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OBJETIVO

Este material de estudo tem como objetivo


auxiliar todos aqueles que utilizam a voz, seja,
servindo dentro de um ministério de louvor,
ministério independente, aqueles que utilizam a
voz profissionalmente ou professores que atuam
na área de voz cantada.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 05
VÍDEO INFORMATIVO 1 - Saúde Vocal ______________________________________ 06
Movimento das Pregas Vocais ___________________________________________ 09
Quais as consequências que os abusos vocais podem me causar? _________ 09
Qual o primeiro passo a ser tomado para cuidar da minha voz? ___________ 10
VÍDEO INFORMATIVO 2 - A Produção do Som ______________________________ 11
O que é FONAÇÃO? ______________________________________________________ 11
O que é LARINGE? _______________________________________________________ 12
O que é TRATO VOCAL? _________________________________________________ 12
O que são PREGAS VOCAIS? ______________________________________________ 13
O que é LARINGOSCOPIA? _______________________________________________ 14114

Como se realiza a laringoscopia? _______________________________________ 15


Quem não deve se submeter à laringoscopia? ___________________________ 16
E após a laringoscopia? _______________________________________________ 17
Músculos Intrínsecos da laringe __________________________________________ 17
VÍDEO AULA 1 - Aquecimento Vocal ______________________________________ 21
Exercícios de Aquecimento 1 _____________________________________________ 21
Exercícios de Aquecimento 2 ______________________________________________ 22
Exercícios de Aquecimento 3 ______________________________________________ 23
Exercício do Espaguete ___________________________________________________ 24
Exercícios Vocais Isométricos, Isotônicos, Isocinéticos _______________________ 25
VÍDEO AULA 2 - Desaquecimento Vocal ___________________________________ 27
Exercícios Desaquecimento ______________________________________________ 28
VÍDEO AULA 4 - Respiração Diafragmática _______________________________ 29
Apoio Diafragmático

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Exercícios para controle da Respiração __________________________________ 30
VÍDEO AULA 5 - Afinação ________________________________________________ 31
O que significa a música estar no meu tom? ______________________________ 33
VÍDEO AULA 6 - Dicção _________________________________________________ 34
Exercícios de Dicção ____________________________________________________ 34
O que são ARTICULADORES? _____________________________________________ 35
VÍDEO AULA 7 - Ressonância Vocal ______________________________________ 37
VÍDEO AULA 8 - Vocalizes _______________________________________________ 40
VÍDEO AULA 9 - Percepção Musical ______________________________________ 41
VÍDEO AULA 10 - Impostação da Voz ____________________________________ 43
VÍDEO AULA 11 e 12 - Registro Vocal e Registro Modal _____________________ 44
VÍDEO AULA 13 - Timbre Vocal ___________________________________________ 47
VÍDEO AULA 14 - Classificação Vocal ____________________________________ 48
VÍDEO DE ESTUDO - Excelência no Louvor ________________________________ 51
CONCLUSÃO ____________________________________________________________ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________________________________ 55

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INTRODUÇÃO

A comunicação por meio da palavra é a característica mais expressiva


da espécie humana e está intimamamente ligada as funções cognitivas e até
hoje se discute qual é a ponta inicial deste novelo que elas formam. Esta
apostila tem como objetivo auxiliar todas as pessoas que utilizam a voz
profissionalmente, ministros de louvor, professores, jornalistas, pastores
locutores, advogados, atores, vendedores, operadores de telemarketing,
telefonistas, enfim, todos aqueles que se interessam em utilizar as técnicas
apresentadas aqui em prol da melhoria da sua qualidade vocal. Informo que
esta apostila não dispensa as aulas de técnica vocal ou sessões de
fonoterapia, ao contrário, é o primeiro passo para que você se conscientize do
quão importante é a presença de um profissional para acompanhar seu
progresso.
Fabio Vaz
Vocal Coach e Produtor Vocal
www.dvoxcompany.com

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VÍDEO INFORMATIVO 1 - Saúde Vocal

Iremos apresentar hábitos e alimentações saudáveis ou não para uma


boa higiene vocal. Prestem bastante atenção e vamos, desde já, procurar
cuidar bastante do nosso instrumento de trabalho que é precioso e único,
nosso Aparelho Vocal.

 Permitido  Evitar Proibido 


 Beba bastante água em temperatura natural! (no mínimo de 7 a 8
copos por dia não mais que isso para evitar sobrecarga renal) Um corpo
permanentemente hidratado significa pregas vocais hidratadas e com melhor
flexibilidade em boa condição de vibração. Se a mucosa das pregas vocais
estiver ressecada, a probalidade de desenvolver alterações orgânicas
secundárias (nódulos, edemas e hiperemias) passa a ser muito maior, devido
ao atrito de uma prega contra a outra. Um meio excelente de checar o nível
de hidratação do corpo é através da urina. Quanto mais hidratamos o corpo,
mais clara será a coloração da nossa urina.

 Coma maçã! A maçã possui propriedades adstringentes que auxiliam


na limpeza da boca e da faringe, favorecendo uma voz com melhor
ressonância.

 Beba suco de frutas! Naturais, não açucarados e um suco que você


saiba que não tenha distúrbios gástricos. (Principalmente de frutas cítricas).
Refrigerantes em excesso prejudicam a livre movimentação do diafragma
devido ao gás.

 Evite usar roupas apertadas, principalmente nas regiões do abdômen,


cintura, peito e pescoço, pois isso poderá dificultar a respiração.

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 Não use pastilhas, sprays, anestésicos sem orientação médica, pois para
cada caso existe uma medicação específica, portanto não se automedique
nunca!



Evite alimentos gordurosos e "pesados" antes das apresentações, pois
dificultam a digestão.



Dê preferência aos alimentos leves e de fácil digestão (verduras, frutas,
peixe, frango).

 Durma bem! Procure dormir, no mínimo, 8 horas por dia.



Não durma de estômago cheio, pois pode provocar refluxo
gastresofágico que é altamente prejudicial às pregas vocais.

 Não cante se estiver doente! Quando cantamos envolvemos todo o


nosso corpo e gastamos muita energia, então se recupere antes de voltar a
cantar.

 Evite ficar exposto por muitas horas em ambiente que utiliza ar-
condicionado, pois provoca o ressecamento das mucosas do trato vocal
respiratório. Em casos onde isso não for possível, procure estar sempre
lubrificando as pregas vocais com água ou suco sem gelo.

 Evite ambiente com mofo, poeira ou cheiros muito fortes,


principalmente se você for alérgico.

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Evite a competição sonora, ou seja, falar ou cantar em lugares
muito barulhentos.

 Evite choques bruscos de temperatura 


 Evite bebidas geladas se você tiver sensibilidade ao gelado. 
 Evite cochichar, pois, ao contrário do que pensamos, no ato de
cochichar submetemos nossas pregas vocais a um grande esforço


provocando um desgaste muitas vezes maior do que se conversarmos
normalmente.

 É proibido gritar, pigarrear, falar durante muito tempo sem


lubrificar as pregas vocais, fumar, ingerir bebidas alcoólicas antes de
cantar para "melhorar" a voz.

 Hidratação direta por inalação de vapor em temperatura


ambiente, por cinco minutos, utilizando soro fisiológico, propicia
umidificação direta do trato vocal e pregas vocais, facilitando sua
vibração e reduzindo o atrito entre elas.

IMPORTANTE!
Se você utiliza sua voz profissionalmente, é indispensável à consulta com
um médico especialista para que ele possa fazer uma avaliação do seu
aparelho vocal. Não se esqueça de que o nosso "instrumento de trabalho" é
único e merece toda a nossa dedicação e atenção. Nossas pregas vocais são
a nossa identidade, é nosso registro pessoal, portanto não se esforce para

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cantar músicas em tons que não lhes são confortáveis, pois assim você estará
prejudicando-as.
Mel possui propriedades antibióticas, mas não é bom antes de cantar,
pois forma uma película sobre os tecidos da mucosa deixando a saliva grossa.
Gengibre possui propriedades anti-inflamatórias - Chá não muito forte ao sentir
dores-tomar e relaxar.

Movimento das Pregas Vocais

As pregas vocais fazem o movimento abre-fecha, ou seja, quando


estamos em silêncio elas estão abertas (momento da respiração) e quando
falamos ou cantamos se fecham (momento da fonação) infelizmente elas não
fazem somente estes movimentos, mas também se chocam (Golpe de glote)
quando são submetidas a abusos vocais como: gritos, pigarreio e tosses
excessivos, utilizar tons graves ou agudos demais, praticar esportes falando,
competição sonora, etc... Estes choques podem prejudicar demasiadamente
as pregas vocais.

Quais as consequências que os abusos vocais podem me causar?

Estes abusos podem provocar alterações como:

 Calos vocais
 Nódulos
 Pólipos
 Edemas
 Fendas

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Dentre outras alterações ocasionadas pelas constantes formas de abuso
vocal.

Qual o primeiro passo a ser tomado para cuidar da minha voz?

A primeira providência a ser tomada é a consulta a um especialista, o


OTORRINOLARINGOLOGISTA, que é o médico que poderá detectar se há ou
não alguma alteração no seu aparelho fonador. A partir do diagnóstico feito
pelo Otorrinolaringologista, se necessário o médico indicará o tratamento para
a correção de tais alterações com outro especialista, o FONAUDIÓLOGO, que
fará a correção destes problemas através de exercícios.

Estes cuidados servem para todos ou apenas para os cantores?

"As normas de cuidados com a voz devem ser seguidas por todos,
particularmente por aqueles que utilizam mais a voz ou que apresentam
tendências a alterações vocais. Esses são chamados de Profissionais da Voz,
ou seja, professores, pastores, atores, cantores, locutores, apresentadores,
advogados, telefonistas, telemarketing, vendedores, palestrantes, dentre
outros. Entretanto muito destes profissionais às vezes por falta de tempo para
se dedicar ao cuidado de sua voz, podem estar cultivando um distúrbio vocal
decorrente do abuso ou mau uso da voz".

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VÍDEO INFORMATIVO 2 - A Produção do Som

A produção da fala envolve três processos básicos. São eles:

1. Produção do sinal laríngeo pela vibração das pregas vocais.

2. A ressonância vocal que é o fenômeno de ampliação e


modificação do som que emitimos. Todo o trato vocal funcionará
como filtro do som que é produzido na laringe, nossa fonte sonora.

3. Articulação do som gerado que ocorre no trato vocal supra-


glótico.

O que é FONAÇÃO?

A fonação é o ato físico de produção do som por meio da interação das


pregas vocais com a corrente de ar exalada. Os puffs de ar são liberados em
frequência audível (Fonte Glótica) ressoando nas cavidades supra-glóticas do
trato vocal (Filtro)

1. Cavidades: Oral, Nasal e seios paranasais.

2. Regiões: Parte Nasal da faringe (Nasofaringe, rinofaringe ou cavum)


parte oral da faringe (orofaringe) e parte laríngea da faringe
(laringofaringe ou hipofaringe).

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O que é LARINGE?

É um órgão extremamente complexo, responsável por diversas e


importantes atividades fisiológicas. A laringe é constituída pelas cartilagens
ímpares: cricóidea, tireóidea e epiglote.
Pares: Aritenóideas, corniculadas, cuneiformes, e o osso hióde (ímpar).
As funções básicas da laringe (proteção, respiração e fonação) são o
resultado de diversos reflexos inter-relacionados que ocorrem no tronco
encefálico. A vibração das pregas vocais (Fonte glótica) é responsável pela
conversão da energia aerodinâmica em energia acústica. Ela depende de
um componente mioelástico e outro aerodinâmico para ocorrer. Sob controle
neuromuscular, as pregas vocais são aduzidas em linha média, assumindo
postura fonatória. A atividade neuromuscular é fundamental no controle da
massa, tensão e elasticidade das pregas vocais que constituem o
componente mioelástico. A partir daí o fenômeno vibratório ocorre
basicamente por forças aerodinâmicas relacionadas com fluxo aéreo
expiratório.

O que é o TRATO VOCAL?

Trato Vocal é o espaço compreendido entre as pregas vocais e as


cavidades de ressonância (Boca e Nariz) Tubo por onde o som produzido
pelas pregas vocais passa, sendo modificado e amplificado em direção as
cavidades bucal e oral. O aparelho fonador é constituído pelo aparelho
respiratório, pela laringe (a fonte de vibração) e o trato vocal (Filtro) o sistema
ressonador composto pela faringe, boca e nariz. O fluxo aéreo respiratório, ao
passar pelos ciclos de abertura e fechamento das pregas vocais, constituirá
uma vibração que irá ressonar pelo trato vocal.

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O que são PREGAS VOCAIS?

As pregas vocais são músculos de tecido fibroelásticas que se


distendem ou se relaxam pela ação dos músculos da laringe, com isso
modulando e modificando o som que produzimos enquanto falamos ou
cantamos. A espessura e o comprimento é que vão determinar se a voz é
aguda ou grave. Os homens têm as pregas vocais maiores do que as
mulheres. De 1,5 cm nas mulheres e entre 2 e 2,5 cm nos homens. Estão
alojadas atrás do gogó em posição horizontal em relação ao solo. As
verdadeiras são as branquinhas, e podem ser vistas no exame chamado
“Vídeo laringoscopia”.

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O que é LARINGOSCOPIA?

Laringoscopia é o exame da porção mais alta das vias aéreas (nariz,


laringe e faringe) por meio de um aparelho endoscópico chamado
laringoscópio. Há dois tipos de aparelhos para laringoscopia: um aparelho
rígido, que normalmente é introduzido pela boca, e um aparelho que consiste
de um fino tubo flexível de fibras óticas, que é introduzido através do nariz
(nasolaringoscopia), ambos portando em sua extremidade uma mini câmera
que permite ao médico visualizar, por via direta ou através de um monitor de

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vídeo, o interior das vias aéreas superiores e gravar as imagens. No caso de
visualização em vídeo, o exame recebe o nome de videolaringoscopia ou
videonasolaringoscopia.

Como se realiza a laringoscopia?

O exame simples de laringoscopia não exige qualquer preparo prévio e


permite ao paciente retornar às suas atividades logo após o procedimento. A
laringoscopia pode ser feita em pacientes de qualquer idade, mas a
laringoscopia feita pela boca geralmente precisa contar com alguma
colaboração do paciente, o que só é possível a partir dos 12 ou 13 anos de
idade. Em crianças menores o endoscópio flexível é mais aconselhável.
O exame de laringoscopia geralmente é feito em ambulatório e dura
de 5 a 10 minutos. Normalmente, o paciente está assentado e apenas pede-se
a ele que ponha língua para fora. A laringe e a faringe devem receber
previamente uma anestesia tópica, geralmente sob a forma de spray, após o
que o laringoscópio é introduzido pela boca ou por via nasal, conforme o
caso, e direcionado às regiões que se deseja examinar. O exame não causa
maiores incômodos que os decorrentes da introdução do aparelho, mas
alguns pacientes podem reagir com espirros, tosse, náuseas e vômitos. Outros
podem ter uma maior reação ao exame necessitando, a critério médico,
receber uma sedação venosa, que os mantenha mais calmos e adormecidos,
caso em que devem estar deitados em uma cama ou maca.
O endoscópio permite que seja feita uma biópsia de tecido, para
posterior exame em laboratório, nos casos em que ela for indicada. Quando
isso ocorre, o procedimento é feito no bloco cirúrgico de um hospital.
Quem deve se submeter à laringoscopia?
A laringoscopia é uma importante ajuda no diagnóstico de lesões
orgânicas ou funcionais da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe e,

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em especial, das pregas vocais. Assim, deve se submeter ao exame quem
apresente:

Rouquidão ou disfonia por um longo período de tempo

Tosse crônica ou com sangue

Dificuldade ou dor para engolir

Refluxo gastroesofágico

Aftas frequentes

Sensação de globus faríngeo


(sensação comum e desconfortável de um caroço na garganta)

Pacientes com antecedentes familiares de câncer de cabeça e


pescoço

Tabagistas crônicos, etc.

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Além disso, a laringoscopia pode permitir que, sejam realizados alguns
tipos de intervenções terapêuticas, tais como retiradas de pólipos e nódulos,
cauterização de lesões vasculares, dilatações de estreitamentos, retiradas de
corpos estranhos, etc. e permite o controle da evolução de algumas
patologias e cirurgias.

Quem não deve se submeter à laringoscopia?

A laringoscopia é um exame que quase não tem contraindicações.


Cabe ao médico avaliar cada caso específico, mas os pacientes que
merecem maior atenção são aqueles portadores de cardiopatias graves,
doenças pulmonares crônicas, com distúrbios neurológicos ou que sejam
alérgicos aos medicamentos usados no exame, se for o caso.

E após a laringoscopia?

Quando se trata do exame simples, o paciente pode ser liberado em


seguida, para retomar sua rotina diária. Quando recebe sedação, ele deve
aguardar pelo menos por trinta minutos para que o efeito da medicação se
desfaça. Nesses casos, deve contar com um acompanhante, uma vez que
não deve dirigir ou realizar tarefas complexas nas doze horas que se seguem à
sedação. Também há possibilidade, embora rara, da medicação da sedação
causar agitação, amnésia prolongada ou sonolência excessiva. Nas horas que
se seguem ao exame o paciente deve evitar tossir, espirrar ou assoar o nariz.
Pode ocorrer uma rouquidão após o exame, rapidamente passageira.
Falsas pregas vocais são as partes superiores, chamadas “pregas
ventriculares”. Quando estamos em silêncio elas se encontram abertas
(Abdução) e quando falamos, elas se fecham e vibram (Adução).

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As bandas ventriculares são formadas por um tecido conjuntivo de grandes
células e fibras musculares, recobertas por uma mucosa ciliada exceto a
borda livre onde há o epitélio pavimentoso. As fibras musculares provém do
músculo tireoaritenóideo (TA) e são chamadas músculos ventriculares.”
(Perelló, 1980). As pregas ventriculares são de cor vermelha e ao laringoscópio
são plenamente distinguíveis dos ligamentos brancos. Curiosamente é na
região das bandas ventriculares que são encontrados os quistos de laringe,
apesar de raros. Quase todos são quistos de retenção nas falsas pregas vocais
e desenvolvem processos secundários ou degenerativos no sistema ductal do
sistema das glândulas da mucosa. Podem se apresentar no fundo da prega
vocal falsa e não provocam dor. A remoção destes não ocasiona alteração
na voz, apesar de haver muitos encaminhamentos para a Fonoterapia.

Músculos Intrínsecos da laringe

São eles quem controlam a frequência e a intensidade da voz, por


promoverem tensão das pregas vocais, modificações da massa vibrante e
variações na pressão aérea subglótica. A Adução sustentada das pregas
vocais, promovida pela atividade intrínseca da laringe é necessária para se
construir a pressão subglótica, imprescindível a produção da voz.

Existem dois movimentos das pregas vocais:

ADUÇÃO ABDUÇÃO

Em geral, para a passagem do ar, as pregas vocais estão em Abdução,


ou seja, abertas, afastadas da linha média. Para que haja produção da voz, é

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preciso que as pregas vocais estejam em Adução, ou seja, fechadas, na linha
média.
Os músculos intrínsecos atuam predominantemente no ajuste da fonte
glótica.

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Dividem-se em:

ABDUTORES
CAP-Cricoaritenóideos posteriores (Compartimento horizontal e vertical,
Músculos pares)
Função: Atuam durante a respiração promovendo a abertura das pregas
vocais. Quando em atividade, causam além da abdução, a elevação, o
alongamento e o adelgaçamento das pregas.

ADUTORES
AA- Aritenóideos (Transverso-ímpar-oblíquos-músculos pares)
CAL- Cricoaritnóideos laterais (Músculos pares)
TA externo- Tireoaritenóideos externos (Músculos pares,
porção tireomuscular ou compartimento externo)

Função: Fecham a glote e controlam as diferenças na intensidade


vocal por variações no grau de adução glótica.

TENSORES
TA interno- Tireoaritenóideos internos (Músculos pares, porção vocal ou
compartimento interno)
CT-Cricotireóideos-Parte reta e parte oblíqua (Músculos pares)
Função: Alongam e encurtam as pregas vocais e controlam
as diferenças de frequências de voz.

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O principal abaixador da laringe é o músculo ET- Esternotireóideo.

COM
VÍDEO AULA 1 - Aquecimento Vocal ÁUDIO DE
EXERCÍCIOS

Aquecer a voz é imprescindível a todos os profissionais que utilizam a voz


falando ou cantando. O aquecimento vocal visa o prepara da musculatura
para a recepção dos estímulos que permitem ajustar e potencializar a
atividade fonatória evitando o esforço e a sobrecarga muscular; o organismo
inicia seu trabalho no limite mais alto da sua capacidade, levando á redução
das resistências elásticas e viscosas, e reduzindo o atrito interno. Isto também
melhora a elasticidade dos tendões, e ligamentos e a velocidade da
condução nervosa.

Exercícios de Aquecimento 1:

1 Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês já


aprenderam) até que o diafragma esteja repleto de ar.

2 Agora solte o ar aos pouco utilizando o som durante uns 10 ou 15


segundos.

Drrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante. Caso a sua
língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois estará
fazendo da forma errada. Entre em contato comigo se surgir alguma dúvida.
Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da
língua, repita este exercício todos os dias pelo menos durante 5 minutos.
Se for cantar em uma apresentação, na igreja ou ensaiar com sua

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banda por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 15 minutos (no mínimo)
antes de começar a cantar.

Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito


como, por exemplo, o som:

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Ou ainda pronunciar um Z com o som fechado, imitando uma abelha ou um


celular no modo vibra.

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Durante alguns segundos para causar o efeito esperado.

Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!), mas lembrando de
prolongar bastante a letra r (RRRR...) até acabar o ar.

Exercícios de Aquecimento 2:

Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e


TRRRR... Sem falhas ou interrupções, vamos repetir o exercício anterior com
uma diferença:

No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U.

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Exemplo1:

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ

Exemplo2:

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ

Exercícios de Aquecimento 3:

Muito importante também é aquecer os músculos do rosto. Para isso, inspire


pelo nariz e solte o ar pela boca fazendo os lábios vibrarem, (boca mole)
soltando o ar lentamente.

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IMPORTANTE!
Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo
para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.

Você também pode fazer estes exercícios nas regiões graves e agudas,
para aquecer as 3 regiões da voz, que são Médio, Grave e Agudo. Cuidado
para não forçar a laringe.

Inicie os exercícios SEMPRE no seu tom natural e depois vá mudando


para as demais regiões.

Exercício do Espaguete:

Favorece o alongamento do trato vocal com arredondamento labial


(lábios na forma da vocal u), a elevação do palato mole e do dorso lingual, a
ampliação faríngea e o abaixamento laríngeo, por contração do músculo
Esternotireóideo, predominantemente. Esse exercício de sucção do ar pode
ser realizado em várias modalidades e com enfoques distintos. A primeira
modalidade é o exercício de sucção progressiva do ar que deve ser feito
inspirando-se progressivamente a máxima quantidade de ar possível
(utilizando-se do volume inspiratório de reserva, sem tensionar a musculatura
do pescoço) ampliando-se progressivamente a duração do tempo
inspiratório, até por volta de 10 segundos. A repetição deste procedimento por
5 vezes, teoricamente, alonga o trato vocal e prepara a musculatura
envolvida para as demandas que dependerão da contração de suas partes.
A utilização de um aparelho nebulizador (com inalação de soro fisiológico em
temperatura ambiente) é indicada durante a realização desse exercício,
evitando o ressecamento do trato vocal pela passagem da corrente aérea
através da cavidade oral Fortalecendo a musculatura laríngea

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Exercícios Vocais Isométricos, Isotônicos, Isocinéticos:

Seriam os chamados exercícios: “isométricos”, “isotônicos” e “isocinéticos”.


Para ficar mais claro sobre a função e definição de cada um deles, coloco
aqui a descrição que encontrei na literatura.
“Os exercícios isométricos são definidos como resistência sem
movimento, desenvolvendo-se tensão muscular, contudo o músculo não
encurta nem alonga. Ocorre contração muscular estática, sem movimento.”

Os exercícios isométricos têm sido considerados grandes aliados para o


desenvolvimento e do fortalecimento de toda a musculatura corporal.
No canto tratam-se de emissões com sustentação de notas longas. Acredita-
se que possam ser efetivos para o trabalho da estabilidade e resistência vocal.

Os exercícios isotônicos são mais dinâmicos e realizados com movimento,


envolvendo a contração e extensão muscular controlada. No canto são os
exercícios com intervalos tonais curtos e rápidos, como os intervalos de 2ª ou 3ª
menor ou maior, trabalhados em colcheias ou semicolcheias.

Os exercícios isocinéticos são conseguidos quando o músculo encurta contra


uma resistência cooperante igualada com a força produzida pelo músculo e
requerem uma velocidade constante durante toda a amplitude do
movimento.
No canto seriam os exercícios realizados com três ou mais notas, com
repetições, variações e velocidade constantes.
Como por exemplo, repetir a sequência de notas “dó, ré, mi, fá, sol, fá,
mi, ré, dó” três vezes, numa mesma respiração com velocidade moderada.
Antes do trabalho de manutenção ou aquecimento vocal, vale a pena
ter um olhar atento a toda a musculatura de pescoço e tronco.

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Qualquer tensão nessa área pode influenciar negativamente em toda a
musculatura vocal, como a elevação excessiva da laringe, dificultando a
emissão ou gerando tensões indesejadas.
Por isso faz-se necessário o uso de alongamentos de toda a musculatura
extrínseca, como rotações circulares de ombros, sustentação da cabeça para
os lados e para baixo, micro movimentos da cabeça, com movimentos do
“sim”, “não”, ou “cabeça de boneca” (para os lados com orelhas em direção
aos ombros).
Segundo a fonoaudióloga Sílvia Pinho em seu livro: Músculos Intrínsecos
da Laringe e Dinâmica Vocal, 2014, “estimular o abaixamento laríngeo por
sucções do ar, simulando a sucção de “espaguete”, promove a ampliação
faríngea e supraglótica.
E ainda: “O Exercício do Espaguete favorece o arredondamento labial
(lábios na forma da vogal /u/), a elevação do palato mole e do dorso lingual
e realiza o abaixamento laríngeo por contração do músculo esternotireóideo.”
Depois de alongar a musculatura extrínseca da laringe, é importante atentar-
se a maneira como são realizados os exercícios vocais que devem ser
sempre em pouca intensidade, porém sem soprosidade.
Não há exatamente uma “receita” exata que estabeleça um tempo
padrão para fazer os exercícios.
Certamente cada um, a medida que for ganhando maior
propriocepção corporal, com o tempo conseguirá observar na própria voz,
quais os exercícios que funcionam mais ou menos em suas rotinas de
aquecimento.
É importante observar que a voz não deve piorar o seu padrão de
qualidade depois da realização de algum exercício. Voz abafada e disfônica
sugere fadiga vocal ou qualquer outra disfunção funcional ou orgânica.
Por isso tenha sempre a orientação de um bom professor de cantor ou um
fonoaudiólogo especialista em voz para ajudá-lo em seu aprimoramento no

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canto. E qualquer alteração na voz procure um otorrino e faça uma
avaliação.

Sugestões de exercícios:

Isométrico: Emissões longas com duração em torno de 7‟ (segundos) cada,


subindo de meio em meio tom;

Isotônico: Intervalos crescentes e decrescentes em glissandos de 2ª m (dó,


dó#, dó), 3ª M (dó, mi, dó), 4ª (dó, fá, dó) ou 5ª (dó, sol, dó) subindo de meio
em meio tom.

Isocinético: Vocalizes em escalas curtas com três ou mais notas, com


repetições e velocidades constantes.

Por exemplo: fazer a sequência “dó, ré mi, fá, sol, fá, mi, ré dó”,
repetindo-a duas com velocidade moderada e depois subindo de meio em
meio tom;
Observe a extensão dos exercícios! Os faça de forma gradativa, indo
aos poucos para o agudo e para o grave.
Em direção ao agudo diminua a intensidade da emissão para fazer a
troca muscular (TA/CT) necessária para o trabalho da região aguda da voz,
ou seja, meninas caminham em direção a voz de cabeça e meninos para o
falsete.

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Todos esses exercícios podem ser feitos com as fricativas sonoras, “Z”,
“J”, “V” e vibrantes de língua ou lábios.
Vale repetir que os exercícios de manutenção e aquecimento da voz
sempre devem ser feitos com pouca intensidade, porém sem soprosidade.

COM
ÁUDIO DE
VÍDEO AULA 2 - Desaquecimento Vocal EXERCÍCIOS

Tão importante quanto aquecer a voz é desaquecer a voz ao


final do uso, relaxando assim a musculatura envolvida na performance,
voltando a “Flow Phonation” (voz de economia). O tempo para
desaquecer é de 5 minutos.

Exercícios Desaquecimento:

O primeiro exercício é o som de M... lábios encostados um ao outro, som


nasal, pronuncia 5 vezes:

Ummmmmmmmmmmmmmmmmmm

O segundo exercício é o bocejo com som. Boceje 5 vezes emitindo o


som natural deste movimento e sinta a musculatura relaxando.

Como fazer para identificar o seu tom natural?

É simples, o seu tom natural é aquele que você fala.

"Falar”, é um som natural que sai sem esforço nenhum.

28
Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado
(sem utilizar o ar de reserva), ou seja, você começou bem, mas no meio do
exercício o som falhou !!

Pare! Respire fundo por 3 vezes, beba água, relaxe um pouco e só então
recomece.

É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois se
trata de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino
diário, fica cada vez mais fácil.

VÍDEO AULA 4 - Respiração Diafragmática


Apoio do Diafragma

Para uma boa projeção da voz no canto, é necessário obter o controle


da respiração. Para realizarmos uma respiração correta, devemos estar numa
postura adequada, pois a postura e a respiração andam juntas.
Existem duas formas sucção do ar dentro da técnica vocal. A primeira
somente pela boca, e a segunda é a chamada respiração mista, pela boca e
nariz ao mesmo tempo. Cabe a você se atentar ao tipo de respiração que
está usando, dependendo muito do estilo musical que se está cantando. A
respiração dentro do canto é a parte fundamental para que todo o processo
futuro tenha êxito, ou seja, se dominamos a respiração, tudo ficará mais fácil
de compreender. Quando respiramos da forma correta para cantar, evitamos
fazer esforço na laringe (garganta).
Existem 4 formas de respirar ao cantar. A primeira não é indicada para o
canto, pois é uma respiração alta onde sugamos o ar pelo nariz e levantamos
os ombros no movimento de inspiração. As outras são Respiração
diafragmática de contração abdominal, respiração diafragmática de

29
expansão abdominal e a respiração diafragmática intercostal de expansão
das costelas. (Canto lírico)

1. Devemos inspirar pela boca/nariz juntos e canalizarmos esse ar em


direção à região abdominal (enchendo o diafragma de ar). Sinta a
abertura das costelas. É importante que os ombros e o peito não se
movam.

2. Expire pela boca observando que enquanto o ar é expelido a


barriga vai esvaziando lentamente até chegar ao normal

ATENÇÃO!
Cuidado para não utilizar o ar de reserva, ou seja, não pressione a
barriga forçando-a a se esvaziar mais depressa que o normal, pois este feito
poderá causar mal-estar.

Exercícios para controle da Respiração:

1 Inspire lentamente (pela boca) até encher bastante as paredes


abdominais e sinta as costelas “se abrindo” (APOIO).

2 Ao mesmo tempo contraia seu abdômem para dentro (CONTRA-


APOIO) Junte as costas de suas mãos e leve até o diafragma, e então
como se fosse atiçar um cachorro, pronuncie um quissssssssssssssssss 5
vezes em stacatto e na 6º vez você deverá pronunciar o quissssssssssss
de forma lenta esvaziando todo o ar.

3 Cronometre quanto tempo você consegue ficar soltando o ar


lentamente, esse número é importante saber.

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Inspire lentamente e leve o dorso da mão até o nariz e expire. Observe
que o ar expirado estará quente

5 Repita este exercício por 15 vezes (3 sequências de 5) em frente a um


espelho (de preferência vertical) para que você possa corrigir a postura
e observar os ombros e peito (que não deverão se movimentar)

*Lembre-se de que ao término de cada sequência, você deverá


relaxar, respirar fundo, encher os pulmões e soltar o ar pela boca por 3 vezes
para evitar mal-estar.
**Este tipo de respiração é uma novidade para muitos de vocês, sendo
assim, não deverá ser usada no dia-a-dia sem que haja necessidade.

COM
ÁUDIO DE
VÍDEO AULA 5 - Afinação EXERCÍCIOS

Na música, embora muitas vezes confundido com calibragem, a


afinação corresponde ao processo de produzir um som equivalente a outro
(embora provavelmente de timbre diferente), por comparação. É, assim,
classificado qualitativamente como bom ou mau (boa afinação/má
afinação). A comparação pode ser entre uníssonos ou com intervalos vários.
Próxima à afinação entre uníssonos está a utilização de um intervalo de oitava
(por ser a mesma nota, embora numa escala diferente).
Um fato curioso que pode ocorrer durante a afinação (dependendo do
instrumento), é a ressonância. Por exemplo, é frequente, durante a afinação
de uma guitarra, uma corda reagir ao som de outra corda, sinal de que a
afinação está bem feita.

31
A afinação pode processar-se de diversas maneiras:

• aumentando ou diminuindo a tensão das cordas, nos instrumentos de


cordas;

• aumentando ou diminuindo a largura ou comprimento dos instrumentos


de sopro;

Afinação e temperamento não são a mesma coisa. A afinação envolve o


ajuste, por uníssonos ou intervalos naturais (que podem ser expressos por
fracções de inteiros), da altura das notas de um instrumento às de um outro
ou, por exemplo, de uma corda de guitarra a uma outra. Se o intervalo não
estiver afinado naturalmente, ouve-se um batimento produzido pelos
harmônicos desafinados (uma vibração ondulante tipo «uáuáuáuá»); se estiver
afinado, não se ouve esse batimento. O temperamento envolve o ajuste da
altura de notas afastando os intervalos do seu valor natural «harmônico» para
fazer com que os intervalos caibam numa oitava. Os intervalos resultantes
geram batimentos e são intervalos que só podem ser expressos por números
irracionais. Em se tratando de voz cantada, é imprescindível que ao cantar,
mantenhamos uma boa afinação do início a fim da canção, se atentando
aos detalhes inclusos na música, e também aos registros utilizados para a
execução da mesma.
Uma dica preciosa para melhorar a afinação é a realização de
vocalizes com o apoio do piano. Vocalizes são exercícios realizados
ajuntamento com um instrumento (geralmente o piano) em reprodução de
escalas maiores, menores, pentatônica maior e menor, menor melódica,
menor harmônica e outras centenas de escalas existentes. Para a “educação”
do ouvido musical, é necessário sempre ouvir boa música, se atentando aos
detalhes que ela traz, como métrica, tonalidade, variedades de instrumentos,
timbres vocais e instrumentais e efeitos de mixagem.

32
O que significa a música estar no meu tom?

Quer dizer que eu consigo cantá-la sem me esforçar demais até minha
garganta doer ou minha voz falhar ou até mesmo eu engasgar. Isso acontece
com muita frequência por falta de informação e orientação.

Muitas vezes é difícil, principalmente para quem não toca nenhum


instrumento, identificar em que tom está a música que queremos cantar e
mais ainda qual é o tom confortável para mim.

Segue uma dica:

Escolha uma música de sua preferência e cante junto com o cantor


observando alguns pontos:

 Não deixe que as veias do seu pescoço saltem


 Não se esforce até ficar vermelho
 Não se preocupe em imitar a voz do cantor, cante do seu jeito,
com sua voz natural.
 Não se preocupe se está desafinando, pense apenas em seguir a
música de uma forma bem confortável para você.

Se ao final da música você verificou que:

 Suas veias do pescoço não saltaram...


 Você não ficou vermelho...
 Não engasgou e sua voz não falhou em momento algum...
 Você não ficou rouco...

33
COM
ÁUDIO DE
VÍDEO AULA 6 - Dicção EXERCÍCIOS

Para obtermos uma boa projeção vocal cantando ou falando é de


extrema importância atentar a nossa dicção, que nada mais é do que
ARTICULAR as palavras ao falar e ao cantar. Muitas vezes nosso nervosismo nos
impede de termos uma boa projeção vocal, e não nos atentamos em falar
lentamente, fazendo com que quem nos ouve nos compreenda com clareza.
No canto funciona da mesma forma, precisamos aprender a articular as
palavras. Seguem alguns exercícios específicos:

ARTICULAÇÃO DE ENCONTROS CONSONANTAIS

Exercícios de Dicção:

LEIA EM VOZ ALTA ESSAS FRASES:

O crépido crepúsculo da crendice creditou a crença na criação


crente.

A cretinização do cretense cravou a cruz crócea na cromática do


croinha.

Na clava do clássico clarim clareou a clemência do clero clínico. A


clina do claro ciclita clamou à clã eclética

DITONGOS, TRITONGOS E HIATOS ARTICULE ESSAS FRASES:

O aio da aia aiou aiuê / aio da aia aiou aiuê / O aio da aia aiou aiuê. O
réu Leléu tirou o véu seu para ver o céu.

34
PARA ARTICULAR AS VOGAIS PRONUNCIE ALTO:

A aramaica falava da clara mata, pois cantava a alva Lalá alada.

Belelelê fez belelelé para a lebre a leve do célebre dendê do Belém

ARTICULAÇÃO DE CONSOANTES, LEIA EM VOZ ALTA ESSES EXERCÍCIOS:

O forte fossilizado ofuscou o fragor do frade. O fotófobo fugiu da


fotocromia fragmentada. A fraga foi ferida pela francesa fornalha do
funcional fumívoro forqueado

O que são ARTICULADORES?

São os responsáveis em transformar o som da fonte glótica, produzido


pelas pregas vocais, que passaram pelo trato (filtro) em sons compreensíveis a
linguagem humana, de acordo com cada etnia. Dividem-se em:

Articuladores ativos: movimentam-se em direção ao passivo, são eles:


Lábio inferior, a língua, o véu palatino ou palato mole e as pregas vocais.

Articuladores passivos: localizam-se na mandíbula superior


Lábio superior, dentes superiores, céu da boca- que se divide em alvéolos,
palato duro, palato mole ou véu palatino e úvula.
As categorias abaixo caracterizam os lugares de articulação dos
segmentos consonantais relevantes para a descrição do português:

Bilabial - O articulador ativo- lábio inferior; articulador passivo- lábio superior.


Ex. :pá, boa, má.

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Labiodental - O articulador ativo- lábio inferior; articulador passivo- dentes
incisivos superiores.
Ex.: faca, vá.

Dental - O articulador ativo- ápice da língua ou lâmina (parte superior da


língua); articulador passivo - dentes incisivos superiores.
Ex.: data, sapa, Zapata, nada, lata.

Alveolar - O articulador ativo – ápice ou ponta da língua; articulador passivo-


os alvéolos.
Ex.: data, sapa, nada, lata.

Alvéolo palatal - O articulador ativo- ápice da língua ou lâmina (parte superior


da língua) ;articulador passivo- parte medial do palato duro.
Ex.: tia, dia (no dialeto carioca), chá, já.

Palatal - O articulador ativo- parte média da língua; articulador passivo- parte


final do palato duro.
Ex.: banha, palha.

Velar - O articulador ativo- parte posterior da língua; articulador passivo- véu


palatino ou palato mole.
Ex.: casa, gata, rata (dialeto carioca).

Glotal - Os músculos ligamentais da glote se comportam como articuladores.


Ex.: rata (no dialeto de Belo Horizonte).

36
VOCÊ SABIA QUE...

* Pregas vocais é o nome correto e não "cordas vocais", pois tratam-se


de duas pregas de tecido fibro-elástico e muscular revestidas por uma
mucosa.

* As pessoas que necessitam do uso mais intenso da voz, deve


conscientizar-se que há um gasto considerável de energia nesta ação, sendo
de grande importância a ingestão de alimentos de fácil digestão antes das
atividades vocais

COM
VÍDEO AULA 7 - Ressonância Vocal ÁUDIO DE
EXERCÍCIOS

Trata-se portanto do fenômeno de ampliação e modificação do som


que emitimos.
Todo o trato vocal funcionará como filtro do som que é produzido na
laringe, nossa fonte sonora.
Saber usar bem esses espaços de ressonância, trará mais domínio sobre
nosso “corpo” e o “brilho” do som que produzimos, podendo utilizar esses
recursos para melhorar a “projeção”.
A voz gerada na laringe é formada por uma “frequência fundamental”
(F0) determinada pela velocidade de vibração das pregas vocais e por
diversas frequências múltiplas desta, conhecidas como harmônicos.
Podemos realizar ajustes em nosso trato vocal, como por exemplo, fazer
constrições em músculos específicos ou alterar a proporção entre a abertura

37
da boca e o comprimento do tubo.
Estes ajustes possibilitam a valorização dos harmônicos graves (quando
produz um espaço maior de ressonância) ou a valorização dos harmônicos
agudos (quando diminui este espaço).
A forma como realizamos esse conjunto de ações (parte funcional) mais
a sua estrutura anatômica vocal, ditará o seu timbre, ou seja, darão a
qualidade e características distintas à sua voz.
A PHD em voz Sílvia Pinho, ao tratar do assunto ressonância vocal, fala
em níveis de projeção (M, N, NH) levando em consideração a posição da
laringe e do véu palatino em cada emissão.
Ela fala também de constrições nos “cinturões de brilho” (região inferior,
médio e superior), que seria o aumento do tônus em regiões setorizadas da
faringe.
Segundo a fonoaudióloga, esses ajustes faríngeos influenciam
diretamente no brilho e consequentemente na projeção da voz.
Marconi Araújo, um dos maiores especialistas em Belting
contemporâneo, fala de ressonância vocal considerando três espaços do
trato vocal: regiões laringofaringe, orofaringe e rinofaringe.
Marconi considera a ressonância orofaríngea a mais utilizada no Belting,
mas também não descarta o uso das demais.
No livro Belting Contemporâneo, Marconi ressalta a importância dos
diversos elementos que trabalham no ajuste destas ressonâncias, sendo a
língua, os lábios, o palato mole e a musculatura extrínseca (que abaixa ou
eleva a laringe, criando maior ou menor espaço laringolfaríngeo).
Vale observar que não necessariamente um cantor utilizará apenas um
foco ressonantal de cada vez, sendo possível utilizar mais de um desses ajustes
simultaneamente. Sílvia Pinho, no livro “Fundamentos em Fonoaudiologia”, fala
da possibilidade de realizar a ampliação do espaço na região posterior do
trato vocal mesmo com o uso de ressonâncias nasais. Isto se daria pela
atividade da musculatura extrínseca abaixadora da laringe associada à

38
atividade da musculatura de expansão faríngea, mesmo havendo produção
de nasalidade, ou seja, sem elevação velar.
Didaticamente, gosto de falar sobre ressonância vocal identificando
três regiões do trato vocal que darão a voz qualidades distintas:

 Foco Nasal (com ou sem constrição rinofaríngea);

 Foco Faríngeo (constrição orofaríngea);

 Foco Laringofaríngeo (maior espaço de ressonância por elevação de


palato e abaixamento laríngeo).

Foco Nasal: Ou ressonância nasal consiste no direcionamento do fluxo aéreo


para as cavidades nasais. Pode resumidamente ser dividido em:

1- Hipernasalidade: gera nasalidade nos sons orais.

Muitas vezes ocorre apenas por uma questão funcional e em outras


circunstâncias é por causa orgânica, comprometendo o fechamento
velofaríngeo.

2- Rinolalia fechada: certamente neste caso há presença de alteração


nasal por causa orgânica.

O fluxo aéreo vai para a cavidade nasal, mas é distorcido devido a


presença de edema das estruturas internas do nariz, rinite alérgica ou gripe,
pólipos nasais, desvio de septo, entre outros.

3- Hiponasalidade: diminuição da passagem do fluxo aéreo pela


cavidade nasal, reduzindo a nasalidade dos fonemas nasais (m, n, nh, ã, õ).

Pode ter tanto por causa orgânica como funcional. Voz do “Bob Pai”.

39
4- Denasalidade: com ausência completa dos sons nasais por distúrbios
orgânicos ou funcionais como no caso dos deficientes auditivos.

Foco Faríngeo: Ocorre por constrição faríngea, por contração dos pilares
faríngeos, abaixamento velar e elevação do dorso da língua.

A voz fica com uma característica brilhante e metalizada. Neste caso a


projeção da voz é aumentada.

Foco laringofaríngeo: Neste caso há maior espaço no trato vocal em função


do abaixamento da laringe e elevação do palato mole. A voz soa mais
“escura”, mais “abafada”, com menor projeção.

COM
VÍDEO AULA 8 - Vocalizes ÁUDIO DE
EXERCÍCIOS

Vocalizes são exercícios vocais para o canto. Os mais tradicionais –


usados por quase todos os professores de canto – são frases musicais bem
simples, como “do-re-mi” ou “do-re-mi-fá-sol”, cantadas em bocca chiusa ou
humming (um som de “M” feito de boca fechada) ou então sobre vogais
simples (á_____, é_____ i...) ou ainda com combinações de fonemas (Lá, lá, lá,
lá). Geralmente são feitos com acompanhamento do piano e podem ser
realizados com ajustes ou de emissão na máscara.
Vocalizes de aquecimento preparam de forma gradual a musculatura
técnica vocal, uma palestra, uma peça de teatro ou qualquer outra situação
em que se requer um uso intenso da voz. Podem ser realizados em escala
ascendente e descendente com sons fricativos e vibratórios.
Existem outros vocalizes que têm objetivos específicos, como por
exemplo, aumentar a extensão vocal, melhorar a articulação e a dicção,
reforçar a capacidade respiratória, desenvolver a projeção e a ressonância; e

40
outros que trabalham dois ou mais destes aspectos e podem ser classificados
em isométricos, isotônicos ou isocinéticos.
Há também vocalizes mais avançados, com belas melodias, que são
mais parecidos com pequenas peças musicais. É de extrema importância que
os estudantes de técnica vocal façam os vocalizes frequentemente para que
estes atinjam seus objetivos.

COM
VÍDEO AULA 9 - Percepção Musical ÁUDIO DE
EXERCÍCIOS

É a capacidade de perceber as ondas sonoras como parte de uma


linguagem musical. Envolve especialmente a identificação dos atributos físicos
do som, como volume, timbre e afinação (percepção sonora), mas também
elementos musicais como melodia (percepção melódica) e ritmo (percepção
rítmica).
O termo percepção musical é, muitas vezes, usado como sinônimo de
percepção sonora, nesse caso desconsiderando melodia, ritmo e elementos
de linguagem musical. Altos níveis de percepção musical são sinais de
apurada capacidade de análise sonora. Ajudam muito, mas não garantem a
musicalidade do indivíduo, visto que não tem relação direta com
capacidades de produção sonora. Algumas tarefas esperadas de uma alta
percepção musical incluem a identificação de escalas a partir de melodias;
acordes e progressões de acordes em trechos musicais; nunances
interpretativas; harmônicos; vozes em meio a uma polifonia; e até ruídos
indesejáveis em meio a música. O chamado "ouvido absoluto" refere-se à
capacidade de identificar e nomear notas musicais apenas pela audição de
sons correspondentes. Dimensão do tempo métrico, ou medido, onde se ouve
um tempo „de metrônomo‟, um tempo contado por unidades de igual
duração (tempo de relógio). Nesta dimensão, o conhecimento técnico,

41
analítico prevalece; pensa-se em cada material da música, como por
exemplo, no compasso (binário conta 1 2; no ternário conta 1 2 3), no
andamento (andante, rápido, lento), na acentuação, na agógica
(acelerando, ralentando), e outros. Dimensão de tempo não métrico, que
pode ser vivenciado por meio das palavras da canção, seguindo mais os
acentos, entonações das frases do texto do que propriamente da métrica
definida do compasso. O tempo é mais flexível, elástico, com componentes
de expressividade do conteúdo semântico.
Dimensão da corporeidade, que pode ser métrico ou não, mas que
seguirá a intuição auditiva; o corpo 'pensa' e responde gestualmente; a
percepção é orientada pelos componentes mental (ou cognitivo), afetivo (ou
psicológico) e físico-corporal. O corpo expressa a percepção do tempo que
pode suspender e/ou deixar o „métrico‟, para realçar outro componente
(melodia, acorde, uma suspensão, uma palavra, etc.) que foi sentido ou
percebido como significativo para o intérprete e/ou ouvinte. Dimensão
expressivo-individual que é essencialmente não métrico, ou, se há métrica,
com certeza está livre da medida 'contada'. É essencialmente flexível e
elástica a vivência temporal nesta dimensão. Um exemplo Que acontece
frequentemente é quando o ouvinte tem toda a música na mente, e com isso
tem a capacidade de „parar‟ em uma determinada melodia, evento, ou
sonoridade, e lá fica repetindo, voltando, refazendo, curtindo o mesmo em um
tempo não-métrico. O tempo, neste caso, é tão variável quanto variável é a
concepção do tempo musical.
Para desenvolver sua percepção musical (vocal) é de suma
importância saber tocar algum instrumento harmônico (violão, guitarra, sax,
piano, teclado) Isso trará uma melhor “educação” musical para o ouvido que
com o tempo irá se acostumar e gravar os sons reproduzidos pelos
instrumentos podendo ser imitados na voz.

42
COM
VÍDEO AULA 10 - Impostação Vocal ÁUDIO DE
EXERCÍCIOS

Impostar a voz é usar todos os recursos técnicos disponíveis como


respiração, apoio, Articulação e ressonância, tirando a voz de lugares que
podem prejudicar o Canto, por exemplo: garganta (Voz gutural), nariz (Voz
anasalada) e faringe (voz entubada, abafada). O ideal é uma voz equilibrada
usando todos os pontos de ressonância procurando sempre colocar a voz,
pressão de som para cima, preenchendo toda a cabeça, principalmente a
máscara.
Colocar a voz pra cima, encaixar a voz geralmente são termos usados
pelos professores quando querem se referir a impostação da voz.
A impostação se dá através de exercícios específicos como Boca
Chiúsa (Boca fechada) e vocalizes usando diversas combinações de vogais,
escalas e tonalidades, exercitando a voz em toda a sua extensão, aplicando
a técnica respiratória, abertura de boca e projeção do som.
Existem pelo menos três maneiras de se cantar ou de impostação vocal,
dependendo do timbre vocal ou gênero musical.

1) Impostação Total: Impostação usada no canto Lírico.

Este tipo de Impostação Surgiu na Itália como "Bel Canto", pela beleza,
pelo uso máximo da Técnica, trabalhando a igualdade do timbre e por
trabalhar a extensão total das vozes. Esse estilo é muito usado e aproveitado
na Ópera. O trabalho é feito principalmente em cima de Vogais.

2) Impostação da Fala: Aqui se canta como se fala.

Não há uma preocupação em igualar a voz e sim o aproveitamento


do seu timbre particular e sua região confortável. Esse jeito de cantar, impostar

43
a voz é utilizado no Canto popular e em alguns casos no Gospel. A técnica
visa aprimorar o que cada um tem de especial.

3) Impostação Mediana: É a que se usa nos musicais.

Chamamos de mediana porque ela fica entre a fala e o Lírico (Bel


Canto) e por isso é conhecida como Belting, pensando em um diminutivo do
Bel canto já que não tem tanto volume e há uma importância grande com o
texto uma extensão da fala. No Belting além do canto também utilizamos
outros recursos como dança, teatro, figurino e etc. É uma modernização da
Ópera, uma vez que na ópera também utilizamos teatro, figurino e etc. No
Belting na maioria das vezes em uma nota aguda o som é um tanto nasal
enquanto que no popular iria para o falsete e na ópera para a Voz de
Cabeça, ou seja: já que o belting fica no Meio podemos ter um agudo
nasalizado, um agudo bem cheio com voz de cabeça (registro tênue) e
podemos ter também meio falseteado dependendo do papel no Musical.

COM
ÁUDIO DE
VÍDEO AULA 11 e 12 - Registro Vocal e Registro Modal EXERCÍCIOS

Um registro vocal é uma série de tons homogêneos que se caracterizam


por um especial timbre sonoro, distinto dos outros registros e independente da
frequência do tom emitido. Este é um evento totalmente laríngeo, consistindo
de séries de frequências, ou em uma faixa de frequências vocais, que podem
ser produzidas com qualidades aproximadamente idênticas. A definição de
registro vocal deve depender de evidências perceptivas, acústicas, fisiológicas
e aerodinâmicas.

A terminologia utilizada para os vários registros é confusa. Basicamente


são divididos em:

44
1- Vocal Fry ou basal;

2- Modal (Subdividido em Denso {peito}, Médio e Tênue {cabeça} )

3- Falsete (Registro leve)

4- Flauta

5- Whistle (Assovio)

Alguns autores atribuem ao sexo masculino apenas dois registros


principais: Modal e falsete, e ao sexo feminino, três registros, ou melhor, três
sub-registros do modal: denso, médio e tênue, excluindo os registros especiais
como falsete, flauta e assovio, alegando que são recursos alcançados por
apenas alguns indivíduos. Muitos confundem registro vocal com ressonância
vocal, e são assuntos completamente diferentes, por isso o conceito de
registro vem sofrendo modificações. Antigamente atribuía-se justificativas
puramente ressonantais (Bel canto), porem recentemente, demonstrou-se por
EMG (Eletromiografia) a íntima relação entre os diferentes registros e a
contração de grupos musculares intrínsecos laríngeos específicos.

Vocal Fry: Também chamado de registro basal, corresponde a região mais


grave da extensão vocal, abrangendo faixa de frequências de 30 a 75 Hz. É
produzido com pouco fluxo de ar e amplitude mucosa reduzida. A atividade
do músculo TA é predominante, principalmente seu compartimento externo,
correspondendo ao que chamamos de fry relaxado e, outras vezes, do TA
(Tireoaritenóideo) juntamente com o CAL (Cricoaritenóideo Lateral)
correspondendo ao que chamamos de fry tenso (Produzido com laringe alta).

Registro modal: Ocorre grande atividade de ambos os músculos tensores (TA e


CT, sendo o TA o mais solicitado a modificar seu tônus) ao longo de toda a
extensão vocal. No sub-registro denso (peito) há predomínio de atividade do

45
TA, enquanto no sub-registro tênue (cabeça) ocorre predomínio de atividade
do CT. A extensão possível de se produzir com facilidade tanto em registro de
falsete quanto em modal no homem fica em torno de 200 a 350 Hz (de G2 a F3
aproximadamente). Na voz feminina as faixas de sobreposição de registros
encontram-se em aproximadamente na região ao redor de 400 Hz
(denso/médio, G3) e 660 Hz (médio/tênue E4)

Subdividem-se em:

Denso: (Voz de Peito) maior predominância da atividade do TA, músculo


tensor responsável pelo fechamento e encurtamento das pregas vocais. A voz
é mais “densa”, pregas vocais mais encurtadas com maior arredondamento
de suas bordas livres, produção de onda mucosa ampla e amplitude de
harmônicos em toda sua extensão vibrante.

Médio: corresponde à região que o cantor apresenta maior dificuldade em


transitar entre um subregistro e outro dosando com precisão a atividade do TA
antes da troca muscular ou “zona de passagem” (passagio)

Tênue: maior predominância da atividade do CT, músculo tensor responsável


pelo alongamento das pregas vocais na produção dos sons agudos. A voz é
mais tênue, com a borda livre das pregas vocais, pouco espessa, onda
mucosa atenuada e amplitude de harmônicos diminuída.

Registro de falsete: Caracterizado por grande atividade do CT com TA quase


totalmente relaxado e atividade de CAL e AA (músculos adutores) levemente
reduzida, o que justifica o aparecimento de uma fenda paralela em toda a

46
extensão das pregas vocais durante a sua emissão, permitindo maior
passagem do ar, tornando o som mais soproso, e isso é o que o diferencia do
sub-registro tênue.

Registro de flauta: predominância de CT com redução progressiva da zona


vibrante, pelo maior alongamento das pregas vocais e aumento da pressão
subglótica. Som leve realizado com a emissão vocal de notas em torno de Sol
5 e Lá 5, em torno de 1.760 Hz.

Registro de assovio (Whistle): Neste caso o que ocorre é a ausência de


vibração das pregas vocais, com um mecanismo peculiar em seu
fechamento, e a produção de um orifício glótico que varia de tamanho
conforme ocorre a modulação dos sons e modificação no fluxo de ar. Esses
hiperagudos acontecem em torno de Dó 6. A cantora brasileira Georgia
Brown atinge a frequência de 6.272 Hz (G7/G8) sendo considerado este o
recorde mundial em produção vocal aguda.

COM
ÁUDIO DE
VÍDEO AULA 13 - Timbre Vocal EXERCÍCIOS

É o resultado dos fenômenos acústicos que se localizam nas cavidades


supra-laríngeas. É modificando o volume, a tonicidade dessas áreas, assim
como a dos lábios e ajustes vocais, que o som fundamental, emitido pela
laringe, vai ser enriquecido ou empobrecido voluntariamente segundo a
ordem, o número, a intensidade dos harmônicos que o acompanham e que
são filtrados nestas cavidades conforme a altura tonal e a vogal.
A riqueza do timbre está em função do uso correto dos “cinturões de
brilho” (médio, inferior e superior), da pressão sub-glótica, da posição da
laringe, fechamento glótico e qualidade das mucosas, condições destas,

47
essenciais à qualidade do timbre. O timbre é definido de diferentes maneiras.
Fala-se do seu colorido e este está diretamente relacionado com a forma dos
ressonadores, tamanho do crânio, tamanho do trato vocal, tamanho das
pregas vocais, tamanho do tórax, tamanho da laringe. Fala-se da amplitude
que corresponde às sonoridades extensas e redondas, do mordente, da
espessura, do brilho que cresce e decresce com as modificações da
intensidade e estão em correlação com a tonicidade das pregas vocais. Estas
diferentes formas acústicas são realizadas por mecanismos extremamente
delicados, por todo um conjunto de movimentos musculares e pela maior ou
menor tonicidade. Mas o timbre pode ser transformado com a utilização de
certos métodos que o modificam, enquanto a realização do mecanismo
fisiológico da voz que permitirá desenvolver e apreciar nosso timbre natural.

VÍDEO AULA 14 - Classificação Vocal

Classificação vocal é um assunto muito sério. Uma classificação vocal


inadequada, pode influenciar diretamente na saúde vocal do cantor. Alguns
cantores ainda acreditam, que o bonito é cantar em um determinado
“naipe”, em tonalidade mais aguda ou mais graves. Definitivamente, a beleza
vocal não esta em cantar em um determinado naipe e sim, explorar
sonoridades, elementos vocais e habilidades em cada “naipe”.
A classificação vocal não deve ser feita comparando a voz cantada
com a voz falada, pois, voz falada e voz cantada são realidades diferentes (no
que se refere a fisiologia vocal – ajustes fonatórios ). Algumas pessoas, possuem
uma flexibilidade muscular grande, que os permite cantar utilizando uma
tessitura vocal maior. Vale aqui descrever, que TESSITURA vocal é diferente de
EXTENSÃO vocal.

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TESSITURA VOCAL- Refere-se aos tons que o cantor pode emitir sem esforço, e
com habilidades vocais.

EXTENSÃO VOCAL- Refere-se ao máximo de tons que o cantor pode emitir


tanto nas frequências graves, quanto nas frequências agudas. Nesta medição,
o que esta sendo avaliado e a maior possibilidade muscular vocal, do cantor.
Não se deve cantar jamais no limite da Extensão vocal, ou seja, não é
por que o cantor alcança aquela nota mais aguda que ela pode ser cantada
com saúde e habilidade vocal.
A classificação vocal deve englobar alguns parâmetros tais como:

1. O exame de vídeolaringoestroboscopia (onde podemos ver a


flexibilidade das pregas vocais nos diferentes tons e termos resultados
específicos de frequências emitidas)

2. A classificação do naipe vocal é feita a partir de tabelas classificatórias


cientificas de tessitura e extensão. Nestas tabelas, é possível observar a
confortabilidade vocal nos diferentes registros, bem como as quebras
nas passagens dos registros e estabilidade vocal nos diferentes tons.

3. Observação e anotações do preparador vocal em relação às


habilidades vocais do cantor.

A avaliação da tessitura vocal deve ser periódica. Se considerarmos o


desenvolvimento e a aquisição de novos ajustes vocais, ela ira variar de
acordo com o desenvolvimento vocal do cantor.
Já a extensão vocal varia de acordo com fatores ligados ao
desenvolvimento ontogênico do ser humano (mudanças anatômicas que
ocorrem de acordo com as diferentes idades de vida).
Muitas pessoas desenvolvem problemas vocais por uma classificação
vocal inadequada.
A dor e a rouquidão, podem ser um sinal de que alguma coisa não está

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bem.
Se todas as vezes que você faz uso da voz para o canto, você sente
dor, ou fica rouco logo em seguida ou durante a apresentação ou ensaio,
provavelmente você esta usando sua musculatura vocal de maneira
inadequada e se esforçando para produção de tons que não sejam
confortáveis a você.

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VÍDEO DE ESTUDO - Excelência no Louvor

Para entendermos melhor:

Na bíblia o louvor é basicamente definido por três palavras:

Barak (bendizer);

Yadah (dar graças);

Halal (aleluia – louvai ao Senhor).

Essas palavras são associadas a alegria manifestada diante de Deus, de


diversas formas, canto, gestos, instrumentos.

 Definição da Palavra LOUVAR (dicionário): elogiar, exaltar, enaltecer,


glorificar, aplaudir, bendizer, expressar admiração, relatar os méritos.

 Definição da Palavra ADORAR (dicionário): render culto, expressar uma


admiração reverente, venerar, amar extremamente.

RESUMINDO: Louvar está ligado ao elogio, ou exaltação que damos a Deus


em uma espontânea manifestação de alegria, ADORAR está ligado a nossa
atitude de cultuar que deve ser a expressão de um coração sincero e
verdadeiro.

DAVI FOI UM COMPOSITOR DE POEMAS MUSICAIS, QUE ERAM CHAMADOS


SALMOS. UMA DAS RAZÕES PRINCIPAIS PORQUE DAVI ESCREVEU OS SALMOS ERA
ENCONTRAR MANEIRAS CRIATIVAS DE EXPRESSAR LOUVOR, ADORAÇÃO E
GRATIDÃO A DEUS.

LEITURA BÍBLICA: Lc. 18:43 | Mc 2:12 | At 2:46,47 ; 3:8; 11:18; 16:25.

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O louvor é algo que existe deste antes da fundação do mundo, porém
muitos ainda não conseguem entender a importância de faze-lo com
excelência. O Senhor deve ser a inspiração para nossa adoração,
simplesmente pelo que é, e não pelo o que pode nos dar.
É necessário que o ministro de louvor esteja preparado, com o coração
limpo diante de Deus, em sintonia com todo o ministério. "Preparado está o
meu coração, ó Deus, preparado está o meu coração; cantarei, e darei
louvores." (Salmos 57 : 7).
É necessário diminuir cada vez mais para que Deus cresça, somos
apenas instrumentos nas mãos d´Ele, só ele é digno de todo louvor. Devemos
priorizar nosso relacionamento com Deus, ser um verdadeiro adorador desde o
momento que levantamos, e não somente no altar de uma igreja, nos já
somos o altar de Cristo. Ele sempre te dará um cântico novo e te mostrará o
que cantar, o que tocar e o que dizer. "Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha
boca entoará o teu louvor." (Salmos 51 : 15).
O período do louvor é o momento de levar a igreja a adora-lo, conduzir
a noiva a adoração verdadeira, e é nesse momento que há libertação, cura,
restauração, livramentos, pois o louvor quebra as cadeias e laços de Satanás
que há sobre as pessoas. “Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão;
então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele.
(1 Samuel 16:23 b)”; No livro de II Crônicas, Cap. 20, encontramos a história em
que os filhos de Moabe, e os filhos de Amom, com um grande exército vieram
à peleja contra o rei de Judá Jeosafá. O rei temeroso sabendo que era
impossível vencê-los buscou socorro ao Senhor. Em jejum e constante oração o
Espírito de Deus veio sobre eles e disse o Senhor: “Não temais, nem vos assusteis
por causa desta grande multidão; pois a peleja não é vossa, mas de Deus;
Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a
salvação do SENHOR para convosco.

E aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o SENHOR, que


louvassem à Majestade santa, saindo diante dos armados, e dizendo: Louvai

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ao SENHOR porque a sua benignidade dura para sempre. E, quando
começaram a cantar e a dar louvores, o SENHOR pôs emboscadas contra os
filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram contra
Judá, e foram desbaratados”. "O SENHOR, digno de louvor, invocarei, e de
meus inimigos ficarei livre," (II Samuel 22 : 4).
Além da adoração a Deus, o louvor também é uma arma poderosa,
porém é necessário saber usa-la, é preciso que o ministério de louvor e a igreja
tenham consciência disso e não perca a essência do louvor.

E quanto a qualidade musical? Havia divisão de vozes? Como eram os


instrumentos?

Todos esses homens estavam sob a supervisão de seus pais quando


ministravam a música do templo do Senhor, com címbalos, liras e harpas, na
casa de Deus.Asafe, Jedutum e Hemã estavam sob a supervisão do rei. Junto
com seus parentes, todos capazes e preparados para o ministério do louvor do
Senhor, totalizavam 288. 1 Crônicas 25:6-7

É necessário ler cuidadosamente os livros das Crônicas, você conseguirá


observar estes detalhes preciosos. Alguns detalhes importantes:

No capítulo 15 do primeiro livro, lemos, a partir do verso 16: “E disse Davi


aos chefes dos levitas que constituíssem, de seus irmãos, cantores, para que
com instrumentos musicais, com alaúdes, jarpas e címbalos, se fizessem ouvir,
levantando a voz com alegria. Designaram, pois os levitas a Henâ (…) Asafae
(..) Etã (…)” “E os cantores, Hemã, Asafe e Etã, se faziam ouvir com címbalos
de metal; E Zacarias, Aziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Maaséias, e Benaia,
com alaúdes, sobre Alamote. E E Matitias, Elifeleu, Micnéias, Obede-Edom,
Jeiel, e Azazias, com harpas, sobre Seminite, para sobressaírem. E Quenanias,
chefe dos levitas, tinha o encargo de dirigir o canto; ensinava-os a entoá-lo,
porque era entendido” (v. 19-22)

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 Alamote significa SOPRANO

 Seminite significa TOM DE OITAVA

Algumas Bíblias até tem a tradução de Alamote como com alaúdes,


em voz de soprano, e de Seminite como em voz de baixo, para conduzir o
canto.
A Bíblia amplificada chega a comentar sobre Alamote: “Provavelmente
as vozes agudas, da Clave de Sol” E de Seminite: “Provavelmente as vozes
graves, da Clave de Fá”. O versículo 22 diz que Quenanias era entendido, em
outra versão, era „perito‟ no canto. Outra ainda diz que ele era o „regente do
coral, pois era um músico habilidoso‟. Temos algumas interpretações diferentes
para nós hoje, devido ao fator tempo, instrumentos musicais, termos não
definidos, etc. Mas mesmo assim, uma coisa podemos afirmar sem medo de
errar: Havia qualidade, havia postos designados, ensaiados, diversidade de
instrumentos, de vozes e arranjos dos mesmos. Por que hoje há tanto problema
com relação a pessoas que não querem estudar música, que são contra
ensaios e não querem aprimorar o dom que o Senhor lhes deu? Estes dons
serão cobrados um dia, e deverão ser multiplicados (ver Mt. 25:14-29 ).
A outra passagem de I Crônicas é do capítulo 25, versos 6 e 7: “Todos
estes estavam sob a direção de seu pai, para a música da casa do Senhor,
com saltérios, címbalos e harpas, para o ministério da casa de Deus; e Asafe,
Jedutum, e Hemã, estavam sob as ordens do rei. E era o número deles,
juntamente com seus irmãos instruídos no canto ao Senhor, todos eles mestres,
duzentos e oitenta e oito”.
Neste tempo havia um coral de 288 vozes! E não somente vozes não
trabalhadas, mas MESTRES, peritos no canto.

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CONCLUSÃO

Agradecemos a confiança e tempo dedicado a este estudo, que


possamos levar para dentro da nossa vida ministerial cada palavra e coloca-
las em prática, sempre servindo a Deus como nosso melhor, sempre oferendo
a Ele excelência em tudo que fizermos, não somente na área do louvor, mas
em tudo que fizermos na obra do nosso Deus, que possamos aprender a cada
dia, priorizar nossa vida com Deus, e jamais negociar nosso chamado. Cremos
que somos ferramentas de Deus, para levar a igreja a um nível mais profundo
de adoração, e que ainda veremos, milagres acontecendo dentro da igreja
no momento do louvor. Que o Senhor abençoe a cada dia sua vida e seu
ministério

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

"A cura pelo som" de Olivea Dewhurst-Maddock


“Manual de higiene vocal para profissionais da voz” Dra Sílvia Pinho
“Músculos intrínsecos da laringe” Dra Sílvia Pinho

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