributário por meio de suas próprias leis, ainda que
ordinárias. Veja a seguinte decisão:

“EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade: medida


cautelar: L. estadual (RS) 11.475, de 28 de abril de 2000,
que introduz alterações em leis estaduais (6.537/73 e
9.298/91) que regulam o procedimento fiscal administrativo
do Estado e a cobrança judicial de créditos inscritos em
dívida ativa da fazenda pública estadual, bem como prevê a
dação em pagamento como modalidade de extinção de
crédito tributário. I - Extinção de crédito tributário criação de
nova modalidade (dação em pagamento) por lei estadual:
possibilidade do Estado-membro estabelecer regras
específicas de quitação de seus próprios créditos tributários.
Alteração do entendimento firmado na ADInMC 1917-DF,
18.12.98, Marco Aurélio, DJ 19.09.2003: conseqüente
ausência de plausibilidade da alegação de ofensa ao art. 146,
III, b, da Constituição Federal, que reserva à lei
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complementar o estabelecimento de normas gerais


reguladoras dos modos de extinção e suspensão da
exigibilidade de crédito tributário. II - Extinção do crédito
tributário: moratória e transação: implausibilidade da
alegação de ofensa dos artigos 150, § 6º e 155, § 2º, XII, g,
da CF, por não se tratar de favores fiscais. (ADI 2405 MC/RS,
de 06/11/2002).”

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Para fins de concurso, devemos adotar como regra 1 geral a primeira
interpretação, de que leis dos Estados, Distrito Federal e Municípios não
podem prever novas hipóteses de extinção do crédito tributário que não as
previstas no CTN. Caso sejam cobrados posicionamentos expressos do STF,
deve-se analisar caso a caso, podendo ser dado como certo os dois
posicionamentos, a depender do enunciado da questão.

Como exemplos para o termo “ou em cujo valor nela se possa exprimir”,
temos os chamados títulos da dívida pública, que podem vir a ser utilizados
como forma de pagamento de créditos tributários, embora existam
divergências quanto a isso no meio doutrinário e jurisprudencial.

Outro exemplo seriam os extintos indexadores inflacionários, como a famosa


UFIR (Unidade Fiscal de Referência). A UFIR era fixada dia-a-dia, atualizando-
se o valor monetário da moeda nacional em razão da inflação. Para tanto, os
valores dos tributos poderiam ser fixados em UFIR, uma vez que, por simples
cálculo algébrico, chegar-se-ia ao valor devido em moeda. Vamos a outro
ponto muito importante da definição contida no artigo 3º. MUITO COBRADO
EM PROVAS!

NÃO CONSTITUI SANÇÃO POR ATO ILÍCITO

O dever de pagar um tributo jamais pode ser confundido com uma


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sanção por um ato ilícito praticado pelo contribuinte, hipótese em que


falamos em multa.

A prestação pecuniária imputada ao sujeito passivo decorre de disposição


expressa em lei, a qual surge com a ocorrência do fato gerador de
determinada obrigação tributário relativa ao tributo.

Por exemplo, ao fazer circular mercadorias de um Estado para o outro, ato


perfeitamente válido e lícito, o sujeito passivo faz nascer o fato gerador do
ICMS, imposto de competência dos Estados e do DF. Por sua vez, ao
descrever o tributo com todos os seus atributos (fato gerador, base de

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cálculo, alíquotas, sujeito passivo, entre outros), o 1legislador estadual ou
distrital cominou também as penalidades quanto ao descumprimento das
disposições expressas na lei e relativas ao tributo que acabara de instituir (ou
que venha a instituir posteriormente).

Caso esteja previsto que deixar de entregar determinadas informações


quanto ao volume de mercadorias circuladas (fato gerador do tributo estadual
denominado ICMS) faz nascer para o contribuinte uma multa de R$ 500,00
por declaração, essa obrigação não tem natureza tributária, mas, sim,
punitiva. Caso o contribuinte sempre preste as informações, jamais poderá
ser punido com essa penalidade (perdoe a eventual redundância, caro aluno,
 foi apenas força de expressão).

Quanto ao tributo, nada pode ser feito. Circulou, pagou. Regra geral, já que
pode haver hipóteses de isenção ou imunidade para a operação, o que afasta
a obrigação de pagamento do tributo.

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Fato curioso se mostra em relação à obrigação de pagamento de tributo


decorrente de um ato ilícito. Entretanto, antes que você diga que estou me
contradizendo, vou explicar isso, caro aluno.

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Como exemplo, devemos ter inicialmente em mente 1 que a aquisição da

disponibilidade jurídica de renda (auferir renda) é fato gerador do nosso


querido e amado Imposto sobre a renda (IR), tributo de competência federal.

Imagine agora que um traficante da recém tomada Rocinha (faz tempo que
não vejo noticias, não sei se já foi “retomada”), em razão do seu “negócio” de
circulação de drogas e entorpecentes de elevada estima e qualidade, tenha
auferido renda de R$ 100.000,00. Nada mais claro do que a ilicitude do
tráfico de drogas e entorpecentes proibidos, sendo considerado inclusive um
crime inafiançável.

Mesmo que oriunda de uma atividade ilícita, a renda auferida está sujeita à
incidência do IR, uma vez que houve o seu fato gerador (VEREMOS ISSO EM
OUTRA AULA), qual seja: auferir renda. Assim, igualmente a todos os
trabalhadores que auferem renda em razão da labuta diária, o “prezado”
traficante também está obrigado ao pagamento do IR.

Observe que o motivo da tributação não é o tráfico de drogas, mas sim a


aquisição da renda decorrente deste, que dá origem à obrigação tributária.
Não há qualquer sanção com o tributo em decorrência do ato ilícito. Esse
deverá ser punido em outra esfera, como a penal, mas jamais na tributária.

Caso o nobre traficante deixe de entregar sua declaração anual de IR, ficará
sujeito a multa em razão do não cumprimento de um obrigação tributária
acessória, que é uma punição. Mas, mais uma vez, a punição não é em razão
do ato ilícito de traficar entorpecentes, e sim por não cumprir uma obrigação
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instrumental, qual seja, entregar declaração anual de rendimentos. (Agora


fiquei pensando com meus botões: como seria atender, lá na Delegacia da
RFB, os traficantes de Feira de Santana/BA e região. Deu até medo. ).

Esse exemplo relativo ao traficante também tem outro motivo de ser,


presente no artigo 118, I, do CTN, cuja redação é a seguinte:

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“Art. 118. A definição legal do 1 fato gerador é
interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente


praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
(...)” (Grifos nosso)

Abstraia o fato do nobre contribuinte ser um traficante, caro aluno. Isso não
importa. O que importa é a renda e o IR dela decorrente.

Por sua vez, estamos diante do famoso princípio do “pecúnia non olet”
(dinheiro não tem cheiro). Nesse caso, seria dinheiro não tem caráter.  A
expressão “pecúnia non olet” foi criada pelo imperador romano Vespasiano,
ao responder ao seu filho sobre a instituição de tributo sobre o uso de
mictórios públicos, no qual este não concordava em ter um tributo com fato
gerador tão malcheiroso.

Finalizando esse subitem, temos que o fato da prestação pecuniária não


constituir uma sanção de ato ilícito está diretamente relacionada ao princípio
do não-confisco, vendando aos Entes instituir tributos com efeitos
confiscatórios, conforme estudamos em item do curso relativo aos princípios
tributários contidos no Sistema Tributário Nacional da nossa CF/88.

INSTITUÍDO EM LEI
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Todo e qualquer tributo deve ser criado por meio de lei ou instrumento
normativo que faça as vezes de lei, tendo a mesma força normativa desta,
como é o caso das medidas provisórias.

Nenhuma imposição deve ser imputada ao sujeito passivo (contribuintes e


responsáveis), no campo tributário, que não seja por meio de lei ou medida
provisória. Quanto a essa regra, não há exceção. Todo tributo deve ser
criado ou extinto por lei.

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Não confunda com a majoração ou redução de tributo, 1 que admite exceções,

conforme veremos em aula posterior.

(ESAF/SEFAZ-MG/GESTOR/2005) “Não é preciso lei para exigir um


tributo”.

Incorreto. É sempre necessária uma lei para instituir um tributo.

ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA

O lançamento do tributo, conforme veremos em item posterior do curso, é


atividade privativa da autoridade administrativa, somente podendo ser
realizado por esta.

Veja o que nos diz o artigo 142 do CTN:

“Art. 142. Compete privativamente à autoridade


administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento,
assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
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montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,


sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de


lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.” (Grifos nosso)

Além disso, o lançamento é insuscetível de ponderação sobre a sua


oportunidade ou conveniência, sendo uma atividade vinculada. DEVE SER

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FEITA! Não há espaço para qualquer tipo de discricionariedade
1 por
parte da Autoridade lançadora.

Uma vez previsto em lei que cria o tributo, a atividade de cobrança nasce
juntamente com este, cabendo às autoridades administrativas efetivarem o
animus mecanis da cobrança. Não cabe à autoridade ponderar juízos de valor
ou equidade na hora de lançar e cobrar valores previstos em lei.

(CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios - Advogado) Julgue os


itens a seguir, acerca do Sistema Tributário Nacional, da competência
tributária e dos tributos. Tributo, definido como prestação pecuniária
compulsória em moeda, pode constituir sanção de ato ilícito, cobrada
mediante atividade judicial ou administrativa.

( ) Certo ( ) Errado

Conforme já vimos na aula e nas questões anteriores, quanto ao que consta


no texto do artigo 3º do CTN, um tributo JAMAIS será uma sanção pela
prática de um ato ilícito do contribuinte, embora a atividade que dê causa à
incidência do tributo seja ilícita, como, por exemplo, auferir renda em razão
do tráfico de drogas e entorpecentes proibidos. Tanto o traficante quanto
aquele que ganha seus rendimentos legalmente são obrigados a pagar o
imposto de renda, não sendo a nem um e a nem outro imposta uma
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penalidade em razão da atividade por eles desenvolvida.

Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

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(ESAF - 2010 - MPOG - Analista de Planejamento1 e Orçamento -
Planejamento e Orçamento - Prova 2) É sabido que, de acordo com o art.
3o do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação pecuniária,
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. Consoante tal entendimento, é errado
afirmar-se que:

a) as multas pelo descumprimento da obrigação tributária não são tributos,


mas consideradas pelo CTN como obrigação tributária, ao lado do tributo,
para que se submetam ao mesmo regime de constituição, discussão
administrativa, inscrição em dívida ativa e execução dos tributos.

b) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear


suas ações no interesse da sociedade. A fiscalização tributária implica
exercício do poder de polícia, e somente mediante atividade administrativa
pode ser exigido o pagamento de tributo.

c) ocorrido o fato gerador da obrigação tributária, a autoridade administrativa


tem o dever de exigir o cumprimento da obrigação por parte do contribuinte,
havendo, no entanto, alguma margem de discricionariedade nesta atividade.

d) a aquisição de renda e a promoção da circulação de mercadorias com o


produto de renda advinda do jogo do bicho, por exemplo, apesar de fatos
ilícitos, são passíveis de tributação.

e) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas sim
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toda prestação pecuniária que reúna o conjunto dos requisitos constantes do


art. 3o do CTN, como por exemplo o caráter obrigatório.

Alternativa a) Correta. Conforme nos fala o CTN em seu artigo 113, §2º, a
obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem
por objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária decorrente de
infrações à legislação tributária. Logo, a obrigação tributária principal pode
ser constituída tanto pelo pagamento de tributos quanto de penalidade de
cunho pecuniário. Por sua vez, ambas seguem o mesmo regime de

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constituição (por meio do lançamento tributário), discussão
1 administrativa
(podem ser impugnadas e cobradas da mesma maneira), ritual de inscrição
em dívida ativa e execução dos valores devidos.

Alternativa b) Correta. O poder de tributar conferido aos entes políticos é


uma das muitas prerrogativas atribuídas pela CF/88, que o fazem para fazer
custo frente às despesas do Estado e ao cumprimento da finalidade deste. Por
sua vez, somente a CF/88 pode atribuir essa prerrogativa, não possuindo
nenhum tipo de lei poder para tanto.

Já em relação à fiscalização, esta se consubstancia no próprio exercício do


poder de polícia conferida ao Estado para fazer cumprir as leis e atos
normativos editados pelos órgãos competentes. É por meio da fiscalização
que o Estado verifica o correto pagamento de tributos, o cumprimento de
obrigações acessórias pelo contribuinte, iniba a ação fraudulenta, entre outras
atividades.

Alternativa c) Incorreta. Conforme consta na parte final do artigo 3º do


CTN, a atividade de cobrança do tributo devido pelo sujeito passivo é sempre
vinculada, não cabendo ao agente político qualquer margem de
discricionariedade. Se o tributo é devido, deve ser cobrado, ainda que com
aquele pagamento o sujeito passivo, após isto, não disponha de mais um
centavo sequer para comer pelo resto do mês.

Alternativa d) Correta. Como vimos anteriormente, não será a atividade de


jogo do bicho, atividade ilícita, que será tributada, mas apenas a aquisição de
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renda e a circulação de mercadorias, que são hipóteses de incidência,


respectivamente, do IR e do ICMS. O mesmo aconteceria em relação a
atividades perfeitamente legais.

Alternativa e) Correta. Não será toda prestação pecuniária prevista em lei,


de dar dinheiro, que será tida como tributo, mas apenas aquelas de caráter
obrigatório e compulsório.

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Por exemplo, o pagamento de valores em relação ao1 programa Minha Casa
Minha Vida é instituído em lei e tem como objeto principal, entre outros, o
pagamento de valores pecuniários, mas não tem caráter obrigatório. Logo,
não é tributo.

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1
Natureza Jurídica Específica dos Tributos

A natureza jurídica específica dos tributos pode ser verificada pelo que nos diz
o CTN em seu artigo 4º, cuja redação é a seguinte:

“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais


adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.”


(Grifos nosso)

(FCC/Agente Fiscal/2007) Sobre o conceito de tributo, é correto afirmar


que

(A) corresponde à prestação pecuniária que constitui sanção de ato ilícito.

(B) sua natureza jurídica específica é determinada pela denominação e


demais características formais adotadas em lei.

(C) sua natureza jurídica específica é determinada pela destinação legal do


produto de sua arrecadação. 01077787502

(D) é instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa


plenamente vinculada.

(E) o fato gerador da respectiva obrigação é irrelevante para determinar a


natureza jurídica específica do tributo.

Vê como as questões, muitas vezes, são cópias dos dispositivos do CTN?


Consegue resolver apenas com o que consta nos artigos 3º e 4º do CTN? Se
aprendeu bem o que foi dito, certamente sim.

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Alternativa a) Incorreta. Tributo nunca é sanção por 1 ato ilícito, conforme o

artigo 3º do CTN.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o CTN, a destinação legal é


irrelevante para determinar a natureza jurídica específica de um tributo.
Artigo 4º, I, do CTN.

Alternativa c) Incorreta. Vale a mesma explicação dada anteriormente,


mas relativa ao inciso II do mesmo artigo.

Alternativa d) Correta. Essa é a definição presente no artigo 3º do CTN.

Alternativa e) Incorreta. Esse é, para o artigo 4º do CTN, o fator


determinante para a determinação da natureza jurídica específica de um
tributo.

(ESAF - 2009 - MF - Assistente Técnico-Administrativo) A determinação


da natureza jurídica específica do tributo, de acordo com o Código Tributário
Nacional, decorre, especificamente:

a) do fato gerador da respectiva obrigação.

b) da destinação legal do produto da arrecadação.

c) da denominação.

d) da fixação do agente arrecadador. 01077787502

e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação.

Questão que cobrou a literalidade do que consta no CTN. Para a determinação


da natureza jurídica específica de um tributo, é relevante, CONFORME O CTN,
apenas o fato gerador da respectiva obrigação tributária, de acordo com o
que nos diz o caput do artigo 4º. Desse modo, somente o que consta na
alternativa “a” atende ao enunciado da questão.

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O fato gerador de determinado tributo pode ser definido
1 com a situação
ocorrida no mundo dos fatos que se ajusta ao que prevê a lei, dando origem à
obrigação de pagar o tributo, fazendo nascer assim a chamada obrigação
tributária.

O fato gerador (in abstrato), quando previsto na lei, é chamado de hipótese


de incidência. Ao ser observado no mundo dos fatos, o fato gerador faz, como
falamos, nascer a obrigação tributária, onde teremos o que chamamos de
subsunção do fato à norma jurídica.

Ao instituir um tributo, o legislador define uma série de características da


exação, entre elas, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota e os
contribuintes.

Para o CTN, é suficiente para a determinação da natureza jurídica específica


de um tributo o seu fato gerador, devendo ser desconsideradas a
denominação e demais características formais adotadas na lei e a
destinação que será dada ao produto da arrecadação do tributo,
conforme o artigo 4º.

Assim, se determinado imposto é chamado de contribuição para as atividades


circenses e tenha como fato gerador a realização de espetáculos itinerantes,
uma situação que independa de qualquer contraprestação por parte do Estado
(característica que mais define um imposto e os distingue das demais
espécies tributárias), ainda assim teremos um imposto, já que seu fato
gerador foi precisamente definido. A denominação dada é irrelevante para a
01077787502

definição da natureza jurídica do tributo, mas sim o seu fato gerador.

Caso o mesmo imposto do exemplo tenha destinação do produto da sua


arrecadação prevista em lei, ainda assim isso será irrelevante para a
descaracterização da natureza jurídica específica do tributo. Para o caso
especifico dos impostos, ainda temos o óbice constitucional que veda
qualquer vinculação da arrecadação dos mesmos a atividades específicas,
exceto nos casos expressamente previstos na CF/88.

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Entretanto, com o advento da CF/88, o artigo 4º1 não mais conseguiu
acompanhar a divisão das espécies tributarias e a natureza jurídica específica
de duas novas espécies tributárias, conforme veremos mais adiante ao
estudarmos a teoria pentapartite, adotado pelo STF.

Para a definição da natureza jurídica específica de um tributo, devemos


passar a considerar também a sua base de cálculo e o destino do produto da
sua arrecadação, não sendo mais suficiente apenas sabermos o seu o fato
gerador.

(FCC - 2005 - PGE-SE - Procurador de Estado) A natureza jurídica


específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo

a) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características


formais adotadas pela lei.

b) relevante para qualificá-la apenas a destinação legal do produto da sua


arrecadação.

c) relevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais


adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

d) relevante para qualificá-la apenas a correta destinação do valor


arrecadado. 01077787502

e) irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características


formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Mais uma questão que cobrou apenas a pura e simples literalidade do que
consta nos artigos do CTN, mas dessa vez o constante no artigo 4º, que trata
da natureza jurídica específica dos tributos e dos fatores que serão
considerados relevantes ou irrelevantes para a sua definição. Contudo,
lembre-se que esse conceito é atualmente aceito em parte, uma vez que não
mais são aplicados às novas espécies tributárias instituídas com o advento da

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CF/88, quais sejam: os empréstimos compulsórios 1 e as contribuições

especiais.

Veja o que nos diz o artigo 4º do CTN:

“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas


pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.”

“Caramba, professor. Eu só precisava saber a palavrinha irrelevante para


matar quarto alternativas da questão!?!?!”

Exatamente, caro aluno. Como todas as alternativas de “a” a “d” dizem que
será relevante, o candidato mais “chegado” com a literalidade do artigo não ia
nem perder tempo lendo as quatro primeiras alternativas. Iria direto para a
alternativa “e”, gabarito da questão.

A relevância da base de cálculo de um tributo passou a ser importante na


definição da sua natureza em virtude de dois normativos constantes na
CF/88, quais sejam:
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“§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria


de impostos.

“ Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;” (Grifos nosso)

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1

Observe que, para os impostos ditos residuais (artigo 154, I), estes deverão
sempre ter fato gerador e base de cálculo DIFERENTES dos já previstos
para outros impostos. Diante do que determina a CF/88, para a
definição da natureza jurídica de um tributo, faz-se necessário o
cotejo entre seu fato gerador e sua base de cálculo. Para o CTN,
apenas o primeiro é relevante para qualificá-lo. Guarde bem esses
dois casos, caro aluno!!

Outro ponto muito importante para a definição da natureza jurídica de um


tributo é saber o destino a ser dado à sua arrecadação, uma vez que apenas
o conhecimento deste pode ser suficiente para diferenciar dois tributos
aparentemente idênticos.

As contribuições sociais, por exemplo, têm como uma das suas principais
características a previsão legal do destino a ser dado ao montante dos valores
arrecadados com elas. Exemplo disso é a Contribuição Social sobre o lucro
líquido (CSLL), a ser utilizada para o financiamento da seguridade social. Esse
tributo tem ainda como fato gerador o lucro auferido pelas pessoas jurídicas,
a mesma hipótese de incidência prevista para o imposto sobre a renda das
pessoas jurídicas (IRPJ).

O mesmo ocorre para os empréstimos compulsórios, que têm o produto da


sua arrecadação vinculado aos fatos que deram origem à sua criação,
conforme assevera o parágrafo único do artigo 148 da CF/88:
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“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios: (...)

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.” (Grifos nosso)

Como veremos mais adiante no curso, os empréstimos compulsórios podem


ter a mesma hipótese de incidência prevista para um tributo já existente,
podendo este estar contido na competência tributária dos Estados, do Distrito

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Federal ou dos Municípios, bem como da própria 1 União, único ente
competente para instituir um empréstimo compulsório.

Assim, diante do exemplo dos empréstimos compulsórios e do exemplo


clássico quanto ao IR e à CSLL, fica superado o que consta no artigo 4º
quanto ao fato gerador e à irrelevância da destinação legal do produto da
arrecadação, uma vez que a diferença básica entre os dois tributos federais
(CSLL e IR) será dada em razão dessa destinação, vez que o fato gerador já
não é necessário para distingui-los.

Para o IR, uma vez que se trata de um imposto, não teremos destinação
específica do produto da sua arrecadação, uma vez que os impostos possuem
caráter não vinculado (não dependem de uma contraprestação do Estado), e
entre os quais se inclui o IR.

Para a CSLL, haverá uma destinação específica, típica das contribuições para
a seguridade social. Esse é outro ponto que distingue os dois tributos
federais, em razão da semelhança entre seus fatos geradores.

Diante do que foi exposto, poderemos ter as seguintes situações em prova:

1) Cobrança literal do que consta no CTN, em que a natureza jurídica


específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador, sendo
irrelevante o que consta nos incisos I e II do artigo 4º do mesmo;
2) Necessidade da inclusão da base de cálculo na definição a ser
encontrada por meio do artigo 4º do CTN, ou seja, é necessário o
cotejo base de cálculo x fato gerador;
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3) Cobrança literal do que consta na CF/88, ficando superado o que


consta no CTN em seu artigo 4º, I e II.

O regramento estabelecido pelo CTN, e que acabamos de estudar, adota a


chamada teoria tripartida ou tripartite, em que estão previstas apenas
três espécies tributárias no nosso ordenamento jurídico nacional: impostos,
taxas e contribuições de melhoria. Veja o que nos diz o artigo 5º do Código
de Exações:

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“Art. 5º Os tributos são impostos, taxas
1 e contribuições de
melhoria.”

Entretanto, nosso atual Sistema Tributário Nacional apresenta outras


duas espécies tributárias além dos impostos, das taxas e das
contribuições de melhoria. São elas: as contribuições (especiais, de
iluminação pública, corporativas e de intervenção no domínio
econômico) e os empréstimos compulsórios. Diante disso, e como afirma
o STF, a previsão constante no artigo 5º do CTN encontra-se superada pela
atual ordem constitucional vigente.

Diante das duas novas espécies tributárias (contribuições especiais e


empréstimos compulsórios), e tendo em vista a impossibilidade da definição
da natureza específica dos tributos conforme o artigo 4º do CTN, o STF
passou a adotar a Teoria Pentapartite, Pentapartida ou
quinquipartite, no qual o atual sistema tributário nacional é composto por
cinco tipos de exações em espécies, quais sejam:

 IMPOSTOS;

 TAXAS;

 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA;

 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS;

 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS.

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Essa é a classificação adotada pelo STF, como comentei, e pela maioria da


doutrina brasileira, devendo ser bem guardada por você, caro aluno, bem
como a teoria anterior (tripartite).

O artigo 145 da CF/88 nos diz o seguinte:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

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II - taxas, em razão do exercício do poder
1 de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a
sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”

Embora o que consta na CF/88 pareça ir de encontro à teoria do STF (ou este
é que está indo de encontro ao que consta na CF/88), o artigo 145 não deve
ser assim interpretado, uma vez que veicula apenas os tributos atribuídos de
maneira comum a todos os entes, significando que todos os Entes políticos
podem criar estas espécies tributárias, deixando os tributos previstos na
competência tributária específica para outros artigos da CF/88, como é o caso
do artigo 148, relativo aos empréstimos compulsórios, tributo previsto na
competência exclusiva da União.

Dessa maneira, o artigo 145 não é norma exaustiva das espécies tributárias
atualmente existentes, mas um mero dispositivo de atribuição de
competência tributária comum.

Assim, podemos resumir os elementos tributários constantes nas duas teorias


na seguinte figura:

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Assim, quanto ao destino legal da arrecadação, ao fato1 gerador, à base de
cálculo e aos novos tributos previstos no Sistema Tributário Nacional, ficam
superados os artigos 4º e 5º do CTN.

Por fim, devemos citar que existem ainda mais duas teorias: a bipartite, que
sustenta a tese apenas da existência de duas espécies tributarias (impostos e
taxas) e a quadripartite, que sustenta a existência de apenas quatro espécies
tributárias nacionais (impostos, taxas, empréstimos compulsórios e
contribuições – sem distinguir essas últimas).

Veja agora como esse tema pode ser cobrado em prova.

(FCC - 2005 - PGE-SE - Procurador de Estado) Sobre o conceito de


tributo construído a partir da definição do Código Tributário Nacional, é
correto afirmar que o tributo:

a) pode constituir sanção de ato ilícito.

b) está submetido à reserva legal.

c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer


natureza.

d) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente


discricionária.
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e) é toda prestação pecuniária facultativa.

Alternativa a) Incorreta. Um tributo jamais poderá ser instituído ou


cobrado em função de uma atividade ilícita, o que não significa que a
obrigação de pagá-lo tenha resultado de um ato ilícito, como, por exemplo,
auferir renda em razão de tráfico de drogas ou venda de armas.

Alternativa b) Correta. Todo tributo deve ser instituído por meio de lei, não
havendo exceção a essa regra.

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Alternativa c) Incorreta. Tributo é uma prestação 1 pecuniária, somente

podendo ser pago por meio de dinheiro, ou por aqueles que façam as vezes
desse (cheque, por exemplo).

Alternativa d) Incorreta. A atividade de cobrança é sempre vinculada, não


havendo qualquer margem de discricionariedade para a autoridade
administrativa.

Alternativa e) Incorreta. A obrigação de pagar um tributo é sempre


vinculada, não sendo facultado aos sujeitos passivos escolher pagar ou não
pagar o tributo a ele imposto.

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Classificação dos Tributos

Os tributos podem ser agrupados em uma série de classificações possíveis,


conforme a natureza das características que alguns deles possuem em
comum.

Mostraremos aquelas que são mais importantes e cobradas em concursos


públicos, uma vez que é a eles a que se destina o nosso curso.

Podemos classificar as espécies tributarias conforme os seguintes critérios:

1) Quanto ao número de espécies tributárias existentes: teoria


pentapartite e tripartite;

2) Quanto à discriminação por ente político competente: tributos


pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal ou aos
Municípios;

3) Quanto à natureza da hipótese de incidência do tributo: tributo


vinculado e não-vinculado;

4) Quanto ao destino a ser dado ao produto da sua arrecadação:


tributos de arrecadação vinculada e tributos de arrecadação não-
vinculada;

5) Quanto à finalidade ou à função a ser dada ao tributo: tributos


fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais;
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6) Quanto à repercussão econômica ou financeira do ônus


tributário junto aos contribuintes: tributos diretos e tributos
indiretos;

7) Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de


incidência: tributos reais e tributos pessoais;

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8) Quanto à base econômica de incidência: tributos sobre o comércio
exterior, sobre o patrimônio e a renda, sobre a produção e a
circulação e extraordinários (classificação contida no CTN);

9) Quanto à forma de quantificação relativamente à alíquota


aplicada: tributos proporcionais, progressivos, regressivos ou fixos.

Vamos ao que diz cada classificação!

Quanto ao número de espécies tributárias existentes

Nesse aspecto de classificação, temos as duas teorias estudadas


anteriormente, nas quais o CTN considera haver apenas três espécies
tributárias, hipótese em que falamos da divisão tripartite; e na que o STF
considera haver cinco espécies tributarias, situação em que nos reportamos
à teoria pentapartite.

Temos ainda mais duas teorias: a bipartite e a quadripartite, considerando a


existência de, respectivamente, apenas duas e quatro espécies tributárias.

Para as duas primeiras teorias, teremos a existência das seguintes espécies


tributarias:

TRIPARTITE PENTAPARTITE
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IMPOSTOS IMPOSTOS

TAXAS TAXAS

CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES DE
DE MELHORIA MELHORIA

CONTRIBUIÇÕES
ESPECIAIS

EMPRESTIMOS
COMPULSÓRIOS

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Quanto à discriminação por ente político competente

Essa forma de classificação distingue as espécies tributarias conforme o


ente político ao qual pertencem, existindo espécies previstas nas
competências tributárias comum (taxas e contribuições de melhoria, por
exemplo), privativa (impostos previstos no corpo da CF/88), residual
(impostos e contribuições residuais, da União) e extraordinária (impostos
extraordinários, da União), conforme vimos ao estudar a competência
tributária.

Os tributos afetos à União são os seguintes:

 Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II);

 Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados (IE);

 Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR);

 Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos ou valores mobiliários (IOF);

 Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR);

 Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar


(IGF);
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 Impostos residuais previstos no artigo 154, I;

 Impostos Extraordinários de guerra (IEG);

 Taxas de Polícia;

 Taxas de Serviços;

 Empréstimos Compulsórios;

 Contribuições de Melhoria;

 Contribuições para a Seguridade Social;

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 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE);

 Contribuições das Categorias Profissionais e Econômicas;

 Contribuições Sociais;

 Tributos que vierem a ser instituídos em razão da criação de


territórios federais, no exercício da sua competência tributária
cumulativa (artigo 147, da CF/88), podendo instituir tanto tributos
estaduais quanto municipais.

Quanto aos Estados e ao Distrito Federal, no exercício da sua competência


estadual, estão previstos os seguintes tributos:

 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos (ITCMD);

 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior (ICMS);

 Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA);

 Taxas de Polícia;

 Taxas de Serviços;

 Contribuições de Melhoria;


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Contribuição Previdenciária.

Por fim, quanto aos Municípios e ao Distrito Federal, no exercício de sua


competência cumulativa municipal, temos os seguintes tributos:

 Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU);

 Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato


oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição (ITBI);

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 Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS);

 Taxas de Polícia;

 Taxas de Serviços;

 Contribuições de Melhoria;

 Contribuição Previdenciária.

 Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP).

(FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) São tributos de competência da


União, EXCETO a contribuição:

a) de melhoria.

b) social para a seguridade social.

c) para o custeio do serviço de energia elétrica.

d) de intervenção no domínio econômico.

e) de interesse de categorias profissionais.

Conforme vimos na primeira enumeração apresentada, apenas a


contribuição para o custeio de iluminação pública não se insere entre os
tributos passíveis de serem instituídos pela União Federal, uma vez que é
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tributo de competência dos municípios e do Distrito Federal.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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Quanto à natureza da hipótese de incidência do tributo

A natureza da hipótese de incidência de um tributo está relacionada ao seu


fato gerador in abstrato, aquele que é previsto na lei de criação e incidência
do tributo.

Quanto a esse aspecto, teremos os tributos vinculados e os tributos não-


vinculados, conforme haja ou não contraprestação por parte do Ente político
tributante.

Para o tributo dito vinculado, ocorrera uma contraprestação do Ente


político por meio de uma atividade estatal específica relativa ao
contribuinte, tendo como exemplo as taxas e as contribuições de melhoria.
Esses tributos são também chamados de RETRIBUTIVOS.

Esses dois tributos somente poderão ser cobrados do particular caso seja
dado “algo em troca”, e de imediato. Para as contribuições de melhoria,
temos a valorização imobiliária decorrente de obra publica, a qual acarreta a
exigência da contribuição. Caso não seja verificada a valorização, não será
devido o imposto.

Veja o que nos diz o artigo 81 em relação à contribuição de melhoria, ao


prever a sua hipótese de incidência (fato gerador in abstrato);

“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,


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pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no


âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.”

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Por sua vez, as taxas têm como fato gerador uma atividade estatal
específica relativa ao contribuinte, somente por meio do qual poderá ser
cobrada. Nesse caso, sempre será devida uma contraprestação por parte do
Ente político instituidor.

Veja o que nos diz o artigo 77 do CTN, prevendo a hipótese de incidência


das taxas, tanto das taxas de polícia quanto das de serviços, espécies do
gênero taxa:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.” (Grifos nosso)

Assim, quando pagamos a taxa de bombeiros, por exemplo, estamos


"adquirindo" um serviço que poderemos utilizar a hora que quisermos
(espero que você realmente nunca precise ). O mesmo acontece com as
contribuições de melhoria, em que "pagamos" para que nosso imóvel tenha
uma valorização imobiliária decorrente da realização de uma obra pública.

Por sua vez, os tributos não-vinculados são aqueles em que, ao


contrário dos vinculados, não há nenhuma contraprestação por
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parte do ente político, sendo pago independentemente de qualquer


atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Como exemplo de
tributos não-vinculados, temos todos os impostos previstos na CF/88. Esses
tributos podem ser chamados de NÃO-RETRIBUTIVOS.

Para os tributos não-vinculados, pagamos e não recebemos nada em troca.


Pelo menos à primeira vista. Ao pagarmos determinado imposto, o Estado
apenas nos dá um "muito obrigado, contribuinte". Não há uma
contraprestação do Ente tributante. Nada. Claro, eles serão, após

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arrecadados, utilizados em alguma coisa para a sociedade (assim se
espera).

Temos também os empréstimos compulsórios, que poderão ser


vinculados ou não vinculados, conforme esteja previsto na lei
complementar de sua criação. A LC que definirá o fato gerador é que
determinará a natureza vinculada ou não do empréstimo compulsório a uma
atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Guarde bem isso, caro
aluno! O empréstimo compulsório pode ou não ser vinculado,
dependendo da lei que o instituir.

Por fim, todos os demais tributos, quais sejam, as contribuições sociais,


previdenciárias, de intervenção no domínio econômico, para custeio do
serviço de iluminação publica, sócias e das categorias profissionais e
econômicas são todos NÃO-VINCULADOS. Para estes, pesa ainda alguma
discussão quanto à hipótese de serem ou não tributos vinculados, com
alguns doutrinadores entendendo ser e outros não serem tributos não-
vinculados.

Quanto ao destino a ser dado ao produto da sua arrecadação

Os tributos podem ser classificados também tomando por base o destino a


ser dado ao produto da sua arrecadação, hipótese em que falamos de
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tributos de arrecadação vinculada e tributos de arrecadação não


vinculada.

Os de arrecadação vinculada são aqueles em que o montante


arrecadado já está previamente destinado a uma despesa ou ação
estatal, não podendo ser utilizado em outra finalidade que não a
prevista na CF/88 ou em lei.

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Como exemplo de tributo de arrecadação vinculada, temos os empréstimos
compulsórios, cujo destino a ser dado ao montante com ele arrecadado já
está previamente determinado no texto constitucional. Veja o texto do
parágrafo único do artigo 148 da CF/88:

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios: (...)

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes


de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.” (Grifos nosso)

Outro exemplo de tributo de arrecadação vinculada são as contribuições


sociais para o financiamento da seguridade social (CSLL, PIS, PASEP,
COFINS), de competência da União, e as contribuições de melhoria, de
competência comum dos Entes políticos.

Por sua vez, os tributos de arrecadação não vinculada são aqueles em


que os recursos oriundos da sua arrecadação não possuem despesas
previamente a eles vinculadas. Para esses tributos, cabe ao Ente
tributante definir em que situação, despesa ou ação irá utilizar a
receita recebida. Exemplo mais do que clássico são os impostos, que,
REGRA GERAL, não possuem despesas fixas atreladas à sua arrecadação.

A regra é geral por que apenas a CF/88 pode prever casos de vinculação de
receitas de impostos, sendo vedada qualquer ação por meio de legislação
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infraconstitucional nesse sentido, tornando qualquer lei assim editada


inconstitucional.

Assim, os impostos não poderão ter suas receitas vinculadas a


nenhum órgão, fundo ou despesas previamente estabelecidos,
ressalvadas as hipóteses previstas no texto da CF/88. Essas ressalvas
estão contidas no artigo 167 da CF/88, as quais quero que grave com muito
carinho, caro aluno:

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“Art. 167. São vedados: (...)

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou


despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e
37, XXII, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (...)

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas


pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e
II, para a prestação de garantia ou contragarantia à
União e para pagamento de débitos para com esta.”

Veja o que nos diz o STF sobre a vinculação de impostos fora das hipóteses
de exceção previstas na CF/88:

“É inconstitucional a lei complementar distrital que cria


programa de incentivo às atividades esportivas mediante
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concessão de benefício fiscal às pessoas jurídicas,


contribuintes do IPVA, que patrocinem, façam doações e
investimentos em favor de atletas ou pessoas jurídicas. 2.
O ato normativo atacado a faculta vinculação de receita de
impostos, vedada pelo artigo 167, inciso IV, da CB/88.
Irrelevante se a destinação ocorre antes ou depois da
entrada da receita nos cofres públicos. 3. Ação Direta de
Inconstitucionalidade julgada procedente para declarar a
inconstitucionalidade da vinculação do imposto sobre

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propriedade de veículos automotores --- IPVA, contida
na LC 26/97 do Distrito Federal. (ADI 1750/DF, de
20/09/2006)”

Quanto às taxas, nada impede a vinculação de suas receitas aos serviços ao


quais estão afetas, uma vez que não há proibição alguma na CF/88,
diferentemente da que existe para os impostos. Veja o que diz o STF sobre
o tema:

“Preceito de lei estadual que destina 5% [cinco por cento]


dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e
não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e
Modernização do Poder Judiciário - FUNDESP não ofende o
disposto no art. 167, IV, da Constituição do Brasil
Precedentes. 2. A norma constitucional veda a vinculação
da receita dos impostos, não existindo, na Constituição,
preceito análogo pertinente às taxas. (RE 570513 AgR/Go,
de 16/12/2008).”

“A vinculação das taxas judiciárias e dos emolumentos


a entidades privadas ou mesmo a serviços públicos
diversos daqueles a que tais recursos se destinam
subverte a finalidade institucional do tributo. (ADI
2040, de 15/12/1999).”
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Outras decisões importantes versaram sobre a vinculação de taxas às


atividades notariais e de registro:

“O inciso V do art. 28 da Lei Complementar 166/99 do


Estado do Rio Grande do Norte criou taxa em razão do
poder de polícia. Pelo que não incide a vedação do inciso
IV do art. 167 da Carta Magna, que recai apenas sobre os
impostos. 3. O produto da arrecadação de taxa de
polícia sobre as atividades notariais e de registro não
está restrito ao reaparelhamento do Poder Judiciário,

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mas ao aperfeiçoamento da jurisdição. (ADI 3028, de
26/05/2010).“

“É constitucional a destinação do produto da


arrecadação da taxa de polícia sobre as atividades
notariais e de registro, ora para tonificar a
musculatura econômica desse ou daquele órgão do
Poder Judiciário, ora para aportar recursos
financeiros para a jurisdição em si mesma. O inciso
IV do art. 167 da Constituição passa ao largo do
instituto da taxa, recaindo, isto sim, sobre qualquer
modalidade de imposto. (ADI 3643/RJ, de 08/11/2006).”

Por sua vez, o artigo 98, §2º, da CF/88, dispõe o seguinte:

“§ 2º As custas e os emolumentos serão destinados


exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da Justiça.”

(FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado -


Direito (Finanças e Orçamento) Existem inúmeras classificações para os
tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o
tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto
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à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação


como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação

a) o imposto.

b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) o empréstimo compulsório.

e) as contribuições especiais.

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Conforme vimos, os impostos são tributos não-vinculados a uma atividade
estatal específica e que possuem as receitas com ele arrecadados sem
destinação específica, sendo portanto tributo de arrecadação não-vinculada.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

Quanto à finalidade ou à função a ser dada ao tributo

Outro aspecto que marca a classificação dos tributos é a finalidade ou a


função a ser dada ao tributo em si, podendo os mesmos ser classificados
em tributos FISCAIS, EXTRAFISCAIS E PARAFISCAIS.

Os tributos fiscais são aqueles que têm como finalidade principal, ou


primária, prover recursos para o ente tributante, de arrecadar recursos para
o financiamento da máquina estatal. São exemplos o ITBI, o IPVA, o ISS, o
IR, o ICMS e o IPTU.

Por sua vez, os tributos extrafiscais têm como finalidade precípua regular
a intervenção no domínio econômico, tendo a função arrecadatória caráter
secundário. O tributo extrafiscal pode ser utilizado para regular a economia,
interferir na produção e no consumo ou em atividades financeiras,
incentivar ou desestimular setores industriais, entre outros objetivos. Como
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exemplo de tributos extrafiscais, temos o II, o IE, o IOF e o IPI.

Já os tributos parafiscais são aqueles em que a arrecadação e a


fiscalização dos mesmos foram delegadas a entidade pertencente ao
terceiro setor, cujas entidades possuem autonomia administrativa e
financeira. Os recursos arrecadados por essas pessoas são destinados à
execução das atividades que lhes são próprias, relacionadas a ações e
iniciativas de interesse público.

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Como exemplo desses tributos, temos as contribuições devidas aos
Conselhos Regionais de Fiscalização de Profissões regulamentadas, como o
CRM (Conselho Regional de Medicina), o CRC (contabilidade) e aos órgãos
como o SENAI, SESC, SENAC, entre outros.

Quanto à repercussão econômica ou financeira do ônus tributário


junto aos contribuintes

A repercussão econômica do tributo diz respeito ao sujeito que efetivamente


arcará com a subtração do seu patrimônio para o pagamento de tributos,
situação que permite a classificação dos tributos em DIRETOS e
INDIRETOS.

Por tributo direto podemos entender aquele em que o contribuinte eleito na


lei de incidência é também aquele que arcará com os cursos efetivos da
tributação, não permitindo o repasse do ônus da tributação para outras
cadeias posteriores do ciclo de produção e circulação.

Como exemplo de tributos direitos, temos o IPVA, o IPTU, o IR e o ITBI.


Para esses tributos, o próprio contribuinte arcará com os valores devidos de
maneira integral, regra geral. Ou, no mínimo, sua repercussão econômica é
de difícil execução.
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Por sua vez, os tributos indiretos são aqueles que permitem o repasse do
ônus da tributação às cadeias posteriores, fazendo repercutir o encargo dos
tributos a outras pessoas.

Para esses tributos, o contribuinte eleito na norma jurídica (contribuinte de


direito) repassa para o terceiro (contribuinte de fato) o ônus financeiro da
tributação. Nesses casos, sempre teremos os contribuintes de direito
(aqueles previsto na norma jurídica e sobre os quais recai apenas o encargo
de recolher os tributos pagos, sem que este arque com o encargo
econômico, ou ao menos apenas com parte dele) e os contribuintes de fato

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(estes não estão previstos na norma jurídica, não pertencem à relação
jurídico-tributária e apenas suportam diretamente o ônus financeiro da
tributação).

Como exemplo de tributos indiretos, temos o IPI e o ICMS, nos quais o


encargo tributário real é repassado ao consumidor final, o contribuinte de
fato. Tanto é assim que, caso não venha a ocorrer o fato gerador, cabe aos
contribuintes de fato o direito à restituição de valores pagos. Veja o que nos
diz o artigo 166 do CTN:

“Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua


natureza, transferência do respectivo encargo financeiro
somente será feita a quem prove haver assumido o referido
encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar
por este expressamente autorizado a recebê-la.”

Por sua vez, podemos ter tributos com as duas funções, como é o caso do
ICMS e do IPI, que possuem caráter nitidamente arrecadatório, mas
podendo ser utilizado também para regulação da economia, tendo em vista
a previsão de seletividade a eles conferida no texto constitucional
(obrigatória para o IPI e facultativa para o ICMS).

O mesmo ocorre para o ISS, que pode funcionar tanto como imposto direito,
mais comum, quanto como indireto.

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Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de


incidência

Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da base econômica de


incidência dos tributos, estes podem ser classificados em REAIS E
PESSOAIS.

Os tributos reais são aqueles que, ao incidirem, levam em


consideração apenas a coisa, o bem ou a operação/prestação

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tributada, desconsiderando as características pessoais do
contribuinte ou responsável. Como exemplo de tributos reais, temos o
IPVA, o ITCMD, o ITBI, o IPTU e o II.

Por exemplo, tanto o milionário quanto o trabalhador de classe media, ao


possuírem (seja lá como for) um Lamborghini, pagarão o mesmo valor de
IPVA aos cofres estaduais ou distrital. O mesmo ocorre em relação ao IPTU
devido quanto a imóveis situados à beira-mar no Leblon, Rio de Janeiro/RJ,
possuídos por um rico empresário carioca e por um mendigo que o herdou
de uma senhora caridosa e sem familiares. Será devido o mesmo valor de
IPTU para ambos (e que deve ser um baita valor de IPTU).

Por sua vez, os tributos pessoais levam em consideração


características dos contribuintes ao tributarem seu patrimônio,
evidenciando o princípio da pessoalidade da tributação, presente no
artigo 145, §1º, da CF/88. Como exemplo de tributos pessoais, temos o IR,
que levam em conta características pessoais do contribuinte.

Por exemplo, considere duas pessoas que ganhem o mesmo salário: R$


10.000,00. Uma delas gasta 60% disso com farras, bebidas, viagens e
despesas pessoais estéticas. A outra gasta o mesmo percentual com plano
de saúde para os filhos, escolas, medicações e ajuda de custo para os pais
economicamente dependentes.

As duas serão tributadas no mesmo valor? Certamente não. Para a primeira


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pessoa, a tributação deve ser bem mais acentuada do que em relação à


segunda, devendo-se permitir a essa segunda pessoa hipóteses de
abatimento do valor do imposto devido em razão de suas despesas mais
essenciais.

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Quanto à base econômica de incidência

Essa classificação leva em consideração a divisão apresentada no CTN, em


que os tributos incidem sobre os seguintes aspectos:

 Sobre o comércio exterior: II e IE;

 Sobre a produção e a circulação: ICMS, IPI, ISS e IOF;

 Sobre o patrimônio e as rendas: IR, ITR, IPTU, IPVA, ITBI, IGF e


ITCMD;

 Extraordinários: Imposto extraordinário de Guerra (IEG).

Por seu turno, não constam no CTN o ITBI, o ITCMD, o IPVA e o IGF, por
serem tributos criados apenas com o advento da CF/88, não tendo sido
previstos à época da edição do Código Tributário Nacional, que é de 1966.

Quanto à forma de quantificação relativamente à alíquota aplicada

A última classificação dos tributos leva em conta a aplicação de suas


alíquotas na determinação do valor a ser pago em razão do valor maior ou
menor da base de cálculo do tributo. Para esses casos, temos os tributos
FIXOS, PROPORCIONAIS, PROGRESSIVOS E REGRESSIVOS.
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Os tributos fixos são aqueles em que a lei previamente já determinou o


quantum a ser pago pelo contribuinte. Os valores a pagar são fixos,
somente sendo alterado em virtude de lei nova ou de alteração do texto da
lei fixadora inicial. Como exemplo, temos as taxas de serviços judiciais, que
poderá ser fixada em R$ 100,00/autenticação.

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Já os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago
cresce à medida que a base de cálculo cresce, mas em percentuais iguais.
Assim, considerando uma alíquota de 10% e duas bases de cálculos no valor
de R$ 1.000,00 e R$ 10.000,00, o tributo a ser pago proporcionalmente a
cada uma delas será igual, por mais que em termos absolutos a segunda
base de cálculo gere maior valor de tributo a pagar do que a segunda.

Para esse tipo de tributo, a alteração na base de cálculo não é significativa,


uma vez que a alíquota é sempre fixa e aplicada de maneira equânime para
todas as bases de cálculo. Como exemplo, temos o II, o IPVA e o ISS.

Por sua vez, os tributos progressivos são aqueles em que o montante do


tributo a ser pago cresce à medida que se aumenta a base de cálculo. Para
provocar esse efeito, teremos alíquotas variadas crescentes a serem
aplicadas sobre a base de cálculo, conforme essa aumenta.

A título de exemplo, temos o IR. Considere a tabela de alíquotas


progressivas do IR mensal para o exercício 2010, ano-calendário 2011, que
aumentam com o aumento da base de cálculo:

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Outro exemplo de progressividade de alíquotas é quanto ao IPTU, que


poderá ter alíquotas progressivas no tempo com o intuito de implementar
mecanismos para o cumprimento da função social da propriedade urbana,
conforme dispõe o artigo 182, §4º, II, da CF/88:

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“Art. 182. (...)

§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei


específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
(...)

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial


urbana progressivo no tempo;”

Outro exemplo de imposto progressivo é o ITR, que será fixado de forma a


desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, devendo suas
alíquotas obrigatoriamente serem progressivas, conforme o artigo 153, §4º,
I, da CF/88, prevendo ainda um caráter extrafiscal ao imposto federal:

“Art. 153. (...)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de


forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas;”

Por fim, temos os tributos regressivos, em que o montante do tributo a ser


pago diminui com o aumento da base de cálculo. Para provocar esse efeito,
teremos alíquotas variadas decrescentes a serem aplicadas sobre a base de
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cálculo conforme essa aumenta.

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(FCC/SEAD-PI/Analista de Planejamento/2013) Considere as
seguintes afirmações:

I. A instituição de tributo deve ser sempre feita por lei, porém, a vinculação
ou não da respectiva atividade de cobrança depende da espécie criada.

II. A denominação e as características formais são essenciais para a


qualificação da natureza específica do tributo.

III. Por conveniência administrativa pode o Governo do Estado do Piauí


delegar às Prefeituras Municipais a fiscalização do ICMS incidente nas
operações realizadas em seus territórios.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.

(B) II e III.

(C) I.

(D) II.

(E) III.

Item I) Correto. Todos os tributos presentes no nosso atual Sistema


Tributário Nacional, quanto à sua instituição e majoração, devem obediência
ao princípio da legalidade, somente podendo ser criados ou extintos por
meio de lei do ente político detentor da competência tributária. Por sua vez,
a vinculação ou não da contraprestação estatal à respectiva cobrança do
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tributo irá depender da natureza desse.

Por exemplo, as taxas são tributos vinculados a uma atividade estatal


específica relativa ao contribuinte, diferentemente dos impostos, conforme
dispõe o artigo 16 do CTN, estabelecendo que o imposto é tributo cuja
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Item II) Incorreto. De acordo com o artigo 4º, do CTN, a natureza


jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva

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obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais
características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da
sua arrecadação.

Item III) Correto. A delegação da capacidade tributária ativa a outras


pessoas jurídicas de direito público, diferentemente da competência
tributária, é perfeitamente possível, conforme dispõe o artigo 7º do CTN.
Logo, por conveniência administrativa pode o Governo do Estado do Piauí
delegar às Prefeituras Municipais a fiscalização do ICMS incidente nas
operações realizadas em seus territórios.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

Tudo bem até agora, caro aluno? Espero que sim. Se não, abra o e-mail e
mande algo para mim para que eu tente solucionar sua dúvida, ok? Vamos
em frente! Dessa vez com as espécies tributárias.

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Espécies de Tributo

Os tributos previstos no atual Sistema Tributário Nacional podem ser


divididos nas seguintes espécies, seguindo o que o STF chama de teoria
pentapartite:

 Impostos
 Taxas
 Contribuições de Melhoria
 Contribuições Especiais
 Empréstimos Compulsórios

Sendo assim, vamos ao estudo de cada espécie! Esse item da nossa aula, e
do nosso curso, é de fundamental importância, tanto para o aprendizado do
direito tributário quanto para a sua prova.

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Impostos

Os impostos serão as primeiras espécies tributárias que estudaremos, sendo


os tributos com o maior número de disposições a eles relativas no corpo da
CF/88.

Esses tributos estão previstos da maneira genérica no artigo 145, I, da CF/88,


que assim nos diz:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;” (Grifos nosso)

Como podemos notar, os impostos fazem parte da competência


tributária de todos os entes federativos, sendo permitidas a todos os
Entes políticos a instituição e a cobrança dessa espécie tributária.
Contudo, todos devem observar estritamente a competência outorgada
expressamente a cada um deles pela CF/88, conforme nos dizem os artigos
153 a 156 da própria Carta Federal, os quais veremos mais adiante. Eles
discriminam quais impostos são reservados a cada um dos Entes políticos da
nossa federação.

O artigo 16 do CTN nos diz o seguinte quanto a essas espécies tributárias:

“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato


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gerador uma situação independente de qualquer


atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
(Grifos nosso)

Assim, os impostos são tributos em que não há qualquer tipo de


contraprestação por parte do Estado tributante em favor do
contribuinte, seja em relação ao seu patrimônio, à suas rendas ou às suas
atividades. Diretamente falando, apenas uma parte da relação “sai
ganhando”: o Estado, que impõe ao sujeito passivo a subtração do seu
patrimônio em favor da sociedade.

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Nessa linha, já podemos definir a primeira característica marcante dos
impostos: são tributos não-vinculados, pois não há contraprestação do
Estado, nem qualquer atuação desse a favor do contribuinte. Assim, podemos
chamá-lo também de tributo unilateral, uma vez que apenas um parte
obtém algo de maneira direta. Claro que, indiretamente, todos os sujeitos
passivos recebem uma atuação estatal em troca. Ou pelo menos era para ser
assim. 

Veja uma definição “porreta” para imposto dada na questão 47 da prova


cobrada pela URCA/CE no concurso para o cargo de Auditor Fiscal de Juazeiro
do Norte/CE:

“O imposto é uma exação desvinculada de qualquer


contraprestação estatal, decretada exclusivamente em função
do jus imperi do estado“

Ou seja, não é necessário que o Estado preste nada em troca em razão do


pagamento de IR, IPTU, IPVA, ou qualquer outro imposto. É doloroso aos
ouvidos fiscais ouvir alguém dizer: “É obrigação do Estado conservar as
estradas em perfeita ordem, já que pagamos um absurdo em IPVA para nada.
Se eu pago, eu quero estrada boa, sem buracos.”

Primeiramente... calma, cidadão! Não é assim. Você tem todo o direito de


reclamar, mas não se altere. Olhe a pressão arterial! 

Realmente, é dever de todo Estado ou Governo a manutenção de estradas de


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boa qualidade para todos os cidadãos que delas dependem para trafegar,
passear, trabalhar, entre outras atividades. A favor disso, eu também
reclamarei com você.

Contudo, o pagamento de IPVA, seja lá em que valor for, não gera aos
contribuintes o direito imediato de obter estradas de boa qualidade.
Pasmem, o Estado pode não utilizar um centavo da arrecadação do IPVA para
colocar um grama de asfalto sequer. E ainda assim estará amparado na
legalidade.

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(VUNESP/Prefeitura de Lucélia/Fiscal Tributário/2009) Consiste na


espécie de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte. Trata-se do (a)

(A) taxa.

(B) contribuição de melhoria.

(C) contribuição social.

(D) imposto.

(E) tarifa.

De acordo com o que acabamos de ver, os impostos são tributos


desvinculados de qualquer atividade estatal específica relativa ao
contribuinte. Essa questão, no entanto, deixou a desejar, uma vez que as
contribuições sociais também são desvinculadas de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte, vindo a beneficiar, em seu grande parte,
pessoas que estão fora da relação jurídico-tributária.

A banca, no entanto, considerou como gabarito a alternativa “d”, uma vez


que todos os impostos possuem a característica que acabamos de mencionar.

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Com esse exemplo podemos notar a qualidade de tributo não-vinculado e


outra, nova: os impostos possuem arrecadação não-vinculada. Ou seja,
os valores arrecadados com os impostos não serão destinados a nenhum
fundo, despesa ou órgão, seja ele qual for, exceto nos casos
EXPRESSAMENTE previstos na CF/88.

“E quais são esses casos, professor?”

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Essas ressalvas estão contidas no artigo 167 da CF/88, as quais quero que
grave com muito carinho, caro aluno:

“Art. 167. São vedados: (...)

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou


despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e
37, XXII, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165,
§ 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (...)

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas


pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos
recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União
e para pagamento de débitos para com esta.”

 Repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se


referem os arts. 158 e 159;
 Destinação de recursos para as ações e serviços públicos de
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saúde;
 Manutenção e desenvolvimento do ensino;
 Realização de atividades da administração tributária;
 Prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita;
 Prestação de garantia ou contragarantia à União;
 Pagamento de débitos para com a União.

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Veja o que diz o STF sobre o tema da não vinculação das receitas
arrecadadas com impostos:

“EMENTA: - Majoração de alíquota de ICMS. Vinculação a


órgão, fundo ou despesa. Inconstitucionalidade. - O Plenário
desta Corte (...) declarou a inconstitucionalidade (....) das
Leis ns. 7.003 (...), todas do Estado de São Paulo, por haver
entendido que "a teor do disposto no inciso IV do artigo 167
da Constituição Federal, é vedado vincular receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa. A regra apanha
situação concreta em que lei local implicou majoração do
ICMS, destinando-se o percentual acrescido a um certo
propósito - aumento de capital de Caixa Econômica,
para financiamento de programa habitacional".(RE
194050/SP, de 07/12/1999).”

Por sua vez, o STJ diz o seguinte quanto a outro caso de vinculação:

“1. Os impostos, diversamente das taxas, têm como nota


característica sua desvinculação a qualquer atividade
estatal específica em benefício do contribuinte.

2. Consectariamente, o Estado não pode ser coagido à


realização de serviços públicos, como contraprestação
ao pagamento de impostos, quer em virtude da
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natureza desta espécie tributária, quer em função da


autonomia municipal, constitucionalmente outorgada, no que
se refere à destinação das verbas públicas.” (REsp
478958/PR, de 24/06/2003).”

Assim, vemos que os impostos têm como marca o custeio de despesas gerais
ou universais do Estado, não sendo destinados, regra geral, a despesas
previamente estabelecidas. Esse é o chamado princípio da não afetação

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dos impostos. Eles não são destinados a nenhuma despesa específica pré-
determinada. Guarde isso!

Por sua vez, conforme veremos ao estudar cada imposto previsto na


competência privativa de cada ente político, os impostos podem ser criados
por algumas espécies normativas, sendo mais comum a lei ordinária e a lei
complementar. Pode ainda o ser por medida provisória e por lei delegada,
atendendo os requisitos constitucionais e as restrições estabelecidas na CF/88
quanto ao uso dessas duas espécies normativas. Em especial, não poderem,
em ambos os casos, versar sobre matéria reservada à lei complementar.

Para alguns impostos, será sempre exigida lei complementar, como é o caso
do imposto sobre grandes fortunas, de competência da União (art. 153, VII) e
dos impostos residuais previstos na competência tributária residual, também
da União (art. 154, I, da CF/88).

Para o restante dos impostos, é necessário, regra geral, lei ordinária do ente
político competente para instituir o tributo, como é caso da União quanto ao
IR e ao ITR, por exemplo; dos Estados e do Distrito Federal, quanto ao IPVA,
ICMS e ITCMD; e dos Municípios, quanto ao ISS, ao ITBI e ao IPTU. Quanto à
maioria dos impostos previstos na CF/88, temos a chamada competência
legislativa comum.

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(FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado -
Direito (Finanças e Orçamento) Existem inúmeras classificações para os
tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o
tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à
destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como
não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação

a) o imposto.

b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) o empréstimo compulsório.

e) as contribuições especiais.

Conforme vimos, os impostos são tributos não-vinculados a uma atividade


estatal específica e que possuem as receitas com ele arrecadados sem
destinação específica, sendo portanto tributo de arrecadação não-vinculada.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

Os impostos atribuídos pela CF/88 a cada ente político são os constantes no


parágrafo seguinte.

Quanto à União:
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 Imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II);

 Imposto de exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou


nacionalizados (IE);

 Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR);

 Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos ou valores mobiliários (IOF);

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 Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR);

 Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar


(IGF);

 Impostos residuais previstos no artigo 154, I;

 Impostos Extraordinários de guerra (IEG);

 Impostos que vierem a ser instituídos em razão da criação de territórios


federais, no exercício da sua competência tributária cumulativa (artigo
147, da CF/88), podendo instituir tanto tributos estaduais quanto
municipais.

Quanto aos Estados e ao Distrito Federal:

 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos (ITCMD);

 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre


prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior (ICMS);

 Imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA).

Por fim, quanto aos Municípios e ao Distrito Federal, este no exercício de sua
competência cumulativa municipal:

 Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU);


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 Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato


oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição (ITBI);

 Imposto sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no


art. 155, II, definidos em lei complementar (ISS).

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Quanto aos princípios constitucionais, os casos de exceção ou submissão a
estes devem ser analisados espécie a espécie, uma vez que não se submetem
a regras gerais. Quanto aos princípios da anterioridade, legalidade e
noventena, temos as seguintes exceções aos princípios, visualizados na figura
abaixo:

Todas essas exceções constam no texto constitucional, e estão relacionadas


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aos princípios constitucionais tributários, a serem vistos com mais detalhes


em aula posterior do curso.

Segue abaixo um quadro resumo com as principais características dos


impostos:

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Vamos em frente com o estudo das espécies tributárias. No próximo item,


veremos as taxas.

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Taxas

A taxa é um tributo previsto na competência legislativa e tributária


comum dos entes políticos, podendo ser instituída por qualquer um
deles. Essa previsão consta no inciso II do artigo 145 da CF/88:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...)

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou


pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;” (Grifos nosso)

Vamos começar vendo uma questão que pode ser respondida apenas com o
que consta no enunciado acima? Veja logo em seguida.

(FCC/Fiscal de Tributos/2011) O exercício regular do poder de polícia, nos


termos em que é definido pelo Código Tributário Nacional, constitui-se em
fato gerador de:

(A) imposto.

(B) preço público. 01077787502

(C) tarifa.

(D) taxa.

(E) contribuição social.

Exercício regular do poder de polícia é fato gerador das taxas, conforme nos
diz o artigo 145 da CF/88 que acabamos de visualizar acima. Assim, resta
como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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Outra disposição importante quanto às taxas consta no §2º do mesmo artigo
constitucional:

“§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.” (Grifos nosso)

Antes de entrarmos em detalhes sobre os normativos acima, vamos a


algumas características importantes das taxas para fins de concursos.

Primeiramente, e em oposição direta aos impostos, as taxas são tributos


VINCULADOS a uma atividade estatal específica relativa ao
contribuinte, sendo também chamadas de retributivas ou
contraprestacionais. Ou seja, para que seja paga uma determinada taxa,
deve haver uma contraprestação por parte do Estado instituidor do tributo,
sem a qual resta indevido o pagamento deste.

Um exemplo seria a taxa para expedição de um alvará de funcionamento


(competência municipal); ou a taxa para ao DETRAN quando da regularização
de um veículo automotor (de competência dos Estados e do Distrito Federal);
ou ainda a taxa para a expedição de passaporte (competência da União). Nos
três casos, o sujeito passivo, aquele que pagará a taxa, obtém uma
contraprestação do ente político.

Em relação ao meio normativo de instituição, as taxas são instituídas por lei


em sentido estrito do ente competente, não possuindo normatização
específica na CF/88 nesse sentido. Desse modo, os entes políticos são livres
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para dispor do modo que entenderem necessário, observando apenas os


limites impostos no texto constitucional.

Quanto à destinação das receitas arrecadadas com as taxas, nada impede a


vinculação aos serviços ao quais estão afetas, uma vez que não há
proibição alguma na CF/88, assim como há para os impostos. Veja o
que diz o STF sobre o tema:

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“Preceito de lei estadual que destina 5% [cinco por cento]
dos emolumentos cobrados pelas serventias extrajudiciais e
não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e
Modernização do Poder Judiciário - FUNDESP não ofende o
disposto no art. 167, IV, da Constituição do Brasil
Precedentes. 2. A norma constitucional veda a
vinculação da receita dos impostos, não existindo, na
Constituição, preceito análogo pertinente às taxas. (RE
570513 AgR/Go, de 16/12/2008).”

Terminada essa rápida apresentação das taxas, vamos ao que nos dizem os
normativos constitucionais e os constantes no CTN.

As taxas, em razão do que consta no inciso II do artigo 145, estão divididas


em duas espécies:

 Taxas de Polícia;

 Taxas de Serviço.

Por sua vez, o artigo 77 do CTN nos diz o seguinte quanto às taxas:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e
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divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua


disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato


gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem
ser calculada em função do capital das empresas.”
(Grifos nosso)

Observe que o fato gerador das taxas pode ser dividido em duas espécies:

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 O exercício regular do poder de polícia (Taxa de Polícia);

 A utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e


divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição
(Taxa de Serviços).

A figura abaixo sintetiza as duas espécies e as hipóteses em que elas serão


cobradas.

As duas hipóteses em que se dividem os fatos geradores das taxas merecem


estudo em separado, uma vez que comportam particularidades que lhe são
características. Em seguida, estudaremos a base de cálculo das taxas e sua
relação com a dos impostos, bem como as diferenças entre as taxas e outras
espécies legais normalmente confundidas com aquelas (preço público, tarifa,
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pedágio)

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Taxas de Polícia

Essa espécie de taxa é devida em razão do exercício do poder de polícia


estatal, o qual se encontra definido no caput do artigo 78 do nosso CTN.
Essa taxa é também conhecida como taxa de fiscalização, tendo em vista ser
instituída em razão da fiscalização exercida pelos Entes políticos sobre os
sujeitos passivos, atestando o fiel cumprimento da legislação por parte
destes.

Seu texto é o seguinte:

“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de


polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos
limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
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discricionária, sem abuso ou desvio de poder.” (Grifos


nosso)

Assim, o poder de polícia administrativo, diferente da exercido pelas


polícias (militar, civil e federal, que fazem parte da chamada polícia judiciária
ou ostensiva), é aquele prestado pela Administração Pública no seu mister de
limitar ou disciplinar direitos, interesse e liberdades, regulando a prática de
atos ou abstenção desses, sempre fundado no interesse público.

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As polícias civis, militares ou federal, por exemplo, não poderão cobrar
nenhuma taxa em razão das atividades finalísticas destas, qual seja, a
manutenção da segurança e da ordem pública. Caso a polícia militar seja
chamada para resolver uma ocorrência, ninguém será obrigado a pagar uma
taxa. Diferentemente é a cobrança de alguma taxa em razão de um serviço
por ela prestado, como a emissão de uma certidão, de um atestado ou de um
documento sobre porte de arma.

Assim, ao exigir dos contribuintes taxas de alvará, o estado (sentido amplo)


está disciplinando uma atividade exercida pelo contribuinte, que deverá
cumprir o que determinada a legislação referente às suas atividades (praticar
uma ato, como, por exemplo, a abertura de um bar, que necessita de um
alvará da prefeitura para poder funcionar como tal, ou a taxa de bombeiros) e
se abster de praticar qualquer ato que venha a ser contrário ao interesse
público (por exemplo, uma bar que coloque mesas e cadeiras em espaço
destinado a pedestres pode ser multado por desrespeitar o código de
posturas do Município).

Dessa maneira, a atividade de fiscalização exercida por meio do poder de


polícia, e tributado por meio de taxas, será sempre devida em razão do
interesse público, e relativo:

 À segurança;

 À higiene;
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 À ordem;

 Aos costumes;

 À disciplina da produção e do mercado;

 Ao exercício de atividades econômicas dependentes de


concessão ou autorização do Poder Público;

 À tranquilidade pública;

 Ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos;

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Como exemplo de taxas de polícia, temos as seguintes:

 Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos;

 Taxa de Ocupação do Solo;

 Taxa de Fiscalização de Anúncios;

 Taxa de Fiscalização de Mercados e Títulos e Valores Mobiliários pela


CVM (Súmula STF 665: “É constitucional a taxa de fiscalização dos
mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela lei
7940/1989”);

 Taxa de Alvará ou Funcionamento;

 Taxa de Fiscalização Ambiental;

 Taxa de Vigilância Sanitária;

 Taxa de Emissão de Passaporte.

Outro ponto importante sobre as taxas de polícia diz respeito ao exercício


regular do poder de polícia, contido no parágrafo único do artigo 77 do
CTN, sendo aquele entendido como o que é prestado:

 Por órgão competente nos limites da lei aplicável;

 Com observância do processo legal;

 Sem abuso ou desvio de poder, quando se tratar de atividade


que a lei tenha como discricionária.
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Para que seja possível a cobrança da taxa de polícia, a Administração Pública


deve exercer efetivamente o poder de polícia sobre os administrados,
sob pena de ser ilegítima a cobrança. Para isso, deve existir órgão
criado para essa tarefa de fiscalização, sendo presumido o exercício do
poder de polícia pela simples existência do órgão fiscalizador, ainda
que este não tenha realizado nenhuma fiscalização efetiva sobre o
contribuinte sujeito à incidência do tributo. É o que podemos observar na
decisão do STF em seu RE 588322/RO, de 16 de junho de 2010:

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“Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2.
Alegação de inconstitucionalidade da taxa de
renovação de localização e de funcionamento do
Município de Porto Velho. 3. Suposta violação ao artigo
145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir
comprovação do efetivo exercício do poder de polícia. 4. O
texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia daquelas de utilização de
serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a
prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do
exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança
da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a
existência do órgão administrativo não é condição para
o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança
da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um
dos elementos admitidos para se inferir o efetivo
exercício do poder de polícia, exigido
constitucionalmente. Precedentes. 7. O Tribunal de Justiça
de Rondônia assentou que o Município de Porto Velho, que
criou a taxa objeto do litígio, é dotado de aparato fiscal
necessário ao exercício do poder de polícia. 8. Configurada a
existência de instrumentos necessários e do efetivo exercício
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do poder de polícia. 9. É constitucional taxa de renovação


de funcionamento e localização municipal, desde que
efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado
pela existência de órgão e estrutura competentes para
o respectivo exercício, tal como verificado na espécie
quanto ao Município de Porto Velho/RO” (Grifo nosso)

Ou seja, a simples existência e o funcionamento efetivo do órgão


fiscalizador já são suficientes para a cobrança da taxa dos

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contribuintes sujeitos à ação policial administrativa, ainda que nem
todos os reais contribuintes venham a sofre fiscalizações efetivas. O
contribuinte pode “nascer, viver e morrer” sem que as autoridades fiscais o
fiscalizem efetivamente, indo até o seu estabelecimento, por exemplo, mas
ainda assim será devida a taxa.

Veja outro julgamento da Corte Suprema:

“Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento.


Cobrança. Legitimidade. Jurisprudência assentada sobre a
matéria. Agravo regimental provido. Não pode o contribuinte
furtar-se à exigência tributária sob a alegação de o ente
público não exercer a fiscalização devida, não dispondo
sequer de órgão incumbido desse mister, sendo, pois,
irrelevante a falta de prova do efetivo exercício do poder de
polícia. (RE 396846 AgR/MG, de 05/08/2008).”

Vamos agora ao estudo da Taxa de Serviços, outra espécie do gênero Taxas,


também muito importante para fins de concurso. Muita atenção, caro aluno!

Taxas de Serviço

As taxas de serviços são aquelas cobradas em razão da prestação de


determinado serviço pelo Estado ao contribuinte. Essa espécie de taxa está
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regulada no artigo 79 do CTN, que assim nos diz:

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77


consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer


título;

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b) potencialmente, quando, sendo de utilização
compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em


unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de
necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização,


separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.” (Grifos nosso)

Esse artigo, nos seus três incisos, possui uma série de conceitos relativos aos
serviços a serem prestados pelo Estado e que podem demandar a cobrança
de taxas, devendo ser bem assimilados por você, caro aluno. Você não faz
ideia de quantas questões de prova de concurso existem apenas utilizando
esses três incisos. E muitas vezes de modo literal.

Já em relação às taxas de serviço, estas devem ser cobradas em relação


aos serviços:

 Utilizados pelo contribuinte, seja efetivamente ou apenas


potencialmente,

Os serviços utilizados efetivamente são aqueles em que o contribuinte


da taxa os utilizou materialmente, tendo, como exemplo, conseguido a
expedição de um alvará de funcionamento para o seu estabelecimento
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em razão do pagamento prévio da taxa de fiscalização de


estabelecimento.

Quando falamos em utilização potencial de um serviço, temos


aqueles em que estes ficam à disposição do contribuinte, caso este
venha a necessitar um dia. É o caso do serviço de bombeiros,
remunerado mediante taxa de serviço. Nós pagamos a taxa, mas
rezamos para nunca termos que precisar do serviço destes
competentes profissionais. Mas se precisarmos, o serviço será
prestado. Nem que seja para tirar um gatinho do alto de uma árvore.

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Atente bem, caro aluno: a potencialidade é em relação à
utilização do serviço, e não em relação à prestação do serviço.
O serviço já está sendo prestado. A taxa de bombeiros é devida em
razão da existência de corpo de bombeiros, e não da potencialidade da
existência de um futuro corpo de bombeiros. 

“Art. 77 do CTN. Se o acórdão recorrido firmou a premissa de


que a CEDAE não dispõe de sistema de tratamento de esgoto
que atenda ao imóvel da autora, torna-se indevida qualquer
contraprestação, em virtude, inclusive, de suposta utilização
potencial do serviço. (STJ, REsp 1032975/RJ, de
15/04/2008).”

 Serviços Específicos são aqueles que podem ser destacados em


unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de
necessidades públicas. São os chamados serviços públicos
singulares (ou uti singuli), em que os sujeitos passivos podem ser
exatamente discriminados para fins de incidência do tributo.

São os serviços em que o contribuinte, ao pagar o tributo, sabe


exatamente por qual serviço está pagando, como, por exemplo, no
pagamento de taxa de vistoria de veículo no DETRAN.

 Serviços divisíveis são aqueles que podem ser suscetíveis de


utilização, separadamente, por cada um dos seus usuários.
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Nesse tipo de serviço, não há a generalidade do serviço prestado, mas


a divisibilidade em relação a cada um deles, não sendo utilizado por
todo e qualquer cidadão, mas apenas por aqueles descritos na lei de
instituição, com características próprias.

É o caso, por exemplo, da taxa de coleta de lixo domiciliar, em que


cada contribuinte paga pelo serviço efetivamente cobrado e prestado
em relação à sua residência. São os casos em que é possível a
identificação de cada contribuinte, precisa e individualmente.

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“Taxa de coleta de lixo domiciliar. Município de Franca.
Improcedência. Precedentes. 1. O Supremo Tribunal Federal
firmou entendimento no sentido da legitimidade da taxa de
coleta de lixo proveniente de imóveis, entendendo como
específico e divisível o serviço público de coleta e tratamento
de lixo domiciliar prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição. (AI 311693 AgR/SP, de 06/12/2011).”

“As taxas cobradas em razão dos serviços públicos de


coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis, desde que
dissociadas da cobrança de outros serviços públicos de
limpeza são constitucionais (...). 3. As taxas que, na
apuração do montante devido, adotem um ou mais
elementos que compõem a base de cálculo própria de
determinado imposto, desde que não se verifique identidade
integral entre uma base e outra são constitucionais. (RE
613287 AgR/RS, de 02/08/2011).”

Por sua vez, os requisitos a serem observados em relação aos serviços a


serem tributados por meio de taxas são cumulativos, devendo ser observados
quando da instituição de uma nova taxa. Caso o serviço não possua o atributo
de divisibilidade, não poderá ser cobrada taxa. Exemplo disso é a taxa de
limpeza de vias e logradouros
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públicos, que possuem usuários
indeterminados, portanto, indivisível, insuscetível de ser remunerada por
meio de taxas.

Assim, não é cabível a cobrança de taxas em relação a serviços prestados de


maneira geral, em que não seja possível a identificação precisa dos seus
beneficiários, como, por exemplo, na limpeza de vias públicas. Nesse caso,
como falamos, não poderá haver a instituição de taxas, uma vez que o
serviço prestado beneficia a todos, sem que se possa distinguir precisamente
os beneficiários, aqueles que realmente se utilizam do serviço. Limpara um

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via pública beneficia a todos, inclusive aqueles que estão passando pelo
logradouro apenas de passagem para outro município, por exemplo.

Ao realizar a limpeza de determinada rua, não apenas as pessoas que moram


nela serão beneficiadas, mas todas aquelas que nela transitam, diariamente,
esporadicamente ou apenas uma vez na vida. Todos são beneficiários. A
mesma interpretação deve ser dada à prestação de serviço de iluminação
pública, que também não pode ser remunerado por meio de taxas, uma vez
que não se pode determinar com precisão os seus beneficiários. O
serviço, para ser remunerado por meio de taxas, deve ser prestado
para pessoas determinadas, e não para a coletividade.

Atente bem:

 Taxa de limpeza pública  não pode ser remunerado por meio de


taxas;

 Taxa de coleta domiciliar de lixo  pode ser remunerado por taxas.

São ainda indevidas as taxas instituídas em relação aos seguintes serviços


prestados pelo Estado:

 Taxa de Segurança Pública, uma vez que é dever do Estado a


manutenção da segurança pública a todos os cidadãos, não sendo um
serviço passível de mensuração dos seus beneficiários;
“Impossibilidade de cobrança de taxa de segurança pública
de eventos abertos ao público, ainda que tal serviço seja
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solicitado por particular para a sua segurança ou para a de


terceiros. Visto que incumbe ao Estado prestá-la a toda a
população, essa atividade somente pode ser sustentada por
imposto. (RE 269374 AgR/MG, de 02/08/2011).”

 Taxa de Iluminação Pública, uma vez que não é possível


mensurar seus beneficiários, e tendo em vista ainda a criação da
Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública
(COSIP).

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 Taxa de Coleta de lixo e limpeza pública, uma vez que existe a
prestação de um serviço prestado de maneira geral (limpeza
pública), impossível de ser remunerado por meio de taxas, ainda
que existente a parcela prestada a usuários determinados (taxa de
coleta de lixo domiciliar).

Tendo em vista esse raciocínio, o STF editou ainda as seguintes Súmulas:

“Súmula vinculante nº 19: “A taxa cobrada exclusivamente


em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o artigo 145, II da Constituição Federal”

“Súmula STF 670: “O serviço de iluminação pública não


pode ser remunerado mediante taxa”

Por fim, são válidas as seguintes taxas de serviços, tendo em vista


posicionamento do STF em sentido favorável:

 Taxa de serviços notariais e de registro (as custas e os emolumentos);

“Custas e emolumentos: serventias judiciais e extrajudiciais:


natureza jurídica. É da jurisprudência do Tribunal que as
custas e os emolumentos judiciais ou extrajudiciais tem
caráter tributário de taxa. (ADI 3694/AP, de 20/09/2006).”

 Taxas judiciárias, em razão da prestação de serviços pelos órgãos


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judiciários;

 Taxa de coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde.

Vamos agora à base de cálculo das taxas!

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Base de Cálculo das Taxas

Quanto à base de cálculo (base imponível) das taxas, a CF/88 traz o seguinte
normativo:

“§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.” (Artigo 145, §2º da CF/88)

O §2º dispõe que as taxas não poderão ter base de cálculo já utilizadas
para os impostos. Assim, o Estado de Pernambuco não pode instituir, por
exemplo, uma taxa sobre licenciamento de veículos que tenha como base de
cálculo o valor venal do veículo, uma vez que este valor já é base de cálculo
do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).

Enunciado semelhante é encontrado no parágrafo único do artigo 77 do CTN:

“Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou


fato gerador idênticos aos que correspondam a
imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas.” (Grifos nosso)

As duas previsões (CF/88 e CTN) fazem valer a diferença existente entre as


taxas e os impostos, uma vez que:

 Enquanto os impostos são tributos que não dependem de uma


atividade estatal relativa ao contribuinte, denotando a sua
característica de tributo não-vinculado, a taxa é exatamente o
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contrário, mostrando-se como um tributo vinculado;

 Deve existir correlação entre a atividade estatal e a base de cálculo


adotada para a taxa que ira remunerá-la, atentando-se ao princípio da
razoabilidade e da proporcionalidade.

Assim, não devem ser adotadas para as taxas bases de calculo ou fatos
geradores já previstos como pertencentes a impostos. Veja o que diz o STF
sobre o tema:

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“A base imponível da taxa ha de refletir correspondência com
a hipótese de incidência. Assim, a fixação do quantum
debeatur não pode levar em consideração circunstâncias
estranhas à taxa, pena de confundir-se o que e imposto com
taxa ou contribuição de melhoria. (REsp 2220/SP, de
12/09/1990).”

Com base nessa orientação, o STF editou as seguintes Súmulas:

“Súmula STF nº 595: É inconstitucional a taxa municipal de


conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo
seja idêntica à do imposto territorial rural”

“Súmula Vinculante STF nº 29: É constitucional a adoção,


no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da
base de cálculo própria de determinado imposto, desde que
não haja integral identidade entre uma base e outra.”
(Grifo nosso)

Assim, quanto à Súmula Vinculante nº 29, o STF entende constitucional a


taxa que possua base de cálculo com alguns elementos semelhantes aos
previstos para um imposto, desde que esses elementos não sejam, em sua
totalidade, idênticos entre si.

Por exemplo, se o imposto “A” possui três elementos que determinam sua
base de calculo: X, Y, e W; e a taxa “B” possui os seguintes elementos
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definidores da sua base de calculo: W, Z e P; não haverá identidade integral


dos elementos, mas apenas parcial, o que autoriza a instituição da taxa e a
observância dos mandamentos contidos na CF/88 e no CTN.

Observe outras decisões sobre o tema base de cálculo impostos x taxas:

“Taxa de Segurança contra Incêndio do Estado. Sua


inconstitucionalidade, por identidade de base de cálculo
(valor unitário do metro quadrado) com a do Imposto Predial
e Território Urbano. (RE 120954, de 14/03/1996).”

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“TAXA DE LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO. ART. 10 DA LEI
2.145/53, REDAÇÃO DADA PELO ART. 1. DA LEI N. 7.690/88.
Tributo cuja base de cálculo coincide com a que corresponde
ao imposto de importação, ou seja, o valor da mercadoria
importada. Inconstitucionalidade que se declara do
dispositivo legal em referencia, em face da norma do art.
145, par. 2., da Constituição Federal de 1988. (RE 167992,
de 23/11/1994).”

Quanto à proibição de as taxas terem sua base de cálculo dada em função do


capital das empresas, temos a seguinte Súmula do STF, já vista por nós
anteriormente:

“É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de


títulos e valores mobiliários instituída pela lei 7940/1989.”

A razão dela seria que a fixação de valores maiores de taxas para


contribuintes que possuíssem maior porte econômico não se mostrou
incoerente com a vedação expressa do CTN e da CF/88, uma vez que visou
apenas cumprir princípio da capacidade contributiva, e não instituir uma taxa
em função do capital das empresas. A lei federal nº 7.940/89 fixou valores
fixos, porém diferenciados, para cada porte empresarial.

Observe uma decisão do STF sobre o tema:

“A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei nº


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7.940/89, qualifica-se como espécie tributária cujo fato


gerador reside no exercício do Poder de polícia legalmente
atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de
cálculo dessa típica taxa de polícia não se identifica
com o patrimônio líquido das empresas, inocorrendo,
em consequência, qualquer situação de ofensa à
cláusula vedatória inscrita no art. 145, § 2º, da
Constituição da República. O critério adotado pelo
legislador para a cobrança dessa taxa de polícia busca

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realizar o princípio constitucional da capacidade
contributiva, também aplicável a essa modalidade de
tributo, notadamente quando a taxa tem, como fato gerador,
o exercício do poder de polícia. (RE 216259 AgR/CE, de
09/05/2000).” (Grifos nosso)

Outra importante decisão do STF quanto ao tema foi relativa à fixação da


base de cálculo da taxa de serviços notariais e de registro, fixada em razão
em determinados valores fixos, mas levando em consideração o valor do
imóvel objeto da negociação. Observe que, nesses casos, para cada faixa de
valores de imóveis, há um valor de taxa, e não que a respectiva taxa foi
fixado em razão do valor do imóvel, não tomando esta como base de cálculo
a incidir qualquer alíquota.

Se assim fosse, estaríamos diante de um imposto, qual seja, o IPTU, que


adota essa mesma base de cálculo na apuração do montante a ser cobrado
dos contribuintes.

Outra observação importante quanto às taxas é a de que o valor cobrado


deva guardar identidade com o serviço ou fiscalização prestada pelo
Estado, em obediência aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

Deve-se apurar, dentro de certos limites e requisitos, o custo efetivamente


despendido com a atividade fiscalizatória ou com a prestação do serviço pelo
Estado, para que não haja o enriquecimento sem causa deste, e vindo a
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confundir a taxa com o imposto.

Veja algumas taxas consideradas inconstitucionais pelo STF e pelo STJ, tendo
em consideração esse ponto de vista:

“A taxa de licença de publicidade não pode ter como base de


cálculo" o espaço ocupado pelo anuncio na fachada externa
do estabelecimento", porque o trabalho da fiscalização
independe do tamanho da placa de publicidade (CTN,
art. 78). ( STJ: REsp 78048/SP, de 09/12/1997).”

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“A taxa, enquanto contraprestação a uma atividade do Poder
Público, não pode superar a relação de razoável equivalência
que deve existir entre o custo real da atuação estatal referida
ao contribuinte e o valor que o Estado pode exigir de cada
contribuinte, considerados, para esse efeito, os elementos
pertinentes às alíquotas e à base de cálculo fixadas em lei.
(...) (ADI 2551, de 02/04/2003).”

Por fim, temos a seguinte Súmula do STF:

“Súmula nº 667: Viola a garantia constitucional de acesso à


jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor
da causa.”

Passemos agora ao último tópico relativo às taxas, que é o do confronto entre


esta e os preços públicos, as tarifas e os pedágios.

Taxas x Preço Público

Iniciaremos esse tópico com a famosa decisão do STF sobre o tema,


constante na sua Súmula 545, cuja redação é a seguinte:

“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,


porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e
têm sua cobrança condicionada à prévia autorização
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orçamentária, em relação à lei que as instituiu.”

A parte final da Súmula diz respeito ao princípio da anualidade, que, como


veremos em aula posterior, não possui mais aplicação na CF/88.

Por sua vez, podemos notar a principal diferença entre os dois institutos: a
compulsoriedade de sua cobrança, uma vez que a taxa apresenta essa
característica, não estando a mesma presente nos chamados preço
públicos. Apesar disto, ambas se referem à prestação de serviços públicos,
sendo, portanto, contraprestacionais e retributivas.

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Para o STF, preço público e tarifa são a mesma coisa - embora alguns autores
entendam ser esta (tarifa) uma espécie daquele (preço público), uma vez que
remuneram a prestação de determinado serviço de caráter público prestado
por concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

O ponto chave que distingue a instituição das taxas e dos preços públicos
sobre determinados serviços públicos se refere à natureza do serviço a ser
prestado. Caso o serviço seja considerado como de prestação exclusiva
pelo Estado, ou esteja revestido de caráter de essencialidade ao
interesse público, será devida uma taxa. Caso não sejam essenciais
(telefonia, distribuição de gás, energia elétrica, entre outros) ou
privativos, podendo ser prestados livremente por particulares, os
serviços poderão ensejar a cobrança de preço público.

As taxas e os preços públicos possuem muitas diferenças que o distinguem


uns dos outros, as quais podem ser resumidas no quadro abaixo:

TAXA PREÇO PÚBLICO

DECORREM SEMPRE DE LEI DECORRE DE CONTRATO

POSSUEM NATUREZA NÃO POSSUEM NATUREZA


TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA
REGIME DE NATUREZA
SUBMETE-SE AO REGIME
CONTRATUAL E
JURÍDICO TRIBUTÁRIO
ADMINISTRATIVA
NÃO HÁ AUTONOMIA DE
HÁ AUTONOMIA DE VONTADE
VONTADE 01077787502

SÃO DEVIDAS EM RAZÃO DA


SÃO DEVIDOS APENAS EM
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS OU
RAZÃO DA PRESTAÇÃO DE
DO EXERCICIO DO PODER DE
SERVIÇOS
POLÍCIA

É INADMISSÍVEL A RESCISÃO DA A RELAÇAO PODE SER


RELAÇÃO RESCINDIDA

SOMENTE COBRADA EM RAZÃO


PODE SER COBRADA EM RAZÃO
DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO
DA PRESTAÇÃO POTENCIAL
SERVIÇO

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RECEITA DERIVADA RECEITA ORIGINÁRIA

NÃO ESTÁ SUJEITA A


ESTÁ SUJEITA AOS PRINCÍPIOS
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS,
TRIBUTÁRIOS
APENAS ADMINISTRATIVOS

É COMPULSÓRIA NÃO É COMPULSÓRIO

SOMENTE PODE SER EXIGIDA PODE SER EXIGIDA POR PESSOA


POR PESSOA JURÍDICA DE JURICIDA DE DIREITO PÚBLICO
DIREITO PÚBLICO OU PRIVADO

NÃO TEM FINS LUCRATIVOS POSSUI FINS LUCRATIVOS

Quanto a alguns serviços, o STF e o STJ entendem o seguinte:

“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido


de que não se trata de tributo, mas de preço público, a
cobrança a título de água e esgoto. (STF: RE 447536/SC,
de 28/06/2005).”

“A natureza jurídica da remuneração dos serviços de


água e esgoto, prestados por concessionária de serviço
público, é tarifária, consubstanciando, assim,
contraprestação de caráter não tributário. (STJ: AgRg no
REsp 1193729/RJ, de 16/09/2012).”
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Por fim, quanto ao instituto do pedágio, temos que este remunera serviços
explorados e prestados tanto por pessoas jurídicas de direito público, hipótese
em que estaremos diante de uma taxa, quanto por pessoas jurídicas de
direito privado, situação em que será observada a cobrança de uma tarifa ou
preço público.

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(FUNIVERSA - 2011 - SEPLAG-DF - Auditor Fiscal de Atividades
Urbanas - Transportes) O valor cobrado pelo Estado do particular, por meio
de contrato e sob regime de direito privado, pela exploração de serviços
públicos é um(a):

a) receita derivada.

b) taxa.

c) preço público, que é uma receita originária.

d) tarifa, que é uma receita extraorçamentária.

e) tributo, que é uma receita originária.

Características básicas que não pertencem às taxas: regime de direito


privado, uma vez que são tributos e às quais se aplica o regime público; são
instituídas por meio de uma relação tributária, por meio de lei, e não por
meio de contrato, típicas características dos preços públicos (receita
originária). Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

(FCC - 2006 - DPE-SP - Defensor Público) Considere as afirmações:


I. O tributo encontra fundamento de validade na competência tributária da
pessoa política, não havendo necessidade, para que ele seja instituído e
cobrado, de que o Poder Público desenvolva, em relação ao contribuinte,
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qualquer atividade específica.

II. A Constituição Federal estabelece que, nos serviços públicos específicos e


divisíveis, a cobrança da taxa deve ser baseada na utilização, efetiva ou
potencial dos serviços pelo contribuinte.

III. A Constituição Federal traz expressa no seu texto a previsão de


contribuição, que por certo tem natureza tributária, obedece ao regime
jurídico tributário e possui uma única modalidade que é a contribuição social.

SOMENTE está correto o que se afirma em

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a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II.

e) III.

Item I) Incorreto. A previsão não se aplica a todos os tributos, mas apenas


aos impostos, às contribuições em geral e, a depender da lei instituidora, ao
empréstimo compulsório, como veremos mais adiante.

Item II) Correto. È a definição do que vem a ser uma taxa de serviços.

Item III) Incorreto. Conforme vimos já no enunciado desse item da aula,


as contribuições podem ser divididas em outras subespécies.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

(FUNIVERSA - 2009 - SEPLAG-DF - Analista - Planejamento e


Orçamento) Foi instituída, por parte do município, cobrança obrigatória de
valor para uso de espaço público por estabelecimento comercial. A respeito
dessa situação, assinale a alternativa correta.

a) Essa cobrança é preço público.


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b) O valor cobrado tem natureza de imposto, por ser obrigatório.

c) A cobrança instituída tem fundamento no poder de polícia do ente da


Federação; portanto, trata-se de taxa.

d) Os municípios não têm competência para instituir cobrança obrigatória de


valor para concessão de uso de área pública.

e) Trata-se de taxa de serviço imposta em função de que a utilização do


serviço público é efetiva ou potencial.

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Questão capciosa da banca, que tentou induzir o candidato a erro em razão
da utilização do termo “cobrança obrigatória”. Embora tenha sido utilizado o
termo, não se trata de algo compulsório, tendo em vista que ninguém é
obrigado a pagar nada caso não queira utilizar o espaço público.

A cobrança do valor não pode ter natureza tributária, uma vez que não se
reveste de caráter coercitivo, típico dessa espécie jurídica. Vejamos.

Por simples percepção, podemos notar que não se trata de empréstimos


compulsórios, contribuição especial ou contribuição de melhoria, sendo
descartadas todas as alternativas que possuem esses tributos.

Também não se mostra coerente classificar o valor cobrado como sendo um


imposto, uma vez que este possui caráter obrigatório e não vinculado, típico
dessas espécies tributárias. Nos impostos, não há qualquer atividade estatal
especifica por parte do Estado relativa ao contribuinte.

Por sua vez, também não estamos diante de uma taxa, já que esta também
apresenta caráter obrigatório, sendo cobrado do contribuinte
independentemente da sua vontade. Para a instituição de uma taxa, deve
existir o poder de polícia do Estado ou a prestação, efetiva ou potencial, de
um serviço publico especifico e divisível, o que não ocorre quando da
cobrança do valor para uso do espaço público.

Taxas e preço público não se confundem, uma vez que aquela possui
natureza tributária, enquanto estas não possuem essa prerrogativa.
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Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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Contribuições de Melhoria

A contribuição de melhoria é tributo presente na competência tributária de


todos os Entes Federativos, a chamada competência tributária comum.
Assim, tanto a União como os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir o tributo. Por sua vez, esse é talvez o tributo que tenha a
mais negativa das repercussões políticas junto aos cidadãos, quando cobrado
na prática.

A CM está prevista no artigo 145, III, da CF/88, que dispõe o seguinte:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

(...)

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras


públicas.”

Como podemos observar no texto do artigo acima, a contribuição de melhoria


é decorrente de obras públicas, sem a qual não poderá ser exigida do ente
que a institui. Como veremos adiante, não é o simples fato de haver uma
obra pública que permitirá a cobrança do tributo.

“Esse conceito ficou muito vago, professor. Decorrente de obras públicas


como? Em que sentido.”
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Essa pergunta não é respondida pela CF/88, que apenas se limitou a dizer
isso que consta no inciso III do artigo 145. Quem nos responde essa pergunta
e outras que possam vir a surgir é o Código Tributário Nacional (CTN) e o
Decreto-Lei federal nº 195, de 24 de fevereiro de 1967.

As principais características da contribuição de melhoria, presentes nos dois


normativos federais, são as seguintes (guarde bem):

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 Tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel
localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por
obras públicas, ou seja, seu fato gerador é a valorização
imobiliária dos imóveis beneficiados pela obra pública;

“Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na


Constituição Federal tem como fato gerador o
acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas
beneficiadas direta ou indiretamente por obras
públicas.” (art. 1 do Decreto-Lei n 195/67).

“Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a


contribuição de melhoria incide sobre o quantum da
valorização imobiliária. (STF: AI 694836, de 24/11/2009)”

“(...) a valorização imobiliária decorrente de obra pública -


requisito ínsito a contribuição de melhoria - persiste como
fato gerador dessa espécie tributaria. Hipótese de
recapeamento de via pública ja asfaltada: simples
serviço de manutenção e conservação que não acarreta
valorização do imóvel, não rendendo ensejo a
imposição desse tributo.(STF: RE 115863, de
29/10/1991).”

“1. A entidade tributante, ao exigir o pagamento de


contribuição de melhoria, tem de demonstrar o amparo
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das seguintes circunstâncias: a) a exigência fiscal decorre


de despesas decorrentes de obra pública realizada; b) a
obra pública provocou a valorização do imóvel; c) a
base de cálculo é a diferença entre dois momentos: o
primeiro, o valor do imóvel antes da obra ser iniciada;
o segundo, o valor do imóvel após a conclusão da obra.

2. “É da natureza da contribuição de melhoria a


valorização

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imobiliária” (Geraldo Ataliba). (...)

4. (...), no trato da contribuição da melhoria, adota o


critério de mais valia para definir o seu fato gerador ou
hipótese de incidência (no ensinamento de Geraldo
Ataliba, de saudosa memória).(STJ: REsp 614595/RS, de
17/05/2004).”

 É instituída para fazer frente aos custos decorrentes da obra pública,


adotando-se como critério o benefício resultante da obra;

 A apuração do valor da contribuição de melhoria devida,


dependendo da natureza das obras, far-se-á levando em conta a
situação do imóvel, sua testada, área, finalidade de exploração
econômica e outros elementos a serem considerados, isolada ou
conjuntamente;

 A determinação da contribuição de melhoria far-se-á rateando,


proporcionalmente, o custo parcial ou total das obras, entre
todos os imóveis incluídos nas respectivas zonas de influência da
obra;

 Será cobrada dos proprietários de imóveis situados nas áreas direta


e indiretamente beneficiadas pela obra;

 A cobrança terá, como limite total, o custo das obras realizadas


pelo poder público, computadas as despesas de estudos, projetos,
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fiscalização, desapropriações, administração, execução e


financiamento;

 Não poderá ser cobrado um valor total de contribuição de


melhoria maior que o despendido na obra, ainda que o valor da
valorização seja maior que o efetivamente gasto;

 Terá, como limite individual, o acréscimo de valor percebido


pelo imóvel, resultante da diferença entre o valor venal do imóvel

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após a conclusão da obra e o valor venal antes de iniciada a obra
pública.

 Não poderão ser exigidos valores de contribuição de melhoria


maiores do que aqueles decorrentes dos melhoramentos advindos
ao imóvel beneficiado pela obra. Se a obra, apesar de custosa, não
resultou em melhoramentos, ou resultou em valores menores do
que o custo da obra, nada mais poderá ser exigido dos
contribuintes.

A título de ilustração dos normativos presentes no CTN, temos o seguinte:

“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,


pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os


seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;


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b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada


pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da


valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas
diferenciadas, nela contidas;

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II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
para impugnação pelos interessados, de qualquer dos
elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução


e julgamento da impugnação a que se refere o inciso
anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será


determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados
na zona beneficiada em função dos respectivos fatores
individuais de valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte


deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma
e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que
integram o respectivo cálculo.” (Grifos nosso)

Quanto ao limite total e individual, talvez o tema mais importante para fins de
prova constante no CTN e relativo à contribuição de melhoria, temos o
seguinte exemplo que ajudará a ilustrar melhor os dois limites.

Como exemplo, imagine que determinada obra pública tenha custado R$


1.000.000,00 aos cofres da prefeitura do Recife. A obra resultou em
valorização imobiliária de R$ 10.000,00 para cada um dos 50 imóveis
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situados à Rua da Amizade.

Assim, a valorização total dos imóveis foi de R$ 500.000,00. Esse valor é


apenas metade do total gasto com a obra pública. Diante disso, o poder
público recifense não poderá ratear entre os proprietários do imóvel os R$
500.000,00 restantes, nada a mais podendo ser cobrado, uma vez que a
valorização máxima obtida pelo imóvel foi de apenas R$ 10.000,00. Entendeu
a sistemática, caro aluno? Os R$ 10.000,00 devidos por cada contribuinte
será o limite individual a ser levado em consideração, sendo descartado o
limite total, que seria R$ 20.000,00 (R$ 1.000.000,00 / 50).

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Imagine agora a situação contrária. O custo da obra foi de R$ 1.000.000,00,
mas a valorização individual de cada um dos 50 imóveis foi de R$ 50.000,00.
Assim, teremos valorização total de R$ 2.500.00,00. Ou seja, R$
1.500.000,00 a mais de valorização imobiliária do que o custo total da obra.
Logo, o poder público poderá cobrar contribuição de melhoria em razão da
valorização total do imóvel. Correto? Errado. O valor total a ser cobrado será
proporcional ao custo da obra, de R$ 1.000.000,00. Nenhum valor a mais
será cobrado caso excedente a esse valor.

A contribuição de melhoria é instituída para fazer frente ao custo da obra.


Atente bem: O CUSTO DA OBRA! E não para fazer frente à valorização
obtida pelos imóveis. Nem para financiar a obra realizada.

Dividindo R$ 1.000.000,00 por 50 imóveis, teremos R$ 20.000,00 para cada


um dos imóveis, sendo esse o valor a ser pago por cada um dos
contribuintes, ainda que a valorização percebida por cada um dos imóveis
tenha sido de R$ 50.000,00. Para esse caso, o custo total da obra será o
limite total da contribuição de melhoria, sendo desprezado o limite individual.

Observe que do confronto entre o limite individual e o limite total, deverá


ser adotado aquele que resulte em menor valor de contribuição de
melhoria a ser paga pelos contribuintes. MUITA ATENÇÃO A ESSE
DETALHE, CARO ALUNO! O MENOR VALOR!

Que espécie normativa é competente para instituir a contribuição de


melhoria? Poderá ser qualquer lei em sentido estrito dos Entes políticos
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previstos na CF/88, não tendo esta exigido nenhum normativo específico.

Por sua vez, a contribuição de melhoria é tributo sujeito a todos os


princípios constitucionais presentes na CF/88, em especial os
princípios da anterioridade anual e nonagesimal.

Uma vez que são instituídas para fazer frente ao custo de uma obra pública a
ser realizada pelo Ente político instituidor, as contribuições de melhoria
são tributos vinculados, uma vez que há uma contraprestação estatal junto
ao contribuinte: a obra pública realizada.

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Os valores arrecadados com a contribuição de melhoria poderão ser utilizados
em qualquer despesa pública, não existindo mandamento constitucional que
vincule suas receitas a determinada despesa. Diante disso, podemos dizer
que a arrecadação do tributo é não vinculada.

“Ora, professor. E ela não é para financiar a obra pública não?” Essa é lógica
mesmo. Mas não é assim que ocorre em termos financeiros. O valor
arrecadado não é destinado de maneira exclusiva à obra, uma vez que
primeiro a obra é realizada para que depois sejam arrecadados os valores,
regra geral.

Por sua vez, a arrecadação e a cobrança dos valores devem ser feito
posteriormente à realização da obra, ainda que parcial (em alguns casos,
poderá ser cobrada durante a realização da obra pública). Logo, nenhum
valor poderá ser cobrado sem que exista obra finalizada ou em curso, e das
quais já resulte valorização imobiliária.

Já quanto à sujeição passiva, temos o Ente político no polo ativo e o


proprietário do imóvel no polo passivo da relação tributária.

“Professor, uma pergunta ficou me martelando aqui: e que tipo de obra


enseja a cobrança de uma contribuição de melhoria? Quem define são os
entes políticos competentes?”

Não. Essa previsão está contida no artigo 2º do Decreto-Lei nº 195/67. Uma


parte da lista segue abaixo, mas quero pedir veementemente que não decore
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um inciso sequer, ok? É apenas a título ilustrativo.

“Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de


valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de
qualquer das seguintes obras públicas:

I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação,


arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de
praças e vias públicas;

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II - construção e ampliação de parques, campos de
desportos, pontes, túneis e viadutos;

(...)

VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;

VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral,


inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de
aspecto paisagístico.”

Por fim, temos um pequeno resumo das principais características da


contribuição de melhoria:

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(IESES - 2011 - TJ-MA - Titular de Serviços de Notas e de Registros -
Provimento por ingresso) Leia com atenção as afirmações e assinale
abaixo a única alternativa correta:

I. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor


nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei, e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

II. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador


da respectiva obrigação, sendo relevante igualmente, conforme o Código
Tributário Nacional, a destinação legal do produto de sua arrecadação.
III. O Empréstimo Compulsório, conforme a Constituição Federal, somente
pode ser instituído pela União, sendo que os Estados e os Municípios não
podem exercer tal competência.

IV. Com a redação do art.145, III, CF, o critério da valorização deixou de ser
importante para caracterizar o aspecto material da hipótese de incidência da
Contribuição de Melhoria, sendo esta a orientação majoritária da doutrina e
jurisprudência nacionais.

A sequencia correta é:

a) As assertivas I e III estão corretas.

b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

c) Apenas a assertiva IV está correta.

d) As assertivas I, II, III e IV estão corretas.


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Item I) Correto. Essa redação é cópia literal do que consta no caput do


artigo 3º do CTN, dispondo sobre a natureza dos tributos e das suas
características primordiais e que devem ser conhecidas por todos os
candidatos aos cargos fiscais. DECORE esse artigo, caro aluno.

Item II) Incorreto. O artigo 4º do CTN dispõe que são IRRELEVANTES (e


não relevantes, como afirma a questão) para a definição na natureza jurídica
específica de um tributo a denominação e demais características formais

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adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação, sendo
RELEVANTE apenas o seu fato gerador.

“Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é


determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação,
sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas


pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.”

Item III) Correto. O empréstimo compulsório é de competência exclusiva


da União, conforme determina o artigo 148 da CF/88, não podendo ser
instituído por nenhum outro ente político da nossa federação.

Item IV) Incorreto. Essa valorização imobiliária é a razão de existência da


contribuição de melhoria, sendo aquela decorrente de obra pública realizada
pelo ente competente para instituir o tributo. Somente será devida a
contribuição de melhoria caso seja observada a valorização imobiliária do
imóvel em decorrência de obra pública.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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Contribuições Especiais

Nesse item da aula veremos as contribuições especiais, gênero do qual são


espécies as seguintes contribuições:

 Contribuições Sociais:

 Contribuições para a Seguridade Social;

 Contribuições Sociais Gerais;

 Outras contribuições sociais;

 Contribuições sociais residuais;

 Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE);

 Contribuições Corporativas;

 Contribuição de Iluminação Pública (COSIP).

As três primeiras espécies tributárias que veremos nesse item da aula, em


regra, estão afetas à competência tributária da União, conforme nos diz o
artigo 149 da nossa CF/88:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas
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respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,


e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para
o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de
que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.

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§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no
domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de


exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos


estrangeiros ou serviços;

III - poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita


bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o
valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de


importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na
forma da lei.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições


incidirão uma única vez.” (Grifos nosso)

Observe que a regra somente é excepcionada em razão do que consta no §1º


do artigo, que possibilitou aos Estados, Distrito Federal e Municípios a
instituição de contribuição previdenciária a ser cobrada dos seus respectivos
servidores, em benefícios destes. Observe que essa contribuição é destinada
APENAS AO FINANCIMENTO DO SISTEMA PREVIDÊNCIÁRIO DESSES
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ENTES. Logo, não abrange outras áreas normalmente oferecidas por regimes
dessa natureza, como assistência odontológica, assistência social, entre
outros. Veremos essa contribuição mais adiante.

Exceto em relação a essa contribuição, a competência da União é plena em


relação às demais contribuições constantes no caput do artigo 149 da CF/88,
uma vez que estão compreendidas na chamada competência tributária
exclusiva. Atente bem, caro aluno: a competência é exclusiva.

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Por sua vez, a COSIP está prevista no artigo 149-A da CF/88, tendo sido
acrescentado pela emenda constitucional nº 39/2003, atribuindo aos
Municípios e ao Distrito Federal a instituição dessa contribuição:

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão


instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que


se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”

Em ambos os casos (artigo 149 e 149-A), o produto resultante da


arrecadação das contribuições serão destinadas a uma finalidade específica
previamente estabelecida, sendo assim consideradas tributos de
arrecadação vinculada.

Por sua vez, regra geral, as contribuições previstas nos artigos 149 e
149-A se submetem aos princípios da legalidade e da anterioridade,
tanto anual quando nonagesimal. As exceções aos princípios são relativas
apenas às contribuições sociais para a seguridade social e à CIDE-
combustíveis.

Quanto ao princípio da legalidade, em regra, todas as contribuições sociais


devem ser instituídas por meio de lei ordinária, seja da União ou dos demais
entes políticos, exceto em relação às contribuições residuais criadas pela
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União, que necessitam de lei complementar, da mesma forma que ocorre


para os impostos residuais (artigo 195, §4º, da CF/88). Por sua vez, devem
ainda obedecer ao que consta na CF/88 em relação à lei complementar que
estabelece normas gerais em matéria de legislação tributária.

A exceção ao princípio da legalidade fica por conta da alteração das


alíquotas da CIDE-combustíveis, que poderão ser reduzidas e
restabelecidas por ato do Poder Executivo, conforme o artigo 177, §4º,
da CF/88. Estudaremos melhor esse tema aos vermos a CIDE-combustíveis.

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Por sua vez, apenas o princípio da anterioridade anual possui exceções
quanto às contribuições, e apenas em relação:

 às contribuições para a seguridade social, previstas no artigo 195,


I a IV, que devem aguardar apenas o prazo de noventa dias para que
possam produzir efeitos; as residuais, por sua vez, DEVEM OBEDIÊNCIA
TOTAL AO PRINCÍPIO DA NOVENTENA. (artigo 195, §6º, da CF/88)

 novamente, à CIDE-combustíveis, conforme o artigo 177, §4º,


quanto à redução e restabelecimentos de alíquotas, que somente
devem obediência ao prazo de noventa dias para começarem a
surtir efeito junto aos contribuintes.

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Por fim, as contribuições especiais são ainda chamadas de contribuições


parafiscais por alguns doutrinadores, por mais que a expressão já se encontre
em desuso. Essas contribuições, quando foram instituídas originalmente,
tinham como um dos seus objetivos a arrecadação de recursos em prol de
determinadas entidades não integrantes da Administração Pública, porém,
que realizavam atividades de interesse público.

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Atualmente, algumas das contribuições do artigo 149 e a do 149-A são
destinadas à própria administração pública, motivo pelo qual já não é mais
correta a aplicação da nomenclatura a todas as espécies de contribuições
especiais. Como exemplo, temos a COSIP.

Da mesma maneira, é irrelevante a pessoa jurídica arrecadadora para


fins de classificação da espécie tributária como contribuição ou não,
uma vez que essas contribuições especiais possuem arrecadação vinculada.
Se destinada ao financiamento de alguma atividade, em especial a seguridade
social, serão contribuições especiais.

(FGV - 2008 - Senado Federal - Advogado) É tributo contraprestacional:

a) a CSLL.

b) o IRPJ.

c) a COFINS.

d) a contribuição para o CREA.

e) a taxa judiciária.

Todas as hipóteses constantes nas alíneas “a” a “d” apresentam contribuições


especiais, conforme veremos mais adiante. Assim, todas elas são não-
contraprestacionais. Por sua vez, a taxa é a única espécie da lista em que
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essa característica é observada.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão

Vamos ver agora cada uma dessas espécies tributárias.

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Contribuições Sociais

Contribuição social é a espécie no qual estão contidas três subespécies:

 Contribuições para a Seguridade Social;

 Contribuições Sociais Gerais;

 Outras Contribuições Sociais.

Alem destas, temos também a competência residual da União quanto à


criação de contribuições residuais para a seguridade social, conforme nos diz
o seu artigo 195, §4º:

“§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a


garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I.”

As contribuições residuais são conhecidas como outras contribuições,


conforme classificação adotada pelo STF.

Conforme previsão constante na parte final do §4º, e segundo o que foi


comentado anteriormente, essas novas contribuições para a seguridade
social serão instituídas por lei complementar, não podendo ter base
de cálculo ou fato geradores idênticos aos já previstos para outras
contribuições, devendo ainda ser não cumulativas.

“Art. 154. A União poderá instituir:


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I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;”

“Professor, mas esse item fala de impostos, e não de contribuições. Não seria
o caso de as contribuições não terem fato gerador ou base de calculo própria
de impostos já discriminados na CF/88, ao invés de outras contribuições? De
onde você tirou isso?”

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Quem me disse isso foi o STF, entendendo que a interpretação contida no
inciso I deve ser adaptada caso a caso. Quando falamos em impostos, é
imposto. Quando contribuições, será relativamente a contribuições. Assim,
UMA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL RESIDUAL PODERÁ TER FATOS
GERADORES OU BASES DE CÁLCULOS DE IMPOSTOS JÁ PREVISTOS
NA CF/88, UMA VEZ QUE NÃO HÁ PROIBIÇÃO ALGUMA PARA TANTO.

Por sua vez, nenhuma disposição do texto constitucional confere exceção a


nenhum princípio da CF/88. Diante disso, AS CONTRIBUIÇÕES RESIDUAIS
PARA A SEGURIDADE SOCIAL ESTÃO SUBMETIDAS AO PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE, AO DA NOVENTENA E AO DA LEGALIDADE, bem
como aos demais princípios.

Vista essa apresentação das contribuições residuais, vamos às demais


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contribuições sociais, previstas no texto constitucional.

Contribuições Sociais para a Seguridade Social

As contribuições sócias para a seguridade social estão previstas no artigo 149


da CF/88, visto anteriormente. Possuem ainda disposições mais específicas
contidas no artigo 195 da mesma Carta Federal. Nesse artigo estão
discriminadas diversas fontes de financiamento (base de incidência) da

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seguridade social, por meio de contribuições previstas nos incisos I a IV. Seu
texto é o seguinte:

“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela


equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho


pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da


previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou


de quem a lei a ele equiparar.” (Grifos nosso)
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De pronto, temos que saber que todas as contribuições sociais previstas


nos incisos do artigo 195 poderão ser instituídas por meio de lei
ordinária, uma vez que não há a necessidade de lei complementar
para tanto. Essa necessidade se verifica apenas para as novas contribuições,
as contribuições sociais residuais, conforme vimos anteriormente.

Assim, caso a base de incidência das contribuições sociais para a


seguridade social já esteja previsto no corpo da CF/88, será
necessário apenas lei ordinária da União. Caso não esteja previsto,

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enquadrando-se como contribuição residual, será necessária lei
complementar.

Por sua vez, conforme veremos ao estudar os princípios constitucionais, as


contribuições sociais para a seguridade social previstas no texto da CF/88 são
exceções à anterioridade anual, devendo obediência apenas ao princípio da
noventena. Guarde isso!

Ou seja, ao serem instituídas ou majoradas (o texto do artigo 195, §6º,


fala em instituídas ou modificadas, mas possuindo o mesmo alcance do
artigo 150, III, conforme entendimento do STF), há necessidade apenas de
aguardar 90 dias contados da data da publicação da lei para que possam
surtir efeitos juntos aos contribuintes. Porém, como vimos, as contribuições
sociais para seguridade social RESIDUAIS submetem-se a todos os princípios
constitucionais tributários, inclusive da anterioridade.

Por sua vez, deve-se atentar bem para as bases de incidência das
contribuições sociais para a seguridade social previstas nos incisos I a IV do
artigo 195:

 Contribuição do empregador, das empresas e das entidades a


eles equiparados, podendo incidir em três situações:

 Sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho PAGOS


OU CREDITADOS a pessoa física que lhe presta serviço, mesmo sem
vinculo empregatício, podendo o pagamento ser a qualquer título;
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 Sobre a receita ou o faturamento;

 Sobre o lucro obtido;

 Contribuição social a cargo do trabalhador e dos demais


segurados da previdência social (RGPS), exceto em relação às
aposentadorias e pensões concedidas pelo Regime Geral de Previdência
Social, que ficarão imunes a contribuições sociais;

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 Contribuições sociais incidentes sobre a receita obtida com os
concursos de prognósticos (Loterias, apostas em corridas de
cavalos, entre outros);

 Contribuições sociais devidas pelo importador de bens ou


serviços do exterior, ou quem a lei a ele equiparar.

Guarde bem essas hipóteses caro aluno, elas são muito importantes para fins
de prova. Observe também que a obrigação de contribuir com a seguridade
social é independente do grau de relação dos colaboradores com os
destinatários dos benefícios.

A seguridade social e instituto de caráter solidário, devendo toda a sociedade


contribuir para o seu financiamento, conforme consta no caput do artigo 195,
exigindo participação do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores,
ainda que direta ou indiretamente. Muitos dos contribuintes são eleitos pelas
normas instituidoras das contribuições sem que jamais venham a ser
destinatários de um beneficio sequer da seguridade social.

Por sua vez, as contribuições sociais relativas às empresas,


empregadores e entidades equiparadas poderão (NÃO É UMA
OBRIGATORIEDADE!!!) ter alíquotas ou bases de cálculo
diferenciadas, em razão (artigo 195, §9º, da CF/88):

 Da atividade econômica;

 Da utilização intensiva de mão-de-obra;


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 Do porte da empresa;

 Da condição estrutural do mercado de trabalho.

De outro modo, a lei definirá os setores de atividade econômica para os


quais as contribuições incidentes sobre a receita e o faturamento e
sobre o importador de bens ou serviços do exterior serão não-
cumulativas (é uma imposição da CF/88). Essa previsão será aplicada
também no caso de substituição gradual, total ou parcial, das contribuições
devidas pelas empresas e empregadores sobre a folha de salários e

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rendimentos pela contribuição incidente sobre a receita ou o faturamento.
(Artigo 195, §§12 e 13, da CF/88)

Por sua vez, são imunes a contribuições sociais para a seguridade


social as entidades beneficentes de assistência social que atendam
aos requisitos estabelecidos em lei.

Essa previsão de imunidade visa proteger da tributação as entidades


beneficentes que prestam serviços de assistência social, uma das vertentes
da Seguridade Social no nosso país. Muitas delas são as próprias beneficiárias
dos recursos obtidos com a arrecadação das contribuições sociais, não sendo
razoável cobrar contribuições sociais dessas entidades, somado ao fato de
possuírem recursos diminutos para o desempenho de suas atividades.

Essa imunidade, bem como os requisitos para fruição da imunidade, foi


estudada quando vimos as imunidades tributárias. (artigo 195, §7º, da
CF/88)

Quanto às contribuições sociais para a seguridade social temos ainda o


seguinte na CF/88:

 As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas


à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.

 A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma


integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
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assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas


na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.

 A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

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 Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.

 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

 A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema


único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,
observada a respectiva contrapartida de recursos.

 É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições


sociais incidentes sobre a folha de salário e rendimentos (inciso I, a) e
devidas pelos trabalhadores e segurados do RGPS (inciso II), para
débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

Vamos agora às contribuições sociais gerais.

Contribuições Sociais Gerais

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As contribuições sócias gerais são as que se destinam a financiar a atuação


da União em outras áreas que não a da seguridade social. Essas contribuições
são regidas pelas mesmas normas aplicadas às demais contribuições
elencadas no artigo 149 da CF/88, sem qualquer distinção de caráter geral.

Uma vez que previstas no artigo 149, são, pois, tributos, submetendo-se aos
princípios aplicáveis aos demais tributos, sem exceções, devendo assim ser
instituídos por meio de lei ordinária da União, ente com competência
exclusiva para instituí-los.

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As principais contribuições que fazem parte das chamadas contribuições
sociais gerais são as seguintes:

 Contribuição para o Salário-Educação, prevista no artigo 212, §5º, da


CF/88:
“Art. 212. (...)
§5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação,
recolhida pelas empresas na forma da lei.”
“A CF/88 acolheu o salário-educação, havendo mantido de
forma expressa -- e, portanto, constitucionalizado --, a
contribuição, então vigente, a exemplo do que fez com o
PIS-PASEP (art. 239) e com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT),
valendo dizer que a recepcionou nos termos em que a
encontrou, em outubro/88. Conferiu-lhe, entretanto, caráter
tributário, por sujeitá-la, como as demais contribuições
sociais, à norma do seu art. 149, sem prejuízo de havê-la
mantido com a mesma estrutura normativa do Decreto-Lei
n.º 1.422/75 (mesma hipótese de incidência, base de
cálculo e alíquota)(...) (STF: RE 290079, de 17/10/2001)”.
“Súmula STF nº 732: É constitucional a cobrança da
contribuição do salário-educação, seja sob a carta de 1969,
seja sob a constituição federal de 1988, e no regime da lei
9424/1996”.
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 Contribuições destinadas aos Serviços Sociais Autônomos, o chamado


Sistema “S” (SENAI, SESC, SESI, SENAT, SENAC, SENAR, SEST, entre
outros), estando previstas nos artigos 240 da atual CF/88 e no artigo
62 da ADCT:
“Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as
atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a
folha de salários, destinadas às entidades privadas de

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serviço social e de formação profissional vinculadas ao
sistema sindical.”
“Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural (SENAR) nos moldes da legislação relativa ao Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço
Nacional de Aprendizagem do Comércio (SENAC), sem
prejuízo das atribuições dos órgãos públicos que atuam na
área.”
Deve ser ressaltado que, embora o SEBRAE faça parte desse
sistema S, a contribuição a ele devida não é uma contribuição
social geral, mas uma Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (CIDE), conforme decisão do STF. Veja alguns
julgamentos:
“O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n.
396.266, relator Ministro Carlos Velloso, fixou entendimento
de que a contribuição para o SEBRAE configura contribuição
de intervenção no domínio econômico. (RE 443449/PR, de
30/08/2011).”
“1. Autonomia da contribuição para o SEBRAE alcançando
mesmo entidades que estão fora do seu âmbito de atuação,
dado o caráter de intervenção no domínio econômico de que
goza. Precedentes. 2. É legítima a disciplinação
normativa mediante lei ordinária, dado o tratamento
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dispensado à contribuição. (AI 650194/PR, de


04/08/2009).”
 Contribuição Social devida pelos empregadores em caso de despedida
de empregado sem justa causa, à alíquota de 10%, incidente sobre o
montante de todos os depósitos devidos, referentes ao FGTS, durante a
vigência do contrato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis
às contas vinculadas, conforme lei complementar federal nº 110/2001.

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Vistas as contribuições sociais, vamos em frente. No item seguinte trataremos
das CIDE, as contribuições de intervenção no domínio econômico, à qual
pertence a contribuição destinada ao SEBRAE.

Contribuições Previdenciárias dos Demais Entes Políticos

A CF/88 conferiu competência tributária quanto a uma única hipótese de


instituição de contribuições sociais por entes que não a União, prevista no §1º
do artigo 149.

“Art. 149. (...)

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para
o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de
que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.”

Caso assim desejem, os demais entes políticos, por meio de lei própria
poderão instituir regime previdenciário de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial. 01077787502

Para tanto, instituirão também contribuição previdenciária para o respectivo


custeio, cobrada dos seus servidores titulares de cargos efetivos. Entretanto,
a alíquota da contribuição não poderá ser INFERIOR àquela cobrada
da União, para a mesma situação, dos seus servidores titulares de
cargos efetivos, cujo valor, atualmente, é de 11%.

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Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)

Nesse item da nossa aula estudaremos as Contribuições de Intervenção no


Domínio Econômico (CIDE), prevista genericamente no artigo 149 da nossa
CF/88. Esse artigo nos diz o seguinte:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,
e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...)

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no


domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de


exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos


estrangeiros ou serviços;

III - poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita


bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o
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valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de


importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na
forma da lei.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições


incidirão uma única vez.” (Grifos nosso)

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Primeiro ponto importante: A INSTITUIÇÃO DE CIDE’S COMPETE
EXCLUSIVAMENTE A UNIÃO. Somente este ente político detém
competência tributária para instituir, cobrar e regular o tributo, e ainda assim
dentro do que prevê a CF/88.

Como seu próprio nome nos diz, as contribuições são instituídas para permitir
a intervenção estatal na economia, regulando situações anômalas ou
prevenindo a sua ocorrência danosa na economia nacional, caracterizando-se
como um típico instrumento do Estado intervencionista.

A atividade intervencionista por meio das CIDE pode se dar tanto em termos
fiscalizatórios, exercendo o controle sobre determinados setores e situações,
quanto por meio da atividade de fomento a determinados setores da
economia, como forma de incentivo ao seu melhoramento e crescimento.

Diante disso, vemos o nítido caráter extrafiscal do tributo, uma vez que
sua função precípua é a de intervir na economia, regulando, fiscalizando e
planejando-a, e não a função meramente arrecadatória, típica dos impostos.
A função arrecadatória, quando à CIDE, é secundária quanto ao tributo.

A CIDE é um tributo de arrecadação vinculada, uma vez que os recursos


oriundos serão destinados a atividades previstas na lei instituidora de cada
uma das contribuições.

Por sua vez, é um tributo não-vinculado, uma vez que não há uma
contraprestação estatal quanto a ocorrência do seu fato gerador. O dever de
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pagar o tributo decorre de disposição expressa de lei, que não prevê


nenhuma atividade estatal específica relativa ao contribuinte, como se
observa quanto às taxas e às contribuições de melhoria.

Em regra, a CIDE está sujeita aos princípios da anterioridade, da


noventena e da legalidade, sendo exceção, atualmente, apenas a
CIDE-combustíveis (instituída por meio da lei federal nº 10.336/01)
quanto aos princípios da legalidade, em relação à redução e ao
restabelecimento de alíquotas, e da anterioridade, uma vez que as
alterações de alíquotas somente devem obediência ao princípio da

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noventena, estando as exceções previstas expressamente no texto
constitucional (artigo 177, §4º).

Segundo ponto importante: a CIDE é instituída por meio de lei


ordinária, uma vez que não há qualquer menção no texto constitucional à
necessidade de lei complementar para a instituição desse tributo.

Entretanto, a hipótese de criação por meio de lei ordinária não significa que
as CIDE’s não estejam sujeitas às leis de normas gerais tributárias, estas sim
instituídas por meio de lei complementar e à qual as CIDE’s devem
obediência, conforme prevê o próprio texto do artigo 149: “... observado o
disposto nos arts. 146, III ...”

O artigo 146, III, da CF/88, por sua vez, nos diz o seguinte:

“Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria


tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação


tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como,


em relação aos impostos discriminados nesta
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases
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de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo


praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte,

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inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas
no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere
o art. 239.” (Grifos nosso)

Observe o que dispõe o STF sobre o assunto em dois julgados seus:

“As contribuições de intervenção no domínio econômico


podem ser criadas por lei ordinária e não exigem vinculação
direta entre o contribuinte e a aplicação dos recursos
arrecadados. (RE 449233 AgR/RS, de 08/02/2011).”

“O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido


da dispensabilidade de lei complementar para a criação das
contribuições de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais. (AI 739715 AgR/RJ,
de 26/05/2009).”

Os incisos I a III do §2º do artigo 149 nos fala sobre uma hipótese de
incidência e de uma de não-incidência, dispondo ainda sobre a natureza das
alíquotas a incidirem sobre uma determinada base de cálculo.

Segundo o inciso I, a CIDE não incidirá sobre as receitas decorrentes de


exportação, abrangendo tanto a exportação de mercadorias quanto a de
serviços. Essa é mais uma hipótese de desoneração tributária conferida às
exportações, que inclui ainda uma grande variedade de impostos e outras
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contribuições.

Por sua vez, o inciso II define que a CIDE INCIDIRÁ sobre a importação
de mercadorias ou serviços oriundos do exterior, não dispondo sobre
nenhuma exceção. Assim, em regra, qualquer mercadorias ou serviço
poderá ser tributado com uma CIDE, conforme vier a prever a lei de
instituição.

As alíquotas a serem aplicadas quando da tributação com uma CIDE poderão


ser do tipo ad valorem ou específica.

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As alíquotas ad valorem são aquelas que incidem proporcionalmente ao valor
da transação ou outro valor que defina a operação tributada, como o
faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro.

Por sua vez, a alíquota específica é aquela que toma em consideração valores
relativos ao objeto transacionado, como o peso, volume, unidades, tamanho,
entre outros (R$/Kg, R$/unidade, etc.)

Já o §3º atribui à lei ordinária a possibilidade de equiparação da pessoa


física a uma jurídica quando destinatária de operações de importação.
Nessas situações, as pessoas físicas estarão sujeitas às mesmas
regras a serem cumpridas pelas pessoas jurídicas em relação à CIDE .

Por fim, cabe também à lei ordinária definir as hipóteses em que a CIDE
incidirá apenas uma única vez, conforme disposto no §4º. Ou seja, somente
uma etapa da circulação ou da produção será onerada pela CIDE, impedindo
a tributação em cascata ou cumulativa.

Atualmente existem duas CIDE’s importantes: CIDE-Combustíveis e CIDE-


Royalties.

A CIDE-Combustíveis foi instituída por meio da lei ordinária federal nº


10.336/01, e incide sobre a importação e a comercialização de petróleo,
gás natural e seus derivados e sobre o álcool etílico combustível. Incide tanto
sobre mercadorias nacionais quanto importadas.
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Os recursos obtidos com a CIDE-combustiveis serão destinados para as


seguintes finalidades, conforme o artigo 1º, §1º, da lei federal:

“§ 1o O produto da arrecadação da CIDE será destinada, na


forma da lei orçamentária, ao:

I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de


álcool combustível, de gás natural e seus derivados e
de derivados de petróleo;

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II - financiamento de projetos ambientais relacionados
com a indústria do petróleo e do gás; e

III - financiamento de programas de infra-estrutura de


transportes.” (Grifos nosso)

Nesse sentido, o STF decidiu ser inconstitucional a destinação da CIDE a


outras finalidades que não as constantes nos casos acima, uma vez que se
trata de tributo de arrecadação vinculada:

“CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO


ECONÔMICO - IMPORTAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE
PETRÓLEO E DERIVADOS, GÁS NATURAL E DERIVADOS E
ÁLCOOL COMBUSTÍVEL - CIDE - DESTINAÇÃO - ARTIGO 177,
§ 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. É inconstitucional
interpretação da Lei Orçamentária nº 10.640, de 14 de
janeiro de 2003, que implique abertura de crédito
suplementar em rubrica estranha à destinação do que
arrecadado a partir do disposto no § 4º do artigo 177
da Constituição Federal, ante a natureza exaustiva das
alíneas "a", "b" e "c" do inciso II do citado parágrafo. (ADI
2925, 19/12/2003).” (Grifos nosso)

A CIDE-combustíveis é a única que possui disposições contidas na CF/88,


mais precisamente no §4º do artigo 177, que assim dispõe:

“§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no


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domínio econômico relativa às atividades de importação


ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
natural e seus derivados e álcool combustível deverá
atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:

a) diferenciada por produto ou uso;

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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se
lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de


álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados
de petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com


a indústria do petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de


transportes”

Observe que a previsão do inciso II é idêntica à que consta na lei federal,


regulando o destino a ser dado com a arrecadação da contribuição.

O inciso I nos fala sobre as alíquotas da contribuição. Na alínea “a” está


prevista a possibilidade de diferenciação das alíquotas em razão do
uso a ser dado aos combustíveis, previsão que foi seguida na lei
federal. Assim, poderemos ter determinado combustível destinados à
indústria têxtil com alíquotas de 10%, enquanto o mesmo combustível, se for
ser utilizado na produção de agrotóxicos, terá alíquota de 12%, por exemplo.

Já a alínea “b” trata de uma das características mais marcantes da CIDE-


combustíveis para fins de concurso: a possibilidade da redução e do
restabelecimento de alíquotas da contribuição por meio de ato do poder
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executivo, sem que se tenha que obedecer ao princípio da anterioridade,


configurando-se como mais uma exceção ao princípio.

Assim, as REDUÇÕES E RESTABELECIMENTOS (E NÃO AUMENTOS) DE


ALIQUOTAS DA CIDE-COMBUSTÍVEIS NÃO SE SUJEITAM AO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E NEM AO DA ANTERIORIDADE ANUAL.
Entretanto, submetem-se ao princípio da noventena, devendo esperar o prazo
de noventa dias, contados da publicação da lei, para que possam vir a ser
cobradas as novas alíquotas.

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Observe que a CF/88 fala em restabelecimento de alíquotas, que é o ato
posterior à redução, em que os valores retornam a, no máximo, àqueles que
foram estipulados inicialmente na lei de criação.

Por exemplo, caso a lei federal tenha estipulado uma determinada alíquota de
20% para um combustível qualquer. Por meio de ato próprio, o poder
executivo reduziu essa alíquota para 10%, sendo perfeitamente válido.

Caso o mesmo Poder Executivo queira restabelecer a alíquota, ele somente


poderá fazer isso até o teto de 20%, que é o constante na lei. NUNCA EM
NÍVEL SUPERIOR À ESSE PERCENTUAL.

Por fim, quanto a CIDE-combustíveis, temos como contribuintes desse tributo


as pessoas previstas no artigo 3º da lei federal, quais sejam: o produtor, o
formulador e o importador, seja ele pessoa física ou jurídica, quanto aos
combustíveis a serem tributados com a contribuição.

Por sua vez, a CIDE-Royalties foi instituída por meio da lei federal nº
10.168/00, instituindo também o Programa de Estimulo à Interação
Universidade-Empresa para o apoio à inovação.

A CIDE-Royalties é devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso


ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela
signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia,
firmados com residentes ou domiciliados no exterior.

Será devida ainda pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que


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tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e


semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior,
bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem,
empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários
residentes ou domiciliados no exterior.

A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues,


empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no
exterior, a título de remuneração, nos quais será aplicada alíquota de 10%
sobra a respectiva base de cálculo.

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Assim como a relativa aos combustíveis, a CIDE-Royalties também tem seus
recursos vinculados a despesas específicas, e destinados ao desenvolvimento
tecnológico do país, confirmando, mais uma vez, seu caráter de tributo de
arrecadação vinculada.

Por sua vez, a contribuição será recolhida ao Tesouro Nacional e destinada ao


Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT,
devendo ser alocados em categoria de programação específica. Por sua vez,
do total dos recursos, trinta por cento, no mínimo, serão aplicados em
programas de fomento à capacitação tecnológica e ao amparo à pesquisa
científica e ao desenvolvimento tecnológico nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste.

Por fim, diferentemente da CIDE-combustíveis, essa contribuição está sujeita


aos princípios constitucionais tributários, sem exceção.

As demais CIDE instituídas pela União são as seguintes:

 Contribuição para o SEBRAE (lei federal nº 8.029/90), embora a lei de


instituição a ela se refira como uma adicional às alíquotas das
contribuições sociais destinadas a entidades específicas (SESI, SENAC,
entre outros);

 Adicional de Tarifa Portuária (ATP), criado pela lei federal nº 7.700/88);

 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM),


criado pela lei federal nº 10.893/04:
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“Súmula STF nº 556: O adicional ao frete para renovação da


marinha mercante (AFRMM) é contribuição parafiscal, não
sendo abrangido pela imunidade prevista na letra "d", iii, do
art. 19 da constituição federal.”
 Contribuições exigidas pelos extintos IAA (Instituto do Açúcar e do
Álcool) e IBC (Instituto Brasileiro do Café).

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(FGV - 2011 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - prova 2)
A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que:

a) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir,


exclusivamente, os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de
melhoria.

b) de acordo com o Código Tributário Nacional, considera-se imposto o tributo


vinculado a qualquer atividade estatal específica.

c) a taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem,


como possível fato gerador, o exercício regular do poder de polícia.

d) a instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico


e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, é de competência
exclusiva da União.

e) a contribuição de melhoria é o tributo cobrado em função da realização de


obras e prestação de serviços.

Alternativa a) Incorreta. A atual configuração do nosso sistema tributário


nacional prevê ainda mais duas espécies de tributos: os empréstimos
compulsórios e as contribuições especiais ou gerais. Os impostos, as taxas e
as contribuições de melhoria, por sua vez, pertencem à chamada competência
comum, podendo, dentro dos limites e campo de incidência estipuladas na
CF/88, ser instituídas por todos os entes políticos.

Alternativa b) Incorreta. Essa definição de tributo está relacionada ao


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conceito de taxas, e não ao de impostos, que são tributos desvinculados de


qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Enquanto os
impostos são denominados de tributos não-vinculados, as taxas são
denominadas de tributos vinculados, uma vez que exigem uma atividade
estatal específica relativa ao contribuinte, seja por meio da prestação de um
serviço publico, seja por meio do exercício regular do poder de polícia.

Alternativa c) Incorreta. Vale a mesma explicação dada anteriormente,


uma vez que as taxas são tributos vinculados a uma atividade estatal

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específica relativa ao contribuinte, tendo como fato gerador, junto com a
prestação de serviço, o exercício regular do poder de polícia.

Alternativa d) Correta. Essa alternativa está de acordo com o que prevê o


artigo 149 da CF/88, que dispõe sobre a competência exclusiva da União
quanto à instituição dessas espécies tributárias. Veja o que nos diz o artigo:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.”

Alternativa e) Incorreta. A contribuição de melhoria é decorrente apenas


da realização de obras públicas de que decorra valorização imobiliária para os
imóveis, sendo a prestação de um serviço publico hipótese de incidência das
taxas.

(CESPE - 2009 - TCE-ES - Procurador Especial de Contas) Com relação


aos tributos e às suas espécies, assinale a opção incorreta.

a) A contribuição de intervenção no domínio econômico é utilizada pela União


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quando ela atua como agente normativo e regulador da ordem econômica,


exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, nos termos
da CF.

b) Sobre as receitas decorrentes de exportação incide a contribuição social,


mas não incide a contribuição de intervenção no domínio econômico.

c) As contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas,


conhecidas também por contribuições corporativas, incluem as contribuições
sindicais e as contribuições para os conselhos de fiscalização profissional.

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d) A contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública deve
obedecer tanto aos princípios da anterioridade quanto aos da noventena.

e) Apenas os municípios e o DF podem instituir contribuição para custear o


serviço de iluminação pública.

Alternativa a) Correta. Como seu próprio nome nos diz, as contribuições


são instituídas para permitir a intervenção estatal na economia, regulando
situações anômalas ou as prevenindo a sua ocorrência danosa na economia
nacional, caracterizando-se como um típico instrumento do Estado
intervencionista. Diante disso, vemos o nítido caráter extrafiscal do tributo.

Alternativa b) Incorreta. Em ambos os casos, não incidirá nenhuma das


contribuições previstas no texto da alternativa. Essa previsão está contida
expressamente no texto do §2º do artigo 149 da CF/88, que assim nos diz:

“Art. 149. (...)

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio


econômico de que trata o caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de


exportação;”

Alternativa c) Correta. As contribuições de interesse das categorias


profissionais ou econômicas, também chamadas de contribuições
corporativas, são instituídas exclusivamente pela União, a qual detém a
chamada competência tributária exclusiva. Essas espécies normativas têm
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como objetivo o financiamento de atividades de interesse de entidades que


realizam fiscalizações e representação de categorias profissionais ou
econômicas, atuando de forma paralela ao Estado (atividade parafiscal). São
exemplos clássicos dessas contribuições a Contribuição Sindical (categorias
profissionais) e as Contribuições de Interesse dos Órgãos de Fiscalização do
Exercício de Profissões Regulamentadas, como e o caso da CRM e do CREA.

Alternativa d) Correta. A COSIP não é exceção a nenhum dos princípios


constitucionais previstos atualmente na nossa Carta Federal, estando

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submetida integralmente aos princípios da anterioridade quanto da
noventena.

Alternativa e) Correta. Exatamente o que prevê o artigo 149-A da nossa


CF/88, atribuindo competência para a instituição desse tributo apenas a esses
dois entes políticos da nossa federação.

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão


instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que


se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”

Contribuições Corporativas

Essas contribuições estão também previstas no artigo 149 da CF/88, que


assim dispõe em seu texto:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse 01077787502
das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146,
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, §
6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”
(Grifos nosso)

As contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas,


também chamadas de contribuições corporativas, são instituídas
exclusivamente pela União, a qual detém a chamada competência
tributária exclusiva quanto à esse tributo.

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Essas espécies normativas têm como objetivo o financiamento de atividades
de interesse de entidades que realizam a fiscalização e a representação de
categorias profissionais ou econômicas, atuando de forma paralela ao Estado
(atividade parafiscal).

São exemplos clássicos dessas contribuições a Contribuição Sindical


(categorias profissionais) e as Contribuições de Interesse dos Órgãos de
Fiscalização do Exercício de Profissões Regulamentadas, como e o caso da
CRM e do CREA.

Essas contribuições, por sua vez, são tributos de arrecadação vinculada, uma
vez que toda a receita oriunda da tributação possui uma finalidade específica.
São ainda tributos não-vinculados, uma vez que não há uma
contraprestação por parte do Estado. Por fim, estão sujeitas a todos os
princípios tributários, em especial os da legalidade, irretroatividade,
anterioridade e noventena, uma vez que a parte final do artigo 149,
relativa à exceção ao princípio da noventena, refere-se apenas às
contribuições sociais para a seguridade social.

Vamos agora ao estudo das duas espécies comentadas anteriormente.

Contribuição Sindical

A contribuição sindical, também conhecida indevidamente como imposto


01077787502

sindical, é aquela devida pelos trabalhadores e paga, regra geral,


anualmente, em virtude de destes pertencerem a uma determinada categoria
profissional ou econômica, ou ainda em razão do exercício de profissional
liberal. Essa contribuição é compulsória e exigida por meio de lei, sendo
destinada ao Sindicato Representativa da categoria profissional ou econômica
respectiva do trabalhador ou profissional liberal. Caso não exista sindicado, os
valores serão destinados à Federação da mesma categoria econômica ou
profissional.

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Essa contribuição é devida em razão do que consta no artigo 8º, IV, da
CF/88, que assim nos diz:

“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,


observado o seguinte: (...)

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se


tratando de categoria profissional, será descontada em folha,
para custeio do sistema confederativo da representação
sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;” (Grifos nosso)

Nesse inciso IV estão previstas duas contribuições sindicais:

 a contribuição sindical, sendo compulsória, fixada em lei e cobrada


de todos os trabalhadores, possuindo natureza tributária e sujeita aos
princípios tributários contidos no Sistema Tributário Nacional; ou seja, É
UM TRIBUTO;
 a contribuição facultativa, fixada por meio de assembléia-geral dos
trabalhadores filiados ao respectivo sindicato, não possuindo natureza
tributária, destinada ao financiamento do sistema confederativo. Essa
contribuição não é compulsória e não é criada por lei, sendo cobrada
apenas dos trabalhadores filiados.

“Súmula STF nº 666: A contribuição confederativa de que


trata o art. 8º, IV, da constituição, só é exigível dos filiados
ao sindicato respectivo”
01077787502

A contribuição sindical compulsória é devida independentemente de


filiação sindical. Essa espécie tributária possui ainda disposições a ela
relativas no artigo 580 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que assim
dispõe em seu texto:

“Art. 580. A contribuição sindical será recolhida, de uma só


vez, anualmente, e consistirá:

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I - Na importância correspondente à remuneração de um dia
de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma
da referida remuneração;

III - para os empregadores, numa importância proporcional


ao capital social da firma ou empresa, registrado nas
respectivas Juntas Comerciais ou órgãos equivalentes,
mediante a aplicação de alíquotas, conforme a seguinte
tabela progressiva: (...)”

Contribuições de Interesse dos Órgãos de Fiscalização do Exercício de


Profissões Regulamentadas

A segunda espécie de contribuição diz respeito àquelas devidas aos órgãos de


fiscalização do exercício de profissões regulamentadas, as quais têm por base
o que consta no artigo 5º, XIII, da CF/88:

“XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou


profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;“

Diante do exercício de algumas profissões regulamentadas por lei, foi


necessária também a criação de órgãos fiscalizadores dessas atividades,
sendo a eles destinados recursos para que venham a financiar a atividade a
01077787502

eles incumbida.

Diante disso, as atividades exercidas por essas entidades possuem caráter


notadamente de interesse público, consistindo ainda numa atividade
paraestatal, uma vez que prestada por entidades descentralizadas. Foram
assim criadas as contribuições e tendo o produto com ela arrecadado
destinado a essas entidades.

São exemplos dessas entidades o CREA, CRM, CRC, OAB, entre outras.

Veja algumas decisões do STF sobre o tema:

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“As contribuições anualmente devidas aos conselhos de
fiscalização profissional possuem natureza tributária e, desse
modo, sujeitam-se ao princípio da legalidade tributária,
previsto no art. 150, I, da Lei Maior. II – O Plenário desta
Corte, no julgamento da ADI 1.717/DF, Rel. Min. Sidney
Sanches, declarou a inconstitucionalidade de dispositivo legal
que autorizava os conselhos de fiscalização profissional a
fixar suas contribuições anuais. (ARE 640937 AgR/PR, de
23/08/2011).”

Nesse sentido, as contribuições aqui estudadas possuem natureza tributária,


devem ser criadas por lei em sentido estrito e se submetem aos princípios
constitucionais tributários.

Entretanto, grande discussão existe em relação à contribuição devida à OAB,


com alguns entendendo ter natureza tributária e outros não ter essa
natureza. Diante disso, também, muitos autores separam a natureza jurídica
das demais entidades da conferida à OAB, o que fez com que o STJ concluísse
que a contribuição devida à OAB não teria natureza tributária. Veja a seguinte
decisão:

“1. Embora definida como autarquia profissional de regime


especial ou sui generis, a OAB não se confunde com as
demais corporações incumbidas do exercício profissional.

2. As contribuições pagas pelos filiados à OAB não têm


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natureza tributária. (REsp 572080/PR, de 03/10/2005).”

Essa decisão se alinha ao que pensa o STF em relação à OAB, como pode ser
visto na decisão abaixo:

“A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da


União. A Ordem é um serviço público independente, categoria
ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no
direito brasileiro. (...) A Ordem dos Advogados do Brasil,
cujas características são autonomia e independência, não

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pode ser tida como congênere dos demais órgãos de
fiscalização profissional. A OAB não está voltada
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade
institucional. (ADI 3026/DF, de 08/06/2006).”

Assim, temos que as contribuições devidas à OAB, HOJE, não tem natureza
tributária. Mas a discussão ainda poderá ter muitos capítulos...

Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP)

Neste item da nossa aula estudaremos um dos mais polêmicos e


controvertidos tributos presentes no nosso sistema tributário: a COSIP
(Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública). Esse tributo
foi instituído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002, ano a partir do qual
passou a constar no rol das espécies tributárias nacionais, e teve sua criação
motivada por um extenso debate que se instaurou sobre a possibilidade ou
não de cobrança de taxa de iluminação pública.

A jurisprudência do STF era no sentido de que o serviço de iluminação pública


não poderia ser remunerado mediante taxas, segunda determina a sua
Súmula 670:

“O serviço de iluminação pública não poderá ser remunerado


mediante taxa.” 01077787502

Conforme a Suprema Corte, o serviço não poderia ser classificado como


específico e divisível, atributos principais para que determinada exação seja
classificada e instituída por meio de taxa, sendo prestado a beneficiários que
não poderiam ser identificados com precisão, o qual, por essa característica,
deveria ser prestado com recursos provenientes da arrecadação de impostos.

Entretanto, os Municípios e o Distrito Federal alegavam o alto custo envolvido


com a prestação do serviço de iluminação, o que consumia grande quantia de
recursos dos tesouros municipal e distrital. Assim, recorreram à alteração do

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texto da Carta Magna para a inclusão da COSIP entre os tributos a serem
instituídos em razão da sua competência tributária. Essa foi, ao final, a forma
encontrada para dividir com a população o ônus do custeio do serviço.

Entretanto, na visão da doutrina, o novo tributo deveria de pronto ser


declarado inconstitucional, desrespeitando flagrantes regras de direito
tributário e o que consta no nosso atual Sistema Tributário Nacional. Porém, o
debate em torna em torno da constitucionalidade ou não do tributo não é
muito importante para fins de prova. O que importa é que a COSIP está viva
e forte! Sendo cobrada normalmente.

Diante disso, vamos ao que consta na CF/88 quando à COSIP, incluído pela
emenda constitucional nº 39/02. Essa emenda incluiu o artigo 149-A ao texto
da Carta Federal, cujo texto é o seguinte:

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão


instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para
o custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a


que se refere o caput, na fatura de consumo de energia
elétrica.” (Grifos nosso)

A previsão do artigo constitucional é apenas uma faculdade atribuída aos


Municípios e ao Distrito Federal, que poderão decidir pela instituição ou não
01077787502

do tributo para o custeio do serviço de iluminação pública no âmbito dos seus


territórios. Até ai, nada de novo, já que a instituição de tributos é apenas o
exercício da competência tributária, conferida constitucionalmente.

O segundo ponto importante é a possibilidade de instituição por meio de


lei própria do ente municipal ou distrital, sem que haja a necessidade
de lei federal regulando nenhum dos atributos principais do tributo,
como o fato gerador e os contribuintes. Cabe apenas aos Municípios e
ao Distrito Federal a definição do fato gerador, contribuintes,
alíquotas, base de cálculo e demais normativos relativos à exação

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criada. Assim, foi dada total liberdade normativa a esses entes, outro motivo
ferozmente atacado pela doutrina para declarar o tributo inconstitucional,
afastando por completo o que determina o artigo 146, III, a, da CF/88.

E qual a finalidade da instituição da COSIP, caro aluno? Custear os serviços


de iluminação pública. Ou seja, o tributo possui ARRECADAÇÃO
VINCULADA, devendo ter, em teoria, todo a sua arrecadação destinada ao
custeio do serviço, não podendo ser usado em despesas que não esta. Por
sua vez, como se presta a remunerar uma prestação, o tributo possui
também caráter vinculado.

Por fim, quanto ao parágrafo único do artigo 149-A, temos a possibilidade de


os Municípios e o Distrito Federal cobrarem o tributo na fatura de energia
elétrica paga pelos consumidores. Atente bem: é uma FACULDADE, não uma
obrigatoriedade. Nada impede que um Município institua a cobrança por meio
de um documento de arrecadação próprio e o envie ao domicílio do
contribuinte eleito na lei instituidora do tributo.

Por fim, veja uma emblemática decisão do STF quanto ao tema, em que
pontos importantes quanto ao novo tributo são tratados:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. (...) CONTRIBUIÇÃO


PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - COSIP.
ART. 149-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR
7/2002, DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ, SANTA CATARINA.
COBRANÇA REALIZADA NA FATURA DE ENERGIA ELÉTRICA.
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UNIVERSO DE CONTRIBUINTES QUE NÃO COINCIDE COM O DE


BENEFICIÁRIOS DO SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO QUE LEVA EM
CONSIDERAÇÃO O CUSTO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E O CONSUMO
DE ENERGIA. PROGRESSIVIDADE DA ALÍQUOTA QUE EXPRESSA O
RATEIO DAS DESPESAS INCORRIDAS PELO MUNICÍPIO. OFENSA
AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA E DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA.
INOCORRÊNCIA. EXAÇÃO QUE RESPEITA OS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.

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I - Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos consumidores de
energia elétrica do município não ofende o princípio da
isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar
todos os beneficiários do serviço de iluminação pública.

II - A progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo


da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica,
não afronta o princípio da capacidade contributiva.

III - Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um


imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem
com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de
um serviço ao contribuinte.

IV - Exação que, ademais, se amolda aos princípios da


razoabilidade e da proporcionalidade. (RE 573675/SC, de
25/03/2009).”

(FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) São tributos de competência da


União, EXCETO a contribuição:

a) de melhoria.

b) social para a seguridade social.


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c) para o custeio do serviço de energia elétrica.

d) de intervenção no domínio econômico.

e) de interesse de categorias profissionais.

Conforme acabamos de ver nesse item, a COSIP é a contribuição para o


custeio do serviço de iluminação pública, e não de energia elétrica. Se essa
foi a intenção do elaborador ao redigir a questão, vejo a mudança de termos
como inadequada, uma vez que energia elétrica é uma termo muito vago e
impreciso nessa abordagem da questão.

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Assim, vamos por exclusão, que irá garantir a correção do gabarito, apontado
como sendo a alternativa “c”.

Alternativa a) As contribuições de melhoria são instituídas por todos os


Entes políticos, pertencendo à chamada competência comum.

Alternativa b) Conforme vimos, quanto à competência da União para a


instituição de contribuições, prevista no artigo 149 da CF/88, existe a
possibilidade dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios instituírem
contribuições sociais para o financiamento do regime previdenciário dos seus
servidores, conforme o §1º do mesmo artigo.

Alternativa d) Essa contribuições é de competência exclusiva da União,


conforme o artigo 149 da CF/88.

Alternativa e) Outra contribuições prevista na competência exclusiva da


União, conforme o artigo 149 da CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão

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Empréstimos Compulsórios

Os empréstimos compulsórios são tributos previstos no artigo 148 da CF/88,


cuja redação é a seguinte:

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes


de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e


de relevante interesse nacional, observado o disposto no
art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de


empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.” (Grifos nosso)

O CTN também dispõe sobre os empréstimos compulsórios, regulando o


seguinte:

“Art.15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais,


pode instituir empréstimos compulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;


01077787502

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de


atender com os recursos orçamentários disponíveis;

III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder


aquisitivo.

Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do


empréstimo e as condições de seu resgate, observando,
no que for aplicável, o disposto nesta Lei.” (Grifos nosso)

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Esse tributo está previsto na chamada competência exclusiva da União,
uma vez que apenas ela detém a competência tributária e legislativa para a
sua instituição e cobrança, bem como para a edição de legislação relativa ao
tributo.

Outra importante previsão é quanto ao meio legislativo apto para introduzir


empréstimos compulsórios no nosso ordenamento tributário: APENAS LEI
COMPLEMENTAR. Assim, nenhuma outra espécie normativa poderá criar
empréstimos compulsórios, nem mesmo lei delegada ou medida provisória.

Quem definirá as hipóteses de incidência do tributo é a lei complementar, que


poderá, inclusive utilizar uma base econômica já prevista
expressamente para outro tributo, seja ele federal, estadual ou
municipal, ou prever uma situação nova no ordenamento jurídico,
como, por exemplo, um empréstimo compulsório sobre a realização de provas
de concursos. (Vamos estudar muito para passar e não correr o risco de ter
que pagar esse empréstimo compulsório, caro aluno). Para a primeira
situação, estaremos diante do chamado bis in iden, estudado anteriormente,
e constitucionalmente autorizado pela Carta Federal de 1988.

Assim como os impostos extraordinários, os empréstimos compulsórios


somente podem ser instituídos em decorrência de situações expressamente
previstas na CF/88, e em nenhuma outra situação. São elas:

 Despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de


guerra externa ou sua iminência;
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 Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse


nacional.

ATENÇÃO! ESSAS SITUAÇÕES NÃO SÃO OS FATOS GERADORES DO


EMPRESTIMO COMPULSÓRIS, MAS APENAS AS SITUAÇÕES QUE
ENSEJAM A SUA INSTITUIÇÃO.

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O fato gerador do empréstimo compulsório instituído em razão de guerra
externa não é o conflito internacional, mas sim causa que autoriza a
instituição. Quem irá definir o fato gerador será a lei complementar de
criação. Muita atenção a esse detalhe que costuma pegar candidatos menos
atentos.

Fora das três situações acima, os empréstimos compulsórios não poderão ser
instituídos, sob pena de afronta aos mandamentos constitucionais. Da mesma
maneira, não é mais hipótese de instituição do tributo o previsto no inciso III
do artigo 15 do CTN, que dispõe sobre a criação do tributo em casos de
conjuntura que exija absorção temporária do poder aquisitivo. Essa
previsão não foi recepcionada pela atual CF/88. Repito: somente os
casos previstos na CF/88 autorizam a criação do tributo.

Por sua vez, quanto aos princípios da legalidade, da noventena e da


anterioridade, os empréstimos compulsórios possuem regras diferenciadas
conforme a hipótese que ensejará a criação do tributo.

Caso estejamos diante da ocorrência de calamidade pública, de guerra


externa ou de sua iminência, O TRIBUTO CRIADO SERÁ EXCEÇÃO AOS
DOIS PRINCÍPIOS, PODENDO SER COBRADO DE IMEDIADO, SEM TER
QUE ESPERAR 90 DIAS DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI OU O
PRIMEIRO DIA DO EXERCICIO SEGUINTE.

Caso estejamos diante da criação do tributo em razão de investimento público


de caráter urgente e de relevante interesse nacional, DEVERÃO SER
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OBSERVADOS OS DOIS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS, TENDO QUE


ESPERAR 90 DIAS DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI OU O PRIMEIRO
DIA DO EXERCICIO SEGUINTE, OU AMBOS.

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Quanto ao princípio da legalidade, nenhuma exceção é prevista no texto


constitucional quanto aos empréstimos compulsórios, devendo ser observado
por inteiro em todas as situações.

Por sua vez, cabe à lei complementar definir se um empréstimo


compulsório terá ou não caráter vinculado, relativamente a uma
contraprestação da União junto aos contribuintes eleitos na lei.

A lei complementar é livre para estipular essas condições. Tanto


poderá ser criado um empréstimo compulsório sem que nenhuma atividade
estatal seja prestada em troca, como ocorre para os impostos; quanto poderá
ser criado um em que ocorra uma contraprestação estatal vinculada, como
ocorre para as taxas e as contribuições de melhoria.

Quem irá definir se um empréstimo compulsório é vinculado ou não será o


fato gerador escolhido pelo legislador federal ao criar o tributo. Guarde bem
isso, caro aluno! O empréstimo compulsório poderá ser vinculado ou não
vinculado. 01077787502

“O nome dado é apenas uma nomenclatura ou realmente é um empréstimo,


professor? Há devolução ou essa é feita apenas em agosto (de Deus )?”

Não, caro aluno. Não iremos precisar, em tese, da ajuda divina para termos
de volta os valores entregues emprestados “de boa vontade” ao nosso
governo. Os valores arrecadados deverão ser devolvidos posteriormente, uma
vez que, com o próprio nome diz, são empréstimos. Assim, temos o que
chamamos de tributo dotado de restituibilidade, característica somente

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presente quanto à esse tributo, não sendo observado em nenhum
outro do nosso atual sistema tributário.

Essa previsão consta expressamente no parágrafo único do artigo 15 do CTN,


o qual foi recepcionado pela atual CF/88, determinando que a lei
complementar OBRIGATORIAMENTE deva fixar o praz do empréstimo (por
quanto tempo teremos que emprestar) e as condições de resgate do mesmo
(se em dinheiro ou títulos públicos, o prazo para resgate, de que forma serão
comprovados, entre outros).

Um dos poucos empréstimos compulsórios criados no Brasil foi instituído pela


lei ordinária federal (na época não era exigido lei complementar) nº 4.156, de
1962, que dispõe o seguinte em seu artigo 4º:

“Art. 4º Até 30 de junho de 1965, o consumidor de energia


elétrica tomará obrigações da ELETROBRÁS, resgatáveis em
10 (dez) anos, a juros de 12% (doze por cento) ao ano,
correspondentes a 20% (vinte por cento) do valor de suas
contas. A partir de 1º de julho de 1965, e até o exercício de
1968, inclusive, o valor da tomada de tais obrigações será
equivalente ao que fôr devido a título de impôsto único sôbre
energia elétrica.” (Grifos nosso)

Por fim, temos que, por expressa disposição constitucional, os recursos


arrecadas com os empréstimos compulsórios serão vinculados à despesa
que fundamentou sua instituição, não podendo ser utilizados em
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despesas que não as relacionadas à calamidade pública, à guerra


externa, à sua iminência ou a investimento público de caráter urgente
e de relevante interesse nacional.

Podemos fazer uma pequena síntese do tema por meio da figura abaixo:

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(FCC - 2010 - AL-SP - Agente Técnico Legislativo Especializado –
Direito) Alguns tributos só podem ser instituídos por lei complementar, por
disposição constitucional expressa. Se enquadram nesta hipótese:

a) os impostos extraordinário e residual.

b) a contribuição de intervenção no domínio econômico e o empréstimo


compulsório.

c) o imposto residual e o empréstimo compulsório.

d) o empréstimo compulsório e o imposto extraordinário.

e) a contribuição social e a contribuição de interesse das categorias


profissionais ou econômicas.

A normatização de alguns tributos, por expressa disposições constitucional,


deverá ser feita por meio de lei complementar, uma vez que esse foi o desejo
do legislador constituinte originário.

Entre os tributos que exigem a edição de lei complementar para a sua


instituição, temos o imposto sobre grandes fortunas, os impostos e as
contribuições sociais residuais a serem instituídos pela União e os
empréstimos compulsórios, também de competência da União.

O imposto extraordinário de guerra (IEG), assim como as CIDE, podem ser


instituídas por meio de lei ordinária da União, não exigindo lei complementar.

Assim, dentre as alternativas, apenas a alternativa “c” se molda ao que nos


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diz a Carta de 1988, sendo o gabarito da questão.

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(FCC - 2010 - SEFIN-RO - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais) Sobre
as características das espécies de tributos, é correto afirmar que:

a) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser


instituído por medida provisória em caso de investimento urgente.

b) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de


competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal.

c) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma
atividade estatal.

d) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra
pública.

e) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia


atividade estatal, qual seja, obra pública.

Alternativa a) Incorreta. Dois erros na assertiva: o empréstimo


compulsório é tributo previsto na competência tributária exclusiva da União,
que, para instituí-lo, deverá fazer por meio de lei complementa, conforme
artigo 148 da CF/88.

Alternativa b) Incorreta. Conforme vimos, a competência tributária para a


instituição e cobrança da COSIP é apenas dos Municípios e do Distrito Federal,
não sendo possível a instituição pelos Estados.

Alternativa c) Incorreta. Exatamente o contrário. Impostos são os tributos


em que não há nenhuma contraprestação estatal relativa aos contribuintes,
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assim como as contribuições. A contraprestação se verifica nas taxas e nas


contribuições de melhoria.

Alternativa d) Incorreta. Obra pública está relacionada à contribuições de


melhoria, enquanto as taxas, à prestação de serviços ou ao exercício do
poder de polícia estatal.

Alternativa e) Correta. Perfeita definição para a contribuição de melhoria, a


qual é realmente um tributo vinculado e decorrente de obra pública.

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Questões Propostas - FUNCAB

1- (FUNCAB/2008/PREFEITURA DE MIGUEL PEREIRA-RJ/FISCAL) É


correto afirmar:

A) imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica em favor do
contribuinte ou relativa a ele.

B) taxa é tributo instituído em razão do poder de polícia ou pela utilização,


efetiva ou potencial, de determinados serviços públicos indivisíveis, prestados
à comunidade, ao contribuinte ou postos à disposição.

C) contribuição de melhoria é tributo que possui como fato gerador a


realização de obras públicas de manutenção e conservação.

D) taxa é espécie tributária que permite ter base de cálculo própria de


imposto.

Alternativa a) Correta. De acordo com o artigo 16 do CTN, imposto é o


tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Alternativa b) Incorreta. De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas


cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
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regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço


público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.

Alternativa c) Incorreta. De acordo com o artigo 81 do CTN, a contribuição


de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo
como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

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Alternativa d) Incorreta. De acordo com o artigo 145, §2º, da CF/88, as
taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

2. (FUNCAB-2009-PREFEITURA-DE-PORTO-VELHO-RO-FISCAL-DE-
TRIBUTOS – com adaptações) Decorrem do exercício do poder de polícia a
taxa de:

A) verificação de funcionamento regular e a taxa de expediente;

B) serviços diversos e a taxa de vistoria de edificações;

C) taxa de alvará de saúde e a taxa de uso de bem público;

D) coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos


domiciliares residenciais e não residenciais, e a taxa de expediente;

E) coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos


provenientes de serviços de saúde e a taxa de expediente.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Por sua vez, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos
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que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das


empresas.

E o que vem a ser considerado poder de polícia? Considera-se poder de


polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder

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Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

Desse modo, as taxas devidas em razão do exercício regular do poder de


polícia são diferentes das taxas devidas em razão da prestação de serviços.
Logo, são taxas de serviços a taxa de expediente e a taxa de serviços
diversos, o que torna incorretas as alternativas “a”, “b”, “d” e “e”.

Por sua vez, são taxas devidas em razão do exercício do poder de polícia: a
verificação de funcionamento regular, a taxa de vistoria de edificações, a taxa
de uso de bem público e a taxa de alvará de saúde, enquanto que a taxa de
coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos
domiciliares residenciais e não residenciais e a taxa de coleta, transporte,
tratamento e destinação final de resíduos sólidos provenientes de serviços de
saúde são taxas pela prestação de serviços públicos.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

3. (FUNCAB-2012-SESC-BA-ADVOGADO-DIREITO-ADMINISTRATIVO)
A respeito da cobrança de taxa de renovação de licença por exercício de
poder de polícia em atividade de fiscalização, é correto afirmar que:

A) se encontra eivada de ilegalidade, pois a cobrança de taxa somente se


justifica quando efetivamente exercido poder de polícia, o que não ocorre
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neste caso, em que não há o que verificar, pois o estabelecimento é o mesmo


que inicialmente foi licenciado.

B) conta com expresso amparo constitucional, sendo que a concessão e


também a renovação de licença, como ato administrativo precário e
discricionário, dependem de efetivo exercício do poder de polícia, rendendo
ensejo à incidência do tributo.

C) somente se justifica a título de contribuição de melhoria, não por força do


exercício do poder de polícia fiscalizatório.

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D) se justificaria se a hipótese fosse de renovação de alvará, jamais de
licença.

E) se encontra eivada de ilegalidade, pois a referida taxa somente poderia ser


cobrada em razão do exercício de poder de polícia fiscalizatório, jamais em
razão de mero exercício de poder de polícia tendo por objeto consentimento
para o exercício de atividade pelo particular.

O STF, em seu RE 588322/RO, de 16 de junho de 2010, decidiu o seguinte:

“Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2.


Alegação de inconstitucionalidade da taxa de
renovação de localização e de funcionamento do
Município de Porto Velho. 3. Suposta violação ao artigo
145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir
comprovação do efetivo exercício do poder de polícia. 4. O
texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do
exercício do poder de polícia daquelas de utilização de
serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a
prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do
exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança
da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a
existência do órgão administrativo não é condição para
o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança
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da taxa de localização e fiscalização, mas constitui um


dos elementos admitidos para se inferir o efetivo
exercício do poder de polícia, exigido
constitucionalmente. Precedentes. 7. O Tribunal de Justiça
de Rondônia assentou que o Município de Porto Velho, que
criou a taxa objeto do litígio, é dotado de aparato fiscal
necessário ao exercício do poder de polícia. 8. Configurada a
existência de instrumentos necessários e do efetivo exercício
do poder de polícia. 9. É constitucional taxa de renovação

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de funcionamento e localização municipal, desde que
efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado
pela existência de órgão e estrutura competentes para
o respectivo exercício, tal como verificado na espécie
quanto ao Município de Porto Velho/RO” (Grifo nosso)

Ou seja, a simples existência e o funcionamento efetivo do órgão


fiscalizador já são suficientes para a cobrança da taxa dos
contribuintes sujeitos à ação policial administrativa, ainda que nem
todos os reais contribuintes venham a sofrer fiscalizações efetivas. O
contribuinte pode “nascer, viver e morrer” sem que as autoridades fiscais o
fiscalizem efetivamente, indo até o seu estabelecimento, por exemplo. Ainda
assim será devida a taxa. Logo, é plenamente constitucional a taxa de
renovação de funcionamento e localização municipal.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

4. (FUNCAB-2013-PREFEITURA-DE-RIO-BRANCO-AC-ANALISTA-
JURIDICO) Afigura-se correto afirmar que as taxas podem ser instituídas
sobre serviços de:

A) iluminação pública.

B) coleta de lixo. 01077787502

C) segurança pública.

D) pavimentação asfáltica.

E) limpeza pública.

São indevidas as taxas instituídas em relação aos seguintes serviços


prestados pelo Estado:

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 Taxa de Segurança Pública, uma vez que é dever do Estado a
manutenção da segurança pública a todos os cidadãos, não sendo um
serviço passível de mensuração quanto aos seus beneficiários;

“Impossibilidade de cobrança de taxa de segurança pública


de eventos abertos ao público, ainda que tal serviço seja
solicitado por particular para a sua segurança ou para a de
terceiros. Visto que incumbe ao Estado prestá-la a toda a
população, essa atividade somente pode ser sustentada por
imposto. (RE 269374 AgR/MG, de 02/08/2011).”

 Taxa de Iluminação Pública, uma vez que não é possível mensurar


seus beneficiários, e tendo em vista ainda a criação da Contribuição
para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP), incluída em
nosso sistema tributário nacional por meio da emenda constitucional nº
39, de 2002 (artigo 149-A da CF/88).

 Taxa de Coleta de lixo e limpeza pública, uma vez que existe a


prestação de um serviço prestado de maneira geral (limpeza pública),
impossível de ser remunerado por meio de taxas, ainda que existente a
parcela prestada a usuários determinados (taxa de coleta de lixo
domiciliar).

Tendo em vista esse raciocínio, o STF editou ainda as seguintes Súmulas:

“Súmula vinculante nº 19: “A taxa cobrada exclusivamente


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em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e


tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis, não viola o artigo 145, II da Constituição Federal”

“Súmula STF 670: “O serviço de iluminação pública não


pode ser remunerado mediante taxa”

Por fim, são válidas as seguintes taxas de serviços, tendo em vista


posicionamento do STF em sentido favorável:

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 Taxa de serviços notariais e de registro (as custas e os
emolumentos);

“Custas e emolumentos: serventias judiciais e extrajudiciais:


natureza jurídica. É da jurisprudência do Tribunal que as
custas e os emolumentos judiciais ou extrajudiciais tem
caráter tributário de taxa. (ADI 3694/AP, de 20/09/2006).”

 Taxas judiciárias, em razão da prestação de serviços pelos


órgãos judiciários;

As taxas judiciais são espécies de taxas, tendo, assim, natureza


tributária. Desse modo, se submetem aos mesmos procedimentos
aplicáveis aos demais tributos, devendo ser instituídos por meio de lei
em sentido estrito e obsevar todos os princípios constitucionais, uma
vez que não há exceção alguma no texto da CF/88 quanto às taxas.

 Taxa de coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde.

A taxa de segurança pública, por sua vez, também não encontra guarida da
CF/88, uma vez que trata da prestação de um serviços uti universi, sem
destinatários específicos, indo de encontro ao que prescreve o artigo 79, III,
do CTN.

A banca, por sua vez, deu como gabarito a alternativa “b”, indo totalmente de
encontro ao que explanamos. Acredito que a intenção do douto elaborador da
questão tenha sido se referir à taxa presente no texto da Súmula Vinculante
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nº 19, relativa à taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos


de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
provenientes de imóveis. Se foi essa, tudo bem. Se não, a taxa é
inconstitucional, já que se apresenta nos mesmos moldes descritos para a
Taxa de segurança pública.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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Outras Questões Propostas

1. (FCC/SEFAZ-SP/Agente Fiscal de Rendas/2013) Com respeito à


disciplina legal das taxas, é:

(A) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios,


porquanto instituída como contraprestação a serviço não divisível.

(B) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais


elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que
não haja integral identidade entre uma base e outra.

(C) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços


públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
provenientes de imóveis.

(D) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que


haja a manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em
funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes cujos
estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização.

(E) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o


mesmo fato gerador pela União e por Estado, pois ambos têm competência
para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de
competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos.
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Alternativa a) Incorreta. A taxa cobrada em razão da prevenção de


incêndios é perfeitamente constitucional, uma vez que remunera serviço
específico e divisível colocado à disposição do contribuinte e, caso venha a
ser necessária, sua utilização é de caráter obrigatório. A taxa se alinha
perfeitamente ao que nos diz o artigo 79, I, “b”, do CTN, que assim
prescreve em seu texto:

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“Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77
consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer


título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização


compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em


unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de
necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização,


separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”

Alternativa b) Incorreta. De acordo com a Súmula Vinculando STF nº 29,


é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que
não haja integral identidade entre uma base e outra.

Alternativa c) Incorreta. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos


serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal, sendo, assim, CONSTITUCIONAL, conforme prescreve a Súmula
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Vinculante STF nº 19.

Alternativa d) Incorreta. No RE 361009/RJ, de 31/08/201, o STF decidiu


o seguinte quanto ao tema:

“1. A incidência de taxa pelo exercício de poder de polícia


pressupõe ao menos (1) competência para fiscalizar a
atividade e (2) a existência de órgão ou aparato aptos a
exercer a fiscalização.

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2. O exercício do poder de polícia não é necessariamente
presencial, pois pode ocorrer a partir de local remoto, com
o auxílio de instrumentos e técnicas que permitam à
administração examinar a conduta do agente fiscalizado.
(...)”

Desse modo, a simples existência de órgão administrativo em efetivo


funcionamento já se mostra suficiente para a permissão de cobrança da
taxa pelo exercício do poder de polícia estatal. Desse modo, todos aqueles
que possam ser submetidos à fiscalização são obrigados ao pagamento da
taxa, ainda que a administração, em momento algum, não venha a exercer
a fiscalização in loco, efetiva, mas apenas potencialmente, não ficando a
cobrança, assim, restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos foram
efetivamente visitados pela fiscalização.

Alternativa e) Correta. No RE 602089/MG, de 24/04/2012, o STF


entendeu o seguinte quanto ao tema da cobrança da Taxa de Fiscalização
Ambiental (TFA) pela União e pelos Estados:

“É condição constitucional para a cobrança de taxa pelo


exercício de poder de polícia a competência do ente
tributante para exercer a fiscalização da atividade específica
do contribuinte (art. 145, II da Constituição). Por não
serem mutuamente exclusivas, as atividades de
fiscalização ambiental exercidas pela União e pelo
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estado não se sobrepõem e, portanto, não ocorre


bitributação. Ao não trazer à discussão o texto da lei
estadual que institui um dos tributos, as razões recursais
impedem que se examine a acumulação da carga tributária
e, com isso, prejudica o exame de eventual efeito
confiscatório da múltipla cobrança.”

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A cobrança de TFA pelos dois entes políticos, dentro de suas respectivas
áreas de atribuições, não constitui bitributação. Logo, mostra-se
CONSTITUCIONAL a cobrança de TFA sobre o mesmo fato gerador pela
União e pelo Estado, uma vez que ambos têm competência para exercer a
fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de competência comum,
exercida concomitantemente por todos os entes políticos.

2. (FCC - 2013 - TJ - PE - Serviços Notariais e de Registros –


Provimento) NÃO são espécies de tributos:

a) os impostos.

b) as tarifas públicas.

c) as taxas.

d) as contribuições de melhoria.

e) as custas processuais.

De acordo com a teoria pentapartite adotada pelo STF, são espécies


tributárias presentes na nossa CF/88 os impostos, as taxas (entre as quais
se incluem as custas processuais), as contribuições de melhoria, as
contribuições especiais e os empréstimos compulsórios. As tarifas públicas
não são espécies tributárias, tendo em vista que obedecem a normas
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aplicáveis ao direito privado. Assim, resta como correta a alternativa "b",


gabarito da questão.

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3. (FCC - 2013 - TJ - PE - Serviços Notariais e de Registros –
Provimento) Relativamente ao serviço público notarial e de registro, os
emolumentos são entendidos como:

a) taxas que remuneram o serviço público notarial e de registro.

b) impostos.

c) valores devidos aos oficiais e tabeliães em virtude da prestação do


serviço notarial e de registro.

d) custas fixadas em lei e devidas ao Estado em virtude do exercício do


serviço notarial e de registro, devidas pelo oficial e pelo tabelião.

e) contribuição social devida à União em virtude do exercício do serviço


notarial e de registro prestado pelo titular.

Embora o STF já tenha se manifestado sobre a natureza das custas e


emolumentos como sendo pertencentes à espécie taxa, o debate doutrinário
ainda prospera, uma vez que alguns doutrinadores entendem que não
temos uma espécie tributária, e sim uma tarifa pública, regida, assim, por
normas aplicáveis ao direito privado.

Contudo, de antemão, já podemos eliminar as alternativas “b” e “d”,


incorretas. A decisão do STF, por sua vez, é a seguinte:

“Custas e emolumentos: serventias judiciais e


extrajudiciais: natureza jurídica. É da jurisprudência do
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Tribunal que as custas e os emolumentos judiciais ou


extrajudiciais tem caráter tributário de taxa. (ADI 3694/AP,
de 20/09/2006).”

A banca, contudo, adotou uma posição neutra, uma vez que assinalou como
gabarito a alternativa “c”. Observe que nessa alternativa a banca
simplesmente fala de valores devidos. Ora, valores devidos pode ser
qualquer coisa, de qualquer natureza, tributária ou não. Concorda? Mas,
confesso que na hora da prova eu também teria ficado ao menos tentado a
marcar a alternativa “a”. A alternativa “d”, por sua vez, não se mostra

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correta, uma vez que as custas, quando assim são, nem sempre são fixadas
pelo Estado, podendo ser também fixadas pela União quanto ao seu poder
judiciário.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

4. (FCC - 2012 - PGM - João Pessoa - Procurador do Município -


Classe A) Um tributo que tenha por características ser não vinculado a uma
atividade estatal, admita, por expressa e excepcional previsão
constitucional, destinação específica do produto da arrecadação e não
admita previsão de restituição ao final de determinado período classifica-se
como:

a) taxa.

b) contribuição de intervenção no domínio econômico.

c) imposto.

d) empréstimo compulsório.

e) contribuição social.

Sendo um tributo não vinculado a uma atividade estatal, já podemos


eliminar a alternativa “a”, uma vez que as taxas são tributos
contraprestacionais por natureza. Se o tributo admite previsão de expressa
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e excepcional vinculação da sua arrecadação, não podemos ter também um


imposto, já que esse somente poderá ter sua arrecadação vinculada nos
casos expressamente previstos na CF/88, em especial o artigo 167, IV. Por
fim, se o tributo admite restituição ao final de determinado período,
estamos diante de um empréstimo compulsório, conforme previsto no artigo
148 da CF/88. Assim, resta como correta a alternativa "c", uma vez que
apenas o imposto se encaixa ao que determina o enunciado da questão. A
contribuição social permite a vinculação da sua arrecadação
independentemente de exceção constitucional expressa.

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5. (FCC/ARCE/Analista de Regulação - Advogado/2012) A Prefeitura
de Xiririca do Sertão instituiu a Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de
Saúde (TRSS) para custear serviços divisíveis de coleta, transporte,
tratamento e destinação final de resíduos sólidos de serviços de saúde. A
base de cálculo da taxa será o custo da prestação dos serviços, que será
rateada entre os contribuintes cadastrados prestadores de serviço de saúde
no Município, em conformidade com estimativa baseada no faturamento dos
prestadores de serviços de saúde, ainda que não utilizem efetivamente o
serviço.

A referida taxa é

(A) constitucional, pois se refere ao exercício regular do poder de polícia do


Município, que detém a competência de limitar ou disciplinar direito,
interesse ou liberdade, regulando a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à higiene e saúde pública.

(B) inconstitucional, pois a referida taxa tem natureza de contribuição para


a seguridade social.

(C) inconstitucional, pois as taxas não podem ser cobradas dos contribuintes
que não se utilizarão efetivamente do serviço público, mesmo que colocados
à sua disposição.

(D) inconstitucional, pois sua base de cálculo não se restringe ao custo do


serviço público prestado pelo Município. 01077787502

(E) constitucional, pois as taxas podem ser cobradas pela utilização


potencial de serviços públicos.

Primeiramente temos que analisar a natureza da taxa e as suas


características para sabermos se a mesma é constitucional ou
inconstitucional, tendo em vista o que dispõe a CF/88.

Inicialmente estamos diante de uma taxa devida em razão da prestação de


um serviço público. O artigo 77 do CTN nos diz o seguinte:

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“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou


fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto
nem ser calculada em função do capital das empresas.”

Já que estamos diante de uma taxa devida em razão da prestação de um


serviço público, este deve respeitar o que dispõe o artigo 79, o qual regula a
natureza deste serviço público prestado. Sua redação é a seguinte:

““Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77


consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer


título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização


compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em


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unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de


necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização,


separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”

Desse modo, temos como incorreta a alternativa “a”. A alternativa “b”


também é incorreta, já que as taxas têm natureza distinta das contribuições
sociais para a seguridade social, outra espécie de tributo prevista no nosso

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sistema tributário nacional, conforme a teoria pentapartite adotada pelo
STF.

A Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (TRSS) será instituída


para custear serviços divisíveis de coleta, transporte, tratamento e
destinação final de resíduos sólidos de serviços de saúde, e rateada entre os
contribuintes cadastrados prestadores de serviço de saúde no Município,
ainda que não utilizem efetivamente o serviço. Logo, enquadrando-se no
que dispõe o artigo, sendo um serviço específico e divisível, podendo ser
cobrado em razão da utilização efetiva ou potencial do serviço público.
Quanto a esse ponto, a taxa é também perfeitamente constitucional, sendo
incorreta alternativa “c”.

O texto do enunciado nos diz ainda que a taxa terá como base de cálculo o
custo da prestação dos serviços, que será rateada entre os contribuintes
cadastrados prestadores de serviço de saúde no Município, em
conformidade com estimativa baseada no faturamento dos prestadores
de serviços de saúde. Ou seja, a base de cálculo da taxa levará em
consideração, para o seu cálculo, o faturamento das empresas prestadoras
de serviços de saúde. O faturamento já é base de cálculo do imposto sobre
a renda, de competência da União. Entretanto, você atentou para o que nos
disse o parágrafo único do artigo 77 do CTN? Leia-o novamente.

Isso mesmo: as taxas não poderão ter base de cálculo próprio ou fato
gerador idêntico aos que correspondam a impostos já presentes na CF/88,
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como é o caso do IR. Logo, a referida taxa, nesse ponto, é inconstitucional,


o que torna correta a alternativa “d”, gabarito da questão apresentada.

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6. (FCC/ARCE/Analista de Regulação Contador/2012) As
contribuições de seguridade social na ordem constitucional de 1988

I. têm natureza jurídica de tributo.

II. são tributos vinculados, pois tem como hipótese de incidência o


financiamento da seguridade social.

III. poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da


atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

IV. poderão ser instituídas outras fontes destinadas a garantir a


manutenção ou expansão da seguridade social, por lei ordinária.

V. só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da


publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se
submetendo ao Princípio da Anterioridade Anual.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) I e IV.

(C) II e V.

(D) I , III e V.

(E) II e V.
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Item I) Correto. As contribuições sociais para a seguridade social são


espécies das chamadas contribuições especiais. Estas, por sua vez, estão
contidas na divisão pentapartite adotada pelo STF, que considera como
integrantes do nosso sistema tributário nacional os seguintes tributos:

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Impostos;

Taxas;

Contribuições de Melhoria;

Contribuições Especiais (aqui se inclui, entre outras contribuições,


as contribuições sociais para a seguridade social);

Empréstimos Compulsórios.

Desse modo, as contribuições sociais para a seguridade social são espécies


de tributos presentes no nosso atual ordenamento jurídico tributário.

Item II) Incorreto. As contribuições sociais destinadas ao financiamento


da seguridade social são tributos OBRIGATORIAMENTE de ARRECADAÇÃO
VINCULADA, uma vez que, como o próprio nome nos diz, são destinadas a
financiar a seguridade social. Por sua vez, são tributos, em regra, não
vinculados, uma vez que são pagos independentemente de uma
contraprestação estatal relativa ao sujeito passivo.

Item III) Correto. De acordo com o artigo 195, §9º, da CF/88, as


contribuições sociais para a seguridade social poderão ter alíquotas ou
bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição
estrutural do mercado de trabalho.

Item IV) Incorreto. Essa é a previsão constante no artigo 195, §4º, da


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CF/88, que nos diz que a lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, ficando sujeitas
apenas ao princípio da noventena tributária, devendo ainda ser instituídas
por meio de lei complementar, não ter fato gerador ou base de cálculo já
previstos para outra contribuição social presente no texto da CF/88 e ser
não-cumulativas,

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Item V) Correto. Essa é a previsão constante no artigo 195, §6º, da
CF/88, que nos diz que as contribuições sociais para a seguridade social
somente poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". Esse artigo nos fala sobre o
princípio da anterioridade do exercício financeiro, não aplicável a esse tipo
de tributo.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

7. (FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) Um contribuinte


deixou de emitir o documento fiscal referente a uma prestação de serviço
tributada pelo ISS, tributo de competência municipal, e, como
consequência, foi-lhe aplicada penalidade pecuniária pelo descumprimento
dessa obrigação acessória (art. 230, caput, inciso V, alínea "a" do Decreto
Municipal 52.703/11). Essa penalidade pecuniária

(A) é taxa, pois tem a finalidade de ressarcir o erário pelo dano causado
pelo descumprimento de uma obrigação acessória.

(B) é imposto, pois está prevista na legislação do ISS.

(C) não é imposto, mas é tributo, em sentido amplo, pois tem natureza
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compulsória.

(D) é tributo, porque é cobrado por meio de atividade vinculada, conforme


estabelece o Código Tributário Nacional.

(E) não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser
definida como tributo.

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Essa questão se resolve com o conhecimento constante no famoso artigo 3º
do CTN, que assim nos diz em seu texto:

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,


em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

No nosso ordenamento constitucional, a distinção entre tributo e penalidade


pecuniária é estritamente separada. Enquanto o tributo não é cobrado em
razão da prática de um ato ilícito, a penalidade é justamente a cobrança de
valores pela prática de um ato ilícito, de natureza tributária penal. A
penalidade, entretanto, não possui natureza tributária, mas punitiva.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

8. (FCC - 2012 - PM SÃO PAULO - Auditor Fiscal Tributário Municipal


- Gestão Tributária) Sobre os tipos de tributos, considere:

I. Tributo que não admite vinculação de receita a órgão, despesa ou fundo,


salvo algumas exceções constitucionais, tais como a vinculação de recursos
destinados a ações e serviços públicos de saúde.

II. A concessão de alvará ou permissão pode ser remunerada por esta


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espécie de tributo.

III. Tem receita vinculada para custear atividades de assistência social,


saúde e previdência social.

IV. Pressupõe que, em virtude de uma obra pública, haja valorização


imobiliária para que se configure o seu fato gerador.

Os itens I, II, III e IV caracterizam, respectivamente:

a) imposto, taxa, contribuição social para seguridade social e contribuição


de melhoria.

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b) taxa, imposto, taxa e contribuição de melhoria.

c) contribuição social para seguridade social, taxa, contribuição de melhoria


e imposto.

d) imposto, contribuição de melhoria, contribuição social para seguridade


social e imposto.

e) contribuição de melhoria, imposto, contribuição social para seguridade


social e taxa.

Item I) Imposto – nesse caso, o tributo não admite vinculação de receita


a órgão, despesa ou fundo, salvo algumas exceções constitucionais, tais
como a vinculação de recursos destinados a ações e serviços públicos de
saúde, conforme prevê o artigo 167, §4º, da CF/88.

Item II) Taxa – Nesse caso, temos a prestação de um serviço público,


bem como o exercício do poder de polícia, conforme prevê o artigo 145, II,
da CF/88.

Item III) Contribuição Social para seguridade social – Somente as


contribuições sociais, em tese, são utilizadas para o custeio direto das
atividades de assistência social, saúde e previdência social.

Item IV) Contribuição de Melhoria – Esse tributo é devido em razão da


realização de obra pública da qual decorra valorização imobiliária, conforme
o artigo 81 do CTN.
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Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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09. (FCC - 2011 - TJ - AP - Outorga de Delegação de Serviços de
Notas e Registros) O tributo que tem por fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, como, por exemplo, a fiscalização dos serviços notariais
e registrais, é denominado:

a) imposto.

b) taxa.

c) contribuição de melhoria.

d) emolumento.

e) contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

10. (FCC - 2011 - TJ - PE - Juiz Substituto) A importância paga pelos


usuários de nossas rodovias a título de pedágio qualifica-se como:
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a) preço público.

b) tributo.

c) taxa de serviço público.

d) contribuição de melhoria.

e) preço compulsório.

Quanto ao instituto do pedágio, temos que este remunera serviços


explorados e prestados tanto por pessoas jurídicas de direito público,
hipótese em que estaremos diante de uma taxa, quanto por pessoas

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jurídicas de direito privado, situação em que será observada a cobrança de
uma tarifa ou preço público.

Logo, a questão deveria ter sido anulada, uma vez que o pedágio pode ter
tanto natureza pública quanto privada. No primeiro caso, seria devida uma
taxa. No segundo, um preço público. A banca, contudo, possivelmente
seguiu a normalidade dos atuais pedágios, uma vez que, salvo raras
exceções, esses são administrados pela iniciativa privada, sendo cobrados,
assim, preços públicos, com natureza de direito privado. Porém, muito
cuidado com esse tipo de questão. Adote esse posicionamento da FCC
quanto ao tema, uma vez que a questão é relativamente recente.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

11. (FCC - 2010 – Pref.- Teresina - Procurador Municipal) A partir do


conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de
tributo porque o tributo:

a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste
desta obrigatoriedade.

b) é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa


pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público.
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c) não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de
ato ilícito.

d) é prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa


não é compulsória, dependendo de condenação administrativa.

e) pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da


multa, que só pode ser objeto de anistia.

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De acordo com o artigo 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada. Logo, o tributo não é sanção
por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito, não
tendo, assim, natureza tributária.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

12. (FCC - 2010 - DPE - SP - Defensor Público) Nos termos do artigo


148, inciso I da Constituição Federal, a União poderá, mediante lei
complementar, instituir empréstimo compulsório para atender a despesas
extraordinárias, sem sujeição ao princípio da anterioridade tributária, anual
e nonagesimal, em situação de:

a) iminência de guerra externa.

b) investimento público de caráter urgente.

c) relevante interesse nacional.

d) ameaça de calamidade pública.

e) temor de perturbação da ordem interna.

De acordo com o artigo 148 da CF/88, a União, mediante lei complementar,


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poderá instituir empréstimos compulsórios:

 para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade


pública, de guerra externa ou sua iminência;
 no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Por sua vez, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo


compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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13. (FCC - 2010 - TJ - MS - Juiz de Direito Substituto) Será
remunerada por taxa a prestação:

a) efetiva ou compulsória do serviço de coleta de lixo domiciliar.

b) efetiva do serviço de calçamento de logradouros.

c) compulsória do serviço de iluminação pública.

d) compulsória do serviço de limpeza das vias e logradouros públicos

e) efetiva de uso de bem público.

Não é cabível a cobrança de taxas em relação a serviços prestados de


maneira geral, em que não seja possível a identificação precisa dos seus
beneficiários, como, por exemplo, na limpeza de vias públicas. Por exemplo,
ao realizar a limpeza de determinada rua, não apenas as pessoas que
moram nela serão beneficiadas, mas todas aquelas que nela transitam,
diariamente, esporadicamente ou apenas uma vez na vida. Todos são
beneficiários. Logo, os serviços descritos nas alternativas “b”, “c” e “d” não
podem ser remunerados por meio de taxas. Os serviços descritos nas
alternativas “b” e c”, por sua vez, conforme o caso, podem ainda ser
remunerados por contribuição de melhoria ou pela COSIP, respectivamente.

A alternativa “e” também está incorreta, uma vez que, de acordo com o
artigo 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm
como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
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efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao


contribuinte ou posto à sua disposição.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão, uma vez
que, dentre os serviços presentes nas alternativas, apenas a efetiva ou
compulsória do serviço de coleta de lixo domiciliar pode ser remunerada por
meio de taxa. Essa interpretação decorre da Súmula Vinculante STF nº 19,
que assim nos diz:

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“A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de
lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo
145, II da Constituição Federal”

14. (FCC - 2010 - SEFAZ - SP - Analista em Planejamento Orçamento


e Finanças Públicas -P2) Sobre o imposto residual, é correto afirmar que:

a) é de competência comum da União, Estados e Distrito Federal.

b) pode ser instituído por medida provisória, em caso de relevância e


urgência na obtenção desta fonte de receita.

c) tem por motivo a guerra externa ou sua iminência ou situação de


calamidade pública.

d) pode ser instituído sobre fato gerador ou base de cálculo já previsto na


Constituição.

e) vinte por cento do produto arrecadado será repassado pela União aos
Estados e Distrito Federal.

De acordo com o artigo 154, I, da CF/88, a União poderá instituir, mediante


lei complementar, impostos não previstos no artigo 153, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
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discriminados nesta Constituição.

Por sua vez, o artigo 157, II, da CF/88, que regula a repartição das receitas
tributárias entre os entes políticos, pertencem aos Estados e ao Distrito
Federal, entre outros montantes previstos no texto da Carta de 1988, vinte
por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no
exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

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15. (FCC - 2010 - SEFAZ - SP - Analista em Planejamento Orçamento
e Finanças Públicas - P2) Um tributo que remunera o exercício regular do
poder de polícia consistente na concessão de alvará de construção é da
espécie:

a) imposto.

b) contribuição de interesse de categoria econômica.

c) taxa.

d) tarifa.

e) contribuição de segurança pública.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos


Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Desse modo, um tributo que remunera o exercício regular do poder de


polícia consistente na concessão de alvará de construção é da espécie taxa.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

16. (FCC - 2010 - METRÔ - Analista Trainee - Ciências Contábeis)


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Imposto é o tributo que tem como fato gerador:

a) o exercício regular do poder de polícia.

b) a prestação de serviço público, específico e divisível.

c) o custo de obras públicas das quais decorram valorização imobiliária.

d) a situação independente de qualquer atividade estatal específica em


relação ao contribuinte.

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e) a utilização de terras de propriedade da União, dos Estados e dos
Municípios.

De acordo com o artigo 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem


por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte. Assim, resta como correta a alternativa
"d", gabarito da questão.

17. (FCC - 2010 - SEFIN - RO - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais)


Para se identificar a natureza jurídica específica de um tributo considera-se,
em regra:

a) a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes.

b) os efeitos dos atos jurídicos efetivamente ocorridos.

c) a denominação e demais características formais adotadas pela lei.

d) o fato gerador da respectiva obrigação tributária.

e) a destinação legal do produto de sua arrecadação.

De acordo com o artigo 4º do CTN, a natureza jurídica específica do tributo


é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes
para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas
pela lei; e a destinação legal do produto da sua arrecadação.
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Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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18. (FCC - 2010 - SEFIN-RO - Auditor Fiscal de Tributos Estaduais)
Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que:

a) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode


ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente.

b) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de


competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal.

c) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma
atividade estatal.

d) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra
pública.

e) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma


prévia atividade estatal, qual seja, obra pública.

Alternativa a) Incorreta. Dois erros na assertiva: o empréstimo


compulsório é tributo previsto na competência tributária exclusiva da União,
que, para instituí-lo, deverá utilizar apenas a lei complementar, conforme o
artigo 148 da CF/88.

Alternativa b) Incorreta. Conforme vimos, a competência tributária para


a instituição e a cobrança da COSIP é apenas dos Municípios e do Distrito
Federal, não sendo possível a instituição pelos Estados, conforme previsto
no artigo 149-A da CF/88.
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Alternativa c) Incorreta. Exatamente o contrário. Impostos são os


tributos em que não há nenhuma contraprestação estatal relativa aos
contribuintes, assim como ocorre quanto às contribuições. A
contraprestação se verifica apenas em relação às taxas e às contribuições
de melhoria, por exemplo.

Alternativa d) Incorreta. Obra pública está relacionada a contribuições de


melhoria, enquanto as taxas, à prestação de serviços ou ao exercício do
poder de polícia estatal, conforme nos dizem os artigo 81 e 77 do CTN,
respectivamente.

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Alternativa e) Correta. Perfeita definição para a contribuição de melhoria,
a qual é realmente um tributo vinculado a uma atividade estatal e
decorrente da valorização imobiliária sofrida pelo imóvel em decorrência de
uma obra pública.

19. (FCC - 2010 - Assembleia Legislativa - SP - Agente Téc. -


Legislativo - Direito - Finanças e Orçamento) Existem inúmeras
classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais.
A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra
considera o tributo quanto à destinação específica do produto da
arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação
específica do produto da arrecadação:

a) o imposto.

b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) o empréstimo compulsório.

e) as contribuições especiais.

Os impostos são tributos não vinculados a uma atividade estatal específica e


possuem as receitas com ele arrecadadas sem destinação específica, sendo,
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portanto, tributo de arrecadação não vinculada, exceto em relação aos


casos expressamente previstos no texto da CF/88, mais precisamente em
seu artigo 167, IV. O conceito de imposto, presente no artigo 16 do CTN, é
o seguinte:

“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato


gerador uma situação independente de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte.”

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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20. (FCC - 2010 - Assembleia Legislativa - SP - Agente Téc. -
Legislativo - Direito – Finanças e Orçamento) Segundo Geraldo Ataliba,
"Não há possibilidade jurídica de confusão entre taxa e preço. Nem há,
como muitos supõem, liberdade do legislador em converter uma na outra e
vice-versa. Juridicamente, são coisas reciprocamente repelentes e
excludentes". Partindo deste préssuposto, é traço distintivo entre taxa e
preço público o fato da taxa:

a) remunerar obra pública e o preço remunerar serviço público prestado


pelo Poder Público sem exclusividade.

b) ser fixada contratualmente e o preço ser fixado por decreto.

c) ser receita originária de natureza tributária e o preço ser receita derivada


de natureza não tributária.

d) remunerar serviço público prestado pelo Poder Público e o preço


remunerar serviço público delegado a particular.

e) remunerar poder de polícia e o preço remunerar serviço público


indivisível.

As taxas e os preços públicos possuem muitas diferenças que o distinguem,


as quais podem ser resumidas no quadro abaixo:

TAXA PREÇO PÚBLICO

DECORREM SEMPRE DE LEI DECORREM DE CONTRATO


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POSSUEM NATUREZA NÃO POSSUEM NATUREZA


TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA
REGIME DE NATUREZA
SUBMETEM-SE AO REGIME
CONTRATUAL E
JURÍDICO TRIBUTÁRIO
ADMINISTRATIVA
NÃO HÁ AUTONOMIA DE
HÁ AUTONOMIA DE VONTADE
VONTADE

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SÃO DEVIDAS EM RAZÃO DA


SÃO DEVIDOS APENAS EM
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS OU
RAZÃO DA PRESTAÇÃO DE
DO EXERCICIO DO PODER DE
SERVIÇOS
POLÍCIA

É INADMISSÍVEL A RESCISÃO DA A RELAÇAO PODE SER


RELAÇÃO RESCINDIDA

SOMENTE COBRADAS EM RAZÃO


PODEM SER COBRADA EM RAZÃO
DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO
DA PRESTAÇÃO POTENCIAL
SERVIÇO
RECEITA DERIVADA RECEITA ORIGINÁRIA

NÃO ESTÃO SUJEITOS A


ESTÃO SUJEITAS AOS
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS,
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
APENAS ADMINISTRATIVOS

É COMPULSÓRIA NÃO É COMPULSÓRIO

SOMENTE PODEM SER EXIGIDAS PODEM SER EXIGIDAS POR


POR PESSOA JURÍDICA DE PESSOA JURICIDA DE DIREITO
DIREITO PÚBLICO PÚBLICO OU PRIVADO

NÃO TÊM FINS LUCRATIVOS POSSUEM FINS LUCRATIVOS

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

21. (FCC - 2010 - Assembleia Legislativa - SP - Agente Téc.-


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Legislativo - Direito 2) Alguns tributos só podem ser instituídos por lei


complementar, por disposição constitucional expressa. Enquadram-se nesta
hipótese:

a) os impostos extraordinário e residual.

b) a contribuição de intervenção no domínio econômico e o empréstimo


compulsório.

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c) o imposto residual e o empréstimo compulsório.

d) o empréstimo compulsório e o imposto extraordinário.

e) a contribuição social e a contribuição de interesse das categorias


profissionais ou econômicas.

A instituição e normatização de alguns tributos, por expressa disposição


constitucional, deverá ser feita por meio de lei complementar, uma vez que
esse foi o desejo do legislador constituinte originário.

Entre os tributos que exigem a edição de lei complementar para a sua


instituição, temos o imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, VII, da
CF/88), os impostos residuais e as contribuições sociais residuais a serem
instituídos pela União (artigo 154, I, e a95, §6º, ambos da CF/88) e os
empréstimos compulsórios (artigo 148, da CF/88), também de competência
da União.

O imposto extraordinário, assim como as CIDE’s, podem ser instituídas por


meio de lei ordinária da União, não sendo exigida lei complementar.

Assim, dentre as alternativas, apenas a alternativa “c” se molda ao que nos


diz a Carta de 1988, sendo o gabarito da questão.

22. (FCC - 2009 - TCE - GO - Analista de Controle Externo – Jurídica)


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Os tributos classificam-se em vinculados e não vinculados. É exemplo de


tributo vinculado, de forma direta, com finalidade de remunerar serviço
público:

a) o imposto.

b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) a contribuição social.

e) o empréstimo compulsório.

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De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas cobradas pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Desse modo, é exemplo de tributo vinculado, de forma direta, com


finalidade de remunerar serviço público a taxa. Assim, resta como correta a
alternativa "b", gabarito da questão.

23. (FCC - 2009 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão


Tributária - P3) Os Empréstimos Compulsórios.

a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias


decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não
sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade.

b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse
caso, a observância ao princípio da anterioridade.

c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses
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entes políticos.

d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as


causas de sua criação.

e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua


instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo
Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

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Na hipótese de instituição de empréstimos compulsórios para atender às
despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência, não devem ser verificados os princípios da
anterioridade e da noventena, o que torna correta a alternativa “a”, gabarito
da questão. Essa previsão decorre do que consta no artigo 148 da CF/88.

Por sua vez, nos casos de investimento público de caráter urgente e de


relevante interesse nacional, devem ser observados os princípios
anteriormente mencionados.

24. (FCC - 2009 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão


Tributária - P3) A respeito das contribuições sobre o domínio econômico, é
correto afirmar que:

a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo


atingir o particular de modo específico e divisível.

b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.

d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza


excepcional.

e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores


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serão restituídos.

Quanto às CIDE, temos as seguintes características:

 São instituídas por lei ordinária editada, exclusivamente, pela União,


não podendo ser instituída por nenhum outro ente político, conforme o
artigo 149 da CF/88;
 Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
 Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou
serviços;

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 Poderão ter alíquotas ad valorem, tendo por base o faturamento, a
receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor
aduaneiro; ou específica, tendo por base a unidade de medida
adotada.
 Não tributos restituíveis, a exemplo dos empréstimos compulsórios;
 Não possuem, em regra, sua arrecadação vinculada a uma atividade
estatal específica, exceto no caso da CIDE-Combustiveis, em
conformidade com o que dispõe o artigo 177, §4º, II, da CF/88.
 Não são vinculados a qualquer atividade estatal específica relativa ao
contribuinte.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

25. (FCC - 2009 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão


Tributária P3) Sobre as espécies tributária, é correto afirmar:

a) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas a


contribuições sociais para a Seguridade Social constarão dos respectivos
orçamentos e integrarão o orçamento da União.

b) Na iminência ou no caso de guerra externa, a União, os Estados e os


Municípios poderão instituir impostos extraordinários.
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c) A taxa é espécie de tributo vinculado a uma atividade estatal globalmente


considerada, bem como à capacidade econômica do contribuinte.

d) O tributo vinculado que tem por fato gerador a valorização de imóvel do


contribuinte, decorrente de obra pública, é a contribuição de melhoria.

e) A União, mediante lei ordinária, tem competência privativa residual para


instituir novos impostos, desde que sejam nãocumulativos e não tenham
por fato gerador ou base de cálculo próprio dos demais impostos
discriminados na Constituição Federal.

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26. (FCC - 2009 - TCE - PI - Assessor Jurídico) O imposto.

a) tem fato gerador vinculado a uma prévia atividade estatal.

b) é regulado por competência constitucional comum entre os entes


políticos.

c) será extraordinário quando o fato gerador for guerra externa ou sua


iminência.

d) nunca terá como hipótese de incidência a fiscalização decorrente do


poder de polícia do Estado.

e) nunca terá receita vinculada.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas, e não os impostos, cobradas


pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.

Desse modo, os impostos não têm fato gerador vinculado a uma prévia
atividade estatal; estão previstos na chamada competência tributária
exclusiva, e não comum, uma vez que o seu delineamento na CF/88 é
exclusiva para cada ente político; e poderá ter suas receitas vinculadas a
uma previa despesa específica, nos casos expressamente previstos na
CF/88, fora dos quais a arrecadação dos impostos realmente não poderá
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possuir qualquer vinculação específica.

Por sua vez, o imposto extraordinário de guerra (IEG) é instituído em razão


da guerra externa ou sua iminência, e não que esses sejam os fatos
gerados do imposto. Eles são apenas as causas que autorizam a instituição
do IEG, conforme o artigo 154, II, da CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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27. (FCC - 2008 – Pref. - de São Paulo - Procurador do Município)
Determinado Município institui taxa de piscina cujo aspecto material da
hipótese de incidência é ter piscina em imóvel localizado dentro do
Município. A base de cálculo desta taxa é a dimensão em metros quadrados
da piscina e a alíquota é de R$ 1,00 por metro quadrado de piscina. O
contribuinte é o proprietário do imóvel que possui piscina. Esta taxa:

a) será devida, por se tratar de uma taxa de polícia, decorrente da


fiscalização que o Poder Público tem que realizar na construção de piscinas.

b) será devida, por se tratar de uma taxa de serviço, decorrente da


prestação efetiva do serviço de água tratada fornecida para manter a
piscina.

c) não será devida, por não ser admitida taxa com alíquota em espécie.

d) não será devida, porque não decorre de exercício regular de poder de


polícia ou de prestação de serviço público, sendo fato gerador de imposto.

e) não será devida, porque a competência para instituição desta taxa é da


União e não do Município.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas, e não os impostos, cobradas


pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
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disposição.

A propriedade de uma piscina não se amolda ao que prevê o CTN para a


instituição de uma taxa, uma vez que não há qualquer prestação de serviço
ou o exercício do poder de polícia pela municipalidade. A propriedade desse
tipo de bem, por ser imóvel, está dentro da hipótese de incidência do IPTU,
imposto de competência municipal que incide sobre a propriedade predial e
territorial urbana, conforme o artigo 156, I, da CF/88.

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Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão, uma vez
que referida taxa não será devida, porque não decorre de exercício regular
de poder de polícia ou de prestação de serviço público, sendo fato gerador
de imposto.

28. (FCC - 2008 - PM RECIFE - Concurso Público para Procurador


Judicial) NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de
melhoria:

a) ter competência comum para instituição.

b) ser vinculada a uma atividade estatal.

c) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária.

d) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua
arrecadação.

e) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes


à obra.

Em qualquer caso, a contribuição de melhoria é instituída para fazer frente


aos custos da obra, e não para financia-la. Desse modo, o tributo não pode
ser cobrado antes do inicio da obra, sendo cobrado, em regra, após o final
dessa, que é o momento em que se conhece, realmente, o valor da
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valorização imobiliária “sofrida” pelo imóvel.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. As demais


alternativas possuem características inerentes ao tributo.

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29. (FCC - 2008 - TCE-SP – Auditor) Os empréstimos compulsórios:

a) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal.

b) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de


enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam
restituídos no prazo de dois anos.

c) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias


decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência.

d) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido


publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa.

e) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-
se o princípio da anterioridade.

Na hipótese de instituição de empréstimos compulsórios para atender às


despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência, não devem ser verificados os princípios da
anterioridade e da noventena, o que torna correta a alternativa “d”, gabarito
da questão. Essa previsão decorre do que consta no artigo 148 da CF/88.

Por sua vez, nos casos de investimento público de caráter urgente e de


relevante interesse nacional, devem ser observados os princípios
anteriormente mencionados.
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Na mesma linha, os empréstimos compulsórios somente podem ser


instituídos pela União e com a utilização de lei complementar, tendo em
vista o que dispõe o artigo 148 da CF/88, o qual também define as duas
únicas situações que autorizam a instituição do tributo, estando capituladas
nos dois parágrafos anteriores e nos dois incisos do citado artigo.

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30. (FCC - 2007 - TCE-AM – Auditor) Um dos atributos que diferenciam
as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas:

a) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram


serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à
disposição do usuário.

b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que


as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade.

c) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as


contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e
divisíveis.

d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente


postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das
contribuições de melhoria é facultativo.

e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria


têm contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de
obras públicas.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas, e não os impostos, cobradas


pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
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disposição.

Por sua vez, conforme o artigo 81 do CTN, a contribuição de melhoria


cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

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Por sua vez, ambas são tributos, sendo de cobrança vinculada e estão
relacionada a uma contraprestação estatal relativa ao contribuinte.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

31. (FCC - 2007 - TRF 2ª - Analista Judiciário – Judiciária) No que diz


respeito às taxas é certo que:

a) é facultativa e também leva em conta a realização de obra ou serviço


público, de que decorra valorização imobiliária.

b) seu fato gerador poderá ser uma situação independente de qualquer


atividade estatal específica.

c) podem, em certos casos, ter base de cálculos idêntica a dos impostos, e


ser calculadas em função do capital das empresas.

d) tem como fato gerador, além de outros elementos, o exercício regular do


Poder de Polícia.

e) sua hipótese de incidência não é vinculada, salvo quando criada no caso


de investimento público urgente e de relevante interesse estatal.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas, e não os impostos, cobradas


pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
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regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço


público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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32. (FCC - 2007 - PM São Paulo - Auditor Fiscal Tributário Municipal)
Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como
tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto:

a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não
sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja


instituída em lei.

c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua
sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e


esteja instituída em lei.

e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua
sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

De acordo com o artigo 3º do CTN, tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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33. (FCC - 2006 - TCE-CE – Auditor) Um dos atributos que diferenciam
as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas:

a) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram


serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à
disposição do usuário.

b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que


as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade.

c) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as


contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e
divisíveis.

d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente


postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das
contribuições de melhoria é facultativo.

e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria


têm como contrapartida a valorização imobiliária decorrente da realização
de obras públicas.

De acordo com o artigo 77 do CTN, as taxas, e não os impostos, cobradas


pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
01077787502

disposição.

Por sua vez, conforme o artigo 81 do CTN, a contribuição de melhoria


cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor
que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

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Por sua vez, ambas são tributos, sendo de cobrança vinculada e estão
relacionada a uma contraprestação estatal relativa ao contribuinte.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

34. (FCC - 2006 - TCE-CE - Procurador de Contas) São características


comuns aos impostos, taxas e contribuições de melhoria:

a) todos têm competência comum.

b) todos são vinculados a uma prévia atividade estatal.

c) todos têm sempre relação com serviço público.

d) todos são compulsórios.

e) todos se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal, sem


exceção.

Uma vez que os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria são


tributos, todos se encaixam no que prevê o artigo 3º do CTN, dispondo que
tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Os


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impostos pertencem à competência exclusiva, e não comum, da qual fazem


parte as taxas e as contribuições de melhoria. Apenas as taxas e as
contribuições de melhoria são vinculadas a uma prévia atividade estatal, o
que não ocorre quanto aos impostos. Apenas as taxas, em regra, podem ter
relação com a prestação de um serviço público. Quanto ao princípio da
anterioridade nonagesimal, os impostos comportam exceções ao princípio,
tendo em vista o artigo 150, §1º, da CF/88.

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35. (FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) Projeto de lei
estadual, no intuito de fiscalizar a pesca esportiva no rio Piracicaba, foi
enviado à Assembléia Legislativa, propondo a criação da Taxa de
Fiscalização de Pesca do Rio Piracicaba, como meio de custear aparato
fiscalizador estadual das atividades de pesca do referido rio. Tendo em vista
que os benefícios trazidos por tal fiscalização atingiriam toda a população
das cidades ribeirinhas, o projeto de lei em questão propunha que a base de
cálculo da taxa pelo exercício do poder de polícia sobre a pesca esportiva
fosse o valor venal dos imóveis localizados no perímetro urbano das
cidades, desde que esses imóveis se encontrassem na zona limítrofe do rio
Piracicaba, até a distância máxima de 10 km. O projeto de lei não foi
aprovado pela Assembléia Legislativa, tendo sido arquivado, sob o
fundamento de inconstitucionalidade.

Com base na situação descrita acima, é correto afirmar:

(A) Nas circunstâncias descritas e pela relevância social do projeto de lei


proposto, somente a União teria competência para instituir um imposto
extraordinário, com a mesma finalidade e com a mesma base de cálculo do
IPTU.

(B) Como a competência para instituir taxas pelo exercício do poder de


polícia é exclusiva dos municípios, o projeto de lei deveria ser municipal.

(C) A taxa não pode ter base de cálculo idêntica à que corresponda a
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imposto.

(D) A espécie tributária a ser criada deveria ser uma contribuição de


melhoria, e não uma taxa pelo exercício do poder de polícia, tendo em vista
os benefícios trazidos pela fiscalização da pesca às cidades ribeirinhas.

(E) A espécie tributária a ser criada deveria ser um imposto estadual com
base de cálculo idêntica à do IPTU, e não uma taxa pelo exercício do poder
de polícia.

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Alternativa a) Incorreta. A União é realmente o ente político competente
para a instituição de imposto extraordinário, conforme determina o artigo
154, II, da CF/88. Entretanto, esse imposto somente poderá ser instituído
pela União na iminência ou no caso de guerra externa, cujos fatos geradores
poderão estar compreendidos ou não em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

“Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.”

Assim, ainda que diante das circunstâncias descritas e pela relevância social
do projeto de lei proposto, nenhum ente político é competente para instituir
um tributo dessa natureza.

Alternativa b) Incorreta. A competência para a instituição de taxas é


comum a todos os entes políticos da nossa federação, conforme determina o
artigo 145, II, da CF/88, e dentro das suas respectivas áreas de
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competência. Seu texto é o seguinte:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
a sua disposição;

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III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter


pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.”

Alternativa c) Correta. Essa previsão está contida no artigo 145, §2º, da


CF/88, que nos diz que as taxas não poderão ter base de cálculo própria das
conferidas aos impostos. Essa previsão consta também no artigo 77,
parágrafo único, do CTN:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou


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fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto


nem ser calculada em função do capital das empresas.“

Alternativa d) Incorreta. De acordo com o artigo 81 do CTN, a


contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado. Assim, os benefícios trazidos pela fiscalização da pesca

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às cidades ribeirinhas não são motivadores para a instituição de contribuição
de melhoria, que decorre, repita-se da valorização imobiliária decorrente da
realização de obra pública.

Alternativa e) Incorreta. Uma vez que o tributo decorre de uma atividade


pública de fiscalização, deveria ser instituída uma taxa cobrada em razão do
exercício do poder de polícia administrativa, e não um imposto estadual com
a mesma base de cálculo do IPTU. Este imposto estadual não tem previsão
constitucional, já que a competência para a instituição de impostos
residuais, conforme prevê o artigo 154, I, da CF/88, é exclusiva da União.

“Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

(...).”

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36. (FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) A realização de
obras públicas, que transformaram uma região anteriormente pantanosa em
um belo e aprazível parque, ocasionou a valorização da maior parte dos
imóveis localizados em suas proximidades, da seguinte maneira:

- o imóvel "A", que valia R$ 4.000.000,00 antes das obras, teve fator de
absorção do benefício de valorização de 200%, passando a valer R$
12.000.000,00.

- o imóvel "B", que valia R$ 3.000.000,00 antes das obras, teve fator de
absorção do benefício da valorização de 100%, passando a valer R$
6.000.000,00.

- o imóvel "C", que valia R$ 2.000.000,00 antes das obras, teve fator de
absorção do benefício da valorização de 50%, passando a valer R$
3.000.000,00.

- o imóvel "D" não teve valorização alguma em decorrência das obras


realizadas.

Obs.: Todos os quatro imóveis têm a mesma área de terreno e o que


determinou a diferença nos fatores de absorção do benefício da valorização
foram elementos alheios à dimensão do terreno. O custo total da obra foi
orçado em R$ 6.000.000,00 e a referida contribuição deverá custeá-la
integralmente.

Com base nessas informações e considerando que o município em questão


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editou lei ordinária estabelecendo a cobrança de contribuição de melhoria


para fazer face ao custo dessa obra, é correto afirmar que

(A) a municipalidade poderá exigir do proprietário do imóvel "C"


contribuição de melhoria no valor de R$ 500.000,00, mesmo que seu imóvel
tenha sido valorizado em R$ 1.000.000,00, desde que o limite total da
exigência referente ao custo da obra não ultrapasse R$ 6.000.000,00.

(B) os proprietários dos imóveis "A", "B", "C" e "D" deverão pagar
contribuição de melhoria, pois estão na zona beneficiada.

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(C) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C" deverão pagar contribuição
de melhoria, desde que a fixação das bases de cálculo e dos fatos geradores
respectivos sejam estabelecidos por lei complementar.

(D) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C", que tiveram seus imóveis
efetivamente valorizados com a obra, deverão ratear integralmente o valor
de custo da obra, com base na área do terreno de cada um deles, cabendo
a cada um o valor de R$ 2.000.000,00.

(E) a municipalidade poderá exigir, cumulativamente, de todos os quatro


proprietários, contribuição de melhoria em valor igual ao da valorização de
seus respectivos imóveis, cabendo ao imóvel "A" pagar R$ 8.000.000,00, ao
imóvel "B" pagar R$ 3.000.000,00, ao imóvel "C" pagar R$ 1.000.000,00 e
não cabendo nada a "D", perfazendo um total de R$ 12.000.000,00.

Para responder essa questão, primeiramente temos que organizar os dados


relativos às valorizações imobiliárias e ao custo da obra, principalmente.
Depois, encontrar o valor máximo devido por cada um deles e relativo à
contribuição de melhoria. Vejamos.

Custo Total da Obra: R$ 6.000.000,00.

Quantidade de Imóveis: 04.

Valorização Imobiliária do Imóvel “A”: R$ 8.000.000,00

Valorização Imobiliária do Imóvel “B”: R$ 3.000.000,00


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Valorização Imobiliária do Imóvel “C”: R$ 1.000.000,00

Valorização Imobiliária do Imóvel “D”: R$ 0,00.

Valorização Total dos Imóveis: R$ 12.000.000,00.

Como se observa, o valor total da valorização imobiliária foi superior ao


custo da obra em R$ 6.000.000,00. Desse modo, essa parcela não poderá
ser cobrada dos contribuintes. O limite total, assim, será o custo da obra.

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Devemos agora dividir o valor da obra proporcionalmente à parcela de
valorização que o imóvel sofreu em relação ao total da valorização sofrida
por todos os imóveis. Para obter esses valores, basta apenas álgebra.

Para o imóvel “A”, teremos o percentual de 2/3 (R$ 8.000.000,00 / R$


12.000.000,00). Para o “B”, de 1/4 (R$ 3.000.000,00 / R$ 12.000.000,00).
Para “C”, de 1/12 (R$ 1.000.000,00 / R$ 12.000.000,00).

Multiplicando cada um dos valores percentuais por R$ 6.000.000,00,


obteremos os seguintes valores máximos de Contribuição de melhoria para
cada um dos imóveis:

“A”  2/3 x R$ 6.000.000,00 = R$ 4.000.000,00.

“B”  1/4 x R$ 6.000.000,00 = R$ 1.500.000,00.

“C”  1/12 x R$ 6.000.000,00 = R$ 500.000,00

“D”  0 x R$ 6.000.000,00 = R$ 0,00.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

37. (FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) Admitindo-se que


caiba apenas aos Estados federados colocar à disposição da população um
determinado serviço público específico e divisível, e, admitindo-se, também,
que, em decorrência de omissão de alguns Estados, os municípios neles
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localizados resolvam, fora do âmbito de suas respectivas atribuições, tornar


esse serviço disponível às suas respectivas populações, cobrando, em razão
disso, taxas pelos serviços que estão sendo colocados à sua disposição,
conclui-se que a instituição dessa taxa está em

(A) desconformidade com a legislação, pois as taxas só podem ser cobradas


em razão de serviços efetivamente prestados e não meramente colocados à
disposição do munícipe.

(B) desconformidade com a legislação, pois uma pessoa jurídica de direito

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público não pode cobrar taxa por atividade que não esteja no âmbito de suas
respectivas atribuições.

(C) conformidade com a legislação, desde que o Estado delegue sua


competência tributária para o município.

(D) desconformidade com a legislação, pois a atividade desenvolvida pelo


município deve ser prestada gratuitamente, custeada pela receita geral de
impostos, já que os municípios não estão constitucionalmente autorizados a
cobrar taxa de espécie alguma.

(E) conformidade com a legislação, pois, se o Estado não exerceu sua


competência constitucional, o município deve fazê-lo, cobrando,
consequentemente, as taxas cabíveis.

Embora a instituição de taxas esteja previsto na competência tributária


comum de todos os entes políticos (artigo 145, II, da CF/88), estes devem
instituir esses tributos dentro da sua respectiva área de competência, sem
que haja a invasão da competência de um pelos demais. Se, por exemplo, a
instituição de taxa em razão da prestação de um serviço de vistoria de
veículos estiver compreendida na competência dos Estados e do Distrito
Federal, somente estes entes podem instituir a referida taxa. Caso outro
ente, como os municípios, venham a instituir, estarão invadindo a
competência estadual, incorrendo em vício de inconstitucionalidade.

Assim, no enunciado da questão, este foi claro ao dizer que a taxa, quanto à
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sua instituição e regulação, está prevista na competência tributária dos


Estados, não poderia em hipótese alguma ser instituída pelos municípios,
ainda que houvesse delegação daqueles a esses.

Logo, a instituição da taxa está em desconformidade com a legislação, pois


uma pessoa jurídica de direito público não pode cobrar taxa por atividade
que não esteja no âmbito de suas respectivas atribuições.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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38. (FCC/SEAD-PI/Analista de Planejamento/2013) Considere as
seguintes afirmações:

I. A instituição de tributo deve ser sempre feita por lei, porém, a vinculação
ou não da respectiva atividade de cobrança depende da espécie criada.

II. A denominação e as características formais são essenciais para a


qualificação da natureza específica do tributo.

III. Por conveniência administrativa pode o Governo do Estado do Piauí


delegar às Prefeituras Municipais a fiscalização do ICMS incidente nas
operações realizadas em seus territórios.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.

(B) II e III.

(C) I.

(D) II.

(E) III.

Item I) Correto. Todos os tributos presentes no nosso atual Sistema


Tributário Nacional, quanto à sua instituição e majoração, devem obediência
ao princípio da legalidade, somente podendo ser criados ou extintos por
meio de lei do ente político detentor da competência tributária. Por sua vez,
a vinculação ou não da contraprestação estatal à respectiva cobrança do
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tributo irá depender da natureza desse.

Por exemplo, as taxas são tributos vinculados à uma atividade estatal


específica relativa ao contribuinte, diferentemente dos impostos, conforme
dispõe o artigo 16 do CTN, estabelecendo que o imposto é tributo cuja
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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Item II) Incorreto. De acordo com o artigo 4º, do CTN, a natureza
jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais
características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da
sua arrecadação.

Item III) Correto. A delegação da capacidade tributária ativa a outras


pessoas jurídicas de direito público, diferentemente da competência
tributária, é perfeitamente possível, conforme dispõe o artigo 7º do CTN.
Logo, por conveniência administrativa pode o Governo do Estado do Piauí
delegar às Prefeituras Municipais a fiscalização do ICMS incidente nas
operações realizadas em seus territórios.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

39. (FCC/SEAD-PI/Analista de Planejamento/2013) Considere as


seguintes afirmações:

I. A União deverá instituir contribuição de intervenção no domínio


econômico e contribuição previdenciária de seus respectivos servidores
mediante lei complementar.

II. À União, de forma exclusiva, compete a instituição de contribuição de


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interesse das categorias profissionais, sendo que compete à União, aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir, no âmbito de suas
competências, contribuição previdenciária de seus respectivos servidores.

III. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir


contribuição previdenciária de seus respectivos servidores aplicando alíquota
inferior à aplicada para a contribuição dos servidores titulares de cargos
efetivos da União.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.

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(B) II.

(C) I.

(D) II e III.

(E) III.

Item I) Incorreto. O instrumento normativo exigido pela CF/88 é


simplesmente a lei ordinário, não havendo obrigação de utilização de lei
complementar. Essa é a previsão constante no artigo 149, caput e §1º, da
CF/88.

Item II) Correta. Essa é a previsão constante no artigo 149, caput e §1º,
da CF/88, que assim dispõe em seu texto:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir


contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e
sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de
que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
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contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da


União.”

Item III) Incorreto. Conforme se observa no texto da CF/88 transcrito no


item anterior, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
contribuição previdenciária de seus respectivos servidores, desde que
apliquem alíquota igual ou superior à aplicada para a contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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40. (FCC/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal/2014) Com a aproximação das
datas em que serão realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos da Copa do
Mundo, na cidade do Rio de Janeiro, o governo fluminense tomou a decisão
de incrementar a fiscalização dos estabelecimentos hoteleiros e congêneres
do Estado, a fim de lhes imprimir uma qualidade de nível internacional,
mesmo quando se tratar de pequenos estabelecimentos. Para realizar esse
intento, seriam necessários aportes de recursos novos, com o fito de
custear essas atividades estatais. Em razão disso, um deputado estadual
propôs que se alterassem os valores das taxas de segurança cobradas pelo
Estado. O referido deputado, depois de constatar que o valor das diárias de
um hotel, ou de um estabelecimento congênere, não mantinha relação
direta com o porte desse hotel, nem com a quantidade de
quartos/apartamentos que ele possui, nem com o capital social dessa
empresa hoteleira, considerou possível e viável promover uma alteração
drástica no correspondente item da tabela de valores das taxas estaduais.

Desse modo, com a finalidade de adequar a cobrança da taxa à capacidade


contributiva do contribuinte, o referido deputado decidiu apresentar projeto
de lei para alterar a maneira como essa taxa seria cobrada. De acordo com
seu projeto, o valor anual dessa taxa, em relação aos hotéis e congêneres,
passaria a ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 0,1% sobre o
capital social da empresa hoteleira ou da empresa congênere.

No tocante especificamente aos motéis, visando, ainda, alcançar o objetivo


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de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte,


essa taxa passaria a ser calculada mediante a aplicação de uma alíquota de
10% sobre a mesma base de cálculo utilizada para cálculo do ISSQN devido
ao município de localização do estabelecimento contribuinte.

Com base nas informações apresentadas e no que dispõe o CTN a esse


respeito, considere:

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I. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos hotéis
e congêneres, pois as taxas não podem ser calculadas em função do capital
das empresas.

II. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos hotéis e


congêneres, pois os tributos devem ser graduados com base na capacidade
econômica do contribuinte (capacidade contributiva).

III. A capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva) é


relevante para a graduação do valor dos tributos a serem cobrados do
sujeito passivo.

IV. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos


motéis, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos,
nem idênticas às que correspondam à base de cálculo de impostos.

V. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos motéis,


pois, quando as taxas vierem a ter base de cálculo própria de impostos, os
impostos deverão deixar de ser cobrados, para que as taxas possam sê-lo.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e IV.

(B) IV e V.

(C) I e II.

(D) II e III. 01077787502

(E) III e V.

Deu um baita desânimo ler todo esse enunciado, não foi? Pior ainda foi
saber que, após ler tudo o que consta no texto do enunciado da questão,
ela tratou apenas dos artigos 145, §2º, da CF/88, e 77, parágrafo único, do
CTN.

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“Art. 145 (...)

§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.”

“Art. 77 (...)

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou


fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto
nem ser calculada em função do capital das empresas.”

Observe que, de acordo com o projeto de lei a que se refere o texto da


questão, o valor anual dessa taxa, em relação aos hotéis e congêneres,
passaria a ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 0,1% sobre o
capital social da empresa hoteleira ou da empresa congênere. Essa previsão
vai de encontro ao que prevê o CTN em seu artigo 77, parágrafo único.

No tocante especificamente aos motéis, visando, ainda, alcançar o objetivo


de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte,
essa taxa passaria a ser calculada mediante a aplicação de uma alíquota de
10% sobre a mesma base de cálculo utilizada para cálculo do ISSQN devido
ao município de localização do estabelecimento contribuinte. Essa previsão
vai de encontro ao que determina o artigo 145, §1º, da CF/88.

Sendo assim, vamos aos itens da questão para encontrarmos a alternativa


verdadeira.

Item I) Correto. Correto, já que é proibida a instituição da referida taxa,


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uma vez que, em relação aos hotéis e congêneres, as taxas não podem ser
calculadas em função do capital das empresas (Artigo 77, parágrafo único,
do CTN.

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Item II) Incorreto. As taxas, diferentemente dos impostos, e conforme
determina o artigo 145, §1º, da CF/88, não necessitam ser graduadas em
função da capacidade contributiva do sujeito passivo, mas sim devem ser
estabelecidas dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
sendo fixadas em consonância com os serviços prestados, ou com o
exercício do poder de polícia estatal, devendo com essas guardar relação de
proporcionalidade.

Item III) Incorreto. A capacidade econômica do contribuinte (capacidade


contributiva) é relevante para a graduação do valor dos impostos a serem
cobrados do sujeito passivo, não se aplicando, conforme o artigo 145, §1º,
da CF/88, às taxas, muito embora o STF já tenha adotado corrente em
sentido contrário, dispondo que o princípio da capacidade contributiva possa
ser estendido às taxas.

Item IV) Correto. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em


relação aos motéis, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de
impostos, nem idênticas às que correspondam à base de cálculo de
impostos. Essa é a interpretação conjunta dos artigos 145, §2º, da CF/88, e
77, parágrafo único, do CTN.

Item V) Incorreto. Não há qualquer previsão na CF/88 ou no CTN que


sustente a assertiva, uma vez que, além de não poderem ter bases de
cálculo idênticas, os impostos e as taxas podem ser cobrados
simultaneamente, desde que observadas as limitações e as previsões
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contidas na CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão.

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Gabarito

1 A
2 E
3 A
4 B

1 E 11 C 21 C 31 D
2 B 12 A 22 B 32 C
3 C 13 A 23 A 33 E
4 E 14 E 24 C 34 D
5 D 15 C 25 D 35 C
6 D 16 D 26 D 36 A
7 E 17 D 27 D 37 B
8 A 18 E 28 D 38 A
9 B 19 A 29 D 39 B
10 A 20 D 30 E 40 A

01077787502

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BIBLIOGRAFIA

Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.


Presidência da República, acessado entre 24 a 25 de setembro de
2014, disponível em: http://www.planalto.gov.br .

Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.


Presidência da República, acessado entre 24 a 25 de setembro de
2014, disponível em: http://www.planalto.gov.br .

Baleeiro, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11º edição, Rio de Janeiro,


editora Forense. 2007.

Souza, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. 2ª Edição.


Rio de Janeiro. Editora: Financeiras. 1954

Machado, Hugo de Brito. Comentários ao Código Tributário Nacional. São


Paulo. Editora: Atlas. 2003.

TORRES, Ricardo Lobo. O Princípio da Transparência no Direito Financeiro.


Disponível na Internet: Acesso em 12 de janeiro de 2012.

Aluisio de Andrade Lima Neto


aluisioalneto@gmail.com
aluisioneto@estrategiaconcursos.com.br
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