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- J O S É LUIS D Í E Z RIPOLLÉS

Catedrático de Derecho penal


Universidad Málaga

LA POLÍTICA CRIMINAL
EN LA ENCRUCIJADA

»de
Montevideo - Buen[gs/Aircs

2007
Julio César Faira - Editor
ÍNDICE

PRESENTACIÓN IX

I.S.B.N.: 9 7 8 - 9 9 7 4 - 5 7 8 - 8 6 - 9
Colección: E s t u d i o s y debates en Derecho penal, N° 3 PRIMERA PARTE

Dirigida por J e s ú s María Silva Sánchez, catedrático


LA REALIDAD DE LA DELINCUENCIA
de Derecho penal de la Universidad P o m p e u F a b r a . Y DE LA REALIDAD PUNITIVA
EN UN PAÍS EUROPEO:
EL CASO DE ESPAÑA
En B u e n o s Aires, República Argentina:
Capítulo I. La delincuencia a comienzos del si-
© E u r o s Editores S.R.L.
Av. Congreso 4744 (C1431AAP) - Tel./Fax: (005411) 4 5 2 2 - 1 4 8 3
glo XXI 1
e-mail: euroseditores@fibertel.com.ar Capítulo II. La evolución del sistema de penas en
www.euroseditores.com el último cuarto del siglo xx: 1975-2003 29

En Montevideo, República Oriental del Uruguay:


© B de F Ltda.
SEGUNDA PARTE
Buenos Aires 6 7 1 (CP 11000) - Tel./Fax: (005982) 9 1 6 - 5 2 3 8
e-mail: bdef@netgate.com.uy
LOS NUEVOS MODELOS DE
www.editorialbdef.com INTERVENCIÓN PENAL
Capítulo III. La crisis contemporánea de los mo-
Hecho el depósito que establece la ley. Derechos reservados.
delos de intervención penal vigentes 61
Impreso en la Argentina, en el m e s de j u n i o de 2 0 0 7 por: Capítulo IV. El nuevo modelo penal de la segu-
St Gráfico - S a n Antonio 834 - Tel./Fax: 4 3 0 2 - 7 4 1 4 ridad ciudadana
(1276) República Argentina
Capítulo V. Estrategias hacia u n modelo penal
bienestarista 101
VIII JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

TERCERA PARTE
LA TEORIZACIÓN DEL MODELO
PENAL DE LA SEGURIDAD CIUDADANA

C a p í t u l o VI. El d e b a t e s o b r e l a s o c i e d a d d e l
riesgo 129 PRESENTACIÓN
C a p í t u l o VIL La v a m p i r i z a c i ó n del d e b a t e d e la
s o c i e d a d d e l r i e s g o p o r el m o d e l o p e n a l d e l a
seguridad ciudadana 147 La o b r a q u e p r e s e n t o a h o r a al lector t i e n e u n t í t u -
Capítulo VIII. La recepción d o c t r i n a l del m o d e l o lo c o n v e n c i o n a l . Me t e m o , s i n e m b a r g o , q u e refleja c o n
p e n a l d e la s e g u r i d a d c i u d a d a n a 177 j u s t e z a la a c t u a l r e a l i d a d d e la política c r i m i n a l e n , al
m e n o s , t o d o el m u n d o o c c i d e n t a l . El c r e p ú s c u l o del si-
BIBLIOGRAFÍA 201 glo XX h a v e n i d o a c o m p a ñ a d o d e d o s f e n ó m e n o s s i m u l -
táneos, pero probablemente contrapuestos:
Por u n l a d o , la c o n s o l i d a c i ó n , e n g r a n n ú m e r o d e
p a í s e s p e r t e n e c i e n t e s al l l a m a d o " d e r e c h o p e n a l c o n t i -
n e n t a l " , de u n s i s t e m a d e exigencia d e r e s p o n s a b i l i d a d
con u n a s altas cotas de precisión y seguridad jurídica.
E s t e s i s t e m a h a c o n s e g u i d o a c c e d e r a l a m a y o r í a d e los
códigos p e n a l e s , y e n c i e r t o s o r d e n a m i e n t o s se h a in-
c o r p o r a d o , i n c l u s o , a la p r á c t i c a j u r i s d i c c i o n a l d e u n
m o d o significativo.
Por otro l a d o , los p r i n c i p i o s q u e s i r v e n d e f u n d a m e n -
to a e s e s i s t e m a e s t á n s i e n d o s o m e t i d o s a u n a crítica fe-
roz p o r m u y d i v e r s a s i n s t a n c i a s s o c i a l e s , l a s c u a l e s n o
se s i e n t e n o b l i g a d a s a m a n t e n e r el d e l i c a d o equilibrio
q u e el c i t a d o s i s t e m a p r o c u r a e n t r e l a s n e c e s i d a d e s d e
p r o t e c c i ó n social y el r e s p e t o d e l a s g a r a n t í a s i n d i v i d u a -
les d e los c i u d a d a n o s d e l i n c u e n t e s , r e a l e s o p r e s u n t o s .
La c o n t u n d e n c i a e m p l e a d a e n c u e s t i o n a r e s t o s p r i n -
cipios e s t á o r i g i n a n d o u n a s i t u a c i ó n d e perplejidad e n t r e
m u c h o s teóricos y o p e r a d o r e s j u r í d i c o s , a los c u a l e s les
c u e s t a c o m p r e n d e r c u á l e s s o n los motivos p r o f u n d o s q u e
X JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA XI

llevan a poner en peligro cierta configuración del derecho lo existente en sus respectivos países. Esa discordancia
penal que, hasta hace poco tiempo, se creía que avan- afila la incisiva pregunta relativa a cuáles sean las ver-
zaba hacia una, aún lejana pero cada vez más cercana, daderas razones de la actual inestabilidad politicocrimi-
razonabilidad en la aplicación del control social penal. nal común a ambas áreas geográficas.
Las reflexiones contenidas en esta monografía in- En la S e g u n d a Parte nos introducimos p l e n a m e n -
tentan explicar la situación a la que se h a llegado, y te en los contenidos propios de la política criminal:
h a s t a diseñar estrategias para superarla. Su conteni- La transformación de las condiciones de vida, la
do se h a ido desenvolviendo a lo largo de los últimos evolución de las ideas sociales, los temores, d e m a n -
cuatro años, a medida que, transitoriamente, alejaba d a s y exigencias p o p u l a r e s , las resistencias de cier-
mi mente de otro tema que me tuvo, y me tendrá, muy tos colectivos a ser objeto de la intervención penal,
ocupado. Me refiero a construir u n modelo teórico y el c a m b i a n t e papel de múltiples agentes sociales, el
práctico de elaboración racional de la legislación penal aprovechamiento por las élites políticas de todo ese
que nos permita confrontar, con garantías de éxito, los conjunto de c i r c u n s t a n c i a s . . . Mediante el análisis de
vaivenes a los que la política criminal contemporánea u n b u e n n ú m e r o de factores identificamos el modelo
se ve sometida 1 . penal que está p u g n a n d o por a s e n t a r s e , lo valoramos
La Primera Parte del trabajo pretende poner encima negativamente, y d i s e ñ a m o s u n modelo alternativo y
de la mesa la realidad social de la que estamos hablan- las estrategias correspondientes.
do. Para ello se sirve de información referida a u n país, En la Tercera Parte del estudio otorgamos el debido
España, que, para bien o para mal, h a dejado de ser realce a la reflexión teórica que acompaña a todo ese
u n a singularidad dentro de Europa. La evolución de la conjunto de transformaciones sociales. Singularmente
criminalidad y de la reacción penal que se h a registrado seguimos la pista a los diferentes intentos de legitima-
en ella en los últimos años es u n buen ejemplo de lo que ción teórica de ese nuevo modelo de intervención penal
está sucediendo en la mayoría de los grandes países de securitaria. Conviene deslindar, primero, a s u n t o s que
la Unión Europea en estos momentos. Su conocimiento artificiosamente h a n sido confundidos con él, como es
va a suministrarnos el contexto, incluso a veces el con- el caso de los análisis hechos desde el paradigma de la
trapunto, imprescindible para entender lo que se va a sociedad del riesgo, para luego ocuparnos de describir
discutir en la segunda y tercera partes. La descripción y criticar sus diferentes, y con frecuencia superpuestas,
de esa realidad puede resultar igualmente útil para el justificaciones teóricas. Una adecuada puesta de relieve
mundo juridicopenal iberoamericano, por más que re- de s u s insuficiencias nos ahorrará muchos esfuerzos
fleje algo, en la mayoría de las ocasiones, distinto de a la hora de hacer llegar al conjunto de la sociedad la
procedencia de sustituir el modelo penal securitario por
u n modelo penal bienestarista.
!
Véase, al respecto, mi trabajo La racionalidad de las leyes No quisiera terminar esta breve presentación sin
penales, Trotta, 2 0 0 3 . agradecer a J e s ú s Silva Sánchez, de quien es u n placer
XII JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

discrepar en u n ambiente de t a n t a honradez científi-


ca, por haberme animado a recoger todo este conjunto
de reflexiones dispersas en varios artículos científicos
en u n a monografía coherente, así como por el apoyo
prestado en la labor de buscar u n editor. A éste, natu-
ralmente, también mi agradecimiento por la inmediata
receptividad hacia la propuesta. PRIMERA PARTE
LA REALIDAD DE LA DELINCUENCIA
En Málaga, a 28 de marzo de 2007 Y DE LA REACCIÓN PUNITIVA EN UN PAÍS EUROPEO:
EL CASO DE ESPAÑA
PRIMERA PARTE
LA REALIDAD DE LA DELINCUENCIA
Y DE LA REACCIÓN PUNITIVA EN UN PAÍS EUROPEO:
EL CASO DE ESPAÑA

CAPÍTULO I
LA DELINCUENCIA A COMIENZOS DEL SIGLO XXI

i. INTRODUCCIÓN
Las páginas que siguen tienen u n a pretensión mo-
desta. Aspiran, únicamente, a recordar, sirviéndose
casi en exclusiva del uso de gráficos, cuál es, en térmi-
nos generales, la realidad de la delincuencia en Espa-
ñ a en momentos en que, al inicio del nuevo siglo, las
decisiones politicocriminales h a n pasado a tener u n a
relevancia social, mediática y política h a s t a hace poco
desconocida.
Lo que sigue no pretende ser u n análisis minucioso y
diferenciado de las diferentes variables que caracterizan
la criminalidad española, sea por tipologías delictivas,
sea por sujetos implicados, sea por cualquier otro crite-
rio significativo. Recientemente h a n comenzado a apare-
cer informes monográficos que con profundidad notable,
y aprovechando la clara mejora y accesibilidad de ciertas
estadísticas oficiales, se ocupan de sacar conclusiones
trascendentes en el nivel nacional e, incluso, autonómico
sobre la evolución de la delincuencia española en sus di-
4 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 5

ferentes facetas 1 . Aspiro, ú n i c a m e n t e , a p o n e r de relieve t e m a s d e c r i m i n a l i d a d h a n a d q u i r i d o e n los ú l t i m o s a ñ o s


u n o s pocos a s p e c t o s genéricos del p r e s e n t e d e l i n c u e n c i a l e n E s p a ñ a s e justifica c o n frecuencia e n la a s u n c i ó n d e
e s p a ñ o l , e n la m e d i d a e n q u e s o n c a p a c e s d e t r a n s m i t i r q u e n u e s t r o p a í s s e h a convertido e n u n o d e los p a í s e s
u n a visión general y c o n t e x t u a l i z a d a de la a c t u a l crimi- europeos occidentales con mayores problemas de se-
nalidad española y que, a d e m á s , suministran u n a pers- g u r i d a d c i u d a d a n a . Tales c r e e n c i a s v a n c o n frecuencia
pectiva q u e n o s e c o m p a d e c e b i e n c o n prejuicios m u y a c o m p a ñ a d a s d e referencias al elevado n ú m e r o d e c o m -
a s e n t a d o s e n la a c t u a l d i s c u s i ó n politicocriminal. p o r t a m i e n t o s violentos r e g i s t r a d o s e n n u e s t r a sociedad.
E n la m a y o r p a r t e d e los c a s o s l a s i n f o r m a c i o n e s u t i - Si a c u d i m o s a la edición del European Sourcebook of
l i z a d a s se b a s a n e n d a t o s d e l a s e s t a d í s t i c a s policiales, Crime and Criminal Justice Statistics, q u e recoge d a t o s
c u y a m a y o r fiabilidad frente a l a s j u d i c i a l e s y del m i n i s - h a s t a el a ñ o 2 0 0 0 d e la p r á c t i c a t o t a l i d a d d e los p a í s e s
terio fiscal goza de r e c o n o c i d a a c e p t a c i ó n e n los c í r c u - i n t e g r a d o s e n el Consejo d e E u r o p a 3 , o b s e r v a m o s q u e
los criminológicos 2 . E s p a ñ a posee t a s a s de criminalidad por cada 100.000
h a b i t a n t e s c l a r a m e n t e p o r debajo d e la m e d i a e u r o p e a .
2 . COMPARACIÓN DE LA CRIMINALIDAD EUROPEA Y ESPAÑOLA M á s e n c o n c r e t o , e s el ú l t i m o d e los g r a n d e s p a í s e s d e
La progresiva relevancia política y m e d i á t i c a q u e los la U n i ó n E u r o p e a - A l e m a n i a , F r a n c i a , R e i n o U n i d o , Ita-
lia, E s p a ñ a , P o l o n i a - e n nivel d e c r i m i n a l i d a d . Ello s e
p u e d e v e r e n el gráfico 1.
1
Los más comprensivos son, sin duda, los informes
del Observatorio de la Delincuencia, en Andalucía (ODA), GRÁFICO 1
que analizan desde 2003 la situación penal y penitenciaria
nacional desde muy diversos aspectos. Véanse GARCÍA ESPAÑA Tasa de criminalidad comparada Europa/España
- PÉREZ JIMÉNEZ, "Evolución de la delincuencia en E s p a ñ a Año 2000 x 100.000 hs.
y Andalucía: Análisis e interpretación de las estadísticas
oficiales", Informe ODA 2004, Fundación El Monte, Instituto Inglaterra y Gales . I; • • : - • ; •

Andaluz Interuniversitario de Criminología, Málaga, 2004; de Países Bajos I ,:^M«:


las mismas. "Seguridad ciudadana y actuaciones policiales", Alemania
I ; ;-..-"•
Informe ODA 2005, Fundación El Monte, Instituto Andaluz Francia I •••/•:•• ;¿?T:?.:
Interuniversitario de Criminología, Málaga, 2005.
„ • • . • • - * - •

MEDIA ;
| : : ^" :
2
Véase u n análisis de las razones que convierten en me- Italia
| : :&,.:
nos fiables las estadísticas judiciales y de la fiscalía, sin per- Polonia | : • • : ' - - ;

juicio de reconocer cierta mejora que se h a producido en los


últimos tiempos en las primeras, en STANGELAND - GARCÍA E S -
España
m^m
0 2000 4000 6000 8000
PAÑA- MÁRQUEZ, "Discrepancias entre estadísticas policiales y
judiciales", Boletín criminológico, n° 2, julio-agosto, 1994; DO- Fuente: European Sourcebook 2003
MÍNGUEZ MARTÍNEZ, y otros, Estadísticas sobre la delincuencia en
Andalucía, Instituto Estadístico de Andalucía, 2000. Véase European Sourcebook of Crime and Criminal Justice Sta-
6 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 7

Esa posición a la cola de los grandes países europeos GRÁFICO 3


se mantiene e, incluso, se acentúa si nos referimos al
delito por antonomasia, el homicidio y sus clases. Si Tasa de violaciones Europa/España
los grandes de la Unión Europea ya se encuentran por Año 2000 x 100.000 hs.
debajo de la media del conjunto de países del Consejo de
Europa-consecuencia de las elevadas tasas existentes en
Europa oriental-, España sigue manteniéndose al fondo
de esa clasificación, como se aprecia en el gráfico 2.

GRÁFICO 2

Tasa de homicidios consumados Europa/España


Año 2000 x 100.000 hs. 0 5 10 15 20
Fuente: European Sourcebook 2003
MEDIA
Polonia • i . -'>/, ;*-• "*mi^-\. * - ^ < ^ % ^ ~ I
Francia ' £ " k ; f # * ^ 5 « ^ M <¡* ~-„~M ; Las cosas cambian drásticamente cuando entramos
Inglaterra y Gales •**.:m£i*f;ímix®W* I en el ámbito de los delitos patrimoniales, algo que ya es
Alemania j e ; ' ; : > l ¥ i ; " ~" I
Italia - Aí'.^^fiá&fcV"-- I conocido desde hace tiempo. En efecto, E s p a ñ a h a m a n -
Paises Bajos , -{«...**" --c^S^te" "*,l tenido tradicionalmente altas tasas de delitos contra el
España I patrimonio, que no sólo se reflejan en el elevado porcen-
1 1 1 1 1 —
0,5 1 1,5 2 2,5 3 taje que corresponde a estos delitos en la e s t r u c t u r a de
Fuente: European Sourcebook 2003 la criminalidad española, sino que coloca a nuestro país
a la cabeza de los grandes países de Europa occidental
- a u n q u e no demasiado lejos de Francia o Inglaterra- y
Algo parecido sucede, en este caso delante de Italia, con muy por encima de la media de toda Europa. Baste,
uno de los delitos que suscita mayor intranquilidad entre para confirmar u n hecho bien conocido, con las cifras
la población, las violaciones, a juzgar por el gráfico 3. sobre robos con violencia, la conducta quizás m á s in-
quietante, recogidas en el gráfico 4 4 .
tistics, 2 a ed. WODC, 2003, el cual está basado en datos policiales.
No pueden pasarse por alto los problemas metodológicos que se
plantean al intentar comparar tan alto n ú m e r o de paises, en espe- He r e n u n c i a d o a incluir cifras sobre h u r t o s o robos con fuer-
cial debido a la diversidad de contenidos de infracciones con u n a za debido a q u e p r e s e n t a n ciertos problemas metodológicos q u e
misma denominación, como los autores del estudio se ocupan de l a s t r a n u n a fiable comparación. En todo caso, las disponibles no
r e c o r d a r - p s . 16-28-, pero estamos en cualquier caso ante el inten- d a n n ú m e r o s t a n relativamente altos p a r a E s p a ñ a como las de
to m á s riguroso de comparación entre todos los países europeos. robo con violencia.

I
8 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 9

GRÁFICO 4 GRÁFICO 5
Tasa de robos con violencia Europa/España Tasa de tráfico de drogas Europa/España
Año 2000 x 100.000 hs. Año 2000 x 100.000 hs.

España JBBmi^BB^^BU^^^B^^^B^B
Francia ^"""^ ' ••• • ' . • l I MEDIA
J
• • i =r ¡ Inglaterra y Gales
Inglaterra y Gales . | , Portugal'
Países Bajos | j España
"Polonia | j
Austria
MEDIA" " ] | | Alemania
Alemania | Francia
Italia" ' I Polonia
i ' 1 1 1 i
10 20 30 40 50 60
0 50 100 150 200 250
Fuente: European Sourcebook 2003 Fuente: European Sourcebook 2003

Sin embargo, u n tipo de conductas que en la socie- 3 . LA ESTRUCTURA DE LA CRIMINALIDAD ESPAÑOLA Y SU


dad española parece aceptado que se produce con mucha PERCEPCIÓN SOCIAL
frecuencia, el tráfico de drogas, no es tan alarmante en
términos comparativos como pudiera pensarse: sin duda Si nos concentramos ahora en la evolución y estruc-
se está en la parte alta de los países de la Unión Europea, tura de la criminalidad española, y aprovechamos, asi-
aunque superados por algún país importante como Ingla- mismo, para confrontar tales datos con las percepciones
terra o cercano como Portugal, pero la actual realidad de sociales, obtenemos resultados igualmente ilustrativos.
Europa oriental sitúa a España claramente por debajo de La tasa de criminalidad española, medida en infrac-
la media europea, a tenor de lo recogido en el gráfico 5 5 . ciones por cada 1.000 habitantes, registró u n incremento
La conclusión de esta breve panorámica nos conduce fuerte y sostenido a lo largo de casi toda la década de los
a lo dicho al principio de este apartado: de acuerdo con onchenta del pasado siglo, manteniéndose estable hasta
los datos comparados disponibles, no es correcto afir- mediados de los años noventa. A partir de ese momento
mar que España sea u n país con delincuencia elevada, inicia u n paulatino incremento, que se h a visto algo fre-
más bien procede la afirmación contraria, estamos ante nado en los últimos años, como muestra el gráfico 6 6 .
uno de los países europeos con menores tasas de cri-
minalidad en general, y violenta -con la salvedad de los
robos violentos- en particular. ° Debe hacerse notar que tanto en este gráfico como en el
siguiente, desde el año 2000 se han complementado los datos
procedentes del Ministerio del Interior con los provenientes de
5 los Mozos de escuadra catalanes, para abarcar el conjunto de
No hay datos de Italia y Países Bajos del año 2000 en el Eu-
ropean Sourcebook. España.
10 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 11

GRÁFICO 6 así, tras el incremento de los años ochenta, los delitos


EVOLUCIÓN DE LA TASA DE CRIMINALIDAD ESPAÑOLA
tienden a descender y luego a mantenerse estables durante
60 -,
los años noventa, pasando luego por un cuatrienio de ines-
tabilidad con repuntes en ambos sentidos. Por el contra-
50 -I
rio, las faltas mantienen u n pronunciado y prácticamente
40
ininterrumpido ascenso durante todo este período. Es más,
30
desde el año 2002 el número de faltas h a superado al de
20
delitos, lo que ni siquiera se ha visto perturbado por las
10 4 recientes reformas que, con motivo de la persecución de la
o violencia doméstica, han convertido en delitos conductas
.& antes consideradas faltas.
La criminalidad española no h a variado, por lo demás,
Fuente: García E s p a ñ a / P é r e z J i m é n e z
Informe ODA 2 0 0 5 . su estructura desde hace muchos años. Los hurtos y ro-
bos dan cuenta de la gran mayoría de las infracciones -en
Especialmente interesantes son los datos que derivan torno al 70% del conjunto de delitos-, quedando el resto
de trazar en forma diferenciada la evolución en cifras abso- de delitos, patrimoniales o no, a u n a gran distancia. Eso
lutas de los delitos y de las faltas conocidos en todos estos reza igualmente para los delitos relativos a drogas o los
años, como hacemos en el gráfico 7: delitos contra las personas, como expresa el gráfico 8.
GRÁFICO 7 GRÁFICO 8
EVOLUCIÓN DE DELITOS Y FALTAS Estructura de la criminalidad española.
(1980-2004) Delitos.
900.000 , _ _ — — — ~ — _ ~ ~ , __~ — — ••
800.000 i-
700.000:.
600.000 - i .
500.000 \ •
• 2002
400.000 •'••
300.000 j - • 2003

200.000 4 - D 2004

100.000 f-

o?> oíl- o> o£<& d?> &• ^


-vw
Fuente: García E s p a ñ a
RDPyC. n° 16. Fuente: Elaboración propia a partir de d a t o s oficiales
12 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 13

Dentro de ese bajo nivel de comisión de los delitos con-


GRÁFICO 10
tra las personas, las recientes reformas de 2003 han ori-
CORRESPONDENCIA ENTRE TASA DE CRMINIALIDAD,
ginado un sustancial incremento de los delitos de malos ATENCIÓN MEDIÁTICA Y PROECUPACIÓN POR EL DELITO
tratos, que han pasado a constituir casi el 70% de esos
delitos contra las personas. Por el contrario, las lesiones
presentan un crecimiento muy moderado, y los homici-
dios, donde son amplia mayoría los intentados, se mantie-
nen estables, con tendencia más bien a la baja. En cual-
quier caso, ese crecimiento de los delitos de malos tratos
ha hecho que el conjunto de delitos contra las personas
haya pasado, de representar poco más del 2% de todos los
delitos en el año 2000, a estar a punto de alcanzar el 6%
en 2004. Ello se percibe con claridad en el gráfico 9.
GRÁFICO 9
ESTRUCTURA DE LA CRIMINALIDAD DE LOS DELITOS
D Delitos por 10.000 habitantes
CONTRA LAS PERSONAS - AÑO 2 0 0 4 • Noticias sobre delincuencia (media mensual)
D Preocupación por el delito (% medio anual)

Fuente: Soto Navarro


RECPC, 2005

GRÁFICO 11
RELACIÓN ENTRE SENTIMIENTO DE INSEGURIDAD
Y TASA DE CRIMINALIDAD
(2000-2004)

No viene mal recordar, en todo caso, que la evolución


de la tasa de criminalidad no se corresponde con el dis-
currir de las percepciones sociales. Los siguientes gráfi-
cos 10 y 11 muestran, tras realizar algunos ajustes para
facilitar la comparación 7 , esas dinámicas diversas. Preocupación por el delito"(% medio anual)
Miedo al delito (% medio anual)
Infracciones España por 10.000 hab.
7
En el gráfico 10 los datos de h e c h o s conocidos se h a n dividi- Fuente: García España/Pérez Jiménez
Informe ODA 2005.
14 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 15

Así, el p r i m e r o de ellos n o s m u e s t r a c ó m o , a t a s a s m i e m b r o s 1 1 » Al a ñ o 2 0 0 3 , E s p a ñ a , p e s e a l a s b a j a s
de c r i m i n a l i d a d e n el trienio 2 0 0 1 - 2 0 0 3 c o n altibajos 8 , t a s a s de criminalidad que, h e m o s visto, m u e s t r a en
c o r r e s p o n d e u n n o t a b l e i n c r e m e n t o e n la a t e n c i ó n m e - el c o n t e x t o e u r o p e o , o s t e n t a t a s a s d e e n c a r c e l a m i e n -
d i á t i c a a los a s u n t o s r e l a c i o n a d o s c o n la d e l i n c u e n c i a , to m u y c e r c a n a s a la m e d i a d e l c o n j u n t o d e E u r o p a ,
y u n p e r s i s t e n t e a u m e n t o e n la p r e o c u p a c i ó n p o r el d e - m e d i a , por otra p a r t e , q u e se eleva n o t a b l e m e n t e de-
lito e n t r e la o p i n i ó n pública 9 . b i d o a la p r e s e n c i a d e n u m e r o s o s p a í s e s d e E u r o p a
El s e g u n d o , por s u l a d o , c o n f r o n t a la evolución d e la o r i e n t a l . Si c o m p a r a m o s l a s t a s a s e s p a ñ o l a s c o n l a s
t a s a de c r i m i n a l i d a d e n el ú l t i m o c u a t r i e n i o c o n l a s d e s - d e los g r a n d e s p a í s e s d e l a U n i ó n E u r o p e a , sólo I n -
a c o m p a s a d a s o s c i l a c i o n e s de l a s p e r c e p c i o n e s s o c i a l e s g l a t e r r a / G a l e s y Polonia las s u p e r a n , como se aprecia
de p r e o c u p a c i ó n y m i e d o p o r el delito 1 0 . e n el gráfico 12.

4. E L USO DE LA PRISIÓN EN ESPAÑA GRÁFICO 12


No p a r e c e h a b e r d u d a s de q u e E s p a ñ a , e n los ú l t i - TASA COMPARADA DE POBLACIÓN RECLUSA POR 1 0 0 . 0 0 0 HS.
m o s a ñ o s , e s t á h a c i e n d o u s o excesivo d e la p r i s i ó n . AÑO 2 0 0 3
La p r i m e r a r e f e r e n c i a s i g n i f i c a t i v a p r o c e d e d e l o s Tasa comparada de población reclusa por 100.000 hs.
d a t o s d e l C o n s e j o d e E u r o p a s o b r e el v o l u m e n d e Año 2003
población penitenciaria en s u s diferentes E s t a d o s

(continuación de nota 7 de p. 12)


do por 10.000, la media mensual de noticias sobre delincuencia
va referida al diario El País, y el porcentaje de preocupación por
el delito alude a la media anual de encuestados por el CIS que
incluyeron la delincuencia entre los tres principales problemas «• ^
de España. En todo caso, el gráfico, al comparar medidas hetero-
géneas, tiene valor sólo en la medida en que permite registrar la
discrepante evolución entre las tres variables aludidas. A s u vez, el gráfico 13 refleja c o n c l a r i d a d c ó m o d e s -
.Véase, con más precisión, en gráfico 6. d e 1 9 9 6 se h a p r o d u c i d o u n i n c r e m e n t o i n c e s a n t e d e la
Véase un análisis detenido de la influencia de los medios t a s a de población penitenciaria en E s p a ñ a , q u e se h a
de comunicación en los sentimientos sociales de inseguridad, en acelerado notablemente a partir de 2 0 0 1 .
SOTO NAVARRO, "La influencia de los medios en la percepción social
de la delincuencia", RECPC, 2005.
10
Véase la tasa de criminalidad con más precisión en gráfico 11
6. Los datos de preocupación y miedo al delito proceden de las Véase Space I, Survey 2003, Council of Europe Penal Sta-
encuestas mensuales del CIS. tistics, 2004.
16 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 17

GRÁFICO 13 Una percepción visual de impacto nos la suministra


EVOLUCIÓN DE LA POBLACIÓN PENITENCIARIA EN ESPAÑA
(1992-2004)
el gráfico 15, en el que, tomando como base 0 el año
2000, se representan las evoluciones porcentuales del
número de delitos conocidos, del número de detencio-
nes llevadas a cabo, y de la población reclusa.

GRÁFICO 15
EVOLUCIÓN HECHOS CONOCIDOS, DETENCIONES,
POBLACIÓN PENITENCIARIA
BASE AÑO 2000

Fuente: García España/Pérez Jiménez


Informe ODA 2005.

Por lo demás, el siguiente gráfico 14 nos recuerda


algo bien conocido desde hace tiempo: en 2004, m á s
del 77% de los penados se encuentran en prisión por la
comisión de delitos patrimoniales, predominantemente
hurtos y robos, o delitos relativos a drogas.
2000 2001 2002 2003 2004
GRÁFICO 14
POBLACIÓN PENITENCIARIA PENADA POR TIPOLOGÍAS DELICTIVAS -Hechos delictivos conocidos _»_Detenciones -*_Población reclusa
AÑO 2 0 0 4
Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales.
25.000

20.000
Se p u e d e , p u e s , concluir que el s i s t e m a de p e n a s
e s p a ñ o l d e s c a n s a de m a n e r a e x a g e r a d a en el empleo
15.000H
de la prisión, lo que t r a n s m i t e u n a imagen, c u a n d o
. 10.000 m e n o s , a n t i c u a d a de n u e s t r a política criminal. No
parece que E s p a ñ a se h a y a incorporado al grupo de
5000-
sociedades d e s a r r o l l a d a s que, al m a r g e n de la in-

Orden
n .n
Libertad Resto Personas Salud Patrimonio
t e n s i d a d punitiva que m a n t e n g a n , se esfuerzan por
diversificar su s i s t e m a de s a n c i o n e s p a r a evitar los
público sexual pública costes de todo tipo que el a b u s o del encarcelamiento
Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales. conlleva.
18 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 19

5. LA DELINCUENCIA DE MENORES EN ESPAÑA GRÁFICO 17


Si a t e n d e m o s a l a s infracciones m á s g r a v e s q u e p u e - ESTRUCTURA DE LA CRIMINALIDAD DE LOS MENORES DELITOS
d e n c o m e t e r los m e n o r e s y q u e , p o r ello, j u s t i f i c a n s u
d e t e n c i ó n por las fuerzas de s e g u r i d a d , a p r e c i a m o s e n el EJ 1 Robos, hurtos y otros

gráfico 16 q u e t i e n e n u n a t e n d e n c i a m á s b i e n a la baja,
• 2. Sustracciones
sin q u e se h a y a n s u p e r a d o los niveles del a ñ o 2 0 0 0 e n vehículos

los c u a t r o a ñ o s s i g u i e n t e s , y m o s t r a n d o los a ñ o s 2 0 0 3 • 3. Homicidios

y 2004 u n sucesivo descenso. O 4. Lesiones

GRÁFICO 16 • 5. Libertad sexual

E3 6. Drogas

Detenciones "de menores

Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales.

El gráfico 18 c o n f i r m a lo a n t e r i o r , c e n t r á n d o s e e n el
n ú m e r o d e h o m i c i d i o s y s u s c l a s e s , c o n s u m a d o s o in-
t e n t a d o s , r e a l i z a d o s p o r m e n o r e s d e 18 a ñ o s e n los ú l -
t i m o s c i n c o a ñ o s : s e a p r e c i a n cifras e s t a b l e s , e n t o r n o
a los 7 0 a n u a l e s , frente a u n a m e d i a d e 1.450 e n los
adultos en ese m i s m o período.

2000 2001 2002 2003 2004 GRÁFICO 18


Fuente: Elaboración propia a partir de d a t o s oficiales. EVOLUCIÓN DE LOS HOMICIDIOS REALIZADOS POR MENORES

90
Si a c o n t i n u a c i ó n a n a l i z a m o s las c l a s e s d e delitos q u e 80
c o m e t e n los m e n o r e s , o b s e r v a m o s e n el gráfico 17 q u e 70 -
los delitos c o n t r a el p a t r i m o n i o , y m á s e n c o n c r e t o los ro- 60 -
bos y h u r t o s , e s t á n s o b r e r r e p r e s e n t a d o s , i n c l u s o e n m a - 50 •
yor m e d i d a q u e e n los a d u l t o s , de forma q u e el r e s t o de
40 •
infracciones delictivas t i e n e n u n a p r e s e n c i a residual 1 2 .
30 -

?0 -
12
Aprecíese, por otro lado, que con el fin de lograr una visua- 10 -
lización correcta, dada la gran frecuencia de comisión de estos 0 • 1 1 ? . - ..
i
delitos, he debido descomponer en dos columnas los delitos pa- Año 2000 Año 2001 Año 2002 Año 2003 Año 2004
trimoniales cometidos por menores, reservando la segunda sólo
para las sustracciones de y en vehículos. Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales.
20 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 21

El gráfico 19 intenta descomponer la delincuencia de En efecto,-podemos apreciar que el número y grave-


menores de acuerdo con las tipologías delictivas realiza- dad de las conductas delictivas realizadas por menores
das, pero diferenciando entre tres grandes grupos: los de 14 años son m u y limitados, por lo que no estaría
menores de 16 y 17 años, los de 14 y 15, y los que tienen justificado u n adelanto de la edad en la que los menores
u n a edad inferior a 14 años y que, según la regulación puedan ser responsables penalmente. Lo que procede
española, no son responsables penalmente. Con estas es u n a mejora de las actuaciones en el ámbito de la pro-
diferenciaciones se pretende, en primer lugar, respon- tección social de menores por debajo de esa edad.
der a las inquietudes manifestadas sobre la pretendida Igualmente, la preocupación por u n a mayor crimi-
frecuencia de actividad delictiva por parte de menores nalidad de los menores no puede olvidar, como ya se
de 14 años, y, en segundo lugar, dar u n a explicación h a puesto de manifiesto en otros estudios empíricos 13 ,
plausible, aunque parcial, al alegado incremento de la que la ley española 5 / 2 0 0 0 , de responsabilidad penal
criminalidad de los menores en los últimos años. de los menores, incluyó bajo s u ámbito a u n tramo de
edad, el de los 16 y 17 años, antes tratado conforme al
GRÁFICO 19
derecho penal de los adultos y que constituye el grupo
RELACIÓN EDAD/TIPOLOGÍA DELICTIVA EN MENORES
AÑO 2 0 0 4
de menores con mayor prevalencia delictiva. Los datos
acabados de suministrar apoyan esta explicación: las
cifras de delitos cometidos por el tramo de edad m á s
alto casi siempre duplican e, incluso, triplican las cifras
del tramo de edad precedente.

6. EL CONTROL PENAL DE LOS EXTRANJEROS EN ESPAÑA


La determinación de la-tasa de criminalidad de los
extranjeros en E s p a ñ a es u n a tarea a r d u a , que tropie-
za con importantes problemas metodológicos. En cual-
quier caso, estudios criminológicos solventes aceptan
que a partir de los insuficientes y poco matizados da-
tos disponibles los valores resultantes se sitúan entre
tres o cuatro veces por encima de los correspondien-
1 Robos, hurtos y otros 488 4513 7095 tes a la población nacional, según se incluya o no a
2 Sustrae, de y en vehículos 82 1777 2869
3. Homicidio 1 16 55
4 Lesiones 22 380 767
Véase, por ejemplo, GARCÍA PÉREZ, O., "Estudio c o m p a r a -
5 Droaas 10 128 509
6 Libertad sexual 13 162 188
tivo sobre la aplicación de las leyes de r e s p o n s a b i l i d a d p e n a l
del m e n o r 4 / 1 9 9 2 y 5 / 2 0 0 0 . I", Boletín Criminológico, n° 69,
Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales noviembre 2 0 0 3 .
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 23
22 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

la p o b l a c i ó n e x t r a n j e r a t r a n s e ú n t e 1 4 . L a s d e f i c i e n t e s u n a infracción a d m i n i s t r a t i v a , ligada, p o r lo g e n e r a l , a
condiciones económicas y sociales en las q u e se en- la s i t u a c i ó n i r r e g u l a r e n la q u e se e n c u e n t r a n . H e c h a
c u e n t r a u n a b u e n a p a r t e d e la i n m i g r a c i ó n i r r e g u l a r , e s t a distinción, se p u e d e concluir q u e la evolución de
s u e s t r u c t u r a de e d a d y s e x o , y s u l u g a r d e r e s i d e n c i a , la d e l i n c u e n c i a de e x t r a n j e r o s , a j u z g a r p o r l a s d e t e n -
s o n a l g u n o s de los f a c t o r e s q u e d a r í a n r a z ó n e n g r a n ciones que sufren, no m u e s t r a caracteres p r e o c u p a n t e s
medida de este hecho. a u n c o n s t a t a n d o s u tendencia general creciente15.
Sin e m b a r g o , h a y a l g u n a s r e f e r e n c i a s c u a n t i t a t i v a s GRÁFICO 2 0
q u e s o n ú t i l e s p a r a colocar e n s u d e b i d o c o n t e x t o la EVOLUCIÓN DE DETENCIONES DE ESAÑOLES/EXTRANJEROS
c r i m i n a l i d a d de los e x t r a n j e r o s . El gráfico 2 0 s i g u i e n t e (1997-2004)
n o s m u e s t r a q u e la evolución de l a s d e t e n c i o n e s p o r
infracción p e n a l en E s p a ñ a p r e s e n t a , e n los d o s ú l t i -
m o s a ñ o s , u n perfil n o m u y d i s t i n t o e n t r e n a c i o n a l e s y
e x t r a n j e r o s . N a t u r a l m e n t e , p a r a p o d e r r e a l i z a r tal afir-
m a c i ó n es n e c e s a r i o diferenciar e n t r e los e x t r a n j e r o s
d e t e n i d o s por delito y a q u e l l o s q u e lo s o n p o r c o m e t e r

14
GARCÍA ESPAÑA, "Análisis cuantitativo de la delincuencia de
inmigrantes", Boletín Criminológico, n° 49, septiembre-octubre Fuente: Elaboración propia a partir de datos oficiales.
2000, con datos de 1997, estimó que los detenidos extranjeros
por comisión de delitos o faltas se movían en u n a horquilla en-
tre el 1,9 y el 2,7 por cada 100 extranjeros, correspondiendo el Sin e m b a r g o , el u s o de la prisión p a r a a b o r d a r la d e -
primer valor a los resultados obtenidos incluyendo la población lincuencia de extranjeros m u e s t r a u n a t e n d e n c i a al alza
transeúnte, y el segundo atendiendo únicamente a la población d e s d e h a c e u n a d é c a d a , y se h a i n c r e m e n t a d o n o t a b l e -
residente, regular o irregularmente; la tasa equivalente de la po- m e n t e d e s d e el a ñ o 2 0 0 0 , como se p u e d e apreciar e n el
blación nacional se encontraba en 0,55. A su vez GARCÍA ESPA-
gráfico 2 1 . E s p r o n t o todavía p a r a s a b e r en q u é m e d i d a la
ÑA y PÉREZ JIMÉNEZ, "Evolución de la delincuencia en España y
Andalucía...", cit., ps. 61, 146-147, con datos del año 2003, y
sin tener en cuenta la población extranjera transeúnte, calculan
una tasa de detenidos extranjeros por delitos y faltas de 2,8 por Cabe añadir que en el gráfico recogido en texto se incluyen
cada 100, mientras que la tasa nacional se encontraría en 0,56. tanto detenciones por delito como por falta, lo que, dadas las
Véase asimismo una valoración de las importantes dificultades condiciones establecidas por el art. 495 de la Ley de Enjuicia-
metodológicas para llegar a cálculos fiables, en ROLDAN BARBERO. miento Criminal para proceder a detenciones por falta, implica
"Problemas metodológicos en la investigación de la delincuencia necesariamente que se detenga en un porcentaje mucho más alto
de inmigrantes", en FERNANDEZ DE GAL - GARCÍA LAÑO (dirs.), Inmigra- a extranjeros que a nacionales por la comisión de infracciones
ción y derechos de los extranjeros, Publicaciones de la Universi- penales leves, lo que naturalmente afecta a las cifras absolutas
dad de Córdoba, 2005, ps. 203 y ss. de detenciones de aquéllos.
24 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 25

reforma que ha tenido lugar en el art. 89 del Código Penal incrementa de la población reclusa extranjera que aca-
en 2003, potenciando la expulsión de extranjeros como bamos de ver, es relativamente satisfactoria pues, pese
alternativa a la prisión, va a frenar ese incremento. a encontrarse por encima de la media de toda Europa,
GRÁFICO 21 se localiza por debajo de los grandes países occidentales
EVOLUCIÓN PORCENTUAL DE LA POBLACIÓN de la Unión europea, con la excepción de Francia, como
RECLUSA ESPAÑOLA Y EXTRANJERA destaca el gráfico 22.
(1996-2004)
GRÁFICO 22
Tasa comparada de población reclusa extranjera
Año 2002

0 5 10 15 20 25 30 35

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Fuente: Space I. 2003
Fuente: Anuario estadístico del Ministerio del Interior, 2 0 0 4 .

Un dato, sin embargo, que da u n margen de actua- En suma, sin negar el origen extranjero de u n a parte
ción en este tema, es el resultante de la comparación de la criminalidad española, no se puede decir que su
de las cifras de población reclusa extranjera en los di- presencia sea determinante a la hora de explicar los
ferentes países del Consejo de Europa 1 6 . Naturalmente, actuales niveles de delincuencia españoles.
dado el sentido de las migraciones, cabe esperar que
los países de Europa occidental tengan porcentajes 7. RECAPITULACIÓN
sustancialmente más altos que los de Europa oriental,
Los datos precedentes h a n puesto de relieve, en pri-
y efectivamente así es. Sin embargo, la situación es-
mer lugar, que España posee bajas tasas de criminali-
pañola, cuando ya se h a producido la aceleración del
dad, en comparación con el conjunto de Europa y con los
grandes países de la Unión Europea. Sólo en relación con
16
Véase Space I, Survey 2 0 0 2 , Council of E u r o p e Penal Sta- los delitos contra el patrimonio, singularmente robos con
tistics, 2 0 0 3 . violencia e intimidación, presenta niveles claramente su-
26 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 27

periores a la media. En sentido contrario, llama la aten- u n a política~criminal anquilosada en lo que se refiere al
ción el reducido número de homicidios consumados. desarrollo del sistema de sanciones 1 7 .
La t a s a de criminalidad española está experimen- Tampoco responden tan altas cifras a u n a modifica-
tando u n incremento moderado en la última década, ción en la composición de la población reclusa: como ya
a u n q u e significativamente inferior a la que sufrió en es tradicional, más de 3A partes de los penados están en
los años ochenta del pasado siglo. Por otra parte, el la cárcel por la comisión de delitos contra el patrimonio
aumento está descansando de modo especial en las o relativos a drogas.
faltas, que tienen u n fuerte ascenso, mientras que el La delincuencia grave de menores muestra, en los
incremento de los delitos es mucho m á s moderado y últimos años, u n a tendencia a la baja, a juzgar por el
con frecuentes altibajos. n ú m e r o de detenciones producidas. Por lo demás, todo
En cualquier caso se mantiene la estructura tradicio- lo que no sean hurtos y robos tiene u n a presencia resi-
nal de la criminalidad española, en la cual los robos y dual en la criminalidad de los menores. No se aprecia
hurtos dan cuenta de casi las % partes de los comporta- u n a tendencia al incremento de los delitos contra las
mientos delictivos conocidos. Por lo demás, ni siquiera personas, como se ve en la estabilidad que m u e s t r a n
la reciente persecución intensa de los delitos de malos los homicidios intentados o consumados en el último
tratos es capaz de alterar la escasa representación que quinquenio.
los delitos contra las personas h a n acostumbrado a te- El tramo de edad m á s alto, los 16 y 17 años, con-
ner en la delincuencia española. centra en gran medida la criminalidad juvenil, h a s t a
Parece, asimismo, claro que la atención que los el punto de que duplica o triplica, según los casos, las
medios prestan en los últimos a ñ o s a la criminalidad, cifras del tramo inferior, 14 y 15 años. Los menores de
y la preocupación que ésta suscita entre la ciudada- 14 años, no incluidos en el derecho penal juvenil, ape-
nía, h a n crecido de m a n e r a desproporcionada, y no n a s delinquen.
siempre de forma pareja, a la efectiva evolución de la Con m u c h a cautela puede afirmarse que los extran-
delincuencia. jeros m u e s t r a n u n a tasa de criminalidad superior a la
Es indudable que España a b u s a de la pena de pri- de los nacionales. Sin embargo, la evolución de las de-
sión. Posee u n a de las tasas de encarcelamiento m á s tenciones de extranjeros en los dos últimos años pre-
altas entre los grandes países de la Unión Europea, senta u n a tendencia semejante a la concurrente en los
y. su población penitenciaria registra u n fuerte creci- españoles. Por el contrario, se aprecia u n fuerte ascen-
miento desde 1996, acrecentado a partir de 2 0 0 1 . Ese so desde 2000 de su participación porcentual entre la
crecimiento no guarda relación con la evolución de la población reclusa española, pese a que ese porcentaje
delincuencia, medida a partir de los hechos delictivos sigue estando por debajo de casi todos los grandes paí-
conocidos y del número de detenciones por comisión ses de Europa occidental.
de delitos producidas. Ya hemos señalado, en el apar-
tado correspondiente, cómo esa realidad es reflejo de 7
Véase, más detenidamente, lo que se dirá en el Capítulo II.
28 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

A partir de este conjunto de datos creo que se puede


concluir que la realidad delincuencial española no j u s -
tifica el protagonismo adquirido por la inseguridad ciu-
d a d a n a en la agenda política y en la opinión pública de
los años pasados, y que dio, y sigue dando, lugar a nu-
merosas reformas de la legislación penal. El problema
mayor que tiene en estos momentos la política criminal
española es el anticuado sistema de reacción penal que
emplea, y que h a dado lugar a tasas de encarcelamiento CAPÍTULO II
insostenibles. Allí deberían concentrarse los esfuerzos. LA EVOLUCIÓN DEL SISTEMA DE PENAS EN EL
Más allá de esto, es urgente diseñar políticas sociales ÚLTIMO CUARTO DEL SIGLO XX: 1975-2003
de integración de los extranjeros residentes, que per-
mitan neutralizar las condiciones desfavorables que fo-
menta su, aparentemente, excesiva representación en- Este capítulo tiene tres objetivos fundamentales:
tre los delincuentes. Y no estaría mal, de u n a vez por en primer lugar, aspira a describir y valorar las suce-
todas, preguntarse qué peculiaridades concurren en sivas configuraciones que h a adquirido el sistema de
España, o quizás en s u s rutinas de persecución penal, penas español desde los estertores del franquismo h a s -
para que, con independencia de las notables mejoras ta las últimas reformas penales producidas en 2003;
en su desarrollo económico, la delincuencia patrimonial en segundo lugar, pretende poner de manifiesto cuál
presente u n a frecuencia desconocida en otros países ha sido la práctica de la imposición de penas h a s t a los
europeos. Por último, cuesta trabajo identificar, con los momentos previos a la entrada en vigor de las reformas
datos disponibles, la pretendida gravedad y frecuencia de 2003 1 8 ; en tercer lugar, quiere plantear propuestas
de la delincuencia de menores. de actuación, basadas en la realidad social, criminal y
penitenciaria española, para llevar a buen término la
sentida como imprescindible reforma del sistema de pe-
nas español.

10
La presumible reestructuración sustancial que va a pro-
ducir en la práctica de imposición de penas la aplicación de las
previsiones penales de las reformas de 2003 es pronto para va-
lorarla en términos estadísticos, por lo que hemos optado por
quedarnos en esta fecha clave en la configuración de la nueva
política criminal española.
30 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 31

En todo momento, la entrada en vigor del nuevo Có- m u c h a menor medida, la eliminación de la pena de in-
digo Penal español de 1995 constituye u n punto de in- terdicción civil que, por su amplitud, se equiparaba a
flexión, aunque no siempre en el sentido comúnmente u n a muerte civil. En términos cuantitativos, sin embar-
esperado. go, a m b a s penas se aplicaban raras veces.
El resto del catálogo de penas no sufrió, apenas,
1. LAS REFORMAS DEL SISTEMA DE PENAS EN LA DEMOCRACIA: cambios materiales: sólo pueden mencionarse u n par
1977-2003 de restricciones de naturaleza garantista, a saber, la
a. La democracia española instaurada en 1977 he- exigencia de conexión entre la pena de suspensión de
redaba u n viejo Código Penal, profusamente reformado profesión u oficio y el delito cometido, y la introducción
por la dictadura franquista. Por su sistema de penas del principio de proporcionalidad en el comiso de bienes
no se habían dejado sentir las corrientes reformadoras de lícito comercio. A ello cabe añadir la extensión de la
que, desde hacía algunos años, abogaban por la crea- pena de privación del permiso de conducir a la de licen-
ción o potenciación de penas que pudieran constituir cia de conducir ciclomotores.
u n a alternativa a la omnipresente pena de prisión 19 . La duración de las penas persistió inalterada. Con
b. Durante los casi veinte años que transcurrieron todo, se siguió aprovechando la capacidad para reducir
desde la instauración de la democracia h a s t a la entrada la duración nominal de las penas que poseía la insti-
en vigor, en 1996, del nuevo Código Penal 2 0 , el sistema tución de la redención de penas por el trabajo, cuyo
de penas heredado de la dictadura mantuvo su estruc- efecto se extendió a otros supuestos h a s t a entonces no
tura básica 2 1 . incluidos.
Sin duda, cambio cualitativo fundamental fue la su- En cuanto al desarrollo de alternativas a la prisión,
presión de la pena de muerte en tiempos de paz y, en se apreció en todo el período u n deseo de hacer m á s
generosa la regulación de la suspensión de la ejecución
de la pena de prisión, singularmente ampliando los su-
puestos de aplicación en condenas superiores a u n año
Véanse en E s p a ñ a , por todos, SOLA-GARCÍA ARAN-HORMAZÁBAL,
Alternativas a la prisión, PPU, 1986; CID-LARRAURI (coords.), Penas
e inferiores a dos; asimismo, se aligeran los requisitos
alternativas a la prisión, Bosch, 1997. de concesión, a u n q u e ello no sucede respecto de la nue-
Entre los preceptos m á s relevantes, véanse los a r t s . 27 a 4 8 , va variante de drogodependientes.
70, 73 a 7 8 , 9 1 a 100 del viejo CÓDIGO PENAL. En el marco, sobre todo, de la lucha contra el terro-
Período que, por lo d e m á s , estuvo repleto de iniciativas en- rismo, muy activo en este período, se optó' por otorgar
c a m i n a d a s a la aprobación de u n nuevo código penal. beneficios sustanciales a los delincuentes terroristas
21
Véase la modificación de los a r t s . 27, 4 1 , 4 3 , 4 8 , 7 3 , 7 8 , 8 3 , que colaboraran con la justicia, lo que llevó a introducir,
9 3 y 100, entre otros, por LO 8 / 1983; la introducción de los a r t s . para estos casos, u n a suspensión total de la ejecución
57 bis b), 9 3 bis y 98 bis por LLOO 1 y 3 / 1 9 8 8 , y 3 / 1 9 8 9 , y la de la pena y u n a concesión de la libertad condicional
modificación de los a r t s . 26 a 2 8 , 30, 33 y 42 por LO 1 7 / 1994.
tras el cumplimiento de 1/3 de la condena.
32 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 33

c. El nuevo Código Penal de 1995, por más que en su nidas en el-viejo Código; se crean, dentro de las privati-
Exposición de Motivos se postula como reformador total vas de derechos, las de prohibición de residir en o acudir
del hasta entonces vigente sistema de penas a fin de a ciertos lugares con u n a duración mucho menor que
alcanzar los objetivos de resocialización constitucional- las que les precedieron, y la expulsión de extranjeros se
mente prescritos 2 2 , lleva a cabo en términos materiales configura como pena sustitutiva facultativa.
u n a moderada renovación del sistema de penas 2 3 . Las penas privativas de derechos son moderadamen-
Una valoración sucinta de la transformación del sis- te potenciadas en diversos sentidos: las inhabilitaciones
tema de penas en el nuevo Código Penal respecto de la especiales, además de incluir nuevas variantes, pueden,
situación anterior, puede formularse como sigue: en principio, ir referidas a cualquier derecho; se añaden
Se adopta u n a política decidida de supresión de las pe- o consolidan privaciones de realización de ciertas acti-
nas cortas, inferiores a seis meses, de prisión continua- vidades, y se introduce u n a prestación personal, aun-
da, ocupando su lugar el arresto de fin de semana como que limitada por el consentimiento, los trabajos comu-
pena original, o como sustitutiva de la responsabilidad nitarios. Además se amplían notablemente s u s límites
personal subsidiaria. Con todo, los incumplimientos del máximos, en especial en las inhabilitaciones.
arresto permiten volver a la prisión corta continuada. Se sientan las bases para que la pena de multa por cuo-
Se incrementa, en la práctica, la duración de la pena de tas pueda desempeñar u n papel más relevante en el siste-
prisión: Por más que ya no puede superar los treinta años ma de penas, al poderse acomodar con flexibilidad a la gra-
de duración, en lugar de los cuarenta de la regulación an- vedad del delito y a la situación económica del culpable.
terior, y que la duración de las penas de prisión previstas Se eliminan penas consideradas incompatibles con
en las figuras delictivas se reduce en muchos casos, la el estatus de ciudadano, singularmente la pérdida de
eliminación de la redención de penas por el trabajo hace la nacionalidad española y la privación del derecho al
que el cumplimiento efectivo de las penas de prisión se sufragio activo.
prolongue, en la mayoría de las ocasiones, más allá de lo Prosigue la tendencia, ya iniciada a mediados de los
que resultaba con el viejo Código. Ello supone un cambio ochenta, de fomentar alternativas al cumplimiento de
de orientación respecto de la extensión de la eficacia de la la pena de prisión: el ámbito de la suspensión de la
redención de penas que tuvo lugar en 1988. ejecución de la pena se amplía notablemente, surgen
Se tiende a privar de autonomía y relevancia a las pe- las nuevas posibilidades vinculadas a la sustitución de
nas restrictivas de libertad: se eliminan todas las conté- la pena de prisión, se restringe la necesidad de cumplir
la responsabilidad subsidiaria en prisión, y la libertad
condicional se vincula a requisitos menos estrictos 2 4 .
no
Véase Exposición de Motivos de LO 1 0 / 1 9 9 5 del Código
Penal.
23
Véanse, especialmente, a r t s . 32 a 57, 70.2, 76, 7 8 , 80 a 9 3 ^ Véase, respecto de la libertad condicional, lo que se dice
del n u e v o CÓDIGO PENAL.
i n m e d i a t a m e n t e infra.
34 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 35

Una profundización coherente en estas instituciones destas reformas encaminadas a ofrecer alternativas a la
hace que se vinculen al desarrollo por el penado de cier- prisión, reducían en b u e n a medida las expectativas.
tas tareas y reglas de conducta encaminadas a fomen- d. El conjunto de reformas que se h a n producido
tar la reinserción y prevenir la peligrosidad. tras la aprobación del nuevo Código Penal de 1995, h a
Por último, el cumplimiento de las penas por delin- provocado u n a transformación sustancial del sistema
cuentes terroristas y asimilados registra alteraciones de penas por ese Código diseñado 2 6 . En términos ge-
sustanciales: no sólo se eliminan las previsiones legales nerales, esa serie de reformas, singularmente las que
que desde 1988 otorgaban generosos beneficios pena- han tenido lugar en 2003, h a dado lugar a u n inusitado
les, en el marco de la suspensión de la ejecución de la endurecimiento del sistema de penas del nuevo Código,
el cual h a repercutido en casi todos s u s componentes.
prisión y de la libertad condicional, a los delincuentes
Con todo, el redoblado empleo de la pena de prisión h a
terroristas y asimilados que colaboraran con la justi-
tenido el mayor protagonismo.
cia 25 . Además, la posibilidad de referir el cómputo del
tiempo para la libertad condicional a la totalidad de las En efecto, las reticencias a limitar las penas medias,
penas impuestas en caso de concurso real, es u n a pre- largas y muy largas de prisión, apreciables en el nuevo
visión claramente encaminada a retrasar o imposibilitar Código al no quererse sacar las debidas conclusiones
el disfrute de este beneficio por estos delincuentes. de la supresión de la redención de penas por el trabajo,
En resumidas cuentas, el nuevo Código supone u n a se convierten en u n a actitud decidida de recuperación
apuesta, contenida, por la renovación del sistema de de estas penas h a s t a límites desconocidos en el derecho
penas. La eliminación de las penas cortas de prisión penal franquista: se recupera el límite de los cuarenta
años, ahora ya no atenuado por la redención de penas,
y la puesta a disposición de nuevas penas, privativas
y se cercenan contundentemente las posibilidades de
de libertad o no, que podían ocupar su lugar, así como
suavizar el cumplimiento de este tipo de penas.
la potenciación de los cumplimientos alternativos de la
pena de prisión iban en esa línea. Asimismo, la poten- Esto último se refleja bien, por u n lado, en el retra-
ciación de las penas privativas de derechos abría nue- so del acceso al tercer grado de manera general en las
vos campos de actuación. Sin embargo, el simultáneo penas de prisión de duración media, y en la obstaculi-
reforzamiento de las penas medias y largas de prisión, y zación a su acceso, cuando no práctica imposibilidad de
la ausencia de previsiones sobre los recursos materiales
y personales que exigía la implementación de las mo-
26
Véanse especialmente arts. 33, 39 f), 48, 57, 83.1.1° bis,
reformados por LLOO 11 y 14/1999; arts. 40.1 y 579.2 tras
25 su reforma por LO 7/2000; art. 89.4, tras su reforma por LO
Con todo, desde 1995 los delincuentes terroristas y narco- 8/2000; arts. 33, 35, 36, 37, 40, 46, 48 a 53, 56, 57.2 y 3, 70.2,
traficantes colaboradores con la justicia se pueden beneficiar de 71.2, 76, 78, 80 a 84, 87 a 93, tras su reforma por LLOO 7, 11
una rebaja en uno o dos grados de la pena en virtud de los arts. y 15/2003.
579 y 376, CP, respectivamente.
36 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 37

acceder, en las condenas a prisión que se hayan benefi- moción de las penas restrictivas de libertad. La contenida
ciado significativamente de los límites a la acumulación previsión de estas penas en la inicial versión del nuevo
de penas del concurso real. Se manifiesta, asimismo, en Código, se ve claramente desbordada por sus reformas
las dificultades o práctica imposibilidad para obtener la posteriores: se crean dos nuevas penas, se enriquecen
libertad condicional por quienes tienen problemas para sus contenidos, y se potencian como penas accesorias
acceder al tercer grado, lo que se agrava, para quienes y como reglas de conducta de diversas instituciones. La
se han beneficiado de los límites de acumulación de pe- pena sustitutiva de expulsión también se potencia.
nas del concurso real, a la hora de satisfacer el requisito Por lo demás, tanto las penas anteriores como las pe-
de superar las 2 / 3 o partes de la condena, y se remata n a s privativas de derechos incrementan notablemente
mediante la exigencia de haber satisfecho ya la respon- su duración: a la prolongación de los límites máximos,
sabilidad civil. Si se trata de terroristas o delincuentes y a veces mínimos, ordinarios, se u n e n las elevaciones
integrados en organizaciones criminales, las dificulta- permitidas en casos extremos de elevación en grado, la
des añadidas para acceder al tercer grado y a la libertad admisión de excepciones a los límites genéricos estable-
condicional son, en la gran mayoría de los casos, insal- cidos en la parte general cuando así lo prevean ciertas
vables, lo que sin duda es u n resultado pretendido. figuras delictivas y, sobre todo, el que su duración como
La exasperación de las penas muy largas, largas y penas accesorias deba superar, de forma significativa
medias de prisión viene acompañada de u n a reivindi- en ciertos casos, la duración de la pena principal.
cación de las penas cortas de prisión continuada. La Todo ello da lugar a u n sistema de penas fuertemen-
potenciación de éstas se percibe especialmente en la te orientado hacia u n uso intensivo de la prisión en to-
rebaja de su límite mínimo de seis a tres meses y en das s u s variantes, que es compatible con u n reforzado
que ocupa, en la mayor parte de las ocasiones, el lugar empleo de penas restrictivas de libertad y privativas de
antes cubierto por la pena, suprimida, de arresto de fin derecho que se limitan, en gran medida, a acompañar a
de semana, frente a u n uso más limitado de la multa y las penas de prisión. Brilla por su ausencia u n a volun-
de los trabajos comunitarios. tad politicocriminal dirigida a ofrecer u n a alternativa a
Las únicas instituciones tendentes a reducir el cum- las penas privativas de libertad.
plimiento de la pena de prisión que progresan son la
suspensión de la ejecución y la sustitución de la pena de 2. LA EVOLUCIÓN DE LAS PENAS IMPUESTAS EN LA DEMOCRACIA:
prisión. La primera amplía notablemente su campo de 1975-2003
actuación en los drogodependientes, aunque introduce a. El breve análisis precedente nos h a mostrado
medidas de signo opuesto en el régimen ordinario. En cómo h a evolucionado, sobre el papel, el sistema de pe-
cuanto a la segunda, su progreso se limita a la ocupa- nas del derecho penal español en cerca de treinta años.
ción del espacio del arresto de fin de semana por la pena Pero ese análisis queda incompleto si no intentamos
de trabajos comunitarios y, en menor medida, la multa. averiguar cómo esas diversas estructuras punitivas se
Otra decisión politicocriminal indubitable es la pro- reflejan en la práctica de la imposición de penas por
38 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 39

la a d m i n i s t r a c i ó n de j u s t i c i a . Ella n o s p u e d e ofrecer el i m p o n e en. s e n t e n c i a e s c o n s i d e r a b l e m e n t e m á s eleva-


c o n t r a p u n t o que permita confirmar las valoraciones y do q u e el q u e r e c o g e n e s t a s e s t a d í s t i c a s , p u e s e n ellas
pronósticos m á s arriba realizados. c o i n c i d e n l a s cifras d e delitos e n j u i c i a d o s y p e n a s im-
Sin e m b a r g o , e s t a t a r e a excede e n b u e n a p a r t e l a s p u e s t a s , lo q u e significa q u e se c o m p u t a una única pena
p r e t e n s i o n e s de e s t e trabajo, lo q u e tiene q u e ver, d e s d e por delito, la p r i n c i p a l o la m á s grave. E n c o n s e c u e n -
luego, c o n las limitaciones p e r s o n a l e s d e q u i e n esto e s - cia, q u e d a n fuera del c ó m p u t o l a s p e n a s a c u m u l a t i v a s
cribe, p e r o t a m b i é n con la r e d u c i d a información q u e s u - c o n s i d e r a d a s m e n o s g r a v e s y l a s p e n a s a c c e s o r i a s . 4).
m i n i s t r a n las e s t a d í s t i c a s j u d i c i a l e s e s p a ñ o l a s . E n efec- E n l a s e s t a d í s t i c a s de 2 0 0 3 n o s e recogen e x p r e s a m e n t e
to, los d a t o s s o b r e p e n a s i m p u e s t a s por delitos 2 7 t i e n e n l a s p e n a s p o r delito q u e h a n p o d i d o i m p o n e r los j u e c e s
c a r e n c i a s c o m o l a s s i g u i e n t e s : 1). Sólo s e p u b l i c a n d a t o s de i n s t r u c c i ó n d e g u a r d i a e n s e n t e n c i a de c o n f o r m i d a d
d e s a g r e g a d o s d e las A u d i e n c i a s provinciales y J u z g a d o s d e s d e la e n t r a d a e n vigor, el d í a 2 9 de abril d e 2 0 0 3 , d e
de lo p e n a l , n o así de los J u z g a d o s c e n t r a l e s d e lo p e n a l la LO 8 / 2 0 0 2 , l l a m a d a "de j u i c i o s r á p i d o s " 2 9 .
ni de la A u d i e n c i a n a c i o n a l , por lo q u e e s t o s ú l t i m o s
b . A s u m i e n d o l a s p r e c e d e n t e s l i m i t a c i o n e s , voy a
ó r g a n o s h a n de q u e d a r fuera de n u e s t r a c o n s i d e r a c i ó n .
p r o c e d e r a r e a l i z a r u n s e g u i m i e n t o , d e s d e fines d e la
2). Sólo r e c o g e n las p e n a s i m p u e s t a s en sentencia, lo
d i c t a d u r a f r a n q u i s t a h a s t a el a ñ o 2 0 0 3 , d e la evolución
q u e s u p o n e q u e n o se identifican l a s p e n a s privativas de
de los g r a n d e s grupos de penas e n t é r m i n o s p o r c e n t u a -
libertad s u s p e n d i d a s o s u s t i t u i d a s e n la fase d e ejecu-
les s o b r e el t o t a l d e p e n a s i m p u e s t a s .
ción de s e n t e n c i a , ni las r e s p o n s a b i l i d a d e s p e r s o n a l e s
El p r i m e r g r u p o e s t á c o n s t i t u i d o p o r l a s p e n a s d e
s u b s i d i a r i a s a c o r d a d a s e n la m i s m a fase p o r i m p a g o de
p r i s i ó n s u p e r i o r e s a v e i n t e a ñ o s , q u e p u e d e n calificarse
la p e n a de m u l t a , ni c o n s e c u e n t e m e n t e las p e n a s s u s -
titutivas q u e se h a y a n podido d i c t a r e n los d o s ú l t i m o s
c a s o s 2 8 . 3). El n ú m e r o de p e n a s q u e efectivamente s e
templada en el art. 794.2, LECrim. con anterioridad a la reforma
de 2002, y mantenida en el vigente art. 789.2.
Y es dudoso que se hayan computado entre las penas im-
No me voy a referir a las carencias relativas a la informa- puestas por los jueces de lo penal, en virtud de la remisión de
ción sobre las penas impuestas a las faltas. actuaciones prevista en el art. 801.4, LECrim. Sin embargo, las
28 sentencias de conformidad dictadas por los jueces de instrucción
Véase críticamente, en el mismo sentido, CiD-Larrauri, et
constituyeron en 2003 un 57,95% de todos los procedimientos
al, ¡Jueces penales y penas en España. Tirant, 2002, p. 21.
terminados como juicios rápidos. Véase "Informe sobre los jui-
Cabe pensar que, desde el 29 de abril de 2003, fecha de en- cios rápidos en el año 2003", Informes estadísticos, Consejo Ge-
trada en vigor de la LO 8/2002, de juicios rápidos, se incluyen neral del Poder Judicial, www.poderjudicial.es
como penas impuestas las penas sustitutivas dictadas en senten- Sobre otras lagunas en la recogida de datos de las estadísticas
cia por el juez de lo penal en virtud de lo previsto en el art. 789.2, judiciales, véase DIEZ RIPOLLÉS, "La evolución del sistema de penas
LECrim. En cualquier caso, no hay ninguna mención a las penas en España: 1975-2003", Revista Electrónica De Ciencia Penal Y
suspendidas en sentencia por el juez de lo penal, posibilidad con- Criminología (RECPQ, 2006, http//criminet.ugr.es/recpc .
40 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 41

como penas muy largas. Luego viene el grupo de penas yen el último de los grupos de penas estudiados, no nos
de prisión de duración larga y media, que va de los seis aportan demasiada información durante la vigencia del
meses a los veinte años 3 0 . A ellas les siguen los arres- nuevo Código, debido a su carácter exclusivo de penas
tos, esto es, el arresto mayor del viejo Código, y el arres- accesorias o sustitutivas que hace que no se recojan,
to de fin de semana del nuevo Código 31 . A continuación, por los motivos ya aludidos, entre las penas impuestas
la pena de multa, que incluye las dos variedades del en las estadísticas judiciales 3 3 .
nuevo Código. Siguen las penas privativas de derechos, La Tabla 1, que recoge a continuación esos porcentajes,
entre las cuales he preferido tratar separadamente la de utiliza como punto de partida el año 1975, en cuyo mes
privación del permiso de conducción, dada la relevancia de noviembre muere el dictador, y cuyas cifras no pue-
obtenida tanto en el viejo como en el nuevo Código; el den reflejar todavía las consecuencias que las inminentes
resto de penas privativas de derechos son las que me- transformaciones políticas serían susceptibles de ocasio-
recieron tal conceptuación en u n o u otro Código, con la nar en la reacción penal. De ahí pasamos a 1978, año en
salvedad de que he considerado penas restrictivas de la que, ya aprobadas las sucesivas amnistías 3 4 , se entra ple-
libertad aquellas que materialmente lo son, a u n q u e en namente en el quehacer legislativo y judicial del régimen
el nuevo Código se califiquen como pena privativas de democrático. A partir de ese momento se analizan, en u n a
derechos 3 2 . De todos modos, estas penas, que constitu- serie uniforme, dos años por cada quinquenio hasta llegar
a 1997, primer año en que se pueden empezar a apreciar
los efectos del Código Penal de 1995 35 . Desde ese momen-
dU to se incorporan las cifras anuales hasta 2003 3 6 .
Hubiera sido deseable que este grupo se subdividiera en
las estadísticas judiciales en intervalos temporales de pena simi-
lares durante la vigencia del nuevo y del viejo Código; al no ser
así, no podemos proceder a subdividirlo a efectos comparativos
de todo el período de estudio. De todas formas, en relación sólo 02
con cifras del nuevo Código, hemos procedido en un gráfico a esa A saber, las penas de prohibición de residir en o de acudir a
ciertos lugares, la de aproximarse a la víctima u otras personas,
descomposición. la de comunicarse con esas mismas personas, y la de expulsión
1
Nótese que la pena de prisión de tres a seis meses no está de extranjero.
contemplada por no haber entrado en vigor, por LO 15/2003,
hasta el I o de octubre de 2004. De hecho, el único valor numérico que aparece una vez opera-
tivo el nuevo Código se debe a la imposición de la pena de expulsión,
Por otra parte se incluyen, durante la vigencia del nuevo Có-
presumiblemente impuesta como sustitutiva en sentencia tras la
digo, arrestos de fines de semana y, más ocasionalmente, multas
entrada en vigor de la LO 15/2003 que prevé, ex novo, tal cosa.
que tienen una duración propia de las faltas, lo que se debe en 34
buena parte a que estamos ante una pena por delito que, al am- Véanse RR.DD.LL. de 30 de julio de 1976 y 14 de marzo de
paro del art. 71, CP, ha sufrido una reducción en grado que le ha 1977, y Ley de 15 de octubre de 1977.
35
hecho entrar en el ámbito propio de las penas de las faltas. Otras El Código Penal de 1995 entra en vigor el 25 de mayo de
causas que podrían explicar esto, a las que aluden CID-LARRAURI, 1996, Dispos. final 7 a , CP.
cit., p. 23, tendrán un escaso papel en nuestro estudio. 36
Del total de penas impuestas sobre el que se ha calculado
42 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 43

TABLA 1 ta y parte de los noventa m u e s t r a n cifras significativa-


PORCENTAJES DE GRUPOS DE PENAS IMPUESTAS mente m á s altas, lo que puede explicarse por el recru-
AUDIENCIAS PROVINCIALES Y JUZGADOS DE LO PENAL decimiento de la lucha antiterrorista que se registra en
Prísión>20ESPAÑA ( 1 9 7 5 - 2 0 0 3 ) esa década y media.
- Mientras en los diez primeros años del período es-

Privación
derechos
Privación
conduce.

Restricc.
libertad
Arresto
Prisión
6m-20

Multa
tudiado las penas de prisión de duración larga y media
no p a s a n del 20% de las penas impuestas, y en los diez
años siguientes no alcanzan, salvo algún repunte aisla-
1975 0,07 17,92 30,76 50,91 0,25 0,014 0,07
do, el 30%, dos años después de la entrada en vigor del
1978 0,07 20,41 28,41 48,14 2,9 0,002 0,05 Código de 1995 el porcentaje se coloca cercano al 50%,
1980 0,1 18,48 34,41 46,67 0,29 0,001 0,03 cifra que es superada en forma ininterrumpida desde
1983 0,13 18,96 31,71 48,67 0,5 0,003 0,01 1999 h a s t a la actualidad.
1985 0,13 17,71 35,83 46,03 0,28 0,005 0,009
- En agudo contraste con lo anterior, las penas de prisión
1988 0,15 23,64 35,13 40,84 0,24 0,007 0,008 cortas o arrestos, que superaban, en prácticamente todos
1990 0,17 34,39 30,09 35,22 0,03 0,096 0,007 los casos durante el período 1975 a 1995, el 30%, sufren
1993 0,12 29,03 30,82 38,78 1,17 0,086 0,002 un brusco descenso a partir de la aprobación del nuevo
1995 0,1 25,84 30,71 42,95 0,34 0,062 0,003 Código Penal, colocándose tras los dos primeros años de su
1997 0,03 34,45 23,51 36,95 4,98 0,079 0,004 vigencia en u n valor equivalente a la mitad del precedente,
1998 0,02 46,17 15,07 18,85 19,7 0,2 para iniciar u n continuo descenso que les coloca, en 2003,
1999 0,01 51,96 11,36 14,48 21,19 0,64 en u n porcentaje levemente superior al 6%38.
2000 0,02 54,16 9,54 13,03 21,88 1,35 - El incremento de las penas largas y medias de pri-
2001 0,01 54,5 8,08 12,13 23,9 1,38 sión no sólo contrasta con s u s penas homologas de
2002 0,02 55,24 6,9 14,06 23,56 0,09 duración corta. La pena de multa, que se situaba en
2003 0,01 53,39 6,15 20,96 19,35 0,11 0,02 los diez primeros años del período en cifras cercanas
al 50%, y en la segunda década en torno al 40%, des-
Fuente: Elaboración propia a partir de Estadísticas judiciales. ciende a cifras inferiores al 20% y a u n al 15% u n a vez
Instituto nacional de estadística . operativo el nuevo Código Penal.
La tabla precedente nos permite sacar u n a s cuantas
conclusiones relevantes: Es de l a m e n t a r q u e n o se a g r u p e n las p e n a s de prisión de
- Las penas muy largas de prisión tienen, durante forma q u e se p u e d a n c o m p u t a r p o r s e p a r a d o aquellas q u e per-
todo el período, como era esperar, u n a presencia por- miten p o r s u duración la s u s p e n s i ó n de la ejecución; si se dis-
centual muy reducida. De todos modos, los años ochen- p u s i e r a de ese dato se podrían extrapolar r e s u l t a d o s de estudios
b a s a d o s en m u e s t r a s r e p r e s e n t a t i v a s - p . ej., CID-LARRAURI, op.
cit.- p a r a h a c e r estimaciones respecto de c u á n t a s de las p e n a s
el porcentaje se h a excluido la cifra de "no consta", referida al de prisión cortas o medias q u e figuran e n las estadísticas n o se
tipo de p e n a impuesto. c u m p l e n debido a q u e se a c u e r d a la s u s p e n s i ó n de s u ejecución.
Véase www.ine.es . Véase, de todos modos, lo q u e se indica m á s adelante.
f

44 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS


LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 45

- Significativa es, igualmente, la evolución de la pena


de privación del permiso de conducir, que de cifras casi mo dejó de ser cierto a partir de 1990. Con el nuevo Códi-
siempre inferiores al 1% antes de la entrada en vigor del go, su falta de consideración como penas principales las
nuevo Código, alcanza luego valores en torno al 20%. hace desaparecer de las estadísticas judiciales, por m á s
Sin embargo, el aumento de esta pena puede ser u n que la reciente previsión de que se imponga en sentencia
mero efecto estadístico, que tiene probablemente que la pena sustitutiva de expulsión de extranjero hace que
ver con u n a distinta valoración de cuál sea la pena m á s de nuevo tengan alguna presencia en tales estadísticas.
grave de las impuestas por el delito de conducción bajo Si, a continuación, nos centramos en los grupos de
la influencia de sustancias psicoactivas 39 . penas que h a s t a 1997 superan el 90% y a partir de
- En cuanto a las restantes penas privativas de dere- 1998 el 75%, de todas las impuestas, a saber, las penas
chos, singularmente inhabilitaciones y suspensiones 4 0 , de prisión largas y medias, las penas de prisión cortas,
se aprecia, dentro de los bajísimos niveles en que se y la pena de multa, obtenemos el siguiente gráfico 1,
mueven, u n significativo incremento de su uso como construido sobre u n a secuencia uniforme de años.
penas principales en el nuevo Código. El gráfico nos permite visualizar, de forma inmediata, el
- Las penas restrictivas de libertad se movieron siem- marcado descenso en la imposición de penas cortas de pri-
pre en frecuencias muy bajas durante la vigencia del vie- sión y de multa que se produce en cuanto entra en acción
jo Código, por más que se imponían en m á s ocasiones el Código Penal de 1995, simultáneo al todavía m á s pro-
que las penas privativas de derechos 4 ] , aunque esto últi- nunciado ascenso de las penas medias y largas de prisión.

GRÁFICO 1
39 PORCENTAJES DE PENAS IMPUESTAS DE PRISIÓN
Dado que sólo se incluye en la estadística la pena impuesta
LARGA Y MEDIA, PRISIÓN CORTA Y MULTA
m á s grave, parece que con el viejo Código las penas previstas de
AUDIENCIAS PROVINCIALES Y JUZGADOS DE LO PENAL
arresto mayor o multa, que estaban bien integradas en las esca- ESPAÑA ( 1 9 7 5 - 2 0 0 3 )
las graduales, se estimaban m á s graves que la también prevista de
privación del permiso de conducir, que no figuraba en las escalas
graduales; eso habría dejado de ser ya el caso cuando, con el nuevo
Código, la pena de privación del permiso se confronta con penas de
arresto de fin de semana o multa impuestas en niveles bajos.
Entre estas penas, la de trabajo en beneficio de la comuni-
dad no tiene prácticamente presencia h a s t a 2 0 0 3 , lo que se expli-
ca porque sólo tras la LO 1 1 / 2 0 0 3 , en vigor desde el I o de octubre
de ese año, se contempla esta p e n a como p e n a principal alternati-
va - e n el art. 1 5 3 - y es, en consecuencia, recogida como tal en las
estadísticas judiciales. En los años anteriores en que, m u y ocasio-
nalmente, aparece, se debe probablemente a que se h a impuesto —•—Pris. 6m-20 ---» Arresto - * — Multa
en sentencia por u n juez de lo penal como p e n a sustitutiva.
Fuente: Elaboración propia a partir de estadísticas judiciales
Siempre a salvo la pena de privación del permiso de conducir. Instituto Nacional de Estadística.
46 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 47

Lo que se esperaba de u n nuevo Código que pretendie- Ciertas conclusiones saltan a la vista:
ra promocionar las alternativas a la prisión continuada - La gran mayoría de las penas de prisión impues-
era que crecieran significativamente las penas de multa tas son penas de prisión inferiores a cuatro años. Es
y otras penas no privativas de libertad, y que los arrestos especialmente de lamentar la ausencia de datos judi-
discontinuos descendieran limitadamente, dado que és- ciales que nos informen de cuántas, de entre las que se
tos debían sustituir parcialmente a las penas continua- encuentran por debajo de los dos años, y si se trata de
das de arresto mayor. Simultáneamente, las penas de drogodependientes por debajo de los tres años, son s u s -
prisión larga y media deberían reducir marcadamente su pendidas en s u ejecución 43 . En cualquier caso se apre-
presencia. Pero h a sucedido justo lo contrario 42 . cia u n continuo descenso de su representación porcen-
c. Podemos todavía atender al grupo de penas que tual en los últimos años, con la salvedad de 2003, a
más h a crecido tras la vigencia del nuevo Código, esto favor de las penas de mayor duración.
es, las penas de prisión largas y medias, y preguntarnos - Las penas de prisión largas, entre diez y veinte
qué frecuencia tienen los diferentes subgrupos. La res- años, h a n duplicado su representación porcentual en
puesta se encuentra en la Tabla 2. los últimos años, con u n incremento constante, leve-
TABLA 2 mente interrumpido en 2003.
DISTRIBUCIÓN PORCENTUAL ENTRE LAS PENAS - Las penas de prisión entre cuatro y diez años tam-
IMPUESTAS DE PRISIÓN LARGAS Y MEDIAS bién progresan en su representación porcentual, con la
ESPAÑA ( 1 9 9 8 - 2 0 0 3 ) excepción de 2003.
- Las cifras de 2003, que interrumpen en mayor o
10-20 años

6 meses
- 4 años

menor medida la tendencia registrada desde 1998, en


Prisión

Prisión

0» ''
o , ll ningún caso retrotraen las cifras a valores anteriores al
5"" a
4 año 2000.
1998 0,21 0,84 98,92 d. Por último, sería útil confrontar los datos prece-
1999- 0,29 2,04 97,66 dentes con el volumen de suspensiones de ejecución y
2000 0,3 2,84 96,85 sustituciones de la pena de prisión que se practican,
2001 0,39 3,12 96,48 tanto en sentencia como en la fase de ejecución, así
2002 0,46 3,17 96,37 como con el volumen de libertades condicionales con-
2003 0,42 2,77 96,8 cedidas. Ello nos permitiría valorar el rigor en la aplica-
ción de la pena de prisión impuesta.
Fuente: Elaboración propia a partir de estadísticas judiciales
Instituto Nacional de Estadística.
4 4
Sólo el posible uso que se pueda estar realizando en un Véanse arts. 80 y ss., CP, antes de su reforma por LO
segmento de las penas de prisión media de la suspensión o sus- 15/2003. Infra se ofrecen algunos datos no procedentes de es-
titución de la ejecución de la pena de prisión, podría matizar algo tadísticas judiciales sobre penas de prisión suspendidas en su
esta conclusión. ejecución.
48 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 49

De n u e v o t r o p e z a m o s c o n l a s c a r e n c i a s de las e s - Por otro lado, e n la m u e s t r a e s t u d i a d a p o r Cid, La-


t a d í s t i c a s e s p a ñ o l a s , de m o d o q u e n o d i s p o n e m o s de r r a u r i y otros 4 7 , referida a l a s s e n t e n c i a s d i c t a d a s p o r
d a t o s p u b l i c a d o s s o b r e el n ú m e r o de s u s p e n s i o n e s de los J u z g a d o s de lo p e n a l d e la c i u d a d d e B a r c e l o n a e n
ejecución de la p e n a de p r i s i ó n o d e l i b e r t a d e s condicio- abril y mayo de 1998, q u e d ó manifiesto que se adopta-
n a l e s o t o r g a d a s . E n c u a n t o al v o l u m e n de s u s t i t u c i o n e s b a la s u s p e n s i ó n de la p e n a d e p r i s i ó n e n u n 8 0 , 4 % d e
de p e n a , t e n g o la i m p r e s i ó n de q u e ni s i q u i e r a e x i s t e n los c a s o s en q u e e r a l e g a l m e n t e p o s i b l e 4 8 .
tales datos agregados44. E n el c a s o de las libertades condicionales, disponemos
Cid Moliné h a o b t e n i d o d a t o s n o p u b l i c a d o s s u m i - de a l g u n a s cifras q u e n o s p u e d e n d a r a l g u n a luz s o b r e
n i s t r a d o s p o r el Registro C e n t r a l d e P e n a d o s y Rebel- s u real aplicación. E n p r i m e r lugar, s e p u e d e c o n o c e r el
d e s . S e g ú n ellos, el p o r c e n t a j e d e penas privativas de n ú m e r o d e a s u n t o s s o b r e libertad condicional r e s u e l t o s
libertad r e g i s t r a d a s c o m o suspendidas frente al total de p o r los j u z g a d o s de vigilancia p e n i t e n c i a r i a d e s d e 1 9 9 5
las r e g i s t r a d a s , se e s t á i n c r e m e n t a n d o a c e l e r a d a m e n - h a s t a 2 0 0 4 , e n el bien e n t e n d i d o q u e s u resolución n o
te d e s d e 1 9 9 8 4 5 : si e n e s a fecha s e r e g i s t r a b a n c o m o conlleva n e c e s a r i a m e n t e la c o n c e s i ó n del beneficio. P a r a
s u s p e n d i d a s el 1 0 , 6 % de t o d a s l a s p e n a s d e p r i s i ó n r e - h a c e r m á s u n i f o r m e la serie v a m o s a incluir s e p a r a d a -
g i s t r a d a s , t r e s a ñ o s m á s t a r d e el p o r c e n t a j e se h a b í a m e n t e e n la T a b l a 3 , los a s u n t o s relativos a las liberta-
d u p l i c a d o - 2 0 , 8 % - , volviéndose a m á s q u e d u p l i c a r e n
los d o s a ñ o s s i g u i e n t e s , d e f o r m a q u e e n 2 0 0 3 l a s p e n a s
de p r i s i ó n s u s p e n d i d a s r e g i s t r a d a s s u p o n í a n el 4 4 , 1 % podrían explicar que, en sólo dos años, 2002 y 2003, las cifras
de t o d a s l a s p e n a s de p r i s i ó n r e g i s t r a d a s 4 6 . vuelvan a más que doblarse. Si a eso se une que las tendencias
interanuales ascendentes o descendentes de las penas de pri-
sión registradas difieren en más de la mitad de los casos de las
correspondientes tendencias interanuales de ingresos en prisión
44
CID-LARRAURI, et al, op. cit., ps. 66, 72-74, a partir de los re- -véase CID MOLINÉ, op. cit., p. 229-, divergencia aún más marca-
sultados obtenidos en su estudio realizado sobre una muestra de da respecto de las cifras de penas de prisión impuestas -véanse
los Juzgados de lo penal de Barcelona (ciudad) en abril y mayo de estadísticias judiciales en www.ine.es -, y que hay un pico inte-
1988, llegaron a la conclusión de que las sustituciones de pena ranual de descenso del conjunto de penas registradas en 1998
de prisión se están utilizando muy limitadamente. de un 69% y otro de ascenso en 1999 de un 97%, parece razo-
45
Véase CID MOLINÉ, "La suspensión de la pena en España: nable pensar que existen determinados sesgos, que no estoy en
descarcelación y reincidencia", Revista de Derecho Penal Y Crimi- condiciones de identificar, en las cifras facilitadas por el Registro
nología (RDPy C), 2005, ps. 230-231. central de penados y rebeldes.
4
4
Sin embargo, si la entrada en vigor del nuevo Código Penal Véanse CID-LARRAURI, et al, op. cit., ps. 56-59, 66-72, 104-
podría explicar que el porcentaje de penas suspendidas pasara 109.
48
en tres años, iniciados en 1998 -obsérvese, en tablas y gráficos La cifra exacta no la dan los autores del estudio, pero surge
anteriores, cómo los años 1997 y 1998 suelen marcar la inflexión de realizar el cálculo sobre el total de casos de la muestra sus-
en la aparición de los efectos del nuevo Código-, de un 10% a un ceptibles de ser resueltos mediante la suspensión de la pena de
20%, no está claro, a pesar de los argumentos que aporta CID prisión. No se computan las suspensiones de la responsabilidad
MOLINÉ en nota 9, qué reforma legal o práctica jurisprudencial personal subsidiaria por impago de multa.
50 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 51

d e s condicionales a resolver de a c u e r d o con l a s reglas TABLA 4


g e n e r a l e s de los a r t s . 9 0 y s s . , CP, y los q u e , d e s d e 1 9 9 8 , LIBERTADES CONDICIONALES CONCEDIDAS SOBRE
se resolvieron en virtud del art. 197 del R e g l a m e n t o p e - POBLACIÓN MEDIA DE PENADOS
nitenciario, referido a las l i b e r t a d e s condicionales de ex- ESPAÑA (1996-2003)
t r a n j e r o s n o r e s i d e n t e s legalmente e n E s p a ñ a 4 9 . Población .Libert. condición. Porcentaje sobre
penados concedidas penados.
TABLA 3 1996 : 33.724 "' 8.6$t 26
ASUNTOS SOBRE LIBERTAD CONDICIONAL RESUELTOS POR JJWPP 1997*' 33.370 6.669 20
ESPAÑA (1995-2003) 1998* - 33.475 • ' 6.2Í5 19
Arts. 90 y ss. Art. 197 Total 1999* 34.830 " *'' 6.050 - 17
CP RP 2000/ 35.580 ^ 5.6¿8 " ^ 4
9.359 16
1995 9.359 2001 36.588 5.453 15
1996 8.915 - 8.915 v
2002 : * í;
38.796 :"~ 5.*&'-"--" 14
1997 8.085 '- " 8.085 2003 V 42.082 -V • 5.062 - 12
1998 6.930 - 6.930
Fuente: Cid Moliné. "The Penitentiary System in Spain", ,
1999 6.550 472 7.022 ment and Society.
2000 6.454 331 6.785 De la i n f o r m a c i ó n q u e se a c a b a de r e c o g e r s o b r e s u s -
2001 5.805 249 6.054 p e n s i o n e s de ejecución de la p e n a d e p r i s i ó n y liberta-
2002 6.341 401 6.742 d e s c o n d i c i o n a l e s , c a b e c o n c l u i r lo s i g u i e n t e :
2003 6.030 383 6.413 - La e s c a s a i n f o r m a c i ó n l o n g i t u d i n a l d i s p o n i b l e
Fuente: Elaboración propia a partir de datos del Consejo general sobre p e n a s de prisión s u s p e n d i d a s en s u ejecución
del Poder Judicial 0 ' . a r r o j a d u d a s s o b r e s u fiabilidad, d e f o r m a q u e r e s u l -
t a a v e n t u r a d o p r o n u n c i a r s e s o b r e los efectos q u e la
M á s significativos s o n , sin d u d a , los d a t o s , oficial- v i g e n c i a del n u e v o Código P e n a l h a t e n i d o s o b r e s u
m e n t e n o p u b l i c a d o s , q u e n o s i n d i c a n el n ú m e r o de frecuencia de concesión. En cualquier caso, estudios
libertades condicionales efectivamente concedidas en m u é s t r a l e s a c r e d i t a d o s a b o n a n la i d e a d e q u e s e s u s -
E s p a ñ a . Cid Moliné los h a d a d o a c o n o c e r y los h a p u e s - p e n d e n u n n ú m e r o alto de l a s p e n a s d e p r i s i ó n s u s -
to e n relación con la p o b l a c i ó n m e d i a de p e n a d o s e n los ceptibles de serlo.
ú l t i m o s a ñ o s , de la f o r m a q u e se m u e s t r a en la s i g u i e n - - Por el c o n t r a r i o , p a r e c e claro q u e la i n s t i t u c i ó n d e
te T a b l a 4. la l i b e r t a d c o n d i c i o n a l h a visto e m p e o r a d a s s u s posibi-
l i d a d e s de d e s a r r o l l o c o m o c o n s e c u e n c i a d e la e n t r a d a
en vigor del Código P e n a l de 1 9 9 5 :
49
También incluye las libertades condicionales de españoles El n ú m e r o de a s u n t o s relativos a l i b e r t a d e s condicio-
residentes en el extranjero. Véase art. 197, RP. n a l e s r e s u e l t o s p o r los J u e c e s de vigilancia p e n i t e n c i a -
Véase www.poderjudicial.es ria h a sufrido u n d r á s t i c o r e c o r t e d e s d e 1 9 9 8 . Por lo d e -
52 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 53

más, las cifras obtenidas en 2000, inferiores, a su vez, u n incremento incesante y marcado desde comienzos
a las de 1998 y 1999, no se han vuelto a alcanzar en los de los ochenta, sobrepasando en número a los delitos a
años siguientes, a pesar del continuado incremento de partir de 2002. Por lo demás, la criminalidad española
población penada h a s t a la fecha. mantiene su tradicional estructura, con los hurtos y los
Asimismo, el número de libertades condicionales robos dando cuenta del 70% de las infracciones pena-
concedidas cayó bruscamente en 1997 y continúa des- les, quedando a u n a gran distancia porcentual el resto
cendiendo desde entonces. Como la población penada de delitos, patrimoniales o no 5 3 .
no h a dejado de crecer, el porcentaje de aplicación de Frente a esa realidad delincuencial, la realidad peni-
este beneficio sobre el total promedio de ella supone, tenciaria es bien distinta: España ostenta, en estos mo-
ahora, menos de la mitad de los valores de 1996 5 1 . mentos, t a s a s de encarcelamiento sólo superadas entre
los grandes países de la Unión Europea por Polonia e
3 . LA IMPRESCINDIBLE REFORMA DEL SISTEMA DE PENAS EN UNA Inglaterra y Gales; en el conjunto del continente euro-
SOCIEDAD DEMOCRÁTICA AVANZADA peo se encuentra en torno al valor promedio, el cual es
La tasa de criminalidad española se mantiene, desde especialmente alto por incluir a numerosos países de
hace años, entre las más bajas del conjunto de Europa, Europa oriental. La tendencia alcista de la población
encontrándose, por ejemplo, claramente por debajo de penitenciaria española se inició a mediados de los no-
la correspondiente a cualquiera de los grandes países venta, coincidiendo con la aplicación regular del nue-
de la Unión Europea 5 2 ; por otro lado, no h a registrado vo Código Penal, y se h a acelerado notablemente desde
u n a evolución preocupante en los últimos años: tras 2001. En cuanto a las tipologías delictivas que dan lu-
u n incremento fuerte y sostenido a lo largo de los años gar al encarcelamiento, no hay novedades desde hace
ochenta y u n a cierta estabilización h a s t a mediados de muchos años: cerca del 80% de todos los penados se
los años noventa del pasado siglo, inició, a partir de encuentran en prisión por la comisión de delitos patri-
ese momento, u n pausado incremento que se h a vis- moniales, singularmente hurtos y robos 5 4 .
to, incluso, algo frenado en los últimos tres años. Esta Lo que esas contrapuestas realidades pueden significar
evolución se ve, además, con u n a luz distinta cuando se aprecia a simple vista en el gráfico 15 expuesto en el
se comprueba que los delitos propiamente dichos h a n Capítulo anterior. Este desproporcionado uso de la prisión,
tenido, desde fines de los ochenta h a s t a la actualidad, que se acentuará en cuanto se sientan plenamente los efec-
u n a tendencia predominante a la baja o a la estabili- tos de las reformas de 2003, permite calificar al sistema de
dad, y que h a n sido las faltas las que h a n registrado penas español de anticuado, injusto e ineficaz.
Es u n sistema anticuado, porque España a ú n no se
51
Véase, igualmente, CID MOLINÉ, "The Penitentiary System in
Spain", Punishment and Society, n° 7, 2 0 0 5 , p s . 149-150. Ibídem.
52
Véase, al respecto, lo expresado en Capítulo I. Ibídem.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 55
54 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLES

fueran incrementos en el empleo de la prisión, y que


ha esforzado seriamente por encontrar alternativas a la se h a encargado de desmontar u n a b u e n a parte de los
pena de prisión, a diferencia de lo que h a hecho todo tímidos avances del nuevo Código, en especial mediante
el mundo desarrollado a lo largo de los años ochenta y las reformas que h a n tenido lugar en 2003.
noventa del pasado siglo. Este fenómeno de b ú s q u e d a Es, también, u n sistema injusto. Lo es, en primer lu-
de penas distintas a la cárcel no h a quedado confinado gar, por su rigor: los datos ofrecidos en la Segunda Parte
a aquellos países, como los escandinavos, que se h a n de este trabajo son suficientemente expresivos al res-
resistido con éxito a asumir el alarmista discurso de pecto; a ellos se puede, quizás, añadir que el período de
la inseguridad ciudadana 5 5 , sino que países que repre- estancia media en prisión del conjunto de la población
sentan el extremo opuesto, como Estados Unidos, tam- penitenciaria española duplica las cifras promedio eu-
bién h a n dedicado importantes esfuerzos a garantizar ropeas 5 8 . Pero su injusticia deriva, asimismo, de la in-
u n ámbito significativo de intervención al margen de la sostenibilidad del modelo: sólo 9 de los 47 países del
prisión: junto a los dos millones de reclusos, en Estados Consejo de Europa superan el nivel de hacinamiento de
Unidos tres millones de personas se hallan sometidas las prisiones españolas, y ello pese a tener u n a de las
a medidas de intervención penal extrapenitenciaria 5 6 . redes de establecimientos penitenciarios m á s modernas
El proceso de implantación del moderado intento de de Europa 5 9 ; los programas de reinserción social en las
renovación del sistema de penas que supuso el Código prisiones no acaban de despegar ante u n a s condiciones
Penal de 1995 h a sufrido u n proceso de frenado en dos de implementación tan desfavorables 60 ; y resulta inima-
fases, que le h a colocado, primero, en punto muerto y, ginable que la sociedad española esté en condiciones de
luego, en marcha de retroceso. La primera fase estuvo detraer los recursos necesarios para garantizar, mínima-
representada por la notoria falta de dotación de los re- mente, la exigencia de la Constitución española de que la
cursos personales y materiales necesarios para poner pena de prisión no prive al recluso de m á s derechos que
en marcha las nuevas penas, unida a u n a inexistente aquellos directamente vinculados a la condena.
reacción frente a las rutinas judiciales 5 7 . La segunda, Y el vigente sistema de penas resulta, por si fuera
por u n persistente discurso politicocriminal de las fuer- poco, ineficaz. Un modelo punitivo que pivotea sobre
zas políticas mayoritarias que renegó de todo lo que no la pena de privación de libertad, está desaprovechando

58
5
Véase LAPPI-SEPPÁLÁ, "Política criminal y p e n a s alternativas Así, datos de 2 0 0 3 m u e s t r a n q u e si la estancia media en
a lá prisión en los países escandinavos", trad. de Cerezo Domín- prisión del conjunto de los países del Consejo de E u r o p a e s t á
guez, Cuadernos de Política Criminal, 2 0 0 6 , passim. cifrada en 6,8 m e s e s , en E s p a ñ a la cifra alcanza los 13,5 m e s e s .
56 Véase GARCÍA ESPAÑA-PÉREZ JIMÉNEZ, "Evolución de la d e l i n c u e n c i a
Véanse WACQUANT, Las cárceles de la miseria, Alianza, 2 0 0 1 , en E s p a ñ a y Andalucía...", cit., p . 104.
p. 8 3 ; MARTÍNEZ ESCAMILLA, "La orgía del encarcelamiento en Estados
Véase GARCÍA ESPAÑA-PÉREZ JIMÉNEZ, ob. cit., p . 103.
Unidos y la ideología que la s u s t e n t a . Conversaciones con Terry
Véase CID MOLINÉ, "El s i s t e m a penitenciario en España",
Kupers", RECPC, 2 0 0 5 , h t t p / / c r i m i n e t . u g r . e s / r e c p c p . el 1-2.
57 Jueces para la Democracia, n° 4 5 , 2 0 0 2 , p s . 2 1 - 2 2 .
Véase, m á s ampliamente, en el Capítulo IV de esta obra.
56 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 57

nuevos medios de intervención penal acomodados a la lar su sistema de penas de forma que potenciara las pe-
sociedad en que vivimos. Es heredero todavía de u n Es- nas privativas de derechos ahora existentes y las amplia-
tado que se ve a sí mismo como mero garante del orden ra a ámbitos hasta el momento no abarcados. Frente al
público, y que por ello diseñó u n sistema de penas enfo- tosco recurso al encarcelamiento, u n cumplimiento exi-
cado a quitar de la circulación a los delincuentes. gente y reforzado de penas de inhabilitación profesional
Sin embargo, el Estado del bienestar h a generado o que priven de la posibilidad de realizar determinadas
nuevos bienes, de gran estima por los ciudadanos, dis- actividades sociales, de sanciones que conlleven aprecia-
tintos o anejos al de la libertad ambulatoria, cuya pri- bles prestaciones personales, o de reacciones que impi-
vación o reducción considerable podría prevenir con- dan al ciudadano beneficiarse de ayudas, subvenciones
ductas delictivas futuras con u n a eficacia semejante o u otro tipo de aportaciones sociales, puede convertirse
superior a la que se atribuye a la prisión. en uno de los medios preventivamente m á s eficaces para
Así, en la sociedad de consumo en la que vivimos, la transformación, dentro de u n escrupuloso respeto del
u n desarrollo riguroso de la pena de multa, ajustada, principio de proporcionalidad, del obsoleto sistema de
como permite nuestra actual legislación, a los ingresos penas que padece la sociedad española.
reales del culpable, puede afectar a su nivel y calidad de Por último, la práctica sancionadora no puede seguir
vida de u n modo lo suficientemente aflictivo como para utilizando en tan escasa medida las posibilidades que ya
que la citada sanción adquiera u n relevante significado le ofrecen algunas previsiones punitivas: se echan en falta
preventivo. Pero ello exige abandonar rutinas judiciales la organización, seguimiento y exigencia serios de progra-
que h a n desactivado el potencial de esta pena mediante mas curativos, formativos o con otra orientación resocia-
su aplicación diletante, y proporcionar a la administra- lizadora en el marco de la suspensión de la ejecución de
ción de justicia medios rápidos y sencillos que permitan la pena de prisión y de la libertad condicional. Tampoco la
determinar el nivel económico del delincuente, así como administración h a sido capaz de organizar u n buen siste-
imponer y asegurar el cumplimiento de sanciones pecu- ma de cumplimiento de la pena de trabajos comunitarios,
tan prometedora en ciertos niveles de criminalidad para
niarias de cuantía acorde con los fines pretendidos.
que el delincuente perciba los daños causados.
Del mismo modo, en el Estado intervencionista actual y
Se trata, en suma, de incorporar las nuevas realida-
en la limitada sociedad del bienestar que éste h a generado,
des y capacidades sociales a la hora de idear u n siste-
los poderes públicos han asumido u n papel cada vez mayor
m a justo y eficaz de sanciones penales, que h a devenido
en la regulación y promoción del desarrollo personal de sus inaplazable 61 . Lamentablemente, las reformas llevadas a
ciudadanos. Junto a la imprescindible reglamentación de cabo en 2003 se orientan, en su práctica totalidad, en la
actividades sociales muy diversas, se h a ido tejiendo u n a dirección equivocada, como ya se comienza a apreciar.
tupida red de incentivos, ayudas y auxilios sociales para
que el individuo, directamente o a través de los colectivos
Véase el modelo elaborado por el GRUPO DE ESTUDIOS DE POLÍTICA
económicos, sociales o de otro tipo en los que participa,
CRIMINAL, en s u Propuesta alternativa al sistema de penas y su ejecu-
pueda desarrollar su proyecto de vida personal. ción, y alas medidas cautelares personales, 2005, Tirant lo Blanch
El derecho penal debiera aprovechar ese hecho, de es- (distr.), que supone u n programa detallado y fundamentado de u n
casa relevancia en otras épocas históricas, para remode- sistema de penas y su ejecución acorde con esas características.
T

SEGUNDA PARTE
LOS NUEVOS M O D E L O S D E
INTERVENCIÓN PENAL

¡
i
SEGUNDA PARTE
LOS NUEVOS MODELOS DE
INTERVENCIÓN PENAL

CAPÍTULO III
LA CRISIS CONTEMPORÁNEA DE LOS
MODELOS DE INTERVENCIÓN PENAL

En la interpretación de la reciente evolución de la


política criminal española, tan pródiga en reformas pe-
nales, procesales y penitenciarias, los penalistas, en la
universidad y en la jurisdicción, muestran cierto des-
concierto a la hora de abordar su análisis crítico. Pa-
reciera como si los acontecimientos que se están pro-
duciendo no formaran parte del acervo de actuaciones
sociales cuya posible aparición, al margen de su plau-
sibilidad, había sido anticipada por los juristas. Esto
genera u n a extendida actitud de despectivo rechazo ha-
cia lo que se califica, sumariamente, como u n a política
criminal oportunista.
Sin echar en saco roto este último calificativo, con-
viene, sin embargo, que nos preguntemos por las razo-
nes de esa incapacidad que los expertos de la política
criminal tienen para analizar, con la necesaria ecuani-
midad, decisiones y actuaciones que, por muy impre-
vistas que sean, no se puede negar que gozan de u n

J
62 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLES
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 63

g e n e r a l i z a d o r e s p a l d o p o p u l a r y de u n i m p u l s o político
de a m p l i o e s p e c t r o ideológico. Creo q u e la explicación c o n s i d e r a u n a v i r t u d , a d e m á s d e u n signo i n e q u í v o c o
de s e m e j a n t e perplejidad se d e b e , en b u e n a m e d i d a , a de u n a s o c i e d a d b i e n i n t e g r a d a , q u e s u á r e a d e i n t e r -
q u e los p e n a l i s t a s e s t á n a n a l i z a n d o l a s t r a n s f o r m a c i o - v e n c i ó n s e a la m í n i m a i m p r e s c i n d i b l e . E n e s a a c t i t u d
n e s j u r i d i c o p e n a l e s e n c u r s o d e s d e u n m o d e l o analítico h a j u g a d o u s u a l m e n t e u n p a p e l i m p o r t a n t e la c o n s t a -
e q u i v o c a d o o, por mejor decir, en t r a n c e de s u p e r a c i ó n . t a c i ó n de la n a t u r a l e z a e s p e c i a l m e n t e aflictiva de l a s
Me refiero al m o d e l o p e n a l g a r a n t i s t a . s a n c i o n e s q u e le s o n p r o p i a s , q u e e s t i m a s u p e r i o r a la
de c u a l q u i e r otro m e d i o de i n t e r v e n c i ó n social, lo q u e
1. E L MODELO PENAL GARANTISTA
j u s t i f i c a r í a u n e m p l e o m u y c o m e d i d o d e e l l a s 6 2 . Se c o n -
vierte e n l u g a r c o m ú n q u e el d e r e c h o p e n a l sólo d e b e
E n efecto, conocido c o n diferentes d e n o m i n a c i o n e s a
a c t u a r frente a l a s infracciones m á s g r a v e s a los b i e n e s
lo largo del p a s a d o siglo XX, e s t e m o d e l o s e c a r a c t e r i z a m á s i m p o r t a n t e s , y ello sólo c u a n d o n o e x i s t a n o t r o s
en t o d o m o m e n t o por d e s a r r o l l a r u n a e s t r u c t u r a de in- m e d i o s s o c i a l e s m á s eficaces. Ello conlleva el olvido d e
t e r v e n c i ó n p e n a l a u t o l i m i t a d a , h a s t a el p u n t o de q u e se todo tipo d e p r e t e n s i o n e s e n c a m i n a d a s a s a l v a g u a r d a r ,
h a l l a m a d o a sí m i s m o " d e r e c h o p e n a l m í n i m o " , g i r a n d o a t r a v é s del d e r e c h o p e n a l , d e t e r m i n a d a s o p c i o n e s m o -
e n t o r n o a u n o s p o c o s p r i n c i p i o s q u e , a riesgo de s i m - r a l e s o ideológicas e n d e t r i m e n t o d e o t r a s .
plificar d e m a s i a d o , p o d r í a m o s e n u m e r a r c o m o s i g u e :
c. P r o f u n d a d e s c o n f i a n z a h a c i a u n equilibrado ejer-
a. La a t r i b u c i ó n de u n a eficacia l i m i t a d a a s u s g e n u i - cicio del p o d e r s a n c i o n a t o r i o por p a r t e de los p o d e r e s
n o s i n s t r u m e n t o s de i n t e r v e n c i ó n , la n o r m a y la s a n - p ú b l i c o s . El d e r e c h o p e n a l d e este modelo s e sigue decla-
ción p e n a l e s . É s t o s sólo d e s a r r o l l a r í a n efectos sociales r a n d o o r g u l l o s a m e n t e h e r e d e r o del liberalismo político,
p e r c e p t i b l e s en la m e d i d a en q u e se e n c u a d r a r a n e n y, e n c o n s e c u e n c i a , e s t i m a u n a de s u s p r i n c i p a l e s t a r e a s
u n c o n t e x t o m á s a m p l i o , el del c o n t r o l social e n g e n e - la de defender al c i u d a d a n o , d e l i n c u e n t e o n o , de los p o -
ral. Sólo e n t a n t o y en c u a n t o el s u b s i s t e m a de c o n t r o l sibles a b u s o s y a r b i t r a r i e d a d del E s t a d o punitivo. De a h í
p e n a l coincidiera e n s u s objetivos c o n los p r e t e n d i d o s q u e coloque la protección del d e l i n c u e n t e , o del c i u d a d a -
por el r e s t o de los s u b s i s t e m a s de c o n t r o l social -fa- n o potencial o p r e s u n t a m e n t e d e l i n c u e n t e , e n el m i s m o
milia, e s c u e l a , v i n c u l a c i o n e s c o m u n i t a r i a s , m e d i o l a b o - p l a n o q u e la t u t e l a de e s o s p r e s u p u e s t o s e s e n c i a l e s p a r a
ral, r e l a c i o n e s sociales, o p i n i ó n p ú b l i c a - y e n la m e d i d a la convivencia a c a b a d o s de aludir. Ello explicará las e s -
en q u e i n t e r a c c i o n a r a r e c í p r o c a m e n t e c o n ellos, h a b r í a t r i c t a s exigencias a satisfacer p o r los p o d e r e s p ú b l i c o s
g a r a n t í a s de q u e la i n t e r v e n c i ó n p e n a l p u d i e r a c o n - al e s t a b l e c e r los c o m p o r t a m i e n t o s delictivos y l a s p e n a s
d i c i o n a r los c o m p o r t a m i e n t o s sociales. De a h í q u e se p a r a ellos p r e v i s t a s , a la h o r a de verificar la c o n c u r r e n c i a
d e s c o n s i d e r a r a s u posible u s o c o m o ariete p r o m o t o r de de u n o s y la p r o c e d e n c i a de las o t r a s e n el c a s o c o n c r e -
t r a n s f o r m a c i o n e s e n los v a l o r e s sociales v i g e n t e s . to, y en el m o m e n t o de la ejecución de l a s s a n c i o n e s . El
b. D e l i b e r a d a r e d u c c i ó n de s u á m b i t o de a c t u a c i ó n
a la t u t e l a de los p r e s u p u e s t o s m á s e s e n c i a l e s p a r a
la convivencia. F r e n t e a las t e n d e n c i a s e x p a n s i v a s de
otros s e c t o r e s del o r d e n a m i e n t o j u r í d i c o , s i n g u l a r m e n t e Sobre el trasfondo incorrecto de este razonamiento, véase
del d e r e c h o a d m i n i s t r a t i v o , el d e r e c h o p e n a l g a r a n t i s t a DÍEZ RIPOLLÉS, La racionalidad de las leyes penales. Práctica y teo-
ría, Trotta, 2 0 0 3 , ps. 74, 141-143.
64 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 65

temor a u n u s o indebido del p o d e r punitivo conferido al r a n t i s m o a - r e c i e n t e s d e c i s i o n e s legislativas p e n a l e s , se


E s t a d o , q u e p u d i e r a t e r m i n a r afectando al c o n j u n t o de p i e r d e n e n el vacío d e la i n c o m p r e n s i ó n social. No s o n ,
los c i u d a d a n o s , i m p r e g n a todo el a r m a z ó n c o n c e p t u a l p o r lo d e m á s , objeto de u n a c u m p l i d a r é p l i c a p o r s u s
del d e r e c h o p e n a l g a r a n t i s t a , d e s d e los criterios con los p r o m o t o r e s , p o r q u e el n u e v o m o d e l o c a r e c e , t o d a v í a , d e
q u e se identifican los c o n t e n i d o s a proteger, h a s t a a q u e - u n a suficiente e s t r u c t u r a c i ó n c o n c e p t u a l y principial, la
llos q u e seleccionan las s a n c i o n e s a imponer, p a s a n d o c u a l t e r m i n a r á l l e g a n d o t a r d e o t e m p r a n o y, c o n ella, el
por los q u e se o c u p a n de e s t r u c t u r a r u n s i s t e m a de exi- m o d e l o a n t a g o n i s t a al del d e r e c h o p e n a l g a r a n t i s t a 6 3 .
gencia de r e s p o n s a b i l i d a d s o c i a l m e n t e c o n v i n c e n t e .
d. Existencia de límites t r a s c e n d e n t e s e n el empleo d e 2 . E L MODELO PENAL RESOCIALIZADOR
s a n c i o n e s p e n a l e s . Así, los efectos s o c i o p e r s o n a l e s p r e -
El n u e v o modelo q u e se e s t á a s e n t a n d o inició s u d e -
t e n d i d o s con la c o n m i n a c i ó n , imposición y ejecución de
venir en a l g u n o s s i s t e m a s j u r í d i c o s a n t e s q u e e n o t r o s , y
las p e n a s , por m u y n e c e s a r i o s q u e p a r e z c a n , en n i n g u -
en eso tiene m u c h o q u e ver el modelo p e n a l de i n t e r v e n -
n a c i r c u n s t a n c i a d e b e n s u p e r a r ciertos confines. U n o de
ción del q u e el modelo e n c i e r n e s se v a d e s v i n c u l a n d o .
ellos es el de la h u m a n i d a d de las s a n c i o n e s , q u e viene
E n efecto, d u r a n t e los a ñ o s s e s e n t a y s e t e n t a del si-
a expresar que determinadas sanciones, o determinadas
glo XX ciertos o r d e n a m i e n t o s j u r í d i c o s t o m a r o n u n a d e -
formas de ejecución de s a n c i o n e s , s o n i n c o m p a t i b l e s con
c i d i d a o r i e n t a c i ó n a favor d e lo q u e s e llamó "el m o d e l o
la dignidad de la p e r s o n a h u m a n a , por lo q u e n o p u e d e n
resocializador". E s t e m o d e l o s e i m p l a n t ó c o n t u n d e n t e -
i m p o n e r s e , c u a l q u i e r a q u e s e a la e n t i d a d lesiva del com-
m e n t e e n ciertos p a í s e s a n g l o s a j o n e s , d e m o d o e s p e c i a l
p o r t a m i e n t o o la i n t e n s i d a d de la r e s p o n s a b i l i d a d p e r s o -
E s t a d o s U n i d o s y G r a n B r e t a ñ a , a s í c o m o e n los e s c a n -
nal. Otro de los confines a n o s u p e r a r es el de la p r o p o r -
d i n a v o s , e n t r e o t r o s l u g a r e s . S u i m p u l s o lo recibía de la
cionalidad, en virtud del c u a l la p e n a d e b e a j u s t a r s e e n
"ideología del t r a t a m i e n t o " , la c u a l c o n s i d e r a b a q u e la
s u gravedad a la del c o m p o r t a m i e n t o delictivo al q u e se
legitimación del d e r e c h o p e n a l n a c í a de s u c a p a c i d a d
conecta, d e b i e n d o m a n t e n e r u n a c o r r e s p o n d e n c i a s u s -
p a r a resocializar al d e l i n c u e n t e , y q u e todo el i n s t r u -
tancial con él. F i n a l m e n t e , la p e n a d e b e f o m e n t a r o, al
mental penal debía reconducirse a esa finalidad.
m e n o s , no c e r r a r el p a s o a la reintegración en la sociedad
Se t r a t a b a d e u n a i d e a q u e y a t e n í a u n a l a r g a t r a d i -
del d e l i n c u e n t e , idea é s t a q u e se configura como u n d e -
ción, d e s d e los c o r r e c c i o n a l i s t a s e s p a ñ o l e s o p o s i t i v i s t a s
recho de todo c i u d a d a n o y se n u t r e t a n t o de u n a visión
i t a l i a n o s de la s e g u n d a m i t a d del XIX, p a s a n d o p o r las
incluyente del o r d e n social como del r e c o n o c i m i e n t o de
llamadas "escuelas intermedias" italiana y a l e m a n a de
la c u o t a de r e s p o n s a b i l i d a d de la sociedad e n la a p a r i -
los a ñ o s veinte y t r e i n t a y l a s t e o r í a s de la d e f e n s a social
ción del c o m p o r t a m i e n t o delictivo.
q u e florecieron en Italia y F r a n c i a en los a ñ o s c u a r e n t a
P u e s b i e n , la t e s i s q u e q u i s i e r a e x p o n e r a c o n t i n u a - y c i n c u e n t a , t o d a s del ú l t i m o siglo. Pero lo r e a l m e n t e
ción es la de q u e e s t e modelo y a n o n o s d a las claves n o v e d o s o fue q u e el c o n j u n t o de p a í s e s a c a b a d o s d e ci-
p a r a i n t e r p r e t a r los r e c i e n t e s c a m b i o s politicocrimina- t a r p r e t e n d i e r o n , d u r a n t e m á s de d o s d é c a d a s , configu-
les, por la sencilla r a z ó n de q u e é s t o s o b e d e c e n a u n a
n u e v a forma de configurar y m o d e l a r el c o n t r o l social
p e n a l . De a h í q u e las críticas q u e se h a c e n d e s d e el ga-
Véase el contenido del Capítulo VII.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 67
66 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES

ciones r e e d u c a d o r a s a los d e l i n c u e n t e s , de a h í q u e se
rar s u modelo de intervención penal de acuerdo con esa fomente u n u s o d e ella desprovisto, e n la m e d i d a d e lo
i d e a d e la resocialización del d e l i n c u e n t e . Ello implica- posible, de los c o m p o n e n t e s aflictivos y c o n c a r a c t e r í s t i -
b a u n a serie de d e c i s i o n e s significativas, e n t r e l a s q u e c a s d i v e r s a s s e g ú n las n e c e s i d a d e s de t r a t a m i e n t o a q u e
se p u e d e n destacar las siguientes: d e b a a t e n d e r . Por otro, se percibe q u e r e s u l t a difícil elu-
a. La p a u t a de actuación es, en efecto, la b ú s q u e d a de la dir las c o n s e c u e n c i a s n e g a t i v a s i n h e r e n t e s a todo i n t e r -
reintegración en la sociedad del delincuente, objetivo al q u e n a m i e n t o y se i m p u l s a n , s o b r e todo e n la s e g u n d a m i t a d
h a n de a c o m o d a r s e todos los d e m á s . Eso conlleva q u e los del período de vigencia del modelo resocializador p e n a s
otros efectos sociopersonales pretendidos tradicionalmente a l t e r n a t i v a s a la prisión con c a p a c i d a d e s p a r a c o n s e g u i r
por la pena, q u e d a r a n en u n s e g u n d o plano o sufrieran el m i s m o objetivo resocializador p e r o llevando el delin-
u n descrédito sin paliativos. É s t e era, sin d u d a , el caso de c u e n t e u n a vida total o p a r c i a l m e n t e e n libertad.
los dirigidos hacia el conjunto de la población, a saber, los
d. El a b o r d a j e de la d e l i n c u e n c i a s e c o n s o l i d a como
e n c a m i n a d o s a lograr u n a prevención general de los delitos
u n a t a r e a de e x p e r t o s . Sin d u d a , c o m p e t e a los profesio-
m e d i a n t e el aprovechamiento de los efectos mtimidatorio,
n a l e s de la policía y de la j u r i s d i c c i ó n , p e r o s o b r e m a n e r a
corrector de socializaciones defectuosas, o reforzador de
a u n c o n j u n t o de profesionales de las c i e n c i a s del com-
la adhesión a los valores sociales, q u e se s u s c i t a n en los
p o r t a m i e n t o q u e , a la b ú s q u e d a de l a s vías m á s efica-
c i u d a d a n o s q u e perciben la reacción social negativa q u e
ces p a r a o b t e n e r la reintegración social del d e l i n c u e n t e ,
el delincuente sufre t r a s la comisión de u n delito. Pero,
a p o r t a n m a s i v a m e n t e s u s c o n o c i m i e n t o s e n el m o m e n t o
también, q u e d a b a n oscurecidos ciertos efectos dirigidos de
de la d e t e r m i n a c i ó n de la p e n a y, s i n g u l a r m e n t e , d u r a n t e
modo directo a prevenir q u e el delincuente en concreto vol-
s u ejecución. Los políticos se i n m i s c u y e n poco e n lo q u e
viera a delinquir, como es el caso de la intimidación a s u
c o n s i d e r a n u n a labor técnica, y la c i u d a d a n í a e n general
comportamiento futuro q u e éste recibe m e d i a n t e la impo-
n o m u e s t r a d e m a s i a d o i n t e r é s , salvo s u c e s o s o c a s i o n a -
sición de la p e n a , o s u inocuización p a r a c a u s a r d a ñ o s a la
les, en lo q u e se h a c e con los d e l i n c u e n t e s .
sociedad m i e n t r a s d u r e s u e s t a n c i a en prisión.
Sin e m b a r g o , este modelo resocializador sufrió u n ge-
b . La o b t e n c i ó n de e s e objetivo resocializador exigía neralizado y rápido colapso d e s d e m e d i a d o s de los a ñ o s
a r r u m b a r c i e r t a s c a u t e l a s p r o p i a s del d e r e c h o p e n a l s e t e n t a del siglo XX e n los p a í s e s q u e m á s se h a b í a n invo-
clásico. Así, se d i f u m i n a n l a s r e f e r e n c i a s al h e c h o c o n - l u c r a d o en él 6 4 . U n a breve exposición de las r a z o n e s q u e
creto realizado a la h o r a de d e t e r m i n a r la r e s p o n s a b i l i - llevaron a tal d e s m o r o n a m i e n t o podría s e r como sigue:
dad de delincuente, p r e s t a n d o especial atención a s u s
a. C u n d e el d e s á n i m o e n t r e b u e n a p a r t e de s u s defen-
c o n d i c i o n a m i e n t o s p e r s o n a l e s y sociales e n el m o m e n t o
de delinquir. Se p r o m u e v e n l a s p e n a s i n d e t e r m i n a d a s ,
cuya duración y contenido q u e d a n directamente con- Un documento europeo especialmente ilustrativo en su mo-
d i c i o n a d o s p o r la evolución r e g i s t r a d a en el p r o c e s o de mento, fue el elaborado a mediados de los años 70, y publicado
r e i n t e g r a c i ó n e n la s o c i e d a d del d e l i n c u e n t e . en 1978 por el Comité Nacional Sueco para la Prevención del De-
c. La p e n a de prisión es objeto d e u n a valoración a m - lito, titulado, en su traducción española, "Un nuevo sistema de
bivalente. Por u n lado, se c o n s i d e r a q u e p r o p o r c i o n a u n penas. Ideas y propuestas", Anuario de derecho penal y ciencias
m a r c o espacial y r e g i m e n t a l q u e facilita las a p r o x i m a - penales, 1979, passim.
68 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES

sores respecto de la eficacia de las técnicas de tratamien-


to. Se extiende la idea de que se h a estructurado todo u n
sistema que, en último término, ofrece escasos frutos.
b. Se asienta la impresión de que el énfasis en la re-
socialización del delincuente constituía, objetivamente,
u n a cortina de h u m o que velaba las responsabilidades
de la sociedad en su conjunto, de los sectores socia-
les más favorecidos de ella, y de los propios órganos de
control en el surgimiento de la delincuencia o, inclu-
so, en la definición de lo que podía considerarse como CAPÍTULO IV
tal. Los movimientos propios de la criminología crítica EL NUEVO MODELO PENAL
juegan u n importante papel al respecto, desde fuera y
DE LA SEGURIDAD CIUDADANA
desde dentro del modelo resocializador.
c. Se reavivan los argumentos propios del modelo ga-
rantista que cuestionan la legitimidad de llevar a cabo
injerencias tan intensas sobre los derechos y la perso- Un autor británico, Garland, h a puesto de manifiesto
nalidad del individuo delincuente. Se reclama, por u n que todas esas modificaciones en los modelos de inter-
lado, el restablecimiento de las garantías individuales vención penal al uso se limitan a reflejar u n cambio
vinculadas a que la responsabilidad derive exclusiva- más profundo de las creencias y formas de vida de la
mente del hecho concreto realizado, a penas de duración sociedad moderna, el cual estaría transformando la po-
determinada y a la reducción del arbitrio judicial y peni- lítica criminal. A tales efectos, colocándose en u n nivel
tenciario. Se cuestionan, por otro lado, las pretensiones de análisis superior, h a intentado identificar u n conjun-
resocializadoras en la medida en que, con frecuencia, no to de rasgos que responderían a esos cambios en las ac-
se limitan a asegurar el futuro acatamiento externo de titudes sociales, y que constituirían, al mismo tiempo,
la norma por parte del delincuente, sino que aspiran a u n buen compendio del nuevo modelo de intervención
modificar profundamente la personalidad de éste. penal en curso 6 5 . Esas características h a n sido formu-
d. Otros efectos sociopersonales de la pena, como la ladas desde la experiencia reciente estadounidense y
intimidación al conjunto de la sociedad, o la intimidación británica, es decir, en relación con sistemas jurídicos
o inocuización del delincuente, recuperan su prestigio. La que respondían, h a s t a hace poco tiempo, al modelo pe-
eficacia de lo primero exige catálogos de penas que guar-
nal resocializador. Sin embargo, considero que desenro-
den proporción con la gravedad de la conducta realizada,
al margen de las características del delincuente. El desa- llan u n buen hilo conductor de las modificaciones que,
rrollo de lo segundo supone olvidar la exigencia de propor-
cionalidad cuando estemos ante delincuentes reinciden-
tes, cuya confrontación exige largas condenas de prisión
en buena medida ajenas a la evolución del interno. Véase GARLAND, The culture of control, The University of
Chicago Press, 2 0 0 1 , passim, y, sintéticamente, p s . 6-20.
70 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 71

con m á s r e t r a s o , se e s t á n p r o d u c i e n d o e n los s i s t e m a s
p e n a n c o m p o r t a m i e n t o s delictivos h a b i t u a l m e n t e lleva-
j u r í d i c o s h a s t a a h o r a m á s v i n c u l a d o s al m o d e l o p e n a l
d o s a c a b o p o r s e c t o r e s s o c i a l m e n t e privilegiados 6 6 .
g a r a n t i s t a , como es el c a s o de la m a y o r p a r t e de los or- Sin e m b a r g o , sólo u n o s p o c o s a ñ o s m á s t a r d e , p r e d o -
d e n a m i e n t o s e u r o p e o s e i b e r o a m e r i c a n o s . Si e s t o fue- m i n a e n la opinión p ú b l i c a u n a a c t i t u d r e s i g n a d a frente
r a así, n o sólo h a b r í a m o s e n c o n t r a d o el i n s t r u m e n t o a los o b s t á c u l o s c o n q u e h a t r o p e z a d o el i n t e n t o d e a s e -
analítico q u e b u s c á b a m o s e n el c a p í t u l o anterior, sino g u r a r la operatividad sin e x c e p c i o n e s del n u e v o catálogo
q u e , a d e m á s , t e n d r í a m o s y a identificados los r u d i m e n - de delitos del Código Penal. Las c a u s a s d e tal p e s i m i s m o
tos del n u e v o m o d e l o de i n t e r v e n c i ó n p e n a l y s e n t a d a s , s o n d i v e r s a s : p o r u n lado, se tiene la i m p r e s i ó n de q u e
p o r t a n t o , l a s b a s e s d e s u crítica. los p o d e r o s o s , m e d i a n t e a s e s o r a m i e n t o s técnicos sólo
I n s p i r a d o e n b u e n a m e d i d a e n el c i t a d o a n á l i s i s d e accesibles a p e r s o n a s c o n s u nivel e c o n ó m i c o o r e s p a l d o
Garland, expongo a continuación las que considero político, h a n sido c a p a c e s d e explotar h a s t a límites a b u -
i d e a s m o t o r a s del n u e v o m o d e l o de i n t e r v e n c i ó n p e n a l sivos las g a r a n t í a s del d e r e c h o p e n a l y p r o c e s a l p e n a l ,
q u e se e s t á c o n f i g u r a n d o , e m p l e a n d o c o m o o r d e n a - l o g r a n d o así eludir e n g r a n m e d i d a la p e r s e c u c i ó n p e -
n a l , la c o n d e n a o el c u m p l i m i e n t o d e l a s s a n c i o n e s . E n
m i e n t o j u r í d i c o d e r e f e r e n c i a al e s p a ñ o l .
s e g u n d o lugar, se h a g e n e r a d o la p e r c e p c i ó n social d e
q u e e n t o d a s e s a s i n t e r v e n c i o n e s p e n a l e s r e s u l t a difícil
1. PROTAGONISMO DE LA DELINCUENCIA CLÁSICA
eludir el a p r o v e c h a m i e n t o sectario del a s u n t o p o r p a r t e
La d e l i n c u e n c i a clásica, esto es, la q u e gira e n t o r n o de los a g e n t e s políticos; el f e n ó m e n o d e la judicialización
a los delitos c o n t r a i n t e r e s e s individuales, e s p e c i a l m e n t e de la política t e r m i n a d e j a n d o e n s e g u n d o p l a n o la veri-
los de la vida e integridad, p r o p i e d a d , y libertad e n s u s ficación de la r e a l i d a d y la valoración d e la g r a v e d a d d e
diversas facetas, q u e d u r a n t e dos siglos h a c o n s t i t u i d o el las c o n d u c t a s e n j u i c i a d a s , s e p u l t a d a s bajo a c u s a c i o n e s
g r u e s o de los a s u n t o s a b o r d a d o s en la j u r i s d i c c i ó n p e n a l , recíprocas de conductas semejantes.
h a s u p e r a d o el riesgo de p é r d i d a de p r o t a g o n i s m o q u e en Un factor adicional, e n a b s o l u t o d e s d e ñ a b l e , h a sido la
a l g ú n m o m e n t o se p e n s ó q u e iba a sufrir. E n efecto, d u - a c t i t u d c o n t e m p o r i z a d o r a d e la d o c t r i n a p e n a l con los o b s -
r a n t e las ú l t i m a s d é c a d a s d e la s e g u n d a m i t a d del siglo táculos surgidos e n la p e r s e c u c i ó n de este tipo de delin-
XX, p a r e c í a a s e n t a r s e la idea de q u e el d e r e c h o p e n a l cuencia: lo q u e comenzó s i e n d o u n a p r e o c u p a c i ó n , por las
d e b í a e x t e n d e r s u á m b i t o de aplicación a la criminalidad dificultades c o n c e p t u a l e s e n c o n t r a d a s a la h o r a d e encajar
las n u e v a s formas de delincuencia p r o p i a s de los podero-
p r o p i a de los p o d e r o s o s , y c i e r t a m e n t e se p r o d u j e r o n en
el á m b i t o legislativo a v a n c e s m u y significativos e n ese
sentido, de e n t r e los q u e e s s i n g u l a r ejemplo el r e n o v a d o
catálogo de delitos i n t r o d u c i d o por el Código Penal e s p a - No creo que la extendida persecución de los delitos rela-
ñol de 1 9 9 5 . T a m b i é n se h a n r e g i s t r a d o esfuerzos, por cionados con drogas deba incluirse entre la criminalidad de los
p a r t e de d e t e r m i n a d o s s e c t o r e s j u d i c i a l e s , p a r a t o m a r s e poderosos, dado el ambiente socialmente marginal en el que se
mueve, y sin perjuicio de los importantes beneficios que ciertos
en serio las a n t i g u a s y n u e v a s previsiones legales q u e sectores de tal delincuencia obtienen.
72 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 73

sos en los modelos de descripción legad y de persecución Frente al desdibujamiento que los problemas ante-
del derecho penal tradicional, ha acabado dando lugar a dichos parecen crear sobre la criminalidad de los pode-
propuestas que conducen a u n a rebaja significativa en la rosos 5 8 , la delincuencia clásica está m á s presente que
intensidad de persecución de esa criminalidad. Resulta n u n c a en el imaginario colectivo.
sintomático que la discusión teórica sobre la indebida "ex-
pansión del derecho penal" no verse, como pudiera ima- 2. PREVALENCIA DEL SENTIMIENTO COLECTIVO DE INSEGURIDAD
ginarse u n profano, sobre las continuas reformas legales CIUDADANA
encaminadas a endurecer el arsenal punitivo disponible La consolidación de la delincuencia clásica encuen-
contra la delincuencia clásica sino que, muy al contrario, tra u n apoyo inestimable en la generalización del senti-
tenga como primordial objeto de reflexión la conveniencia miento colectivo de inseguridad c i u d a d a n a : como con-
de asegurar a la nueva criminalidad u n a reacción penal
notablemente suavizada en s u s componentes aflictivos.
Ello se pretende legitimar mediante la contrapartida de
dirigidas mayoritariamente contra la delincuencia callejera y clá-
u n incremento de la efectividad del derecho penal en ese sica y, por tanto, contra los sectores sociales más desfavorecidos y
ámbito, a lograr mediante u n a disminución de las garan- los marginados. Y el desenfoque de ese análisis se acentúa, por lo
tías penales, nunca suficientemente concretada, tampoco demás, cuando se percibe que, para Silva, lo que marca la pauta
justificada y, mucho menos, creíble 67 . en la expansión del derecho penal son precisamente las exigencias
de "modernización" y no las de "seguridad ciudadana".
En resumidas cuentas, a mi juicio el análisis de Silva adolece
de u n defecto original: concibe la expansión del derecho penal
En la discusión española, y probablemente en la europea como u n movimiento contra los poderosos, siendo así que, des-
en general, ha formulado la propuesta más perfilada SILVA SÁN- afortunadamente, la nueva política criminal tiene como preferen-
CHEZ, La expansión del derecho penal. Aspectos de la política cri- te objeto de atención, tanto cuantitativa como cualitativamente, a
minal en las sociedades postindustriales, 2 a ed., Civitas 2001. En las clases sociales más desfavorecidas y a la delincuencia clásica.
esta segunda edición de la obra, en contraste con lo que sucedía Sobre todo esto nos ocuparemos con detalle en el Capítulo VIL
en la primera de 1999, el autor ha empezado a caer en la cuenta Que tal difuminación de los perfiles de este tipo de delin-
de que el fenómeno de expansión de la criminalización que pade- cuencia empieza a tener consecuencias prácticas es algo eviden-
cemos ya no gira tanto en torno a las nuevas formas de delincuen- te si se analizan ciertas medidas pretendidamente encaminadas
cia socioeconómica -por utilizar un término simplificador- como a mejorar la efectividad de su persecución, como es el caso de
en derredor de la delincuencia clásica a partir de las demandas de la recientemente introducida obligación del ministerio fiscal de
"ley y orden". Sin embargo, la inercia del análisis ya desarrollado poner en conocimiento de los sospechosos el contenido de las
en la primera edición le juega una mala pasada. Le conduce a diligencias de investigación a ellos afectantes o la limitación de la
intentar explicar dos fenómenos reales, pero que se mueven en duración de tales diligencias a seis meses, salvo prórroga acorda-
buena parte en direcciones opuestas, como si respondieran a las da por el fiscal general del Estado -reforma del Estatuto Orgánico
mismas causas y a las mismas exigencias ideológicas. Me refie- del Ministerio Fiscal por LO 14/2003-, o la significativa eleva-
ro, por un lado, a la llamada "modernización" del derecho penal, ción, en términos absolutos, de los cuantías monetarias mínimas
orientada sustancialmente contra la criminalidad de los podero- para que concurran delitos socioeconómicos, como el abuso de
sos, y, por otro lado, a las demandas de "seglaridad ciudadana". información privilegiada en la Bolsa, o los contrarios a la Hacien-
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 75
74 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES
se producen, además, en u n contexto peculiar, con dos
secuencia de u n a diversidad de factores, algunos de rasgos especialmente significativos:
los cuales serán aludidos más adelante 6 9 , desde hace Por u n a parte, la extendida sensación en la sociedad
u n o s se h a incrementado, años en la población, tanto de que las cosas van cada vez peor en temas de preven-
la preocupación en general sobre la delincuencia como ción de la delincuencia, sensación que se proyecta en
el miedo a ser víctima de u n delito 70 . Tales actitudes u n a escasa confianza en la capacidad de los poderes pú-
blicos para afrontar el problema. Por otra, h a desapare-
cido la actitud de comprensión hacia la criminalidad tra-
da pública o la Seguridad Social -reforma de los arts. 285, 305, dicional, en especial hacia la pequeña delincuencia, acti-
307, 308 y 310 del Código Penal en virtud de la LO 15/2003-. tud muy difundida en los años setenta y ochenta, que se
Con todo, se han de saludar los positivos efectos que para una fundaba en u n a comprensión del delincuente como u n
seria persecución de la delincuencia socioeconómica habrán de ser socialmente desfavorecido y marginado al que la so-
tener las previsiones contenidas en la LO 7/2003, relativas a ciedad estaba obligada a prestar ayuda; ahora los delin-
la necesaria satisfacción de la responsabilidad civil derivada del
delito para acceder a la libertad condicional o al tercer grado de
cuentes son vistos, sin que procedan distinciones según
ejecución de la pena de prisión -arts. 90.1, p. 2, Código Penal, la gravedad o frecuencia de su comportamiento delictivo,
72.5 y 6 de la Ley General Penitenciaria, entre otros preceptos-. como seres que persiguen sin escrúpulos y en pleno uso
Entre los cuales no puede ser el más importante el efectivo de su libre arbitrio intereses egoístas e inmorales, a costa
incremento de la tasa de criminalidad en España, que pese al au- de los legítimos intereses de los demás. Se h a n puesto
mento, ya moderado, de los últimos años, sigue estando por deba- de moda calificaciones como las de "predador sexual",
jo de los países de nuestro entorno. Véase lo dicho en Capítulo I. "criminal incorregible", "asesino en serie", "jóvenes des-
70
Si la delincuencia y la inseguridad ciudadana eran men- almados", que reflejan acertadamente el nuevo estatus
cionadas, a mediados de 2001, como uno de los tres problemas social, deshumanizado, del delincuente.
principales de España por el 9% de los españoles, lo que les co-
locaba en quinto o sexto lugar de la lista de preocupaciones de Por lo demás, esa preocupación o miedo por el delito
la comunidad, durante la mayor parte del año 2003 se referían ya no se concentran en los ámbitos sociales más cons-
a ellas porcentajes iguales o superiores al 20%, habiéndose con- cientes o temerosos de la delincuencia, sino que se h a n
solidado como la tercera preocupación más importante. De modo extendido a sectores sociales antes relativamente dis-
equivalente, a mediados de 2001 el miedo a sufrir un delito era tanciados de tales sentimientos. La preeminencia de los
uno de los tres problemas personales más importantes mencio-
nado por alrededor del 9% de los encuestados, ocupando el cuar- espacios dedicados a la crónica criminal en los más di-
to o quinto lugar en el catálogo de problemas personales de los versos medios de comunicación, donde ya no es extraño
españoles, mientras que bien entrado 2003 lo consideraban uno que ocupe los primeros titulares, tiene que ver sin duda,
de los tres primeros problemas personales entre el 15 y el 20% de aunque no exclusivamente, con el eco que tales informa-
los encuestados, ocupando entre el segundo y tercer puesto en el ciones suscitan en capas amplias de la población 71 .
listado de problemas personales. Véase CIS, "Barómetros men-
suales". Un estudio reciente sobre las características del miedo
al delito en España se encuentra en MEDINA ARIZA, "Inseguridad
ciudadana, miedo al delito y policía en España", RECPC, 2003,
n° 5-03, ps. 3:6 a 12, y 3:16 a 18. Sobre la controvertida discusión respecto a qué es causa y
76 J O S É LUIS DIEZ RIPOLLES
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 77
Ello h a permitido que el miedo o la preocupación por
el delito se hayan afincado en la agenda social entre acción penal 16 suficientemente limitada como para no
los asuntos m á s relevantes y, lo que es a ú n m á s signi- condicionar los intereses públicos que en ella se están
ficativo, que la persistencia y arraigo de tales actitudes sustancialmente dilucidando. En cualquier caso, pare-
se haya convertido en u n problema social en sí mismo. cía evidente que u n correcto entendimiento de la utili-
En efecto, resulta fácil apreciar que u n buen número dad pública impedía contraponer toscamente los intere-
de programas de intervención penal son diseñados no ses de las víctimas con los intereses de los delincuentes
tanto para reducir efectivamente el delito, cuanto para por u n juicio justo y por u n a ejecución penal atenta a
disminuir las generalizadas inquietudes sociales sobre sus necesidades de reintegración social. Ni siquiera el
la delincuencia 72 . reciente desarrollo de la victimología, con s u realce de
medidas penales reactivas atentas a satisfacer los inte-
3 . SUSTANTIVIDAD DE LOS INTERESES DE LAS VÍCTIMAS reses de la víctima, puso en cuestión la debida conside-
Durante mucho tiempo, los intereses de las víctimas ración de los intereses del delincuente condenado.
han quedado subsumidos en los intereses públicos. Sin embargo, la plausible atención a los intereses
Su tutela se obtenía en la medida en que la incidencia de las víctimas h a adquirido, en los últimos tiempos,
del delito sobre determinados ciudadanos suponía u n algunos sesgos novedosos: ante todo, son las deman-
perjuicio a los intereses de la sociedad en su conjunto. das de las víctimas reales o potenciales, cuando no de
De hecho, este requisito sigue fundamentando la ca- víctimas arquetípicas sin existencia real ni posible, las
racterización del derecho penal como u n sector del de- que guían el debate politicocriminal, arrumbándose re-
recho público, diferenciado del derecho privado. Se h a flexiones m á s complejas, atentas al conjunto de necesi-
sostenido, incluso, el principio de neutralización de la dades colectivas. En segundo lugar, el protagonismo de
víctima, con el que se quiere expresar que las víctimas los intereses y sentimientos de las víctimas no admite
deben de tener u n a capacidad de intervención en la re- interferencias, de m a n e r a que la relación entre delin-
cuente y víctima h a entrado en u n juego de suma-cero:
cualquier ganancia por parte del delincuente, por ejem-
plo, en garantías procesales o en beneficios penitencia-
qué efecto en la relación entre interés social por la delincuencia rios, supone u n a pérdida para las víctimas, que lo ven
y atención a ella por los medios, véanse referencias en DÍEZ RIPO- como u n agravio o u n a forma de eludir las consecuen-
LLÉS., La racionalidad..., cit., p s . 2 5 - 2 7 . cias de la condena; y, en menor medida, lo mismo vale
Esta pretensión h a sido u n o de los nichos m á s fructíferos a la inversa, todo avance en la mejora de la atención a
de la legislación simbólica, la q u e utiliza el derecho penal p a r a las víctimas del delito es bueno que repercuta en u n
fines ajenos a aquellos q u e f u n d a m e n t a n el u s o del derecho p e -
empeoramiento de las condiciones existenciales del de-
nal. Véase DÍEZ RIPOLLÉS, "El derecho penal simbólico y los efectos
de la pena", en, del mismo, Política criminal y derecho penal, Ti- lincuente. Y es que, finalmente, lo que se h a producido
rant, 2 0 0 3 , p s . 8 0 y s s . es u n a inversión de papeles: es ahora la víctima la que
subsume, dentro de s u s propios intereses, los intereses
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 79
78 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES
4. POPULISMO. Y_ POLITIZACIÓN
de la sociedad; son sus sentimientos, sus experiencias Los agentes sociales que resultan determinantes en
traumáticas, s u s exigencias particulares los que asu- la adopción y contenido de las decisiones legislativas
men la representación de los intereses públicos; éstos penales, h a n sufrido modificaciones de gran calado.
deben personalizarse, individualizarse, en demandas Ante todo, los conocimientos y opiniones de los exper-
concretas de víctimas, grupos de víctimas, afectados o tos se h a n desacreditado. Ello reza, desde luego, para
simpatizantes. El principio de neutralización h a modi- las aportaciones procedentes de u n a reflexión teórica
ficado su curso: a las víctimas se les encomienda la ta- que, paradójicamente, h a logrado, en el ámbito de la in-
rea de asegurar que argumentaciones complejas y ma- terpretación y sistematización de la ley penal, niveles de
tizadas de los poderes públicos, que pretendan abarcar precisión y rigurosidad conceptuales inalcanzables por
intereses sociales contrapuestos, sean mantenidas lo otros sectores del ordenamiento jurídico; s u s disquisi-
suficientemente alejadas como para que no interfieran ciones h a n dejado de ser, no ya sólo comprensibles, sino
en la adecuada satisfacción de los intereses de los di- dignas de comprensión para influyentes sectores socia-
rectamente afectados por el delito 73 . les. Pero la reputación de los especialistas insertos en
la práctica judicial o de la ejecución de penas también
se encuentra malparada; los jueces son vistos como u n
colectivo poco fiable que adopta, con frecuencia, deci-
Un ejemplo bien ilustrativo de hasta dónde se puede llegar siones alejadas del sentido común, y a los funcionarios
por este camino lo constituyen dos prácticas que se han asentado de ejecución penal parece sólo preocuparles el bienes-
en EE.UU. en relación con la aplicación de la pena de muerte. tar de los delincuentes. Sólo la pericia policial, en su
Por la primera de ellas, a efectos de decidir si en un caso de ase-
sinato se debe imponer la pena de muerte o basta con u n a pena doble faceta preventiva de delitos y perseguidora de los
privativa de libertad, la fiscalía puede fundamentar su petición ya cometidos, sigue siendo considerada imprescindible;
de pena capital, al margen de en la gravedad del hecho cometi- en este caso, sus eventuales insuficiencias no llevan a
do, en los graves sufrimientos que la pérdida del ser querido ha cuestionar la utilidad de sus conocimientos, sino a pro-
causado entre sus parientes y allegados, lo que materializa me- poner su perfeccionamiento y mejora 74 .
diante la presentación de una "declaración de impacto sobre las
víctimas", donde recoge los testimonios y dictámenes pertinentes.
Por la segunda, ciertos Estados justifican la autorización para que
los familiares y allegados de la víctima presencien la ejecución del
delincuente en el ambiguo concepto psicológico de "punto final" Según una encuesta del Instituto Opina para el diario El
(closure), que expresaría que los perjudicados por el asesinato re- País, realizada a fines de 2003, las cinco instituciones mejor va-
cuperan la tranquilidad anímica perdida desde que se produjo el loradas por los españoles son, por este orden, la guardia civil, la
suceso y prolongada durante todo el proceso judicial, cobertura monarquía, la policía nacional, las comunidades autónomas, y la
mediática..., etc., una vez que perciben directamente la muerte policía municipal. El sistema judicial aparece en el último lugar
del causante de todas esas perturbaciones. Véase, sobre estas dos de las instituciones listadas en la pregunta, en el puesto número
manifestaciones, ZIMRING, The Contradictions of American Capital 14. Véase El País, 6/ 12/03.
Punishment, Oxford University Press, 2003, ps. 51-64.
80 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 81

E n c o n t r a p a r t i d a , la e x p e r i e n c i a c o t i d i a n a del p u e b l o , s e n s o social, p de c u a l q u i e r otro r e c u r s o r e t ó r i c o . Ello


s u p e r c e p c i ó n i n m e d i a t a d e la r e a l i d a d y los conflictos p e r m i t e a l a s f u e r z a s políticas e s t a b l e c e r u n a r e l a c i ó n
sociales, h a n p a s a d o a s e r u n factor d e p r i m e r a i m p o r - i n m e d i a t a e n t r e l a s d e m a n d a s p o p u l a r e s y la configu-
t a n c i a a la h o r a de configurar l a s leyes p e n a l e s , y p u g n a r a c i ó n del d e r e c h o p e n a l , y recolectar, ello m e d i a n t e , los
por serlo t a m b i é n en la a p l i c a c i ó n legal. Lo n o v e d o s o , i m p o r t a n t e s r é d i t o s políticos q u e e s t a p r e t e n d i d a d e m o -
sin e m b a r g o , n o es q u e t a l e s e x p e r i e n c i a s y p e r c e p c i o - cracia directa75 suministra.
n e s c o n d i c i o n e n la c r e a c i ó n y a p l i c a c i ó n del D e r e c h o , E s t a d i n á m i c a p o p u l i s t a y politizada t i e n e u n a serie
algo legítimo e n t o d a s o c i e d a d d e m o c r á t i c a , s i n o el q u e d e r a s g o s , e n t r e los q u e q u i z á s c o n v e n g a d e s t a c a r a h o -
d e m a n d e n s e r a t e n d i d a s sin i n t e r m e d i a r i o s , sin la in- r a d o s de ellos.
terposición de n ú c l e o s e x p e r t o s d e reflexión q u e v a l o r e n El p r i m e r o p o n d r í a de relieve q u e el d e s c r é d i t o d e
las c o m p l e j a s c o n s e c u e n c i a s q u e t o d a decisión p e n a l los e x p e r t o s h a p a s a d o de l a s p a l a b r a s a los h e c h o s : al
conlleva. Los p o r t a d o r e s de e s o s n u e v o s c o n o c i m i e n t o s inicial d i s t a n c i a m i e n t o o i n c o m p r e n s i ó n h a c i a s u s p r o -
s o n la o p i n i ó n p ú b l i c a c r e a d a p o r los m e d i o s p o p u l a r e s p u e s t a s o modo de proceder, h a sucedido u n a activa
de c o m u n i c a c i ó n social, l a s v í c t i m a s o g r u p o s de vícti- política e n c a m i n a d a a p r i v a r l e s del m a r g e n d e d i s c r e -
m a s y, e n ú l t i m o t é r m i n o , el p u e b l o llano. c i o n a l i d a d q u e , d e b i d o a s u pericia, g o z a b a n e n s u co-
P a r a q u e e s t o s ú l t i m o s a g e n t e s sociales p u e d a n r r e s p o n d i e n t e á m b i t o d e c i s i o n a l . E j e m p l o s al r e s p e c t o
a s e n t a r s u relevancia, es p r e c i s o q u e los a g e n t e s i n s t i - s o b r a n e n e s t o s m o m e n t o s , e s p e c i a l m e n t e e n el c a m p o
t u c i o n a l e s d i r e c t a m e n t e v i n c u l a d o s c o n la c r e a c i ó n del
d e r e c h o o t o r g u e n a las d e m a n d a s p o p u l a r e s u n a c c e s o
privilegiado, m e d i a n t e el q u e p u e d a n e l u d i r los h a b i t u a -
"Democracia directa" que abusa de las tramitaciones ur-
les c o n t r o l e s b u r o c r á t i c o s q u e e n t o d a d e m o c r a c i a v e l a n
gentes, que busca premeditadamente introducir importantes re-
por el f u n d a m e n t o de l a s iniciativas legislativas. A e s t a formas del Código Penal en los últimos trámites parlamentarios
labor se a p l i c a n en los ú l t i m o s t i e m p o s , c o n e x t r e m a d o -léase Senado-, o que aprovecha leyes, penales o no, con obje-
celo, fuerzas políticas de t o d o el e s p e c t r o ideológico. Las tivos muy precisos para colar de rondón reformas penales cuya
vías p a r a s u éxito t r a n s i t a n , d e f o r m a s i n g u l a r a u n q u e discusión parlamentaria se quiere evitar. Véanse las importantes
n o exclusiva, por la a c e l e r a c i ó n del tempo legiferante y reformas de la Ley de Responsabilidad Penal de los Menores que
se incluyeron en las LLOO 9/2002, de reformas de los Códigos
la irrelevancia, c u a n d o n o e l i m i n a c i ó n , del d e b a t e p a r l a -
Penal y Civil en materia de sustracción de menores, y 15/2003,
m e n t a r i o e, i n c l u s o , del g u b e r n a m e n t a l ; se t r a t a de q u e de modificación del Código Penal; o las irregularidades procedi-
los políticos p u e d a n justificar la o m i s i ó n de a q u e l l a s fa- mentales legislativas que han acompañado la incorporación al
s e s p r o c e d i m e n t a l e s e n l a s q u e el p r o t a g o n i s m o c o r r e s - Código Penal de los arts. 506bis, 52Ibis y 576bis, relativos a la
p o n d e a profesionales e x p e r t o s e n v i r t u d de la u r g e n c i a convocatoria de referenda ilegales y de allegamiento de fondos
o del c a r á c t e r i n d i s c u t i b l e de l a s d e c i s i o n e s a t o m a r , se para asociaciones y partidos políticos ilegales, entre otros su-
puestos. Véase también GONZÁLEZ CUSSAC, . "La contrarreforma
r e v i s t a n tal u r g e n c i a e i n a p e l a b i l i d a d del c o n c e p t o d e
penal de 2003. Nueva y vieja política criminal", Revista Xuridica
a l a r m a social, de p e r e n t o r i e d a d del p r o b l e m a , de c o n - Galega, n° 38, 2003, ps. 19-21, 32.
82 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 83

de la determinación de la pena y de su ejecución: es el


5 . REVALORIZACION D E L C O M P O N E N T E AFLICTIVO D E LA PENA
caso de la reducción del arbitrio judicial a la hora de
sustituir la pena o medida de seguridad, o el resto de La preeminencia obtenida por los intereses de las
pena por cumplir, impuestas a u n extranjero residen- víctimas y el populismo h a n dado respetabilidad social
te ilegal por su expulsión del territorio nacional, o las a ciertos sentimientos cuya demanda de satisfacción,
restricciones en la aplicación del tercer grado, la liber- en otros tiempos, se comprendía pero no se atendía; me
tad condicional, los permisos de salida o los beneficios refiero a los sentimientos de venganza, tanto de las víc-
penitenciarios, introducidas, respectivamente, en las timas y s u s allegados como de la población en general.
LLOO 1 1 / 2 0 0 3 y 7 / 2 0 0 3 7 6 . A este factor se h a n añadido otros dos que h a n ter-
El segundo rasgo se enuncia con facilidad: el manejo minado de reforzar u n a transformación significativa del
excluyente por la plebe y los políticos del debate poli- conjunto de objetivos a satisfacer por la pena:
ticocriminal, h a conducido a u n marcado empobreci- Así, la resocialización del delincuente, pese a su so-
miento de sus contenidos. Frente a la mayor pluralidad porte constitucional, h a dejado de tener los apoyos so-
de puntos de vista que hubiera cabido esperar de la di- ciales suficientes para constituirse en u n objetivo des-
recta implicación de esos nuevos agentes sociales en la tacado de la ejecución penal. Ciertamente su cuestio-
discusión sobre las causas y remedios de la delincuen- namiento se inició entre los expertos, como m á s arriba
cia, lo que h a sobrevenido es u n debate uniforme y sin hemos señalado 7 8 , y tuvo u n a notable influencia en la
matices, en el que se descalifica cualquier postura que reestructuración del modelo juridicopenal en ordena-
conlleve u n a cierta complejidad argumental o distan- mientos que habían apostado, casi en exclusiva, por el
ciamiento hacia la actualidad m á s inmediata. El afán efecto resocializador de la pena. Pero la formulación de
por satisfacer, antes y m á s que el otro, las m á s super- tales objeciones se inició hace ya más de dos décadas,
ficiales demandas populares, h a metido a los partidos y desde entonces se h a matizado notablemente la per-
mayoritarios y s u s acólitos en u n a atolondrada carrera cepción experta sobre el tratamiento de los delincuen-
por demostrar que son los más duros ante el crimen, y tes. Ahora predomina u n a aproximación más realista y
a u ñ a sorprendente proximidad de propuestas politico- menos ideologizada a los frutos que pueden ofrecer las
criminales, que a alguno de ellos le supone la pérdida diversas técnicas disponibles, con ámbitos de interven-
de su identidad ideológica 77 . ción, como el relativo a desintoxicación e inserción de
delincuentes drogadictos, que h a n mostrado sobrada-
mente su efectividad 79 . En el actual estado de cosas re-

Sobre el progresivo desapoderamiento de la discrecionali-


dad judicial y penitenciaria que se e s t á produciendo, véase t a m -
penal del enemigo?", en JAKOBS-CANCIO, Derecho penal de enemi-
bién MAQUEDA ABREU, "Crítica a la reforma penal a n u n c i a d a " , Jue-
ces para la democracia, n° 4 7 , 2 0 0 3 , p. 9. go, Thomson-Cívitas, 2 0 0 3 , p s . 7 0 - 7 5 .
78
7Y Véase Capítulo III.
Véanse referencias, igualmente, en CANCIO MELIÁ, "¿Derecho 79
Véase u n a revisión empírica de la eficacia de los t r a t a m i e n -
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 85
84 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS

El c o n j u n t o de los t r e s factores h a f o m e n t a d o u n a serie


s u l t a , p u e s , injustificado colocar a la resocialización en de modificaciones s u s t a n c i a l e s e n el s i s t e m a de p e n a s y
u n s e g u n d o p l a n o frente a o t r o s efectos s o c i o p e r s o n a l e s s u ejecución q u e , e n b u e n a p a r t e , se i n s p i r a s i m p l e m e n -
de la p e n a , c o m o la i n o c u i z a c i ó n , la p r e v e n c i ó n g e n e r a l te e n el d e s e o de h a c e r m á s g r a v o s a s p a r a el d e l i n c u e n t e
o la r e a f i r m a c i ó n de valores sociales. Sin e m b a r g o , la
las c o n s e c u e n c i a s d e r i v a d a s de la c o m i s i ó n de u n delito.
opinión p ú b l i c a t i e n d e a v a l o r a r l a s m e d i d a s q u e , c o n
B a s t e c o n m e n c i o n a r la i n t r o d u c c i ó n de p e n a s de pri-
las m i r a s p u e s t a s e n la r e i n s e r c i ó n social del d e l i n c u e n -
vación de libertad c u y a d u r a c i ó n p r á c t i c a se a c e r c a , en
te, flexibilizan la ejecución p e n a l , c o m o u n c o n j u n t o de
c o n t r a de u n a t r a d i c i ó n b i s e c u l a r e n E s p a ñ a , a la reclu-
favores i n m e r e c i d o s q u e se h a c e a los d e l i n c u e n t e s 8 0 .
A e s t a i d e a v a e s t r e c h a m e n t e a s o c i a d a o t r a , e n vir- sión de por vida 8 2 , el n o t a b l e e n d u r e c i m i e n t o del r é g i m e n
t u d de la c u a l h a q u e d a d o a r r u m b a d a , d e n t r o del a c e r - p e n i t e n c i a r i o m e d i a n t e el e s t a b l e c i m i e n t o de c o n d i c i o n e s
vo de explicaciones sociales de la d e l i n c u e n c i a , a q u e l l a m á s e s t r i c t a s de a c c e s o al r é g i m e n de c u m p l i m i e n t o e n
q u e la c o n s i d e r a b a e n g r a n m e d i d a u n a c o n s e c u e n c i a t e r c e r g r a d o o a la libertad condicional 8 3 , el r e n a c i m i e n t o
de l a s d e s i g u a l d a d e s sociales, s e a a la h o r a de interiori- de l a s p e n a s i n f a m a n t e s , c o m o es el c a s o de la p u b l i -
z a r l a s n o r m a s sociales, s e a a la h o r a de d i s p o n e r de los cación de listas de m a l t r a t a d o r e s o d e l i n c u e n t e s s e x u a -
m e d i o s p a r a d e s a r r o l l a r el p l a n de vida p e r s o n a l . D e s d e les 8 4 , o el a s e g u r a m i e n t o d e u n a efectiva p e r s e c u c i ó n de
u n a visión m a r c a d a m e n t e c o n s e n s u a l d e la s o c i e d a d , d e t e r m i n a d o s d e l i n c u e n t e s m e d i a n t e el c o m p r o m i s o de
q u e m i n u s v a l o r a l a s diferencias de o p o r t u n i d a d e s e n t r e
s u s m i e m b r o s , la d e l i n c u e n c i a se p e r c i b e c o m o u n p r e -
meditado y personalmente innecesario enfrentamiento delincuente adquiere en el imaginario social, precisamente y de
del d e l i n c u e n t e c o n la s o c i e d a d , q u e exige u n a r e s p u e s - forma paradójica debido a su previa consideración como un ciu-
t a q u e p r e s t e la d e b i d a a t e n c i ó n a la futilidad d e l a s dadano que, como cualquier otro, ha disfrutado de igualdad de
m o t i v a c i o n e s q u e h a n c o n d u c i d o a ella 8 1 . oportunidades. Véase, al respecto, lo que ya mencionamos en el
apartado 2 de este Capítulo.
8
Véanse los nuevos arts. 76 y 78 del Código Penal, tras la re-
dacción derivada de la LO 7/2003. Es cierto que en otras épocas,
tos, moderadamente optimista, en REDONDO, "Criminología aplica- sin ir más lejos durante el franquismo, existían penas de prisión
da: Intervenciones con delincuentes, reinserción y reincidencia", hasta de 40 años, pero la institución de la redención de penas
RDP y C, 2 a época, 1998, n° 1, ps. 189 y ss. Información valiosa por el trabajo las reducía de forma prácticamente automática en
sobre la disponibilidad de tratamientos genéricos y específicos una tercera parte, lo que ahora ya no es posible.
en las prisiones españolas se encuentra en CID MOLINÉ, "El siste- Los cambios que se han producido en el modelo penal han lle-
ma penitenciario en España", Jueces para la Democracia, n° 45, vado en otros países a la reintroducción o expansión de la pena
2002, ps. 21-22. de muerte, o a la readmisión de penas corporales. Véanse refe-
80
Sólo el tratamiento en general de los drogadictos delin- rencias en GARLAND, op. cit., ps. 9, 142, 213, 257.
cuentes, así como los tratamientos que no conllevan una flexibi- Véanse referencias supra. En otros países se han restable-
lización significativa del régimen de cumplimiento de la pena, se cido las cuerdas de presos. Véase GARLAND, Ibídem.
aceptan sin reticencias por la población. 84
Véanse referencias en Silva Sánchez, op. cit., p. 147. En cier-
A ello no es obstáculo el estatus deshumanizado que el
86 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 87

ejercicio de la acción popular por órganos del Poder Eje- de trabajo en beneficio de la comunidad, de arrestos dis-
cutivo de las comunidades autónomas. continuos, de~ libertades vigiladas o a prueba en sus di-
versas modalidades, de la revalorización de la reparación
6. REDESCUBRIMIENTO DE LA PRISIÓN del daño como sustituto de la pena, y de los regímenes
El que la prisión es u n a pena problemática se ha con- flexibles de ejecución penitenciaria.
vertido en un tópico, en el moderno doble sentido de la Es cierto que en España el escepticismo hacia la pena
palabra, que ha estado presente en la reflexión politi- de prisión sólo fue capaz de superar el ámbito teórico o
cocriminal desde hace bastantes décadas. En especial académico cuando se iniciaron los trabajos de elabora-
durante la segunda mitad del siglo XX, se convirtieron ción de u n nuevo código penal, pero, aunque tarde, el
en lugar común u n a serie de consideraciones bien fun- nuevo Código Penal de 1995 constituyó u n a aportación
dadas sobre los efectos negativos del encarcelamiento significativa en ese sentido. J u n t o a la trascendente de-
sobre los directamente afectados y sobre la sociedad en cisión de eliminar las penas de prisión inferiores a los
general. Mientras las penas largas de privación de liber- seis meses, y la búsqueda de la efectividad en las penas
tad se consideraban inhumanas por la destrucción de la pecuniarias mediante la adopción del sistema de días-
personalidad del recluso que solían conllevar, así como multa, se integraron en el sistema de penas nuevas san-
socialmente contraproducentes por generar inadapta- ciones, como la de trabajo en beneficio de la comunidad
ción del recluso a cualquier futuro reingreso en la co- o los arrestos de fin de semana, directamente encami-
munidad, las penas cortas de prisión se consideraban nadas a eludir desde u n principio, o mediante su papel
u n factor de primer orden en la consolidación de pau- como sustitutivos, u n a pena de prisión cuestionada. No
tas comportamentales delictivas en delincuentes de poca se olvidó tampoco de potenciar la institución de la sus-
monta mediante el contagio con sus pares, ejerciendo u n pensión de la ejecución de la pena de prisión, ni de flexi-
bilizar el régimen penitenciario, en especial en lo relativo
efecto socializador inverso al precisado. Ello fomentó, en
a la obtención del tercer grado o la libertad condicional.
especial en los países que más habían avanzado en el
modelo resocializador, y como ya hemos señalado 85 , u n Sin embargo, u n a cosa es la plasmación en el Códi-
fuerte movimiento favorable a buscar penas que pudie- go Penal de este relativo distanciamiento de la pena de
ran sustituir, total o parcialmente, con ventaja la pena prisión, y otra cosa su real puesta en práctica. La mayor
de prisión. Es el momento de desarrollo de sistemas efec- parte de esas medidas destinadas a ser u n a alternativa
tivos de penas pecuniarias, de la aparición de las penas a la pena de prisión, nacieron huérfanas de los medios
materiales y personales necesarios para su efectivo de-
sarrollo. Las razones por las que u n legislador, genui-
namente interesado en este cambio de rumbo en la eje-
tos ordenamientos se h a recuperado la obligación de los reclusos de cución penal, pudo desatender aspectos tan esenciales
portar uniformes infamantes - a rayas...-. Véase GARLAND, Ibídem. de su decisión legislativa no son fáciles de comprender:
85
Véase Capítulo III. junto a la defectuosa técnica legislativa usual en nuestro
88 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 89

país, en la que los preceptivos estudios sobre la futura Mientras, todo este frustrante proceso sucedía en Es-
implementación de las leyes no trascienden su cualidad paña, en naciones de su entorno cultural, en las que es-
de mero trámite del expediente administrativo, hay que taba bien asentado el sistema de penas alternativas a la
pensar en el escaso hábito de operar con medidas propias prisión, se estaba produciendo u n acelerado proceso de
del Estado del bienestar, como lo eran, sin duda, muchas recuperación del prestigio de las penas privativas de li-
de las modificaciones propuestas, que exigen inevitable-
bertad, lo que estaba dando lugar a las correspondientes
mente nuevas aportaciones de recursos; a ello habrá que
reformas legales. Su reacreditación no tiene que ver con
unir las rutinas judiciales y penitenciarias y, finalmente,
u n a mejora de sus potencialidades reeducadoras, que si-
el cambio político que sobrevino al poco tiempo, con el
acceso al gobierno de u n a opción ideológica que se había guen considerándose escasas o negativas, sino con su
mantenido al margen, cuando no opuesto, a la reorien- capacidad para garantizar otros efectos sociopersonales
tación propuesta en el nuevo código. de la pena: en primer lugar, los intimidatorios y los me-
ramente retributivos, que con la adquisición por el delin-
Sea como sea, lo cierto es que el sistema días-multa
cuente del estatus de persona normal y el ascenso de los
no ha impedido que la cuantía de las multas se siga
calculando de modo semiautomático, sin atender apre- intereses de las víctimas han pasado al primer plano; en
ciablemente la diversa capacidad económica de los cul- segundo lugar, los efectos inocuizadores, en virtud de los
pables; que la pena de arresto de fin de semana h a des- cuales se responde con el aislamiento social y reclusión
aparecido sin haberse desarrollado a fondo s u s poten- del delincuente al fracaso de la sociedad en la resocia-
cialidades, dada la carencia de infraestructura material lización de sus desviados y, sobre todo, a su negativa a
y personal, y que el trabajo en beneficio de la comunidad asumir los costes económicos y sociales vinculados al
apenas se aplica debido a la falta de los correspondien- control de la desviación en sus orígenes mediante las co-
tes convenios con las instituciones que pudieran acoger rrespondientes transformaciones sociales 87 .
a los trabajadores comunitarios. Las posibilidades de Dada la inestable evolución española, no es de ex-
un tratamiento en libertad, propias de la suspensión trañar que ese movimiento pendular haya encontrado
de la ejecución de la pena, el tercer grado o la libertad campo abonado en nuestro país en cuanto se h a n pro-
condicional, no se han aprovechado m á s allá del ámbi- ducido u n a s mínimas condiciones favorables, como u n
to de la drogodependencia, y la indudable mejora de la transitorio incremento de la criminalidad, y u n gobier-
infraestructura penitenciaria, ahora de nuevo superada
por el incremento de ingresos, se h a centrado en las
condiciones de habitabilidad, descuidando la dotación
de medios personales y materiales para las metas reso- prisión en los j u z g a d o s de lo penal, véase el ilustrativo estudio
cializadoras inherentes al régimen penitenciario 8 6 . empírico coordinado por Cid-Larrauri, Jueces penales y penas
en España (Aplicación de las penas alternativas a la privación de
libertad en los juzgados de lo penal), Tirant, 2 0 0 2 , passim.
Véanse las referencias en GARLAND, op. cit., p s . 8-9, 175-
Sobre la limitada aplicación de las p e n a s alternativas a la 179, 148-150, 154-165; SILVA SÁNCHEZ, op. cit., p s . 141-147.
90 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 91

no y oposición mayoritaria que pugnan por destacar en adoptan las mismas cautelas, cuando no mayores, a la
su lucha contra el crimen. Los frutos ya están en nues- hora de establecer el ámbito legítimo de actuación de
tras manos: sin haberse llegado n u n c a a ensayar seria- los poderes públicos encargados del descubrimiento y
mente las penas alternativas a la prisión, las reformas enjuiciamiento de las conductas delictivas. Ha sido, por
de 2003 han recuperado las penas cortas de prisión de el contrario, la presencia de ciertas expectativas, que
tres meses en adelante en paralelo a la supresión del luego se h a n mostrado exageradas, en la capacidad de
arresto de fin de semana; se h a incrementado la dura- las ciencias del comportamiento para hacer el bien al
ción de las penas largas de prisión, y se h a n introducido delincuente, lo que h a desencadenado los excesos en el
importantes rigideces en el régimen penitenciario. campo de la ejecución penal que ya hemos comentado.
Pero las actitudes sociales están experimentando en
7. AUSENCIA DE RECELO ANTE EL PODER SANCIONATORIO ESTATAL estos momentos u n cambio que, a mi entender, no tiene
El derecho penal moderno se h a ido construyendo, antecedentes en las sociedades democráticas modernas.
desde hace algo más de dos siglos, dentro de u n cuida- Es cierto que determinados períodos históricos con re-
doso equilibrio entre la debida consideración del interés gímenes políticos autoritarios suscitaron, en las m a s a s
social en la protección de ciertos bienes fundamentales sociales que los sustentaban, eliminados o acallados los
para la convivencia, y la persistente preocupación por vencidos o discrepantes, u n a crédula despreocupación
evitar que ese logro conlleve u n a intromisión excesiva por los métodos negadores de los derechos y libertades
de los poderes públicos en los derechos y libertades in- individuales empleados por los poderes públicos para
dividuales de los ciudadanos. Esa doble orientación h a controlar la delincuencia. Y también lo es que en re-
originado que los modelos de intervención penal con- gímenes democráticos se h a tenido demasiadas veces
temporáneos, cualesquiera que éstos fueran, estuvie- éxito en aislar y demonizar determinados ámbitos de-
ran siempre refrenados en su tutela de los intereses so- lincuenciales, de modo que en su persecución pudiera
ciales por u n a n u n c a ausente desconfianza de la ciuda- valer todo: en España, las conductas terroristas o las
danía hacia la capacidad de los poderes públicos para relativas a drogas son buenos candidatos a ejemplo.
hacer u n uso moderado de las amplias posibilidades de Sin embargo, lo que ahora está sucediendo tiene mati-
actuación que les otorgaban los instrumentos de perse- ces nuevos: en el marco de sociedades democráticas, con
cución delictiva y ejecución de penas. u n amplio elenco de libertades individuales legalmente re-
Esta falta de confianza se asienta, por lo demás, en conocidas y efectivamente ejercidas, se está generalizando
u n a tradición pocas veces interrumpida en el derecho la idea de que hay que renunciar a las cautelas existentes
penal moderno. Sin duda, es el elemento m á s carac- encargadas de prevenir los abusos de los poderes públicos
contra los derechos individuales, a cambio de u n a mayor
terístico del modelo de intervención garantista, pero
efectividad en la persecución del delito. Y esa disponibili-
también ha sido u n componente destacado del mode-
dad no se confina a ámbitos criminales bien delimitados,
lo resocializador: más allá de lo que pudiera mostrar
sino que se extiende al control de la "delincuencia en su
u n a visión superficial de su funcionamiento, en él se
92 JOSÉ LUIS DÍEZ*RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 93

totalidad", sin que la mayor visibilidad que, a no dudar, plano: en la" policía, superado el distanciamiento popu-
tiene la que hemos llamado delincuencia clásica deje fue- lar que arrastraba desde los años de la dictadura, la efi-
ra de este modo de proceder la delincuencia de cualquier cacia y prontitud que se le demanda en la persecución
signo. Dicho de otra manera, los ciudadanos no delin- del delito y descubrimiento de los culpables permite dis-
cuentes ya no temen a los poderes públicos en el ejercicio culpar fácilmente actuaciones a p r e s u r a d a s que inciden
de sus funciones represivas, no se sienten directamente sobre objetivos equivocados; el legislador h a de mostrar
concernidos por los excesos que con este fin puedan lle- u n a clara disposición a convertir en delito cualquier
var a cabo. Y esto sí que es u n a alarmante novedad en las problema social; los jueces h a n de ser capaces de sor-
sociedades democráticas. tear los obstáculos de derecho material y procesal que
Esa progresiva falta de recelo hacia el uso del ins- puedan surgir, con tal de asegurar u n a justicia acorde,
trumental punitivo está permitiendo, en primer lugar, en tiempo y forma, a las demandas populares; y la prin-
reformas impensables hace poco tiempo. Basten, como cipal misión de los funcionarios de ejecución de penas
ejemplo, la paulatina generalización de la vigilancia de es garantizar, en todo momento, que el delincuente no
espacios y vías públicas mediante cámaras y otros arte- sea tratado de u n modo demasiado generoso.
factos de control visual y auditivo, la simplificación de
los procedimientos de adopción de medidas cautelares
8. IMPLICACIÓN DE LA SOCIEDAD EN LA LUCHA CONTRA LA
penales y a u n civiles 88 , la facilitación de la prisión pre-
DELINCUENCIA
ventiva 89 , y la disminución del control judicial de los
procedimientos penales mediante los juicios rápidos 9 0 . Durante mucho tiempo, el epígrafe precedente sig-
Y en segundo lugar, está prestigiando modos de operar nificaba que la comunidad asumía su responsabilidad
jurídicamente en los que el debido respeto de los dere- en la génesis de la delincuencia, y que se aprestaba a
chos y libertades individuales quedan en u n segundo estimular y desarrollar iniciativas dirigidas a eliminar
la exclusión social de ciertos ciudadanos. Se trataba de
brindar apoyo familiar, laboral, asistencial, a los delin-
cuentes o a las personas en trance de convertirse en
tales. La meta era anticiparse a la intervención de los
Como en el caso de la reciente regulación de la orden de
órganos formales de control social -policía, adminis-
protección de las víctimas de la violencia doméstica, contenida
en la L 27/2003 de 31 de julio. tración de justicia...- mediante el reforzamiento de los
89
A partir de las LLOO 13/2003 y 15/2003. vínculos sociales de esas personas. Ahora, los mismos
términos significan otra cosa: cómo mejorar la colabo-
Dada el protagonismo adquirido por el impulso policial del
procedimiento, así como el incremento de las conformidades. ración con la policía en la prevención del delito e identi-
Véase LO 8/2002. Según datos facilitados a la prensa a comien- ficación y detención de los delincuentes.
zos de 2004 por el Consejo General del Poder Judicial, en alrede- En España apenas se h a desarrollado lo que en otros
dor de un 50% de los casos tramitados por el procedimiento de países se ha llamado "prevención comunitaria", corre-
enjuiciamiento rápido se dicta sentencia de conformidad.
lato de la prevención policial. Ciertamente, el énfasis en
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 95
94 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

los objetivos perseguidos puede variar significativamen- colaboración.con la policía, sino que cada vez más los
te, más centrada la comunidad en su deseo de eliminar poderes públicos fomentan el desempeño, por la propia
la inseguridad y miedo generados por la delincuencia comunidad, de las funciones propias de los órganos for-
en el espacio social donde tiene lugar la interacción so- males del control social.
cial, y en asegurar compensaciones satisfactorias por La expansión de la seguridad privada en el conjunto
los daños causados, mientras que para la policía la de- de Europa e Iberoamérica supone u n a dejación genera-
lincuencia es, sobre todo, u n problema de orden pú- lizada de responsabilidades por parte de los poderes pú-
blico. Pero en último término todo se reduce a que la blicos en relación con uno de sus cometidos fundamen-
comunidad, mediante u n a estrecha colaboración con tales, la salvaguarda del orden público. Los argumentos
la policía, aprenda y acepte poner en práctica por sí eficientistas, que pretenden justificar esa retirada ma-
misma técnicas y habilidades que permitan sustituir o siva de las fuerzas de orden público de tantos espacios
incrementar la eficacia de las intervenciones policiales colectivos, ignoran unos cuantos argumentos de fondo,
para prevenir o perseguir el delito. De esos afanes h a n desde la exigencia democrática de que el Estado es el
surgido valiosos programas de diseño urbanístico o via- único que h a de tener el monopolio de la fuerza, hasta la
rio anticrimen, útiles programas de difusión de técni- constatación de que el diferenciado acceso a la seguridad
cas de autoprotección de las víctimas o de demanda de privada es u n nuevo y creciente factor de desigualdad
intervención inmediata 9 1 , pero también programas de social. Y tampoco quieren recordar u n a s cuantas razo-
control vecinal, que capacitan a los residentes de u n ba- nes que versan, precisamente, sobre la eficiencia, desde
rrio para informar de cualquier ciudadano desconocido las defectuosas prestaciones llevadas a cabo por u n sec-
y de aspecto inusual que transite por sus calles, lo cual, tor profesional cuyo meteórico incremento de efectivos
en aras de su mayor eficacia intimidatoria, se recuerda h a contrastado con el notorio desinterés de la Adminis-
mediante los correspondientes indicadores callejeros 92 , tración Pública en el aseguramiento de su capacitación,
o policías de proximidad, u n a de cuyas funciones espe- hasta los motivos que han impedido a las fuerzas de or-
cíficas es recoger la mayor cantidad posible de informa- den público acometer u n a reestructuración que les hu-
ción vecinal en principio delictivamente intrascendente. biera hecho capaces de atender adecuadamente a la ma-
Pero la directa implicación de la comunidad en la yoría de esas demandas sociales de seguridad que ahora
persecución del delito no queda limitada a tareas de ha de atender, a su costa, la comunidad.
La asunción del control social penal por parte de la
sociedad civil se extiende, asimismo, a fases ulteriores
a la de prevención o persecución policiales: es conoci-
1 do que países europeos como Francia h a n desarrollado
Es el caso de las diversas actuaciones e s p a ñ o l a s de mejora
de la prevención y persecución de la violencia doméstica. un sistema privado de establecimientos penitenciarios,
Conocidos en los países anglosajones como "Neighbourho-
lo que no ha dejado de sorprender en amplios secto-
od Crime Watch", o términos equivalentes. res sociales. Pero deberíamos de ser conscientes de que
96 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 97

España ya h a entrado decididamente en esa dinámi- do, el estudio-empírico-social del delito y del delincuente
ca: el sistema de ejecución de las medidas imponibles a se centró en u n enfoque etiológico que percibía la mayor
menores responsables de delitos descansa ya, en gran parte de la delincuencia como u n producto de la margi-
medida, en u n a red de centros e instituciones privadas, nación y privación sociales: La defectuosa socialización,
concertadas con la Administración Pública competente, la escasez de oportunidades, el alojamiento en los már-
en la que agentes privados ejecutan, entre otras, medi- genes de la sociedad del bienestar, junto con alteracio-
das de internamiento prolongadas y aplican el régimen nes comportamentales estrechamente vinculadas a lo
disciplinario legalmente previsto. En el ámbito de la eje- anterior, explicaban convincentemente la criminalidad.
cución de penas de adultos, tampoco pueden pasarse La solución a esta disfunción social también estaba cla-
por alto los ingresos de drogodependientes con pena ra: reforzamiento de los instrumentos bienestaristas de
suspendida o en libertad condicional en centros cerra- integración social, medidas resocializadoras de los de-
dos de desintoxicación regidos por agentes privados. lincuentes. Los setenta y los ochenta presenciaron u n a
Sin necesidad de entrar ahora en consideraciones so- acentuación de esta aproximación metodológica, cuan-
bre la legitimidad o la eficiencia de todas estas actuacio- do desde la teoría del etiquetamiento y los m á s amplios
nes comunitarias, lo decisivo, a nuestros efectos argu- enfoques de la criminología crítica, las instituciones so-
méntales, es la constatación de que todo este fenómeno ciales que tenían encomendadas tareas de integración y
de implicación de la sociedad en el control de la delin- de control sociales pasaron a ser consideradas factores
cuencia h a desplazado las energías de la comunidad del directamente configuradores y generadores de la delin-
afán por lograr la inclusión social de los desviados, al inte- cuencia. Eran sus sesgadas y poco fundamentadas de-
rés por garantizar la exclusión social de los delincuentes, cisiones de intervención las que terminaban decretando
lo que constituye u n cambio de primera magnitud en las dónde se encontraba la delincuencia y quiénes eran los
actitudes sociales ante la delincuencia. delincuentes. La solución p a s a b a por u n a transforma-
ción de la estructura política de n u e s t r a s sociedades.
9. TRANSFORMACIÓN DEL PENSAMIENTO CRIMINOLÓGICO Desde los noventa del pasado siglo, la criminología
A los embates que está recibiendo el control experto h a experimentado u n profundo cambio de perspectiva:
de la criminalidad, que ya señalamos m á s arriba 9 3 , hay ya no son la marginación o exclusión sociales, ni siquie-
que añadir u n a profunda transformación del abordaje ra las instituciones de integración y control sociales las
de la delincuencia por uno de los sectores expertos más que crean delincuencia, sino que la delincuencia surge
relevantes, la criminología. Durante las décadas de los por defecto, es la consecuencia de la ausencia de u n su-
cincuenta, sesenta y parte de los setenta del siglo pasa- ficiente control social, y lo que procede es incrementar
este último.
En el mejor de los casos, esa demanda de mayor
control social no deja de reconocer el trasfondo de des-
Véase subapartado 4. igualdad social inherente a la mayor parte de los com-
98 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 99

p o r t a m i e n t o s delictivos, p e r o a d m i t e q u e los esfuerzos m o t i v a c i o n a L t a l e s c o s t e s , y t e r m i n a r á n d e s i s t i e n d o de


de i n t e g r a c i ó n social de e s o s s e c t o r e s desfavorecidos realizar c o m p o r t a m i e n t o s delictivos; p o r la o t r a , h a y
d e b e n ir p r e c e d i d o s de los d i r e c t a m e n t e e n c a m i n a d o s a q u e d e s a r r o l l a r políticas de p r e v e n c i ó n s i t u a c i o n a l , q u e
g a r a n t i z a r la s e g u r i d a d c i u d a d a n a , u n a s e g u r i d a d q u e d e s p l a z a n la a t e n c i ó n d e s d e el d e l i n c u e n t e al delito, y
beneficia, a n t e t o d o , a los colectivos s o c i a l m e n t e m á s se c e n t r a n e n r e d u c i r l a s o p o r t u n i d a d e s p a r a d e l i n q u i r ;
d e s p r o t e g i d o s y c u y o ejercicio e s a c o n s e j a b l e s u p e r v i s a r ello exige h a c e r m e n o s a t r a c t i v o s los p o s i b l e s b l a n c o s
e s t r e c h a m e n t e p a r a evitar a b u s o s 9 4 . Pero e s t a visión e s delictivos m e d i a n t e la i n t r o d u c c i ó n d e m e d i d a s d e s e -
t o d a v í a h e r e d e r a de los e n f o q u e s a n t e r i o r e s , y r e s u l t a g u r i d a d de t o d o tipo, a l g u n a s de m e r o s e n t i d o c o m ú n ,
d e s d e s u s inicios s o b r e p a s a d a p o r o t r a s a p r o x i m a c i o - las m á s i n c o r p o r a n d o m e d i o s t é c n i c o s , u n a s a e j e c u t a r
nes metodológicas. d i r e c t a m e n t e p o r la c o m u n i d a d , o t r a s a d e s e n v o l v e r e n
A c o m o d a d a s o n o d e n t r o d e lo q u e s e h a v e n i d o e n el nivel d e c o n t r o l social i n s t i t u c i o n a l , t o d a s ellas ex-
l l a m a r "criminología a d m i n i s t r a t i v a " o criminología a c - p r e s i v a s de u n a o p c i ó n de l u c h a c o n t r a la d e l i n c u e n c i a
tuaría!" 9 5 , p r e d o m i n a n o r i e n t a c i o n e s q u e n i e g a n o s e q u e h a d e c i d i d o d e t e n e r s e e n el p l a n o m á s superficial
a b s t i e n e n de r e s a l t a r el p r e t e n d i d o t r a t o d e s i g u a l d e la del c o m p o r t a m i e n t o delictivo, sin i n t e r e s a r l e l a s c a u s a s
s o c i e d a d o de s u s i n s t i t u c i o n e s h a c i a los q u e t e r m i n a n p r o f u n d a s d e él.
c o n v i r t i é n d o s e e n d e l i n c u e n t e s . E n c o n t r a s t e , los d e - T a m p o c o h a n faltado o r i e n t a c i o n e s , c o m o la crimi-
lincuentes serían personas normales, bien integradas nología feminista, q u e , sin d e s c o n o c e r l a s c a u s a s p r o -
o i n t e g r a d a s a c e p t a b l e m e n t e e n la c o m u n i d a d , q u e a c - f u n d a s de d e t e r m i n a d o s c o m p o r t a m i e n t o s delictivos, h a
t ú a n de m o d o r a c i o n a l y q u e se l i m i t a r í a n a a p r o v e - d a d o p r i m a c í a a l a s intervenciones p e n a l e s frente a otro
c h a r l a s o p o r t u n i d a d e s de d e l i n q u i r q u e s e les ofrecen. tipo de i n t e r v e n c i o n e s sociales y, e n c o n s e c u e n c i a , h a
Las s o l u c i o n e s a t a l e s t e n t a c i o n e s h a n d e t r a n s i t a r p o r sido u n a d e l a s p r i n c i p a l e s i m p u l s o r a s d e lo q u e p o d r í a -
d o s vías f u n d a m e n t a l e s : p o r u n a p a r t e , r e f o r z a n d o los m o s d e n o m i n a r el " b i e n e s t a r i s m o autoritario". E n efecto,
efectos r e a f i r m a d o r e s de la vigencia d e l a s n o r m a s e in- e s t a corriente d e p e n s a m i e n t o h a p u e s t o a c e r t a d a m e n t e
t i m i d a t o r i o s , p r o p i o s de p e n a s s u f i c i e n t e m e n t e g r a v e s ; de manifiesto la n e c e s i d a d de d e s m o n t a r la s o c i e d a d p a -
d a d o q u e e s t a m o s a n t e c i u d a d a n o s q u e se c o m p o r t a n triarcal, la c u a l h a sido c a p a z de s u p e r a r , a p e n a s alte-
r a c i o n a l m e n t e , i n c o r p o r a r á n fácilmente a s u p r o c e s o r a d a , las p r o f u n d a s t r a n s f o r m a c i o n e s sociales q u e h a n
tenido l u g a r e n el siglo XX y de m a n t e n e r , c o n s i g u i e n -
t e m e n t e , i n s o s t e n i b l e s d e s i g u a l d a d e s sociales e n t r e los
g é n e r o s . Pero, a d e m á s , la m a y o r í a de las p e r s p e c t i v a s
Planteamientos en e s t a línea podrían ser compartidos por feministas, a la b ú s q u e d a de u n a e n é r g i c a reacción so-
la llamada "criminología de la clase obrera", o los "nuevos realis- cial a n t e tal e s t a d o de c o s a s , h a n tenido éxito e n extra-
t a s de izquierda".
polar la significativa p r e s e n c i a en e s a a c t i t u d p a t r i a r c a l
Véanse referencias en LARRAURI PIJOAN, La herencia de la crimi-
de c o n d u c t a s violentas h a c i a las m u j e r e s , al c o n j u n t o de
nología crítica, Siglo XXI, 1991, ps. 143 y ss.; GARRIDO-STANGELAND-RE-
DONDO, Principios de criminología, 2 a ed., 2 0 0 1 , Tirant, ps. 384-390. c o m p o r t a m i e n t o s sociales lesivos de los d e r e c h o s indivi-
100 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS

duales de éstas, de forma que se h a generalizado la ima-


gen social de que la violencia es el vector explicativo de
la desigualdad entre los géneros. Así h a conseguido que
esta desigualdad se perciba indiferenciadamente como
u n problema de orden público, para cuya solución los
mecanismos preferentes h a n de ser los penales.
Ello origina que el discurso se centre, en primer lugar,
en asegurar u n a punición suficientemente grave de u n
número significativo de comportamientos patriarcales,
CAPÍTULO V
ya no necesariamente violentos 96 , mediante u n a entu-
ESTRATEGIAS HACIA UN MODELO
siasta reivindicación de la pena de prisión y u n paralelo
PENAL BIENESTARISTA
desprecio de las pretensiones resocializadoras hacia los
delincuentes, consideradas inútiles e indebidamente
detractoras de recursos hacia las víctimas. En segundo
Una vez identificado ese conjunto de actitudes so-
lugar, asegurado el castigo, la ineludible transforma-
ciales, deberíamos evitar la tentación de limitarnos a
ción de las p a u t a s y actitudes patriarcales difundidas
reiterar el desdén hacia la mayor parte de estas evolu-
por todo el tejido social encuentra de nuevo en el dere-
ciones sociales. Propongo que intentemos comprender
cho penal u n instrumento técnico privilegiado, dada su
la postura del otro y su solidez, antes de plantearnos
pretendida capacidad para promover cambios sociales
qué procede hacer y qué estrategias hay que desarrollar
a través de sus efectos simbólicos: ello le otorga u n a
para conseguirlo.
función pedagógica superior a la de cualquier otro tipo
de intervenciones sociales, las cuales, sin desaparecer,
1. LOS ERRORES DEL GARANTISMO
quedan en segundo plano ante la potencia socialmente
transformadora del derecho penal. Ese intento de comprensión debiera comenzar por
reconocer los errores cometidos por u n pensamiento pe-
nal férreamente anclado en el modelo garantista. Desde
la seguridad que da la indiscutible pertenencia a este
modelo de reflexión juridicopenal de quien esto escribe
y de la mayor parte de los penalistas modernos, es hora
de que iniciemos u n a seria autocrítica.
Pecado original del garantismo h a sido su inmovilis-
mo. La defensa de ciertos principios considerados into-
cables lo h a llevado a convertirse en u n peso muerto, en
Véase, por ejemplo, el nuevo estatus penal otorgado a las u n a fuerza negativa, a la hora de abordar cualesquiera
amenazas en el marco de la denominada "violencia doméstica". iniciativas de control social dirigidas a resolver nuevas
102 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 103

e ineludibles necesidades sociales. Eso se puede ejem- cioeconómicp en general; en las reticencias a las refor-
plificar, por el momento, en tres aspectos: mas penales encaminadas a u n a mejor persecución del
El primero podría ser su olímpico desprecio hacia todo terrorismo callejero o de baja intensidad, y en las obje-
lo que suponga abandonar el cómodo hogar de los prin- ciones de principio a u n a utilización del derecho penal
cipios. Su descuido de las aproximaciones empíricas a la para afrontar la violencia doméstica. El que ahora tales
realidad del delito y del delincuente, ha permitido que su actuaciones no sean objeto de crítica por el garantismo,
discurso politicocriminal se haya mantenido inmune a los no nos exime de recordar lo que se dijo en el momento
cambios sociales que se han ido sucediendo. No se trata de su implementación.
tanto de recordar, u n a vez más, la incomprensible des- Por último, podríamos citar la incomprensible actitud
consideración por su parte del estatus científico que se según la cual la reflexión juridicopenal se debe concen-
merece la criminología, sino de llamar la atención sobre trar en u n a correcta interpretación de las leyes: h a de
la capacidad del modelo garantista para ignorar ciertas ser, sin más, mediante u n a aplicación judicial del De-
realidades que contradicen sus orientaciones politicocri- recho acorde con los principios garantistas, salvaguar-
minales: quizás la insensibilidad hacia la degradación de dada en último término por el Tribunal Constitucional,
la convivencia en determinados barrios en los que se con- como se satisfarán efectivamente las aspiraciones del
centraba el tráfico y consumo de heroína durante la pan- derecho penal mínimo. Encerrados, consecuentemente,
demia de los años ochenta y noventa en Europa, y hacia en la torre de marfil de la dogmática, desdeñosos de los
las reclamaciones vecinales al respecto, es u n ejemplo que vaivenes políticos, hemos dejado que los encargados de
afecta directamente a algunos de nosotros. elaborar las leyes operen sin el apoyo de elaboraciones
A estos últimos efectos, el garantismo se h a servi- teóricas y sin estar sometidos a constricciones norma-
do machaconamente de u n principio tan poliédrico y tivas dignas de consideración. Como era de esperar, a
confuso como el de intervención mínima 9 7 para desca- la hora de interpretar esas leyes nuestros bienintencio-
lificar u n buen número de iniciativas de activación del nados propósitos han tropezado con los propios límites
derecho penal que luego, sin embargo, h a n mostrado por nosotros trazados: atrapados en el principio de le-
eficacia o efectividad aceptables sin que, por lo demás, galidad, sólo nos queda, o bien cuestionar a éste, con
hayan puesto en peligro principios básicos. Pensemos lo que minamos el edificio dogmático laboriosamente
en las duras críticas formuladas al nuevo Código Pe- construido, o bien esperar tiempos mejores, limitándo-
nal español por la criminalización de conductas en el nos a realizar u n a insignificante labor de zapa de la ley
campo del derecho societario, bursátil o del ámbito so- vigente mediante interpretaciones forzadas de ella.
En resumidas cuentas, la imagen de la academia ju-
ridicopenal en los últimos tiempos roza, en demasiadas
ocasiones, la irresponsabilidad. Nos resistimos a entrar
9
Véase u n a crítica a su m i s m a formulación en DÍEZ RIPOLLÉS, en las cuestiones politicocriminales candentes, para
La racionalidad..., cit., ps. 143-144. evitar ser abrasados en ellas, y preferimos refugiarnos
104 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 105

en el templado mundo de los conceptos jurídicos. Con estar laboriosamente construido en los años ochenta y
ello renunciamos a desempeñar las tareas sociales que comienzos de los noventa; y es de esperar que se vayan
nos competen, incumplimiento que disimulamos torpe- acumulando los datos sobre las nefastas consecuencias
mente mediante el empleo descalificante de u n conjun- sociales a que tal política h a dado l u g a r " .
to de lugares comunes. De todas formas, a la espera de la reversión del fe-
nómeno, no debiéramos olvidar el pavor electoralista de
2. EL DISCURSO DE LA RESISTENCIA u n a parte de la izquierda. La adhesión de los socialistas
Quizás, de todos modos, no haya que perder los ner- a la política de ley y orden permite a u g u r a r que E s p a ñ a
vios. Podemos estar ante u n fenómeno pasajero. Para no saldrá tan fácilmente de ese ciclo en lo que se refiere
nadie es u n secreto que todo el m u n d o occidental de- a materias afectantes de la seguridad ciudadana. Con
sarrollado está registrando, en las dos últimas décadas, cierto retraso respecto de s u s homólogos británicos o
un generalizado reflujo del Estado de bienestar que, franceses, la izquierda moderada española parece ha-
además de hacer difícil en ocasiones la distinción entre ber abrazado los postulados de la llamada "criminología
políticas conservadoras y progresistas, h a hecho que de la clase obrera", o de los "nuevos realistas de izquier-
en nuestra sociedad haya arraigado u n individualismo da" 100 , y h a convertido la seguridad ciudadana en obje-
exacerbado, en el que cualesquiera explicaciones de la tivo prioritario de la lucha contra la delincuencia, aban-
delincuencia que aludan a factores estructurales ten- donando su tradicional aproximación a la criminalidad
gan dificultades para abrirse paso frente a las más sim- desde las c a u s a s , y no desde los síntomas.
plistas referencias al libre arbitrio del delincuente. Pero Ante esta situación, el discurso de la resistencia tiene
las negativas consecuencias sociales de tales progra- dos tareas delante de sí. Por u n lado, reaccionar enér-
mas de actuación ya son manifiestas en muchos países, gicamente ante las propuestas entreguistas que, dentro
y es previsible que sigan incrementando su visibilidad de la propia reflexión juridicopenal, propugnan legiti-
en éstos y en bastantes más 9 8 . mar la reciente evolución politicocriminal, vista como
España no es u n a excepción, y el ciclo conservador u n fenómeno inevitable; por el otro, contraatacar plan-
que transcurrió de 1996 a 2004 está haciendo sentir tando cara a los agentes sociales responsables de este
claramente sus efectos sobre el modesto Estado de bien- estado de cosas politicocriminal.

y8
Véase, de todos modos, el ilustrativo análisis empírico de U n a s u g e r e n t e - ¿ y c o n s o l a d o r a ? - interpretación de las re-
SCUEINGOLD, The politics of street crime, Temple University Press, cientes reformas penales como desarrollo de la política criminal
1991, ps. 2 9 - 7 1 , 163-192, sobre los diferentes periodos de po- de la d e r e c h a en el poder, sin dejar de reconocer, con todo, la
litización del tema de la criminalidad en EE.UU., y s u s d u d a s deriva socialista, se e n c u e n t r a en GONZÁLEZ CUSSAC, op. cit., p s .
respecto al carácter efímero y coyuntural q u e inicialmente les 13-19, 2 2 , 24, 2 8 .
había atribuido. 10
Véase lo dicho supra en Capítulo IV, a p a r t a d o 9.
106 J O S É LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 107

En cuanto a lo primero, hay que rechazar aquellas da autoexclusión de la sociedad se ve como fruto de
posturas que pretenden dar carta blanca a los pode- decisiones libres y, h a s t a cierto punto, arbitrarias. En
res públicos en su lucha contra la delincuencia. Así, la tercer lugar, a u n si aceptamos su implícita hipótesis de
tesis conocida como el "derecho penal del enemigo" 101 , que estamos ante delincuentes por convicción, sorpren-
que propugna la creación de u n Derecho represivo ex- de que en contra de lo que h a sido el tratamiento ha-
cepcional, aligerado de garantías y usuario de penas bitual en el derecho penal clásico y, desde luego, en el
extremadamente duras, para determinadas formas de derecho penal garantista, s u condición de delincuentes
delincuencia que van desde la terrorista, pasando por ideológicos les otorgue u n estatus peyorativo en lugar
muy diversos tipos de delincuencia organizada, h a s t a la de meliorativo o, al menos, neutro. Eso sería especial-
delincuencia clásica o callejera habitual o profesional, mente pertinente respecto del terrorismo, pero tampo-
constituye u n a defección en toda regla, con a r m a s y co cabe excluirlo en ocasiones para ciertos tipos de de-
bagajes, al campo de la ideología de la seguridad ciuda- lincuencia organizada, como determinados segmentos
dana. Su pretensión de fundamentar los excesos de in- de la economía ilegal de drogas o del tráfico ilegal de
tervención penal propuestos en el dato de que estamos mercancías o personas desde el m u n d o subdesarrolla-
ante individuos que h a n decidido autoexcluirse de los do al desarrollado. Finalmente, a la entronización de la
valores y normas de la sociedad en la que viven, lo que inocuización, a la ceguera frente a las causas estruc-
justificaría su consideración como extraños a la comu- turales de la delincuencia, y a la plena incomprensión
nidad, muestra u n sinnúmero de incongruencias que de la delincuencia ideológica, actitudes todas ellas di-
destacaremos m á s adelante 1 0 2 . rectamente incidentes sobre los enemigos de la socie-
Baste con decir que, ante todo, supone la asunción dad, hay que añadir algo más: los efectos devastadores
del fin preventivoespecial de la inocuización del delin- que, sobre la prevención general de comportamientos
cuente, su aislamiento social, como fin prácticamente delictivos dirigida al conjunto de la sociedad, h a b r á de
exclusivo de la pena en relación con esos delincuentes. tener la constatación de que se reconoce a cualquier
En segundo lugar, implica renunciar de antemano a ciudadano el derecho a salirse del ordenamiento jurí-
cualquier explicación estructural sobre las causas so- dico, adquiriendo u n nuevo estatus que, sólo en caso
ciales de esa delincuencia, de forma que la pretendi- de descubrimiento de s u s actividades, puede resultarle
desfavorable. Si a eso unimos la frecuente tendencia de
las instancias de control social a ahorrarle esa decisión
10
Actualmente s u defensor m á s decidido es JAKOBS, cuya úl-
al ciudadano, tomándola ellas en su nombre, el cuadro
tima formulación al respecto parece e s t a r en JAKOBS-CANCIO, De- resulta ya completo 103 .
recho penal del enemigo, cit., p s . 2 1 - 5 6 . Véase s u aceptación,
a u n q u e m á s matizada, en SILVA SÁNCHEZ, (2001). op. cit. págs.
163-167.
102
Véanse Capítulos VII y VIII. Véase m á s ampliamente, sobre todo esto, Capítulos VII y VIII.
108 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 109

Reconocidos n u e s t r o s errores y n u e s t r a s actitudes v o s , "de s e n t i d o c o m ú n " - a la c r i m i n a l i d a d , c o m p u e s t a


a b a n d o n i s t a s , procede a h o r a d e s e n m a s c a r a r a u n con- s u s t a n c i a l m e n t e de m a n o d u r a y d e a m p l i a s d o s i s d e
j u n t o de a g e n t e s sociales q u e se h a n c o n v e r t i d o e n los i n c o m p r e n s i ó n e i n c o m u n i c a c i ó n i n t e r s u b j e t i v a s , e s la
p o r t a e s t a n d a r t e s de la n u e v a ideología d e la s e g u r i d a d ú n i c a r e c e t a c a p a z d e f r e n a r el i n m i n e n t e c a o s social,
ciudadana. siempre anunciado. Su desinterés por las aportaciones
A n t e todo, los m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n social: s u avi- e x p e r t a s e n e s t e c a m p o n o d e r i v a sólo d e la f r e c u e n t e
dez l u c r a t i v a , e n u n o s c a s o s ; s u s e s g o ideológico, e n i n c o m p e t e n c i a d e e s o s e x p e r t o s , sino q u e , e n b u e n a
o t r o s , y la l u c h a p o r los lectores o la a u d i e n c i a , e n c a s i m e d i d a , a r r a i g a e n el progresivo e n g r e i m i e n t o de la ple-
t o d o s , les h a h e c h o a p u r a r al m á x i m o l a s i n n e g a b l e s b e e n l a s s o c i e d a d e s d e m a s a s 1 0 5 , q u e le h a llevado a
p o t e n c i a l i d a d e s m e d i á t i c a s d e la c r i m i n a l i d a d , a la q u e p e n s a r q u e e s ella la q u e d e b e t o m a r d i r e c t a m e n t e m i -
m a n t i e n e n , u n a y o t r a vez, e n s u s p o r t a d a s . No i m p o r - n u c i o s a s d e c i s i o n e s p a r a el a b o r d a j e d e m u y d i f e r e n t e s
t a , a t a l e s efectos, q u e la i m a g e n social q u e s e t r a n s m i t a y complejos problemas sociales, en lugar de dejarlas en
de la d e l i n c u e n c i a y de s u p e r s e c u c i ó n se a s i e n t e s o b r e m a n o s d e los e x p e r t o s y exigir luego, e s o sí, r e s p o n s a b i -
anécdotas y sucesos aislados descontextualizados; que lidad p o r los e r r o r e s c o m e t i d o s .
s e i n c r e m e n t e , sin f u n d a m e n t o real, la p r e o c u p a c i ó n y Pero esta situación sería poco m e n o s q u e inimagi-
m i e d o p o r el delito y l a s c o n s e c u e n t e s d e m a n d a s socia- n a b l e si la política profesional n o h u b i e r a a b a n d o n a d o ,
les de i n t e r v e n c i ó n , o q u e se h a y a de o c u l t a r la i g n o r a n - desde hace ya algún tiempo, u n a de s u s m á x i m a s de
cia y falta d e p r e p a r a c i ó n de s u s p r o f e s i o n a l e s a la h o r a a c t u a c i ó n i r r e n u n c i a b l e : a q u e l l a q u e e s t a b l e c e q u e los
d e e n t e n d e r los complejos conflictos s o c i a l e s q u e e s t á n políticos s o n creadores de opinión, y n o m e r o s t r a n s -
narrando104. misores de las opiniones originadas en la comunidad.
E n s e g u n d o lugar, la p r o p i a c o m u n i d a d , a s u s t a d a d e S u s d e s v e l o s p o r n o p e r m a n e c e r e n la o p o s i c i ó n les
lo q u e le c u e n t a n y, a veces, de lo q u e d i r e c t a m e n t e ex- llevan, c o n d e m a s i a d a frecuencia, a olvidar, o, al m e -
p e r i m e n t a , y h a l a g a d a h a s t a el h a s t í o p o r t o d o tipo d e nos, a arrumbar temporalmente, sus creencias antes
a g e n t e s sociales o c u p a d o s p r i m o r d i a l m e n t e e n e x c u l - q u e soportar las consecuencias electorales de m a n t e n e r
p a r l a de t o d a r e s p o n s a b i l i d a d . Ella h a a c a b a d o c r e y é n -
d o s e q u e u n a a p r o x i m a c i ó n v u l g a r - e n t é r m i n o s positi-

Un sugestivo ensayo sociológico sobre el papel de la masa


como actor social en las modernas sociedades lo constituye la
1U4
Véase un interesante estudio de la campaña mediática obra de SLOTERDIJK, El desprecio de las masas, Pretextos, 2002,
desatada entre 2001 y 2003 por un diario tan influyente como en especial págs. 9-29, 71-99, donde, entre otras cosas, sostiene
El País, y secundada luego por numerosos medios de comunica- que la sociedad de masas democrática persigue, ante todo, obte-
ción, sobre el pretendido incremento de la criminalidad en Espa- ner la autoestima de la propia masa, lo que exige despreciar las
ña durante esos años, en SOTO NAVARRO, op. cit., passim. Algunos diferencias individuales, sólo admisibles en cuanto artificialmen-
datos ya se han recogido en Capítulo I. te creadas y revocables.
110 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 111

opiniones en algún momento minoritarias. Poco m á s lar a las clases media/baja y baja de la sociedad, fue
merece decirse de u n fenómeno tan conocido. u n acertado descubrimiento de las corrientes crimi-
nológicas que, desde aproximaciones progresistas a la
3 . EL RECONOCIMIENTO DEL TERRENO delincuencia, huían de los excesos de la criminología
Ahora bien, si no nos conformamos con resistir, y crítica 107 . La incorporación de este pensamiento a los
queremos avanzar en la acreditación de u n modelo de programas políticos de la izquierda satisface justifica-
intervención penal distinto al de la seguridad ciudadana, das d e m a n d a s de su electorado: en ellas se a u n a n la
debemos reconocer bien el terreno. Y para ello conviene realidad de los colectivos víctimas de la delincuencia y
que evitemos descalificaciones ideológicas apresuradas, desorganización social callejeras, con el imposible man-
que nos crean la ilusión de vivir en u n mundo simple, tenimiento por m á s tiempo de u n a concepción ingenua
dividido entre buenos y malos. Citemos algunas. del delincuente como mera marioneta de los condiciona-
Uno de los factores determinantes de la crisis del mo- mientos sociales. Que ello haya dado lugar a propues-
delo resocializador en los países que lo habían asumido tas de intervención centradas en los síntomas, y que la
de forma consecuente, fue el denominado movimiento lucha contra las c a u s a s sociales de la delincuencia se
de la "pena merecida" -"just deserts"-, que no sólo es haya quedado en u n a mera referencia retórica, sin au-
impropio calificarlo en general como u n a orientación tonomía programática ni contenido presupuestario dig-
conservadora, sino que debe j u s t a m e n t e valorarse como nos de mención 1 0 8 , es u n a contingencia que no tendría
u n a recuperación del garantismo o u n a decidida incor- por qué haberse producido.
poración a él. Constituyó, en gran medida, u n a contun-
dente reivindicación de la vigencia de principios como
los de proporcionalidad, seguridad jurídica o h u m a n i -
dad de las penas. Era, ante todo, u n a reacción frente Véase una valoración en gran parte coincidente del mo-
vimiento del "just deserts", en SCHEINGOLD, op. cit., ps. 123-125,
a las arbitrariedades a que daba lugar la ideología del 141-145, 158-161, 186-192; en menor medida en GARLAND, op.
tratamiento. El que, finalmente, el conjunto de fuerzas cit., ps¿ 55-60.
actuantes en el desmoronamiento del modelo resocia- 107
Véase supra, Capítulo IV, apartado 9.
lizador haya terminado primando en ordenamientos 1 Oft

jurídicos muy significativos -EE.UU., Reino Unido- los Un buen ejemplo de lo que digo se encuentra en el progra-
ma electoral del Partido Socialista español para las elecciones
efectos intimidatorios e inocuizadores de la pena, no era generales de 2004: el apartado dedicado a la delincuencia y la
u n a consecuencia necesaria del cuestionamiento del seguridad ciudadana ocupa 10 páginas, en las que, tras criticar
modelo resocializador, que podía perfectamente desem- la política del Partido Popular, describe la estrategia socialista
bocar en u n retorno al modelo garantista, como fue de en torno a dos pilares: el primero son las políticas de solidaridad
hecho el caso en los países escandinavos 1 0 6 . y cohesión social, y el segundo un sistema público de seguridad
eficaz. Sin embargo, al primer pilar dedica escasamente u n a pá-
La idea de que garantizar la seguridad ciudadana es gina, con seis propuestas de las cuales sólo las dos primeras
u n objetivo cuya consecución beneficia de modo singu- atienden propiamente al fomento de la inclusión social, y sin que
112 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 113

Por otro lado, el d e s c u b r i m i e n t o p o r a l g u n o s movi- tos, y e n d e m a s i a d a s o c a s i o n e s , e s t é n c o n t r i b u y e n d o ,


m i e n t o s sociales, c o m o los f e m i n i s t a s , d e la fuerza ex- j u s t a m e n t e , a s u consolidación.
p r e s i v a e i n t e g r a d o r a del d e r e c h o p e n a l , y s u u s o in-
m o d e r a d o , h a s t a el p u n t o de q u e e n s u s p r o g r a m a s 4 . LAS EXPLICACIONES ESTRUCTURALES
las p r o p u e s t a s de intervención punitiva a r r i n c o n a n A la b ú s q u e d a d e e x p l i c a c i o n e s q u e a h o n d e n e n l a s
a a q u e l l a s de n a t u r a l e z a p u r a m e n t e social, n o p u e d e t r a n s f o r m a c i o n e s sociales q u e h a n llevado a e s t e r e p e n -
h a c e r n o s olvidar q u e t a l e s o r g a n i z a c i o n e s sociales s o n tino c a m b i o e n el p a r a d i g m a s a n c i o n a d o r p e n a l , p i e n -
a l i m e n t a d a s p o r c o r r i e n t e s ideológicas q u e l u c h a n p o r so q u e la ideología d e la i n s e g u r i d a d c i u d a d a n a e s , e n
c o n s o l i d a r y p r o f u n d i z a r u n E s t a d o del b i e n e s t a r p a r a g r a n m e d i d a , u n a liviana c o r t i n a q u e vela u n c o n j u n t o
el q u e c o r r e n m a l o s t i e m p o s . Q u e s u s m e r i t o r i o s e s - de m a l e s t a r e s sociales q u e se h a n a s e n t a d o firmemente
fuerzos c o n c l u y a n , e n d e m a s i a d a s o c a s i o n e s , e n lo q u e e n t r e la p o b l a c i ó n e n los ú l t i m o s a ñ o s . La r e l e v a n c i a
h e m o s venido e n l l a m a r u n bienestarismo autoritario, d e o t o r g a d a a la d e l i n c u e n c i a y a s u c o n t r o l o c u l t a , m e -
c o r t a s m i r a s , d u d o s a eficacia y e s c a s a legitimación, e s d i a n t e u n a sencilla explicación, f e n ó m e n o s sociales d e
algo c i e r t a m e n t e a l a m e n t a r . m a y o r fuste y complejidad 1 0 9 . P e r m í t a s e m e a l u d i r a d o s
E n c u a l q u i e r c a s o , ni la reivindicación d e la p r o p o r - de ellos e s p e c i a l m e n t e significativos:
c i o n a l i d a d y s e g u r i d a d j u r í d i c a , ni u n a n á l i s i s r e a l i s t a E s t a m o s p a g a n d o l a s c o n s e c u e n c i a s d e r i v a d a s del
de la d e l i n c u e n c i a , n i l a s p r e t e n s i o n e s d e p r o g r e s a r en d e s m a n t e l a m i e n t o del E s t a d o del b i e n e s t a r o, si s e q u i e -
la c o n s t r u c c i ó n del E s t a d o del b i e n e s t a r , s o n a c t i t u d e s re, de s u incipiente consolidación e n E s p a ñ a . Aconteci-
a j e n a s al d e s a r r o l l o de u n m o d e l o a l t e r n a t i v o al de la m i e n t o s sociales de p r i m e r a fila, c o m o las r e f o r m a s l a b o -
s e g u r i d a d c i u d a d a n a . Por m u c h o q u e e n e s t o s m o m e n - rales q u e h a n c o n d u c i d o a la p r e c a r i e d a d e n el empleo, el
deterioro de servicios sociales b á s i c o s c o m o la s a n i d a d y
la e d u c a c i ó n , las dificultades p a r a el a c c e s o a la vivienda,
ninguna de las dos contenga una sola propuesta concreta, más la progresiva p é r d i d a d e g e n e r a l i d a d d e las obligaciones
allá de la puesta en marcha de un Plan nacional de prevención de fiscales y de s u c a r á c t e r distributivo, e n t r e otros fenóme-
la delincuencia. El segundo pilar ocupa, al menos, cuatro pági- n o s 1 1 0 , h a n h e c h o q u e l a s legítimas a s p i r a c i o n e s d e a m -
nas y media, y está trufado de todo tipo de medidas y compromi-
sos concretos para el desarrollo del modelo policial preconizado.
En los pasajes adicionales dedicados a la política penitenciaria,
pese a una decidida apuesta por la resocialización, sólo cuatro
de las diez medidas propuestas tienen que ver directamente con Sobre la capacidad de la lucha contra la delincuencia
programas de tratamiento, sin que haya u n a sola mención al para encubrir otros malestares sociales, véase la experiencia
fomento de penas alternativas a la prisión. La misma orientación en EE.UU. narrada por SCHEINGOLD, op. cit., ps. 68-69, 172-177,
se aprecia en el apartado específico referido a la lucha contra el 181-183.
110
tráfico de drogas. Véase Partido Socialista Obrero Español, "La Se pueden mencionar algunos datos españoles significa-
democracia de los ciudadanos y ciudadanas. La España plural. tivos: según Eurostat, España era en 2000 el penúltimo país de
La España constitucional". 2004. la Unión Europea en porcentaje de PIB dedicado a gasto social.
114 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 115

plios sectores sociales, de desarrollar u n proyecto vital comprensión.hacia u n tipo de comportamientos, los de
coherente y con proyección en el tiempo, se estén viendo la delincuencia clásica, que sólo reflejan u n insuficiente
frustradas. Ello da lugar, entre las capas sociales perju- esfuerzo de ciertos sectores sociales p a r a ajustarse a las
dicadas por esta evolución, a u n a sensación de inestabi- nuevas realidades sociales 111 .
lidad personal que no favorece la comprensión hacia los Tampoco hay que olvidar el extendido desconcierto
comportamientos delictivos, los cuales se perciben, en personal que está originando u n m u n d o c a d a vez m á s
b u e n a medida, como actuaciones ventajistas que preten- complejo y en rápida transformación: la sensación de
den beneficiarse del respeto a las n o r m a s por los demás que la sociedad evoluciona e s p o n t á n e a m e n t e , sin nin-
a la hora de lograr los mismos objetivos sociales; por s u g u n a dirección previsible y menos controlable, la con-
parte, los sectores sociales que están sacando provecho ciencia de que las exigencias de la mundialización su-
de toda esta desregulación no ven motivos para aportar peran con creces las capacidades individuales, el recelo
ante u n a inmigración desbordada 1 1 2 , con frecuencia

El empleo precario supone ya, tras unos pocos años de vigencia


de las nuevas normas de contratación laboral, más del 30% de En un sentido cercano, a la hora de interpretar las causas
todo el empleo y, para hacerse u n a idea de su evolución, baste de las últimas reformas penales, SÁEZ V"ALCÁRCEL,"La inseguridad,
decir que en la provincia de Málaga el 92% de todos los contratos lema de campaña electoral", Jueces para la Democracia, n° 45,
firmados en 2003 fue temporal, con u n a duración media de 80 2002, passim; MAQUEDA ABREU, op. cit., passim; ZUGALDIA ESPINAR,
días. Por lo que se refiere a la sanidad, España ocupa, según la "Seguridad ciudadana y Estado social de Derecho", en OCTAVIO
OCDE, el penúltimo lugar de la UE en gasto de salud por habi- DE TOLEDO-GURDIEL-CORTÉS, Estudios penales en recuerdo del prof.
tante. El gasto público estatal destinado a la vivienda ha pasa- Ruiz Antón, Tirant, ps. 1-2, 4, 9.
do del 1% de 1993 al 0'5% en 2004, y si la vivienda protegida Una contundente explicación del modelo de seguridad ciuda-
constituía el 30% de las viviendas iniciadas en 1996, en 2003, dana, desde la perspectiva de u n Estado económicamente des-
apenas llegaba al 7%; el porcentaje de ingresos destinado por las regulado y socialmente desmantelador o condicionador de las
familias a pagar la hipoteca se aproxima al 50% en 2003, cuando políticas de asistencia social, se encuentra en WACQUANT, "Las
en 1996 apenas superaba el 30%. La APIFE, asociación que aglu- cárceles de la miseria", cit., passim. El autor, al hilo de la ex-
tina a más del 90% del colectivo de inspectores que trabaja en la periencia que ya ha tenido lugar en EE.UU. y que a su juicio se
Agencia tributaria denunció reiteradamente en 2004 el sesgado está asentando en Europa, con abundancia de datos empíricos,
control del fraude tributario que se llevaba a cabo, centrado casi concluye que el Estado de la seguridad que está sustituyendo
de modo exclusivo en los que ya declaraban, y que estaba dando al Estado del bienestar se caracteriza por u n a selectiva y masiva
lugar a graves lagunas de inspección en el ámbito de la actividad intervención penal, tanto penitenciaria como extrapenitenciaria,
financiera e inmobiliaria, llegando a afirmar que pareciera que sobre las clases socialmente más desfavorecidas y laboralmente
las últimas reformas previas a esa fecha fueron encaminadas más incompetentes, entre las que pasa asimismo a desempeñar
a facilitar la evasión fiscal de tales colectivos. Véanse informa- un papel asistencial autoritario, en cuanto vincula cada vez más
ciones, y referencias adicionales de la fuente, en diario El País, la asistencia a la aceptación por los beneficiados de ciertas con-
25/1/2004, 26/1/2004, 27/1/2004, 30/1/2004, 31/1/2004, diciones laborales e intromisiones en su vida privada.
12/2/2004 (País Andalucía). Se ha pasado de una tasa de inmigrantes ajenos a la UE
116 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 117

extraña, y recipiendaria de todo tipo de actitudes pre- causas en factores sociales o ambientales, tienen graves
juiciosas, por no citar más que algunos hechos, origi- inconvenientes para ser asumidas por agentes sociales re-
n a n ciertamente u n replegamiento hacia identidades levantes en este campo. Una imagen inversa muestran las
colectivas que parecen ofrecer u n suelo firme sobre el visiones volitivas de la delincuencia, que la explican como
que caminar. Pero también fomentan visiones de exclu- efecto de decisiones racionales y libres del delincuente.
sión social que buscan, a través de la estigmatización Lo que ahora sigue no es, por tanto, u n análisis de los
de ciertos colectivos sociales, la confianza perdida en diferentes orígenes ideológicos y culturales de las visiones
u n o mismo y en los más cercanos. estructural y volitiva de la criminalidad, ni de las razones
El modelo de seguridad ciudadana satisface mu- que explican el actual predominio de la segunda, sino algo
chas de las necesidades antedichas. Se asienta sobre más inmediato, u n recordatorio de ciertas inercias socia-
u n conjunto de valores que se estiman incuestionables, les que favorecen el enfoque volitivo.
distingue nitidamente entre ciudadanos y delincuentes, Un enfoque estructural de la delincuencia tiene el
preconiza la dureza frente a intrusos y extraños, ignora importante inconveniente de que coloca al Poder Eje-
las desigualdades sociales... Suministra, en suma, cer- cutivo, así como a u n Poder Legislativo que carece de
tezas en extremo convenientes p a r a desenvolverse en autonomía respecto de él, ante s u s propias responsa-
u n mundo desregulado e imprevisible. bilidades: si el delito encuentra b u e n a parte de su ex-
plicación en c a u s a s sociales, ellos son los primeros res-
5 . L O S CONDICIONAMIENTOS OPERATIVOS Y ESTRATÉGICOS
ponsables de la corrección de las políticas existentes, o
de la adopción de nuevas iniciativas que contrarresten
Ahora bien, que la ideología de la seguridad ciudadana la insatisfactoria situación existente. Por el contrario,
haya sido capaz de suministrar todo ese conjunto de uti- u n a explicación volitiva del delito permite al Ejecutivo y
lidades al imaginario colectivo, tiene mucho que ver con al Legislativo desplazar nítidamente la responsabilidad
u n a serie de condicionamientos de ciertos operadores ju- hacia u n tercero, el delincuente.
rídicos que no pueden ser pasados por alto. Todos ellos
El enfoque volitivo, al partir de la generalizada asun-
pueden resumirse en la constatación de que las visiones
ción de que todos los ciudadanos están en condiciones
estructurales de la delincuencia, aquellas que buscan sus
de responder plenamente de sus decisiones, deja, ade-
más, u n amplio margen para medidas legislativas de na-
turaleza simbólica, cargadas de fuerza comunicativa y
de: un 1,5% en 1999 a otra cercana al 6% en 2003, o lo que es lo provecho electoral: su insatisfactoria eficacia o efectivi-
mismo, a un ascenso de 600.000 a dos millones y medio en cua- dad siempre puede resultar enmascarada por el incon-
tro años, lo que es sorprendente aun contando con el significati-
trovertible dato de que, en último término, la culpa de la
vo afloramiento de la inmigración irregular a través de las cifras
de empadronamiento. En 2006 la inmigración supone ya casi el persistencia de la delincuencia es de quien delinque 113 .
10% de la población española, con cuatro millones y medio de
inmigrantes, y se calcula que en 2010 la población inmigrante
constituirá ya el 14% del total de la población española.
Por lo demás, la progresiva transferencia de las competen-
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 119
118 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLES

p e n a l a la h o r a de e n j u i c i a r el c o m p o r t a m i e n t o del p r e -
Por lo d e m á s , u n a d e c i d i d a a p r o x i m a c i ó n e s t r u c t u - s u n t o delincuente, posibilita desarrollar indirectamen-
ral a la d e l i n c u e n c i a r e s u l t a difícilmente a c c e s i b l e a la te l a s a c t i t u d e s d e c o m p r e n s i ó n h a c i a los c o n d i c i o n a -
jurisdicción, j u s t o lo c o n t r a r i o de lo q u e s u c e d e c o n la m i e n t o s s o c i a l e s d e la d e l i n c u e n c i a . Pero ello n o i m p i d e
p e r s p e c t i v a volitiva. Los j u e c e s t i e n e n u n a l i m i t a d a c a - q u e la a t e n c i ó n siga c e n t r a d a e n el c o m p o r t a m i e n t o y la
p a c i d a d p a r a activar, m e d i a n t e s u s d e c i s i o n e s , m e d i d a s p e r s o n a objetos c o n c r e t o s del e n j u i c i a m i e n t o , y q u e s e
de i n t e r v e n c i ó n social c e n t r a d a s en l a s c a u s a s d e la cri- h a y a de forzar u n a vía, la del g a r a n t i s m o , q u e t r o p i e z a
m i n a l i d a d . A u n c u a n d o se e c h e m u c h a s veces e n falta, con serias resistencias sociales115.
p o r s u p a r t e , u n a a p u e s t a i n e q u í v o c a a favor d e p e n a s
Tampoco parece que las circunstancias en las que,
de r e i n t e g r a c i ó n social - e x i g e n c i a efectiva d e p a r t i c i p a -
e n la a c t u a l i d a d , se d e s e n v u e l v e la a c t i v i d a d d e los me-
ción e n p r o g r a m a s de r e h a b i l i t a c i ó n e n el m a r c o de la
dios favorezcan el q u e é s t o s r e a l i c e n a p o r t a c i o n e s e s -
s u s p e n s i ó n de la ejecución de l a p e n a d e p r i s i ó n o d e
t r u c t u r a l e s s o b r e la d e l i n c u e n c i a . Ya h e m o s s e ñ a l a d o
s u s u s t i t u c i ó n , t r a b a j o s e n beneficio de la c o m u n i d a d ,
m á s a r r i b a , e n d i f e r e n t e s l u g a r e s 1 1 6 , el p a p e l decisivo
m u l t a s a d a p t a d a s a la c a p a c i d a d e c o n ó m i c a del delin-
q u e e s t á n d e s e m p e ñ a n d o e n la c o n s o l i d a c i ó n d e u n a vi-
c u e n t e y s u s c e p t i b l e s d e afectar a s u nivel d e v i d a . . . 1 1 4 - ,
s i ó n volitiva d e l a d e l i n c u e n c i a a t r a v é s d e l f o m e n t o del
es lo cierto q u e s u real f u n c i o n a m i e n t o d e p e n d e d e los
m o d e l o de la s e g u r i d a d c i u d a d a n a . B a s t e a ñ a d i r a h o r a
r e c u r s o s h u m a n o s y m a t e r i a l e s q u e se p o n g a n a s u d i s -
q u e el a p r e s u r a m i e n t o , al p a r e c e r inevitable, e n la ela-
p o s i c i ó n p o r l a s a d m i n i s t r a c i o n e s c o m p e t e n t e s e n la
b o r a c i ó n d e s u s c o n t e n i d o s , y la c o n v e n i e n c i a d e " p o n e r
ejecución de p e n a s . Y, e n c u a l q u i e r c a s o , l a s d e c i s i o n e s
cara" a cualquier a s u n t o , por m u y abstracto que resul-
j u d i c i a l e s n u n c a p o d r á n t e n e r i n c i d e n c i a d i r e c t a e n los
t e , s o n factores t a m b i é n d e t e r m i n a n t e s e n el e n f o q u e
factores sociales q u e n o e s t é n i n m e d i a t a m e n t e v i n c u l a -
volitivo, e n ellos c a s i exclusivo.
d o s a la p e r s o n a del d e l i n c u e n t e .
F i n a l m e n t e , h a y u n a g e n t e social q u e h a a b d i c a d o d e
P a r a d ó j i c a m e n t e , el enfoque volitivo p e r m i t e a los s u t r a d i c i o n a l m i s i ó n de p o n e r d e m a n i f i e s t o los c o n d i -
j u e c e s y t r i b u n a l e s c o m p e n s a r de a l g ú n m o d o s u i n o p e - c i o n a m i e n t o s s o c i a l e s del delito, la criminología. Por r a -
r a n c i a e s t r u c t u r a l . E n efecto, u n a a p l i c a c i ó n e s m e r a d a zones a las que ya h e aludido m á s arriba117, influyentes
de l a s c a t e g o r í a s q u e f u n d a m e n t a n la r e s p o n s a b i l i d a d

11
Véase un ilustrativo análisis del modo en que en EE.UU.
cias de desarrollo y ejecución de las decisiones politicocriminales se producen estos mismos fenómenos en las instancias legisla-
a las comunidades autónomas en España está descubriendo un tiva, ejecutiva y judicial, con especial agudeza analítica respecto
nuevo nicho del derecho penal simbólico, en la medida en que la de esta última, en SCHEINGOLD, op. cit., ps. 21-28, 113-117, 146-
responsabilidad por el defectuoso funcionamiento de previsiones 161, 163, 165-172, 181-192.
legales ab initio inadecuadas, pero simbólicamente útiles para el 116
Véanse supra, por ejemplo, apartado 2, y Capítulo IV,
órgano nacional que las aprueba, se desplaza a los órganos auto- apartado 4.
nómicos y locales encargados de su ejecución. 1
114 Véase supra, Capítulo IV, apartado 9.
Véase lo mencionado supra, Capítulo IV, apartado 6.
120 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 121

c e n t r o s de e s t u d i o criminológicos se h a n s e n t i d o obliga- complejidad, del f e n ó m e n o , c e n t r a d o e n las c a u s a s y d i s -


d o s a p u r g a r los e x c e s o s c o m e t i d o s en la é p o c a crítica p u e s t o a d a r s u t i e m p o a l a s modificaciones sociales.
d a n d o vía libre, e, i n c l u s o , a s u m i e n d o y f o m e n t a n d o co- E s t e m o d e l o p e n a l b i e n e s t a r i s t a h a de m a r c a r , d e
rrientes interpretativas n u n c a desaparecidas, p a r a las forma inmediata, s u s distancias respecto de dos p a u t a s
q u e l a s explicaciones s o c i a l e s s o n u n a m e r a c o a r t a d a de i n t e r v e n c i ó n politicocriminal q u e se p u e d e n recla-
p a r a n o a d o p t a r políticas v e r d a d e r a m e n t e eficaces c o n - m a r i g u a l m e n t e h e r e d e r a s del E s t a d o del b i e n e s t a r . La
t r a los d e l i n c u e n t e s , r e a l e s o p o t e n c i a l e s . p r i m e r a e s , j u s t a m e n t e , el m o d e l o resocializador, c u y o
d e r r u m b e s e d e b i ó , e n g r a n m e d i d a , a la excesiva a t e n -
6. LA ALTERNATIVA DEL MODELO PENAL BIENESTARISTA ción y e x p e c t a t i v a s p u e s t a s e n la a c t u a c i ó n s o b r e el d e -
T r a s todo lo q u e llevamos d i c h o , algo creo q u e h a q u e - l i n c u e n t e , d e s c u i d a n d o l a s i n t e r v e n c i o n e s s o b r e la s o -
d a d o claro: el d e b a t e social y jurídico s o b r e la política ciedad; con esa matización, s u s aportaciones deben, sin
criminal c o n t e m p o r á n e a n o oscila e n t r e los polos de m á s e m b a r g o , s e r a p r o v e c h a d a s p a r a el f u t u r o . La s e g u n d a
o m e n o s g a r a n t i s m o , sino s o b r e los m o d e l o s m á s efica- es el b i e n e s t a r i s m o a u t o r i t a r i o , q u e m u e s t r a c a d a d í a
ces de prevención de la d e l i n c u e n c i a . E n ese s e n t i d o , la s u cortedad de miras y s u incapacidad p a r a colocarse
a l t e r n a t i v a al modelo de la s e g u r i d a d c i u d a d a n a n o es el e n el l u g a r del o t r o , p o r m u y d e l e z n a b l e s q u e s e a n s u s
modelo g a r a n t i s t a , sino u n modelo penal bienestarista, razones y motivaciones119.
q u e a n t e p o n g a u n a a p r o x i m a c i ó n social a u n a a p r o x i m a - Pero la efectividad y eficacia del m o d e l o p e n a l b i e n -
ción r e p r e s i v a h a c i a la d e l i n c u e n c i a . Y los t é r m i n o s del e s t a r i s t a h a y q u e d e m o s t r a r l a s , o, al m e n o s , h a c e r l a s
d e b a t e se d e s e n v u e l v e n , e n c o n s e c u e n c i a , en el c a m p o p l a u s i b l e s , y e s o n o s e logra r e c l a m a n d o a d h e s i o n e s
de la racionalidad p r a g m á t i c a , esto e s , en el de la efecti- ideológicas c i e g a s e n u n a s o c i e d a d c a d a vez m á s d e s i -
vidad y eficacia de l a s m e d i d a s de intervención social a deologizada. H a y q u e d o c u m e n t a r l a s c o n s e c u e n c i a s
t o m a r 1 1 8 . La c o n t r a p o s i c i ó n e n t r e e s t a s dos p e r s p e c t i v a s , n e g a t i v a s del m o d e l o de la s e g u r i d a d c i u d a d a n a y s u
sin perjuicio de q u e n i n g u n a r e n u n c i e p l e n a m e n t e a con- previsible, si n o y a p r e s e n t e , fracaso. P a r a ello es p r e c i -
t e n i d o s de la otra, refleja el c o n t r a s t e e n t r e u n afronta- so a b a n d o n a r la a r g u m e n t a c i ó n e n el m e r o t e r r e n o d e
m i e n t o i n g e n u o , tosco, de la d e l i n c u e n c i a , c e n t r a d o en los p r i n c i p i o s , y d e s c e n d e r a d i s c u r s o s e n los q u e l a s
los s í n t o m a s e i n c a p a z de ver m á s allá del corto plazo, y alternativas defendidas estén bien apoyadas en datos
u n abordaje de la c r i m i n a l i d a d experto, c o n s c i e n t e de la
119
Por el contrario, el modelo de la justicia reparadora, con
sus propuestas de mediación entre delincuente y víctima, puede
constituir una vía prometedora, aunque limitada por sus insu-
118
En mucha menor medida, también tienen lugar en el ficiencias en relación con la delincuencia menos grave y grave,
ámbito de la racionalidad teleológica, a saber, el de los objetivos para lograr una inmediata integración de los intereses públicos
sociales a conseguir. No acaba de dar la debida relevancia al en- y los particulares de las víctimas, además de facilitar la resocia-
foque pragmático, MAQUEDA ABREU, op. cit., ps. 10-11. lización del delincuente.
122 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 123
empírico-sociales. Sólo así, por otra parte, recuperará
de esta p a u t a decisional contradiga asentados lugares
la pericia politicocriminal su fuerza de convicción y el
comunes en el ámbito del principio de subsidiariedad.
lugar del que h a sido desalojada.
¿Y qué hacemos con el sistema de garantías tan tra-
Que el debate no pueda eludir, o, incluso, deba cen-
trarse en la racionalidad pragmática, no quiere decir que bajosamente construido? Mantenerlo o, mejor dicho,
hayan de arrumbarse imprescindibles referencias valora- convencer a la sociedad de que no puede prescindir de
tivas. En este sentido, hay que retomar con decisión los él. Para ello hay que procurar, en primer lugar, que el
esfuerzos a favor de la "modernización" del derecho pe- garantismo deje de ser entendido como u n modelo glo-
nal, esto es, de u n a ampliación de la intervención penal a bal de intervención penal. Esta caracterización, que en
ámbitos socioeconómicos y de interés comunitario hasta b u e n a parte le hemos venido atribuyendo por defecto,
hace poco considerados ajenos a la política criminal. El condicionados por la ausencia de auténticos proyectos
carácter esencial de los intereses protegidos y la exigen- politicocriminales, no responde a su naturaleza 1 2 0 . Pues
cia constitucional de igualdad de trato de todos los ciu- su función no es elaborar programas de actuación po-
dadanos, obliga a incorporar la criminalidad de los pode- liticocriminales, sino constituirse en u n baluarte, u n a
rosos al acervo de conductas objeto de consideración del trinchera, frente al posible abuso de los poderes públi-
derecho penal. Ésta es la genuina tarea expansiva de la cos al desarrollar tales programas.
criminalización que corresponde al modelo penal bienes- Aclarado esto, y en segundo lugar, hay que hacer
tarista: h a de liberar al derecho penal del estigma de ser creíble a la sociedad que estos abusos existen, y que se
el Derecho de los pobres, y h a de asegurar que cumpla pueden incrementar. Sólo cuando suficientes sectores
realmente su función, la de ser u n Derecho orientado a la sociales comprendan los riesgos que implica el desman-
salvaguarda de los presupuestos esenciales para la con- telamiento del sistema de garantías, se estará en con-
vivencia. Se impone, por tanto, u n a contundente reacción diciones de revertir el fenómeno social antes aludido,
ante aquellas propuestas que, con mejor o peor intención,
proponen u n a reducción significativa de la aún incipiente
punición de conductas socialmente muy perturbadoras,
pero realizadas en nichos sociales acomodados. Es sintomática al respecto la opinión de FERRAJOU, Diritto
En cualquier caso, debe reiterarse que tanto las nue- e ragione, Laterza, 1990 (hay traducción española), ps. 347-362,
vas decisiones de criminalización como las clásicas, 460-465, 553-556, 591-594, 908-909, 913-914, 947-963, cuya
por muy relevantes que sean los intereses que tutelen, concepción del derecho penal mínimo parte de que las garantías
son solamente formulables en sentido negativo, de forma que
deben someterse, en el modelo penal bienestarista, al
bajo los postulados de un derecho penal mínimo no se puede, por
contraste de su efectividad y eficacia. Ello obliga a u n ejemplo, identificar un sistema de prohibiciones positivo legíti-
análisis cuidadoso de todos los recursos sociales dispo- mo, y lo mismo podría decirse de las sanciones o el proceso. Ello
nibles, de forma que cualquier intervención penal h a b r á justamente le diferencia frente a un rechazable derecho penal
de acreditar su utilidad o el plus de utilidad que le hace máximo que, al introducir criterios positivos, introduce la dis-
preferible a otro tipo de intervenciones. Se h a de estar, crecionalidad. Y es que el Estado de Derecho que da cobertura a
en consecuencia, dispuesto a que u n uso consecuente tal derecho penal mínimo sirve más para deslegitimar que para
legitimar decisiones de los poderes públicos.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 125
124 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
tamente válida para las intervenciones politicocriminales,
por el que sé está dispuesto a sustituir garantías por y debería ser" tenida muy en cuenta a la hora de buscar
efectividad en la persecución del delito. De nuevo con- los apoyos sociales necesarios para desarrollar estrategias
vendría que descendiéramos de los principios y las abs- que contrarresten la actual deriva securitaria. Frente a
tracciones a casos concretos, a la descripción de abusos colectivos y agentes sociales que están resultando clara-
efectivos sobre potenciales y reales delincuentes. mente beneficiados por el modelo que se está asentando
Por lo demás, el sistema de responsabilidad penal -fuerzas policiales, empresas de seguridad, pequeños co-
será tanto m á s sólido cuanto mejor exprese, de forma merciantes, clases pasivas, sectores con empleo estable,
depurada pero comprensible, las ideas sociales vigentes medios de comunicación, políticos populistas, asociacio-
sobre cuándo alguien debe responder por s u s actos y en nes feministas...-, existen otros que resultan perjudicados
qué grado. Allí está s u fuerza, y no en refinadas e inac- -colectivos preferidos del escrutinio policial, como jóvenes,
cesibles construcciones conceptuales. Y algo parecido inmigrantes y minorías sociales, cuerpos expertos de la
sucede con el sistema de verificación de la responsabi- justicia, de la ejecución penitenciaria o de la asistencia
lidad, en el que, por ejemplo, la actividad probatoria no social y psicológica, emprendedores a cuyos negocios per-
debería ver obstaculizada su aproximación empírica a judica la imagen de inseguridad ciudadana, asociaciones
la realidad, ni su uso de reglas lógicas o argumentativas activas en la atención a la marginación social o en campos
alejados de la seguridad ciudadana, como medio ambien-
ampliamente compartidas, por frenos garantistas nega-
te, intereses del Tercer Mundo, pacifistas...- 122 .
dores de la evidencia 121 .
Otra estrategia prometedora p a r a frenar el modelo
securitario, es prevenir u n a excesiva desvinculación en-
7. LAS ESTRATEGIAS A SEGUIR
tre las instancias sociales que adoptan las decisiones
A lo largo de los últimos apartados se h a n ido plas- politicocriminales y las encargadas de ejecutarlas. Pa-
mando las actuaciones estratégicas que deberían em- rece estar bien demostrado que c u a n t a s menores res-
prenderse por los diferentes agentes sociales contrarios ponsabilidades se tienen en la puesta en práctica de las
al modelo penal que se está configurando, por lo que no leyes o reglamentos penales, m á s fácilmente se estable-
necesito repetirlas ahora. Concluyo, pues, con el esbozo cen regulaciones de carácter simbólico, políticamente
de algunas líneas estratégicas a ú n no mencionadas: ventajosas para quienes las aprueban, y demoledoras
Toda modificación de u n modelo de intervención social, de la capacidad de gestión para quienes h a n de aplicar-
más allá de los intereses generales que persiga y de su las 1 2 3 . Aunque esa separación no se cuestiona entre el
eficacia para obtenerlos, favorece los intereses particula- Poder Legislativo o Ejecutivo por u n lado, y el Judicial
res de ciertos grupos sociales y perjudica, o, al menos,
no promueve, los intereses de otros. Esta regla es perfec-
v¿2.
Véanse dos análisis en ese sentido, en relación con EE.UU.,
e n SCHEINGOLD, op. cit., p s . 5 5 - 6 5 ; ZIMRING, op. cit., p s . 1 9 3 - 2 0 2 .
Sin perjuicio de las reacciones, enérgicas, q u e debieran Véanse referencias e s t a d o u n i d e n s e s a este fenómeno, en
incidir sobre quienes lleven a cabo prácticas de investigación y SCHEINGOLD, op. cit., p s . 2 2 - 2 5 , 2 7 - 2 8 , 177-179, 188.
p r u e b a prohibidas.
126 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES

por otro, es especialmente peligrosa dentro de los dife-


rentes niveles del Poder Ejecutivo: la actual tensión en
España entre el gobierno central y las comunidades au-
tónomas, en el desarrollo de las últimas reformas pro-
cesales y en la dotación de medios a la administración
de justicia, es u n buen ejemplo de ello.
Finalmente, no puede quedar sin mencionar la nece-
TERCERA PARTE
sidad de que los colectivos y agentes sociales contrarios
al modelo de la seguridad ciudadana se organicen en LA TEORIZACIÓN DEL MODELO PENAL
grupos de presión. Ellos habrán de ser los encargados DE LA SEGURIDAD CIUDADANA
de suministrar los datos y argumentos imprescindibles
para que las concepciones sociales y las políticas públi-
cas evolucionen hacia u n modelo m á s razonable de in-
tervención penal. Hay que abandonar visiones ingenuas,
muy presentes en los grupos expertos jurídicos, según
las cuales la racionalidad termina imponiéndose por sí
sola. Las asociaciones policiales dieron en España, no
hace mucho tiempo, u n buen ejemplo de cómo u n inte-
ligente y oportuno uso de datos y argumentos puede ha-
cer que fuerzas políticas de muy distinto signo terminen
satisfaciendo ciertos intereses corporativos 124 .

Me refiero al alarmista uso de una transitoria elevación de


las tasas de criminalidad para conseguir mejoras de plantilla y
salariales, campaña desarrollada entre 2001 y 2003. Véanse DIEZ
RIPOLLÉS, "El aumento de la criminalidad y la izquierda", El País,
9 / 5 / 2 0 0 2 ; SÁEZ VALCARCEL, op. cit., p. 6.
Sobre u n a cuarta, y cínica, estrategia desarrollada al parecer
con frecuencia por los cuerpos expertos de la administración de
justicia en los EE.UU., consistente en ceder a las demandas po-
pulistas en los casos judiciales más publicitados, consiguiendo
en contrapartida quedar fuera de la atención de los medios en la
gran mayoría de los casos, en los que pueden llevar a cabo u n a
aproximación experta a ellos, véase SCHEINGOLD, op. cit., ps. 122-
123, 139, 151-153, 159, quien también alude a lo que ayuda el
ganarse la confianza de los medios.
TERCERA PARTE
LA TEORIZACIÓN DEL MODELO PENAL
DE LA SEGURIDAD CIUDADANA

CAPÍTULO VI
EL DEBATE SOBRE LA SOCIEDAD DEL RIESGO

1. INTRODUCCIÓN
En las páginas precedentes, hemos sostenido la opi-
nión de que la actual política criminal española sólo es
susceptible de u n a cabal comprensión si se a s u m e la
tesis de que hemos entrado en u n a dinámica que tiende
a superar el, h a s t a hace poco, indiscutido modelo penal
garantista y a sustituirlo por otro, al que he denomina-
do el "modelo penal de la seguridad ciudadana". En ese
movimiento, otros modelos penales disponibles, como
el resocializador o el de la justicia reparadora, h a n de-
jado de ser alternativas dignas de consideración.
Tras mostrar cómo ese cambio de modelo tiene su
sustento en las profundas transformaciones espon-
táneas o inducidas de las actitudes sociales hacia la
delincuencia, y en su acrítica acogida por relevantes
agentes sociales con capacidad p a r a transformar la po-
lítica criminal, planteaba u n a serie de propuestas esta-
tégicas. Con ellas se pretendía contrarrestar u n a deriva
politicocriminal que, m á s allá de su n a d a convincente
trasfondo ideológico, permite augurar todo tipo de efec-
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 131
130 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
contemporización con las nuevas propuestas ligadas al
tos negativos a medio y largo plazo en el abordaje de la modelo de la seguridad ciudadana, a las que están co-
prevención de la delincuencia. menzando a dotar de la cobertura ideológica necesaria
Referente central de la estrategia esbozada era el para su acreditación cientificosocial.
desarrollo de u n modelo penal alternativo al de la se- Pues bien, en esta Tercera Parte pretendo abordar la
guridad ciudadana, que fuera capaz de superar holga- última de dichas cuestiones. Más en concreto, quisiera
damente, en términos pragmáticos y no sólo eticopolí- cuestionar los presupuestos analíticos y las estrategias de
ticos, al emergente modelo de la seguridad ciudadana. intervención del discurso doctrinal que está consolidando
El modelo penal bienestarista apuntado debería estar el nuevo modelo penal de la seguridad ciudadana.
en condiciones de demostrar la mayor eficacia y efecti- Ahora bien, u n a correcta exposición y crítica de esas
vidad de u n a aproximación a la delincuencia desde sus posturas doctrinales exige desarrollar u n a línea argu-
causas personales y sociales, y no desde s u s síntomas o menta! que preste la debida atención a u n plus de legi-
manifestaciones inmediatas, y de insertar, consecuen- timidad dialéctica del que se h a n beneficiado, al menos
temente, los mecanismos sociales de prevención de la en principio, las propuestas securitarias. Este plus lo
criminalidad en el marco de las intervenciones propias h a n obtenido por el hecho de haber tenido éxito en pre-
del Estado social del bienestar. Sobre esa sólida base sentar s u s iniciativas como u n aspecto m á s del fenó-
no debería haber problemas para defender la persisten- meno de la expansión del derecho penal vinculada a la
cia de u n conjunto de garantías bien asentadas en las consolidación de la moderna sociedad del riesgo.
creencias sociales, el cual, con independencia en b u e n a En efecto, el derecho penal de la seguridad ciudada-
medida del modelo de intervención penal escogido, es- n a h a mostrado u n a especial habilidad para integrar
taría dirigido a preservar a los ciudadanos de los posi- s u s análisis y propuestas de intervención en el previa-
bles abusos de los poderes públicos. mente existente debate politicocriminal sobre la conve-
Pero u n avance por esos derroteros exige, simultá- niencia de extender las intervenciones penales a ámbi-
neamente, desembarazar al discurso de u n a serie de tos sociales, hasta entonces fuera de su radio de acción.
frenos que entorpecen su progresión. Así, resulta ina- De este modo, h a logrado encubrir en b u e n a medida
plazable llevar a cabo u n a cuidadosa caracterización de que s u s contenidos, tanto en lo referente a las áreas de
los agentes sociales que están impulsando la vigente intervención como en lo concerniente a la naturaleza de
orientación securitaria, y de cuáles son s u s intereses ésta, inciden sobre la delincuencia clásica y se limitan a
y • motivaciones determinantes. También conviene ser exacerbar medidas penales hace tiempo conocidas.
conscientes de las escasas aportaciones que el pensa- Resulta fácil apreciar la frecuencia con que las pos-
miento garantista convencional, atrapado en actitudes t u r a s doctrinales favorables o contrarias a esa moder-
principialistas, viene realizando en la acomodación de la nización del derecho penal a través de su expansión a
intervención penal a los nuevos problemas y necesida- fenómenos propios de la llamada "sociedad del riesgo",
des sociales. Finalmente, no pueden ignorarse las cre- se reproducen a la hora de afrontar las propuestas se-
cientes corrientes doctrinales que h a n optado por u n a
132 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 133

curitarias. A mi juicio, por el contrario, estamos ante derna de nuevos riesgos, afectantes a amplios colecti-
dos corrientes de signo opuesto, que abordan realida- vos, y que podrían ser calificados como artificiales en
des sociales diferentes desde perspectivas ideológicas cuanto producto de nuevas actividades h u m a n a s , en
también distintas, y que merecen, en consecuencia, u n concreto, serían consecuencias colaterales de la pues-
juicio diferenciado. ta en práctica de nuevas tecnologías en muy diversos
Confío que las reflexiones que siguen, m á s allá del ámbitos sociales; tales riesgos resultan de difícil antici-
acierto que obtengan en su crítica del modelo penal de pación y suelen basarse en fallos en el conocimiento o
la seguridad ciudadana, contribuyan a la definitiva cla- manejo de las nuevas capacidades técnicas.
rificación de este extremo. b. Por el otro, se aprecian crecientes dificultades
p a r a atribuir la responsabilidad por tales riesgos a de-
2. EL DEBATE POLITICOCRIMINAL SOBRE EL DERECHO PENAL DE terminadas personas individuales o colectivas: a la ya
LA SOCIEDAD DEL RIESGO citada problemática previsión de su aparición, se añade
No es objeto de este estudio u n análisis de la rica po- la realidad de actividades generadoras de riesgos que se
lémica que está teniendo lugar sobre la procedencia de entrecruzan u n a s con otras, de m a n e r a que el control
extender el derecho penal a nuevos ámbitos generado- del riesgo no sólo escapa al dominio de u n o mismo, sino
res de importante lesividad social, y que h a s t a ahora no que tampoco está claro en manos de quién está; se ha-
habían estado sometidos a la incidencia de la interven- cen ineludibles criterios de distribución de riesgos que
ción penal. Espero aportar detenidamente mi punto de no satisfacen plenamente las exigencias de imputación
vista en otra ocasión 125 . Pero resulta ineludible, debido de responsabilidad.
a la opción metodológica que he anunciado en las lí- c. Finalmente, en la sociedad se h a difundido u n
neas precedentes, hacer u n a somera descripción de los exagerado sentimiento de inseguridad, que no parece
términos en los que está teniendo lugar esa discusión, guardar exclusiva correspondencia con tales riesgos,
dada la destreza con la que el discurso doctrinal de la sino que se ve potenciado por la intensa cobertura me-
seguridad ciudadana se h a engarzado en ella. diática de los sucesos peligrosos o lesivos, por las di-
El debate original sobre el derecho penal de la socie- ficultades con que tropieza el ciudadano medio p a r a
dad del riesgo parte de la constatación de u n conjunto comprender el acelerado cambio tecnológico y acom-
de realidades sociales que se podrían, quizás, sintetizar p a s a r su vida cotidiana a él, y por la extendida per-
e n t r e s grandes bloques: cepción social de que la m o d e r n a sociedad tecnológica
a. Por u n lado, la generalización en la sociedad mo- conlleva u n a notable transformación de las relaciones
y valores sociales y u n a significativa reducción de la
solidaridad colectiva.
i¿ En s u m a , todo ese conjunto de factores activa de-
^ Véase, de todos modos, u..i p r o n u n c i a m i e n t o inequívoco a
favor de la progresión en la l l a m a d a "modernización del derecho m a n d a s de intervenciones socioestatales que permi-
penal", en Capítulo V. t a n controlar tales riesgos y aplacar tales temores, y
134 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 135

a eso se aplica, entre otros m e c a n i s m o s sociales, la


política criminal 1 2 6 . penal; a tales'efectos se contaría con el aval derivado de
A s u vez, la política criminal que pretendería dar res- las d e m a n d a s de intervención penal procedentes de las
puesta a esa sociedad del riesgo podría evocarse a par- organizaciones sociales surgidas en los últimos tiempos
tir de cuatro grandes rasgos: en defensa de los nuevos intereses sociales -asociacio-
a. En primer lugar, u n a notable ampliación de los ám- nes de consumidores, ecologistas...-, con la decidida
bitos sociales objeto de intervención penal, la cual pre- inserción, en los programas de la izquierda política, de
tendería incidir sobre nuevas realidades sociales proble- propuestas de criminalización de esas actividades lesi-
máticas, o sobre realidades sociales preexistentes cuya vas de los poderosos y, sobre todo, con el apoyo de las
vulnerabilidad se habría potenciado; entre los sectores mayorías sociales que se identificaban con las víctimas
de intervención preferente habría que citar la fabricación de los abusos de los socialmente privilegiados.
y distribución de productos, el medio ambiente, los nue- c. En tercer lugar, la preeminencia otorgada a la in-
vos ámbitos tecnológicos como el nuclear, informático, tervención penal en detrimento de otros instrumentos de
genético..., el orden socioeconómico y las actividades en- control social: la contundencia y capacidad socializado-
cuadradas en estructuras delictivas organizadas, con es- ra del derecho criminal se consideran m á s eficaces en
pecial mención de los tráficos ilícitos de drogas. la prevención de tales conductas que otras medidas de
b. En segundo lugar, u n a significativa transforma- política económica o social, o que intervenciones lleva-
ción del blanco de la nueva política criminal, que con- das a cabo en el seno de otros sectores jurídicos como el
centraría s u s esfuerzos en perseguir la criminalidad derecho civil o el derecho administrativo; el principio de
de los poderosos, únicos sectores sociales capaces de subsidiariedad penal queda seriamente cuestionado.
desarrollar tales conductas delictivas y que h a s t a en- d. Por último, la necesidad de acomodar los conteni-
tonces difícilmente entraban en contacto con la justicia dos del derecho penal y procesal penal a las especiales
dificultades que plantea la persecución de esta nueva
criminalidad: a las nuevas técnicas delictivas, a los obs-
táculos para determinar los riesgos no permitidos, y a la
i
^° Véanse, por todos, MENDOZA BUERGO, El derecho penal en la trabajosa individualización de responsabilidades, se h a
sociedad del riesgo, Cívitas, 2 0 0 1 , p s . 24-34; "Gestión del riesgo de contraponer u n a actualización de los instrumentos
y política criminal d e seguridad e n la sociedad del riesgo", en punitivos; ello implica reconsiderar o flexibilizar el sis-
AGRÁ-DOMÍNGUEZ, y otros (eds.), La seguridad en la sociedad del tema de imputación de responsabilidad y de garantías
riesgo. Un debate abierto, Atelier 2 0 0 3 , p s . 7 1 - 7 4 , 7 8 - 7 9 ; SILVA
SÁNCHEZ, op. cit., p s . 2 6 - 3 0 , 3 2 - 5 0 ; SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-RO-
individuales vigentes, lo que se h a de hacer en función
BLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ, "La ideología de la s e g u r i d a d e n la le- de la necesidad politicocriminal de mejorar la efectivi-
gislación española presente y futura", e n AGRÁ, DOMÍNGUEZ, y otros dad en la persecución y encausamiento penales 1 2 7 .
(eds.), La seguridad en la sociedad del riesgo..., cit., p s . 6 7 - 7 1 ;
GRACIA MARTÍN, Prolegómenos para la lucha por la modernización
y expansión del derecho penal y para la crítica del discurso de la
resistencia, Tirant, 2 0 0 3 , p s . 6 2 - 6 5 . Véanse, por todos, HASSEMER, "Viejo y nuevo derecho penal",
en Hassemer, Persona, mundo y responsabilidad, Tirant, 1999, p s .
136 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 137

El derecho penal resultante de esa política criminal tiva, cuando ÍIO se integra ésta dentro de las modalida-
renovadora podría corresponderse con las siguientes des de autoría y participación.
notas esenciales: d. Significativas modificaciones en el sistema de im-
a. Incremento de la criminalización de comporta- putación de responsabilidad y en el conjunto de garan-
mientos mediante la proliferación de nuevos bienes tías penales y procesales: se admiten ciertas pérdidas
jurídicos de naturaleza colectiva; los componentes ma- en el principio de seguridad jurídica derivadas de la me-
teriales de esos bienes jurídicos marcarían diferencias nor precisión en la descripción de los comportamientos
respecto de b u e n a parte de los bienes jurídicos tradicio- típicos y del u s o frecuente de la técnica de las leyes pe-
nales, producto de s u configuración a tenor de las fun- nales en blanco; se hace u n a interpretación generosa de
ciones sociales que habrían de satisfacer y de la pérdida la lesividad real o potencial de ciertos comportamientos,
de referentes individuales. como en la punición de determinadas tenencias o en el
b. Predominio de las estructuras típicas de simple castigo de apologías; se considera razonable u n a cierta
actividad, ligadas a delitos de peligro o de lesión ideal flexibilización de los requisitos de la causalidad o de la
del bien jurídico, en detrimento de las estructuras q u e culpabilidad; se aproximan, h a s t a llegar a veces a neu-
exigen u n resultado material lesivo; dentro de esa ten- tralizarse, las diferencias entre autoría y participación,
dencia, los delitos de peligro concreto ceden terreno entre tentativa y consumación; se revaloriza el principio
frente a los de peligro abstracto, y se consolidan los de- de disponibilidad del proceso, mediante la acreditación
litos de acumulación y de obstaculización de funciones del principio de oportunidad procesal y de las conformi-
de control, lo que aproxima los comportamientos incri- dades entre las partes; la agilidad y celeridad del proce-
minados a los que son objeto de persecución por parte dimiento son objetivos lo suficientemente importantes
del derecho administrativo sancionador; se abre camino como para conducir a u n a significativa reducción de las
la fundamentación de la punición de comportamientos posibilidades de defensa del acusado... etc. 1 2 8
en base al principio de precaución, entendido como u n a
alternativa m á s laxa que la exigencia de peligrosidad
128
del comportamiento. Véanse, por todos, HASSEMER, (1999), op. cit., p s . 52-63; CAN-
CIO MELLA, Dogmática y política criminal en una teoría funcional del
c. Anticipación del momento en que procede la inter- delito, Universidad Nacional del Litoral/Rubinzal-Culzoni, 2000,
vención penal: se penan abundantes ilícitos antes sólo ps. 121-123, 127; MENDOZA BUERGO, (2001), op. cit., p s . 68-85, 9 5 -
administrativos, civiles o mercantiles; se generaliza el 110; (2003), op. cit., p s . 74-77, 83-85; SILVA SÁNCHEZ, (2001), op.
castigo de actos preparatorios específicamente delimi- cit., p s . 2 0 - 2 1 , 3 0 , 5 1 , 9 9 - 1 0 1 , 121-141; MARTÍNÉZ-BUJÁN PÉREZ,
tados; se autonomiza la punición de la asociación delic- "Algunas reflexiones sobre la m o d e r n a teoría del Big Crunch en la
selección de bienes jurídicopenales (especial referencia al ámbito
económico), en DIEZ RIPOLLÉS-ROMEO CASABONA y otros (eds.), La cien-
cia del derecho penal ante el nuevo siglo, Tecnos, 2 0 0 2 , p s . 3 9 6 -
4 0 2 ; GRACIA MARTÍN (2003), op. cit., p s . 1 3 0 - 1 5 0 ; TERRADILLOS BASO-
52-63; MENDOZA BUERGO, (2001), op. cit., p s . 3 8 - 6 1 , 9 2 - 9 5 ; SILVA
SÁNCHEZ, (2001), op. cit., p s . 25-26, 2 8 , 52-69, 74-76, 81-90. co, "Globalización, administrativización y expansión del derecho
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 139
138 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

el presunto culpable de u n delito, y con repercusiones


Una vez que se comenzaron a producir avances sig- tanto en el plano material como procesal del derecho
nificativos en la política criminal y en las transforma- penal. Para evitar la desnaturalización de ese derecho
ciones del derecho penal descritas, se fueron perfilando penal clásico y atender, al mismo tiempo, las d e m a n d a s
cuatro posturas doctrinales ante esa evolución, que se de control social ligadas a los problemas sociales origi-
podrían describir del modo siguiente: nados en la sociedad del riesgo, propone crear u n nuevo
a. La primera de ellas tiene s u origen en la escuela derecho de intervención130, que se encontraría a medio
penalista de Frankfurt, siendo u n o de s u s principales camino entre el derecho penal y el derecho adminis-
expositores Hassemer. S u s postulados h a n sido am- trativo sancionador, entre el derecho civil y el derecho
pliamente recogidos en la doctrina española, si bien no público. Este derecho de intervención sería el encarga-
h a n cosechado adhesiones inequívocas, a u n q u e sí h a n do de ocuparse de e s a nueva criminalidad, la cual se-
servido para desencadenar alguna otra postura cercana ría admisible que abordara con reglas de imputación y
de claro origen doctrinal español 1 2 9 . Se puede caracte- garantías penales y procesales menos estrictas, lo cual
rizar, globalmente, como u n a estrategia que, sin dejar debería acompasarse con la previsión de sanciones de
de reconocer las nuevas necesidades sociales de inter- menor gravedad que las penales 1 3 1 .
vención, se afana por mantener incólume el laboriosa- b. La segunda de las estrategias doctrinalmente plan-
mente construido edificio conceptual del derecho penal teadas constituye, como la precedente, u n a aceptación
que se inició en la Ilustración. En ese sentido, expone resignada de las nuevas d e m a n d a s sociales q u e se le
que resultan inaceptables las transformaciones que el plantean a la política criminal, y u n intento de reducir
abordaje de la problemática de la sociedad del riesgo su impacto sobre el derecho penal h a s t a ahora vigente;
parecen exigir al derecho penal clásico, el cual se vería se distingue de la anterior en que se m u e s t r a dispues-
privado de s u s señas de identidad. Entre éstas, cabe
destacar dos: la concentración de los esfuerzos puni-
tivos en torno a la tutela de u n consolidado catálogo
130
de bienes jurídicos de titularidad individual, a los que U n a vez q u e parece considerar u n a alternativa m e n o s
habría que añadir u n reducido número de intereses so- viable o m á s limitada la inclusión de los nuevos bienes jurídicos
ciales y estatales sólo amparados frente a riesgos graves colectivos d e n t r o del derecho penal clásico m e d i a n t e s u
transformación, d e modo q u e tuvieran e n todo m o m e n t o u n a
y evidentes. Asimismo, la vigencia de u n elaborado sis-
directa vinculación a referentes individuales. E s t a p r o p u e s t a
tema de imputación de responsabilidad, asentado sobre h a tenido u n a limitada acogida e n la doctrina jurídicopenal
u n rico elenco de garantías individuales a disfrutar por española.
131
U n a clara y breve exposición d e la p o s t u r a d e H a s s e m e r
se e n c u e n t r a en HASSEMER (1999), op. cit., p s . 6 7 - 7 2 . Véanse o t r a s
descripciones de la p o s t u r a del a u t o r a l e m á n , e n t r e otros, e n
penal económico", en TERRADILLOS BASOCO-ACALE SÁNCHEZ (coords.),
MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2002), o p . cit., p s . 3 9 6 - 3 9 9 ; GRACIA MARTÍN,
Temas de derecho penal económico, Trotta, 2004, p . 2 2 0 .
129
(2003), op. cit., p s . 1 5 1 - 1 5 3 .
Véase i n m e d i a t a m e n t e infra.
140 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 141

t a a q u e t a l e s exigencias s o c i a l e s t e n g a n u n a d i r e c t a ,
a u n q u e l i m i t a d a , r e p e r c u s i ó n e n la c o n f i g u r a c i ó n del c. La t e r c e r a p o s t u r a d o c t r i n a l e s p r o d u c t o de la r e -
d e r e c h o p e n a l . F o r m u l a d a p o r Silva d e s t a c a , a n t e t o d o , a c c i ó n d e u n a m p l i o s e c t o r de la d o c t r i n a , e n f r a s c a d a ,
q u e lo d e s e a b l e s e r í a r e c o n d u c i r al d e r e c h o a d m i n i s t r a - h a s t a e s e m o m e n t o , e n la c o n s t r u c c i ó n e i n t e r p r e t a c i ó n
tivo s a n c i o n a d o r la m a y o r í a de los n u e v o s objetivos d e d e los n u e v o s c o n c e p t o s j u r í d i c o s y figuras delictivas
c o n t r o l social q u e d i m a n a n de la s o c i e d a d del riesgo. del m o d e r n o d e r e c h o p e n a l , a n t e el c u e s t i o n a m i e n t o
C o m o eso p a r e c e , h o y p o r hoy, u n a a l t e r n a t i v a irreali- d e s u labor. S u l í n e a a r g u m e n t a l p r e t e n d e j u s t i f i c a r la
o r i e n t a c i ó n s e g u i d a y, m u y s u m a r i a m e n t e , p u e d e s i n t e -
zable, p r o p o n e e s t r u c t u r a r d o s c l a s e s d e d e r e c h o p e n a l .
t i z a r s e e n los s i g u i e n t e s t é r m i n o s :
El p r i m e r o s e r í a el d e r e c h o p e n a l clásico, q u e p e r m a -
n e c e r í a a n c l a d o e n la p r o t e c c i ó n del c a t á l o g o de b i e n e s La modernización del derecho penal q u e e s t á t e n i e n d o
j u r í d i c o s t r a d i c i o n a l e s , y e n d o n d e s e g u i r í a n rigiendo l u g a r es c o n s e c u e n c i a de la a c o m o d a c i ó n d e l a s n u e v a s
los h a b i t u a l e s y r i g u r o s o s criterios d e i m p u t a c i ó n y ga- s o c i e d a d e s p o s t i n d u s t r i a l e s al m o d e l o del E s t a d o social
de D e r e c h o , frente al periclitado E s t a d o d e D e r e c h o libe-
r a n t í a s del p r e s u n t o d e l i n c u e n t e . J u n t o a él s u r g i r í a u n
ral; t o d o s los esfuerzos e n e s a dirección, t a m b i é n la refor-
n u e v o d e r e c h o p e n a l , u n derecho penal de segunda ve-
z a d a t u t e l a p e n a l de i n t e r e s e s colectivos, v a n , e n ú l t i m o
locidad q u e se o c u p a r í a , e s p e c í f i c a m e n t e , d e e s a s p e r -
t é r m i n o , e n c a m i n a d o s a c r e a r l a s c o n d i c i o n e s q u e posi-
t u r b a c i o n e s sociales m o d e r n a s q u e e s t á s a c a n d o a la
biliten el libre desarrollo p e r s o n a l de los c i u d a d a n o s .
luz la s o c i e d a d del riesgo. E s t e n u e v o s e c t o r del d e r e c h o
penal abordaría esa criminalidad m o d e r n a con especial Los i n c r e m e n t o s d e la i n t e r v e n c i ó n p e n a l d e r i v a n del
a t e n c i ó n de l a s c o n d i c i o n e s n e c e s a r i a s p a r a s u efecti- s u r g i m i e n t o d e n u e v a s r e a l i d a d e s y conflictos sociales
va p e r s e c u c i ó n : se a s u m i r í a el c a r á c t e r colectivo d e la q u e p o n e n d e m a n i f i e s t o la e x i s t e n c i a d e r e l e v a n t e s in-
m a y o r p a r t e de los b i e n e s j u r í d i c o s t u t e l a d o s ; s e a d o p -
t a r í a n e s t r u c t u r a s típicas s u f i c i e n t e m e n t e l a x a s y, e n
g e n e r a l , se a l i g e r a r í a n los criterios de i m p u t a c i ó n , flexi- clásica y criminalidad moderna, y acepta la segunda velocidad para
b i l i z a n d o s e l a s g a r a n t í a s i n d i v i d u a l e s ; la c o n t r a p a r t i d a infracciones, de procedencia clásica o moderna, singularmente
a t o d a s e s a s c e s i o n e s sería, s i n e m b a r g o , la r e n u n c i a a económicas, que sean de menor gravedad, mientras que la
delincuencia grave, cualquiera sea su origen, debe permanecer en
la previsión de la p e n a de p r i s i ó n p a r a e s t o s c o m p o r t a - la primera velocidad. A su vez, TAMARIT SUMALLA, ""Fundamentos y
mientos, que deberían ser castigados ú n i c a m e n t e con orientación de un sistema penal teleológico-garantista", Revista de
p e n a s p e c u n i a r i a s y privativas d e d e r e c h o s 1 3 2 . derecho y proceso penal, 2001, ps. 50-52, es sensible a la idea de las
dos velocidades desde su percepción de que se precisa actualmente
un derecho penal más extenso pero más suave; de todos modos su
distinción entre un derecho penal con pena de prisión o sin ella no
ióZ
Véase SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., ps. 149-162. Una se construye en torno a la dicotomía entre criminalidad clásica y
asunción limitada de la tesis de Silva realiza MARTI'NEZ-BUJÁN PÉREZ criminalidad moderna, sino en función del rango constitucional del
(2002), op. cit., ps. 407-409, 429-430, quien, sin embargo, se bien tutelado en comparación con el que posee la libertad personal
sustrae a la dinámica argumenta! que contrapone criminalidad afectada por la pena de prisión -véase una critica a estas posturas
constitucionalistas en Diez Ripollés (2003), op. cit., ps. 177-183-.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 143
142 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS
que h a de verse como profundizaciones o avances en la
tereses colectivos cuya protección penal resulta plena- determinación del sistema de imputación; en realidad,
mente justificada; no estamos, pues, ante meros sen- las críticas en este campo no suponen m á s que u n estí-
timientos de inseguridad socialmente difundidos, sino mulo p a r a la mejora de las técnicas legislativas emplea-
ante u n conocimiento cada vez más preciso de los ries- das, pero no conllevan u n a descalificación global de la
gos existentes y de las técnicas para controlarlos, lo que propuesta modernizadora.
explica la aparición de potentes movimientos sociales Los principios limitadores del ius puniendi son debi-
que demandan actuaciones enérgicas para prevenirlos, damente respetados: por lo que se refiere al principio de
que cuentan con u n sólido apoyo de la ciudadanía a subsidiariedad, el derecho penal h a mostrado sobrada-
s u s demandas; esos intereses colectivos resultan espe- mente ser m á s eficaz que el derecho administrativo san-
cialmente afectados por determinadas actividades so- cionador en la prevención de conductas especialmente
cioeconómicas y empresariales, así como por estructu- peligrosas, y en los ámbitos en los que esa mayor efi-
ras organizadas ligadas, casi siempre, a la obtención de cacia se discute se adolece, con frecuencia, de medios
altos beneficios económicos al margen de la ley. p a r a la implementación penal o del tiempo necesario
Ciertamente, las nuevas medidas de intervención para que la magistratura se familiarice con las nuevas
penal inciden sobre ámbitos sociales donde operan de posibilidades de persecución; sin perjuicio de ulterio-
forma predominante los sectores sociales privilegiados res profundizaciones conceptuales, los bienes jurídicos
de la sociedad, pero tal hecho, que viene marcado por colectivos h a n acreditado su autonomía conceptual,
quienes son los causantes de los nuevos y graves daños sin que ello haya supuesto u n a desmaterialización del
sociales que se quieren prevenir, supone u n saludable objeto de tutela con pérdida de la referencia a intere-
avance en el empleo no sesgado de los instrumentos de ses sociales tangibles; por último, las estructuras de
control social y, desgraciadamente, es u n a realidad que peligro resultan imprescindibles p a r a la protección de
está claramente sobreestimada; en efecto, es fácil apre- ciertos bienes jurídicos colectivos cuando no se pue-
ciar la rareza con que se dan efectivas intervenciones de o no conviene esperar a su efectiva lesión, sin que
penales en el sector de los llamados "nuevos riesgos", lo sean procedentes objeciones garantistas en la medida
que nos reconduce, con excesiva frecuencia, al m u n d o en que se pone especial cuidado en la p r u e b a del peligro
del derecho penal simbólico. concurrente, sin olvidar lo inadecuado que es caracte-
Finalmente, el pretendido abandono por el moderno rizar al derecho penal moderno como uno trufado de
derecho penal de los principios básicos del derecho pe- estructuras de peligro, algo que no se corresponde con
nal garantista, no corresponde con la realidad. las n u m e r o s a s figuras de lesión y resultado material
Un detenido repaso de los diferentes contenidos in- introducidas 1 3 3 .
troducidos, permite confirmar que el garantismo posee
los instrumentos necesarios para integrarlos en su seno;
todo lo más, son necesarias acomodaciones de algunos Una muy significativa parte de la doctrina se encuentra, en
conceptos a las nuevas realidades delincuenciales, lo
144 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 145

d. La c u a r t a p o s t u r a d o c t r i n a l p u e d e calificarse c o m o Se diferencia.de l a s d o s p r i m e r a s p o s t u r a s e n q u e n o ve
u n a a c t i t u d de resistencia garantista a n t e l a s modifica- la n e c e s i d a d de realizar c e s i o n e s a c e p t a n d o niveles i n t e r -
ciones q u e p r o p o n e la política c r i m i n a l m o d e r n i z a d o r a . medios de intervención penales o parapenales. Conside-
ra, p o r otro lado, q u e l a s p r o p u e s t a s l l a m a d a s " m o d e r -
n i z a d o r a s " e s t á n d e t e r m i n a d a s por u n ilusorio afán d e
mayor o menor medida, detrás de las precedentes afirmaciones. i n t e r c a m b i a r g a r a n t í a s p o r eficacia: los m o d e r n i z a d o r e s
Véanse, por todos, PAREDES CASTAÑÓN, "Responsabilidad penal y s o s t i e n e n t e n a z m e n t e la m a y o r eficacia del d e r e c h o p e n a l
nuevos riesgos: el caso de los delitos contra el medio ambiente", frente al d e r e c h o a d m i n i s t r a t i v o s a n c i o n a d o r u otro tipo
Actualidad Penal, 1997, ps. 217 y ss.; GIMBERNAT ORDEIG, "¿Las de i n t e r v e n c i o n e s j u r í d i c a s o n o , p e s e a q u e u n a d e c u a d o
exigencias dogmáticas fundamentales hasta ahora vigentes de m a n e j o del principio d e s u b s i d i a r i e d a d p e r m i t e fácilmen-
una parte general son idóneas para satisfacer la actual situación
de la criminaldiad, de la medición de la pena y del sistema de te llegar a c o n c l u s i o n e s c o n t r a r i a s ; e n la p r á c t i c a , l a s
sanciones?, Anuario de derecho penal y ciencias penales, 2002, i n t e r v e n c i o n e s p e n a l e s e n los á m b i t o s sociales m o d e r n o s
ps. 52 y ss., 71; Martínez-Buján Pérez (2002), op. cit., ps. 403- se c o n c e n t r a n e n c a s o s d e b a g a t e l a , c o n lo q u e finalmen-
405, 409-431; GRACIA MARTÍN (2003), op. cit., ps. 33-39, 57-125, te r e s u l t a n t a m b i é n l e s i o n a d o s los principios d e frag-
155-168, 171-212, 217-218; POZUELO PÉREZ, "De nuevo sobre la mentariedad y proporcionalidad. Esta escasa idoneidad
denominada expansión del derecho penal: una relectura de los
planteamientos críticos", en El funcionalismo en derecho penal, del d e r e c h o p e n a l p a r a a f r o n t a r l a s n u e v a s n e c e s i d a d e s
2003, ps. 109, 111, 115-133; LAURENSO COPELLO, "Recensión a de la s o c i e d a d del riesgo priva d e justificación al s o c a -
'Silva Sánchez. La expansión del derecho penal. 2 a edición"', RDP v a m i e n t o o, e n el mejor d e los c a s o s , a la a c o m o d a c i ó n
y C, 2003, ps. 446-450, 452-454; Soto Navarro, La protección q u e la política c r i m i n a l m o d e r n i z a d o r a h a c e del d e r e c h o
penal de los bienes colectivos en la sociedad moderna, Comares, p e n a l g a r a n t i s t a , y q u e p u e d e n llevar a s u d e s n a t u r a l i -
2003, ps. 74-78; PRIETO DEL PINO, El derecho penal ante el uso
de información privilegiada en el mercado de valores, Thomson/ zación. E n ú l t i m o t é r m i n o , la política c r i m i n a l m o d e r n a ,
Aranzadi, 2004, ps. 215-217; TERRADILLOS BASOCO, (2004), op. cit., i n c a p a z d e p r e v e n i r eficazmente los c o m p o r t a m i e n t o s
ps. 222-240; GÓRRIZ NÚÑEZ, "Posibilidades y límites del derecho q u e le p r e o c u p a n , t e r m i n a a s i g n a n d o al d e r e c h o p e n a l
penalde dos velocidades", en TERRADILLOS BASOCO-ACALE SÁNCHEZ u n a función m e r a m e n t e e d u c a d o r a , q u e le h a c e c a e r e n
(coords.), Temas de derecho penal económico, (2004), op. cit., ps. las r e d e s del d e r e c h o p e n a l simbólico 1 3 4 .
340, 343-346; CORCOY BIDASOLO, "Límites objetivos y subjetivos
a la interevención penal en el control de riesgos", en MIR PUIG-
CORCOY BIDASOLO (dirs.), La política criminal en Europa, 2004, ps.
27-32, 36, 38-40; GÓMEZ MARTÍN, "Libertad, seguridad y sociedad 134
Véanse en esa línea, entre otros, MENDOZA BUERGO (2001),
del riesgo", en MIR PUIG-CORCOY BIDASOLO (dirs.), La política op. cit., ps. 118-159, 163-179, 181-192; (2002), 288-292, 304,
criminal.., cit., ps. 60-62, 70-71, 77-80, 87-90; GARCÍA-PABLOS 310-320; MUÑOZ LORENTE, "Obligaciones constitucionales de
MOLINA, "Pautas y tendencias en la evolución de la dogmática incriminación y derecho penal simbólico", Revista de Derecho y
penal alemana postwelzeliana", en OCTAVIO DE TOLEDO-GURDIEL- Proceso Penal, 2001, cit., ps. 124-131; probablemente, CEREZO MIR,
CORTÉS, Estudios penales..., cit., ps. 406-408. Una descripción
"Los delitos de peligro abstracto en el ámbito del derecho penal del
más amplia de esta postura en MENDOZA BUERGO (2001), op. cit., riesgo", RDP y C, 2002, op. cit., ps. 54 y ss.; BUENO ARÚS, La ciencia
ps. 118-120, 122-153, 176-179.
del derecho penal: un modelo de inseguridad jurídica, Universidad
146 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

CAPÍTULO VII
LA VAMPIRIZACIÓN DEL DEBATE
DE LA SOCIEDAD DEL RIESGO POR EL
MODELO PENAL DE LA SEGURIDAD CIUDADANA

Ésas eran las coordenadas del debate politicocrimi-


nal del último lustro y medio cuando, a su término y de
forma bastante rápida, se aportan a la polémica nuevas
preocupaciones y nuevos argumentos que van a modifi-
car sustancialmente su naturaleza.
Insinuaciones de lo que podía suceder ya se habían
podido apreciar en plena discusión sobre las d e m a n d a s
de la sociedad del riesgo. Así, no faltaron autores que
incluyeran o advirtieran de la inclusión, entre los ám-
bitos sometidos a debate, de algunos que poco tenían
que ver con riesgos tecnológicos, como es el caso de la
violencia doméstica, el acoso sexual y los delitos contra
la libertad sexual en general, y la delincuencia patrimo-
nial convencional, o de otros sectores delincuenciales
ya tradicionales para los que las facilidades organiza-
tivas que les suministraba la sociedad tecnológica no
Pontificia de Comillas, 2 0 0 3 , p s . 19-21, 107-109; VELÁSQUEZ
VELÁSQUEZ, "Globalización y derecho penal", en LOSANO-MUÑOZ era, desde luego, el aspecto m á s relevante, como son los
CONDE (coords.), El derecho ante la globalización y el terrorismo; v. casos del narcotráfico o el terrorismo 1 3 5 . Más ilustrati-
HUMBOLDT STIFTUNG/TIRANT, 2 0 0 4 , p s . 2 0 0 - 2 0 5 . Confróntese también
HASSEMER (1999), op. cit, p s . 4 2 - 5 1 , 5 7 - 6 5 , 70.
Véanse, por ejemplo, las e n u m e r a c i o n e s de SILVA SÁNCHEZ,
JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 149
148

vas a ú n resultaban ciertas afirmaciones que pretendían A m i j u i c i o , s i n e m b a r g o , h e m o s llegado y a a u n a


cobijar bajo el c o n c e p t o d e m o d a al "riesgo" q u e c r e a - situación de cristalización de u n nuevo modelo penal,
b a n c o n s u m i s m a e x i s t e n c i a los "otros", l a s p e r s o n a s q u e se h a servido p a r a s u c o n s o l i d a c i ó n d e u n a serie
d e t r a n s f o r m a c i o n e s d e c i s i v a s del a n á l i s i s politicocrimi-
e x c l u i d a s del m o d e l o d e b i e n e s t a r , c o m o d e s e m p l e a d o s ,
nal, d e l a s q u e p a s o a e x p o n e r l a s m á s significativas.
i n m i g r a n t e s . . . 1 3 6 ; q u e r e c o n o c í a n q u e el d e b a t e s o b r e la
c r i m i n a l i d a d d e los p o d e r o s o s n o p o d í a o c u l t a r q u e l a
1. INTEGRACIÓN DEL FENÓMENO DE LA INSEGURIDAD CIUDADANA
i n t e r v e n c i ó n p e n a l s i g u e y, p r e s u m i b l e m e n t e , s e g u i r á
EN EL FENÓMENO PRETENDIDAMENTE MÁS AMPLIO DE LA SOCIEDAD
c e n t r a d a e n los m a r g i n a d o s , q u i e n e s c o r r e n el serio p e -
DEL RIESGO
ligro de ser, finalmente, los d e s t i n a t a r i o s d e l a s p r o p u g -
n a d a s m a y o r e s facilidades d e p e r s e c u c i ó n de delitos 1 3 7 ; Las v í a s d e a c c e s o del d i s c u r s o d e l a s e g u r i d a d ciu-
d a d a n a al d i s c u r s o d e la s o c i e d a d del riesgo e s t á n c o n s -
o q u e c o m e n z a b a n a percibir q u e l a s o c i e d a d , los m e -
t i t u i d a s , e n s u m a y o r p a r t e , p o r u n a serie d e e q u i p a r a -
dios y l a s i n s t i t u c i o n e s se e s t a b a n o r i e n t a n d o c a d a vez
ciones conceptuales que, b a s á n d o s e en la equivocidad
m á s , q u i z á s de u n m o d o p a s a j e r o , h a c i a el i n c r e m e n t o
de ciertos términos, t r a t a n como realidades idénticas
de l a s s a n c i o n e s y el rigor e n s u ejecución 1 3 8 .
u n a s q u e p r e s e n t a n c a r a c t e r e s m u y d i s t i n t o s e, i n c l u -
Poco a poco c o m i e n z a n a m e n u d e a r a f i r m a c i o n e s so, c o n t r a p u e s t o s . E n r e s u m i d a s c u e n t a s , se d a l u g a r a
d o c t r i n a l e s e n l a s q u e se r e c o n o c e q u e s e e s t á p r o d u - q u e el d i s c u r s o d e ley y o r d e n p a r a s i t e c o n c e p t o s e l a b o -
c i e n d o u n c a m b i o d e m o d e l o d e i n t e r v e n c i ó n p e n a l , si r a d o s e n otro c o n t e x t o .
b i e n t o d a v í a los a u t o r e s n o se a c a b a n d e d e s p e g a r del Así, s e a f i r m a q u e l a c r i m i n a l i d a d d e los s o c i a l m e n -
d i s c u r s o p r e c e d e n t e o, c u a n d o lo h a c e n , sólo f o r m u l a n te e x c l u i d o s c o n s t i t u y e l a dimensión no tecnológica de
líneas m u y generales de esos nuevos desarrollos139. la sociedad del nesgo, d e f o r m a q u e , p o r ejemplo, l a
a n t i c i p a c i ó n d e l a t u t e l a p e n a l se j u s t i f i c a t a n t o p o r la
n e c e s i d a d d e r e a c c i o n a r c o n e s t r u c t u r a s d e peligro a
las n u e v a s formas de criminalidad, como por la urgen-
La expansión..., cit., I a ed., (1999), ps. 30, 40, 85-86, 113, y cia d e a c t u a r c o n t r a la d e s i n t e g r a c i ó n social y la delin-
TAMARIT SUMALLA (2001), op. cit., ps. 50-51, o las advertencias de c u e n c i a callejera q u e o r i g i n a n los m a r g i n a d o s s o c i a l e s .
MENDOZA BUERGO (2001), op. cit., ps. 113, 159-161, 179.
136
E n e s a m i s m a línea, n o h a y o b s t á c u l o e n i n t e r p r e t a r
Véase Silva Sánchez (1999), op. cit., ps. 23-24. la c o n c e n t r a c i ó n d e esfuerzos e n la p e r s e c u c i ó n d e la
137
ídem, ps. 41-43. c r i m i n a l i d a d d e los i n m i g r a n t e s c o m o u n e x p o n e n t e
138
ídem, p. 97, nota 172. m á s d e la e x p a n s i ó n p e n a l q u e exige l a n u e v a s o c i e d a d
139
Véanse CANCIO MELIÁ (2000), op. cit., ps. 121-138; (2003), op. del r i e s g o 1 4 0 . A s i m i s m o , s e e s t a b l e c e u n a e c u a c i ó n d e
cit., ps. 59-78; MENDOZA BUERGO, "Exigencias de la moderna política
criminal y principios limitadores del derecho penal", Anuario de
Derecho Penal y Ciencias Penales, 2002, ps. 307-308, 310-311,314;
MAQUEDA ABREU (2003), op. cit., ps. 6-11; GONZÁLEZ CUSSAC (2003), op. Véase, al respecto, SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., ps. 28-31,
cit., p. 24; ZUGALDÍA ESPINAR (2004), op. cit., ps. 1132-1133. 104-109.
150 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 151

igualdad entre el sentimiento de inseguridad ante los mejor protección de los sectores sociales desfavorecidos
nuevos riesgos masivos que desencadena el progreso a costa de incidir primordialmente sobre la delincuencia
tecnológico, y el sentimiento de inseguridad callejera li- de los socialmente privilegiados. Finalmente, las decisio-
gado al miedo a sufrir u n delito en el desempeño de las nes internacionales y comunitarias dirigidas a combatir
actividades cotidianas 1 4 1 . El auge de los mecanismos la criminalidad se insertarían en el marco de la delin-
de inocuización selectiva, directamente encaminados a cuencia de la globalización y, por consiguiente, de nuevo
sacar de la vida social y recluir por largos periodos de de la criminalidad de los poderosos 1 4 3 .
tiempo a los delincuentes habituales de la criminalidad Interpretaciones como las que se acaban de recoger,
clásica, es considerado igualmente como u n a eficien- inspiradas, sin duda, en el loable deseo de dar la mayor
te variante más de la gestión administrativa de riesgos, coherencia posible al análisis de los aconteceres socia-
inevitable en la complejas sociedades actuales dada su les que están detrás de las últimas decisiones politico-
alta sensibilidad al riesgo, y que se sirve de técnicas criminales, pecan de u n voluntarismo que conduce a
probabilísticas similares a las de los seguros, en este tratar dos fenómenos reales, que se mueven en b u e n a
caso para concentrar la persecución penal sobre ciertos parte en direcciones opuestas, como si respondieran a
tipos de delincuentes 1 4 2 . las mismas c a u s a s y a las mismas exigencias ideoló-
De forma semejante, el protagonismo adquirido por gicas. Lo malo del asunto es que ese afán por la cohe-
los intereses y demandas de las víctimas en el diseño de rencia termina dando al modelo penal de la seguridad
la reciente política criminal intervencionista, se presenta ciudadana u n a cobertura fáctica que no se merece, por
como u n a reacción emancipadora de las clases sociales no corresponder con la realidad.
más desfavorecidas frente a la criminalidad de los pode- Equiparar los riesgos derivados del uso de las nue-
rosos, sujetos que se encontrarían detrás del conjunto vas tecnologías con aquellos asentados en la vida coti-
de comportamientos que trata de atajar la actual políti- diana como consecuencia de la creciente presencia de
ca criminal expansiva. Una interpretación semejante se bolsas de desempleo y marginación social, supone alu-
hace del papel impulsor de la criminalización que desem- dir a dos fuentes de riesgo radicalmente distintas en
peñan muy diferentes movimientos sociales, todos ellos su origen, agentes sociales que las activan, naturaleza
afanados en incidir sobre esa rampante criminalidad de objetiva y subjetiva de los comportamientos, y conse-
los poderosos. También habría que ver en clave de pro- cuencias nocivas producidas. Su vinculación, m á s allá
tección de las clases económicamente débiles de la socie- de que pueden a m b a s dar lugar a conductas delictivas,
dad la conversión de la izquierda al credo de la seguri-
dad ciudadana, conversión que estaría inspirada en u n a
143
ídem, p s . 5 2 - 5 8 , 6 6 - 6 9 , 6 9 - 7 3 , 8 1 - 8 7 . E n t é r m i n o s m á s
generales, i n s e r t a el fenómeno de la inseguridad c i u d a d a n a en
141
ídem, p s . 32-42. el contexto de la sociedad del riesgo, MENDOZA BUERGO (2003), op.
142
ídem, p s . 141-147. cit., p s . 8 0 - 8 2 , 8 5 .
152 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 153

se s u s t e n t a ú n i c a m e n t e e n la a m p l i t u d s e m á n t i c a del
p e n a , e n d e t r i m e n t o de los r e s o c i a l i z a d o r e s , d e n t r o d e
t é r m i n o riesgo, p e r o n o p a r e c e e s t a r e n c o n d i c i o n e s d e
p u r a s c o n s i d e r a c i o n e s eficientistas d e e s p e c t r o m á s a m -
r e n d i r frutos a n a l í t i c o s 1 4 4 . Los peligros q u e conlleva e s a
plio. C o m o t e n d r e m o s o c a s i ó n d e ver m á s a d e l a n t e 1 4 6 ,
d i s p o s i c i ó n a t r a s l a d a r c o n c e p t o s de u n c o n t e x t o a otro
el a u g e de la i n o c u i z a c i ó n t i e n e u n t r a s f o n d o ideológi-
explica, i g u a l m e n t e , la a u s e n c i a d e d e s l i n d e suficiente
co q u e d e j a e n u n s e g u n d o p l a n o l a s reflexiones s o b r e
e n t r e lo q u e e s u n a c r i m i n a l i d a d o r g a n i z a d a l l e v a d a a
c o s t e y beneficio a la h o r a de a b o r d a r c i e r t o s r i e s g o s , a
c a b o por b a n d a s p r o f e s i o n a l i z a d a s d e e x t r a n j e r o s , y la
d i f e r e n c i a de lo q u e p o d r í a d e c i r s e d e c i e r t o s d e s a r r o l l o s
c r i m i n a l i d a d de i n m i g r a n t e s d e r i v a d a de s u i n e s t a b i l i -
del d e r e c h o p e n a l del riesgo.
d a d social y e c o n ó m i c a 1 4 5 .
Las p r e t e n s i o n e s de i n t e r p r e t a r el c o n j u n t o d e la
T a m p o c o p a r e c e algo a n a l í t i c a m e n t e fructífero i d e n -
n u e v a política c r i m i n a l e x p a n s i v a c o m o u n a c o r r i e n t e
tificar la i n q u i e t u d q u e se s u s c i t a e n el c i u d a d a n o s o b r e
e m a n c i p a d o r a , q u e a s p i r a r í a a c o n t r o l a r d e u n a vez p o r
l a s r e a l e s c a p a c i d a d e s de las i n s t a n c i a s s o c i a l e s p a r a
t o d a s la c r i m i n a l i d a d de los p o d e r o s o s , s o n e s p e c i a l -
c o n t r o l a r u n a serie de a c t i v i d a d e s , e n p r i n c i p i o , benefi-
m e n t e d e s a f o r t u n a d a s . S i n perjuicio d e r e c o n o c e r q u e
ciosas, pero que p u e d e n d e s e n c a d e n a r graves y genera-
la m o d e r n i z a c i ó n del d e r e c h o p e n a l t i e n e u n m a r c a d o
lizados r i e s g o s , c o n la p e r c e p c i ó n a t e m o r i z a d a d e q u e se
c o m p o n e n t e d e e s a n a t u r a l e z a , el c u a l se h a d e m a n -
h a n i n c r e m e n t a d o significativamente l a s p o s i b i l i d a d e s
t e n e r , lo q u e e s t á s u c e d i e n d o c o n el i n c r e m e n t o a c t u a l
de s e r d i r e c t o d e s t i n a t a r i o de u n a c o n d u c t a delictiva
d e la i n t e r v e n c i ó n p e n a l t i e n e , e n la g r a n m a y o r í a d e
d u r a n t e el d e s e m p e ñ o de s u s a c t i v i d a d e s h a b i t u a l e s .
Ni p a r e c e r a z o n a b l e e n c u a d r a r el p o d e r o s o m o v i m i e n t o l a s o c a s i o n e s , poco q u e ver c o n eso: lo q u e la p o b l a -
h a c i a la p o t e n c i a c i ó n de los fines i n o c u i z a d o r e s d e la ción d e m a n d a s o n a c t u a c i o n e s e n é r g i c a s c o n t r a l a d e -
l i n c u e n c i a clásica, la q u e n a c e e n los a l e d a ñ o s d e la
d e s o c i a l i z a c i ó n y la m a r g i n a c i ó n , s e c t o r e s sociales r e s -
p e c t o d e los q u e , a d e m á s , s e h a p r o d u c i d o u n n o t a b l e
Destaca, igualmente, la diferencia entre los conceptos d e s a p e g o y d e s i n t e r é s p o r p a r t e de l a s c l a s e s s o c i a l e s
de "seguridad técnica", ligada a los riesgos tecnológicos, y la m e d i a s mayoritarias; las exigencias de actuación sobre
"seguridad pública" o, en terminología alemana, "seguridad la d e l i n c u e n c i a de los p o d e r o s o s , s i n d e s a p a r e c e r , o c u -
interior", MENDOZA BUERGO. (2003), op. cit., ps. 72. Por su parte, p a n u n l u g a r s e c u n d a r i o y, d e s d e luego, e n t r e e s a s cla-
PAREDES CASTAÑÓN, "Riesgo y política criminal: la selección de bienes
s e s m e d i a s n o se p e r c i b e u n a p é r d i d a del e n c a n t o q u e le
juridicopenalmente protegibles a través del concepto de riesgo
sistémico", en AGRA-DOMÍNGUEZ, y otros (eds.), La segundad..., cit., p r o d u c e n los s e c t o r e s s o c i a l e s privilegiados y s u p a u t a s
ps. 91-94, 111, ha recordado la diferencia entre el concepto de de comportamiento. En esas circunstancias', las identi-
riesgo tecnológico y no tecnológico, previamente a formular su ficaciones sociales de las mayorías c i u d a d a n a s con las
propuesta de utilización de un "concepto generalizado de riesgo" a
efectos de determinar la relevancia social de los comportamientos
afectantes a los bienes juridicopenales.
145
Véase también LAURENZO COPELLO (2003), op. cit., ps. 444-445.
Véase infra apartado 3.
154 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 155

víctimas de la delincuencia no parecen conducir a u n a u n a buena parte de los acuerdos internacionales y de-
reacción frente a los poderosos y su criminalidad 1 4 7 . cisiones comunitarias penales; sin desconocer la impor-
En cuanto a los movimientos sociales que impulsa- tante presencia de regulaciones afectantes a comporta-
rían estas nuevas políticas expansivas, no todos persi- mientos delictivos "modernos", no pueden pasarse por
guen lo mismo y resulta imprescindible diferenciar entre alto los numerosos instrumentos legales, quizás los de
aquellos que se afanan realmente por promover actua- mayor trascendencia práctica, que se refieren a aspectos
ciones frente a las modernas formas de criminalidad - de la delincuencia clásica y de aquella en que la tecnolo-
asociaciones ecologistas, de consumidores...- y aquellas gía tiene u n papel secundario, desde los tráficos ilícitos
que luchan meramente por el mantenimiento de la ley y a la delincuencia sexual, pasando por el terrorismo o la
el orden -asociaciones vecinales, de comerciantes...- 1 4 8 . violencia doméstica; por lo demás, algún documento eu-
Que la actual política criminal de la izquierda europea ropeo reciente a p u n t a hacia u n a intensificación de las
vaya encaminada a menoscabar la criminalidad de los actuaciones comunitarias sobre la que denomina "delin-
poderosos, es u n aserto de difícil justificación; como h a cuencia común", frente al énfasis precedente en la delin-
señalado algún autor 1 4 9 , m á s bien nos encontramos ante cuencia organizada 151 .
la generalización de u n desarme ideológico en su dis-
curso politicocriminal, que se deja guiar por demandas 2 . T R A N S F O R M A C I Ó N D E LA EXPANSIÓN MODERNIZADORA D E L D E -
coyunturales mediáticas y populistas, demandas que no RECHO PENAL EN UNA EXPANSIÓN SECURITARIA
suelen fijar predominantemente s u atención en la cri- J u n t o al concepto de "riesgo", el concepto de "expan-
minalidad derivada de los nuevos riesgos 150 . Por último, sión" h a venido siendo otra de las ideas motrices del de-
convendría no engañarnos respecto de los objetivos de bate sobre la modernización del derecho penal: con ella
se quería expresar que la atención a las nuevas reali-
dades delictivas aconsejaba proceder a u n a ampliación
147
Véanse valoraciones similares en MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2002), de los contenidos del derecho penal. Pues bien, análisis
op. cit., p s . 410; TERRADILLOS BASOCO (2004), op. c i t , p s . 226. 227. como los criticados en el apartado precedente 1 5 2 h a n
14
Véase también TERRADILLOS BASOCO (2004), op. cit., p s . 2 2 7 .
149
ídem, p s . 2 2 8 .
Un análisis detenido sobre la reacción de las fuerzas 1Si
Véase Comisión de las Comunidades Europeas, "Comuni-
' políticas a la reciente evolución de las d e m a n d a s sociales sobre
cación de la Comisión al Consejo y al P a r l a m e n t o Europeo sobre
el control de la delincuencia, lo h e m o s visto y a en el Capítulo
prevención de la delincuencia en la Unión Europea", COM. 2 0 0 4 ,
IV. Véanse también, e n t r e otros, CANCIO MELIA (2000), op. cit., p s . ps. 3 - 5 . Cuestiona, con acierto, la a s u n c i ó n acrítica de las pro-
135-136; (2003), op. cit., p s . 7 1 - 7 3 ; LANDROVE DÍAZ, El derecho p u e s t a s punitivas internacionales, NIETO MARTÍN (2004), op. cit.,
penal de la segundad, La Ley, 2 0 0 3 , p . 1925; MAQUEDA ABREU p. 2 2 0 .
(2003), op. cit., p . 8; GONZÁLEZ CUSSAC (2003), op. cit., p s . 2 2 , 24;
NIETO MARTÍN, "España. Sistemas penales comparados", Revista Véase u n a síntesis de b u e n a p a r t e de e s a s críticas en nota
3 de Capítulo IV.
penal, 2 0 0 4 , p . 2 2 0 .
LA POLÍTICA CRIMINAL EÑ LA ENCRUCIJADA 157
156 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

El s e g u n d o d e ellos c o n s i s t e e n a c e p t a r , c o m o p u n t o
s e n t a d o l a s b a s e s p a r a u n n u e v o p r o g r e s o e n la confor-
de p a r t i d a d e l a s n u e v a s m e d i d a s d e i n t e r v e n c i ó n , u n a
m a c i ó n del m a r c o analítico e n el q u e p o d r á a r r a i g a r el
serie d e p r e s u p u e s t o s q u e , a u n q u e n o se c o m p a r t a n
modelo p e n a l de la s e g u r i d a d c i u d a d a n a . E n efecto, el
p l e n a m e n t e , se e n c u e n t r a n e n a l g u n a m e d i d a f u n d a d o s
c o n c e p t o d e " e x p a n s i ó n " deja y a d e referirse p r i m o r d i a l -
o, c u a n d o m e n o s , d i g n o s d e c o m p r e n s i ó n . E s el c a s o
mente a las nuevas formas de criminalidad propias de
d e c o n s i d e r a r u n h e c h o i n d i s c u t i b l e la e s t a b i l i d a d e n
la s o c i e d a d del riesgo, l a s c u a l e s a p a s a n o c u p a r , d e n -
n u e s t r a s o c i e d a d d e a l t a s t a s a s d e m i e d o al delito, s i n
tro del nuevo concepto de expansión, u n l u g a r m a r g i n a l , reflexionar s o b r e los n u m e r o s o s indicios q u e a p u n t a n
tanto cuantitativa como cualitativamente153. a q u e la evolución r e c i e n t e h a p o d i d o s e r u n f e n ó m e n o
Para d a r este paso, sin embargo, es necesario ade- inducido mediáticamente a partir de ciertos intereses
m á s q u e se d e n p o r b u e n o s , o, al m e n o s , n o se c u e s t i o - políticos 1 5 5 . O la a s u n c i ó n d e q u e la o p i n i ó n p ú b l i c a e s
n e n a fondo, u n a serie d e m e d i a d o r e s c o n c e p t u a l e s , a i n a c c e s i b l e a esfuerzos d e s e n s i b i l i z a c i ó n s o b r e a p r o x i -
veces m e r o s l u g a r e s c o m u n e s i n c r u s t a d o s e n el d e b a t e maciones racionales a la delincuencia, de modo que h a y
politicocriminal, q u e v a n a c o a d y u v a r e n el logro d e e s t e q u e a c e p t a r q u e lo q u e p r o c e d e e s l a a d o p c i ó n d e m e -
c a m b i o de p e r s p e c t i v a . didas s u s t a n c i a l m e n t e dirigidas a calmar s u s temores,
El p r i m e r o de ellos g a r a n t i z a el t r á n s i t o d e u n a a o t r a a p a c i g u a r s u a g r e s i v i d a d o satisfacer, e n g e n e r a l , s u s
forma d e e x p a n s i ó n , y viene e x p r e s a d o e n la i d e a d e q u e pulsiones psicosociales156. También pertenecen a ese
la expansión del d e r e c h o p e n a l h a d e j a d o d e s e r e x t e n - mismo orden de p r e s u p u e s t o s justificadores, a p r e s u -
siva p a r a s e r intensiva: c o n ello s e a b r e el c a m i n o a la r a d a s a f i r m a c i o n e s s o b r e la i n c a p a c i d a d d e l a s e s t r u c -
justificación " m o d e r n a " d e l a s , c a d a vez m á s f r e c u e n - t u r a s c o n v e n c i o n a l e s del d e r e c h o p e n a l p a r a a b a r c a r la
tes, d e c i s i o n e s politicocriminales q u e c o n c e n t r a n s u s
esfuerzos e n u n i n c r e m e n t o d e l a p u n i c i ó n d e ciertos
tipos de d e l i n c u e n c i a clásica, d e l i n c u e n c i a h a c e y a m u -
inseguridad ciudadana ha dejado de ser -con la excepción, por
c h o t i e m p o i n c o r p o r a d a a los códigos p e n a l e s 1 5 4 .
estrecho margen, de julio- uno de los tres problemas principales
de España, manteniéndose en cuarto lugar, con porcentajes
inferiores al 20% de españoles que la incluyen entre los tres
153
Véase también NIETO MARTÍN, (2004), op. cit., p. 220. primeros problemas. En cuanto al miedo a sufrir un delito,
TERRADILLOS BASOCO (2004), op. cit., ps. 224-225, recuerda ha dejado de ser uno de los tres problemas personales más
asimismo que la globalización económica sólo exige expansión importantes, pasando al cuarto o quinto lugar, al ser citado entre
punitiva contra las personas socialmente disfuncionales por los tres problemas que más les afectan sólo por el 14 o 15% de los
estar situadas en la marginación, a saber, desempleados e españoles. Véase CIS, "Barómetros de opinión", 2004,www.cis.es
inmigrantes. Sobre la diversa situación a fines de 2003, véase lo indicado en
154
Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR nota 6 de Capítulo IV.
MUÑOZ (2003), op. cit., ps. 114. Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR
155
Entre abril y julio de 2004, fechas inmediatamente MUÑOZ (2003), op. cit., ps. 114, 115, 121-123, 127; Comisión de
posteriores a las elecciones generales de marzo de 2004, la las Comunidades europeas. (2004), op. cit., p. 6.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 159
158 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES

m á s generalizada aceptación de que las conductas aso-


delincuencia patrimonial reiterada de los marginados,
cíales no delictivas, que se desenvuelven en el campo de
con la consiguiente insinuación, tras las consabidas la marginación, son ineluctablemente la antesala de la
referencias genéricas a que hay que trabajar sobre las delincuencia, por lo que hay que hacer al menos la vista
causas, de que es imprescindible abrir nuevas vías pu- gorda frente a políticas de intervención penal o parape-
nitivas; no es extraño que, a continuación, se den por nal sobre ellas, políticas que se consideran condición
buenas valoraciones superficiales sobre el excesivo coste p a r a el abordaje exitoso de la delincuencia común 1 5 9 .
de ciertas medidas de intervención preventivo-policiales Pues bien, en el contexto precedente, ¿en qué se ma-
o resocializadoras. Del mismo modo, se da como conclu- terializa hoy en día esa expansión del derecho penal que
sión bien asentada la de que para la delincuencia grave iba a permitir en s u s orígenes acomodar el instrumento
violenta los efectos intimidatorios son ineficaces y los re- penal a las nuevas realidades de las modernas socie-
socializadores vanos, de forma que sólo la inocuización dades del riesgo? 160 .
ofrece garantías de éxito 157 . Se identifica, en primer lugar, u n bloque de compor-
También son fáciles de apreciar actitudes resigna- tamientos que podrían agruparse bajo el concepto de de-
das ante la transformación que está experimentando lincuencia organizada. Este concepto, de naturaleza cri-
la conceptuación y la práctica persecutoria de la delin- minológica, dice, sin embargo, poco sobre cuáles serían
cuencia organizada, arquetipo de la cual h a n dejado de los ámbitos sociales en los que realmente incide 161 . Un
ser las grandes y complejas organizaciones criminales,
con capacidad para afectar el entramado socioeconómi-
co e institucional de nuestras sociedades, para pasar a
ser objeto de atención preferente las manifestaciones Véase Comisión de las Comunidades Europeas (2004),
op. cit., p s . 5-6. Referencias m á s a m p l i a s y críticas sobre e s t a
asociativas ligadas a la delincuencia tradicional, como
t e n d e n c i a e n WACQUANT (2001) op. cit., p s . 2 0 - 2 3 .
b a n d a s de atracadores o secuestradores, estructuras
E s m é r i t o d e SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-
de tráficos ilícitos de mediano nivel, redes de pornogra- PASTOR MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 113 y s s . el h a b e r establecido
fía infantil, grupúsculos ideológicos o pandilleros vio- con nitidez los tres g r a n d e s grupos de criminalidad q u e se h a n
lentos, a todo lo cual se añade la persecución de las u n i d o a los originales contenidos de la e x p a n s i ó n del derecho
b a n d a s terroristas 1 5 8 . En la misma línea va la cada vez penal. Me h e servido de s u tricotomía, por m á s q u e , como e s fácil
apreciar, n o c o m p a r t o m u c h a s d e s u s valoraciones.
Baste señalar q u e la Convención d e las Naciones Unidas
Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR contra la Delincuencia Organizada Transnacional, de 2000,
MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 114-115, 121-124. tampoco los alude, y se limita a precisar q u é h a de entenderse por
Véase, por el contrario, sobre los r e s u l t a d o s positivos "grupo delictivo organizado" o por "grupo estructurado", entre otros
obtenidos por los t r a t a m i e n t o s resocializadores, REDONDO ILLESCAS, conceptos. Véase a r t . 2 o d e la Convención a c a b a d a de citar, en
"Criminología aplicada: intervención e n delincuentes, reinserción Naciones Unidas. Asamblea General, A / R E S / 5 5 / 2 5 . Ponemos de
relieve este hecho e n DIEZ RIPOLLÉS-GÓMEZ CÉSPEDES-PRIETO DEL PINO-
y reincidencia", RDP y C, 1998 p s . 197-204.
STANGELAND-VERA JURADO, Prácticas ilícitas en la actividad urbanística.
V é a n s e SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR
Un estudio de la Costa del Sol, Tirant, 2004, p s . 30-32.
MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 128, 1 3 0 - 1 3 1 .
160 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 161

somero análisis de la práctica de la persecución penal en en día, la - delincuencia organizada, se completa con la
este sector muestra actuaciones que, sin duda, abordan obligada referencia a la devaluación que el concepto está
conductas que se aprovechan de las ventajas que la ac- sufriendo y que puede conducir, como ya hemos señala-
tual sociedad tecnológica ofrece a los delincuentes, que do 1 6 4 , a que pase a ser u n a categoría delictiva cada vez
tienen u n a indudable repercusión socioeconómica y en m á s enfocada y aplicada sobre asociaciones delictivas
los que se implican sectores poderosos de la sociedad, propias de la delincuencia común 1 6 5 .
como es el caso del blanqueo de capitales, los fraudes fi- Un segundo bloque de conductas está constituido
nancieros o los atentados contra la propiedad intelectual por delincuencia grave de naturaleza violenta o sexual.
e industrial..., entre otros casos 1 6 2 . Sin embargo, cabe Aquí nos movemos en el campo de la delincuencia m á s
ponerse fácilmente de acuerdo en que el núcleo de las tradicional, la que afecta a bienes jurídicos individuales
intervenciones policiales se concentra en dos fenómenos
delictivos ya tradicionales, el terrorismo y el narcotráfico,
al que se h a n unido recientemente otros traucos ilicitos,
de la Convención de 1988-; véase Convención de las Naciones
entre los que merece especial mención el tráfico de seres Unidas sobre el Tráfico Ilícito de Estupefacientes y Sustancias
h u m a n o s en s u s diferentes variantes. Pues bien, ningu- Psicotrópicas, en Legislación sobre drogas, 2 a ed. Tecnos,
no de ellos parece que sean directa consecuencia de las 1990. Ello no ha impedido, por lo demás, que la eficacia de las
oportunidades y los beneficios que puede suministrar la intervenciones penales siga limitada a los niveles bajo y medio del
nueva sociedad tecnológica, ni que sean llevados a cabo tráfico. Sobre la improcedencia de incluir los delitos relacionados
con drogas entre la delincuencia de los poderosos, véase lo ya
de forma mayoritaria por los sectores sociales privilegia- señalado en nota 2 de Capítulo IV.
dos de la sociedad 163 . El cuadro de lo que significa, hoy
Véase lo dicho un poco más arriba.
El art. III-172 del Proyecto de Tratado por el que se instituye
una Constitución para Europa enumera, entre los ámbitos
delictivos que podrán ser objeto de leyes marco europeas que fijen
Las conductas de corrupción administrativa o empresarial normas mínimas, a la delincuencia organizada, ámbito que, sin
pueden también responder a esas características, aunque sus embargo, diferencia del terrorismo, tráficos ilícitos de personas,
posibilidades de comisión son muy variadas y no siempre precisan drogas o armas, blanqueo de capitales, corrupción, falsificación
de una seria estructura organizativa detrás. Los comportamientos de medios de pago y delincuencia informática. La Constitución
de producción y difusión de pornografía infantil muestran u n a europea. Texto integral de la Convención europea, Tirant, 2004.
limitada estructura organizativa, pero no parece que tengan una Véase, asimismo, el amplio elenco de delitos que el art. 282 bis de
relevante repercusión socioeconómica ni que, precisamente por la LECrim. incluye entre los que pueden dar lugar a delincuencia
ello, hayan atraído en la mayor parte de los casos la atención de organizada a efectos de autorizar agentes encubiertos.
sectores sociales poderosos. Aluden, en contextos cercanos, a la inactividad o inoperancia
163
En cuanto al narcotráfico, conviene recordar que su legislativa y judicial en el ámbito de la delincuencia de cuello
actual capacidad organizativa y trascendencia socioeconómica blanco, especialmente la socioeconómica, que se aprecia en los
derivan, en buena medida, de los efectos de la prohibición -algo últimos tiempos, entre otros, GONZÁLEZ CUSSAC (2003), op. cit., ps.
reconocido por las propias Naciones Unidas en el Preámbulo 17-18; TERRADILLOS BASOCO (2004), op. cit., ps. 234-236.
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 163
162 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES

que, en este caso, no se trata simplemente de intensi-


básicos, como la vida e integridad personal, la libertad o
ficar reacciones penales ya existentes sobre conductas
la libertad sexual, incluso los apoderamientos violentos
delictivas bien conocidas, sino que adicionalmente se
de patrimonio. Parece claro que en este grupo de con-
aprecian fuertes tendencias a extender las actuaciones
ductas ya se h a n perdido con nitidez las referencias al
policiales y judiciales, en especial a través de la idea
original concepto de expansión, a aquel que pretendía
de peligrosidad, a nuevos comportamientos h a s t a ahora
atender a las nuevas formas de criminalidad inherentes
no penados, a conductas asocíales que se estiman el
a la sociedad tecnológica y mundializada. Se trata, ni
caldo de cultivo de la delincuencia. Este bloque de la
más ni menos, que de intensificar intervenciones pe-
nueva expansión ejemplifica, como ningún otro, la deri-
nales en el núcleo de la delincuencia clásica. Y hacerlo
va autoritaria de la política criminal: la sociedad no está
en el sector de la criminalidad en el que, con toda pro-
dispuesta a asumir cualesquiera responsabilidades por
babilidad, más se h a producido el extrañamiento entre
el surgimiento de este tipo de delincuencia, el énfasis,
víctima y delincuente, en el que a éste se le atribuyen
como veremos enseguida, se coloca en los síntomas, y
más connotaciones de ajenidad, de alineación, frente al
no en las c a u s a s de la criminalidad, y el control penal
resto de los ciudadanos que no lo reconocen como uno
adquiere primacía sobre cualquier otro tipo de política
de los suyos. Y eso h a arrumbado b u e n a parte de las
social o jurídica. No queda ahí la cosa, pues en el marco
certezas precedentes: las reacciones penales ya no le in-
de la intervención penal es la policía, no la jurisdicción,
timidan suficientemente, la resocialización no funciona
y dentro de esta última los fiscales, y no los jueces, los
con tales individuos, sólo la inocuización, el aislamien-
que han de llevar la iniciativa: es el momento de los jui-
to, de tales personas ofrece perspectivas de éxito 166 .
cios rápidos y de las conformidades 1 6 7 .
El tercer bloque de comportamientos contenido en la
nueva expansión securitaria supone ya el descenso a la
criminalidad de la marginación y la exclusión social. Se
trata de la delincuencia habitual de poca monta, que ÍOr
Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR
centra s u s afanes en los delitos y faltas patrimoniales, MUÑOZ (2003), o p . cit., p s . 114-115, 118-120; Comisión de las
con cuyos beneficios esperan obtener las oportunida- Comunidades Europeas (2004), op. cit., p s . 4 - 6 . También, con
des vitales que, en general, la sociedad no les ofrece o actitud claramente crítica, NIETO MARTÍN (2004), op. cit., p s . 220,
• que, en el mejor de los casos, h a n desaprovechado. La 222; Sáez Valcarcel (2004), op. cit., p s . 3-4; MUÑOZ CONDE, "El nuevo
derecho penal autoritario", en LOSANO-MUÑOZ CONDE, El derecho ante
ampliación punitiva en este ámbito vuelve a estar muy la globáüzación y el terrorismo, 2004, op. cit., p s . 177-180.
alejada del original concepto de expansión, a pesar de Especialmente convincente, y crítico, sobre la sustitución de
la agenda,judicial p o r la policial y sobre la desjudicialización a
favor de policías y fiscales, a ñ a d i e n d o al listado de fenómenos e n
e s a línea a las ó r d e n e s de protección, SÁEZ VALCARCEL (2004), op.
Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR
cit., p s . 3-4, 6, 7-8.
MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 121-24.
J O S É LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 165
164

3 . L A RELACIÓN ENTRE INDIVIDUO Y S O C I E D A D EN LA G É N E S I S Y


sociedad se vea descargada de la obligación de promover
la resocialización de los delincuentes en cuanto encami-
A B O R D A J E D E LA DELINCUENCIA
nada, primordialmente, a evitar la recaída en el delito. Y
Un componente significativo de la modificación del
ello sin necesidad de acudir a argumentos conectados a
marco analítico que venimos considerando, tiene que
su pretendida ineficacia. Se trata, p u r a y simplemente,
ver con u n a nueva relación que se establece entre indi-
de que son u n o costes que no le corresponden 1 6 8 . En
viduo y sociedad a la hora de explicar la delincuencia y,
segundo lugar, la inocuización selectiva, esto es, aque-
sobre todo, a la hora de afrontar su prevención. El ve-
lla utilización de la pena que defiende que u n notable
hículo transmisor de esa nueva aproximación analítica
incremento de los períodos de encarcelamiento y con-
podríamos calificarlo como la ideología de la distribución
trol ejercidos sobre los delincuentes habituales y rein-
o reparto de riesgos entre individuo y sociedad.
cidentes repercute de forma inmediata, y debido a u n
Resulta casi ocioso recordar que los riesgos de los que
mero efecto estadístico, en las t a s a s de criminalidad,
estamos hablando ya no son los riesgos tecnológicos.
parece la opción m á s sensata. Tal forma de abordar la
Nos encontramos dentro de u n a política criminal que,
delincuencia resulta avalada, por lo demás, por las exi-
como vimos en los apartados precedentes, h a modifica-
tosas experiencias que las técnicas actuariales de ges-
do sustancialmente los objetos preferentes de atención
tión de riesgos h a n obtenido en otros ámbitos sociales.
de la intervención penal, a u n q u e podamos seguir ha-
En tercer lugar, u n adecuado cálculo de los riesgos de la
blando de u n a sociedad con u n a elevada sensibilidad al
reincidencia aconseja superar el principio juridicopenal
riesgo, pero al riesgo de la delincuencia común o clásica
de la culpabilidad por el hecho, de modo que h a b r á que
en los términos ya vistos.
extender las intervenciones sobre el reincidente, m á s
La ideología a la que me refiero parte del presupuesto
allá del momento en que h a cumplido la condena, así
de que individuo y sociedad deben compartir de forma
como anticiparlas a periodos previos a ella 169 .
razonable los riesgos del delito, sin que haya de ser la
comunidad la que termine haciendo todo el esfuerzo en
la prevención de la delincuencia. Por individuo se en-
tiende, en este contexto, a la persona que h a cometido, La a c t u a l polémica sobre la procedencia de i m p l e m e n t a r
o está en trance de cometer, u n delito. t r a t a m i e n t o s p a r a los a u t o r e s de c o n d u c t a s d e violencia doméstica
se mueve, e n gran medida, bajo e s t a s c o o r d e n a d a s . Véase LARRAURI
La consecuencia de ese postulado es que la sociedad
PIJOAN, "¿Es posible el t r a t a m i e n t o de los agresores de violencia
rechaza hacerse cargo de los costes derivados de los d o m é s t i c a ? " , e n LÓPEZ BARJA, ZUGALDÍA ESPINAR (coords.), Dogmática
riesgos de reincidencia delictiva, tanto de los proceden- y ley penal, Instituto Ortega y Gasset-Marcial Pons, 2 0 0 4 , p s .
tes de los delincuentes habituales como de los que con 359-364, 374.
menor intensidad crean, asimismo, los delincuentes U n a de las mejores descripciones de este discurso,
ocasionales. El coste de ese riesgo h a de pasar, íntegra- desde u n a actitud sin d u d a comprensiva, a u n q u e t a m b i é n
mente, al propio delincuente. p r e o c u p a d a a n t e s u s posibles excesos, se e n c u e n t r a e n SILVA
SÁNCHEZ, "El retorno de la inocuización: el caso de las reacciones
Un planteamiento tal lleva, en primer lugar, a que la
166 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 167

La ideología de la d i s t r i b u c i ó n de riesgos e n t r e in- La a d o p c i ó n d e la a c t i v i d a d de s e g u r o s o a c t u a r i a l


dividuo y s o c i e d a d e s , a m i juicio, u n d i s c u r s o q u e se c o m o m o d e l o d e la d i s t r i b u c i ó n d e r i e s g o s , p e r m i t e q u e
sirve de u n a t e r m i n o l o g í a t e c n o c r á t i c a p a r a o c u l t a r la individuo y sociedad se vean como m e r a s c o n t r a p a r t e s
i n s o l i d a r i d a d social q u e le i n s p i r a . El p u n t o de referen- de u n c o n t r a t o e n el q u e n i n g u n a d e ellas t i e n e a p a -
cia r e v e l a d o r de s u n a t u r a l e z a se e n c u e n t r a e n q u e la r e n t e m e n t e que responder por c i r c u n s t a n c i a s previas
sociedad no admite, o restringe notablemente, s u s res- f a v o r e c e d o r a s del riesgo. E n la p r á c t i c a , s i n e m b a r g o , s e
p o n s a b i l i d a d e s e n la g é n e s i s y a b o r d a j e d e la d e l i n c u e n - e x i m e a la s o c i e d a d d e o c u p a r s e d e l a s p r i v a c i o n e s s o -
cia. Se t r a t a d e u n a m u e s t r a m á s d e l a c o n s o l i d a c i ó n d e ciales q u e , c o n s u f u n c i o n a m i e n t o , h a h e c h o a p a r e c e r
los e n f o q u e s volitivos s o b r e los e s t r u c t u r a l e s e n el a n á - e n c i e r t o s i n d i v i d u o s o s e c t o r e s s o c i a l e s , y al i n d i v i d u o
lisis d e l a d e l i n c u e n c i a , e s t o e s , d e l a convicción d e q u e s e lo d e j a solo c o n s u p e r s o n a l i d a d y f o r m a d e v i d a , q u e
la c r i m i n a l i d a d tiene s u explicación e n la libre v o l u n t a d aparecen descontextualizadas y p a s a n a ser ú n i c a s re-
del d e l i n c u e n t e , y n o e n c a r e n c i a s s o c i a l e s q u e p u e d a n c i p i e n d a r i a s d e los r e p r o c h e s s o c i a l e s .
condicionar su comportamiento170. J u n t o al t r a s f o n d o ideológico y político a c a b a d o d e
A p a r t i r de e s o s p r e s u p u e s t o s , el c o n c e p t o de d i s - s e ñ a l a r , el c o n c e p t o de d i s t r i b u c i ó n de r i e s g o s m u e s t r a
t r i b u c i ó n de riesgos s u m i n i s t r a u n n u e v o y r e l e v a n t e a l g u n a s incoherencias que conviene destacar:
s o p o r t e a r g u m e n t a l a la c a d a vez m á s i n t e n s a i n c o m - A n t e t o d o , l l a m a la a t e n c i ó n q u e s e a n p r e c i s a m e n t e
p r e n s i ó n social q u e s u s c i t a n los p r o g r a m a s de r e s o c i a - los d e l i n c u e n t e s h a b i t u a l e s los q u e d e b a n a s u m i r los
lización de los d e l i n c u e n t e s . E n s e n t i d o c o n t r a r i o , la c o s t e s d e s u d e l i n c u e n c i a , m o s t r á n d o s e la s o c i e d a d m e -
p o t e n c i a c i ó n d e la i n o c u i z a c i ó n , e, i n c l u s o , del peligro- n o s r e n u e n t e a t o m a r a s u c a r g o los p r o p i o s d e l a d e l i n -
s i s m o , s e c o h o n e s t a n m u y b i e n c o n la visión social p r e - cuencia ocasional; u n modo de razonar verdaderamente
d o m i n a n t e del d e l i n c u e n t e , a q u i e n s e p e r c i b e c o m o u n a t e n t o a l a eficiencia social d e b e r í a p r o p o n e r q u e los e s -
i n d i v i d u o r a c i o n a l q u e h a decidido l i b r e m e n t e a c t u a r d e fuerzos y p r e s u p u e s t o s d e los ó r g a n o s d e c o n t r o l social
f o r m a v e n t a j i s t a e n la c o n v i v e n c i a social. s e c o n c e n t r a r a n e n los d e l i n c u e n t e s h a b i t u a l e s , a q u e -
llos c u y o a c t u a r e s t á m á s c o n d i c i o n a d o p o r f a c t o r e s s o -
ciales q u e ellos, p o r sí solos, s o n i n c a p a c e s d e s u p e r a r ,
juridicopenales frente a los delincuentes sexuales violentos en m i e n t r a s q u e f u e r a n los d e l i n c u e n t e s o c a s i o n a l e s , d a -
derecho comparado", en REDONDO ILLESCAS (coord.), Delincuencia d a s s u s c o n d i c i o n e s sociales p r e v i a s f a v o r a b l e s , los q u e
sexual y sociedad, Ariel, 2002, ps. 143-146, 155-159. Llaman t u v i e r a n q u e c o r r e r c o n los c o s t e s d e s u delinquir.
la atención sobre el protagonismo que está adquiriendo la Por otro l a d o , n o p u e d e dejar d e s o r p r e n d e r q u e e n
inocuización, entre otros, MAQUEDA ABREU (2003), op. cit., ps. 8,
u n a a p r o x i m a c i ó n politicocriminal t a n p e n d i e n t e d e
9-10; GONZÁLEZ CUSSAC, (2003), op. cit., p. 24; NIETO MARTÍN, (2004),
op. cit., p. 221. u n a eficiente a s i g n a c i ó n de r e c u r s o s q u e d e n e n u n s e -
Ya hemos visto en el Capítulo V ciertos factores que g u n d o p l a n o los c o s t e s d e la i n o c u i z a c i ó n y d e l a revita-
priman, en la actual política criminal, los enfoques volitivos sobre lización del p e l i g r o s i s m o . P a r a n a d i e e s u n s e c r e t o los
los estructurales. e l e v a d o s d i s p e n d i o s q u e conlleva u n a política c r i m i n a l
LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 169
168 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

de aislamiento y segregación sociales de b u e n a parte de política criminal moderna la más acabada contraposición
los delincuentes, no sólo en términos de recursos mate- entre ciudadano e individuo, con dos corolarios trascen-
riales y h u m a n o s para su mantenimiento, sino también dentales para nuestro propósito: el de que al individuo
en otros rubros sociales como el empleo, la capacitación que además se muestra peligroso hay que tratarlo como
profesional y la sanidad, sin que falten ejemplos muy enemigo social, y el de que ciertos delincuentes pertene-
significativos para demostrarlo 1 7 1 . cen a esa categoría de enemigos de la sociedad.
Sin poder pasar por alto las indudables raíces fun-
4. LA CONTRAPOSICIÓN ENTRE INDIVIDUO Y CIUDADANO EN EL
cionalistas de su construcción, que se resumirían en la
constatación de que el concepto de persona no es u n o
DISEÑO DE LA POLÍTICA CRIMINAL
originario, sino u n o que resulta atribuido al individuo
Un nuevo avance en la configuración de las bases como producto de la comunicación dentro del sistema
analíticas del modelo penal de la seguridad ciudadana, social, atribución que dependerá del grado de satisfac-
se logra mediante la introducción de la distinción entre ción de las expectativas normativas que esté en condi-
quienes merecen o no ser considerados ciudadanos de ciones de prestar el individuo 1 7 3 , me parece significativo
u n a determinada comunidad. Una vez que se h a tenido resaltar que en s u s últimas exposiciones h a procurado
éxito en situar la discusión sobre los contenidos de in-
tervención del moderno derecho penal en el marco de la
expansión securitaria, y se h a abogado por u n relevante
desplazamiento de las cometidos de prevención de la de- el estadio previo a la lesión del bien jurídico", en Estudios de
lincuencia desde la sociedad al propio delincuente, h a derecho penal, UAM/Civitas, 1997, p u b l i c a d a originalmente
llegado el tiempo de degradar al delincuente para poder en 1985; "Das S e l b s t v e r s t á n d n i s der Strafrechswissenschaft
vor d e n H e r a u s f o r d e r u n g e n der Gegenwart", en ESER-HASSEMER-
así justificar el rigor de las intervenciones penales que
BURKHARDT (eds.), Die deutsche Strafrechtswissenshaft vor der
se planean. En todo caso, debe tratarse de u n a degra- Jahrtausendwen.de, C.H.Beck, 2 0 0 0 , e x p u e s t a por p r i m e r a vez
dación que no despoje al delincuente de su capacidad en 1999; "Derecho penal del c i u d a d a n o y derecho penal del
para actuar libre y racionalmente, cualidades ambas, enemigo", q u e es s u ú l t i m a p o s t u r a y q u e será la q u e se seguirá
como ya sabemos, que constituyen presupuestos de las m á s de cerca en la exposición del texto, en JAKOBS-CANCIO,
Derecho penal del enemigo (2003), op. cit., Véanse referencias a
secuencias analíticas precedentes.
s u evolución en CANCIO MELLA (2003), op. cit., p s . 6 0 - 6 1 , 7 9 - 8 0 ,
Sin duda h a sido Jakobs quien, tras u n a evolución 8 5 - 8 6 ; PORTILLA CONTRERAS, " " F u n d a m e n t o s teóricos del derecho
•significativa de su pensamiento 1 7 2 , h a formulado en la penal y procesalpenal del enemigo", Jueces para la Democracia,
2 0 0 4 , p s . 4 3 - 4 4 ; Gómez Martín (2004), op. cit., ps! 8 2 - 8 4 .
1
Quizás la formulación m á s a c a b a d a de la perspectiva
Véase la información s u m i n i s t r a d a por WACQUANT (2001), funcional en la distinción e n t r e individuo y p e r s o n a a efectos
op. cit., passim, con especial referencia a E s t a d o s Unidos. juridicopenales se e n c u e n t r e en JAKOBS, Sociedad, norma,
1
Los tres hitos m á s relevantes en el t e m a q u e nos persona en una teoría de un derecho penal funcional, Universidad
o c u p a p u e d e n considerarse s u s obras "Criminalización en E x t e r n a d o de Colombia, 1996, p s . 19-25, 3 5 - 3 8 , 4 7 - 6 2 .
JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 171
170

complementar esa aproximación metodológica con otra caso, la realización ocasional de u n delito por su parte no
de origen m á s politicojurídico. Para ello se h a servido le priva de su condición de ciudadano, y la pena que se le
de algunas de las formulaciones iusfilosóficas m á s co- impondrá desempeñará la función arriba mencionada.
nocidas del contrato social, las cuales le permiten, a su Por el contrario, existen individuos que, debido a su
juicio, fundamentar la distinción entre persona/ciuda- actitud personal, a s u s medios de vida, a su incorpo-
dano por u n lado, e individuo/enemigo por otro: así, sin ración a organizaciones delictivas o a otros factores,
necesidad de llegar a la contundencia de Rousseau o Fí- muestran de m a n e r a reiterada y d u r a d e r a su disposi-
ente, para quienes todo delincuente es u n enemigo que ción a delinquir, defraudando así persistentemente las
pierde los derechos obtenidos en virtud del contrato so- expectativas normativas formuladas por el Derecho, por
cial, considera razonable la postura de Hobbes y Kant, lo que no satisfacen las garantías mínimas de compor-
quienes consideran que se h a de privar del estatus de tamiento de acuerdo con las exigencias del contrato so-
ciudadano a todo aquel que muestre u n a tendencia a cial. A tales individuos no se les puede considerar per-
persistir en el delito 174 . sonas ni ciudadanos, son enemigos de la sociedad que
Sea como fuere, lo cierto es que Jakobs sostiene que deben ser excluidos de ella. El derecho penal que h a de
el derecho penal que conocemos va dirigido a ciudada- regir para ellos debe ser sustancialmente distinto del
nos, esto es, a aquellos individuos respecto de los cua- vigente para los ciudadanos, h a de ser u n o militante,
les existe u n a expectativa de comportamiento personal, encaminado a neutralizar su peligrosidad, en el que las
determinado por los derechos y deberes vigentes en la garantías son reducidas y la pena ya no b u s c a reafirmar
sociedad y con u n a actitud de fidelidad al ordenamiento la vigencia de la norma, sino asegurar el mantenimiento
jurídico. La pena, en el caso de que estos ciudadanos extramuros de la sociedad de estos individuos.
defrauden la expectativa normativa, tiene la función de Nichos sociales de surgimiento de enemigos dentro
reafirmar la vigencia de la norma infringida, confirman- de la sociedad del riesgo, estima J a k o b s que se encuen-
do así la identidad social; los efectos preventivos o moti- tran de forma predominante en la criminalidad econó-
vadores de futuros comportamientos le son ajenos o, al mica, en el terrorismo, en el narcotráfico y la delincuen-
menos, secundarios. Sin embargo, para que alguien sea cia organizada en general, en la delincuencia sexual u
tratado como ciudadano es preciso que corrobore, a tra- otras conductas peligrosas cercanas, en la delincuencia
vés de su comportamiento habitual, que se atiene a las habitual y, en general, en toda la delincuencia grave.
expectativas normativas antedichas, es decir que ofrezca Tales ámbitos delincuenciales deberían, pues, tratarse
garantías de que procede normalmente así. Si ése es el de acuerdo con las p a u t a s de ese derecho penal de ene-
migos y no de ciudadanos 1 7 5 .

174
Véase e s t a fundamentación en JAKOBS (2003), op. cit., p s .
1/;D
2 5 - 3 3 , y confróntese con la que h a b í a hecho en (2000), op. cit., Véase JAKOBS (2000), op. cit., p s . 4 9 - 5 3 ; (2003), op. cit., p s .
ps. 50-54. 13-15,23-25,33-43,47,51,55-56.
172 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 173

La e l a b o r a c i ó n c o n c e p t u a l d e s a r r o l l a d a p o r J a k o b s 1 7 6 e s t a m o s err-un c o n t e x t o d i s t i n t o . E s fácil a p r e c i a r c ó m o
c o n s t i t u y e u n n u e v o y significativo p r o g r e s o e n la c o n - l a s á r e a s d e i n t e r v e n c i ó n s e c o r r e s p o n d e n , c a s i total-
solidación d e a c t i t u d e s sociales de i n c o m p r e n s i ó n h a c i a m e n t e , c o n l a s q u e y a h e m o s visto q u e s o n objeto d e
la d e l i n c u e n c i a , de e x t r a ñ a m i e n t o social del d e l i n c u e n - a t e n c i ó n p r e f e r e n t e d e n t r o d e la e x p a n s i ó n s e c u r i t a r i a .
te, el c u a l a h o r a , e n d e t e r m i n a d a s c i r c u n s t a n c i a s , s e ve Sin e m b a r g o , la a p o r t a c i ó n f u n d a m e n t a l q u e la d i s t i n -
privado de s u c a r á c t e r d e c i u d a d a n o y a u n d e p e r s o n a , ción e n t r e c i u d a d a n o y e n e m i g o h a c e a e s a e x p a n s i ó n
p a r a c o n v e r t i r s e e n e n e m i g o d e la s o c i e d a d . De e s t a m a - n o r e s i d e e n la c o i n c i d e n c i a d e los s e c t o r e s p r e f e r e n t e s
n e r a , n o sólo h a n q u e d a d o d e f i n i t i v a m e n t e a r r i n c o n a - d e i n t e r v e n c i ó n p e n a l , sino e n algo m á s t r a s c e n d e n t e y
d o s los e n f o q u e s e s t r u c t u r a l e s s o b r e l a c r i m i n a l i d a d , q u e y a h a b í a sido a p u n t a d o p o r la ideología d e la d i s t r i -
sino q u e i n c l u s o a p r o x i m a c i o n e s s e c u r i t a r i a s , c o m o la bución de riesgos.
de d i s t r i b u c i ó n d e riesgos e n t r e s o c i e d a d y c i u d a d a n o , Se t r a t a d e la e s t r u c t u r a c i ó n del d e r e c h o p e n a l d e s d e
sufren m e r m a s legitimatorias, dado q u e r e s u l t a c a d a la p e r s o n a del d e l i n c u e n t e y n o d e s d e el h e c h o d a ñ o s o
vez m á s difícil justificar q u e l a s o c i e d a d d e b a c o m p a r - c o m e t i d o , d e u n a n u e v a y reforzada legitimación, e n d e -
tir algo, d e b a a c o r d a r c u a l q u i e r r e p a r t o d e r i e s g o s , c o n finitiva, del d e r e c h o p e n a l d e a u t o r 1 7 8 . E n efecto, el p u n t o
q u i e n es s u e n e m i g o . La m e t a e s a s e g u r a r l a e x c l u s i ó n de referencia f u n d a m e n t a l a la h o r a d e d i s t i n g u i r e n t r e
de l a s o c i e d a d d e ciertos d e l i n c u e n t e s . las dos formas de intervención penal p r o p u e s t a s p a s a a
C u a n d o u n o se p r e g u n t a quiénes son esos individuos ser u n a actitud persistente de desapego, de distancia-
a los q u e se q u i e r e m a n t e n e r al m a r g e n d e la s o c i e d a d , m i e n t o , h a c i a el o r d e n sociojurídico d e n t r o del q u e el in-
se percibe todavía, a u n q u e y a o c a s i o n a l m e n t e , la retóri- dividuo s e d e s e n v u e l v e . El efecto a m p l i a t o r i o frente a los
c a d e la s o c i e d a d del riesgo 1 7 7 , p e r o r e s u l t a e v i d e n t e q u e a n á l i s i s a n t e r i o r e s reside e n q u e y a n o e s i m p r e s c i n d i b l e
la c o n t u m a c i a e n el delito, l a h a b i t u a l i d a d o r e i n c i d e n c i a
delictivas. Sin perjuicio d e q u e é s a s e a u n a condición
de frecuente c o n c u r r e n c i a 1 7 9 , lo p e c u l i a r a h o r a e s q u e
No pretendo en lo que sigue realizar una crítica de los
presupuestos teóricos que fundamentan la construcción de
Jakobs. Mi objetivo se limita a analizar críticamente las inmediatas
implicaciones que su propuesta tiene en la consolidación del 1 /a
Lo ha puesto nítidamente de manifiesto, CANCIO MELIÁ
modelo penal de la seguridad ciudadana. Véase recientemente (2003), op. cit., ps. 88-89, 100-102.
en la doctrina española un abordaje más básico, con referencias 1
Creo que se puede afirmar que u n a lectura cuidadosa
bibliográficas adicionales, en CANCIO MELIÁ (2003), op. cit., ps. 78
de JAKOBS (2000) y (2003), op. cit., passim, muestra que su
y ss; PORTILLA CONTRERAS (2004), op. cit., ps. 43 y ss., en especial
construcción del derecho penal del enemigo no se edifica sobre
45-49; MUÑOZ CONDE (2004), op. cit., ps. 170-175; GÓMEZ MARTÍN
el delincuente reincidente o habitual, sino sobre el individuo que
(2004), op. cit., ps. 84-87. rechaza de forma persistente el ordenamiento jurídico y muestra
1
Véanse referencias en ese sentido de JAKOBS, en directa así su disponiblidad a delinquir, quizás plasmada ya en algún
relación con la construcción del derecho penal del enemigo, en comportamiento delictivo. Ello no obsta a que en algunos pocos
(2000), op. cit., ps. 50, 53. pasajes tienda a referirse a la habitualidad delictiva.
174 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 175

b a s t a c o n u n a a c t i t u d p e r m a n e n t e de d e s p r e c i o h a c i a el des, p u e d e r e s u l t a r l e desfavorable 1 8 1 , y p a r e c e c l a r o q u e
o r d e n j u r í d i c o y la disponibilidad a infringirlo. E n con- no procede destinar medios personales o materiales a
s e c u e n c i a , el incipiente d e r e c h o p e n a l de a u t o r q u e h a - la resocialización de los e n e m i g o s . De n u e v o , p u e s , s e
b i a s u p u e s t o , sin d u d a , el a s e n t a m i e n t o del criterio de a p u e s t a n t o d a s l a s b a z a s e n la i n o c u i z a c i ó n o i n t i m i d a -
d i s t r i b u c i ó n de riesgos s o b r e la c u a l i d a d de d e l i n c u e n t e ción i n d i v i d u a l e s 1 8 2 .
reincidente o habitual, resulta a h o r a decisivamente po-
t e n c i a d o m e d i a n t e e s t a t r a s c e n d e n t e a m p l i a c i ó n d e los
sujetos s o m e t i d o s al n u e v o d e r e c h o p e n a l . 1 ]
Véase ya lo dicho en Capítulo VI, apartado 2. Han llamado
Las d o s c o n t r i b u c i o n e s e s e n c i a l e s del d e r e c h o p e n a l la atención sobre la improcedencia de otorgar la competencia
del e n e m i g o al n u e v o m o d e l o p e n a l d e la s e g u r i d a d ciu- normativa a cada ciudadano, CANCIO MELIÁ (2003), op. cit., ps. 98-
d a d a n a , e s t o e s , la d e g r a d a c i ó n del d e l i n c u e n t e a e n e - 100; LAURENZO COPELLO (2003), op. cit., ps. 455-456.
migo y la e x p a n s i ó n de la i n t e r v e n c i ó n p e n a l e n clave Resulta patente en cualquier caso que en la práctica la
distinción entre ciudadano y enemigo no va a ser u n a de lo
p e r s o n a l y n o fáctica, n o c o n l l e v a n , p o r lo d e m á s , la
que podrá disponer el ciudadano, sino que serán las instancias
m á s leve modificación e n los u s o s d e la p e n a q u e s e h a n de control social las que determinen, al margen de actitudes
ido m o s t r a n d o c o n s u s t a n c i a l e s al m o d e l o s e c u r i t a r i o : personales, quiénes merecen el calificativo de enemigos, y que
la r e a f i r m a c i ó n d e la vigencia de la n o r m a q u e d a , p o r habrá que contar con previsibles abusos en esa delimitación.
definición, e x c l u i d a p a r a los e n e m i g o s 1 8 0 , la p r e v e n c i ó n Véanse al respecto MUÑOZ CONDE. ""¿Hacia un derecho penal del
g e n e r a l r e s u l t a d e v a s t a d a e n la m e d i d a e n q u e s e r e - enemigo?", El País, 15/1/2003; (2004), op. cit., ps. 172 -174;
PORTILLA CONTRERAS (2004), op. cit., ps. 45.
c o n o c e a c u a l q u i e r c i u d a d a n o el d e r e c h o a s a l i r s e del 182
ordenamiento jurídico, adquiriendo u n nuevo e s t a t u s Véanse críticas adicionales a la tesis de JAKOBS, en
Capítulo VI, apartado 2. En la doctrina española, ZUGALDÍA
que, sólo e n c a s o d e d e s c u b r i m i e n t o d e s u s activida- ESPINAR (2004), op. cit., ps. 1130-1133, ha considerado que la
distinción entre persona e individuo introducida por Jakobs no
tiene repercusiones prácticas, y más si se tiene en cuenta que ese
Lo cual no deja de ser una incongruencia respecto de algunos mismo autor deslegitima al derecho penal del enemigo, en cuanto
de los sectores de criminalidad incluidos en el derecho penal del estima que frente al enemigo no todo está permitido.
enemigo, como es el caso de la delincuencia terrorista o de los Una propuesta de configuración de dos clases de derecho
tráficos ilícitos desde el mundo subdesarrollado al desarrollado. penal, basada en la diversa naturaleza de los delincuentes, la
Asumiendo una idea que ha puesto de manifiesto CANCIO MELIÁ ha formulado recientemente en España BUENO ARÚS (2003), op.
(2003), op. cit., ps. 94-100, se puede decir que en supuestos como cit., ps. 75, 82-84, 109-110: Según este autor, deben recibir
éstos se percibe que estamos ante configuraciones sociales de un tratamiento diferenciado la delincuencia por necesidad, por
importancia relevante, pero con una legitimación problemática o frustración o por falta de oportunidades sociales, y aquella otra
cuestionada, esto es, ante ámbitos de identidad social sensibles, que es delincuencia por abuso, por prepotencia o gratuita. Si
en el primer grupo se encontrarían "la inmensa mayoría de los
y lo que procedería en tales casos es justamente utilizar la pena
delincuentes, de los jóvenes, de los reos de delitos pequeños, en
en su función de reafirmación de la vigencia de la norma, que es
especial contra la propiedad", en el segundo entrarían terrorismo,
lo que precisamente se descarta en las actuaciones propias del
crímenes internacionales, asesinatos y violaciones innecesarios o
derecho penal del enemigo.
176 J O S É LUIS DIEZ RIPOLLÉS

VIII CAPÍTULO
LA ACOGIDA DOCTRINAL DEL MODELO PENAL
D E LA SEGURIDAD CIUDADANA

Concluido el e s t u d i o crítico del m a r c o analítico doctri-


n a l q u e p r e t e n d e d o t a r de f u n d a m e n t o al modelo p e n a l
de la s e g u r i d a d c i u d a d a n a , h a llegado la h o r a de o c u p a r -
n o s de las específicas p r o p u e s t a s de la d o c t r i n a q u e c o n -
c r e t a n los r a s g o s q u e d e b i e r a p o s e e r ese d e r e c h o p e n a l
no provocados, delincuencia de cuello blanco, tráfico de drogas y cuyo objetivo primordial h a b r í a de residir en satisfacer
personas, robos muy violentos... . Pues bien, para la delincuencia las d e m a n d a s sociales de s e g u r i d a d c i u d a d a n a .
del primer grupo procedería un derecho penal centrado en la Voy a e n u m e r a r t r e s p r o p u e s t a s q u e se s u p e r p o n e n
resocialización, mientras que el otro bloque delincuencial debería
en b u e n a medida, pero cuyas peculiaridades merecen
ser abordado mediante su inocuización. Las concomitancias con
la propuesta de Jakobs acabada de estudiar saltan a la vista. Sin s e r s a l v a g u a r d a d a s p a r a o b t e n e r , así, u n a visión m á s
embargo, y sin perjuicio del global juicio negativo que merece, c o m p l e t a y m a t i z a d a del f e n ó m e n o .
entre otras razones, por la demonización que hace de cierto
tipo de delincuencia, la asunción de perspectivas propias del 1. E L DERECHO PENAL DEL ENEMIGO
derecho penal de autor, y la apertura a intervenciones penales
desmesuradas en ese sector delincuencial -véase infra-, conviene La a u t o n o m í a c o n c e p t u a l q u e la d i s t i n c i ó n e n t r e ciu-
resaltar el mantenimiento por este penalista de un enfoque d a d a n o e individuo h a o t o r g a d o a ciertos d e l i n c u e n t e s ,
estructural respecto de un significativo sector de la criminalidad, c o n s i d e r a d o s e n e m i g o s sociales, y a l a s a c t i v i d a d e s ilí-
sin duda el más numeroso cuantitativamente, y su consecuente c i t a s q u e llevan a c a b o , se t r a s l a d a d e f o r m a i n m e d i a -
demanda de esfuerzos resocializadores en ese ámbito. Si se
t a a u n a d e t e r m i n a d a e s t r u c t u r a j u r i d i c o p e n a l . La i d e a
me permite una expresión algo cómplice, digamos que supone
un inaceptable derecho penal del enemigo con una mejorada m o t r i z de t o d a s l a s modificaciones q u e s e p r o p o n e n o s e
identificación de quién es el enemigo. a v a l a n p a r a ese d e r e c h o p e n a l de e n e m i g o s , gira e n t o r -
178 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 179

n o a la idea de la peligrosidad de t a l e s d e l i n c u e n t e s , y a S i m u l t á n e a m e n t e , s e h a n de potenciar m e d i d a s s a n -


s u c o n s i g u i e n t e corolario de q u e n o h a c e falta e s p e r a r c i o n a d o r a s específicamente d e s t i n a d a s a c o m b a t i r la peli-
p a r a intervenir p e n a l m e n t e a la p r o d u c c i ó n de u n d a ñ o grosidad, m á s allá de lo q u e p u e d a hacerlo la p e n a m i s m a .
o al s u r g i m i e n t o de u n peligro identificable 1 8 3 . Se p r o p u g n a la revitalización de u n derecho de m e d i d a s
E n el p l a n o m a t e r i a l , ello s u p o n e , a n t e todo, d a r el asegurativo p a r a este tipo d e d e l i n c u e n t e s , con la vuelta a
aval d e la ciencia j u r i d i c o p e n a l , bajo el calificativo d e la a c u m u l a c i ó n y c u m p l i m i e n t o sucesivo d e p e n a y medi-
legislación d e g u e r r a o d e e m e r g e n c i a , a l a s n u m e r o s a s da, y la potenciación de los i n t e r n a m i e n t o s de s e g u r i d a d
iniciativas legislativas q u e e n á m b i t o s m u y d i v e r s o s , a n t e s y d e s p u é s del c u m p l i m i e n t o de la p e n a 1 8 7 .
m e d i a n t e modificaciones del código p e n a l o la a p r o b a - Pero e s , s i n d u d a , el á m b i t o del proceso p e n a l a q u e l
ción d e leyes p e n a l e s e s p e c i a l e s , h a n c o r p o r i z a d o e n la en el q u e el derecho p e n a l del enemigo c o n c e n t r a s u s e s -
llamada "expansión securitaria"184. En sentido m á s es- fuerzos. Y n o sólo a través de la preconizada m a y o r facili-
pecífico, se c o n s i d e r a o p o r t u n o p r o s e g u i r c o n la a n t i - d a d de imposición de la prisión preventiva, e s t r e c h a m e n t e
cipación d e la p u n i c i ó n a fases a l e j a d a s d e la c o m i s i ó n relacionada con la potenciación del derecho de m e d i d a s
del delito, c o m o la c o n s p i r a c i ó n o l a m e r a p e r t e n e n c i a a c a b a d o de señalar, sino t a m b i é n m e d i a n t e u n a p a n o p l i a
a organizaciones criminales, cuyas p e n a s deberán ser de p r o p u e s t a s q u e d e s m o n t a n , sin contemplaciones, el
equiparables a las de intervenciones posteriores m á s derecho p e n a l g a r a n t i s t a : facilitación de controles corpo-
p r ó x i m a s a la c o n d u c t a lesiva o peligrosa 1 8 5 . Se p r o - rales, d e intervención de c o m u n i c a c i o n e s o de intromisión
p u g n a , i g u a l m e n t e , u n decidido a p r o v e c h a m i e n t o de los en á m b i t o s privados sin control judicial o con laxos con-
efectos i n o c u i z a d o r e s d e la p e n a , a c u y o fin s e h a d e troles, u s o generalizado d e a g e n t e s encubiertos, prolonga-
p r o c e d e r a u n a generalización e i n c r e m e n t o s u s t a n c i a l ción de los períodos de i n c o m u n i c a c i ó n , restricciones del
de l a s p e n a s d e prisión; s u c u m p l i m i e n t o d e b e t e n e r derecho a n o declarar c o n t r a sí m i s m o , limitaciones del
r e s t r i n g i d a al m á x i m o l a o b t e n c i ó n d e beneficios p e n i - derecho de defensa, reconsideración de la invalidez d e la
tenciarios, p a r a prevenir u n a reducción de s u duración p r u e b a ilícitamente obtenida..., etcétera 1 8 8 .
o u n a l i g e r a m i e n t o del r é g i m e n d e c u m p l i m i e n t o 1 8 6 .

va
' Véanse JAKOBS (2003), op. cit., ps. 14, 23-24, 32-33, 38;
183
Véase JAKOBS (2003), op. cit., ps. 14, 23-24, 32-33, 40, BUENO ARÚS (2003), op. cit., ps. 75. Destaca cómo el derecho penal
del enemigo desarrolla una fuerte tendencia hacia su conversión
42-43.
184 en un derecho de medidas y no de penas, SILVA SÁNCHEZ (2001) op.
Véanse Jakobs (2000), op. cit., ps. 51-52, (2003). 33-40; cit., ps. 164-165; veáse, además, infra, apartado 3.
BUENO ARÚS (2003), op. cit., ps. 83, 109. 188
185 Véase JAKOBS (2000), op. cit., p. 52; (2003), op. cit., ps. 43-
Véase JAKOBS (2000), op. cit., ps. 51; (2003), op. cit., ps. 46. Véase, asimismo, la detenida exposición que PORTILLA CONTRERAS
40, 43. (2004), op. cit., ps 43, 45-49, realiza de las consecuencias que
186
Véanse JAKOBS (2003), op. cit., ps. 23-24; BUENO ARÚS discípulos o seguidores de Jakobs sacan en el campo procesal
(2003), op. cit., ps. 83-84. penal a partir de las tesis del derecho penal del enemigo.
180 J O S É LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 181

Finalmente, hay dos motivos, que podríamos llamar 2. EL DERECHO PENAL DE LA TERCERA VELOCIDAD
"coyunturales" o "de oportunidad" que refuerzan todo Lo que Silva Sánchez h a denominado el "derecho pe-
el esfuerzo precedente: el primero constata la presión nal de la tercera velocidad", constituye u n a propuesta
de la sociedad y de diversos subsistemas del sistema politicocriminal fácilmente vinculable al concepto de
social, singularmente el económico y el político, p a r a derecho penal del enemigo analizado en el subapartado
que el sistema penal resulte eficaz y efectivo, además anterior, algo de lo que es consciente s u propio crea-
de eficiente, en la lucha contra esa delincuencia, así dor 191 . Sin embargo, sería equivocado pasar por alto al-
como sus indisimuladas advertencias de que si la cien- gunos matices relevantes.
cia juridicopenal no lo a d a p t a a tales exigencias con El primero de ellos reside en que esa tercera veloci-
la configuración de u n derecho penal de guerra, el de- dad, exasperadora de la intervención penal en ciertos
recho penal que conocemos y las estructuras concep- ámbitos sociales, se produce dentro de u n discurso so-
tuales que lo conforman están condenados a la irrele- bre el derecho penal de la sociedad del riesgo que acaba
vancia 1 8 9 . El segundo llama la atención sobre el hecho de proponer, para las nuevas formas de delincuencia
de que únicamente si se atienden tales d e m a n d a s se ligadas a la sociedad tecnológica y a la criminalidad de
logrará impedir la contaminación del derecho penal de los poderosos, u n a retirada significativa de la interven-
los ciudadanos con los contenidos del derecho penal ción penal. Esa retirada, concretada en el derecho pe-
del enemigo, algo que ya se h a producido en ciertos nal de la segunda velocidad, h a b r á de posibilitar que, a
ámbitos, como es el caso de la cada vez m á s extendi- cambio de u n a flexibilización de las garantías -por cier-
da punición de numerosos actos preparatorios. Por lo to, escasamente precisada-, se saque del catálogo de
demás, si la ciencia penal toma a s u cargo esa tarea penas previstas p a r a tales comportamientos a la pena
tendrá ocasión de establecer ciertos límites a ese nue- de prisión 192 .
vo derecho penal, límites que debieran prevenir frente Que el derecho penal de la tercera velocidad está pen-
a u n a renuncia generalizada, por su parte, a los prin- sado para u n a criminalidad muy distinta, se confirma
cipios del derecho penal garantista 1 9 0 . fácilmente en cuanto se atiende a las áreas preferentes

191
itty Véase SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p s . 163-165. Llaman
Véase JAKOBS (2000), op. cit., p s . 4 9 , 53-54.
190
claramente la atención sobre la semejanza, CANCIO MELIÁ (2003),
Véase JAKOBOS (2003), op. cit., p s . 22, 3 3 , 4 6 , 4 8 - 5 0 , 56. op. cit., p s . 7 9 - 8 3 . Por el contrario, GÓMEZ MARTÍN (2004), op. cit.,
También BUENO ARÚS (2003), op. cit., p s . 84, 109-110. p. 8 3 , considera que la tercera velocidad de Silva se aproxima
Véanse otras descripciones en la doctrina del derecho penal del sólo a la primera, y limitada, p o s t u r a de J a k o b s sobre el derecho
enemigo de J a k o b s , en MENDOZA BUERGO (2002), op. cit., p s . 3 1 1 - penal del enemigo formulada en 1985.
312; CANCIO MELIÁ (2003), op. cit., ps. 7 9 - 8 1 ; PORTILLA CONTRERAS 192
(2004), op. cit., ps. 4 3 - 4 5 ; GÓMEZ MARTÍN (2004), op. cit., p s . 8 2 - Y ello u n a vez q u e se h a y a n agotado las posibilidades del
84, entre otros. derecho administrativo sancionador. Véase supra, Capítulo VI.
182 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 183

de intervención de ese derecho penal más riguroso: ante introduce, como motivos determinantes de s u existen-
todo, su defensor pone especial cuidado en excluir ex- cia, por u n lado, la conveniencia de reaccionar enérgi-
presamente a la delincuencia socioeconómica de la in- camente frente a conductas especialmente graves por
fluencia de esa tercera velocidad punitiva, ya que aquélla suponer u n a negación frontal de los principios políticos
sería u n sector de la criminalidad que pertenecería a la o socioeconómicos básicos de nuestro modelo de con-
dulcificada segunda velocidad o, todo lo más, a la prime- vivencia, y por el otro, y en estrecha relación, la nece-
ra 193 . En este nuevo derecho penal se integrarían, por sidad de asegurar la efectividad de la reacción penal a
el contrario, la delincuencia patrimonial profesional, la esas conductas superando las dificultades adicionales
delincuencia sexual violenta o reiterada, la criminalidad de persecución y prueba que presentan. Es, por tanto,
organizada 194 , el narcotráfico, la criminalidad de Estado la sobresaliente lesividad de estos comportamientos la
y el terrorismo 195 . que explica que la sociedad, en estos casos, esté dis-
El segundo matiz relevante tiene que ver con el re- puesta a renunciar a ciertas cotas de libertad a cambio
lativo distanciamiento de la idea motriz de la lucha de reforzar la seguridad 1 9 8 .
contra la peligrosidad del individuo, que caracteriza al Con esas salvedades, las propuestas de estructu-
derecho penal del enemigo 196 . Sin, desde luego, renun- ración del derecho penal de la tercera velocidad ape-
ciar a ella 197 , el derecho penal de la tercera velocidad n a s difieren de las del derecho penal del enemigo: se
da también por inevitable y asumible la conformación
193
de u n nuevo derecho penal de esas características 1 9 9 , y
Véase SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p . 1 6 3 . se concentra la atención en hacer menos estrictas las
Si bien el autor, junto con otros autores, a d e m á s de tener reglas de imputación de responsabilidad, en anticipar
la impresión de que la delincuencia organizada se h a convertido la intervención penal a fases previas a la ejecución e,
en u n circunstancial compañero de viaje del terrorismo a la
hora de ser objeto de determinadas decisiones politicocriminales incluso, a la preparación del delito, en el incremento de
rigurosas, tiene serias d u d a s de que ese derecho penal reforzado las penas de prisión, y en la eliminación o reducción de
llegue a la auténtica delincuencia organizada, temiendo que incida las garantías penales y procesales en general 200 .
exclusivamente sobre la criminalidad patrimonial común que se
sirve de cierta organización. Véanse SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-
ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 127, 128, 130-131.
195 198
Véanse Silva Sánchez (2001), op. cit., p s . 163, 165; Silva Véase SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p s . 165-166. E n
Sánchez-Felip Saborit-Robles Planas-Pastor Muñoz (2003), op. estrecha relación con la violencia política, véase u n a p o s t u r a
cit.; p s . 133-134. similar en BENLLOCH PETIT, "El derecho penal ante el conflicto
Véase supra, a p a r t a d o precedente. político. Reflexiones en torno a la relevancia penal de determinados
19
Probablemente porque le concede a u t o n o m í a suficiente fines, opiniones o motivos políticos o ideológicos y s u legitimidad",
como p a r a desarrollar u n nuevo enfoque politicocriminal dirigido Anuario de Derecho Penal y Ciencias Penales, 2 0 0 3 , p s . 2 2 1 - 2 2 3 .
199
en b u e n a parte a otro tipo de delincuencia. Véase Silva Sánchez Véase SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p . 166.
(2001), op. cit., p s . 164-165, e infra, a p a r t a d o siguiente. 200
ídem, p s . 163-166.
184 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 185

Sí cabe destacar en Silva Sánchez u n a reiterada pre- que lo diferencian, en aspectos importantes, del que había
ocupación por los abusos a que pudiera dar lugar el quedado arrinconado no hace mucho.
uso normalizado del derecho penal de la tercera veloci-
Ante todo, la característica relevante de los indivi-
dad; tal inquietud le lleva, en primer lugar, a insistir en
duos objeto de s u atención no es la presencia en ellos
su carácter excepcional, tanto en lo que respecta a los
de ciertas carencias personales o sociales, sino simple-
sectores sociales abarcados, como en lo concerniente a
mente s u cualidad de generadores de inseguridad ciu-
su período de vigencia. En segundo lugar, estima nece-
dadana. Ello le hace centrarse en dos grandes grupos
sario imponer límites a s u s contenidos, que habrían de
de delincuentes: por u n lado, aquellos que llevan a cabo
inspirarse singularmente en el principio de proporcio-
u n a delincuencia que se siente como especialmente gra-
nalidad, sin olvidar la comprobación de s u necesidad,
ve, singularmente la delincuencia violenta y la sexual;
eficacia y respeto del principio de subsidiariedad. Por
por el otro, los delincuentes reincidentes y habituales,
último, debería prevenirse la contaminación del dere-
entre los que ocupan u n lugar preferente los autores de
cho penal normal, el de la primera velocidad, por este
guerrero derecho penal 201 . la criminalidad leve patrimonial 2 0 3 .
En segundo lugar, este derecho de peligrosidad re-
nuncia gustosamente a la obtención de u n estatus autó-
3. LA RECONSTRUCCIÓN DEL DERECHO DE LA PELIGROSIDAD
nomo, a cambio de impregnar, con s u s contenidos, otros
La primacía otorgada en el discurso de la seguridad ciu- sectores jurídicos bien consolidados. Desde luego, ése es
dadana a la peligrosidad del delincuente, así como la rele- el caso del derecho penal y del derecho penitenciario,
vancia obtenida por ideas como la gestión administrativa pero también del derecho procesal penal -prisión pre-
de los riesgos o la distribución de riesgos entre sociedad ventiva-, de determinados ámbitos del derecho adminis-
e individuo 202 , hacían fácilmente previsible la reactivación trativo -deber de publicar listas de delincuentes sexuales
de las propuestas doctrinales partidarias del derecho de por órganos de las comunidades a u t ó n o m a s - y del de-
medidas de seguridad. Éste había ido perdiendo paulati- recho civil -medidas cautelares de naturaleza civil en el
namente peso en los ordenamientos jurídicos modernos, ámbito doméstico-. De este modo, amplía notablemente
de lo que es uno de los ejemplos más significativos el nue- su alcance sin necesidad de enredarse en embarazosas
vo Código Penal español de 1995, y las preocupaciones cuestiones sobre la legitimidad de s u autonomía 2 0 4 .
securitarias van a suponer su reacreditación. Sin embar- En tercer lugar, entre s u s metas h a desaparecido casi
go, este nuevo derecho de la peligrosidad presenta perfiles

203
Véanse SILVA SÁNCHEZ (2002), o p . cit., p s . 156, 159; SILVA
ídem, p s . 163-164, 166-167; SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT- SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), o p . cit.,
ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), op. cit., p s . 1 3 0 - 1 3 3 , en e s t a ps. 118, 122-124.
última obra con u n enfoque apreciablemente m á s restrictivo.
202 SILVA SÁNCHEZ (2002), o p . cit., p s . 157; SILVA SÁNCHEZ-FELIP
Véase supra. SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), o p . cit., p . 1 2 3 .
186 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 187

totalmente la de corregir o resocializar al delincuente, de acumulación de pena y medida, frente al ya conso-


siendo la inocuización, dentro o fuera de la prisión, el lidado sistema vicarial, lo que abre el paso, además, a
objetivo que marca en todo momento s u proceder. Se la imposición de medidas permanentes o de larga dura-
incorpora, de este modo, con fluidez a las corrientes ción tras el cumplimiento y cancelación de la pena y,
aludidas en los dos apartados precedentes, a las cuales eventualmente, de la medida de seguridad: estas medi-
aporta u n a valiosa reconversión de u n sector de inter- das, o como se las quiera llamar, abarcan desde libertad
vención prometedor 2 0 5 . vigilada con periódicos controles policiales, sociales o
De s u s propuestas m á s significativas cabe mencio- sanitarios, h a s t a la publicación o puesta a disposición
nar las siguientes: Reintroducción de las medidas de se- de cualquiera de información sobre s u previo comporta-
gundad predelictivas, a las que reivindica teóricamente miento delictivo, durante plazos que pueden extender-
y cuyo existencia material, aunque no formal, recuerda: se, incluso, durante toda la vida del condenado 2 0 8 .
esa sería la auténtica naturaleza, por ejemplo, de los Esta revitalización del derecho de la peligrosidad exi-
supuestos de prisión preventiva para delincuentes h a - ge, indudablemente, cuestionar s u actual configuración
bituales o maltratadores, o de las medidas cautelares en ordenamientos como el español: la primera decisión
civiles y penales para estos últimos 2 0 6 . Acomodación legislativa a impugnar es, sin duda, la que h a restrin-
de los sustitutiuos penales y régimen penitenciario a los gido en el Código Penal español la imposición de me-
pronósticos de peligrosidad: lo que h a de repercutir, si didas de seguridad a inimputables y semiimputables,
no lo h a hecho ya, en el endurecimiento del sistema con alguna extensión a los extranjeros; como ya se h a
de prueba de la condena y libertad condicionales, en la señalado, h a n de ser los delincuentes graves, reinciden-
progresión en grado durante la ejecución penal y en los
beneficios penitenciarios 2 0 7 . Reinstauración del sistema

FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), o p . cit., p s . 122-


127, quienes m u e s t r a n cómo las ú l t i m a s reformas e s p a ñ o l a s de
SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p s . 1 4 6 - 1 4 7 ; SILVA SÁNCHEZ- 2 0 0 3 h a n atendido a casi todos esos aspectos.
FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), o p . cit., p s . 122- 208
124. Véanse SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p s . 146-147; (2002),
op. cit., p s . 1 5 6 - 1 5 9 ; SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-
206
SILVA SÁNCHEZ (2001), op. cit., p . 147; (2002), op. cit., p . 156; PASTOR MUÑOZ (2003), op. cit., p . 125. M u e s t r a e n E s p a ñ a de e s t a
SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), op. evolución lo e s , como los últimos a u t o r e s citados r e c u e r d a n ,
cit.; p s . 118-119, 120. el reformado a r t . 5 7 del Código Penal, el c u a l ofrece, c o n la
Sobre los ejemplos mencionados, véanse a r t s . 5 0 3 y 5 4 4 denominación de pena, la posibilidad d e prolongar las privaciones
ter de la LECrim. Aluden a estos s u p u e s t o s de expansión de de derechos contenidas e n el a r t . 4 8 , q u e tienen u n a clara
la peligrosidad, SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR finalidad inocuizadora, p o r u n periodo d e h a s t a 10 a ñ o s m á s
MUÑOZ (2003), o p . cit., p s . 120, 124; NIETO MARTÍN (2004), o p . cit., allá de la fecha d e duración de la p e n a de prisión i m p u e s t a e n
p . 2 2 3 ; SÁEZ VALCÁRCEL (2004), op. cit., p s . 4 - 5 . la sentencia, a s í como las diversas iniciativas a u t o n ó m i c a s p a r a
207
V é a n s e SILVA SÁNCHEZ (2002), op. cit., p . 158; SILVA SÁNCHEZ-
d a r publicidad a los delincuentes sexuales y m a l t r a t a d o r e s .
188 J O S É LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 189

tes o habituales los blancos prioritarios del derecho de 4. CRÍTICA A XAS PROPUESTAS PRECEDENTES
medidas. Otra decisión legislativa de gran trascenden- El desenvolvimiento de las propuestas del derecho
cia que h a de ser revocada, es la que fija el respeto del penal de la seguridad ciudadana es deudor, como no
principio de proporcionalidad en la imposición de las podía ser de otro modo, de las aproximaciones analíti-
medidas de seguridad: siendo inaceptable determinar el cas descritas en el Capítulo VIL De ahí que no proceda
contenido y duración de la medida en función de los de reproducir críticas ya formuladas en ese lugar, aunque
la pena a imponer por el hecho cometido, como ahora resultará inevitable incidir sobre temas comunes.
prescribe el Código Penal español, tampoco procedería, Siendo cierto que el derecho penal de la seguridad
como defiende u n sector de la doctrina, atenerse s u s - ciudadana permite caracterizarse, ante todo, como u n a
tancialmente en su conformación y duración a lo que opción que prima la racionalidad pragmática, esto es,
derive del pronóstico de peligrosidad. El criterio de pro- la eficacia y efectividad de la intervención penal, sobre
porcionalidad correcto habrá de basarse en el concepto cualquier otra consideración, no debiera pasarse por
de distribución de riesgos entre individuo y sociedad, alto que tal preferencia se apoya sobre u n a s cuantas
esto es, en cuándo o a partir de qué momento el riesgo decisiones de naturaleza ética y teleológica que son
de reiteración en el delito lo debe asumir la sociedad, previas 2 1 1 . Todas ellas podrían, quizás, agruparse en la
instante en el que ya no procederá la medida 2 0 9 . idea de que estamos ante u n derecho penal asentado
Por m á s que objetivamente parece indudable que sobre u n proyecto político de consolidación de las des-
esta potenciación del derecho de la peligrosidad consti- igualdades sociales y de fomento de la exclusión social
tuye u n a aportación que permite, por el momento, ce- de ciertos colectivos ciudadanos 2 1 2 .
rrar el circulo ideológico fundamentador del discurso de A tales efectos, y en primer lugar, no d u d a en servirse
la seguridad ciudadana, no puede dejarse de mencionar de u n a visión comunitarista de la sociedad. Quizás sea
que no faltan autores que ven en este derecho de la pe- injusto, al menos por el momento, equipararla con en-
ligrosidad u n a seria alternativa al continuo incremento foques totalitarios, pero supone, indudablemente, u n a
de las penas propio de la expansión securitaria 2 1 0 . desaparición de actitudes tolerantes hacia conductas

Véanse SILVA SÁNCHEZ (2002), op. c i t , p s . 157, 158-


sobre las ú l t i m a s reformas de la legislación penal", Revista de
159, quien recuerda el respeto sólo a p a r e n t e del principio de
Derecho Penal, 2 0 0 4 , p s . 18, 2 9 .
proporcionalidad a c t u a l m e n t e vigente en lo q u e respecta a los
211
inimputables, p u e s n a d a impide t r a s la conclusión de la medida Empleo l a s referencias a la racionalidad ética, teleológica
de internamiento activar la vía del i n t e r n a m i e n t o civil; SILVA o pragmática e n el sentido p r o p u e s t o en DIEZ RIPOLLÉS (2003), op.
SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR MUÑOZ (2003), o p . cit., cit., p s . 9 1 - 9 8 .
ps. 118-120. 212
D e s t a c a n el a t e n t a d o al principio de igualdad q u e s u p o n e n
210 estos modelos, entre otros, MUÑOZ CONDE (2003), o p . cit.; CORCOY
V é a n s e SILVA SÁNCHEZ-FELIP SABORIT-ROBLES PLANAS-PASTOR BIDASOLO (2004), o p . cit., p . 4 0 .
MUÑOZ (2003), op. cit., p . 1 2 1 ; SANZ MORAN, "Reflexión de u r g e n c i a
190 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 191

desviadas o simplemente no convencionales, inheren- social de primer orden, haciéndola, consecuentemente,


tes a toda sociedad abierta y pluralista. En ese sentido, el objeto central de la intervención penal.
abre u n a vía hacia la uniformidad social y el autorita- En tercer lugar, se dirige de forma casi absoluta a
rismo 213 . Su incapacidad para captar la complejidad de restringir las oportunidades vitales de los ciudadanos
las actuales sociedades plurales y las tensiones sociales sujetos de forma directa a s u s intervenciones, abando-
que conllevan, esa incomprensión de u n a conflictividad nando cualesquiera pretensiones de potenciar s u inte-
social hasta cierto punto natural, le hace concentrar gración social. Así, el pronóstico de que u n sujeto va a
sus afanes punitivos en aquellos sectores sociales que realizar comportamientos delictivos en el futuro, sostén
menos sensibles son a intervenciones represivas a la de la rampante idea de la peligrosidad, h a dejado de
hora de garantizar que atiendan a las demandas de res- desencadenar u n a multifacética imbricación de la so-
peto de la ley. ciedad en la prevención de la materialización de ese pro-
En segundo lugar, es u n derecho penal que asume u n nóstico, para convertirse en el instrumento con el que
sesgo clasista. De u n modo insostenible ideológicamente se produce el desplazamiento desde la perspectiva de la
dentro de las sociedades socialdemócratas actuales, es- inclusión social a la de la exclusión social: la cualidad
tablece muy significativas diferencias entre las interven- de peligroso determina el momento en el que los costes
ciones sociales a practicar sobre las conductas lesivas de la prevención de la delincuencia recaen sustancial-
de los sectores socialmente poderosos, y aquellas que mente sobre el individuo, y no sobre la sociedad.
deben ejercerse sobre comportamientos nocivos de las Por lo demás, está a ú n por demostrarse la eficacia
clases baja y marginal 214 . A tal fin, lleva a cabo u n pre- y efectividad que estos modelos de seguridad ciudada-
juicioso análisis de la lesividad de los comportamientos a n a dicen aportar 2 1 5 . Ciertamente, la sociedad occiden-
considerar, en virtud del cual convierte a la criminalidad tal donde al parecer se h a desarrollado m á s a fondo
común en u n factor desestabilizador del orden político y este modelo, los Estados Unidos de América, no ofre-
ce resultados en la lucha contra la criminalidad que lo
avalen 216 . Crece cada vez m á s la impresión de que se
pudiera estar reproduciendo el proceso que tuvo lugar
Véanse diferentes a p u n t e s sobre la cercanía d e alguno de
los modelos de seguridad c i u d a d a n a a concepciones autoritarias, con la política penal en materia de drogas: el acreditado
y a u n totalitarias, e n MAQUEDA ABREU (2003), op. cit., p . 11; fracaso del modelo estadounidense en s u ámbito nacio-
LANDROVE DÍAZ (2003), o p . cit., p . 1926; MUÑOZ CONDE (2003), op. nal original fue coetáneo a s u exportación al resto del
cit.; (2004), op. cit., p s . 172-174, 176; GÓMEZ MARTÍN (2004), op.
cit., p . 84; MARTINEZ-BUJÁN PÉREZ, "El derecho penal del enemigo",
diario La Voz de Galicia, 2 6 / 3 / 2 0 0 4 .
14 Véase u n c u e s t i o n a m i e n t o de s u eficacia e n MAQUEDA
Véanse, entre otros, CORCOY BIDASOLO (2003), op. cit., p s .
ABREU (2003), op. cit., p . 10; CANCIO MELIÁ (2003), o p . cit., p . 8 9 -
29, 40, con referencias al surgimiento de "ciudadanos de tercera";
90; MUÑOZ CONDE (2004), op. cit., p s . 175-176, 180-182.
MUÑOZ CONDE (2004), o p . cit., p . 182; GARCÍA-PABLOS MOLINA, op.
216
cit., p s . 4 0 8 - 4 0 9 . Véase WACQUANT (2001), op. cit., passim.
192 J O S É LUIS DÍEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 193

mundo. Algo semejante pudiera estar sucediendo con tro sistema-de creencias, deben ser manipuladas para si-
el tratamiento de la delincuencia organizada, la delin- mular que el nuevo modelo de derecho penal las respeta,
cuencia callejera y el terrorismo. lo que se hace necesario, sobre todo, entre los principios
En realidad, estamos ante u n derecho penal que sir- de la responsabilidad y la sanción: se desplaza el énfasis
ve a u n a política criminal que busca la efectividad en el del principio de certeza o seguridad jurídica desde u n a
corto plazo, bien ejemplificada en la expresión "barrer la precisa determinación legal de los hechos a u n a nítida
delincuencia de las calles". Pero, de hecho, abandona las precisión legal de las cualidades que debe poseer el autor
consideraciones de eficacia, centradas en la estable con- de tales hechos; ello, por otra parte, conlleva u n a reno-
secución de los objetivos de tutela perseguidos, lo que, vación de las tendencias, siempre latentes en torno a los
en último término, cuestiona igualmente su efectividad a conceptos de habitualidad o reincidencia, favorables a
medio y largo plazo 217 . La concentración de los esfuerzos interpretaciones amplias del principio de responsabili-
politicocriminales en u n expeditivo abordaje de las ma- dad por el hecho en su variante de impunidad del plan
nifestaciones delictivas, descuidando las causas sociales de vida; el principio de reprochabilidad o culpabilidad
y políticas que las generan, pone de forma poco realista sufre tensiones cada vez más fuertes para adaptar s u s
las esperanzas en los efectos del aislamiento social de co- contenidos a los de u n concepto que nació, discutible-
lectivos cada vez más amplios 218 , así como en los efectos
mente, como su complementario, el de peligrosidad; en
comunicativos de u n a política de ley y orden que, tarde
el marco del megaprincipio de jurisdiccionalidad, atento
o temprano, mostrará sus endebles capacidades para la
a las bases de las garantías procesales, está claro que
erradicación de las raices de la delincuencia.
el modelo penal de la seguridad ciudadana tiene interés
Esa búsqueda de la efectividad a corto plazo no sólo en socavar subprincipios tales como el monopolio estatal
deja sin satisfacer sus objetivos pragmáticos declarados, del ius puniendi, otorgando u n protagonismo creciente
sino que produce efectos devastadores en la estructura a las demandas de las víctimas, o el del proceder con-
de racionalidad del derecho penal 219 . Referencias claves tradictorio, mediante el acentuamiento de la desigual-
de la racionalidad ética, fuertemente arraigadas en nues- dad entre las partes procesales; ni qué decir tiene que
los principios de humanidad o proporcionalidad de las
penas, o el aseguramiento de su componente resociali-
Sobre el u s o q u e hago de estos conceptos, véase DÍEZ
zador, reciben embates que, por lo que se refiere al últi-
RIPOLLÉS (2003), op. cit., p . 9 5 .
218
mo de ellos, parecen apoyarse en cierta vacilación de las
Véanse las cifras s u m i n i s t r a d a s por el D e p a r t a m e n t o
de J u s t i c i a de Estados Unidos sobre el elevado n ú m e r o de
creencias sociales en su pertinencia.
c i u d a d a n o s sometidos directamente a los órganos de ejecución Por no alargar m á s este argumento, baste recordar
penal en 2 0 0 3 - c a s i siete millones de p e r s o n a s a d u l t a s entre
reclusos y sometidos a c o n d e n a o libertad condicionales-, en El
País, 2 8 / 7 / 2 0 0 4 .
racionalidad valorativa y la pragmática, MUÑOZ CONDE (2004), op.
Llaman la atención sobre el necesario equilibrio entre la cit., p. 175; GÓMEZ MARTÍN (2004), op. cit., p s . 8 4 - 8 5 .
194 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 195

que principios bien arraigados en la racionalidad ideo- Finalmente, tampoco parecen tener u n a firme base
lógica del derecho penal, como el principio de subisidia- las esperanzas puestas en que el renacimiento del con-
riedad, el diverso contenido de injusto entre conductas cepto de peligrosidad habría de ser capaz de frenar el
lesivas y peligrosas, o el de preservación de la forma- insostenible incremento de las penas, desviando los
lización del procedimiento, entre otros, son objeto de afanes punitivos al ámbito de las medidas de seguridad.
directo cuestionamiento 2 2 0 . La inteligente decisión de no insistir en la autonomía
Por otro lado, las pretensiones de confinar este mode- del derecho de medidas, prefiriéndose que s u s postu-
lo penal dentro de estrechos límites de influencia resul- lados impregnen el derecho de penas y otros ámbitos
tan poco convincentes. Las apelaciones a la excepciona- jurídicos no penales, el trascendente cambio del punto
lidad temporal de s u vigencia serán u n a mera coartada de referencia de la proporcionalidad de las medidas, ya
legitimatoria mientras no se aborden las causas que no vinculada al pronóstico de peligrosidad y s u s con-
generan ese tipo de delincuencia, abordaje que debiera tenidos, sino a los criterios de distribución de costes, y
permitir mantener dentro de cotas razonables ese tipo el profundo descrédito de la finalidad resocializadora,
de criminalidad. Las bienintencionadas demandas para permiten augurar que la potenciación de la peligrosidad
que no se desborden ciertos ámbitos de intervención y de las medidas es u n vector m á s de la expansión del
se ven contradichas palmariamente por la progresiva modelo penal de la seguridad ciudadana.
expansión de los comportamientos desviados sujetos al
radio de acción de este modelo. Con ello se desvanece, 5. LA PROSECUCIÓN ACRÍTICA DE LA MODERNIZACIÓN
igualmente, la ilusión de establecer diferentes gradua-
Confio haber dejado claro, en las páginas preceden-
ciones en la intervención penal, de crear compartimen-
tes, que el modelo penal de la seguridad ciudadana se
tos estancos, con lo que la alternativa transita de nuevo
h a servido parasitariamente del debate sobre la socie-
entre lo que debe estar dentro o fuera del derecho pe-
dad del riesgo y, singularmente, de las propuestas que
nal, lo que agudiza las contradicciones originadas por la
abogan por u n a modernización del derecho penal. Este
tendencia a colocar las conductas dañosas de los pode-
rosos en los márgenes de la intervención penal 2 2 1 . hecho, por muy reprobable y digno de lamentar que sea,
condiciona inevitablemente el futuro del discurso mo-
dernizador, el cual no puede proseguir como si no h u -
biera pasado nada. De ahí que los justificados esfuerzos
220
Destacan la significativa inobservancia de principios por introducir el derecho penal en nuevos y novedosos
básicos del derecho penal m o d e r n o q u e ocasiona este modelo de
sectores sociales necesitados de s u intervención, h a n
derecho penal, entre otros, LAURENZO COPELLO (2003), op. cit., p s .
4 5 5 - 4 5 6 ; MAQUEDA ABREU (2003), op. cit. p s . 1 0 - 1 1 ; MUÑOZ CONDE,
(2003); (2004), op. cit., p s . 175-177, 179-180; GONZÁLEZ CUSSAC
(2003), op. cit., p s . 2 2 , 2 5 ; PORTILLA CONTRERAS (2004), op. cit., p . de la seguridad ciudadana acantonado en ciertos ámbitos de
4 3 ; MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2004). intervención, CANCIO MELIÁ (2003), op. cit., p . 90; MAQUEDA ABREU
221
Recuerdan la imposibilidad de mantener al derecho penal (2003), op. cit., p . 11; PORTILLA CONTRERAS (2004) op. cit., p s . 43-44.
196 JOSÉ LUIS DIEZ RIPOLLES LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 197

de d e s a r r o l l a r s e t e n i e n d o e n c u e n t a , y p r e v i n i e n d o , e s a e n exceso g e n e r o s a s d e l a s iniciativas politicocriminales


i n s t r u m e n t a c i ó n p o r p a r t e del d i s c u r s o s e c u r i t a r i o d e de la izquierda, c o n el a r g u m e n t o , d e s m e n t i d o c o n fre-
u n a serie d e v a l o r a c i o n e s y d e c i s i o n e s politicocrimina- c u e n c i a e n la e x p e r i e n c i a reciente, d e q u e se diferencian
les p r o p i a s del a r g u m e n t a r l o m o d e r n i z a d o r . s u s t a n c i a l m e n t e d e l a s e m p r e n d i d a s p o r la d e r e c h a 2 2 6 .
E n t r e las reflexiones-genéricas politicocriminales q u e Aceptaciones aerificas d e p r o p u e s t a s d e i n t e r v e n c i ó n p e -
p r e s e n t a n flancos débiles a s u m a n i p u l a c i ó n s e c u r i t a r i a , n a l q u e se r e c l a m a n c o m o c o n s e c u e n c i a del f e n ó m e n o de
c a b e m e n c i o n a r las siguientes: la afirmación d e q u e los la m u n d i a l i z a c i ó n , o q u e t i e n e n s u origen e n p r o p u e s t a s
s e n t i m i e n t o s de i n s e g u r i d a d difundidos e n t r e a m p l i o s internacionales o comunitarias, sobreentendiendo que
sectores sociales se q u e d a n cortos frente a la realidad, p o s e e n u n correcto f u n d a m e n t o politicocriminal, el c u a l
por m á s q u e ello s e formule p e n s a n d o e n los n u e v o s ries- e s t á lejos d e c o n c u r r i r e n m u c h o s c a s o s 2 2 7 .
gos tecnológicos o socioeconómicos 2 2 2 . Reconocimiento Especialmente, deberían matizarse afirmaciones
de los g r u p o s d e p r e s i ó n sociales c o m o l a v a n g u a r d i a del q u e t i e n d e n a a c r e d i t a r i n d i s c r i m i n a d a m e n t e los i n c r e -
d e r e c h o p e n a l progresista, p a s a n d o p o r alto q u e estos mentos de intervención penal como u n a consecuencia
colectivos r e s p o n d e n a o r i e n t a c i o n e s politicocriminales o b l i g a d a del s u r g i m i e n t o d e n u e v o s conflictos sociales
m u y d i s t i n t a s , en o c a s i o n e s c o n t r a p u e s t a s 2 2 3 . Referen- a a b o r d a r , o q u e n o s e p r e o c u p a n lo suficiente d e d e -
cias a la i m p o r t a n c i a de los n u e v o s c o n t e n i d o s de t u t e l a y limitar con precisión aquellos ámbitos de intervención
a la relevancia de los i n t e r e s e s d e l a s víctimas de esos d e - p r o p i o s del d e r e c h o p e n a l m o d e r n o 2 2 8 , c o n l a i n d e s e a d a
litos, f o r m u l a d a s en c o n t r a p o s i c i ó n a la p r e t e n d i d a m a - c o n s e c u e n c i a d e o t o r g a r legitimidad a n u e v o s á m b i t o s
yor a t e n c i ó n p r e s t a d a h a s t a a h o r a a los d e l i n c u e n t e s 2 2 4 . o niveles de i n t e r v e n c i ó n p u r a m e n t e s e c u r i t a r i o s . E n
Cierta banalización del t e m o r a l a s p r á c t i c a s a r b i t r a r i a s e s e s e n t i d o , la simplificadora visión de q u e el c o n j u n t o
de los p o d e r e s públicos, frente a la n e c e s i d a d de q u e de l a n u e v a política c r i m i n a l c a m i n a h a c i a l a p r e v e n -
el d e r e c h o p e n a l c u m p l a s a t i s f a c t o r i a m e n t e l a s n u e v a s ción d e l a d e l i n c u e n c i a d e los p o d e r o s o s , p e r s p e c t i v a
funciones q u e se le d e m a n d a n 2 2 5 . Valoraciones positivas c u y o a p r o v e c h a m i e n t o p a r a l a f u n d a m e n t a c i ó n del n u e -
vo modelo p e n a l d e l a s e g u r i d a d c i u d a d a n a y a h e m o s

Véanse MARTÍNEZ-BUJÁN (2002), op. cit., ps. 410; CORCOY


BIDASOLO(2004), op. cit., p. 32.; GÓMEZ MARTÍN, op. cit., ps. 60-61,
70-71, 77. Véanse referencias susceptibles de desfiguración en
Véanse referencias aun no suficientemente matizadas en MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2002), op. cit., p. 406; TERRADILLOS BASOCO
MARTÍNEZ-BUJÁN (2002), op. cit., p. 405; TERRADILLOS BASOCO (2004), (2004), op. cit., ps. 227-228.
op. cit., ps. 227-228. 227
Véase GRACIA MARTÍN (2003), op. cit., p. 89-120.
224
228
Véanse MARTÍNEZ-BUJÁN PÉÍEZ (2002), op. cit., p. 431; GÓMEZ Véanse GRACIA MARTÍN (2003), op. cit., ps. 57-60; GÓRRIZ
MARTÍN (2004), op. cit., ps. 87-90. NÜÑEZ (2004), op. cit., ps. 343-344; GÓMEZ MARTÍN (2004), op. cit.,
225 ps. 61-62, 87-89.
Véase GÓRRIZ NÜÑEZ (2004), op. cit., p. 343.
198 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS LA POLÍTICA CRIMINAL EN LA ENCRUCIJADA 199

apreciado, no es raro verla asumida por defensores de sólo a la consolidación del derecho penal moderno, sino
la modernización 229 . también a la evitación de su infiltración por corrientes
En u n plano más técnico, debe advertirse frente a las politicocriminales espurias.
tentaciones de reaccionar a las dificultades de configu- Debiera, por lo demás, dedicarse mayor atención a
ración del nuevo derecho penal moderno enfatizando en la demostración de ciertas cualidades del derecho pe-
exceso la prevención general positiva, o adoptando pos- nal moderno, que tienden a formularse en ocasiones
turas demasiado comprensivas hacia los fenómenos sim- como meras creencias. Es el caso de la fe en la plena
bólicos o la función promocional del derecho penal 2 3 0 . Por compatibilidad entre modernización y respeto incólu-
otro lado, siendo cierto que muchas de las críticas for- me del vigente sistema de garantías penales y proce-
muladas a las propuestas de modernización del derecho sales 2 3 3 , lo que no concuerda bien con propuestas de
penal no afectan s u s fundamentos politicocriminales, reinterpretación de algunas de tales garantías o incluso
sino a la defectuosa técnica legislativa empleada 231 , ello del conjunto de ellas 234 . O de la firme convicción en la
no h a de fomentar el conformismo sino que h a de impul- eficacia de las intervenciones penales modernizadoras,
sar avances en la depuración de los contenidos de tutela cualidad atribuida al derecho penal moderno sin mayo-
y de los niveles de intervención. Propuestas promotoras res esfuerzos de prueba 2 3 5 . No resulta difícil imaginar
de u n a progresiva espiritualización de los bienes jurídi- los buenos servicios que tales juicios apodícticos pres-
cos, o resignadas ante la aparente inevitabilidad de las tan a u n modelo securitario que b u s c a introducirse de
estructuras típicas de peligro 232 , hacen u n flaco favor, no matute dentro de esa corriente modernizadora.
Es cierto que u n sector cada vez m á s numeroso de los
QOQ
Véase de modo especialmente intenso en GRACIA MARTÍN (2003),
op. cit., p s . 163-164, 166-167, 181-185, 190-191, 195-196.
u n a p r o p u e s t a detenida, c l a r a m e n t e dirigida a la configuración
Véase, por ejemplo, CORCOY BIDASOLO (2004), op. cit., p . 3 9 .
31
de tipos d e lesión de bienes jurídicos colectivos, SOTO NAVARRO
Véanse MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2002), op. cit., p . 4 2 8 ; POZUELO
(2003), op. cit., p s . 176-186, 193 y s s .
PÉREZ (2003), op. cit., p s . 119, 120, 132; TERRADILLOS BASOCO (2004), 233
Véanse GRACIA MARTÍN (2003), o p . cit., p s . 155-157, 190,
op. cit., p . 229; CORCOY BIDASOLO (2004), op. cit., p . 4 0 .
232 196, 2 0 8 ; POZUELO PÉREZ (2003), op. cit., p s . 121-122; GÓRRIZNÚÑEZ
Véanse MARTÍNEZ-BUJÁN PÉREZ (2002), o p . cit., p s . 4 1 5 - (2004), op. cit., p s . 3 4 0 , 3 4 5 - 3 4 6 ; TERRADILLOS BASOCO (2004), op.
416; Gracia Martín (2003), op. cit., p . 168; POZUELO PÉREZ (2003), cit., p . 2 0 0 4 .
op. cit., p s . 118-119; TERRADILLOS BASOCO (2004), o p . cit., p . 2 2 9 ; 234
V é a n s e GRACIA MARTÍN (2003), o p . cit., p s . 113 n. 1 9 1 , 182-
CORCOY BIDASOLO (2004), op. cit., p . 3 8 ; GÓMEZ MARTÍN (2004), op. 184, 1 9 9 - 2 1 3 , y afirmaciones s u y a s recogidas infra; POZUELO
cit., p s . 77-78. Críticamente en términos generales a n t e e s a PÉREZ (2003), op. cit., p s . 115-118. Advierte t a m b i é n frente a e s a
actitud, DÍEZ RIPOLLÉS "La contextualización del bien jurídico t e n d e n c i a de ciertos sectores m o d e r n i z a d o r e s , LAURENZO COPELLO
protegido en u n derecho penal garantista", en Teorías actuales (2003), op. cit., p . 4 4 7 .
en el derecho penal. 75° Aniversario del Código Penal, Ad-Hoc, 235
Véase CORCOY BIDASOLO (2004), op. cit., p s . 2 8 , 3 9 - 4 0 ; GÓRRIZ
1998, p s . 4 5 1 - 4 5 5 ; PAREDES CASTAÑÓN (1997), o p . cit., p s . 2 2 0 -
NÚÑEZ (2004), op. cit., p s . 3 4 0 , 3 4 5 - 3 4 6 , entre otros.
2 2 1 ; LAURENZO COPELLO (2003), op. cit., p s . 4 5 2 - 4 5 3 . Desarrolla
200 JOSÉ LUIS DÍEZ RIPOLLÉS

partidarios de la modernización h a devenido consciente


de la manipulación de que era objeto su discurso, y h a
marcado con acierto distancias frente a tal proceder 2 3 6 ,
pero queda a ú n pendiente u n a enérgica reacción que
prevenga, de u n a vez por todas, el entrecruzamiento
de dos corrientes politicocriminales que realmente son
contrapuestas. En especial, deben corregirse p o s t u r a s
doctrinales que, en s u afán por justificar la moderni-
zación, h a n acabado sirviéndose de novedades o argu- BIBLIOGRAFÍA
mentos politicocriminales extraños a ella, entre los cua-
les se e n c u e n t r a n algunos de naturaleza securitaria 2 3 7 .

Un buen ejemplo es TERRADILLOS BASOCO (2004), op. cit.,


ps. 222-224, 226, 239-240, quien resalta cómo las demandas
de seguridad, la consecuente expansión del derecho penal y el
socavamiento de las garantías penales o procesales no están
teniendo lugar en el ámbito socioeconómico o de la delincuencia
de cuello blanco, sino en los ámbitos delincuenciales propios del
discurso securitario. Véase también Corcoy Bidasolo (2004), op.
cit., ps. 30-31.
237
Véase la inclusión por GRACIA MARTÍN (2003), op. cit., ps. 60,
113-114, n. 191, 120-125, 181-185, 199-213, del derecho penal
del enemigo entre los sectores de intervención pertenecientes al
derecho penal moderno: o el énfasis puesto en el cuestionamiento
de ciertas garantías, tratadas peyorativamente como formales, y
finalmente de todo el derecho penal garantista actual, entendido
como una estrategia encubridora de la función socialmente
discriminante del derecho penal liberal, y que deberá ser sustituido
por otro sistema de garantías, no explicitado por el autor, propio
del Estado de Derecho social. Un replanteamiento lleva a cabo
recientemente en El horizonte del finalismo y el derecho penal del
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penales en recuerdo del profesor Ruiz Antón, T i r a n t lo
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I
OBRAS DE NUESTRO SELLO

COLECCIÓN

Memoria Criminológica
Director: Carlos Alberto Elbert
Coordinador: Laura Belloqui
1 • Baratta, Alessandro: Criminología y sistema
penal. Compilación in memoriam.
2 • Garófalo, Raffaele: La Criminología. Estudio
sobre el delito y la teoría de la represión.
3 • Balestena, Eduardo: La f?brica penal.
Visión interdisciplinaria del sistema
punitivo.

Frank, Reinhard: Sobre la estructura del


concepto de culpabilidad. Tema introductorio:
La fundación de la teoría normativa de la
culpabilidad, por Gonzalo D. Fernández.
Colección: Maestros del Derecho Penal, N° 1.
Traducción de Gustavo E. Aboso y Tea Lów.
Reimpresión 2004. 72 ps. ISBN 987-95572-9-8.

Gómez Martín, Víctor: Los delitos especiales.


Criterios de imputación de la autoría y la
participación. 2006. 832 ps. ISBN 9974-578-67-1.

Henkel, Heinrich: Exigibilidad e inexigibilidad


como principio jurídico regulativo. Colección:
Maestros del Derecho Penal, Ns 17. Traducción
de José Luis Guzmán Dalbora. 2004.136 ps.
ISBN 9974-578-45-0.

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