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SISTEMA INTEGRADO EDUCATIVO COELHONETENSE – SIEC

UNIVERSIDADE CORPORATIVA – UNINACIONAL – UNINACIONAL


CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ANTÔNIO NASIO DE SOUSA


LUZIANE AGUIAR DA SILVA CALDAS

NONALIA NASCIMENTO

AS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA:


O USO DO CELULAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO

CHAPADINHA – MA
2016
ANTÔNIO NASIO DE SOUSA
LUZIANE AGUIAR DA SILVA CALDAS

NONALIA NASCIMENTO

AS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA:


O USO DO CELULAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Sistema Integrado Educativo Coelhonetense,
Universidade Corporativa, Chapadinha / MA, como
requisito final para a aprovação Obrigatória no
Curso de Licenciatura em História.

Orientador: Prof.Me.Mabsonde Jesus Gomes dos


Santos.

CHAPADINHA – MA
2016
ANTÔNIO NASIO DE SOUSA
LUZIANE AGUIAR DA SILVA CALDAS

NONALIA NASCIMENTO

AS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA:


O USO DO CELULAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO

Trabalho de conclusão de curso (TCC)apresentado


ao Sistema Integrado Educativo Coelhonetense,
Universidade Corporativa, Chapadinha / MA, como
requisito final para a aprovação Obrigatória no
Curso de Licenciatura em História.

Orientador: Prof. Me.Mabsonde Jesus Gomes dos


Santos.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) aprovado em_____ /_____ /_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Professor Me. Mabson de Jesus Gomes dos Santos.


Orientador

_________________________________________________

Professor _________________________________________

Instituição

__________________________________________________

Professor ___________________________________________

Instituição
Aos nossos familiares, amigos, professores e aqueles que contribuíram
direto ou indiretamente para que este trabalho fosse realizado.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar ao nosso Deus pelas bênçãos alcançadas e


sabedoria adquirida para a realização deste trabalho, por ter nos dado força e determinação
nesta jornada árdua, mas proveitosa.
Somos gratos também aos nossos familiares, amigos, professores que
contribuíram direto ou indiretamente para a concretização deste artigo, em especial a
Professora Maria dos Santos, Professor Mabson de Jesus, ao meu esposo Antonio Viana
(Luziane Aguiar), à minha mãe Ozelita (Antônio Násio), Maria Nonata (Nonália
Nascimento).
“O maior desafio é caminhar para um ensino e uma educação de
qualidade, que integre todos os seres humanos, para isso é necessário
a integração da ética, o emocional e a tecnologia para uma transmissão
entre o pessoal e o social.”
(José Manuel Moran)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 10
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 12
3.1 Tecnologia e educação .................................................................................................... 12
3.1.1 Comunicação e interação ......................................................................................... 15
4 O CELULAR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ................................................................ 19
4.1 O professor e o uso do celular ........................................................................................ 21
4.2 O uso da tecnologia no ensino da história ...................................................................... 22
4.2.1 Quais as novas tecnologias que podem ser empregadas e seus benefícios? ............ 25
4.3 Celular para ensino de história........................................................................................ 27
4.5 Aplicativos para ensino de história ................................................................................. 28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 34
AS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA:
O USO DO CELULAR COMO RECURSO PEDAGÓGICO

ANTÔNIO NASIO DE SOUSA1


LUZIANE AGUIAR DA SILVA CALDAS2
NONALIA NASCIMENTO3
RESUMO
O presente artigo propõe discutir a relação entre o ensino de história e o celular como
ferramenta pedagógica, com enfoque nas concepções pedagógicas sobre o processo de ensino-
aprendizagem e a contribuição metodológica das novas tecnologias para o ensino de história,
com análise na formação acadêmica do professor, destacando ferramentas da informática
utilizadas nas aulas de História. Pretende-se contribuir de alguma forma com a resolução de
questionamentos do tipo: Quais as relações existentes entre as teorias educacionais e o ensino
de História? Como e qual a melhor forma de ensinar os conteúdos de história em sala de aula
com o auxílio das novas tecnologias? Enfim, fomentar debates sobre o ensino de História
mediado pelas novas tecnologias.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem, professor e ensino de História, Novas Tecnologias.

2 INTRODUÇÃO

A escola, em cada momento histórico, constitui uma expressão e uma resposta à


sociedade na qual está inserida. Atualmente recebe críticas por não o acompanhar as
mudanças da sociedade atual, sendo constantemente questionada quanto aos procedimentos
metodológicos, à estrutura curricular, ao papel do professor e do aluno para o
desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem.
_________________
1
Estudante do curso de Licenciatura Plena em História pelo Sistema Integrado Educativo Coelhonetense (SIEC)
– Universidade Corporativa de Chapadinha/MA (UNINACIONAL).
2
Estudante do curso de Licenciatura Plena em História pelo Sistema Integrado Educativo Coelhonetense (SIEC)
– Universidade Corporativa de Chapadinha/MA (UNINACIONAL).
3
Estudante do curso de Licenciatura Plena em História pelo Sistema Integrado Educativo Coelhonetense (SIEC)
– Universidade Corporativa de Chapadinha/MA (UNINACIONAL).
A partir do exame das propostas atuais para o ensino de História e da discussão e
análise das complexas relações entre a cultura, a escola e as tecnologias da informação, a
investigação volta-se à compreensão dos processos de seleção destes materiais para que se
possa pensar na construção de uma prática de utilização do celular enquanto suporte
pedagógico na sala de aula.
Sendo a História uma disciplina pertencente ao contexto do ensino escolar,
pretende-se, portanto, não corrigir falhas, mas, apontar subsídios que venham a servir de
debates sobre o ensino de História e suas implicações no ambiente escolar - inserido no
contexto de constantes mudanças. Cabe ao professor de História conhecer e compreender as
teorias educacionais para então relacioná-las à sua prática docente e assim dar coerência ao
seu trabalho no processo de ensino-aprendizagem.
Os processos escolares baseados na informática podem utilizar dos diferentes
tipos de recursos, programas e linguagens apresentados pelos celulares disponíveis no
mercado, propiciando um novo modelo de interatividade entre o professor, os conteúdos de
sua prática de ensino e a formação do aluno. Entretanto, aponta-se a necessidade de voltar-se
para a construção de parâmetros de análise relacionados a aspectos didáticos e não somente
ergonômicos desses materiais, contribuindo para que os professores possam se apropriar de
algumas categorias de análise que permitam uma avaliação mais crítica das características
desses suportes, embasando adequadamente o processo de seleção e utilização desse material
e ampliando as possibilidades que as Novas Tecnologias podem propiciar ao ensino.
Existem várias formas de se utilizar um celular em sala de aula, seja de um celular
simples até mais moderno. Um celular simples, por exemplo, que tem como aplicações, a
calculadora, o conversor de moeda, de comprimento, de peso, de volume, de área, e de
temperatura, tem também a contagem regressiva e o cronômetro. E os mais modernos
possuem, além disso, tudo como aplicações, também o tradutor de línguas que bastante
conhecido por ser utilizado no Google, mais que em alguns não têm necessidade da internet
para o uso, o gravador de voz, a filmadora a câmera, e a internet
Um dos grandes problemas que tem sido apontado nas discussões do tema é que o
“ambiente” de utilização do celular enquanto suporte didático na escola, de uma maneira
sistemática, ainda não está disponível. Os seus instrumentos e ferramentas não são ainda
suficientemente fáceis de manipular, os preços ainda não os tornaram suficientemente
acessíveis para parcelas amplas da população. Mas existe um problema maior, em particular,
que há uma certa incompatibilidade entre as culturas, as práticas educativas, as formas de
organização e a própria concepção de educação tradicional e uma outra forma de educação
baseada no uso do celular como suporte ao processo educativo.
Precisamos envolver o aluno no seu processo de aprendizagem. Precisamos
despertar nele o gosto pelas atividades que realizamos dentro da escola, debatendo e
escolhendo junto com os alunos os melhores caminhos para o conhecimento que necessita ser
construído, só assim o ato de ensinar e de aprender será produtivo e prazeroso.

A atividade docente que a discente não se separa. É uma experiênciaalegre por


natureza. É falso também tomar como inconciliáveis seriedade docente e alegria,
como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto mais
metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais
alegre me sinto e esperançoso também a alegria não chega apenas no encontro do
achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-
se fora daprocura, fora da boniteza e da alegria. (FREIRE, 2011,p.142)

É dentro da ideia de valorizar os saberes e vivências dos alunos paraconstruir um


ambiente educador na escola que este trabalho pretende analisar as possibilidades do celular
como ferramenta pedagógica no espaço escolar. Nossa proposta é unir o aparelho celular,
que o jovem de hoje utiliza com tanta perícia para seus assuntos pessoais, ao ambiente de
estudo que é a sala de aula. Assim, ao mesmo tempo em que tornamos o ambiente de sala de
aula mais conectado com a vida real, oferecemos ao aluno oportunidades de escolher,
vivenciar e analisar as informações com o olhar mais crítico ereflexivo.
Relembrando Freire (2011b, p.127) “A educação é um ato de amor e, porisso,
um ato de coragem”. Para educar precisamos de coragem de mudar, de propor atividades
mais reflexivas para que o aluno tenha garantida a oportunidade de pensar, escolher e
aprender com autonomia ecriatividade.

2JUSTIFICATIVA

A justificativa desta pesquisa se dá pelo registro de Moura (2012): “O acesso a


conteúdo multimídia deixou de estar limitado a um computador pessoal (PC) e estendeu-se
também às tecnologias móveis (telemóvel, PDA, Pocket PC, Tablet PC, Netbook),
proporcionando um novo paradigma educacional, o mobile learning ou aprendizagem móvel,
através de dispositivos móveis. O mobile learning, uma extensão do e-learning, tem vindo a
desenvolver-se desde há alguns anos, resultando em vários projetos de investigação”.
No sistema de ensino a tecnologia assume uma função importante em termos de
apoio pedagógico, onde se faz necessário uma análise, dessa nova ferramenta de ensino.
Descobrindo todo o potencial técnico que a sociedade tecnológica oferece. A tecnologia
educacional só funciona se for cuidadosamente planejada e controlada, para se evitar
desperdícios de tempo e recursos financeiros.
Em meio a complexidade do aprender faz se necessário a busca de novas de novas
metodologias de ensino, e o advento da internet traz possibilidades que gera maneiras
diferentes de se ensinar, nesse sentido é necessário reavaliar a conduta dos profissionais da
educação diante de tantas ferramentas tecnológicas que estão sendo inseridas no meio
educacional.
Moran (2009) vem salientar que a internet é um grande apoio a educação, uma
âncora indispensável à embarcação. Ele ressalta a importância da formação continuada dos
professores, pois a internet traz saída e levanta problemas, como por exemplo, saber de que
maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade.
Atualmente, o esforço para se equipar escolas com computadores numa
perspectiva de melhorar a qualidade do ensino coloca aos professores e aos investigadores a
necessidade de discutir sobre a real utilização desses equipamentos enquanto suportes
didáticos no processo de ensino e aprendizagem.
Uma das perspectivas teóricas para a realização desta pesquisa está relacionada à
análise das possibilidades da aplicação das chamadas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC’s) à educação e, particularmente, ao ensino da disciplina de História,
incluindo-se aqui o uso do celular e seus aplicativos enquanto suportes para a construção de
novas práticas cotidianas no espaço escolar, nas quais professor e aluno possam se apropriar
dessas possibilidades.
Nessa perspectiva, a pesquisa se insere num campo específico de investigação
didática e se dirige ao tema específico dos suportes didáticos para o ensino, especialmente
neste caso, na disciplina de História.
Um dos grandes problemas que tem sido apontado nas discussões do tema é que o
“ambiente” de utilização do celular enquanto suporte didático na escola, de uma maneira
sistemática, ainda não está disponível. Os seus instrumentos e ferramentas não são ainda
suficientemente fáceis de manipular, os preços ainda não os tornaram suficientemente
acessíveis para parcelas amplas da população. Mas existe um problema maior, em particular,
que é certa incompatibilidade entre as culturas, as práticas educativas, as formas de
organização e a própria concepção de educação tradicional e outra forma de educação baseada
no uso da informática como suporte ao processo educativo.
Para alguns autores como Suárez (1995), é importante lembrar que os resultados
do processo de ensino e aprendizagem estão relacionados a diferentes elementos, como o
clima sócio-emocional e os variados estilos de ensino. Para o autor, é importante destacar que:

Sem conteúdos (conceitos, procedimentos, atitudes) não pode haver processo de


ensino/aprendizagem. Os métodos vão se adaptando a eles e a complexidade das
variáveis são muito distintas, como os materiais de que se dispõem, a aula, a idade, o
número de alunos, seus interesses e suas capacidades. Uma grande experiência no
exercício da profissão docente, em todos os níveis de ensino e com alunos de todas
as idades, supõe a prática de diversos métodos e uma multiplicidade de técnicas cujo
uso requer a atenção a dois aspectos chaves nesse “contrato didático”: o professor-
aluno que favoreça a possibilidade de comunicação e a na curiosidade e no amor ao
saber que renovam entusiasmos e ilusão e que é preciso fazer chegar ao maior
número possível de alunos.

Estes elementos delimitadores, aliados a uma necessidade de contínua


transformação dos processos de ensino, levam o professor a esbarrar em questões que por
vezes fogem da sua alçada, como a ausência de uma formação sólida na utilização dos
diversos recursos didáticos que são oferecidos, inclusive no que se refere às interfaces
tecnológicas, o que pode levá-lo a desistir de optar pelo uso de um determinado suporte em
suas aulas.

3REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Tecnologia e educação

Segundo pesquisas realizadas pelo censo escolar do Ministério da Educação, no


ano de 1999, revelou que apenas 3,5% das escolas de ensino básico tinha naquele ano acesso
à internet. Esse quadro está mudando, com iniciativas governamentais a nível federal,
estadual e municipal.
O Ministério da Educação,segundo informações contidas no site da UNESCO,
tem a meta de universalizar os laboratórios de informática em todas as escolas públicas até
2010, incluindo as rurais. A UNESCO coopera com o Programa TV Escola, para explorar a
convergência das mídias digitais na ampliação da interatividade dos conteúdos televisivos
utilizados no ensino presencial e a distância.
Em 1982 o MEC também traçou medidas, para estabelecer a política da
informática no setor da educação cultura e desporto, a quarta diretriz estipula:
“Desenvolvimento e utilização da tecnologia da Informática na Educação, respeitando os
valores culturais e sócio-políticos sobre os quais se assentam os objetivos do sistema
educacional. Em janeiro de 1983, o secretário de informática baixou a portaria número 1/83,
criando a Comissão Especial nº. 11/83 – Informática naEducação.
As tecnologias chegaram às escolas, e segundo Moran (2009) especialista em
mudanças na educação presencial e a distância, apesar da resistência institucional, as
pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes. As empresas estão muito ativas na
educação on-line e buscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidez na
oferta de educação continuada. Os avanços na educação à distância com a LDB e a Internet
estão sendo notáveis. A Internet tirou da educação à distância o ar de isolamento, de atraso,
de ensino de segunda classe. A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram
nestes últimos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender. Com isso
se faz necessário à capacitação de professores para o novo modelo de ensino.
Moran (2009) aponta alguns problemas relacionados à implantação dessas
mudanças tecnológicas nas escolas, ele diz que a escola é uma instituição mais tradicional
que inovadora, a cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de
ensino focados no professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca
de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem.
Uma reportagem publicada na revista Veja, “O computador não educa ensina”,
indaga em como as escolas vão fazer do computador um instrumento para mudar a velha
escola, praticamente congelada no tempo desde o século XIX? A publicação aponta
experiências de países que utilizam essa ferramenta no processo de ensino aprendizagem,
como no Japão, segundo o autor da reportagem na revista vai nos dizer: “Estudar em rede lá
se tornou uma febre”. Na década de 1970 o americano Robert Metcalfe, pioneiro no uso da
tecnologia para conectar as pessoas, publicou: quanto mais gente ligada a uma rede, maior é
o seu poder. E é isso que está acontecendo no Japão, às escolas estão ensinando em rede,
pesquisas feitas em escolas que adotaram o trabalho em rede comprovam as palavras de
Metcalfe (1970). Os estudos enfatizam dois efeitos positivos das comunidades virtuais.
Primeiro, elas abrem uma nova dimensão ao exercício intelectual, na qual as crianças são
incentivadas a desenvolver rapidez de raciocínio para dar respostas on-line e a expor ideias
diante de centenas de colegas virtuais. O segundo fato positivo é que as redes ensinam a
trabalhar em equipe. "Aprender a produzir em rede é um pré-requisito às crianças do século
XXI", resume José Armando Valente, do núcleo de informática aplicada à educação da
Unicamp. Na reportagem o professor brasileiro Soleiman Dias, vai nos dizer que os alunos
participam mais da aula online do que da tradicional. No Japão os professores reservam uma
hora do dia para tirar as dúvidas de seus alunos, em seus currículos há atividades de debates
literários online e experimento defísica.
No Brasil, o governo federal está com um programa PROUCA, (Programa um
computador por aluno), que tem por objetivo, segundo eles, ser um projetoEducacional
utilizando tecnologia, inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no
Brasil. O projeto começou no Brasil por intermédio Nicholas Negroponte, Seymour Papert e
Mary Lou Jepsen que vieram ao Brasil especialmente para conversar com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e expor a ideia com detalhes, o presidente apoio a ideia e formou uma
comissão para analisar o projeto e colocá-lo em prática, esse projeto também utiliza como
modelo o Projeto Ceibal do Uruguai, o projeto atua diretamente na integração social, na
democratização do conhecimento. No início no ano de 2007, cinco escolas foram
beneficiadas, agora já temos o UCA total que tem como objetivo inclusão social, voltada
para a incorporação de conhecimento através do uso intensivo das novas tecnologias de
informação (TICS) no processo de aprendizado de crianças e jovens do ensino fundamental e
médio. Seis municípios brasileiros já foram beneficiados que terão todas as suas escolas
atendidas pelo programa, são eles; Barra dos Coqueiros/SE, Caetés/PE, Santa Cecília do
Pavão/PR, São João da Ponta/PA, Terenos/MS e Tiradentes/MG.
Segundo Bicudo (1999), os processos de comunicação e interatividade são
considerados sempre como vantajosos nos processos educativos assistidos pelo computador,
ou melhor, que se utilizam deste meio para tal. Os sistemas multimídia são anunciados como
interativos, se diz que com os novos programas o usuário deixa de ser um receptor passivo,
adquirindo a faculdade de decidir quais informações quer receber a cada momento, uma vez
que pela não linearidade da constituição das informações nesse tipo de material. Assim o
processo de ensino aprendizado passa a ser mediado não somente pela figura do professor,
mas também por outras vias.
Segundo Dizard (1998) as tecnologias passaram por três grandes transformações,
onde a terceira foi produção, armazenagem e distribuição de informação e entretenimento
onde foram estruturados em computadores, assim os computadores passaram a ter todas as
formas de produção, informação e entretenimento.
O uso do computador em sala de aula passa a ser necessário, o fato é que
estamos começando a conviver com a denominada “indústria da educação e com a
engenharia didática” (INFORME TELEGLOBE, 1999), como se esses fossem fatores
“naturais” ao desenvolvimento tecnológico a que estamos submetidos. A ideia de que as
instituições escolares devam acompanhar esses avanços como forma de se modernizar,
garantindo o uso adequado dessas novas tecnologias em sala deaula.
Segundo Moran (2009), “tudo que fizermos para inovar na educação nos tempos
de hoje será pouco”, ele vai nos dizer que quanto mais tecnologias, maior a importância de
profissionais competentes, confiáveis, humanos e criativos. A educação é um processo de
profunda interação humana, com menos momentos presenciais tradicionais e múltiplas
formas de orientar, motivar, acompanhar,avaliar.

3.1.1 Comunicação e interação

Na sala de aula, o professor comunica-se com seus alunos. Ele recebe diplomação
para lecionar, ministrar conteúdos, mas, em muitos casos, é deficiente na comunicação. Tendo
entrado na sala de aula, deve combinar e harmonizar os diferentes alunos disciplinarmente e,
assim, conduzi-los ao aprendizado. Para isso, é necessário que seja hábil na comunicação. A
dificuldade na comunicação consiste em não saber se expressar bem e muito menos transmitir
informações. Assim, a má qualidade de comunicação tornou-se um dos principais problemas
que atingem as salas de aula. Para fazer-se entender, embora pareça muito fácil, é necessário o
conhecimento do exercício da linguagem, saber transmitir, que é diferente de expressar. Tal é
a arte da comunicação. Dialogar com o aluno é vantajoso; com uma turma indisciplinado,
muito arriscado: as vantagens e os riscos são inerentes à comunicação. Se, a fim de manter a
disciplina, se colocar com autoritarismo, é provável que nada consiga dialogar com o mesmo
propósito é mais vantajoso.
É o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de
personalidade, que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos. O modo de agir do
professor em sala de aula fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor.
(ABREU; MASETTO a AQUINO, 1990, p.115).
A comunicação tem, portanto, para o professor, um papel de fundamental
importância para a concretização de seus objetivos. Se o objetivo for determinado apenas a
manter os alunos calados e quietos enquanto ministra o conteúdo de sua disciplina, o
professor, inevitavelmente, cairá nas mãos dos alunos.
Os professores mais bem preparados resolvem conflitos por meio do diálogo; os
estafados baterão de frente com os alunos e, dessa forma, será derrotado. Se gastar cinquenta
minutos para conquistar os alunos por meio do diálogo, ganharão os outros cinquenta das
aulas subsequentes, e atingirá o objetivo. Se gastar cinquenta minutos com sermões, jamais
poderá obter êxito.
Pode-se se perceber, que um professor que não sabe dialogar está perdido; sem
diálogo está perdido; sem facilidade de comunicação está perdido. Ninguém pode ser bem
sucedido na sala de aula sem estar ciente da importância do diálogo. Não se está preparado
para comandar uma sala de aula, sem estar familiarizado com a comunicação, seu processo,
elementos, barreiras. Não se é capaz de ministrar uma boa aula, a menos que se utilize uma
comunicação eficaz.
Para Freire (1987) o diálogo torna-se a essência de uma educação humanizadora e
se constitui como um fenômeno essencialmente humano, realizado pelas pessoas por meio da
palavra, a partir de duas dimensões: a ação, para a transformação e não alienação e a reflexão,
atrelada à conscientização crítica e não alienante. Assim, a palavra não deve ser um privilégio
de poucas pessoas, mas direito de todos os homens e mulheres, já que como diz o autor: “Os
homens se fazem pela palavra, no trabalho, na ação-reflexão” (FREIRE, 1987, p.78).
Na sala de aula, faça-se uso da comunicação e o êxito será obtido. Faça-se uso do
diálogo para obter uma vantagem concreta no que tange à disciplina. Que a rapidez do diálogo
seja a do vento; sua solidez, a da floresta. Na resolução de conflitos, seja como a água; na
chamada de atenção, como a brisa. Antes de cada atitude nos momentos de conflito, deve-se
ponderar e deliberar. Será vitorioso aquele que conhecer o artifício do diálogo.
Tal é a arte da comunicação, na explanação de conteúdo deve-se fazer uso de uma
linguagem simples, acessível a todo tipo de aluno, retóricas não conduzem os alunos ao
aprendizado, uma turma inteira pode ser conduzida ao aprendizado se o professor souber
transmitir a matéria e se fazer entender.
O moral do aluno é mais elevado quando entende o que lhe é explicado; não
entendendo, começa a desanimar; e, desanimado, sua mente deixará de concentrar. Um
professor inteligente, portanto, é beneficiado com alunos de moral elevado, mas encontra
dificuldades quando estão apáticos e inclinados a se retraírem. Essa é a arte de estudar os
ânimos. Com seus alunos animados por aprenderem a matéria, ele conduz suas aulas com
sucesso. Essa é a arte de manter a comunicação.
O professor não pode ser autoritário a ponto de achar que sua palavra é a lei, pois,
quando há uma falha na comunicação entre professor–aluno, aluno-professor, poderá ocorrer
o distanciamento das duas partes, o que poderá prejudicar a relação; uma vez que o diálogo é
um elemento fundamental da aprendizagem.
Embora estejam limitados por um programa, um conteúdo, um tempo
determinado e normas da instituição de ensino, o professor e o aluno interagindo chegam à
finalidade do ensino, que é a aprendizagem do educando. A tendência do professor, por causa
de sua carga de conhecimento e experiência, é pensar que o aluno não sabe nada, o que acaba
por complicar a relação professor-aluno, pois o ensino é ato comum do professor e do aluno; o
professor, enquanto ensina, está continuando a aprender.
O professor pode utilizar a liderança controlando – a para não inibir a criatividade
do aluno, criar uma relação de respeito mútuo e organizar o seu método de trabalho.O
professor deve facilitar ao aluno o entendimento do que é fazer parte de um grupo ou de uma
comunidade, ajudando-o a conhecer as normas que regem a conduta aceita nos mais variados
âmbitos, como o social, o cultural e o político. O respeito mútuo é a valorização de cada
pessoa, independentemente de sua origem social, etnia, religião, sexo, opinião, é poder revelar
seus conhecimentos, expressar sentimentos e emoções, admitir dúvidas sem ter medo de ser
ridicularizado, exigir seus direitos.
Para Freire (1996), o papel do professor é de desafiador, capaz de promover a
educação como prática de liberdade tem como função combater um naturalismo histórico que
desconhece a historicidade do homem como fazedor de sua própria história. O professor é
aquele que possui uma prática progressista que tende a desenvolver junto aos alunos uma
capacidade crítica, a curiosidade para perguntar, conhecer, atuar, reconhecer, estimular a
insubmissão, a indocilidade.
O professor como facilitador do aprendizado deverá buscar a motivação de seus
alunos. Não é uma tarefa fácil, pois a falta de motivação pode ter origem em problemas
particulares do aluno como cansaço, necessidades afetivas não satisfeitas e, até mesmo, a
fome. O docente deverá centrar os seus esforços na aprendizagem e, ao trabalhar com ela,
tornar o ensinamento significativo para o aluno, fazendo-o sentir que a matéria
tem significância para sua vida.
No que foi exposto, vemos, portanto, que o relacionamento professor-aluno é
dinâmico, cabendo ao professor ter sabedoria para lidar com cada situação que se apresente e
ter em mente que deverá estar ligado no fato de que o ensinar não é apenas transmissão de
conhecimentos, mas também um total envolvimento com situações e a formação de seus
alunos como seres pensantes e atuantes, capazes de construir o seu conhecimento.
“O diálogo em Paulo Freire está relacionado à autonomia dos sujeitos. Ele tem
significação precisamente porque os sujeitos dialógicos não apenas conservam sua identidade,
mas a defendem e assim crescem um com o outro. O diálogo, por isso mesmo, não nivela, não
reduz um ao outro. Nem é favor que um faz ao outro. Nem é tática manhosa, envolvente, que
um usa para confundir o outro. Implica, ao contrário, um respeito aos sujeitos nele engajados
(Oliveira e Santos 2007, p. 118)”.
O professor não pode esquecer que, antes de qualquer coisa, é um agente cultural,
despertando no aluno a curiosidade, dando- lhe a oportunidade de discutir, de dialogar, de
manifestar suas ideias em todos os momentos sem medo de ser feliz. O professor não é o dono
da verdade e sim o mediador do ensino aprendizagem, o que orienta o que aprende juntamente
com seus alunos, aproveitando e trabalhando o que eles têm dentro de si abrindo o caminho de
suas vidas. Isto é aprendizado ativo em que todos têm voz, sendo críticos e participativos
dentro e fora de sala de aula.
O papel do professor está atrelado à concepção de que ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar condições para sua construção. Significa reconhecer que juntos,
alunos e professores aprendem na sala de aula, já que todos trazem muitos conhecimentos das
experiências que vivenciaram durante a existência.
O papel do aluno, nesta perspectiva é assumir-se como ser histórico e social,
como ser pensante, comunicante, transformador, criador e realizador de utopias. Cabe
reconhecer-se como ser histórico, cultural consciente das possibilidades que representam na
luta contra a negação da existência humana.
Juntos, professor e alunos ensinam e aprendem simultaneamente, conhecem o
mundo em que vivem criticamente e constroem relações de respeito mútuo, de justiça,
constituindo um clima real de disciplina, por relações dialógicas, tornando a sala de aula um
desafio interessante e desafiador a todos os envolvidos. “Quem ensina aprende ao ensinar e
quem aprende ensina ao aprender” (Freire, 1996, p.38).
O professor junto com seus alunos são os responsáveis por modificar estas
relações de opressão no contexto diário da sala de aula, para um bem comum que proporcione
uma educação humanizadora, possibilitando a troca de conhecimento.
A comunicação entre professor-aluno é uma relação de trocas e interesses, onde o
professor é mediador da informação, esta que será geradora do conhecimento aos seus alunos.
Conhecimento este que os levarão a conviver em sociedade, como cidadãos autônomos,
participativos e tolerantes.
Conclui-se que a comunicação entre professores e alunos é fundamental no
processo ensino-aprendizagem, pois além de facilitar a busca pelo saber ela cria um ambiente
mais harmonioso e sócio afetivo quebrando as barreiras existentes entre ambos, trazendo
estímulos aos professores e preparando os alunos para trabalharem em sociedade, tornando –
os mais críticos e compreensivos, transmitindo mais segurança para expressarem suas
opiniões e lutarem pelos seus objetivos.

4 O CELULAR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

O celular assume cada vez mais espaço no cotidiano. Com sua forma de
organização própria, ele ajuda no estabelecimento de um pensamento de virtualização das
relações e da própria educação.
Os celulares são indispensáveis na vida de qualquer cidadão, pois deixaram de ser
simples telefones e passaram a ter diversas funções como: gravar vídeos, gravar voz, tirar
fotos, reproduzir arquivos mp3, acesso à internet e a redes sociais, entre outras utilidades.
Logo se tornaram uma das tecnologias mais utilizadas nos dias atuais, comum em todas as
idades.
Outro aspecto a considerar é o poder de convergência queo telefone celular
apresenta, integrando vários recursos como a Internet, câmera fotográfica,
filmadora, calculadora, relógio, cronômetro, gravador de voz, rádio, GPS, e-mail,
computador, sms, wi-fi, editores de texto, softwares, calendário, bluetooth, entre
outros, que podem dinamizar todo o processo de ensino, proporcionando ao
educador recursos didáticos que o tornam indispensável para a sala de aula da
realidade atual, em contrapartida à falta de recursos didáticos educacionais
disponíveis em nossas escolas públicas para ensinar e aprender a Física. (RIBAS et
al, 2012,p.2)

Nas escolas não é diferente. É comum estes aparelhos serem carregados por
todos. Por esse motivo, passaram a ser vistos, pela direção e professores de muitas escolas,
como um vilão, que distraem e atrapalham as aulas. São proibidos em sala de aula por lei, no
entanto, não deixam de ser usados, nem que seja violando as regras.

Com a invasão do celular na escola, seu baixo custo e facilidade, seria um grande
desperdício deixá-lo de lado ou mesmo tentar retirá-lo do espaço escolar pois esse
equipamento pode ser usado para o avanço do processo ensino-aprendizagem.
(COSTA etall, 2012, p.3434)
A escola está atrasada em relação ao uso de tecnologias, a velocidade de
mudança e evolução dos recursos tecnológicos é muito diferente do tempo que a escola
evolui no uso delas. E como os docentes não conseguem, na maioria dos casos, avançar no
tempo e espaço necessário, acaba a escola ficando defasada e atrasada.

Por que se diz que a escola está atrasada? Por várias razões. Ela está atrasada em
relação aos avanços da ciência, pois ensina o já que está aceito, cristalizado. Está
atrasada na adoção de tecnologia, porque são vistas com desconfiança e também
são muito caras, principalmente nos primeiros tempos. Há, ainda, medo que
venham a ocupar o lugar do professor. Uns as adotam de forma acrítica, pensando
que vão resolver mil problemas. Servem mais como marketing do que como meio
de avançar no ensino-aprendizagem. A maioria vai adiando o máximo que pode o
domínio das tecnologias ou acostuma utilizá-las de forma superficial. A escola se
insere, também, numa perspectiva de futuro, mas tem dificuldades em enfrentá-
las, porque é difícil prever as mudanças que os alunos terão de enfrentar em todas
as dimensões de vida nos próximos anos. (MORAN, 2008, p. 53)

Compreender que estes problemas devem ser resolvidos modificando as


estratégias de trabalho, com organização da sala de aula, como espaço coletivo que é com
regras construídas pelo grupo e também com uma proposta de trabalho do professor
suficientemente clara e instigadora é o desafio das escolas. O espaço adequado de trabalho
deve ser construído com participação e nunca com pressão, pois simplesmente proibir não
vem resolvendo o problema.
Que as tecnologias de informação e comunicação fazem parte da vida de nossos
jovens e crianças, é fato, sendo assim temos o dever de utilizá-las a nosso favor, para
comprometer o aluno com o seu processo de aprendizagem, valorizando seus conhecimentos
e suas experiências. Outro fator é que as escolas, principalmente as públicas, sofrem com a
falta de estrutura e recursos tecnológicos, enquanto os celulares que os alunos carregam
dispõem de uma infinidade de funções, que podem suprir a defasagem de recursos das
escolas.
O que hoje também pode ser visto na educação é uma luta: uma luta para encaixar
a nova tecnologia em um velho modelo; uma luta até mesmo para servir as
demandas de mudança de uma sociedade no modelo existente. E essa luta não
está obtendo resultados. (VEEN; VRAKKING, 2006, p. 90)

A tecnologia não veio substituir a figura do professor, mas sem dúvida ela
contribui para modificar o pensamento e a forma de ensinar do professor. Esse profissional
precisa revisar seu conceito de escola, da forma como está estruturada hoje, e lutar por um
espaço de trabalho mais dinâmico e atualizado. Se o mundoestá em constante mudança e esta
hoje está em alta velocidade, o professor tem que acompanhar as demandas do seu tempo e
cumprir seu papel de mediador entre o aluno e o conhecimento. ParaMoran:

O aluno nem precisa ir à escola para buscar as informações. Mas, para interpretá-
las, relacioná-las, hierarquizá-las, contextualizá-las, só as tecnologias não serão
suficientes. O professor ajudará a questionar, a procurar novos ângulos, a
relativizar dados, a tirar conclusões. (2008, p. 52)

Portanto, entender que os alunos de hoje aprendem de maneira diferente da


geração anterior, é fundamental para que se possa auxiliá-los no processo de aprendizagem.
A escola e os educadores precisam repensar a educação, planejar e executar ações coletivas
que visem resgatar um espaço educativo dequalidade, com respeito às individualidades e as
diferentes maneiras de aprender e de ver o mundo.

Na sociedade do conhecimento e da tecnologia, torna-se necessário repensar o


papel da escola relacionado ao ensino e à aprendizagem. O ensino que privilegia a
memorização não atende às exigências deste novo paradigma. O momento requer
uma nova forma de pensar e agir para lidar com o conhecimento. Além disso, há
um elemento que se depara nas várias situações do cotidiano, demandando o
desenvolvimento de estratégias criativas e de novas aprendizagens. (LIMA, 2012,
p.16)

O celular pode e deve ser utilizado como ferramenta no processo ensino-


aprendizagem, porém seu uso não deve ser simplesmente liberado, é necessária uma
proposta do professor com objetivos bem definidos e que as regras para sua utilização sejam
criadas com o grupo. Assim será possível organizar situações adequadas para o processo de
aprendizagem, valorizando os saberes dos alunos e garantindo espaços para criatividade e
autonomia.

4.1 O professor e o uso do celular

O modo como o trabalho com o celular é visualizado pela comunidade escolar


determina, em grande medida o desenvolvimento do trabalho na escola. Entretanto, essa
escolha pode ser modificada ao longo do tempo, sendo muitas vezes difícil determinar a
prioridade como o desenvolvimento da cultura tecnológica acontecerá. Novas descobertas vão
sendo feitas e o uso do celular ampliado e modificado. O avanço da tecnologia na educação
possibilita e exige um trabalho dinâmico, passível de transformações ao longo do processo de
apropriação e compreensão do potencial das ferramentas computacionais utilizadas.
A formação do professor e o modo como o celular será integrado aos demais
trabalhos escolares são alguns dos aspectos importantes envolvidos na implantação
Tecnologia na Educação, mas há muitos outros fatores que concorrem para a realização do
trabalho. A tecnologia na Educação tem uma história que pode ser analisada criticamente por
aqueles que nela vislumbram uma possibilidade de incrementar as atividades pedagógicas em
sala de aula.
Entretanto, para que possamos combinar esses elementos num modelo de
planejamento, adequado e exequível, é necessária uma melhor compreensão das diferentes
realidades educacionais, da gravidade dos problemas que afetam na educação e suas relações
de interdependência com os outros subsistemas, da compreensão dos novos cenários mundiais
que estão sendo desenhados e redesenhados pelo processo de globalização.
Nesses cenários estão incluídas as novas tendências que vêm afetando a
economia, a política, o meio-ambiente, as maneiras de viver e conviver, as formas como as
sociedades se organizam, levando-nos a perceber o quanto a área educacional está dissociada
do mundo e da vida, o que vem exigindo significativas modificações nos processos de ensino-
aprendizagem e nos papéis até então desempenhados pelas escolas.
Todas estas questões precisam ser criteriosamente analisadas antes de decidir
implementar o uso da virtualidade como possibilidade.

4.2 O uso da tecnologia no ensino da história

Segundo Antônio Carlos Gil, é do conhecimento de muitos profissionais da área


de educação que muitos professores possuem uma formação precária e às vezes inexistentes
para poderem atuar em instituições de Ensino superior.
E isso muitas vezes é uma deficiência das próprias instituições, que permitem que
docentes com formação incorreta, lecionem para graduandos, talvez devido à fiscalização, e
dos próprios cursos de pedagogia e é demais outras graduações e licenciaturas que pelo Brasil
existem.
Muitos partem do princípio que adultos não necessitam de acompanhamento
especifico de profissionais titulados e especializados,acreditando que a Andragogia respira e
vive por si. O que não é verdade, pois sabemos quais são os resultados das avaliações de
cursos superiores pelo Brasil, sendo que o MEC adverte várias faculdades e universidades
para melhorarem a qualidade de seus cursos.
O sistema capitalista, em sua fome por lucros e sede por renda rápida, imediata,
muitas vezes influencia negativamente o pensamento das pessoas e a prática de trabalho de
muitos profissionais, inclusive dos da área educacional, onde mais vale o imediatismo do que
a busca pela qualidade de ensino, o primor pela docência de categoria. Será que todos os
adultos sabem realmente o que querem?
Não seria necessários docentes especializados em ensino de adultos para que uma
triagem fosse feita já na matrícula? É importante destacar o caráter elitista das nossas
primeiras instituições de ensino Superior.
Segundo o historiador Boris Fausto, quando a Família Real chegou ao Brasil em
1808, D.João VI, logo tratou de fundar escolas de medicina, direito e academias, visando o
bem-estar da corte lusitana e a sua devida defesa, seja jurídica e militar, o interesse era que
uma parcela ínfima da população concentrasse direitos básicos enquanto a população do
Brasil recém-nascido estava a seu próprio destino, com exceção da iniciativa da Igreja
Católica, com os jesuítas, no séc. XVI, que mantinham uma rede de escolas de ensino
equivalente ao ensino fundamental, hoje em dia.
Conforme Thomas Skidmore, a criação da USP em 1934, no governo Vargas, foi
um marco no ensino superior no Brasil, não só pela criação em si, mas pela chegada de vários
professores europeus, experiente e conceituados em suas áreas, para ministrarem suas aulas
para classes exclusivíssimas, de acesso absolutamente complicado e difícil, pois além das
poucas vagas, (que são poucas ainda hoje, como nos cursos de pós Graduação strictu sensu) ,
eram disputadas pelos filhos da elite paulista/paulistana de forma intensa e acirrada, pois ter
um certificado de conclusão daquela Universidade, nos anos 30, era sinônimo de estar no topo
de uma cultura que nascia e manter-se no ápice de um sistema excludente, que privilegiava
uma parcela ínfima da população, assim como D. João VI fez quando criou cursos de
Medicina no Brasil, restringindo o acesso a poucos abençoados filhos de latifundiários ,
grandes comerciantes, irmãos e sobrinhos de religiosos do alto escalão.
Hoje, o papel do Professor também é transmitir dados atualizados e
compreensíveis, para poderem ser filtrados e assimilados e produzirem informação útil,
consistente, ou seja fazer com os alunos tenham recursos e ferramentas para lutar /agir
/produzir e gerar conhecimento para transformar e aperfeiçoar a si mesmo, e se possível,
contribuir para que o próximo também possa encontrar meios para sobreviver em nossa
sociedade, que se mostra , em vários casos e situações, excludente, preconceituosa ,
consumista e que não respeita o meio ambiente como deveria .
O Professor deve ter visão de mundo ampla e clara, expor a sua experiência e toda
a sua capacidade intelectual. Buscar ser um exemplo de meta cognição, facilitando o acesso
cultura, a arte e ao saber. Ser um especialista em conseguir extrair o melhor de cada aluno,
usar sua autoridade para elevar o moral dos desanimados.
O Professor deseja o progresso dos alunos e a superação de suas dificuldades de
aprendizagem, ele aspira ser uma ponte que conduz para outros horizontes, uma fonte para
todos poderem consultar e basicamente, preocupa-se em atualizar-se, em entender a
globalização como um todo construtivo, apesar de muitas vezes ser injusta.
Também deve ser ressaltada a questão sobre o meio ambiente, e o docente deve
ser um agente ecológico dentro da sala de aula, buscando ligar o corpo discente e seus
interesses com o desenvolvimento da consciência ambiental para preservarmos recursos
hídricos, combater a poluição atmosférica, visual e sonora.
Outra preocupação é que o Professor deve ser um elemento humanizador, para
transmitir este exemplo para os alunos e fazer com eles se espelhem em condutas solidárias,
pois a robótica importa para as empresas que possuem linhas de produção, e não existem
máquinas para ouvir os anseios e preocupações das pessoas e oferecer calor humano.
Outro lado das preocupações dos docentes e manter-se atualizados,
acompanhando a bibliografia, filmografia e participando de congressos, seminários, fazendo
pesquisas em sua área, tentando conseguir verbas/patrocínio e se possível publicar e distribuir
seus escritos.
Deve-se prosseguir com a formação acadêmica, realizando Mestrado, Doutorado e
Pós-doutorado, em instituições bem-conceituadas, no Brasil ou no exterior, e além disso,
harmonizar sua vida profissional e acadêmica com a familiar e social.
Os Professores de História buscam usar tecnologia para poder facilitar o acesso à
cultura e o saber para o aluno, expressando aulas e transmitindo dados de forma inovadora
tornando a matéria atraente, em harmonia com a tecnologia que o aluno usa em seu dia a dia,
como o celulares e vídeo games de última geração.
4.2.1 Quais as novas tecnologias que podem ser empregadas e seus benefícios?

 Retroprojetor: recurso que exige tempo para preparação da transparência que vão ser
projetadas em uma tela, e cuidados com o manuseio, nem sempre projeta o texto com
eficiência, possui alto custo.
 Filmes: boa alternativa para se aprofundar um assunto, possui grande variedade de
títulos, baixo custo, fácil manuseio, pode ser revisto e adiantado caso necessário,
envolve cativa e informa, mostra novos horizonte e transmite e informa a ideologia
dos atores e do diretor da produção.
 Computador: excelente recurso, muitas escolas já o possuem, os alunos e professores
em geral usam com facilidade, a internet oferece inúmeros recursos para tornar a aula
descontraída e atualizada, pode ser portátil, possui custo alto, nem todos possuem em
casa, por exemplo, Professores de História podem usar vários sites a respeito da sua
matéria com informações atualizadas.
 O Datashow é um recurso inovador, é uma lousa eletrônica onde podemos produzir
aulas interativas com alunos e com outras escolas, serve para ilustrar, e envolver os
alunos, mas possui alto custo, exige boas noções de informática.
 Telefone celular: apesar de proibido em salas de aulas por lei estadual, poderia ser um
recurso diferente e inovador para o processo de aprendizagem dos alunos, pois estes
poderiam filmar as aulas, e tirar suas dúvidas posteriormente, podem enviar os
chamados torpedos para os professores e solucionarem suas dificuldades a distância,
apesar de que os comunicadores instantâneos, como o MSN, podem também realizar
isso.
As tecnologias citadas podem ser usadas desde a educação Básica até a formação
dos docentes na Pós-graduação. Segundo Edith Litwin, "é preciso deixar claro que a aplicação
da tecnologia na Educação impõe uma série de complexidades a se ter em conta na hora de
analisá-la, já que não se pode fazer de maneira isolada".
Tecnologia é um meio, uma ferramenta indispensável para fazer com que nossos
objetivos sejam alcançados de uma forma mais eficiente e com mais qualidade e inovação. A
rede pública de ensino, seja na esfera municipal, estadual e federal, de caráter regular ou
técnico, deve proporcionar aos docentes estes equipamentos e realizar a sua manutenção, pois
o uso constante e o manuseio incorreto podem causar danos.
Evidente que as instituições particulares também devem prover seus docentes com
estes recursos, e investindo também em seu devido treinamento, pois não adianta comprar
máquina sofisticada para quem não sabe utiliza-la.
Capacitações devem ser constantes, tanto na área pedagógica como na
tecnológica, pois os alunos, muitas vezes, estão à frente dos professores na questão
atualização, muitos possuem tempo sobrando, só vão para a escola de manhã e passam a tarde
em lanhouses ou em casa, conectados e conversando com pessoas do mundo inteiro e se
informando sobre o que há de melhor em jogos, comunicadores instantâneos, sites de busca,
equipamentos e hardware em geral.
Da infância até a maturidade (observando que, segundo o IBGE? Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida do brasileiro aumentou e vamos
viver mais que na década de 70 e 80, podendo chegar até os 80 anos), vamos ter muitos
caminhos para percorrer em questão de tecnologia educacional, e muitas crises e
oportunidades surgirão no capitalismo globalizado que vivemos.
Qual o impacto esperado com o uso das mesmas? Utilizando os recursos
propostos acima e relacionando-os com os tradicionais, como lousa e giz, flipchart e cartazes,
a aula , seja na Educação Básica, ou no Ensino Superior , terá um clima de vanguarda
educacional, de contato íntimo e estreito, com o moderno, com o atualizado, com o que há de
mais recente em termos de apresentação, aquela certeza de que o velho, o arcaico foi
descartado, superado, e isso faz com que os alunos e os professores se sintam mais conectados
com o real , em sintonia com a globalização , com as infovias que circulam ao redor do
mundo e apresentam possibilidades ilimitadas.
Se formos analisar de perto, tudo é muito simples, mais do que esperávamos, e
mais fácil e pratico irá ficar, pois o caráter, a essência da coisa e promover tudo para o maior
numeram de pessoas possíveis, e isso não é caridade, há interesses econômicos por trás de
tudo isso, mas isso gera empregos também e faz a economia se movimentar de forma mais
intensa, apesar das crises que chegam, perdem força e se retraem se escondem, para depois,
mostrar-se com mais ou menos intensidade.
Combater o verbalismo, ou seja, a falação cansativa e monótona na aula é um dos
objetivos esperados e promoverá um impacto positivo na produtividade da aula, o professor
deve ser um orientador, conduzir competências, fornecer dados, direcionar habilidades e
competência e não ficar falando sem parar, se isso fosse realmente necessária, era só
colocarmos um DVD com a aula gravada e pronto. Aliás, os alunos podem dormir em aula,
por esta ser monótona e extremamente cansativa, e outro gravar com o celular e colocar no
You Tube, com a legenda "exemplo de aula chata".
O Professor pode também não ter atenção dos alunos e deve se preparar para isso,
pois existem alunos que são totalmente apáticos difíceis de motivar, indisciplinados e nem
com tecnologia você pode fazê-los prestar atenção.O Professor é o profissional que mais deve
saber ser flexível entre todos no mercado de trabalho. A árvore verde é flexível e se mantêm
de pé durante um vendaval, mas a seca se parte em vários pedaços.
Espera-se também que os alunos criem motivação dentro de si, após terem visto
uma aula inovadora, bem apresentada, que se animem para fazer algo semelhante, ilustrando
melhor, acrescentando citações, trechos de filmes, poemas, artigos, gráficos, tabelas, imagens,
seja na própria escola ou na escola que um dia for, seja militar, religiosa ou uma Universidade
no exterior, e consequentemente, que sejam um reprodutor de inovações, um polo irradiador
de novas ideias, que escreva em jornais, que realizem peças de teatro, que façam palestras e
cursos em suas associações de moradores, que façam pelo bem e pelo progresso, pois em um
país como o Brasil, oportunidade é que não faltar.

4.3 Celular para ensino de história

Afirmou-se neste artigo a necessidade de incluir as TDIC (Tecnologias Digitais de


Informação e Comunicação) na escola. No entanto, quais possibilidades existem para isso?
São inúmeras, como visitas a lugares distantes através de programas de visualização de ruas e
cidades, tour virtual em museus, jogos simuladores de períodos do passado, simulação de
terremotos e eventos geológicos, entre outras. Todavia, neste trabalho foram analisados os
aplicativos específicos para História, pela acessibilidade tanto de professores quanto de alunos
de forma mais rápida e fácil, com o uso de aparelhos celulares e somente pesquisando o nome
da disciplina na Google Play. Primeiramente observamos que os aplicativos foram
desenvolvidos por empresas não especializadas em softwares educativos, não há referências
nas páginas de download sobre consultas à especialistas na área educacional. Mandel (1997)
citado por Gomes e Wanderley (2003), um dos maiores problemas ao se desenvolver
softwares educativos é a diferença entre o que os desenvolvedores entendem como processo
de aprendizagem e a visão que os profissionais da educação têm. O programador domina a
técnica computacional para desenvolver o aplicativo, mas não domina o conhecimento
pedagógico sobre o conteúdo de aprendizagem no qual está trabalhando. Após essa reflexão
inicial, os aplicativos que se resultaram da busca por “História” podem ser analisados de duas
formas. Na primeira somente com a consulta as especificações que os usuários têm acesso,
podem ser escolhidos para alguns com especificação geral com os seguintes dados: download,
avaliação, custo, tipo, idioma e paradigma educacional. Em seguida, na segunda etapa de
análise, pode ser feita a segunda análise, selecionando aplicativos de cada busca de acordo
com: gratuidade, idioma, número de downloads e avaliação. Nesta etapa serão considerados
exclusivamente aplicativos que constam como categoria educação. Reggini (1990) citado por
Ramos (s.d.), escreveu em 1990 que há duas modalidades de uso de computadores em sala de
aula, uma dura (aluno responde perguntas que são mostradas em uma tela) e outra branda (o
usuário que comanda o processo e com cada erro pode surgir uma nova reflexão). Com o
advento das TDIC esse pensamento ainda é persistente. Podemos notar nas análises a seguir
que o usuário é levado a ficar frente ao celular somente respondendo perguntas diretas sem
construção do conhecimento, o que caracteriza a modalidade dura, defendida pelos autores,
que é aspecto que Ramos (s.d.) coloca como paradigma comportamentalista.

4.5 Aplicativos para ensino de história

Ao observar os resultados percebe-se algumas curiosidades. Um dos aplicativos


que consta no resultado da pesquisa é o “Limpador de Histórico Fácil”, que é uma ferramenta
para otimizar o uso do sistema Android e não apresenta nenhuma relação com a disciplina
escolar História em sua configuração. Este ainda consta como o aplicativo mais baixado
(90.769 downloads) seguido do jogo “Historia” (20.036) que mistura elementos da
Antiguidade, Idade Média e Mitologia, distorcendo momentos históricos sem nenhuma
coerência, dificultando o uso na educação, além de ser em inglês. O que é outro dado
relevante, 14 dos 20 aplicativos não são em português, mesmo que alguns deles possam
apresentar título e descrição neste idioma. Na segunda etapa da análise pode ser considerado
três aplicativos para uma observação mais profunda de acordo com os critérios já citados. São
eles: História do Brasil; LookHistória e História online. Dos três, o mais baixado (1.159) e
melhor avaliado (nota 4,7) é o História Online. O maior problema do aplicativo é a
necessidade de estar conectado à internet para usá-lo. Na barra lateral, é possível selecionar
qual conteúdo se deseja ter acesso. Selecionando uma notícia o usuário é encaminhado à um
breve texto e à opção de baixar áudio sobre o conteúdo. Há a opção “exibir a publicação
original” que leva à uma página na web sobre o assunto em questão, como consta na figura 2.
Figura 1. Página Inicial do aplicativo “História Online”. Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional
android.

Figura 2. Uma das páginas que o aplicativo encaminha. Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional
android.

O aplicativo e as páginas do site para a qual há os encaminhamentos tem um foco


muito grande em avaliações, como Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e vestibulares.
As matérias têm poucos textos e muitos áudios, no qual um professor fala sobre o conteúdo.
Apesar de ser um site que relaciona atualidades e História e ter várias opções de conteúdo,
como áudios, vídeos, entre outros, o aplicativo peca ao focar em avaliações e não na
construção do conhecimento. São reprisadas estratégias tradicionais das salas de aula, texto,
explicação e exercícios, sem proporcionar nada inovador ou auxiliar as aulas convencionais.
Apesar das complicações, em uma escola onde o professor possa ter acesso à internet, o
aplicativo pode facilmente ser incorporado às aulas, principalmente porque associa fatos
históricos à atualidade, o que com a mediação do professor pode despertar mais interesse dos
alunos para a disciplina. O segundo aplicativo analisado é o “LookHistória”, que é o segundo
mais baixado (981 downloads) na categoria educação e segundo melhor avaliado (nota 4,4).
Este aplicativo é focado apenas em textos superficiais sobre os assuntos. Inicialmente o
usuário tem opção de selecionar o período que deseja ler sobre, em seguida é levado à
subtítulos sobre os assuntos e finalmente ao texto. Cada período tem um vídeo introdutório de
um professor onde ele somente diz que o período foi importante por um ou dois motivos e que
o usuário saberá mais lendo os textos, não explicando nenhum fato do período. O aplicativo é
pobre em informação e recurso, fazendo o usuário somente ler algumas informações
incompletas e superficiais sobre o assunto. Não faz nenhuma conexão entre os fatos ou com a
atualidade. Não possui exercícios, vídeos sobre os conteúdos, áudios, jogos ou qualquer outro
recurso. Somente reproduz conteúdo, reforçando a ideia de que História é uma disciplina em
que se memorizam fatos para então reproduzi-los em avaliações e depois esquecer. Dessa
forma nega que “ao ensino de História cabe um papel educativo, formativo, cultural e
político” (SILVA; FONSECA, 2010, p. 24), pois não problematiza os fatos, apenas os
transmite.
Figura 3. Aplicativo “Look História”.
Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional android.

O último aplicativo analisado é o “História do Brasil”, terceiro mais baixado (424


downloads) e terceiro melhor avaliado (nota 4,0). O aplicativo é dividido em quatro partes:
Colonial, Monarquia, República, Quiz. Nas três primeiras há subtítulo sobre o período
histórico em questão
Figura 4. Aplicativo “História do Brasil”.
Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional android.

Figura 5. Tela inicial do Quiz.


Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional android.
A última parte do aplicativo refere-se a um resultado do quiz sobre o conteúdo de
História do Brasil Graficamente, é bem trabalhado, mas reproduz a ideia de memorizar o
conteúdo e depois reproduzi-lo de maneira mecanizada, acrítica e sem fazer nenhuma relação
com o aluno e/ou com a atualidade. Percebe-se a herança da política de desvalorização das
ciências humanas que deveriam ser apenas transmitidas aos alunos sem nenhuma relação com
a realidade ou com a construção de conhecimento. O aluno é colocado de forma passiva,
como o usuário deste aplicativo: ler e responder, sem envolver a reflexão sobre o assunto.

Figura 6.ResultadoQuiz do aplicativo.


Fonte: printscreen do aplicativo no sistema operacional android.

Analisando esses aplicativos é possível perceber a ideia de como é o ensino de


História para os desenvolvedores dos mesmos, demonstrando ainda estar impregnado da
política de formação acrítica, fragmentada e de memorização de conteúdo. Fácil de notar
principalmente nos dois últimos aplicativos examinados. Assim, o planejamento e mediação
do professor ao desenvolver atividades com TDIC, mesmo que usando aplicativos pobres,
devem ser muito em pensadas, para atingirem seus objetivos pedagógico e conseguirem
articular os conteúdos e o cotidiano, como afirmam Marco Antônio da Silva e Selva Fonseca
ao dizer que
[...] as disciplinas não são meros espaços de vulgarização de saberes, nem tampouco
de adaptação, transposição das ciências de referências, mas são produtos dos
espaços, das culturas escolares e mesmo inclusiva. Os professores têm alguma
autonomia ante as demanda do Estado, da sociedade e dos meios de comunicação;
assim, podem questionar, criticar, subverter os saberes e as práticas no cotidiano
escolar. (SILVA; FONSECA, 2010. pp. 29-30)

Ao elaborar atividades com uso de aplicativos como os que foram averiguados


neste trabalho, o professor deve ter muito cuidado para não acabar colocando nos celulares os
antigos questionários que somente faziam os alunos decorarem a organização das palavras em
um papel para transferir para outro sem ter entendimento do que estas estavam dizendo. Há
um grande volume de informações de novos aplicativos sendo produzidos o tempo todo nesta
Sociedade da Informação. Mas, como afirma Helenice Ciampi:

A questão não está no acúmulo destes conhecimentos, mas na capacidade de


selecionar, na formação do aluno, conceitos básicos, e desenvolver uma prática
pedagógica consistente que permita à criança e ao jovem serem capazes de pesquisar
informações substantivas para resolver um problema; de analisar, entre as possíveis
soluções, a(s) mais adequada(s) ao seu contexto, e de utilizar diferentes tecnologias
relativas às áreas de atuação. O novo paradigma é fruto da compreensão de que as
competências desejáveis ao pleno desenvolvimento humano aproximam-se das
necessárias à inserção no processo produtivo, recolocando o papel da educação
como elemento de desenvolvimento social. (...) A garantia de que todos
desenvolvam e ampliem suas capacidades é indispensável para se combater a
dualização da sociedade, a qual gera desigualdades cada vez maiores. (CIAMPI,
2010. p. 2)

Com orientação dos professores, os alunos devem ser estimulados à reflexão


crítica, sendo capazes de selecionar aplicativos auxiliares aos seus estudos de acordo com o
que está sendo discutido em sala de aula, sem o objetivo de passar fácil pelas provas sem
construção de conhecimento.

5CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento sobre o processo de ensino e aprendizagem e a relação entre as


abordagens historiográficas e as ações metodológicas que implicam no ensino de História,
inserido no contexto das novas tecnologias foram fundamentais para as reflexões quanto à
contribuição das Tecnologias da Informação e Comunicação nas aulas de História. O ensino
deve estar voltado para as transformações da sociedade que recebe muitas informações cada
vez com maior velocidade, forçando o professor a desdobrar-se entre sua formação específica
e sua atualização de mundo.
A contribuição metodológica das novas tecnologias para o ensino de História
destacada na presente pesquisa quanto à produção e à transmissão do conhecimento histórico,
através de exemplos relatados foi possível identificar que o trabalho pode ser desenvolvido
com ou sem a internet e havendo as dificuldades o professor inserido no seu contexto
consegue levar e produzir conhecimento.
O professor de História frente a várias definições do seu campo de trabalho,
precisa estar se reestruturando, buscando novos caminhos que visem melhorias para seu
trabalho. Eis o desafio acompanhado de obstáculos ao longo da trajetória do profissional de
História. Diante dos desafios, pretende-se dar continuidade à pesquisa e assim contribuir no
processo ensino-aprendizagem para o ensino de História.
Buscou-se ressaltar a relevância da tecnologia no ensino de História, mais
precisamente o celular, mas tendo cuidado, pois utilizar aplicativos de celular baseados em
perguntas e repostas só transmite para o celular os antigos questionários. Portanto é necessário
escolher meticulosamente os recursos digitais que podem ser usados em sala de aula para
explorar seu maior potencial ao invés de reproduzir o desestímulo e o tédio que são vistos nas
salas de aula atuais. Pois, assim como afirma Bittencourt, (2004), a escolha dos materiais
pedagógicos está influenciada em que tipo de formação os professores desejam dar aos
alunos. Os aplicativos aqui investigados podem ser utilizados pedagogicamente desde que de
forma muito bem articulada, deixando claro que não correspondem a totalidade do
conhecimento dessas ciências. Por isso é ressaltado o papel do professor que, primeiro, deve
estar disposto a usar as TDIC em suas aulas, mas, além disso, mediar a relação dos alunos
com as ferramentas apresentadas a eles, estimulando o aluno como parte da sociedade, sendo
capaz de observá-lo com olhos críticos e capazes de mudanças.
TECHNOLOGY IN HISTORY TEACHING:
THE MOBILE PHONE USE AS A RESOURCE EDUCATIONAL

ABSTRACT

This article aims to discuss the relationship between the teaching of history and the cell as a
pedagogical tool, focusing on pedagogical conceptions of the process of teaching and learning
and methodological contribution of new technologies for teaching history, with analysis in
academic training teacher, highlighting computer tools used in history classes. It is intended
to contribute in some way to the resolution of type questions: What are the links between
educational theories and teaching history? How and how best to teach the history content in
the classroom with the help of new technologies? Finally, encourage debates on the teaching
of history mediated by new technologies.

Key words: Learning-Teach, Professor and Learning of History, New Technologies


REFÊRENCIAS

ALMEIDA, F. J.; FONSECA JR., F.M. Proinfo: projetos inovadores. Brasília: MEC, 2000.

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