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DIREIT O

AMBIENT AL – T AT IANA SCARANELLO

AULA28

1. INT RODUÇÃO

C ontinuando o estudo dos crim es am bientais, vejam os alguns julgados

interessantes do STJ e do Suprem o Tribunal Federal sobre com petência. No STJ, um

julgado interessante m enciona sobre o crim e praticado em face de patrim ônio

nacional. O Tribunal declarou expressam ente que o patrim ônio nacional não pode ser

confundido com bem da união, então, crim e am biental praticado na Z ona C osteira, na

Mata Atlântica ou nos dem ais ecossistem as do artigo 225 (rol taxativo) não

necessariam ente será da com petência da Justiça Federal, pois são bens da união. Deve

ser verificado o caso concreto, m as, em regra, a com petência é da Justiça Estadual.

PROCESSO PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DESMATAMENTO.


FLORESTA AMAZÔNICA. DANO OCORRIDO EM PROPRIEDADE PRIVADA. ÁREA DE
PARQUE ESTADUAL. COMPETÊNCIA ESTADUAL. 1. Não há se confundir patrimônio
nacional com bem da União. Aquela locução revela proclamação de defesa de
interesses do Brasil diante de eventuais ingerências estrangeiras. Tendo o crime
de desmatamento ocorrido em propriedade particular, área que já pertenceu - hoje
não mais - a Parque Estadual, não há se falar em lesão a bem da União. Ademais,
como o delito não foi praticado em detrimento do IBAMA, que apenas fiscalizou a
fazenda do réu, ausente prejuízo para a União. 2. Conflito conhecido para julgar
competente o JUÍZO DE DIREITO DA 1A VARA DE CEREJEIRAS - RO, suscitante.
(STJ - CC: 99294 RO 2008/0220610-5, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, Data de Julgamento: 12/08/2009, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: --> DJe 21/08/2009)

O utro julgado de 2009 do STJ cita um conflito de com petência de crim e ocorrido

em área de assentam ento do INC RA. O Incra é um a autarquia Federal, contudo, o STJ

entendeu que, não é porque o crim e ocorreu na área de assentam ento que de fato

haverá um interesse da União por conta da sua autarquia. A com petência, nesse caso,

é da Justiça Estadual:

Crime ocorrido em área de assentamento do INCRA. Embora a pulverização do


agrotóxico tenha ocorrido em escola localizada em área de assentamento de
responsabilidade do INCRA, autarquia federal, não há diretamente qualquer
interesse, direito ou bem da União, de suas autarquias ou empresas públicas
envolvidos, sendo, se existente, meramente reflexo o interesse do INCRA. Logo, a

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competência é da Justiça Estadual.


STJ. 3ª Seção. CC 139.810/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 26/08/2015.

No caso de transporte de m adeira sem autorização do Ibam a (STF RE 349.186) e

extração de Areia sem autorização em propriedade particular (C C 30.932) a

com petência será da Justiça Federal.

Apreensão de espécies de fauna silvestre sem licença (C C 113.345). Mero fato do

IBAMA atuar não significa que o caso é de com petência federal, pois im agine que na

apreensão dessas espécies por parte do Ibam a, o m esm o lavrou o auto de infração.

Não é porque o Ibam a realizou o auto, instaurou processo adm inistrativo e aplicou a

sanção que nós estarem os verificando a com petência da Justiça Federal para apreciar

um a ação penal pública incondicionada. Nesse caso, a com petência é da Justiça

Estadual, dependendo do caso concreto. Um a questão de concurso pertinente, da AGU:

QUEST ÃO

CESPE - AGU - PROCURADOR FEDERAL

A configuração do fato típico consiste em introduzir espécim e anim al no país,

sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade com petente,

deve ser apurado e julgado pela justiça com um estadual, já que não há ofensa de

bens, serviços ou interesses da União, suas entidades autárquicas ou em presas

públicas.

COMENT ÁRIO DA QUEST ÃO

Q uestão considerada correta, por conta do cancelam ento da súm ula 91 do STJ. A

professora ensina que, quando há introdução de espécim e anim al, m uitas das vezes

pode ocorrer a extinção da fauna Silvestre local. Algo que vem ocorrendo é a

introdução de caram ujos oriundos da África no nosso am biente dom éstico, assim com o

o coral do Sol.

O coral do Sol foi dissem inado nas nossas Águas jurisdicionais Marinhas por conta

da água de lastro. Através da sua utilização planejada, é possível controlar o calado e a

estabilidade do navio, de form a a m anter as tensões estruturais do casco dentro de

lim ites seguros. A água de lastro é utilizada pelos navios para com pensar a perda de

peso decorrente sobretudo do desem barque de cargas. Dessa form a, sua captação e

descarte ocorrem principalm ente em áreas portuárias.

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Esse ciclo é extrem am ente perigoso para a fauna m arinha que habita as

redondezas do porto, pois a água de lastro, quando é jogada ao m ar de um a

localidade m uito distante de onde foi coletada, traz m icro-organism os exóticos às

populações de anim ais locais, além de vírus, bactérias, algas, entre outros. Essa atitude

causa o desequilíbrio de ecossistem as da região em que ocorre o despejo das águas,

provocando instabilidade na cadeia alim entar. A professora aponta com o exem plo que

o navio na Holanda não deveria liberar água de lastro na C oreia do Sul, haja vista que

na C oreia do Sul há um a fauna e Flora totalm ente diferente da Holanda.

No Brasil, apesar de fazer parte de um a convenção sobre água de lastro, m uitos

portos não respeitam as peculiaridades da convenção e não possuem locais para

lim peza do tanque de lastro. O m esm o está ocorrendo com o coral de sol, pois a

construção de cascos nas plataform as da C hina, Malásia e C oreia, por exem plo, que

são construídas em estaleiros na água jurisdicional desses países, acabam por vir ao

Brasil já com o C oral de sol. Portanto, a dissem inação do coral de sol está sendo m otivo

de preocupação am biental, tanto que o Ministério Público Federal está investigando.

Se r ia um um c r ime Fe de r al ne s s e c as o ?

A professora entende que seria com petência da Justiça Federal.

Q uanto ao tráfico internacional de espécim es da fauna e da flora, a

com petência tam bém é da Justiça Federal. Um julgado, de fevereiro de 2017, da

relatoria do Ministro Luiz Fux do Suprem o Tribunal Federal, entendeu nesse sentido: a

exportação de anim ais Silvestres seria crim e am biental de caráter transnacional, logo,

da com petência federal.

Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter


transnacional que envolva animais silvestres, ameaçados de extinção e
espécimes exóticas ou protegidas por compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil. Com base nesse entendimento, o Plenário deu provimento ao recurso
extraordinário em que se discutia a justiça competente para processar e julgar
crimes ambientais transnacionais.
(...)
Asseverou que a competência da Justiça estadual é residual, em confronto com a
Justiça Federal, à luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal.
Consignou que a competência da Justiça Federal aplica-se aos seguintes crimes
ambientais, que também se enquadram nas hipóteses previstas na Constituição,
quando: a) atentarem contra bens, serviços ou interesses diretos e específicos da

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União ou de suas entidades autárquicas; b) previstos tanto no direito interno


quanto em tratado ou convenção internacional, tiverem a execução iniciada no
País, mas o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou na hipótese
inversa; c) tiverem sido cometidos a bordo de navios ou aeronaves; d) houver
grave violação de direitos humanos; ou ainda e) guardarem conexão ou
continência com outro crime de competência federal, ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral, conforme previsão expressa da
Constituição.
A razão de ser das normas consagradas no direito interno e no direito
convencional conduz à conclusão de que a transnacionalidade do crime ambiental
de exportação de animais silvestres atinge interesse direto, específico e imediato
da União, voltado à garantia da segurança ambiental no plano internacional, em
atuação conjunta com a comunidade das nações.
Portanto, o envio clandestino de animais silvestres ao exterior reclama interesse
direto da União no controle de entrada e saída de animais do território nacional,
bem como na observância dos compromissos do Estado brasileiro com a
comunidade internacional, para a garantia conjunta de concretização do que
estabelecido nos acordos internacionais de proteção do direito fundamental à
segurança ambiental. Assim, a natureza transnacional do delito ambiental de
exportação de animais silvestres atrai a competência da Justiça Federal, nos
termos do art. 109, IV, da CF/1988.
RE 835558/SP, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 9.2.2017. (RE-835558)

Em sum a, em um a prova objetiva: nem todo crim e am biental de caráter

transnacional é de responsabilidade da JF.

O Ministro Luiz Fux entendeu nesse sentido, porque, de acordo com ele “nem

todo crim e que envolva anim ais silvestres am eaçados de extinção, espécies exóticas

ou protegidos por com prom issos internacionais assum idos pelo Brasil é da Justiça

Federal. Em regra, a com petência será da Justiça Estadual”

Isso se dá por conta da do cancelam ento da súm ula 91 do STJ. O crim e

am biental apurado a partir de auto de infração lavrado pelo Ibam a, com julgado já

dado na aula, tam bém não atrai necessariam ente a com petência da Justiça Federal. Já

o crim e praticado em rio interestadual, se gerar reflexos em âm bito Regional ou

Nacional, a com petência será da Justiça Federal. C ontudo, se o reflexo for apenas na

esfera m unicipal, com o no caso da pesca ilegal já citado em aula, a Justiça Estadual

será a com petente.

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Isto é, cabe à Justiça Federal julgam ento de crim e am biental praticado no Rio

Am azonas, pois cuida-se de rio interestadual e Internacional, afetando, assim , o

interesse da União. O Rio Am azonas, cuja nascente é na C ordilheira dos Andes,

portanto, é um rio internacional.

Q uanto a terreno de m arinha, o crim e será de com petência da Justiça Federal

m esm o que ainda não tenha havido a dem arcação oficial.

HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INDICIAMENTO. CAPITULAÇÃO


ERRÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO. PRISÃO
TEMPORÁRIA. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA. ORDEM CONCEDIDA. 1. Inexiste
prejuízo ao paciente, por constar certidão com capitulação errônea dos fatos,
advinda da classificação feita na fase inquisitorial (fl. 24). Ademais, a
jurisprudência dos Tribunais Superiores assentou já o entendimento no sentido de
que, enquanto peça meramente informativa, eventuais nulidades que estejam a
gravar o inquérito policial em nada repercutem no processo do réu. 2. A toda
evidência, a fundamentação das decisões do Poder Judiciário, tal como resulta da
letra do inciso IX do artigo 93 da Constituição da República, é condição absoluta
de sua validade e, portanto, pressuposto da sua eficácia, substanciando-se na
definição suficiente dos fatos e do direito que a sustentam, de modo a certificar a
realização da hipótese de incidência da norma e os efeitos dela resultantes. 3. Tal
fundamentação, para mais, deve ser deduzida em relação necessária com as
questões de direito e de fato postas na pretensão e na sua resistência, dentro dos
limites do pedido, não se confundindo, de modo algum, com a simples reprodução
de expressões ou termos legais, postos em relação não raramente com fatos e
juízos abstratos, inidôneos à incidência da norma invocada. 4. Em tendo havido
apresentação espontânea do indiciado, faz-se ininvocável, para fins de decretação
de prisão preventiva, a fuga anterior. 5. Ordem concedida.
(STJ - HC: 50692 RJ 2005/0200132-6, Relator: Ministro HAMILTON CARVALHIDO,
Data de Julgamento: 04/04/2006, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ
04/09/2006 p. 331)

Assim , se o crim e ocorrer em m ar territorial, que é bem da União (12 m ilhas

m arítim as - artigo 20 da C RFB), a com petência será Federal. Adem ais, crim e com etido

dentro ou entorno de unidade de conservação Federal tam bém é da Justiça Federal,

conform e C C 100.852 STJ.

Em relação à aplicabilidade do princípio da bagatela ou da insignificância no

direito am biental, tem os algum as divergências tanto na doutrina quanto na

jurisprudência. Renato Marcão com preende ser aplicável o princípio da insignificância

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quanto aos crim es am bientais, bem com o Guilherm e Nucci. Entretanto, há


doutrinadores que não com preendem dessa form a e a jurisprudência diverge m uito

quanto o tem a.

Q uanto ao tipo do artigo 32 da Lei 9.605 (práticas de m aus-tratos) e tam bém em

relação ao artigo 29, tem os a aplicação do princípio da insignificância. Inclusive, um

julgado do STJ de 2014, oriundo do Estado do Rio Grande do Norte, do caso de um

particular que m antinha em cativeiro duas aves de determ inada espécie Silvestre

aplicou-se esse princípio. Isso porque, visto que as aves não tinham indícios de m aus-

tratos e já estavam dom esticadas, retira-las do am biente dom éstico iria causar a m orte

desses anim ais.

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

No caso do artigo 34 da Lei 9.605, que traz o tipo Penal de pesca proibida, tem os

alguns julgados interessantes. A m inistra C árm en Lúcia aplicou o princípio da

insignificância quanto ao crim e am biental praticado por um parlam entar. O

parlam entar estava em um a área de fundeio, ou seja, um a área que não é de

em barcação em Angra dos Reis, em um a unidade de conservação da natureza. Ele

estava portando anzol, vara e linha, só que ele não tinha nenhum peixe na sua

em barcação.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares


interditados por órgão competente:

Ne s s e c as o , t e r íamo s um c r ime ine xis t e nt e ?

Não. É um caso de crim e de perigo abstrato, então é um crim e existente. O utro

elem ento im portante é que o parlam entar adentrou em um a unidade de C onservação

da natureza sem pedir autorização, o que é crim e, logo, o STF entendeu que, se houve

um a m ínim a ofensividade e não tinha um a reiteração delitiva em crim es am bientais,

não haveria o porquê de não aplicar o princípio da insignificância.

A Segunda Turma, em conclusão de julgamento, reputou improcedente acusação

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formulada contra deputado federal pela suposta prática do crime previsto no art.
34, “caput”, da Lei 9.605/1998 (“Pescar em período no qual a pesca seja proibida
ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a
três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”) — v. Informativo 791.
No caso, de acordo com o relatório de fiscalização, a autoridade ambiental
abordara o deputado e outras duas pessoas em embarcação fundeada em área
marítima pertencente à unidade de conservação federal de proteção integral. A
Turma, de início, afastou a preliminar de inépcia da denúncia. Observou que essa
peça processual descreveria de forma detalhada a ação empreendida, com
menção ao dia, ao local e às circunstâncias do ato tido por criminoso, a
possibilitar o pleno exercício da ampla defesa e do contraditório. Em seguida,
reputou não existir, no caso concreto, o requisito da justa causa a propiciar o
prosseguimento da ação penal, especialmente pela mínima ofensividade da
conduta do agente, pela ausência de periculosidade social da ação, pelo reduzido
grau de reprovabilidade do comportamento e pela inexpressividade da lesão
jurídica provocada. Assim, apesar de a conduta do denunciado amoldar-se à
tipicidade formal e subjetiva, não haveria a tipicidade material, consistente na
relevância penal da conduta e no resultado típico, em razão da insignificância da
lesão produzida no bem jurídico tutelado. A jurisprudência seria no sentido da
aplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes ambientais, tanto com
relação aos de perigo concreto — em que haveria dano efetivo ao bem jurídico
tutelado —, quanto aos de perigo abstrato, como no art. 34, “caput”, da Lei
9.605/1998. No processo em exame, não se produzira prova material de qualquer
dano efetivo ao meio ambiente. Ademais, mesmo diante de crime de perigo
abstrato, não seria possível dispensar a verificação “in concreto” do perigo real ou
mesmo potencial da conduta praticada pelo acusado com relação ao bem jurídico
tutelado. Esse perigo real não se verificaria na espécie vertente. Portanto, seria
imperioso assentar a atipicidade material da conduta, pela completa ausência de
ofensividade ao bem jurídico tutelado pela norma penal. O acusado estaria em
pequena embarcação quando teria sido surpreendido em contexto de pesca
rústica, com vara de pescar, linha e anzol. Não estaria em barco grande, munido
de redes, arrasto nem com instrumentos de maior potencialidade lesiva ao meio
ambiente.
Inq 3788/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 1°.3.2016. (Inq-3788)

A professora com entou sobre outros julgados no STF, dois habeas corpus da

relatoria do m inistro Dias Toffoli. Ele analisou o caso de duas pessoas que estavam

tam bém em locais proibidos, portando linha, anzol e vara e sem nenhum peixe

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pescado, ou seja, o caso era idêntico ao do parlam entar. Entretanto, o m inistro

entendeu que não se aplicava o princípio da insignificância nesses casos porque

tratava-se de crim e de perigo abstrato.

C ontudo, o STJ tem alguns julgados recentes de 2017 e anteriores,

com preendendo que seria aplicável o princípio da insignificância quanto ao tipo penal

do artigo 34, que não pode se confundir com o Artigo 35, pois são tipos penais distintos.

O princípio da insignificância, logicam ente, só se deve ocorrer presentes os requisitos

que ensejam a sua aplicação, com o m ínim a ofensividade, ausência de interação

delitiva, o agente não ser reincidente específico contra crim es am bientais e etc.

Então, verifica-se principalm ente a m ínim a ofensividade. C om o é cediço, é

proibido pescar na época de defeso, sendo o órgão am biental o com petente para

discrim inar a época do defeso e o local proibido (trata-se de norm a penal em branco).

Se, por exem plo, o indivíduo pescou na época de defeso, deve-se verificar a

quantidade de peixes que ele pescou. Se for apenas um peixe, deve ser aplicado o

princípio da insignificância, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça. C ontudo,

com o já visto, o Suprem o Tribunal Federal vem entendendo de form a diferente, pois de

acordo com o entendim ento de 2017, de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski

apesar da Defensoria Pública da União solicitar a aplicação do princípio da

insignificância, isso não ocorreu. Isso porque, além do indivíduo estar portando 85 Kg

de peixe, quantidade exacerbada, que não configura m ínim a ofensividade e ser

reincidente específico, o Ministro Ricardo Lewandowski entendeu que, por se tratar de

um crim e de perigo abstrato que atingiu direito difuso, não haveria com o aplicar o

princípio da insignificância.

Em um outro julgado recente desse ano de 2018 o Suprem o não aplicou o

princípio da insignificância. No caso, o indivíduo foi flagrado utilizando apetrechos

proibidos para pescar, um barco que o indivíduo usou rede de arrastão (proibida). O

Suprem o Tribunal Federal entendeu que, nesse caso, não haveria com o aplicar o

princípio da insignificância, em razão dos instrum entos proibidos.

O professor Márcio, juiz federal, do dizer o direito escreve no seu site sobre o

tem a e diz que a regra é não aplicar o princípio da insignificância para o Suprem o, pois

em apenas alguns casos isso seria possível, m as com o exceções. A professora traz um a

questão de prova do TRF da 5ª de 2017, sobre a questão de crim e inexistente.

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Cas o , e m um c ur t o laps o t e mpo r al, a pe s s o a pe s que o pe ixe e de vo lva o

pe ixe ainda vivo no Rio , s e r ia c r ime ine xis t e nt e ?

Isso foi cobrado pela banca C ESPE. Q uanto à edificação em área de preservação

perm anente, tem os tam bém um crim e, porque nós estam os falando de supressão de

vegetação nativa. A regra é que a justiça federal seja com petente nesses casos.

Q uanto aos crim es de m enor potencial ofensivo, tem os a possibilidade de aplicar

a suspensão em relação à pena, desde que o indivíduo repare o dano am biental

praticado e dem onstre por m eio de laudo. Inclusive, há m enção da lei 9.099 de 95 na

lei de crim es am bientais.

A professora destaca ainda as circunstâncias atenuantes e agravantes, já citadas

em bloco anterior. No que diz respeito às atenuantes, destaca-se o caso de “baixo grau

de instrução ou escolaridade do agente”. Há, tam bém , o arrependim ento do infrator (o

arrependim ento espontâneo que visa a reparação do dano ou lim itação da

degradação am biental causada), a colaboração com os agentes encarregados da

vigilância e a com unicação prévia.

Já nas circunstâncias agravantes, a professora destaca a questão da reincidência

específica. Logo, não basta ser reincidente em crim es, tem que ser incidente em crim es

am bientais. Além disso, a professora explica a possibilidade da suspensão do processo

quando a pena abstrata for com inada em até 03 anos, diferentem ente do C ódigo

Penal que traz um prazo diferente, de 02 anos. Nesse caso, além da pena abstrata de

03 anos, o juiz vai requerer um laudo que com prove que aquele indivíduo reparou o

m eio am biente lesado, caso contrário, se for im possível por circunstâncias alheias a sua

vontade, ele fixará outras condicionantes para a possibilidade do SURSIS ser deferido.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código


Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a
serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.

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