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1. Fora da matemática
2. No ensino da matemática
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aprendizagem no ensino fundamental, pelo mentos até metade da década de 70. Isso
tinha concordância com um ponto central de implicação (o “se...então”) e tornou
relativo o papel do desenvolvimento da linguagem do raciocínio proposicional (as
“operações formais”). Mas este modelo mostrou-se inadequado. Ele não permitia a
análise das dificuldades encontradas pelos alunos em se tratando de prova matemática.
Além disso, ele não permitia que se levasse em consideração as possibilidades que
surgiam através do trabalho em grupo: investigações tornaram-se possíveis como uma
maneira de ensinar matemática (Glaeser 1973) e as interações entre alunos poderiam ser
vistas como um dos fatores em ensinar. O trabalho de Nicolas Balcheff na prova e prova
matemática no ensino fundamental (1982) foi o primeiro a levar essa nova situação em
consideração. Ele propôs uma abordagem mais completa para a iniciação em prova,
baseado na investigação de um problema. E levou à questão do que poderia ser a raiz da
descoberta da prova matemática.
Através deste flashback, devemos nos conscientizar que a problemática da
argumentação esta situada na convergência de um duplo reconhecimento: o do
importante papel da comunicação e interação social na aquisição do conhecimento; o
que leva ao reconhecimento da importância da linguagem natural; e do limite entre
prova e convicção; as quais da mesma maneira levam ao favorecimento da
comunicação com o objetivo de encorajar a confrontação dos pontos de vista.
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argumento. A resposta é mais simples do que se acredita. Se o uso de teoremas é
tão central à resolução de problemas quanto é à prova seu uso não é como um
argumento mas como uma “ferramenta”. Podemos apenas apresentar um
teorema como um argumento na condição de querer justificar uma proposição
como uma necessária conclusão da hipótese. E a experiência mostra que para a
maioria dos alunos este uso de teoremas traz sérias dificuldades. Na verdade, um
teorema é estruturalmente muito determinado, embora ele apenas tenha um
significado funcional reduzido a deduções válidas ou ao desenvolvimento de
cálculos.
A noção de argumento é mais global do que a de teorema, e envolve
considerar duas dimensões. Falar de argumento é primeiramente se referir a
escolha de um sujeito a atingir determinado objetivo. Em seguida, é se referir ao
contexto para a produção do argumento. Um contexto de produção é
determinado de acordo com dois pontos. Por um lado, há o que quer que tenha
motivado o recurso para argumentos: um peso no senso de decisão a ser tomada,
a resolução de um conflito de interesse, a resolução de um problema
apresentando restrições técnicas ou lógicas. Por outro lado há o objetivo:
convencer outra pessoa ou, por outro lado, diminuir o risco de erro ou incerteza
na escolha de um processo. Longe do contexto de sua produção, um argumento
geralmente perde sua “força”. E em qualquer caso a força de um argumento é
variável. Também, podemos precisar de vários argumentos para produzir
convicção.
Em matemática, ou nas ciências, o contexto da produção é radicalmente
diferente do que é em outros setores da atividade social onde somos levados a
argumentar. Em matemática, o motivo e o objetivo da argumentação são
específicos do problema a ser resolvido. De maneira paradoxal, podemos dizer
que estas limitações constituem uma invariável na comunicação. Porque são
estas limitações do problema que determinam a escolha de argumentos e não
primeiramente a crença da pessoa para quem o argumento está direcionado. A
força de um argumento depende primariamente no quanto ele é apropriado para
a situação e não na sua ressonância no universo da pessoa com quem se fala: a
questão é se a solução “funciona” ou pode “funcionar”. Para isso vamos falar da
argumentação heurística. Mas quando é uma questão de convencer alguém sobre
uma decisão a ser tomada, ou resolver um conflito de interesse ou chegar a um
consenso, há uma inversão de prioridade: levamos em consideração as
convicções da pessoa com quem falamos. Neste caso, falamos de argumentação
retórica.
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clarificação, quer dizer, descrever como o sistema funciona e mostrar o lugar
que a proposição sendo justificada toma. Então, a produção de argumentos, na
argumentação heurística, toma lugar inicialmente no nível de trabalho em casos
ou exemplos particulares. Porque em casos particulares podemos examinar
como as coisas funcionam.
Vamos pegar as relações feitas no Teorema de Pitágoras. Para convencer
alguém da veracidade das proposições podemos proceder em várias aplicações
numéricas e fazer a pessoa observar que a relação é sempre validada não
importam as medidas dos lados do triângulo. Mais interessante, podemos fazer
qualquer das numerosas reconfigurações possíveis de cada quadrado constuído
em cada lado do triângulo (Padilla 1992, pp. 33-38, 197-218). Essas verificações
numéricas ou reconfigurações geométricas não constituem, exatamente, uma
prova matemática, mas existem argumentos que irão produzir convicção da
veracidade da proposição de Pitágoras. E se o assunto é levado a mudar o
registro da representação, a proposição de Pitágoras pode ser justificada pela
descrição, com expressões da linguagem convencional, o que se observou das
transformações entre quadrados e triângulos.
Ser capaz de mobilizar múltiplas formas de discurso, e não apenas a do
raciocínio, a argumentação sempre envolve mobilizar a linguagem natural,
mesmo quando os argumentos usados surgem de outro registro de representação.
Então devemos clarificar porque as transformações das figuras ou os cálculos
podem ser considerados repostas a um problema proposto. Nós redescobrimos
aqui algo que era uma forte intuição de Wittgenstein para J.B. Grize que tentou
entender os mecanismos de argumentação em relação aos dois pólos de
convicção de um assunto e comunicação entre assuntos. Mas insistir em uma
linguagem natural não é suficiente. O ponto decisivo está em algum ouro lugar:
existem dois grandes mecanismos para o desenvolvimento de um discurso em
linguagem natural, ao passo que linguagem formal permite apenas um. Podemos
ter uma idéia considerando estas distinções.
Estas distinções cobrem funções cognitivas bastante diferentes. É por isso que elas se
tornam essenciais neste estudo, da perspectiva do aprendizado, de todas as questões
relativas à relação entre argumentação e prova matemática.
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Claramente não temos a pretensão de ser exaustivos. Ainda indicamos quatro com o
objetivo de enfatizar a complexidade do fenômeno relativo a uma problemática de
argumentação no conjunto de idéias sobre ensinar ou aprender matemática.
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tratamento e controle, incluindo as provas escritas, as quais envolvem uma ruptura com o
modo oral de expressão? Como pode ser visto, atrás desta questão está o problema de
interferências entre o contexto da argumentação retórica e argumentação heurística. Talvez
um dos benefícios de um ambiente computadorizado é o de possibilitar uma dissociação
completa destes dois tipos de contexto.
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funcionamento discursivo entre “validação formal” e argumentos retóricos são mais
familiares ou mais espontâneas?