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Juacy dos Santos Loura Júnior OAB/RO 656A

Danilo Henrique Alencar Maia OAB/RO 7.707


Emerson Lima Maciel OAB/RO 9.263
Florismundo A. de O. Segundo OAB/RO 9.265
Fernanda Andrade de Oliveira OAB/RO 9.899

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) MEMBRO DO E.


TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA.

O PARTIDO DA REPÚBLICA- PR, pessoa jurídica de


direito privado inscrito no CNPJ/MF sob o n° 08.963.082/0001/81,
com sede na Rua José Bonifácio, n° 1032, Bairro Olaria, CEP 76.801-
290, Porto Velho - RO neste ato representado por seu Presidente
Regional, LUIZ CLÁUDIO PEREIRA ALVES, brasileiro, casado, inscrito
no CPF n°.238.785.254-00, podendo ser encontrado no mesmo
endereço da grei, por seus advogados que esta subscrevem,
conforme procuração anexa, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 14, §§ 10 e 11, da
Constituição Federal, e 253 da Resolução TSE n.º 23.544/2017,
propor, no prazo legal, a presente AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE
MANDATO ELETIVO (AIME), adotando-se o rito previsto no artigo
3º da Lei Complementar n.º 64/90, nos termos da citada resolução,
em face de:

O Candidato eleito e já diplomado, ao cargo de deputado


estadual 17000-EYDER BRASIL DO CARMO, CPF n.
620.935.762-87, endereço Rua: Benjamim Constant, nº 2354,
bairro: São Cristovão, Comp. Vila Militar, CEP n. 76804-056,
Porto Velho-RO, RRC Nº 0600749-20.2018.6.22.0000; TODOS
OS DEMAIS CANDIDATOS SUPLENTES DO MESMO PARTIDO:

Rua Tenreiro Aranha, nº 2385, sala 1, 1º andar, Centro, CEP 76.801-092, Porto Velho/RO
Telefone: (69) 3223-2850 / 98429-2850 - juacy@louraealmeida.adv.br
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17177 – Aziz Rahal Neto, CPF n. 685.740.612-04, End: Rua Elias Cardoso
Balau, nº 1131, bairro: Jardim Aurelio – Ji-Paraná-RO (0600738-
88.2018.6.22.0000)

17777 – Gilberto Antônio Andretta Vigiato , CPF n. 220.514.302-68, End:


Rua Brasilia, nº 3428, Bairro: São João Bosco, Apto 02, PVH-RO. (0600751-
87.2018.6.22.0000).

17364 – Celso Adame, CPF n. 030.628.008-60, End: Rua Cuiabá, nº 3185,


Bairro: Clodoaldo, CEP n. 76963-665, Cocoal-RO. (0600740-
58.2018.6.22.0000).

17190 – Marcos Antônio Marques, CPF n. 254.683.321-91, End: Castelo


Branco, nº 1182, Bairro: Liberdade, Ouro Preto do Oeste-RO, CEP 76920-000.
(0600761-34.2018.6.22.0000).

17700 – Caius Rodrigo de Castro Prieto, CPF n. 018.750.577-22, End: Rua:


Iudelfonso da Silva, nº 1386, Bairro: Alto da Glória, Ji-Paraná, CEP 76908-328,
(0600739-73.2018.6.22.0000)

17333 – Aparecida Ferreira dos Santos, CPF n. 288.078.552-91, End: Rua


BrasFlorest, nº 4748, bairro: Centenario, Rolim de Moura, CEP 76940-
000.(0600737-06.2018.6.22.0000).

17090 – Lauro Fernandes da Silva Junior, CPF n. 611.691.022-04, End:


Piramutuba, nº 1890, Bairro: Lagoa, PVH-RO, CEP 76812-170. (0600756-
12.2018.6.22.0000)

17007 – Constantino Erwen Gomes Souza, CPF n. 683.647.927-68, End:


Rua Da Federação, nº S/N, Bairro: Industrial, PVH – RO, CEP 76821-132,
(0600741-43.2018.6.22.0000).

17100 – Eduardo Menezes Marques, CPF n. 715.093.057-34, End: Rua


Panteon, nº 6557, bairro: Igarapé, PVH-RO, CEP 76824-282. (0600744-
95.2018.6.22.0000).

17888 – Ayel Wellington Muniz de Oliveira, CPF n. 003.797.562-50, End:


Francisco Braga, nº 5965, Bairro: Igarapé, PVH-RO, CEP 76284-230.
(0600796-91.2018.6.22.0000).

17890 – José Bispo de Morais Filho, CPF n. 486.084.082-87, End: Osvaldo


Calisto, Nº 6672, Bairro Cuniã, PVH-RO, CEP 76824-462, (0600797-
76.2018.6.22.0000).

Rua Tenreiro Aranha, nº 2385, sala 1, 1º andar, Centro, CEP 76.801-092, Porto Velho/RO
Telefone: (69) 3223-2850 / 98429-2850 - juacy@louraealmeida.adv.br
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17123 – Manoel Domingos da Silva, CPF n. 095.991.692-04, End: Rua


Bandonion, 6423, Bairro: Castanheira, PVH-RO, CEP 76811-426, (0600759-
64.2018.6.22.0000).

17800 – Floremil Silva Bicalho Júnior , CPF n. 997.931.137-15, End: Rua


Cardeal, Nº 4220, Bairro: Caladinho, PVH-RO, CEP 76808-148. (0600750-
05.2018.6.22.0000).

17069 – Erica Ribeiro Viana, CPF n. 002.251.842-81, End: Rua Guaporé, nº


6591, Bairro: Centro, PVH-Ro, CEP 76940-000, (0600747-50.2018.6.22.0000).

17444 – Marinez Santos Silva, CPF n. 604.518.822-53, End: Rua Tocantins,


n. 6475, Bairro: Boa Esperança, CEP 76940-000, Rolim de Moura-RO.
(0600798-61.2018.6.22.0000).

17067 – Maxcilene Pereira da Cruz, CPF n. 007.188.962-03, End: Rua


Castelo Branco, n. 1182, Bairro: Liberdade, Ouro Preto do Oeste-RO, CEP
76920-000, (0600765-71.2018.6.22.0000).

17429 – Maria dos Anjos da Silva Martins, CPF n. 711.192.132-15, End: Rua
Boa Vista, n. 5260, Centro, Rolim de Moura-RO, CEP 76940-000, (0600764-
86.2018.6.22.0000).

17319 – Rosanira Capistrano Luz, CPF n. 220.723.902-06, End: Rua


Vaticano, nº 4226, Bairro: Igarapé, PVH-RO, CEP 76824-372, (0600891-
24.2018.6.22.0000).

17017 – Maria Conceição Alves, CPF n. 457.599.792-72, End: Rua Monte


Azul, 2081, Bairro: Conceição, CEP 76808-294, (0600763-04.2018.6.22.0000);

E ainda o próprio PARTIDO SOCIAL LIBERAL – PSL,


pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n. 05.167.466/0001-08, com

endereço na Av. Pinheiro Machado, 2803, Bairro: São Cristóvão,


Porto Velho-RO, E-mail: rondonia@psl.org.br, devendo ser notificado na
pessoa de seu representante legal o Presidente Regional Marcos
Jose Rocha dos Santos, CPF n. 001.231.857-42, residente e
domiciliado Rua: Vigésima, nº 6034, Bairro: Rio Madeira, Comp.
Apto. 703 B – Cond. Pinhais I, o que faz pelas seguintes razões de
fato e de direito:

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I - DOS FATOS

Os Candidatos ora Requeridos tiveram suas candidaturas


registradas pelo Partido Social Liberal – PSL, também ora impugnado,
sendo que referida agremiação não se coligou e lançou 20(vinte)
candidatos para o cargo de deputado estadual, sendo destes 14
(quatorze) homens e 06 (seis) mulheres, conforme se infere do
resumo de resultado das eleições retirado no sítio eletrônico do
TRERO, portanto, disputando às eleições gerais de 2018
isoladamente, numa corrida “puro sangue”.

Mencionado Partido apresentou à Justiça Eleitoral, em


agosto passado, a lista de seus candidatos à eleição proporcional de
deputado estadual, formada como já dito por 14 homens e 06
mulheres, com o que teria, naquele momento, supostamente
preenchido o percentual mínimo de 30% (trinta por cento) de
candidaturas do sexo feminino, conforme expressamente exigido pelo
art. 10, § 3º, da Lei n. 9.504/97. Em razão disso, o respectivo DRAP
foi deferido e admitida a participação do partido político, na eleição
proporcional do corrente ano, todavia, houve ressalva pelo órgão
julgador de que tal situação deveria ser observada não somente
desde o início, mas até o final do processo eleitoral, conforme será
demonstrado.

Entretanto, consoante se comprovará, não houve adequação


do percentual mínimo de gênero feminino para que o partido
Requerido e toda sua nominata de candidatos e candidatas (eleito e
não eleitos) pudessem se manter hígidos para o pleito geral das
eleições 2018. Explicaremos:

Imprescindível transcrever, por oportuno, o que consta do


processo nº 0600736-21.2018.6.22.0000 , autos onde o TRERO

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julgou o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP)


do partido requerido:

“...

Conforme relatório de percentual de registros juntado no Id.


34926, o PSL apresentou 13 (treze) pedidos de registro para o
cargo de Deputado Federal, dos quais 04 (quatro) referem-se ao
gênero feminino, correspondendo ao percentual de 30,77% do
total de pedidos requeridos. Quanto ao cargo de Deputado
Estadual, foram apresentados 20 (vinte) requerimentos,
dos quais, 06 (seis) são de candidaturas do gênero
feminino, correspondendo a 30% do total.”

Em trecho mais à frente do voto do relator, este deixou bem


evidente qual havia sido a pretensão da douta procuradoria e a
possibilidade de discussão mesmo em momento posterior, em
ações como AIME ou AIJE, seguindo a novel tendência do E. TSE,
para casos de não respeito a cota de gênero:

“...

Conforme demonstrado no aludido relatório do Id. 34926, a


agremiação partidária atende tais percentuais. Importa analisar se
a possibilidade, em tese, de indeferimento futuro das candidaturas
femininas, de forma a reduzir o percentual abaixo do mínimo,
poderia ser causa suficiente para o indeferimento do DRAP.

A leitura que faço do art. 10 da Lei n. 9.504/97 é de que não há


essa possibilidade.

Isso porque neste momento, como já mencionado, o partido


atende plenamente a esse requisito. Além disso, ante eventual
indeferimento das candidaturas femininas, ao partido será
assegurado proceder à sua substituição, em até 10 (dez) dias
contados do indeferimento, observada a data limite de 17 de
setembro, conforme disposições do art. 13, caput e §§ 1º e 3º,
da Lei das Eleições.

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Quanto ao assunto, e. TSE já emitiu julgado no sentido de que o


percentual mínimo deve ser aferido também por ocasião da
substituição, conforme assentado no Agravo Regimental no
Recurso Especial n. 160892:

"Representação. Eleição proporcional. Percentuais legais


por sexo. Alegação. Descumprimento posterior. Renúncia de
candidatas do sexo feminino.
1. Os percentuais de gênero previstos no art. 10, § 3º, da
Lei nº 9.504/97 devem ser observados tanto no momento
do registro da candidatura, quanto em eventual
preenchimento de vagas remanescentes ou na
substituição de candidatos, conforme previsto no § 6º
do art. 20 da Res.-TSE nº 23.373.
2. Se, no momento da formalização das renúncias por
candidatas, já tinha sido ultrapassado o prazo para
substituição das candidaturas, previsto no art. 13, § 3º, da
Lei nº 9.504/97, não pode o partido ser penalizado,
considerando, em especial, que não havia possibilidade
jurídica de serem apresentadas substitutas, de modo a
readequar os percentuais legais de gênero.
Recurso especial não provido."
(Recurso Especial Eleitoral nº21498, Acórdão, Relator(a)
Min. Henrique Neves Da Silva, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Tomo 117, Data 24/06/2013, Página 56);

Além disso, a Corte Superior Eleitoral também já decidiu que,


eventual apresentação de candidaturas fictícias, apenas para
preencher o mínimo necessário, pode ser combatida
posteriormente por meio de Ação de Investigação Judicial
Eleitoral ou por Ação de Impugnação de Mandato Eletivo,
conforme registrado no julgamento dos REspe n. 149 e
24342-RS:

"RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL


ELEITORAL. FRAUDE. PERCENTUAIS DE GÊNERO. CAPTAÇÃO
ILÍCITA DE SUFRÁGIO.
1. Não houve ofensa ao art. 275 do Código Eleitoral, pois o Tribunal de
origem entendeu incabível o exame da fraude em sede de ação de
investigação judicial eleitoral e, portanto, não estava obrigado a avançar no
exame do mérito da
causa.
2. "É pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte no sentido de
que o partido político não detém a condição de litisconsorte passivo
necessário nos processos nos quais esteja em jogo a perda de diploma ou
de mandato pela

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prática de ilícito eleitoral" (AgR-AI nº 1307-34, rel. Min. Marcelo Ribeiro,


DJE de 25.4.2011).
3. Para modificar a conclusão da Corte de origem e assentar a existência
de oferta de benesse condicionada ao voto ou de ato abusivo com
repercussão econômica, seria necessário o reexame do conjunto probatório
dos autos, providência
inviável em sede de recurso especial (Súmulas 7 do STJ e 279 do STF).
4. É possível verificar, por meio da ação de investigação judicial eleitoral,
se o partido político efetivamente respeita a normalidade das eleições
prevista no ordenamento jurídico - tanto no momento do registro como no
curso das campanhas eleitorais, no que tange à efetiva observância da
regra prevista no art. 10, § 3º, da Lei das Eleições - ou se há o lançamento
de candidaturas apenas para que se preencha, em fraude à lei, o número
mínimo de vagas previsto para cada gênero, sem o efetivo
desenvolvimento das candidaturas.
5. Ainda que os partidos políticos possuam autonomia para escolher seus
candidatos e estabelecer quais candidaturas merecem maior apoio ou
destaque na propaganda eleitoral, é necessário que sejam assegurados,
nos termos da lei e dos critérios definidos pelos partidos políticos, os
recursos financeiros e meios para que as candidaturas de cada gênero
sejam efetivas e não traduzam mero estado de aparências.
Recurso especial parcialmente provido."
(Recurso Especial Eleitoral n. 24342, Acórdão, Relator(a) Min. Henrique
Neves Da Silva, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 196,
Data 11/10/2016, Página 65-66).

"RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO


ELETIVO. CORRUPÇÃO. FRAUDE. COEFICIENTE DE GÊNERO.
1. Não houve violação ao art. 275 do Código Eleitoral, pois o Tribunal de
origem se manifestou sobre matéria prévia ao mérito da causa, assentando
o não cabimento da ação de impugnação de mandato eletivo com
fundamento na alegação de fraude nos requerimentos de registro de
candidatura.
2. O conceito da fraude, para fins de cabimento da ação de impugnação de
mandato eletivo (art. 14, § 10, da Constituição Federal), é aberto e pode
englobar todas as situações em que a normalidade das eleições e a
legitimidade do mandato eletivo são afetadas por ações fraudulentas,
inclusive nos casos de fraude à lei. A inadmissão da AIME, na espécie,
acarretaria violação ao direito de ação e à inafastabilidade da jurisdição.
Recurso especial provido."
(Recurso Especial Eleitoral n. 149, Acórdão, Relator(a) Min. Henrique
Neves Da Silva, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data
21/10/2015, Página 25-26)

Assim, tem-se que o julgamento do DRAP deve levar em conta a


situação atual do partido, sem prejuízo do ajuizamento

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posterior das medidas necessárias para assegurar o


cumprimento das normas de regência, bem como
ressalvando-se que, eventuais substituições de candidatas
também deverão observar os percentuais mínimos e
máximos de candidaturas por gênero.

Como se vê no próprio Acórdão nº 253/2018, o TRERO


considerou que poderia, portanto, ser analisado qualquer situação
fática ou jurídica, mesmo depois de deferido o DRAP, dentro das
ações em que o TSE já admite tal discussão, ou seja, AIME ou AIJE.

Passaremos a indicar de como se deu o desrespeito a


observância de requisito essencial para o deferimento do DRAP, qual
seja, a filiação partidária e que afeta de forma direta a composição de
percentual de cota de gênero, descortinando, uma verdadeira fraude
à lei, valendo lembrar que não estamos discutindo condição de
elegibilidade (até porque bem se sabe que tal situação deve ocorrer
dentro da ação de impugnação de registro de candidatura). Aqui
vamos demonstrar que houve engodo do partido Requerido, burla à
legislação, no intuito de tentar “temporariamente” comprovar que
estava a respeitar o percentual de cota de gênero, o que jamais
ocorreu!

II. – DO INDEFERIMENTO DE REGISTRO DE CANDIDATURA DE


03 (TRÊS) DAS SEIS CANDIDATAS MULHERES DO PSL

Quando da análise dos Requerimentos de Registro de


Candidaturas dos candidatos do PSL, o Tribunal Regional Eleitoral
entendeu por bem indeferir da nominata a deputado estadual, os
Registros das seguintes candidatas: ROSANIRA LUZ 17319,
ANGELA JODAN 17429 e PROFESSORA CONCEIÇÃO 17017, por
verificar que a todas elas, faltava o requisito de elegibilidade, qual

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seja, a filiação partidária.

O tribunal deixou bem evidente quando do julgamento de


tais registros que às candidatas referidas faltava condição de
elegibilidade, consistente na filiação partidária. Transcreveremos
apenas trecho final de um dos acórdãos (haja vista serem iguais, no
ponto), de voto da lavra do Des. Paulo Kiochi Mori, quando da análise
do RRC n. 0600763-04.2018.6.22.0000, de Maria da Conceição
Alves:

“...

Dessa forma, razão assiste ao MPE ao sustentar que, no


caso, carece à requerente condição de elegibilidade
elencada nos arts. 14, § 3º, IV da Constituição Federal e 9º
e 11, § 1.º, inc. III, da Lei n. 9.504/97.

Pelo exposto, voto pelo INDEFERIMENTO do


requerimento de registro de candidatura de Maria
Conceição Alves, para o cargo de Deputado Estadual, nas
Eleições 2018. Faculto ao partido substituir a candidata
até às 19h do dia 17 de setembro, conforme disposto
no art. 13, caput e § 3º, da Lei n. 9.504/97 .

Nos termos do art. 16-A da Lei n. 9.504/97, voto no sentido


de assegurar à candidata o direito de praticar todos os atos
de campanha, inclusive de receber recursos do Fundo
Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de
Campanha e manter seu nome na urna eletrônica até que
sobrevenha pedido de substituição, decisão da instância
superior ou trânsito em julgado da decisão.

É como voto.”

A maioria do Tribunal, todavia, entendeu por acompanhar o


voto do relator com a parcial divergência trazida pela Juíza Rosemeire
Conceição, para proibir que a candidata continuasse a fazer
campanha, mediante os seguintes argumentos:

“...Ante o exposto, acompanho o voto do Relator pelo


indeferimento do registro de candidatura do requerente. E,

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peço vênia para divergir, ficando vedada a prática de atos


de campanha, em especial, a veiculação de propaganda
eleitoral no rádio e na televisão, bem como, o recebimento
dos recursos públicos do Fundo Partidário e do Fundo
Especial de Financiamento de Campanha que lhe caberia.

É como voto.”.

Com todas as vênias, o que deveria ter sido feito pelo


tribunal já naquele momento, era sim proceder com o indeferimento
do DRAP, haja vista que 03 (três) das seis candidatas apresentadas
pelo partido, NÃO TINHAM FILIAÇÃO JUNTO AO PSL!

Se elas não tinham, como de fato ainda não tem filiação


partidária, pois, as listas do filiweb continuam com a mesma relação
do período eleitoral de registro de candidatura, por certo, não
poderiam fazer parte de qualquer nominata, como candidatas, seja
do partido requerido, seja de qualquer outro, eis que a elas, faltava o
básico para uma disputa eleitoral, que é justamente a filiação
partidária no tempo que a legislação determina, ou seja, ao menos
seis meses antes do pleito, aliás, conforme analisado e anotado pelo
TRERO quando do julgamento dos RRCs das referidas candidatas.

Já que é incontroverso que não tinham filiação partidária


as candidatas ROSANIRA LUZ 17319, ANGELA JODAN 17429 e
PROFESSORA CONCEIÇÃO 17017, o PSL deveria ter providenciado
a substituição de tais candidatas, conforme determinação contida na
parte dispositiva do voto do relator, acompanhado pelos demais
juízes do TRERO. Não o fez!

Se não substituiu as candidatas, mesmo sabedor que elas


NÃO POSSUIAM FILIAÇÃO, o partido, assumiu o risco de produzir
um resultado nocivo a própria agremiação, pois, se futuramente,
ficasse comprovado, como de fato ficou, que elas não tinham mesmo
filiação, o que ocorreu dentro de um processo de registro de
candidatura e com trânsito em julgado da decisão (vide processos

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anexos), não se pode alegar que o partido cumpriu ao que determina


a legislação quando da apresentação do DRAP, até porque, repita-se,
foi devidamente cientificado para substituir as candidatas indeferidas
e assim não procedeu, preferindo assumir o risco de continuar com a
busca de reconhecimento, que sabia ser inexistente.

De forma até simplória, mas evidenciando a má-fé dos


dirigentes do PSL, podemos dar um exemplo: qualquer partido, que
necessite de mulher para cumprir a cota de gênero, a tomar o rumo
do PSL, pode muito bem, colocar na nominata alguma ou algumas
mulheres, que não tenham vínculo nenhum com o partido, até porque
a apresentação daqueles nomes vai servir unicamente, só para
apresentar no DRAP e dizer que “comprovar” que está a cumprir a
cota de gênero determinada por lei naquele momento. Depois de
deferido o DRAP, se elas possuírem ou não filiação, isso pouca
importa para o partido, até porque já conseguiu seu intento, que era
ter o deferimento do DRAP! Mesmo que com mulheres que não tem
nenhuma relação com o partido político.

Sem dúvida estamos a nos deparar com um


engendramento muito bem delineado pelos dirigentes partidários
para dar vazão aquilo que eles naquele momento não tinham, ou
seja, mulheres filiadas que pudessem se apresentar como candidatas
para servir ao partido e toda a população com o oferecimento de seus
nomes, na disputa de uma cadeira na Assembleia Legislativa do
Estado.

Nessa perspectiva, se as três candidatas NÃO POSSUIAM


FILIAÇÃO PARTIDÁRIA JUNTO AO PSL, é óbvio, que o percentual de
gênero de 30% (trinta por cento), NÃO FOI ALCANÇADO PELO
PARTIDO! Somente 15% (quinze por cento) dos necessários 30% é
que foi alcançado, tendo em conta que das candidatas que realmente
estavam aptas a disputa, somente três, é que podem ser

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consideradas para todos os fins de Direito para o percentual de cota


de gênero. Logo, tal vício contamina toda a relação de candidatos do
PSL, seja o candidato eleito EYDER BRASIL, sejam os demais
candidatos não eleitos, na verdade, há gritante burla à legislação
eleitoral no caso em tela.

Pensamos que diante da constatação incontroversa de


falta de filiação de três das seis candidatas apresentadas na nominata
para o cargo proporcional de deputado estadual pelo PSL, pouco
deveria ser apresentado como prova para que restasse demonstrado
a fraude em cota de gênero, porque ela salta aos olhos, é evidente,
claro como a luz do dia, haja vista que é quase objetiva, pois, o
próprio partido requerido laborou em desfavor de toda nominata em
não cumprindo o percentual de cota de gênero.

Mas mesmo assim, passaremos no tópico abaixo a


demonstrar o que ainda de mais grave ocorreu na empreitada ilícita
do partido em tentar a todo custo manter quem não tinha filiação
para justificar uma suposta obediência a percentual de cota de
gênero. Vejamos.

II – DA DINÂMICA DOS FATOS QUE COMPROVAM ALÉM DA


FALTA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA OUTRAS IRREGULARIDADES
QUANTO À FRAUDE A COTA DE GÊNERO

Como dito alhures, as candidaturas para a disputa do cargo


de deputado estadual, do sexo feminino, deveriam ser lançadas com
candidatas mulheres com no mínimo de 06 (seis) candidatas aptas a
considerar os 14 homens, mas conforme o resultado oficial, as
candidatas: Angela Jodan que recebeu 295 votos, Rosanira Luz que
recebeu 124 votos e Professora Conceição, que recebeu 952 votos,
APARECEM COM 00 VOTOS, POIS ESTÃO COM INDEFERIMENTO NOS
SEUS REGISTROS DE CANDIDATURA, concorreram com recurso e não
obtiveram êxito no TSE, mantendo-se o indeferimento, resultando,

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portanto, no não atendimento por parte do partido, que não atingiu


os 30% mínimos da cota de gênero. Ficando somente com 03
candidatas mulheres aptas, o que por si, gera um percentual de 15%
e não os mínimos 30% que a lei determina.

Para corroborar os indícios de fraude referente a cota de


gênero por parte da agremiação partidária, além do não atingimento
do percentual mínimo, podemos ainda listar os seguintes fatos que
comprovam tal ilicitude:

01 – apesar de não ser notificado pela Justiça Eleitoral o


partido sabia que as candidatas acima referidas não possuíam filiação
partidária, conforme pode ser confirmado através da relação oficial de
filiados disponibilizada pela justiça eleitoral, e não se preocupou em
registrar mais candidatas no tempo hábil, para suprir uma eventual
falta de candidatas mulheres para atingir a cota de gênero, sendo
que havia vagas e prazo, pois as candidatas acima referidas estavam
com suas candidaturas indeferidas com recurso, correndo o risco de
serem indeferidas em definitivo, como de fato foram indeferidas pelo
TSE. Assim sendo, o partido incorreu em fraude ao tentar burlar a
legislação eleitoral vigente referente a cota de gênero lançando
somente 03 mulheres, ou seja, somente 15% de candidaturas ao
sexo oposto;

02 – Não obstante, percebe-se através do demonstrativo de


contas o que, aliás, causa estranheza, que a candidata Rosanira Luz
recebeu recursos na ordem de R$ 20.000,00 através de doação e até
o final de sua prestação de contas não declarou nenhum gasto,
consoante prova da cópia da sua prestação de constas e o resumo de
suas contas;

03- O mesmo ocorre com a candidata Professora Conceição


que recebeu R$ 12.000,00 e também quando da finalização da sua
prestação de contas não declarou nenhum gasto, ambas com o

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mesmo doador!

Ora Excelência, soa muito, muitíssimo estranho que


candidatas que tivessem efetivamente participando de um pleito
eleitoral, fossem filiadas a sigla partidária e estivessem fazendo
campanha eleitoral, não necessitassem de valores para cobrir os
gastos que todos sabem, que existe!

Esses fatos, aliados a questão da falta de filiação partidária


de três, das seis mulheres que o partido apresentou à Justiça Eleitoral
como candidatas ao cargo de deputado estadual e não atendendo ao
percentual mínimo, gritam como prova maiúscula da ocorrência no
caso dos autos, de fraude ao percentual de cota de gênero, razão
pela qual, dá-se ensejo, para que através da presente AIME, seja
todo partido político punido, considerando que o “time” não estava
completo e não respeitou a legislação eleitoral conforme mansa e
iterativa jurisprudência das cortes eleitorais, que vem sendo
construída, em especial depois das eleições de 2016 e com grande
fiscalização e recrudescimento das normas atinentes ao tema de
participação de mulheres em pleitos eleitorais.

Deixar o Poder Judiciário Eleitoral de tomar medidas


drásticas em relação aos fatos fraudulentos aqui narrados, é aplaudir
e até fomentar que condutas perpetradas pelo partido/coligação
Requerido sejam repetidas nos próximos pleitos.

II- DO DIREITO

II.1 – DA QUESTÃO DA COTA GÊNERO NAS ELEIÇÕES

De acordo com a Professora Edilene Lobo1: Pode-se dizer


que a primeira onda envolvendo direitos políticos da mulher no Brasil

1
- PROCESSO ELEITORA L DEM OCRÁTICO E AS ONDAS DE DIREITOS POLÍTICOS DAS
MULHERES

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se deu com a luta pelo voto feminino, que culminou no artigo 2º do


Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, garantindo o voto
sem discriminações de gênero no Código Eleitoral da época: “É eleitor
o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma
deste Código.” (BRASIL, 1932).

A segunda grande onda foi inaugurada com a viragem


jurídico-política inaugurada com a Constituição de 1988, que encartou
a igualdade e a erradicação da discriminação sexual como
fundamentos da República (art. 3º, IV), assinalando que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (art. 5º, I). Essa onda
só chegou depois de longos retrocessos com as ditaduras do Estado
Novo em 1937 e a Militar em 1964, entremeadas por curtos lapsos
democráticos. A terceira onda com a fixação de cotas para o registro
de candidatas a cargos legislativos, na versão inicial, se fez presente
na Lei nº 9.100, de 1995, até então prevista para as eleições
municipais, “cujo § 3º do artigo 11 estabeleceu a obrigação de se
preencherem vagas de vinte por cento para mulheres, nas chapas de
candidatos proporcionais” (LOBO, 2016, p. 44).

Essa onda segue movimento internacional deflagrado na


Europa vinte e cinco anos antes (DAHLERUP, 1999). Dois anos
depois, com a edição da Lei Geral das Eleições, de nº 9.504, de 1997,
o § 3º do artigo 10 fixou reserva de mínimo de 30% e máximo de
70% para candidaturas de cada sexo. Nesse novo texto houve
modificação no tratamento da matéria, porque “além da redação,
também o percentual foi alterado, não mais se tratando de ‘vagas
para mulheres’. O destaque (...) é para o verbo reservar e a
expansão do mínimo” (LOBO, 2016, p. 44).

Mesmo assim, a praxis não privilegiava a disposição legal,


porque só se reservavam as vagas, sem preenchimento efetivo dos
cargos em disputa, até então não havendo mecanismo capaz de

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efetivar a pretensa ação afirmativa à participação na disputa eleitoral.

Seguiu-se à reforma de 2009 a Lei nº 12.034,


restabelecendo o verbo imperativo preencher, egresso da redação
anterior de 1995, deixando o § 3º do artigo 10 da lei 9.504 da
seguinte forma: “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de
30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo” (BRASIL, 2009). “Sem dubiedade, a
ordem era para que se adotasse a proporcionalidade, ao menos no
registro de candidatos - embora sem qualquer garantia de vagas no
Parlamento.” (LOBO, 2016, p. 44) Na reforma de 2015, com a Lei nº
13.165, aparentemente se buscava garantir recursos financeiros para
as campanhas eleitorais das mulheres fixando piso de 5% e teto de
15% do Fundo Partidário para as três eleições seguintes, mas
deixando ao talante das direções partidárias a acumulação de tais
recursos para aplicação em futuro incerto.

Ainda em 2015, em 12 de março, adveio a Proposta de


Emenda à Constituição - PEC nº 23, de autoria da Senadora Vanessa
Grazziotin, cuja redação original previa que “seriam reservadas pelo
menos 30% das vagas para mulheres. Esse número seria aumentado
em cinco pontos percentuais a cada eleição, até chegar a 50%”20.

O objetivo era acrescentar o artigo 16- A à Constituição


brasileira, para determinar a paridade de gênero nos assentos de
todas as casas parlamentares. Em 05 de maio do mesmo ano o
projeto sofreu emenda do Senador Antônio Anastasia, barrando a
oferta de paridade e fixando cota idêntica à de registro, 30% dos
assentos, em incrível salto para trás. Nota-se, aqui, o apego à
proposta inicial de formação de massa crítica feminina em número da
década de 1970 do século passado, sem rendição à pós -modernidade
(DAHLERUP, 1999). Desde dezembro de 2015, sob relatoria da
Senadora Simone Tebet, que já exarou voto pela aprovação, essa

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PEC se encontra pronta para ser levada à pauta, mas sofre de


letargia compreensível num universo de maioria masculina sem
compromisso com a democracia paritária.

II.2 - AIME E A AIJE PARA O CONTROLE DA FRAUDE NA COTA


DE GÊNERO

A onda jurídica a despeito do vigor legal acerca da cota de


gênero para o registro de candidatas desde 1995, somente vinte anos
depois é que a jurisprudência fixou a possibilidade de se apurar seu
simulacro como fraude, por meio de ações judiciais eleitorais. Com
esse salto epistemológico se inaugurou a quarta onda no direito
político da mulher, com o reconhecimento do iter procedimental, a
cargo do judiciário, para a defesa das cotas de gênero. Fala-se aqui
de duas decisões tomadas no Tribunal Superior Eleitoral que
admitiram a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME e a
Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE como aptas a apurar
abuso do poder político, econômico e fraude na violação das cotas.

A primeira a decisão, em 04 de agosto de 2015, foi


prolatada no Recurso Eleitoral Especial nº 1-49.2013.6.18.0024,
reconhecendo que:

(...) 2. O conceito da fraude, para fins de cabimento da


ação de impugnação de mandato eletivo (art. 14, § 10,
da Constituição Federal), é aberto e pode englobar todas
as situações em que a normalidade das eleições e a
legitimidade do mandato eletivo são afetadas por ações
fraudulentas, inclusive nos casos de fraude à lei. A
inadmissão da AIME, na espécie, acarretaria violação ao
direito de ação e à inafastabilidade da jurisdição.
(BRASIL, 2015, online).

Dessa forma o TSE definiu que a AIME engloba o exame de

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todas as situações que possam afetar a normalidade das eleições e a


legitimidade do mandato obtido, não se admitindo qualquer
interpretação restritiva do art. 14, § 10, da Constituição, sob pena de
se retirar esse direito fundamental de ação que também é das
mulheres.

Na oportunidade do julgamento, se realçou importante ação


para defesa da cota de gênero eis que só se pode aferir a real
atuação dos candidatos e candidatas após o resultado do pleito, como
dito pela Ministra Luciana Lóssio:

Se não admitirmos que a Justiça Eleitoral tenha


conhecimento na Ação de Impugnação de Mandato
Eletivo, essa fraude não chegará à apreciação da Justiça,
porque na impugnação do Demonstrativo de
Regularidade de Atos Partidários (DRAP), tal fraude
ainda não é do conhecimento de ninguém, ou seja, esse
tipo de ardil ficará impune. (BRASIL, 2015, online).

A segunda decisão foi tomada cerca de um ano depois, em


16 de agosto de 2016, no Recurso Especial Eleitoral de nº 243-
42.2012.6.18.0024, ainda mais direta e objetiva que a anterior:

(...) 4. É possível verificar, por meio da ação de


investigação judicial eleitoral, se o partido político
efetivamente respeita a normalidade das eleições
prevista no ordenamento jurídico – tanto no momento do
registro como no curso das campanhas eleitorais, no que
tange à efetiva observância da regra prevista no art. 10,
§ 3º, da Lei das Eleições – ou se há o lançamento
candidaturas apenas para que se preencha, em fraude à
lei, o número mínimo de vagas previsto para cada
gênero, sem o efetivo desenvolvimento das
candidaturas. 5. Ainda que os partidos políticos possuam
autonomia para escolher seus candidatos e estabelecer

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quais candidaturas merecem maior apoio ou destaque na


propaganda eleitoral, é necessário que sejam
assegurados, nos termos da lei e dos critérios definidos
pelos partidos políticos, os recursos financeiros e meios
para que as candidaturas de cada gênero sejam efetivas
e não traduzam mero estado de aparências. (...)
(BRASIL, 2016, online).

Ao admitir as ações pertinentes, o TSE andou muito bem,


mas não se ignora que esses procedimentos judiciais não são abertos
à coletividade (apenas a candidatos, partidos, coligações e Ministério
Público), ademais de não se ter, com clareza legal, os elementos
componentes do conceito de fraude na cota de gêneros2. O
reconhecimento de tais ações para a defesa dos direitos políticos das
mulheres exige, em complementação, que se busque formação de
teoria democrática para a legitimação do agir no processo eleitoral,
com a inclusão dos cidadãos e das cidadãs, assim como de
instituições variadas de defesa das mulheres, além dos legitimados
tradicionais. Outra meta importante envolve a construção do conceito
2
- 21 V.g ., recentemente, na 132ª Zona Eleitoral de Passabém, em M inas Gerais, cassaram-se os mandatos de cinco
Vereadores, dentre eles a mulher mais bem votada da Cidade, porque se entendeu haver fraude diante do número
pequeno de votos obtidos por determinada candidata, mesmo a sentença reconhecendo que não há mínimos prescritos
em lei que, respeitados, afastem essa pretensa fraude. Leia-se como publicada a sentença, com laivos machistas ante a
punição da mulher que só obteve cinco votos, sem condenar a falta de recursos suficientes para que ela pudesse fazer
campanha melhor: (...) A comprovação da candidatura fictícia em tela não decorre apenas do fato de determinada
candidata ter obtido votação pífia, com apenas 05 (cinco) votos, e não ter havido gasto em campanha. O contexto
fático que motivou o investigante diz respeito a uma coligação partidária a que se atribui o lançamento de 5 (cinco)
candidaturas do sexo feminino, das quais 1 (uma) sequer praticou atos de campanha, dividindo, em tese, a sua base
eleitoral com duas pessoas de sua família. De fato, inexiste na legislação brasileira atos de propaganda mínimos que
tenham de ser desempenhados por cada candidato durante a campanha eleitoral. No entanto, pelos depoimentos
prestados, a Sra. (...), certamente não desejava ser candidata e não fez esforço nenhum para tal, porque era tão
somente “figurante”, uma típica candidata “fantasma”. (...) Ressalte-se que desconstituir os mandatos eletivos dos
titulares e suplentes, com exceção da Sra. (...), única mulher eleita da Coligação investigante, conforme requerido
pelo M inistério Público Eleitoral nas alegações finais, configuraria afronta ao art. 10, §3º da Lei 9.504/97, uma vez
que se a Coligação não conseguiu preencher o percentual de cota de gênero necessário ao deferimento do registro de
candidatura, significa que todos os seus candidatos não seriam admitidos a registro, e portanto, nem sequer poderiam
ter concorrido ao pleito. Daí que outra não é a solução senão a anulação de todos os votos atribuídos à Coligação,
inclusive, da mulher eleita, tendo em vista o vício que macula a coligação desde a sua origem. Importante destacar
que, no contexto fático apresentado, não há que se falar em abuso de poder político ou econômico perpetrado pelo
candidato a prefeito (...), candidato a prefeito pela Coligação Investigada. Isso porque o simples fato de ter doado o
valor irrisório de R$76,67 (setenta e seis reais e sessenta e sete centavos) a uma das candidatas investigadas, assim
como o fez a todos os candidatos da coligação, em nada interfere no vício de percentual de gênero inobservado.
Logo, a referida doação do candidato a prefeito é lícita e os atos por ele praticados não apresentam nexo causal com a
candidatura fictícia em comento. (...) (BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral de M inas Gerais. Recurso Eleitoral nº
1224-37, Passabém, M inas Gerais, sentença publicada no Diário do Judiciário eletrônico do Tribunal Regional
Eleitoral de M inas Gerais de 06 de abril de 2017. Disponível em: Acesso: 29 mar. 2018.

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jurídico de fraude nas cotas de gênero.

II.3 – DO DESCUMPRIMENTO A COTA DE GÊNERO E SUA


SANÇÃO

Diante, de tudo quanto narrado, não restou dúvida ao


partido Autor, portanto, que a Agremiação Impugnada levou as ditas
candidatas a registro apenas para cumprir FORMALMENTE a condição
indispensável à sua participação nas eleições proporcionais, qual seja,
a formação da sua lista de candidatos ao Legislativo com pelo menos
30% de mulheres.

Então, se de fato, o PSL concorreu com apenas 03


candidatas, o que representa 15% em relação ao número total de
candidatos da lista, muito aquém do mínimo exigido em lei, não
podemos concluir em outra direção a não ser aquela, que no caso,
existiu fraude à própria legislação eleitoral.

A Constituição brasileira assinala, como fundamento da


República, a promoção do bem de todos, sem discriminações (art. 3º,
IV), afirmando que homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações (art. 5º, I).

Essa igualdade legal não se materializa no mundo da vida


(plano concreto), particularmente no campo da política. Tanto assim
que a lei eleitoral, no formato atual, fixa cota de 30% dos cargos
levados a registro para candidaturas do “sexo minoritário” (Lei
9.504/97, art. 10, § 3º), destinando-se às mulheres, mesmo sem
denominá-las como tal, porque é notória sua ausência da vida
pública.

A despeito dessa cota, o ostracismo da mulher na política


brasileira é registrado em números atuais eloquentes.

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Nas eleições de 2014, apenas 9,94% da Câmara dos


Deputados34 era de mulheres e 18,5% do Senado5, acompanhando
a eleição da primeira mulher para presidir o Brasil, Dilma Roussef,
cassada no ano seguinte6.

Em 2016, nas eleições municipais7, 52% do eleitorado era


do sexo feminino, correspondendo a 75.226.056 mulheres, mas
somente 11,57% do total de chefes do executivo pertence às
mulheres, com 640 prefeitas eleitas. As vereadoras eleitas no mesmo
ano correspondem a 13,5% do total, com 7.811 parlamentares
municipais em todo o País.

A Lei n. 9.504/97, em seu artigo 10, § 3º, a partir da


redação dada pela Lei n. 12.034/2009, instituiu política afirmativa da
participação das mulheres nos pleitos eleitorais e exigiu providências
dos partidos políticos para a formação de quadros femininos aptos a
disputar as eleições com reais possibilidades de sucesso ou pelo
menos com efetiva busca dos votos dos eleitores. Valendo-se da
expressão "preencherá" o mínimo de 30%, o legislador deixou clara a
condição de admissibilidade da lista a registro na Justiça Eleitoral e,
mais, de sua apresentação ao eleitorado, na expectativa de
preenchimento mais equilibrado das cadeiras do parlamento.

3
BRASIL. Câmara dos Deputados. Bancada feminina cresce de 45 para 51 Deputadas. Relatório
divulgado em
4
de outubro de 2014. Disponível em:<
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/475459BA NCADA -FEM ININA -
CRESCE-DE-45-PA RA-51-DEPUTADAS.ht ml >. Acesso: 01 abr. 2018.
5
BAPTISTA, Rodrigo. Cresce percentual de mulheres entre Senadores eleitos. Brasília: Senado, 06 de
outurbo de 2014. Disponível em:< https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2014/10/ 06/cresce -
percentual-demulheres-entre-senadores-eleitos >. Acesso: 01 abr. 2018.
6
LOBO, Ed ilene. O (des)controle judicial do impeachment. Brasilia: Universitas Jus, v. 27, nº 3, 2017,
p. 7-16. 5 Resultado divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: <
http://www.tse.jus.br/eleitor-eeleicoes/estatisticas/eleicoes/eleicoes -anteriores/estatisticas-eleitorais-
2016/resultados>. Acesso em 27 mar.
7
- Resultado divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Disponível em: < http://www.tse.jus.br/eleitor -
eeleicoes/estatisticas/eleicoes/eleicoes -anteriores/estatisticas-eleitorais-2016/resultados>. Acesso em 27
mar. 2018.

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Art. 10, § 3º, da Lei n. 9.504/97: “Do número de vagas


resultante das regras previstas neste artigo, cada partidos ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o
máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada
sexo”. (grifei)

Sendo o percentual mínimo uma condição para o registro da


lista, o próprio sistema de registro de candidatura desenvolvido pelo
TSE foi construído para fazer o cálculo e alertar o Juiz na hipótese de
não observância, para que o partido ou coligação pudesse sanar o
vício, apresentando novas candidaturas femininas ou excluindo
algumas masculinas. Tudo isso, como se sabe, durante o
processamento do DRAP – demonstrativo de regularidade dos atos
partidários –, para admissão, ou não, da participação do
partido/coligação nas eleições proporcionais. De fato, dentre os atos
preparatórios da participação do partido/coligação nas eleições
proporcionais, que haverão de ser regulares, está a formação da lista
de candidatos com observância dos percentuais mínimo e máximo
fixados no dito art. 10, § 3º, da Lei n. 9.504/97.

Se os referidos atos preparatórios forem praticados com


alguma irregularidade, dentre as quais se destaca a não
observância do percentual mínimo de mulheres, o partido/coligação
não terá, a rigor, um DRAP. Daí que outra não é a solução senão, o
indeferimento do pedido de registro de candidatura por ele
apresentado, o que equivale a dizer que toda a lista de candidatos
não será admitida a registro. Dito com outras palavras, o
partido/coligação não será admitido na disputa proporcional e as
condições pessoais (condições de elegibilidade e causas de
inelegibilidade) de cada um dos candidatos da lista sequer serão
avaliadas e julgadas.

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Tudo porque, repita-se, o preenchimento da lista com o


mínimo de 30% de mulheres é condição indispensável para a
participação do partido/coligação nas eleições proporcionais.

O Tribunal Superior Eleitoral já consignou que "o conceito


da fraude, para fins de cabimento da ação de impugnação de
mandato eletivo (art. 14, § 10, da Constituição Federal), é aberto e
pode englobar todas as situações em que a normalidade das eleições
e a legitimidade do mandato eletivo são afetadas por ações
fraudulentas, inclusive nos casos de fraude à lei".

Neste sentido, inclusive, a doutrina especializada:

“Com a Lei n. 12.034/2009, a exigência de percentual


mínimo de candidaturas de ambos os sexos (reserva de
gênero) passou a ser ainda mais incisiva. De fato, o §
3º, do art. 10, da Lei n. 9.504/97, que dantes impunha
aos partidos e coligações a reserva das vagas, agora
diz que estes preencherão o mínimo de 30% com
candidaturas do sexo minoritário. Daí que o partido terá
que incluir na sua lista o mínimo de 30% de mulheres,
p.ex., não bastando que não ultrapasse os 70% de
candidaturas masculinas. A substituição da expressão
“deverá reservar” pelo vocábulo “preencherá”, aliada à
imposição de aplicação financeira mínima e reserva de
tempo no rádio e TV (Lei n. 9.096/95, alterada pela
dita Lei n. 12.034/2009), revela nitidamente a vontade
do legislador de incluir as mulheres na disputa eleitoral.
Esse percentual mínimo (30%) será calculado sempre
sobre o número de candidaturas que o
partido/coligação efetivamente lançar e não sobre o
total que a lei indica como possível (150% ou 200% do
número de vagas a preencher). Para uma Câmara
Municipal com 15 Vereadores, p.ex., em que a
coligação pode lançar até 30 candidatos, se a sua lista,
levada a registro, contiver apenas 20 nomes, pelo
menos seis devem ser de candidaturas de um sexo e no
máximo quatorze do outro. Chegando a lista à Justiça
Eleitoral sem observância desse mínimo, ela deve ser
devolvida ao partido/coligação, para adequação, o que
imporá o acréscimo de candidaturas do sexo minoritário
ou a exclusão de candidatos do sexo majoritário, assim
alcançando-se os limites mínimo e máximo. (Curso de
Direito Eleitoral, Edson de Resende Castro, Editora Del
Rey, 8ª Edição, 2016, página 113)

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Na jurisprudência, o tema tem recebido igual tratamento:

RECURSO ELEITORAL. REGISTRO DE COLIGAÇÃO.


ELEIÇÕES 2012. DEMONSTRATIVO DE REGULARIDADE
DE ATOS PARTIDÁRIOS (DRAP). APRESENTAÇÃO DO
NÚMERO DE CANDIDATOS PROPORCIONAIS
SUPERIORES AO PERMITIDO PELA LEI.
INOBSERVÂNC IA DOS PERCENTUAIS DE CANDIDATURA
POR SEXO. VIOLAÇÃO DO ART. 10, §§ 1°. E 3°. DA
LEI N. 9.504/97. A ATA DE CONVENÇÃO DO PARTIDO
INTEGRANTE DA COLIGAÇÃO NÃO FOI ASSINADA PELO
REPRESENTANTE LEGAL. IMPOSSIBILIDADE DA
CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNC IAS.
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 03 DO EG. TSE.
INTIMAÇÃO DO REPRESENTANTE DA COLIGAÇÃO NA
PRIMEIRA INSTÂNCIA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
IMPROVIMENTO DO RECURSO.
1. A coligação apresentou número de candidatos
proporcionais superior ao permitido pela lei e a
informação do Cartório da 34ª Zona Eleito ral também
demonstrou que não foram observados os percentuais
de candidatura por sexo.
2. O § 3°, do art. 10, da Lei n. 9.504/97, na
redação dada pela Lei n. 12.034/2009, passou a
dispor que, "do número de vagas resultante das
regras previstas neste artigo, cada partido ou
coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta
por cento) e o máximo de 70% (setenta por
cento) para candidaturas de cada sexo'',
substituindo-se, portanto, a locução anterior
"deverá reservar'' por 'preencherá", a demonstrar
o atual caráter imperativo do preceito quanto à
observância obrigatória dos percentuais mínimo e
máximo de cada sexo. Precedentes do Eg. TSE e
desta Corte.
3. O representante da coligação, inobstante tenha sido
regularmente intimado, não sanou a irregularidade
concernente aos percentuais de candidatura por sexo e
também não providenciou a assinatura da presidente e
da secretaria na ata da convenção do Partido
Trabalhista Cristão - PTC.
4. A jurisprudência do TSE somente admite a abertura
de prazo na sede recursal, no caso de não ter sido dada
oportunidade para a regularização da falha na primeira
instância, hipótese que não diz respeito ao presentes
autos.

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5. Improvimento do recurso, com a manutenção da


sentença que indeferiu o registro da coligação.
(Recurso Eleitoral nº 15209, Acórdão nº 465 de
17/08/2012, Relator MARCO ANTONIO PINTO DA
COSTA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão,
Data 17/08/2012).

Se o mínimo de 30% é condição para a


participação do partido nas eleições e se o partido
Impugnado não apresentou candidaturas reais, ao
contrário, apresentou candidaturas fictícias, em ao menos
três delas, ele (partido Impugnado) sequer poderia ter sido
admitida ao registro. O Juiz relator, tivesse percebido a
fraude contida na lista, a teria indeferido (porque outra
solução não havia) e os candidatos apresentados por ela
não teriam sequer buscado e recebido os votos que os
elegeram. Equivale dizer que o status de eleitos, agora
atribuído ao Candidato Impugnado, só foi possível alcançar
em razão da fraude lançada na lista, resultado das
odiáveis "candidaturas fictícias". O(s) diploma(s) que lhe(s)
foram conferidos pela Justiça Eleitoral decorreram, então,
da fraude praticada desde o início da corrida
eleitoral.

Queimada a largada, impossível validar a


chegada de todos os que integraram a lista fraudada!

No caso presente, o partido Impugnado nem pode


alegar desconhecimento da exigência legal de percentual
mínimo para as mulheres e do consequente
comprometimento de toda a lista em caso de
descumprimento, pois a própria Justiça Eleitoral na atuação
no processo eleitoral pela orientação aos atores nele
envolvidos, exatamente para evitar atos viciosos desta

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natureza, que tanto trauma provoca - expediu a


notificação, onde o partido Requerido foi instado a
observar o percentual mínimo de mulheres e
alertados das consequências vislumbradas pela
jurisprudência do TSE e, inclusive, que poderia ter
substituído por outras mulheres que fossem filiadas ao
Partido Requerido, o que não foi feito.

Neste cenário, a postura da Agremiação


Impugnada revela total desapego às normas legais e
absoluta confiança na omissão do MPE, das coligações, dos
partidos políticos, dos demais candidatos e da própria
Justiça Eleitoral.

Caracterizada a fraude que "possibilitou" o registro, a


disputa e a recepção dos votos que deram ao Partido Impugnado o
quociente partidário capaz de eleger os Candidatos Impugnados,
necessário desconstruir o(s) mandato(s) obtido(s) a partir do
censurável e abominável expediente.

E a AIME, prevista no art. 14, §§ 10 e 11, da CF, como já


demonstrado alhures se presta exatamente a esta finalidade:

“O mandato eletivo poderá ser impugnado


ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação
com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.”

Como se sabe, a fraude cogitada no mencionado dispositivo


constitucional é compreendida como qualquer manobra que objetive
enganar a Justiça Eleitoral ou o próprio eleitorado e proporcionar
resultados diversos daqueles que seriam possíveis, fosse regular e
imaculado o ambiente da disputa.

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A doutrina assim se expressa sobre o alcance este objeto da


AIME:

“A AIME também pode veicular o fato fraude, expressão


que deve ser entendida como toda conduta capaz de
desvirtuar ou alterar os elementos e as condições da
disputa ou inserindo fator estranho ao processo
eleitoral, tudo para beneficiar o candidato, em
detrimento dos demais. Frauda o processo eleitoral,
alterando um dos elementos essenciais da disputa, que
é o corpo votante, o candidato que atrai eleitores de
municípios diversos, transferindo-os para a
circunscrição da disputa, com o compromisso do voto.
Com o corpo eleitoral alterado fraudulentamente
(apresenta-se endereço ou domicílio falso), as
condições da disputa tornam-se desiguais, afetada a
normalidade e legitimidade do pleito. Como
mencionado no Capítulo II (Registro de Candidatura) –
Item 4 (Reserva de Gênero), os partidos devem compor
suas listas de candidatos às eleições proporcionais
(vereadores e deputados) com observância dos
percentuais mínimo (30%) e máximo (70%) para cada
um dos sexos. Diante da dificuldade que alguns
enfrentam para apresentar pelo menos 30% de
mulheres, candidaturas fictícias são levadas a registro,
daí decorrendo renúncias ou completa inexistência de
campanha. A manobra, como se vê, acaba
possibilitando a participação do partido na eleição, já
que, sem se desincumbir dessa ação afirmativa de
participação das mulheres, o partido não teria sequer
seu DRAP deferido, ficando prejudicados os registros de
todos os seus candidatos, porque devolvida a lista. Com
essa fraude, o partido obtém votação capaz de eleger
um ou mais candidatos. A fraude não se opera na
votação ou na apuração dos votos, mas, ao contrário,
no momento da largada da corrida eleitoral.” (Edson de
Resende Castro, Curso de Direito Eleitoral, pág. 465,
Editora Del Rey, 8ª edição, 2016)
E o mencionado autor ainda lembra a posição atual do
TSE sobre o tema, manifestada absolutamente igual ao aqui tratado:

“Conceito de fraude e propositura de AIME. O Plenário


do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade,
assentou que se enquadra no conceito de fraude, para
fins de cabimento da ação de impugnação de mandato
eletivo (art. 14, § 10, da Constituição Federal), a
violação do percentual de candidaturas exigido no § 3º,
art. 10, da Lei nº 9.504/1997, que dispõe: § 3º Do

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número de vagas resultante das regras previstas neste


artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo
de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta
por cento) para candidaturas de cada sexo. Na
hipótese, o juízo da 24ª Zona Eleitoral/PI extinguiu,
sem resolução do mérito, ação de impugnação de
mandato eletivo ajuizada em desfavor de candidatos
eleitos ao cargo de vereador, no pleito de 2012, sob a
acusação de suposta fraude eleitoral caracterizada pela
adulteração de documento e falsificação de assinaturas
para o preenchimento do percentual mínimo de
candidaturas previsto em lei. Em concordância, o
Tribunal Regional Eleitoral manteve a decisão de piso
ao argumento de que o conceito de fraude, para os fins
de cabimento da ação de impugnação de mandato
eletivo (AIME), é restritivo alcançando somente atos
tendentes a afetar a vontade do eleitor. O Ministro
Henrique Neves (relator) ressaltou inicialmente que o
Tribunal de origem proferiu acórdão em consonância
com o posicionamento até então adotado por esta
Corte, no sentido de que a fraude que enseja a AIME
diz respeito ao processo de votação, nela não se
inserindo questões alusivas à inelegibilidade ou a outros
vícios passíveis de atingir, de forma fraudulenta, o
processo eleitoral. Entretanto, o relator salientou a
necessidade de superar esse entendimento, passando -
se a interpretar o termo fraude, estampado no art. 14,
§ 10, da Constituição Federal, de forma ampla, a
englobar todas as situações de fraude – inclusive a de
fraude à lei – que possam afetar a normalidade das
eleições e a legitimidade do mandato obtido. Ressaltou
ainda que a AIME deve ser admitida como instrumento
processual para preservar a legitimidade e a
normalidade das eleições contra toda sorte de abuso,
corrupção ou fraude, não cabendo impor limitações ao
texto constitucional que não estejam previstas na
própria Constituição Federal. Prosseguiu afirmando que
a norma constitucional supracitada deve ser
considerada com as demais regras e princípios contidos
na Lei Maior, de forma a permitir a harmonização das
hipóteses de cabimento da AIME com os fins legítimos
das eleições que reflitam a vontade popular, livres de
influências ilegítimas, tal como consta do § 9º do art.
14 da Constituição Federal. Dessa forma, concluiu que,
na espécie, a extinção da ação de impugnação de
mandato sem julgamento de mérito, ao fundamento de
que a suposta violação do percentual mínimo de
candidaturas não se enquadraria no conceito de fraude,
deve ser reformada, possibilitando o devido
prosseguimento da ação proposta. O Tribunal, por

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unanimidade, deu provimento ao recurso especial,


determinando o retorno dos autos ao TRE do Piauí para,
afastando o argumento de inviabilidade da via eleita,
permitir que a ação de impugnação de mandato eletivo
siga seu curso normal e legal, nos termos do voto do
relator.” (Recurso Especial Eleitoral n° 149, José
Freitas/PI, rel. Min. Henrique Neves da Silva, em
4.8.2015)

Na compreensão mais recente do TSE:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 1-37. 2013.6.10.0003 CLASSE 32 SÃO
LUÍS MARANHÃO
Relator originário: Ministro Gilmar Mendes
Redator para o acórdão: Ministro Dias Toffoli
Ementa:
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO
ELETIVO. VEREADOR. DUPLA IDENTIDADE.
OCULTAÇÃO DE HISTÓRICO CRIMINAL. FINALIDADE
CLARA DE LUDIBRIAR O ELEITOR E BURLAR A
LEGISLAÇÃO ELEITORAL. FRAUDE. CONFIGURAÇÃO.
AGRAVO PROVIDO.
1. O TSE, no julgamento do REspe nº 1-49/PI, rel. Min.
Henrique Neves, assentou que "o conceito da fraude,
para fins de cabimento da ação de impugnação de
mandato eletivo (art. 14, § 10, da Constituição
Federal), é aberto e pode englobar todas as
situações em que a normalidade das eleições e a
legitimidade do mandato eletivo são afetadas por
ações fraudulentas, inclusive nos casos de fraude
à lei". (grifei)
2. (...)
3. O candidato, em que pese tenha utilizado na
campanha eleitoral o apelido pelo qual era conhecido e
apresentado todos os documentos exigidos por lei no
momento do registro de candidatura referentes ao seu
nome verdadeiro, ao ocultar seu histórico criminal,
agiu de forma fraudulenta, com a finalidade clara

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de ludibriar o eleitor e burlar a legislação


eleitoral. (grifei)
4. A conduta analisada nos autos, e reconhecida pelo
Tribunal a quo como caracterizadora da fraude
apregoada pelo art. 14, § 10, da Constituição Federal,
afetou a normalidade das eleições e a legitimidade do
mandato eletivo outorgado ao agravado.
5. Agravo regimental provido para, provendo-se o
recurso especial interposto, julgar procedente a ação de
impugnação de mandato eletivo, restabelecendo a
sentença de piso.
(....)
Brasília, 3 de maio de 2016.

No caso, do Partido Impugnado, que não tinha candidaturas


femininas suficientes e, por isso, nem participaria da eleição
proporcional, logrou registrar candidatos, disputar o pleito e receber
votos, em tudo enganando a Justiça Eleitoral com as aparentes
candidaturas, as candidaturas fictícias de mulheres que sequer
tinham filiação partidária. Para ficar com as palavras do TSE, a
agremiação Impugnada “ocultou” o real conteúdo da sua lista,
colocando mulheres que sequer tinham filiação partidária, restando
evidente que simulou candidaturas que não o eram de verdade, com
a finalidade clara de burlar a legislação eleitoral e de ludibriar a
Justiça Eleitoral, no que, como se vê, logrou sucesso.

O TSE, chamado a apreciar caso semelhante ao aqui


tratado, ou seja, de inclusão de candidatas fict ícias para aparente
preenchimento do percentual mínimo, assim se posicionou:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE


MANDATO ELETIVO. CORRUPÇÃO. FRAUDE.
COEFICIENTE DE GÊNERO.
(...)
O conceito da fraude, para fins de cabimento da
ação de impugnação de mandato eletivo (art. 14,

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§ 10, da Constituição Federal), é aberto e pode


englobar todas as situações em que a
normalidade das eleições e a legitimidade do
mandato eletivo são afetadas por ações
fraudulentas, inclusive nos casos de fraude à lei.
A inadmissão da AIME, na espécie, acarretaria violação
ao direito de ação e à inafastabilidade da jurisdição.
Recurso especial provido
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral,
por unanimidade, em dar provimento ao recurso
especial, determinando o retorno dos autos ao TRE do
Piauí para, afastando o argumento de inviabilidade da
via eleita, permitir que a ação de impugnação de
mandato eletivo siga seu curso normal e legal, nos
termos do voto do relator. (grifei)
Brasília, 4 de agosto de 2015.
REspe n° 1-49.2013.6.18.0024/PI - Relator: Min.
Henrique Neves.

De outro lado, a fraude na composição da lista de


candidatos a deputado estadual nestas eleições gerais, também
caracteriza abuso de poder, praticado pelo partido/coligação, que
tem a exclusiva prerrogativa constitucional de conduzir as
candidaturas à Justiça Eleitoral e tem a responsabilidade de, em
prévia convenção partidária, formar o grupo de candidatos que vai
buscar os votos do eleitorado, para tanto obedecendo fielmente os
parâmetros legais, mais marcadamente aquele ditado pelo art. 10, §
3º, da Lei n. 9.504/97, ou seja, o percentual mínimo de candidaturas
femininas. Mas a Coligação aqui impugnada agiu de forma contrária à
lei, tangenciando a disposição legal mencionada e desviando-se do
rumo traçado pelo ordenamento jurídico de regência.

Além disso, a Corte Superior Eleitoral também já decidiu


que, eventual apresentação de candidaturas fictícias, apenas para
preencher o mínimo necessário, pode ser combatida posteriormente

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por meio de Ação de Investigação Judicial Eleitoral ou por Ação de


Impugnação de Mandato Eletivo, conforme registrado no julgamento
dos REspe n. 149 e 24342-RS:

"RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO


JUDICIAL ELEITORAL. FRAUDE. PERCENTUAIS DE
GÊNERO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO.
1. Não houve ofensa ao art. 275 do Código Eleitoral,
pois o Tribunal de origem entendeu incabível o exame da
fraude em sede de ação de investigação judicial eleitoral
e, portanto, não estava obrigado a avançar no exame do
mérito da
causa.
2. "É pacífico o entendimento jurisprudencial desta
Corte no sentido de que o partido político não detém a
condição de litisconsorte passivo necessário nos
processos nos quais esteja em jogo a perda de diploma
ou de mandato pela
prática de ilícito eleitoral" (AgR-AI nº 1307-34, rel. Min.
Marcelo Ribeiro, DJE de 25.4.2011).
3. Para modificar a conclusão da Corte de origem e
assentar a existência de oferta de benesse condicionada
ao voto ou de ato abusivo com repercussão econômica,
seria necessário o reexame do conjunto probatório dos
autos, providência
inviável em sede de recurso especial (Súmulas 7 do STJ
e 279 do STF).
4. É possível verificar, por meio da ação de
investigação judicial eleitoral, se o partido político
efetivamente respeita a normalidade das eleições
prevista no ordenamento jurídico - tanto no
momento do registro como no curso das
campanhas eleitorais, no que tange à efetiva
observância da regra prevista no art. 10, § 3º, da

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Lei das Eleições - ou se há o lançamento de


candidaturas apenas para que se preencha, em
fraude à lei, o número mínimo de vagas previsto
para cada gênero, sem o efetivo desenvolvimento
das candidaturas.
5. Ainda que os partidos políticos possuam autonomia
para escolher seus candidatos e estabelecer quais
candidaturas merecem maior apoio ou destaque na
propaganda eleitoral, é necessário que sejam
assegurados, nos termos da lei e dos critérios definidos
pelos partidos políticos, os recursos financeiros e meios
para que as candidaturas de cada gênero sejam efetivas
e não traduzam mero estado de aparências.
Recurso especial parcialmente provido."
(Recurso Especial Eleitoral n. 24342, Acórdão, Relator(a)
Min. Henrique Neves Da Silva, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Tomo 196, Data 11/10/2016,
Página 65-66).

Assim, como bem ficou frisado nos argumentos lançados


quando do julgamento do DRAP do partido Requerido, tem-se que o
julgamento do DRAP deve levar em conta a situação real do partido,
sem prejuízo do ajuizamento posterior das medidas necessárias para
assegurar o cumprimento das normas de regência.

E, mais, conduziu o Tribunal ao erro quando do


registro, oferecendo um DRAP ideologicamente falso, afirmando
candidaturas que não o eram de verdade, daí que abusou do poder
que a lei lhe conferiu.

Nas palavras do experiente (atuou como magistrado em


todos os graus de jurisdição, até chegar ao STF) e festejado Ministro
Luiz Fux, a fraude é sempre uma forma de abuso de poder.

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Entendido de forma mais ampla, para conferir densidade normativa


ao dispositivo constitucional que, instituindo a AIME, visa
disponibilizar instrumento eficaz de proteção da normalidade e
legitimidade das eleições, o abuso de poder deve ser visto como
gênero, a comportar diversas espécies de ilícitos que são praticados
para alcançar resultado diverso daquele que previsto e permitido pela
lei. Vale dizer, o abuso de poder é ilícito gênero e a fraude uma
de suas manifestações, ou espécies:

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 631-


84.2012.6.24.0053
SÃO JOÃO BATISTA SANTA CATARINA
Relator: Ministro Luiz Fux
Ementa:
ELEIÇÕES 2012. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL
INTERPOSTO POR DANIEL NETTO CÂNDIDO E ÉLIO
PEIXER. PREFEITO E VICEPREFEITO. AÇÃO DE
INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. (...)
REENQUADRAMENTO JURÍDICO DOS FATOS.
VERIFICAÇÃO DE FRAUDE NA SUBSTITUIÇÃO DE
CANDIDAT EM PLEITO MAJORITÁRIO. AUSÊNCIA DA
OBSERVÂNCIA DO DEVER DE AMPLA PUBLIC IDADE.
SUBSTITUIÇÃO OCORRIDA ÀS VÉSPERAS DA ELEIÇÃO.
CONDUTA QUE ULTRAJA O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO
EFEITO SURPRESA DO ELEITOR E DA LIBERDADE DE
ESCOLHA DOS VOTOS. POSSIBILIDADE DE APURAÇÃO
DE FRAUDES DURANTE O PROCESSO ELEITORAL EM
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE).
FRAUDE COMO ESPÉCIE DO GÊNERO ABUSO DE
PODER. NECESSIDADE DE SE REPRIMIR, O QUANTO
ANTES, PRÁTICAS QUE POSSAM AMESQUINHAR OS
PRINC ÍPIOS REITORES DA COMPETIÇÃO ELEITORAL.
TRANSMISSIBILIDADE DE EVENTUAIS ILÍCITOS
PRATICADOS POR INTEGRANTES DA CHAPA
ORIGINÁRIA À NOVEL COMPOSIÇÃO. MEDIDA QUE SE
IMPÕE COMO FORMA DE COIBIR A PRÁTICA DE
ABUSOS ELEITORAIS E A CAPTAÇÃO ILÍC ITA DE
SUFRÁGIO, CAPAZES DE VULNERAR A HIGIDEZ E A

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NORMALIDADE DO PRÉLIO ELEITORAL. RECURSO


ESPECIAL DESPROVIDO.
1. (...).
2. In casu, duas são as teses jurídicas postas ao
exame da Corte Superior Eleitoral neste recurso
especial. A primeira cinge-se em saber se a substituição
da chapa Laudir/Daniel (titular e vice, respectivamente)
por Daniel/Élio (titular e vice, respectivamente), às
vésperas da data do pleito, qualifica-se juridicamente
como fraude eleitoral, de ordem a inquinar a validade
do ato. Já a segunda consiste em perquirir se é
possível imputar a suposta prática de ilícito
eleitoral (no caso, captação ilícita de sufrágio, ex vi do
art. 41-A da Lei das Eleições), levada a efeito pelo
candidato renunciante Laudir, à novel chapa
composta pelo anterior candidato a vice, Daniel Netto
Cândido, alçado à condição de titular, e Élio Peixer,
escolhido pela Coligação como novo candidato a Vice-
Prefeito.
3. A substituição às vésperas de pleito majoritário
lastreia-se em juízo objetivo, i.e., o ato de substituição
em si considerado, e material, i.e., o exame das
circunstâncias fáticas que ensejaram a modificação da
chapa originariamente registrada na Justiça Eleitoral.
4. A ratio essendi ínsita a este regramento consiste
em evitar, ou, ao menos, amainar os impactos
deletérios da substituição dos candidatos em momentos
próximos ao pleito (e, regra, às suas vésperas), que
surpreendem negativamente os eleitores. Cuida-se,
então, de garantia normativa de não surpresa do
eleitor.
5. O postulado da liberdade de escolha dos cidadãos
sobressai como vetor metanormativo para a exigência
de ampla publicidade da substituição em pleitos
majoritários.
6. Toda fraude é uma conduta abusiva aos olhos
do Direito.
7. No caso sub examine,
a) Laudir Kammer renunciou à sua candidatura ao
cargo de Prefeito no dia 6.10.2012, véspera do pleito,
às 17 horas. Às 19 horas do mesmo dia, foi definida
nova chapa, desta vez composta por Daniel Netto
Cândido (na qualidade de titular) e Élio Peixer (na
qualidade de vice), circunstância de fato que evidencia

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a ausência do requisito da ampla publicidade, tal como


exigido pela legislação de regência.
b) A substituição às vésperas do pleito criou uma
espécie de véu da ignorância nos cidadãos, que
desconheciam por completo a alteração da chapa
majoritária e, por via de consequência, nem sequer
tiveram tempo suficiente para formar uma convicção
(ainda que para manter o voto na nova chapa formada)
sobre em quem votariam.
c) Ademais, milita em favor da tese esposada o fato de
o requerimento do registro de candidatura de Laudir
Kammer vir sendo indeferido pelas instâncias ordinárias
eleitorais (processo nº 191-88.2012.624.0053). O
indeferimento estribou-se na condenação judicial
transitada em julgado de Laudir, em sede de ação de
investigação judicial eleitoral, que reconhecera a
prática de uso indevido dos meios de comunicação e
declarara sua inelegibilidade por 8 (oito) anos.
d) a renúncia do titular, com a consequente
substituição da chapa, vulnerou o princípio da vedação
ao efeito surpresa dos eleitores, cujo conteúdo jurídico
preconiza, em dimensão autoevidente, ser direito do
cidadão-eleitor que os candidatos constantes das urnas
eletrônicas sejam, na máxima extensão possível, os
mesmos que efetivamente estejam concorrendo a
cargos político-eletivos.
e) Do ponto de vista jurídico-processual, é
perfeitamente possível e recomendável apurar a
ocorrência, ou não, de fraude em ação de investigação
judicial eleitoral, uma vez que as ações eleitorais,
embora veiculem pretensões subjetivas, assumem a
feição de tutela coletiva, seja por tutelarem interesses
supraindividuais, seja por resguardarem a própria
noção de democracia.
f) A teleologia subjacente à investigação judicial
eleitoral consiste em proteger a legitimidade, a
normalidade e a higidez das eleições, de sorte que o
abuso de poder a que se referem os arts. 19 a 22 da
LC 64/90 deve ser compreendido de forma ampla,
albergando condutas fraudulentas e contrárias ao
ordenamento jurídico-eleitoral. A rigor, a fraude

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nada mais é do que espécie do gênero abuso de


poder.
g) O abuso de poder, num elastério hermenêutico,
resta caracterizado com a renúncia de candidato,
sabidamente inelegível (possuía uma condenação em
AIJE transitada em julgado com o reconhecimento de
inelegibilidade, a teor do art. 22, XIV, da LC 64/90),
oportunizando a substituição da chapa em pleito
majoritário, às vésperas do pleito, sem a contrapartida
exigida de ampla publicidade, por ultrajar a ratio
essendi que justifica a existência jurídica da ação de
investigação judicial eleitoral.
8. A transmissibilidade de eventuais ilícitos
praticados por integrantes da chapa originária à novel
composição é medida que se impõe como forma de
coibir a prática de abusos eleitorais e a captação ilícita
de sufrágio, capazes de amesquinhar a higidez e a
normalidade do prélio eleitoral.
(...)
Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral,
por unanimidade, em negar provimento ao recurso
especial eleitoral, para determinar a cassação dos
cargos de prefeito e vice-prefeito do Município de São
João Batista/SC, eleitos no pleito de 2012, e exercício
dos mandatos, prejudicada a Ação Cautelar nº 792-
57/SC vinculada a este processo, nos termos do voto
do relator.
Brasília, 2 de agosto de 2016.

No mesmo sentido, jurisprudência recente do E. Tribunal


Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, vênia para transcrição:

RECURSOS. ELEIÇÕES 2016. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO


DE MANDATO ELETIVO. PROCEDÊNCIA NO
PRIMEIRO GRAU. PRELIMINARES. DECADÊNC IA POR
NÃO INCLUSÃO DAS AGREMIAÇÕES PARTIDÁRIAS QUE
INTEGRARAM A COLIGAÇÃO NO POLO PASSIVO DA
LIDE. PRECLUSÃO PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO.
VIOLAÇÃO AO ATO JURÍDICO PERFEITO E À COISA

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JULGADA. FALTA DE ADEQUAÇÃO DO CASO ÀS


HIPÓTESES DE ANULAÇÃO E FRAUDE PREVISTAS NOS
ARTS. 220 E 221 DO CÓDIGO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE
INDIVIDUALIZAÇÃO DA CONDUTA DOS CANDIDATOS
IMPUGNADOS. INTEMPESTIVIDADE DAS FOTOGRAFIAS
RETRATADAS NA PETIÇÃO RECURSAL. NÃO
ACOLHIMENTO DAS PREFACIAIS. MÉRITO. QUOTAS DE
GÊNERO. ART. 10, § 3º, DA LEI N. 9.504/97.
COMPROVADA FRAUDE À LEI ELEITORAL.
CANDIDATURAS FEMININAS FICTÍCIAS.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. CASSAÇÃO DOS
MANDATOS ELETIVOS DOS VEREADORES ELEITOS.
NULIDADE DOS VOTOS DA COLIGAÇÃO.
REDISTRIBUIÇÃO DOS MANDATOS. QUOCIENTE
PARTIDÁRIO. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.

1. Preliminares afastadas. 1.1 Em sede de AIME, o


partido político não detém a condição de litisconso rte
passivo necessário. Na análise da perda de diploma ou
de mandato pela prática de ilícito eleitoral, somente
pode figurar no polo passivo o candidato eleito, detentor
de mandato eletivo. 1.2. Ausência de violação aos
princípios invocados, por considerar que a própria
Constituição Federal prevê a propositura da ação após a
diplomação dos candidatos. Assim, após o deferimento
do DRAP, é possível o manejo de AIME a fim de
demonstrar o cometimento de fraude no tocante ao
percentual de gênero das candidaturas proporcionais.
1.3. Não caracterizada a falta de individualização das
condutas dos candidatos, uma vez que a ação
impugnatória objetivou demonstrar que as inscrições
femininas tiveram o propósito de validar a nominata dos
indicados pela coligação, pois todos dependiam do
atendimento ao percentual estabelecido no art. 10, § 3º,

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da Lei n. 9.504/97 para ter o requerimento de


candidatura deferido. A procedência da ação gera a
distribuição dos mandatos de vereador aos demais
partidos ou coligações que alcançaram o quociente
partidário. 1.4. Inexistência de inovação na apresentação
das imagens fotográficas na petição recursal, uma vez
que apenas repetiu aquelas já anexadas nas alegações
finais pelos recorridos.

2. Mérito. A reserva de gênero prevista no art. 10, § 3º,


da Lei n. 9.504/97 busca promover a igualdade material
entre homens e mulheres, impondo aos partidos o
incentivo à participação feminina na política. Para
alcançar tal objetivo, mister sejam assegurados recursos
financeiros e meios para que os percentuais de no
mínimo 30% e no máximo 70% para candidaturas de
cada sexo sejam preenchidos de forma efetiva, e não por
meio de fraude ao sistema.

3. Na espécie, prova suficiente e sólida nos autos a


demonstrar que o lançamento de candidaturas
fictícias do sexo feminino se deu apenas para
atingir o percentual da reserva de gênero legal e
viabilizar assim maior número de concorrentes
masculinos. Comprometida a normalidade e a
legitimidade das eleições proporcionais no
município.

4. Cassação dos mandatos dos vereadores


eleitos por fraude à lei eleitoral. Redistribuição dos
mandatos aos demais partidos ou coligações que
alcançaram o quociente partidário, conforme
estabelece o art. 109 do Código Eleitoral.

5. Manutenção da sentença. Desprovimento dos


recursos. (Recurso Eleitoral n 162, ACÓRDÃO de

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02/05/2018, Relator(a) DR. SILVIO RONALDO SANTOS


DE MORAES, Publicação: DEJERS - Diário de Justiça
Eletrônico do TRE-RS, Tomo 75, Data 04/05/2018,
Página 5)

IV - DA CONCLUSÃO

Então, o comportamento do Partido Impugnado, que


colocando na nominata mulheres que não tinham e ainda não tem
filiação partidária no PSL, fez inscrever candidaturas fictícias que
possibilitaram o deferimento do seu DRAP, a recepção de votos e a
consequente formação de quociente partidário, conceituado como
FRAUDE ou como ABUSO DE PODER, exige pronta atuação da
Justiça Eleitoral, para desconstituir o(s) mandato(s) do(s) titular(es)
e dos suplentes, daí decorrentes.

V - DAS CONSEQUÊNCIAS DA DESCONSTITUIÇÃO DOS


MANDATOS

As consequências do julgamento de procedência da ação


(AIME ou AIJE) que busca o reconhecimento
da fraude da cota de gênero são a cassação dos registros (e
eventuais diplomas) de todos os candidatos da chapa proporcional,
eleitos e não eleitos, homens e mulheres; a anulação de todos os
votos por eles obtidos; e a nova totalização dos votos para obtenção
de novo quociente eleitoral. Daí a existência de litisconsórcio passivo
necessário entre todos os candidatos da coligação.

Portanto, desconstituídos tais mandatos, a nulidade dos


votos atribuídos ao Partido/Coligação Impugnada é consequência
ínsita ao reconhecimento da sua participação fraudulenta no processo

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eleitoral de 2018, do que decorre a necessidade de distribuir aos


demais partidos/coligações, que alcançaram o quociente eleitoral, as
cadeiras “conquistadas” ilicitamente, segundo as regras do cálculo de
sobras eleitorais, conforme disciplinado no art. 109, do Código
Eleitoral. Aqui deve ser dito que é o caso, segundo parece ao autor,
de refazer o cálculo do quociente eleitoral (que é a divisão dos votos
válidos pelo número de cadeiras em disputa) agora retirando dos
votos válidos todos aqueles conseguidos pelo partido Requerido
mediante fraude aqui narrada. Então, o número de votos válidos com
o reconhecimento da nulidade dos votos do partido Requerido, não
será o mesmo, por conseguinte, também o quociente eleitoral e os
quocientes partidários de cada um dos demais partidos/coligações
concorrentes deverá ser alterado. A(s) vaga(s) “conquistada(s)” pela
Agremiação/Coligação Impugnada, assim que desconstituídas, devem
ser tidos por nulos todos os votos, devendo, pois, ser feita nova
retotalização dos votos, para só então serem distribuídas pelas regras
das sobras eleitorais, conforme disciplina do dito art. 109, do CE.

Portanto, o defeito da coligação, como já reconheceu a


jurisprudência8 , importa na nulidade dos votos atribuídos aos
candidatos, o que não pode ser diferente no caso das “candidaturas
fictícias”, pois muito embora sejam discutidas em sede de AIJE’s ou
AIME’s, o objeto continua sendo o DRAP. Logo, mesma razão jurídica,
mesma conclusão.

Por fim, imperiosa a recontagem total (retotalização),


com novo cálculo do quociente eleitoral, de forma a se reajustarem
as cadeiras na Casa Legislativa de acordo com os votos válidos
remanescentes, excluídos os que decorreram da fraude à lei.

Neste sentido também é a jurisprudência mais recente dos


Regionais Eleitorais, vejamos:

8
TRE/M G - RE 6114, Rel. MAURÍCIO TORRES SOA RES.

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RECURSO - AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO


ELETIVO - ELEIÇÕES 2016 - VEREADOR - COLIGAÇÕES
PROPORCIONAIS - ALEGAÇÃO DE CANDIDATURAS
FICTÍCIAS DE MULHERES PARA PREENCHIMENTO
DA COTA DE GÊNERO PREVISTA EM LEI - SENTENÇA
DE IMPROCEDÊNCIA - PRELIMINARES - REJEIÇÃO -
ACOLHIMENTO - MÉRITO - EXISTÊNC IA DE
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO -
NECESSIDADE DE INCLUSÃO NO POLO PASSIVO DA
DEMANDA DE TODOS OS CANDIDATOS A
VEREADOR BENEFICIÁRIOS DO DEFERIMENTO DO
REGISTRO DO DRAP DA CHAPA PROPORCIONAL -
DECADÊNCIA DO DIREITO DO AUTOR - PROCESSO
EXTINTO COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO.

1 - Não caracteriza nulidade a circunstância de o juiz


eleitoral, na AIME, ter concedido prazo sucessivo (e não
comum) às partes, para apresentação de alegações
finais.

2 - Somente pode ser considerada ¿citra petita¿ a


sentença que não examina em toda a sua amplitude o
pedido ou os pedidos formulados na inicial. O limite de
toda sentença é o pedido formulado pelo autor, segundo
o princípio da adstrição ou congruência. Assim, não é
nula a sentença que deixa de se manifestar sobre todos
os pontos e circunstâncias do processo, ainda mais
quando o juiz apontou os motivos fáticos e jurídicos que
justificaram o seu posicionamento.

3 - São meios processuais aptos à alegação de


ocorrência de fraude na cota de gênero em coligações
proporcionais a Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) e a
Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), na exegese dos
artigos 14, § 10 da Constituição Federal e 22, ¿caput¿ da
Lei Complementar nº 64/1990.

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4 - Não há litisconsórcio passivo necessário com as


coligações e os partidos políticos, na AIME onde se alega
fraude na cota de gênero para formação de coligações
proporcionais. A eventual procedência da ação atinge a
esfera jurídica dos candidatos, somente, porque eles -
em tese - praticaram condutas que levaram ao
surgimento fraudulento da chapa. A tutela jurisdicional
deduzida é a cassação dos registros e dos diplomas dos
beneficiários da fraude (os candidatos), daí porque não
há sentido em trazer ao polo passivo um ente jurídico
(coligação) que surgiu depois de praticada a ilicitude.

5 - O prefeito e o vice-prefeito eleitos na eleição


majoritária não têm legitimidade passiva para figurarem
no polo passivo da AIME na qual se alega fraude à cota
de gênero em coligação proporcional (eleição para
vereador), mormente quando a eles não foi imputada
qualquer conduta que tivesse concorrido, ainda que
indiretamente, para a alegada ilicitude.

6 - As consequências do julgamento de
procedência da ação (AIME ou AIJE) que busca o
reconhecimento da fraude da cota de gênero são a
cassação dos registros (e eventuais diplomas) de
todos os candidatos da chapa proporcional, eleitos
e não eleitos, homens e mulheres; a anulação de
todos os votos por eles obtidos; e a nova
totalização dos votos para obtenção de novo
quociente eleitoral. Daí a existência de
litisconsórcio passivo necessário entre todos os
candidatos da coligação.

(Recurso Eleitoral n 266, ACÓRDÃO n 26987 de


16/10/2018, Relatora VANESSA CURTI PERENHA
GASQUES, Publicação: DEJE - Diário de Justiça
Eletrônico, Tomo 2773, Data 22/10/2018, Página 3-5);

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VI - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer o Partido Político Autor, que


esta Corte Eleitoral após análise dos fundamentos implemente:

1) Seja recebida a presente e os documentos que a


instruem, determinando notificação de todos os Impugnados,
Candidato Eleito EYDER BRASIL, de todos não eleitos e o Partido PSL,
para que apresentem a defesa que tiverem, no prazo de 07 (sete)
dias;

2) Sejam, em audiência, ouvidas as Requeridas (candidatas


fictícias) e as testemunhas arroladas, bem assim sejam produzidas
todas as demais provas permitidas em direito, sem exclusão de
nenhuma;

3) Seja ouvido o Ministério Público Eleitoral para que se


pronuncie sobre as irregularidades aqui apontadas;

4) Seja, ao final, julgado procedente o pedido:

a) para reconhecer a prática da fraude e do abuso de poder


na composição da lista de candidatos às eleições proporcionais,
atribuída aos Requeridos, tanto ao candidato eleito, aos não eleitos,
as mulheres que ensejaram burla a Lei e ao próprio Partido político;

b) Seja ao final, com a procedência do pedido e o


reconhecimento da fraude na cota de gênero, para desconstituir
todos os mandatos obtidos pelo Partido Requerido, do eleito EYDER
BRASIL (com a consequente cassação dos diplomas) e de TODOS os
suplentes impugnados; e

c) via de consequência, considerar nulos todos os votos


atribuídos ao Partido Impugnado, para determinar seja o único

Rua Tenreiro Aranha, nº 2385, sala 1, 1º andar, Centro, CEP 76.801-092, Porto Velho/RO
Telefone: (69) 3223-2850 / 98429-2850 - juacy@louraealmeida.adv.br
Juacy dos Santos Loura Júnior OAB/RO 656A
Danilo Henrique Alencar Maia OAB/RO 7.707
Emerson Lima Maciel OAB/RO 9.263
Florismundo A. de O. Segundo OAB/RO 9.265
Fernanda Andrade de Oliveira OAB/RO 9.899

mandato por ele “conquistado” distribuído, segundo a regra do art.


109, do Código Eleitoral, aos demais partidos que alcançaram o
quociente partidário (cálculo das sobras eleitorais), e refazendo as
contas para chamar, se for o caso, novos candidatos eleitos , ainda
que do Partido Autor e demais partidos políticos;

Requer ao final que todas as publicações sejam feitas na


pessoa do advogado JUACY DOS SANTOS LOURA JÚNIOR,
OAB/RO 656-A e OAB/SP 173.200, a que esta subscreve, sob
pena de nulidade.

Tramite o feito sob os auspícios do segredo de justiça,


consoante determina a Constituição Federal.

Termos em que, juntando-se esta petição aos autos com


os anexos da procuração e dos atos constitutivos;

Pede Deferimento.

Porto Velho (RO), 19 de dezembro de 2018.

Juacy dos Santos Loura Júnior Danilo Henrique Alencar Maia


OAB/RO 656-A OAB/RO 7707

Emerson Lima Maciel Florismundo A. de O Segundo


OAB/RO 9263 OAB/RO 9265

Fernanda Andrade de Oliveira


OAB/RO 9899

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