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GOIÂNIA
Novembro / 2018
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GLAUBER EMANUEL ALVES NERY
HUGO MARINHO DE RESENDE
GOIÂNIA
Novembro / 2018
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TERMO DE APROVAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora como requisito parcial para
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Goiás –
Uni-Anhanguera, defendido e aprovado em 24 de novembro de 2018 pela banca examinadora
constituída por:
________________________________________
Orientador: Prof. Esp. André Silveira Neves
________________________________________
Prof. Ms. Álvaro Adelino Oliveira
________________________________________
Prof. Ms. Eduardo José Nogueira
________________________________________
Prof. Esp. Thiago Marcelino Reis
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RESUMO
A tarifação da energia elétrica no Brasil tem sofrido reajustes consideráveis nos últimos anos,
justificadas por diversos fatores; estiagem, acionamento de termoelétricas para dar suporte ás
hidrelétricas, impostos estaduais, bandeira tarifária, dentre outros. A alta tarifação de energia
elétrica tem motivado o consumidor a buscar outras fontes energéticas que lhe proporcionem
economia financeira. Essa busca aquece o mercado de pesquisas e desenvolvimento de novas
tecnologias e fontes energéticas, dentre elas, a energia solar fotovoltaica, uma energia limpa e
eficiente que tem como fonte de geração um fornecedor natural abundante, o sol. Diante do
crescimento de instalações desse tipo de sistema no Brasil, foi proposto um estudo de
viabilidade técnica e econômica da instalação de um sistema fotovoltaico conectado à rede na
instituição de ensino Centro Universitário de Goiás -Uni-Anhanguera. Neste projeto realizamos
uma análise do sistema elétrico existente e o perfil de carga elétrica consumida no centro
universitário, para então projetar um sistema de energia fotovoltaica que auxilie no
fornecimento de energia elétrica e proporcione economia financeira para a instituição. A
viabilidade desse projeto foi determinada conforme as características técnicas de seus
componentes, o preço de mercado do sistema instalado, a tarifação energética em que a
instituição está submetida, e o tempo de retorno do investimento para a aquisição do conjunto
fotovoltaico. O estudo mostra a eficiência dos componentes do composto fotovoltaico e
consequentemente a eficiência total do sistema instalado, detalha também as variáveis que
influenciam a eficiência do sistema e os fatores que compensam o possível investimento.
Durante a produção do estudo foram identificados fatores positivos que trarão valor à instituição
se a instalação for realizada, valores como sustentabilidade e sensibilização ecológica são
influenciadores nas edificações em que os geradores fotovoltaicos estão presentes. Os
resultados e demais detalhamentos do estudo estão presentes nos capítulos dessa análise de
viabilidade.
Tabela 1. Diferença de Payback e Taxa Interna de Retorno com tarifas distintas. .................. 20
Tabela 2. Diferença de Payback e Taxa Interna de Retorno com e sem Inflação Energética. . 21
Tabela 3. Propostas comercial .................................................................................................. 25
Tabela 4. Dados da temperatura de Goiânia-Goiás. ................................................................. 27
Tabela 5. Cálculo do novo valor de Potência de Pico por placa devido as perdas provocadas
pela variação climática. ............................................................................................................ 28
Tabela 6. Cálculo do novo valor de Tensão de Circuito Aberto (Voc) por placa devido as perdas
provocadas pela variação climática. ......................................................................................... 29
Tabela 7. Cálculo do novo valor da Corrente de Curto Circuito (Isc) por placa devido ao
incremento provocado pela variação climática. ....................................................................... 29
Tabela 8. Resultados dos cálculos de dimensionamento do inversor. ...................................... 34
Tabela 9. Irradiação solar diária média e Fator de capacidade. ................................................ 38
Tabela 10. Estudo 1: Estimativa da quantidade de energia elétrica gerada. ............................. 39
Tabela 11. Estudo 2: Estimativa da quantidade de energia elétrica gerada. ............................. 39
Tabela 12. Estimativa da quantidade de energia elétrica gerada anual. ................................... 40
Tabela 13. Variação anual das tarifas de energia elétrica dos últimos 5 anos. ......................... 41
Tabela 14. Projeção IPCA. ....................................................................................................... 41
Tabela 15. Consumo energético da instituição de ensino Uni-Anhanguera. ............................ 42
Tabela 16. Compensação de valores em reais devido a energia injeta pelo sistema estudado. 43
Tabela 17. Retorno financeiro com tarifa congelada (sem incidência da inflação). ................ 44
Tabela 18. Retorno financeiro com inflação IPCA incidente na tarifa de energia. .................. 45
Tabela 19. Payback sem Inflação Energética (À VISTA). ....................................................... 46
Tabela 20. Payback com Inflação Energética (À VISTA). ...................................................... 47
Tabela 21. Payback sem Inflação Energética (FINANCIADO)............................................... 49
Tabela 22. Payback com Inflação Energética (FINANCIADO). ............................................. 50
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 12
2.1 Radiação Solar .................................................................................................... 12
2.2 Componentes do Sistema Fotovoltaico .............................................................. 14
2.2.1 Painéis Solares ................................................................................................ 14
2.2.2 Estruturas de Suporte ...................................................................................... 15
2.2.3 Cabos .............................................................................................................. 16
2.2.4 Inversores ........................................................................................................ 17
2.2.5 Controladores de Carga .................................................................................. 18
2.2.6 Baterias ........................................................................................................... 19
2.3 Viabilidade Econômica....................................................................................... 19
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 21
3.1 Planejamento do estudo ...................................................................................... 22
3.2 Análise de consumo de energia elétrica ............................................................. 22
3.3 Alternativa solar ................................................................................................. 23
3.4 Solução adotada .................................................................................................. 23
3.5 Pesquisa de mercado........................................................................................... 24
3.6 Análise de Payback............................................................................................. 25
4 RESULTADOS E DISCUÇÕES ......................................................................... 25
4.1 Dimensionamento do sistema ............................................................................. 25
4.2 Dimensionamento do Painel Fotovoltaico.......................................................... 27
4.3 Quantidade e configuração dos arranjos solares................................................. 30
4.4 Dimensionamento do inversor ............................................................................ 32
4.5 Estudo da viabilidade econômica ....................................................................... 35
4.5.2 Geração de Energia Elétrica ........................................................................... 35
4.5.3 Energia Elétrica Gerada .................................................................................. 37
4.6 Tarifa Energética ................................................................................................ 40
4.7 Compensação ...................................................................................................... 42
4.8 Resultados........................................................................................................... 43
4.8.1 Payback............................................................................................................... 46
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 51
9
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 52
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 54
ANEXOS..................................................................................................................................55
10
1 INTRODUÇÃO
O consumidor de energia elétrica no Brasil sofre diariamente com o custo elevado das
tarifas de energia executadas pelas concessionárias. Estas tarifas sofrem aumentos periódicos
que quase sempre estão relacionados a falta de chuva, visto que, segundo a EPE (2016), de toda
energia elétrica consumida em nosso país, 68,1% é proveniente da hidroeletricidade que por
consequência das estiagens, tem sua capacidade de geração afetada, fazendo com que as
termelétricas sejam acionadas para auxiliar na geração de energia. Tais usinas, por utilizarem
petróleo como fonte primária para produção de energia, tem o custo elevado de geração,
provocando assim, os reajustes tarifários para o consumidor, além de contribuir com a poluição
do planeta através dos gases poluentes gerados pela queima de combustível (MATRIZ
ENERGÉTICA, 2014).
O conhecimento tecnológico e o capital humano nas últimas décadas ganharam força
na esfera mundial com impacto significativo no desenvolvimento sustentável das nações por
meio das energias renováveis, especificamente, com o uso da energia solar, que pode se tornar
forma útil de energia com a eletricidade do sistema fotovoltaico. Sua implementação aumentou
em locais distantes das áreas urbanas, onde o acesso à produção de energia elétrica é difícil.
Para sua implementação, é importante considerar o cumprimento das normas regulatórias e o
acesso ao financiamento. Diante da proposição que a energia solar está oferecendo á matriz
energética nacional, foi realizado este estudo de viabilidade para implantação de um sistema
fotovoltaico para antender parte da demanda do Centro Universitario de Goiás - Uni
Anhanguera.
Este estudo consiste em projetar e analisar a viabilidade de implantar um sistema on
grid de geração de energia elétrica por meio de placas solares fotovoltaicas para atender parte
da demanda elétrica do Centro Universitário de Goiás-Uni Anhanguera (localizado no setor
Cidade Jardim em Goiânia Goiás), com o intuito de reduzir os custos de energia elétrica e incluir
sustentabilidade ao ambiente da instituição, beneficiando a instituição com uma fonte de
energia limpa, o que permitirá em outros estudos uma possivel avaliação de redução de CO2
emitido no meio ambiente. (MARTÍNEZ, 2017).
O estudo para a instalação do sistema, realizará as seguintes ações:
Avaliar a demanda e o custo médio mensal gasto com energia elétrica pela instituição;
Dimensionar e projetar o sistema de geração de energia fotovoltaica;
Realizar os cálculos do custo de implantação do sistema;
10
11
Realizar cálculos de contribuição do sistema de geração fotovoltaica no
estabelecimento;
Levantar o tempo de payback do sistema proposto (baseado no custo médio mensal
gasto);
Analisar a viabilidade econômica de implantação do sistema;
Após o estudo de cada ação acima detalhada, a instituição possuirá um estudo de viabilidade
baseado em sua realidade de consumo energético.
11
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Energia solar fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir de luz solar, sendo que,
quanto maior for a radiação solar maior será a quantidade de eletricidade produzida. O processo
de conversão da energia solar em energia elétrica ocorre pelo efeito da radiação sobre
determinados materiais semicondutores, onde se destacam-se os efeitos fotovoltaicos e
fotoelétrico. O efeito fotovoltaico se caracteriza pela diferença de potencial surgida na junção
de dois metais em especificas condições e o fotoelétrico são os fótons da luz solar que são
convertidos em energia elétrica pelos painéis solares (VILLALVA; GAZOLI, 2012).
Conforme visto na figura 1.
“Em seu movimento anual em torno do Sol, o planeta Terra, descreve em trajetória
elíptica um plano que é inclinado de aproximadamente 23,45° com relação ao plano equatorial.
Essa inclinação provoca variações na posição do sol no horizonte no mesmo horário ao longo
do ano, e que por consequência origina as diferentes estações” (PINHO; GALDINO, 2014).
12
13
“A posição angular do Sol, ao meio dia solar, em relação ao plano do Equador (Norte
positivo) é chamada de Inclinação Solar (δ). Este ângulo, que pode ser visto na Figura 5.2, varia
de acordo com o dia do ano dentro dos seguintes limites: −23,45°≤ δ ≤ 23,45°” (PINHO;
GALDINO, 2014).
Figura 2 - Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado de um ângulo de
23,45°, indicando as estações do ano no hemisfério Sul.
Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/ (acessado em 28/ de maio de 2018)
Mesmo com as variações acima o sol fornece anualmente, para a atmosfera terrestre,
1,5𝑥10 kWh de energia. Trata-se de um valor considerável, correspondendo a 10.000 vezes
o consumo mundial de energia elétrica neste período. Este fato vem indicar que, além de ser
responsável pela manutenção da vida da Terra, a radiação solar constitui-se numa fonte
energética extremamente duradoura, pois o sol existirá por pelo menos mais 4 bilhões de anos
(NASA, 2018), havendo assim um enorme potencial de utilização dessa radiação por meio de
sistemas de captação e conversão em outra forma de energia (CRESESB, 2016).
13
14
2.2 Componentes do Sistema Fotovoltaico
Os sistemas fotovoltaicos são classificados basicamente em dois tipos; on grid e off grid.
Os sistemas On Grid são conectados à rede elétrica, por isso, sempre que houver excedente de
energia gerada pela luz solar, a mesma é injetada na rede elétrica, gerando descontos na sua
conta de energia. Se a energia gerada não for suficiente para suprir o consumo, a rede elétrica
compensa o que faltar. No fim das contas, você paga para a distribuidora a energia consumida
da rede elétrica menos o que foi produzido pelo complexo solar. Já os sistemas isolados ou Off
Grid são caracterizados por não estarem conectados à rede elétrica. Esse sistema é utilizado
para uso local e específico, abastecendo diretamente os aparelhos que utilizarão a energia. Esta
solução é bastante utilizada em locais remotos que não possuem ligação com distribuidoras de
energia. Aqui, a energia produzida é armazenada em baterias e não injetada na rede elétrica.
Essas baterias garantem o abastecimento em períodos sem sol.
Os sistemas fotovoltaicos on grid e off grid são divididos em dois blocos:
Bloco Gerador: painéis solares, cabos e estruturas de suporte.
Bloco de Condicionamento de Potência: Inversores, Controladores de Carga.
Bloco de Armazenamento: Baterias.
Onde os controladores de carga e as baterias somente são instalados no sistema off grid,
pois, por ser um sistema autossustentável utiliza-os para armazenar a energia produzida.
Abaixo estão apresentados cada um destes componentes.
14
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instalação e da demanda energética do local a ser instalado o sistema. Para a maioria dos
sistemas urbanos, o local mais indicado é o telhado, pois é onde recebe maior incidência da luz
e calor do sol e há menores riscos de haver sombras interferentes. Os painéis solares, que têm
em média 25 anos de vida útil, podem ser de três modelos diferentes: os monocristalinos, os
policristalinos, e os de filme fino. Cada um deles possui um preço, uma composição e uma
eficiência diferente (ECYCLE, 2013).
15
16
2.2.3 Cabos
16
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2.2.4 Inversores
17
18
18
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2.2.6 Baterias
Figura 7 - Baterias
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/produto/119088/ (acessado em 29 de maio de 2018)
19
20
Valor Presente Líquido (VPL) é a formula matemático-financeira capaz de determinar
o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de juros apropriada,
menos o custo do investimento inicial.
Taxa Interna de Retorno (TIR) a taxa de desconto hipotética que quando aplicada a um
fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas trazidos ao valor presente sejam
igual aos valores dos retornos dos investimentos também trazidos ao valor presente.
“Umas das mais importantes variáveis para efetuar os cálculos acima citados, a Tarifa de
Energia, é o valor cobrado pelas concessionárias por cada kWh consumido, quanto maior esta
tarifa, mais viável se torna financeiramente a instalação de energia solar, pois a energia que será
produzida pelo sistema irá se traduzir em uma economia financeira maior” (COLAFERRO,
2017). Conforme estudo de (COLAFERRO, 2017) abaixo, serão demonstradas na tabela 1 a
diferença no tempo de payback e a taxa interna de retorno entre tarifas de R$0,35, R$0,63 e
R$0,85 por kWh.
Nos estudos realizados por (COLAFERRO, 2017), “além da tarifa, há outra variável
que é fundamental para o cálculo do retorno do investimento em energia solar fotovoltaica, a
Inflação Energética, que é a variação da tarifa de energia. A tabela 2 abaixo demonstra uma
20
21
comparação entre dois casos, com as mesmas variáveis de custos, tarifa e geração, a única
diferença é que na tabela da esquerda considera-se que não haja inflação ao longo dos anos, já
no da direita a inflação energética seja de 8% ao ano”.
Tabela 2. Diferença de Payback e Taxa Interna de Retorno com e sem Inflação Energética.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
21
22
3.1 Planejamento do estudo
Após a análise do consumo de energia elétrica da instituição, foi iniciada uma pesquisa
de alternativas energéticas que proporcionem suporte, eficiência e economia financeira para a
unidade consumidora.
O sistema de energia alternativa escolhido foi do tipo solar fotovoltaico. Estabelecida a
escolha foi iniciada a pesquisa sobre os modelos mais eficientes e acessíveis no mercado, os
cálculos de rendimento esperado pelo sistema, as alternativas financeiras para a aquisição do
sistema projetado, e por fim, a análise de viabilidade econômica com base no cálculo de
payback. Um fluxograma desse planejamento está detalhado na figura 8.
Pesquisa de Análise de
mercado payback
O local para onde o estudo de viabilidade foi realizado é a instituição de ensino UNI-
Anhanguera, situada na Avenida João Cândido de Oliveira, Número 115, Bairro Cidade Jardim,
na cidade Goiânia, Goiás. A cidade está localizada nas coordenadas geográficas Latitude: -
16.6799, Longitude: -49.255.
Para analisar o consumo de energia elétrica da instituição, foi realizado o cálculo da média de
consumo anual, perfil da unidade consumidora e tipo de instalação fasorial. Essas informações
foram obtidas através da fatura de energia elétrica da instituição disponibilizada pelo
22
23
departamento financeiro da mesma. Após a definição desses fatores definimos a potência
energética mínima que o sistema auxiliar deverá fornecer para a matriz energética da instituição.
Além da rede elétrica convencional fornecida pela concessionária Enel, a instituição possui uma
pequena usina termelétrica que fornece energia nos momento de maior pico tarifário diário,
reduzindo assim o custo com a energia consumida.
O Plano Nacional de Energia 2030 (EPE, 2007) mostra que a tendência de consumo de
energia elétrica no país aumente consideravelmente nos próximos anos, consequentemente se
exigirá um adicional na oferta de energia elétrica do Brasil.
A energia solar fotovoltaica apresentou um alto crescimento de produção energética nos
últimos anos, superando expectativas (ALONSO, GARCÍA, SILVA, 2013). O Brasil possui
grande potencial para a produção de energia solar fotovoltaica. Diante desse cenário favorável
e da Resolução Normativa N° 482/2012 (ANEEL, 2012), o sistema solar fotovoltaico foi a
alternativa de energia auxiliar escolhida. Além do potencial energético desse sistema, fatores
como sustentabilidade e produção limpa de energia, agregarão valor e responsabilidade social
a instituição de ensino UNI-Anhanguera.
23
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BLOCO F
BLOCO E
A pesquisa de mercado foi realizada em empresas situadas na cidade em que a instituição está
instalada, Goiânia. Em uma rápida pesquisa encontramos várias empresas que vendem e
instalam sistemas de energia fotovoltaica, porém algumas empresas se mostraram pouco
interessadas em realizar orçamentos para o sistema aqui estudado, a explicação é de que um
trabalho acadêmico não é um negócio em potencial. Selecionamos então três empresas dentre
as que aceitaram realizar o orçamento do sistema, intitulamos as empresas de A, B, e C.
O orçamento enviado pelas empresas contatadas seguem um padrão de simplificação de preços,
ou seja, o orçamento contempla apenas o valor final do sistema e mão de obra, não detalhando
o valor de cada componente que compõe a instalação.
Os valores de cada proposta recebida para a instalação do sistema estão dispostos na tabela 3
abaixo:
24
25
Tabela 3. Propostas comercial
Para que um projeto seja viável é de suma importância a análise econômica da relação
entre o investimento e o projeto. Uma das formas de análise dessa viabilidade é o Payback, que
basicamente calcula o tempo de retorno do investimento, ou seja, o tempo que levará para que
o capital investido no projeto seja restabelecido através de algum tipo de retorno que o projeto
dará, seja ele em economia ou receita. O payback do sistema fotovoltaico proposto não poderá
equacionar algumas variáveis positivas que o projeto criará na instituição. Variáveis como
visibilidade sustentável, alívio de solicitação de demanda energética, estudos futuros de
melhoria da capacidade do sistema, visitas técnicas internas, além de valorização do imóvel.
Os detalhamentos dos cálculos de Payback estão dispostos na seção de resultados e
discussões, item 4.8.
4 RESULTADOS E DISCUÇÕES
25
26
O sistema analisado nesse estudo de viabilidade possui características semelhante à de
uma pequena indústria, possui contratação de demanda de 750KW e uma usina para entrar em
operação nos momentos de pico tarifário, essas particularidades foram levadas em consideração
para o dimensionamento do sistema.
De posse destes dados, o projeto foi elaborado para fornecer 200KW de potência para a
demanda do local, ou seja, cerca de 26% da demanda total. A área de telhado necessária para
acomodar a quantidade ideal de painéis para suprir a demanda elétrica total é de 5.728,2m², essa
área é maior que a área eficientemente disponível no momento. Além do fator área, também foi
levado em conta o investimento financeiro e as condições de aquisição disponíveis no mercado,
para assim tornar o projeto ainda mais atraente.
Os locais de instalação escolhidos, foram os telhados dos blocos E e F do Centro de
Ensino em questão, esses telhados possuem inclinação de 10° para o Norte, ao comparar essas
condições aos dados de irradiação solar da região, fornecidos pelo sistema Cresesb SunData,
conforme figura 10, onde é demonstrada a posição geográfica do local que receberá o sistema
e os níveis de irradiação média mensal ás quais os painéis serão expostos. Podemos verificar
que o sistema a ser instalado terá inclinação dentro do intervalo de 10ºN a 19ºN, sendo essa a
condição de angulação ideal para a instalação de sistemas fotovoltaicos on grid em Goiânia.
26
27
4.2 Dimensionamento do Painel Fotovoltaico
Os painéis escolhidos para o sistema são do fabricante Canadian Solar, modelo CS6U
330Wp. Foi escolhido por ser um painel com as mais atuais tecnologias que proporcionarão
melhor eficiência energética, suas características técnicas estão disponíveis no anexo B.
Ao analisar as características técnicas do painel devemos dar atenção a dados como os
coeficientes de temperatura e eficiência do painel, essas características estão ligadas
diretamente ao desempenho energético de todo sistema. Observando a temperatura de operação
do painel devemos analisar o ambiente onde o painel será instalado e verificar se as condições
do ambiente permitem o perfeito funcionamento do painel. Os dados de temperatura do local
de instalação foram obtidos no site do climate-data.org e estão presentes na tabela 4 abaixo.
Onde Ppr é a potência de pico real produzida pelo painel, PerdaPmax é a perda de
potência de pico, e Potenciapiconom é a potência de pico nominal do painel.
Para calcular as perdas de tensão de circuito aberto (Voc) utilizamos as seguintes
equações (7.2.4), (7.2.5) e (7.2.6) apresentadas abaixo:
28
29
Cálculo PerdaPmax
Dados
Coeficientepmax (%) 0,41%
T°C 26
Resultado
PerdaPmax = 0,1066
Cálculo Rendimento
Dados
PerdaPmax (%) 0,1066
Resultado
Rendimento 0,8934
Cálculo Potencia de pico real
Dados
Potenciapiconom(Wp) 330
Rendimento 0,8934
Resultado
Potência de pico real (Wp) 294,822
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados do climate-date.org e datasheet do painel solar.
Tabela 6. Cálculo do novo valor de Tensão de Circuito Aberto (Voc) por placa devido as perdas
provocadas pela variação climática.
Tabela 7. Cálculo do valor da Corrente de Curto Circuito (Isc) por placa devido ao incremento
provocado pela variação climática é realizado para se obter o valor real segundo cada local que
receberá os painéis, visto que os dados de fábrica são adquiridos por meio de condições de
laboratório onde a temperatura definida para testes é de 25°C.
29
30
Cálculo de incremento na corrente de curto circuito (Isc)
Dados
CoeficienteIsc (%) 0,053%
Isc (A) 9,45
T°C 26
Resultado
Incremento (A) = 0,014
∆I (A) = 0,130
IscReal (A) = 9,580
Fonte: Elaborada pelo autor a partir de dados do climate-date.org e datasheet do painel solar.
,
𝑁 = (7.3.1)
30
31
,
𝑁 = (7.3.2)
,
𝑁 = (7.3.3)
,
é a máxima corrente de entrada do inversor ou da entrada no caso dos inversores com múltiplas
entradas e 𝐼 , a corrente de curto circuito das fileiras. Como uma fileira (string) é uma
associação de módulos em série, sua corrente é a média da corrente dos módulos que a
compõem.
Demonstração dos cálculos:
Os dados do painel fotovoltaico e do inversor estão inseridos nos anexos B e C conforme
apresentado nas seções 4.3 e 4.4.
Usando a equação (7.3.1), o número máximo de painéis por fileira em série é,
,
𝑁 = = ,
= 20,83 ≅ 20 módulos
,
𝑁 = = ,
≅ 6,58 ≅ 6 módulos
,
𝑁 = = ,
= 11,56 ≅ 11 módulos
,
31
32
Como a potência gerada nesse sistema é relativamente alta, a instalação dos painéis foi
organizada em 4 arranjos com 160 painéis cada, em cada arranjo haverá 8 blocos, cada bloco
com 20 painéis em série, totalizando 640 painéis que produzirão 200KW de potência. Esses
arranjos serão ligados a 4 inversores, um para cada arranjo. Para melhor visualização da
disposição dos componentes do sistema e análise da instalação, está anexado a esse estudo o
projeto elétrico fotovoltaico (Anexo E).
Onde Vib é a tensão produzida pelo bloco, Vocreal é a tensão real do painel fotovoltaico
obtida na equação (7.2.6) demostrada na seção 6.2, e Npb é a quantidade de painéis em cada
bloco de um arranjo.
Calculamos agora a corrente produzida por cada bloco de um arranjo utilizando a
equação (7.4.2),
𝐼𝑏𝑠 = (7.4.2)
,
𝐼𝑏𝑠 = = 9,575𝐴
32
33
Onde Ibs é a corrente produzida pelo bloco com os painéis ligados em série, IscReal é a
corrente de curto circuito real encontrada na seção 7.2 com as equações (7.2.7), (7.2.8) e (7.2.9),
e Np é a quantidade de painéis no bloco.
A tensão de entrada dos inversores será determinada pela configuração do arranjo a ser
conectado a ele, no sistema em estudo a configuração do arranjo é formada pela ligação em
paralelo de seus blocos, ou seja, 20 painéis fotovoltaicos ligados em série formam 1 bloco, 8
blocos ligados em paralelo formam 1 arranjo, o sistema completo possui 4 arranjos.
Sabendo que a configuração de ligação dos blocos é em paralelo, a tensão final de cada
arranjo será a mesma tensão de um bloco donde está tensão será a de entrada em cada inversor,
para saber o valor dessa tensão utilizamos a equação (7.4.3) detalhada abaixo:
𝑉𝑖𝑖 = (6.3.3)
,
𝑉𝑖𝑖 = = 838,4𝑉
Onde Vii é a tensão de entrada do inversor, Vib é a tensão produzida pelo bloco,
encontrada pela equação (6.3.1) desta seção, e Nb é a quantidade de blocos do arranjo a ser
conectado ao inversor.
A corrente a ser inserida em cada inversor é a corrente produzida pelo arranjo a ser
conectado, sabendo que a configuração de ligação dos blocos é em paralelo, a corrente final de
cada arranjo será a corrente de entrada de cada inversor, para saber o valor dessa corrente
utilizamos a equação (7.4.4) detalhada abaixo:
Onde Iii é a corrente de entrada do inversor, Ibs é a corrente produzida em cada bloco,
encontrada através da equação (7.4.2) desta seção, e Nb é a quantidade de blocos do arranjo a
ser conectado ao inversor.
Para encontrar a potência de entrada do inversor precisamos encontrar primeiro a
potência gerada em cada bloco, para isso utilizamos a equação (7.4.5) abaixo:
𝑃𝑏 = 𝑃𝑝𝑟 𝑥 𝑁𝑝 (7.4.5)
33
34
𝑃𝑏 = 294,822 𝑥 20 = 5.896,44𝑊
Onde Pb é a potência total gerada em cada bloco, Ppr é a potência real produzida por
cada painel fotovoltaico, conforme equação (7.2.3) da seção 7.2, e Np é o número de painéis
do bloco.
De posse do valor de Pb, vamos agora encontrar a potência total de entrada em cada
inversor, para isso utilizaremos a equação (7.4.6):
𝑃𝑖𝑖 = 𝑃𝑏 𝑥 𝑁𝑏 (7.4.6)
𝑃𝑖𝑖 = 5.896,44 𝑥 8 = 47.171,52𝑊
Onde Pii é a potência de entrada em cada inversor, Pb é a potência total gerada em cada
bloco, obtida pela equação (7.4.5), e Nb é a quantidade de blocos do arranjo a ser conectado ao
inversor.
Todos os valores encontrados através dos cálculos referentes ao dimensionamento do
inversor, estão dispostos na tabela 8 abaixo para melhor visualização dos resultados:
De posse destes dados foi possível definir o inversor que será utilizado em cada arranjo
solar fotovoltaico, donde o escolhido, o modelo TRIO-50.0/60.0 do fabricante ABB tem suas
características técnicas (apresentadas no anexo C desse projeto) compatíveis com os valores
34
35
obtidos, além de ser um equipamento de última geração e de sua fabricante ser reconhecida
como a melhor da área de inversores fotovoltaicos, conforme (ABB,2016).
Para calcular o consumo de Energia Elétrica gerada por um sistema de Energia Solar
Fotovoltaica, precisamos de algumas informações já tratadas nos tópicos anteriores, que são
elas: os Equipamentos de geração utilizados, Potência (Watts Pico) dos equipamentos e do
sistema, Tensão (volts) dos equipamentos e do sistema e a Irradiação solar diária (média)
[kWh/m².dia].
Nos estudos de Marion (2005) apud Nakabayashi (2015), foram apresentadas equações
que serão demonstradas nesta seção para se determinar o desempenho de um sistema
fotovoltaico, segundo o estudo realizado um conceito de fundamental importância é o de
produtividade do sistema Yf (finish yield, do inglês: produção final), o qual relaciona a energia,
de fato, gerada pelo sistema com a potência nominal do gerador fotovoltaico, conforme
Equação 7.5.1,
∫ ( )
𝑌 = = (7.5.1)
∫ ( )
𝑌 = (7.5.2)
Onde H(t) representa a irradiância solar que incide sobre o plano do gerador medida em
(kW/m²) e 𝐻 é a irradiância considerada em 1000 W/m², para um dia de irradiância solar,
desse modo 𝑌 representa o número de horas equivalentes de irradiância igual a 1000 W/m²,
esta grandeza é função do local, orientação e inclinação do módulo e de condições de tempo
(MARION,2005 apud NAKABAYASHI,2015).
A relação entre a produtividade final (𝑌 ) e a de referência (𝑌 ) denomina-se
Desempenho Global do Sistema, ou Performance Ratio (relação de desempenho), esta relação
é apresentada na Equação 7.5.3,
𝑃𝑅 = (7.5.3)
𝐸 = 𝑃 . 𝑌 = 𝑃 . 𝑌 . 𝑃𝑅 (7.5.4)
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funcionando a sua capacidade nominal durante o período. Por exemplo, dizer que uma usina
possui um fator de capacidade de 50% é o equivalente a dizer que esta usina gera em um ano a
quantidade de energia que geraria trabalhando em sua capacidade nominal durante seis meses.
O Fator de capacidade pode ser expresso pela a equação (7.5.5),
∫ ( )
𝐹𝐶 = .(
(7.5.5)
)
∫ ( ) .
𝐹𝐶 = .(
= .( = (
= (
(7.5.6)
) ) ) )
Portanto, a energia gerada em função do fator de capacidade é dada pela equação (7.5.7)
a seguir.
𝐸 = 𝑃 . 𝐹𝐶. (𝑡 − 𝑡 ) (7.5.7)
Para estimar a quantidade de energia elétrica que será gerada pelo sistema apresentado,
foram realizados dois estudos, para o Estudo 1 analisar a tabela 10, onde foram utilizadas as
equações apresentadas na seção anterior. Para o Estudo 2 será apresentada a tabela 11, onde
foram utilizados todos os dados já cálculos neste trabalho, nas seções 7.2, 7.3 e 7.4.
Para a estimativa de energia fotovoltaica gerada no Estudo 1, utilizando as equações da
seção 6.4 é necessário adotar algumas premissas do ponto de vista do desempenho do sistema.
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Para este trabalho, foi considerado o valor de 75% para o desempenho global do sistema (PR).
De acordo com (BENEDITO, 2009), este é um valor factível para os sistemas instalados, visto
que as perdas, as quais são originadas, basicamente, pela temperatura de operação das células
conforme mostrado na seção 6.1, perdas na conversão de tensão contínua para alternada e
perdas joule nas ligações, podem chegar a 25%.
Em relação à redução de produtividade anual dos módulos, em geral, os fabricantes
consideram o valor máximo de 1% como referência para garantia (SUNPOWER, 2008).
A partir da equação (7.1.6), da seção 7.1, da posse dos dados de Irradiação solar diária
média e de um PR de 75%, obtém-se o Fator de Capacidade médio para o município de Goiânia,
apresentado na tabela 9.
Por fim, segundo (Marion,2005) para o cálculo da energia anual gerada, será
considerada e equação (7.5.7) adaptada, adicionando-se o fator de degradação anual do módulo
fotovoltaico, resultando na equação (7.5.8),
𝐸 = 𝐴. 𝑌 . 𝐻. 𝑃𝑅. (1 − 𝑑) (7.5.8)
Onde E é a energia anual gerada (kWh/ano), A é a área total do painel solar (m²), 𝑌 é
o rendimento do painel solar (%), H é a radiação média anual sobre os painéis (kWh/m².ano),
PR é o desempenho global do sistema (%), d é a redução anual de produtividade e n o ano em
análise. Em resumo, para este estudo são consideradas as seguintes premissas: PR = 75%,
d = 0,5% a.a.
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Tabela 10. Estudo 1: Estimativa da quantidade de energia elétrica gerada.
SISTEMA ESTUDADO
POR ARRANJO
QUANTIDADE DE PLACAS 8 blocos x 20 placas = 160 placas
POTÊNCIA 160 x 294,822 W = 47.171,52 Watts
TENSÃO 20 placas x 41,92 = 838,4 Volts
CORRENTE C. C. 1 placa (paralelo) x 9,57 = 9,57 Ampéres
SISTEMA TOTAL
QUANTIDADE DE PLACAS 4 arranjos x 160 placas = 640 placas
POTÊNCIA TOTAL (PT) 640x294,822 W = 188,6 KWp
TENSÃO 4 arranjos (paralelo) x 838,4 V = 838,4 Volts
CORRENTE C. C. 4 arranjos (paralelo) x 9,57 = 38,28 Ampéres
GERAÇÃO DO SISTEMA kWh/DIA
tempo de exposição (T): 5,42 h/dia
DADOS:
rendimento (N): 80 %
Com base nos dados de irradiação solar mensal da figura 10 da seção 4.1, foi calculado
a estimativa de energia que será gerada mensalmente pelo sistema, estes valores estão
apresentados na tabela 12, abaixo, onde também possui a estimativa de geração anual.
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Tabela 12. Estimativa da quantidade de energia elétrica gerada anual.
ENERGIA GERADA KWh/MÊS
ENERGIA ENERGIA
MÊS DIAS GERADA GERADA
KWh/dia KWh/mês
JANEIRO 30 794,72 23841,69
FEVEREIRO 29 820,41 23791,83
MARÇO 31 793,21 24589,57
ABRIL 30 806,81 24204,30
MAIO 31 799,26 24776,92
JUNHO 30 784,15 23524,40
JULHO 31 806,81 25011,11
AGOSTO 31 932,21 28898,60
SETEMBRO 30 867,25 26017,35
OUTUBRO 31 838,54 25994,69
NOVEMBRO 30 787,17 23615,05
DEZEMBRO 31 791,70 24542,73
ENERGIA GERADA KWh/ANO 298808,25
Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados obtidos neste trabalho.
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Tabela 13. Variação anual das tarifas de energia elétrica dos últimos 5 anos.
Analisando a tabela acima pode-se observar que as tarifas de energia elétrica não
seguem uma trajetória bem definida, suas alterações podem ser explicadas em razão de políticas
adotadas, intervenções governamentais e diferentes fases do próprio setor elétrico brasileiro.
Para que seja possível calcular a avaliação financeira do projeto é necessário adotar uma
projeção para as tarifas energéticas mais estável, por isso para a projeção das tarifas de energia
elétrica será adotada a média das projeções IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo) ou índice de inflação. O relatório de mercado do Banco do Brasil recém atualizado pelo
boletim (FOCUS), mostra as projeções do IPCA para os próximos 3 anos, onde estão
apresentadas na tabela 14 abaixo, e também apresenta que para os próximos 12 meses a inflação
IPCA será suavizada com uma média de 3,71%.
Com base nos dados das tarifas energética, da estimativa de energia elétrica que será
gerada pelo sistema, conforme apresentado na tabela 7.5 acima, podemos agora analisar com
os dados de consumo da instituição e estimar a compensação mensal e anual em reais que terá
na fatura de energia.
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4.7 Compensação
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Tabela 16. Compensação de valores em reais devido a energia injeta pelo sistema estudado.
COMPENSAÇÃO (R$)
TARIFAS (OUT/2018)
MÊS fora da ponta na ponta
R$0,43466 R$1,54838
JANEIRO R$10.405,83 R$37.068,46
FEVEREIRO R$10.384,07 R$36.990,94
MARÇO R$10.732,25 R$38.231,25
ABRIL R$10.564,09 R$37.632,23
MAIO R$10.814,02 R$38.522,53
JUNHO R$10.267,35 R$36.575,15
JULHO R$10.916,23 R$38.886,64
AGOSTO R$12.612,94 R$44.930,82
SETEMBRO R$11.355,41 R$40.451,13
OUTUBRO R$11.345,52 R$40.415,89
NOVEMBRO R$10.306,91 R$36.716,09
DEZEMBRO R$10.711,80 R$38.158,43
TOTAL ANUAL R$130.416,40 R$464.579,56
MEDIA MENSAL R$10.868,03 R$38.714,96
Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados apresentados neste projeto.
4.8 Resultados
Através dos dados obtidos no decorrer deste projeto é possível prever o retorno financeiro
que o sistema irá proporcionar durante sua vida útil. Esses retornos serão apresentados em duas
tabelas para melhor visualização, na tabela 17 serão calculados sem a utilização das ferramentas
matemáticas apresentadas na seção 5.3, utilizando apenas a última tarifa fora da ponta cobrada
pela concessionaria (obtida na conta de energia e apresentada na tabela 13) como se houvesse
um congelamento (sem incidência da inflação) da mesma, já na tabela 17 os retornos serão
calculados utilizando as ferramentas matemáticas com incidência da inflação sobre a tarifa de
energia conforme projeção IPCA (tabela 14) para os próximos anos. Como apresentado na
tabela 13 da seção 4.6, as tarifas de energia elétricas apresentaram variações acima e a baixo da
inflação (IPCA) durante o período analisado. Desta forma, será considerado para os cálculos da
tabela 18 um reajuste de 4,21%, pior caso previsto para os próximos anos, como já foi discutido
na tabela 14 da seção 7.6.
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Tabela 17. Retorno financeiro com tarifa congelada (sem incidência da inflação).
TARIFA DE CONSUMO
INJETADO FATURA FATURA
ANO ENERGIA ANUAL RETORNO (R$)
(kWh) SEM GD (R$) COM GD (R$)
(R$) (kWh)
1 0,43 1094459,76 300042,34 R$470.617,70 R$341.599,49 R$129.018,21
2 0,43 1094459,76 298542,13 R$470.617,70 R$342.244,58 R$128.373,12
3 0,43 1094459,76 297049,418 R$470.617,70 R$342.886,45 R$127.731,25
4 0,43 1094459,76 295564,171 R$470.617,70 R$343.525,10 R$127.092,59
5 0,43 1094459,76 294086,35 R$470.617,70 R$344.160,57 R$126.457,13
6 0,43 1094459,76 292615,918 R$470.617,70 R$344.792,85 R$125.824,84
7 0,43 1094459,76 291152,838 R$470.617,70 R$345.421,98 R$125.195,72
8 0,43 1094459,76 289697,074 R$470.617,70 R$346.047,95 R$124.569,74
9 0,43 1094459,76 288248,589 R$470.617,70 R$346.670,80 R$123.946,89
10 0,43 1094459,76 286807,346 R$470.617,70 R$347.290,54 R$123.327,16
11 0,43 1094459,76 285373,309 R$470.617,70 R$347.907,17 R$122.710,52
12 0,43 1094459,76 283946,443 R$470.617,70 R$348.520,73 R$122.096,97
13 0,43 1094459,76 282526,71 R$470.617,70 R$349.131,21 R$121.486,49
14 0,43 1094459,76 281114,077 R$470.617,70 R$349.738,64 R$120.879,05
15 0,43 1094459,76 279708,506 R$470.617,70 R$350.343,04 R$120.274,66
16 0,43 1094459,76 278309,964 R$470.617,70 R$350.944,41 R$119.673,28
17 0,43 1094459,76 276918,414 R$470.617,70 R$351.542,78 R$119.074,92
18 0,43 1094459,76 275533,822 R$470.617,70 R$352.138,15 R$118.479,54
19 0,43 1094459,76 274156,153 R$470.617,70 R$352.730,55 R$117.887,15
20 0,43 1094459,76 272785,372 R$470.617,70 R$353.319,99 R$117.297,71
21 0,43 1094459,76 271421,445 R$470.617,70 R$353.906,48 R$116.711,22
22 0,43 1094459,76 270064,338 R$470.617,70 R$354.490,03 R$116.127,67
23 0,43 1094459,76 268714,016 R$470.617,70 R$355.070,67 R$115.547,03
24 0,43 1094459,76 267370,446 R$470.617,70 R$355.648,40 R$114.969,29
25 0,43 1094459,76 266033,594 R$470.617,70 R$356.223,25 R$114.394,45
Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados apresentados neste projeto.
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Tabela 18. Retorno financeiro com inflação IPCA incidente na tarifa de energia.
TARIFA DE CONSUMO
INJETADO FATURA FATURA
ANO ENERGIA ANUAL RETORNO (R$)
(kWh) SEM GD (R$) COM GD (R$)
(R$) (kWh)
1 0,43 1094459,76 300042,34 R$470.617,70 R$341.599,49 R$129.018,21
2 0,448103 1094459,76 298542,13 R$490.430,70 R$356.653,08 R$133.777,62
3 0,46472762 1094459,76 297049,4177 R$508.625,68 R$370.578,61 R$138.047,07
4 0,48196902 1094459,76 295564,1706 R$527.495,69 R$385.042,92 R$142.452,77
5 0,49985007 1094459,76 294086,3497 R$547.065,78 R$400.066,70 R$146.999,08
6 0,5183945 1094459,76 292615,918 R$567.361,92 R$415.671,44 R$151.690,48
7 0,53762694 1094459,76 291152,8384 R$588.411,05 R$431.879,44 R$156.531,61
8 0,5575729 1094459,76 289697,0742 R$610.241,10 R$448.713,86 R$161.527,24
9 0,57825885 1094459,76 288248,5888 R$632.881,05 R$466.198,75 R$166.682,30
10 0,59971226 1094459,76 286807,3459 R$656.360,93 R$484.359,05 R$172.001,88
11 0,62196158 1094459,76 285373,3091 R$680.711,92 R$503.220,69 R$177.491,23
12 0,64503636 1094459,76 283946,4426 R$705.966,34 R$522.810,56 R$183.155,78
13 0,66896721 1094459,76 282526,7104 R$732.157,69 R$543.156,58 R$189.001,10
14 0,69378589 1094459,76 281114,0768 R$759.320,74 R$564.287,76 R$195.032,98
15 0,71952535 1094459,76 279708,5064 R$787.491,54 R$586.234,18 R$201.257,36
16 0,74621974 1094459,76 278309,9639 R$816.707,47 R$609.027,09 R$207.680,39
17 0,77390449 1094459,76 276918,4141 R$847.007,32 R$632.698,92 R$214.308,40
18 0,80261634 1094459,76 275533,822 R$878.431,29 R$657.283,34 R$221.147,95
19 0,83239341 1094459,76 274156,1529 R$911.021,09 R$682.815,32 R$228.205,78
20 0,86327521 1094459,76 272785,3722 R$944.819,98 R$709.331,13 R$235.488,85
21 0,89530272 1094459,76 271421,4453 R$979.872,80 R$736.868,44 R$243.004,36
22 0,92851845 1094459,76 270064,3381 R$1.016.226,08 R$765.466,36 R$250.759,72
23 0,96296648 1094459,76 268714,0164 R$1.053.928,07 R$795.165,47 R$258.762,59
24 0,99869254 1094459,76 267370,4463 R$1.093.028,80 R$826.007,93 R$267.020,87
25 1,03574403 1094459,76 266033,5941 R$1.133.580,16 R$858.037,46 R$275.542,71
Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados apresentados neste projeto.
Para o valor do consumo anual foi considerado a média mensal de energia elétrica ativa
consumida pela unidade consumidora em estudo, conforme tabela 15, seção 4.7. Para o cálculo
da energia injetada ou produzida, foi utilizado o valor de geração anual de energia elétrica da
tabela 12 da seção 4.5 multiplicado pelo fator de degradação do sistema apresentado na seção
4.5 que é de 0,5% ao ano, a fatura sem GD é o produto entre a tarifa de energia e o consumo
anual, a fatura com GD é a subtração da fatura sem GD pelo produto da energia injetada e a
tarifa de energia.
De posse dos dados de retorno financeiro anual, podemos calcular uma estimativa de
Payback, que será demonstrada na próxima seção.
45
46
4.8.1 Payback
2000000
1000000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
-1000000
47
48
4000000
3000000
2000000
1000000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
-1000000
-2000000
48
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Tabela 21. Payback sem Inflação Energética (FINANCIADO).
1000000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
-1000000
-2000000
-2000000
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REFERÊNCIAS
ALONSO, M.C.; GARCÍA, F.S.; e SILVA, J.P. Energia solar fotovoltaica. Programa de
Capacitação em Energias Renováveis – Observatório de Energias Rnováveis para a América
Latina e Caribe (ONUDI) – 2013.
52
53
GOVERNO DO BRASIL. Matriz Energética. 2014.<http://www.brasil.gov.br/meio-
ambiente/2010/11/matriz-energetica> Acesso em: 01 de maio de 2018.
LOPEZ. R.A. Energia Solar para Produção de Eletricidade. São Paulo: Artliber Editora,
2012.
PINHO, João Tavares; GALDINO, Marco Antonio (Org.). Manual de Engenharia para
Sistemas Fotovoltaicos. 2014. Disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/>. Acesso em:
maio 2018.
SOUSA, Ronilson di. Apostila Programa Integrador: Blue Sol – Energia Solar. 2012. 43 e
44 p.
53
54
APÊNDICE A
NERY, Glauber Emanuel Alves¹; RESENDE, Hugo Marinho de²; NEVES, André Silveira³
A tarifação da energia elétrica no Brasil tem sofrido reajustes consideráveis nos últimos anos,
justificadas por diversos fatores, estiagem, acionamento de termoelétricas para dar suporte ás
hidrelétricas, impostos estaduais, bandeira tarifária, dentre outros. A alta tarifação de energia
elétrica tem motivado o consumidor a buscar outras fontes energéticas que lhe proporcionem
economia financeira. Essa busca aquece o mercado de pesquisas e desenvolvimento de novas
tecnologias e fontes energéticas, dentre elas, tem se evidenciado no Brasil a energia solar
fotovoltaica, sendo esta uma energia limpa e eficiente que tem como fonte de geração um
fornecedor natural abundante, o sol. Diante do crescimento de instalações desse tipo de sistema
no Brasil, foi proposto um estudo de viabilidade técnica e econômica da instalação de um
sistema fotovoltaico conectado à rede na instituição de ensino Centro Universitário de Goiás -
Uni-Anhanguera. Neste estudo realizamos uma análise do sistema elétrico existente e o perfil
de carga elétrica consumida na instituição, para então projetar um sistema de energia
fotovoltaica que auxilie no fornecimento de energia elétrica e proporcione economia financeira
para a instituição. A viabilidade desse sistema foi determinada conforme as características
técnicas de seus componentes, o preço de mercado do sistema instalado, a tarifação energética
em que a instituição está submetida, e o tempo de retorno do investimento para a aquisição do
sistema. O estudo mostra a eficiência dos componentes do sistema e consequentemente a
eficiência total do sistema instalado, detalha também as variáveis que influenciam a eficiência
do sistema e os fatores que compensam o possível investimento. Durante a produção do estudo
foram identificados fatores positivos que trarão valor à instituição se a instalação for realizada,
valores como sustentabilidade e sensibilização ecológicas são influenciadores nas edificações
em que os geradores fotovoltaicos estão presentes. Os resultados e demais detalhamentos do
estudo estão presentes nos capítulos dessa análise de viabilidade.
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ANEXOS
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ANEXO B. Canadian_Solar-Datasheet-MaxPower-CS6U-P-v5.53en
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ANEXO C. TRIO-50.0_60.0_BCD.00611_EN_RevG
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ANEXO D. SIMULAÇÃO FINANCIAMENTO.
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Fonte:https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/simulador/?productCode=AOI_056&valor
Bem=760920.86&percentualFinanciado=97&prazoFinanciamento=100&prazoCarencia=3&spreadAgente=6&pr
ojecaoInflacaoAnual=3.63 (acessado em 10 de outubro de 2018)
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ANEXO E Projeto Elétrico Fotovoltaico.
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DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO
Eu, Glauber Emanuel Alves Nery, portador (a) da Carteira de Identidade nº 5277791
emitida pelo SSP-GO, inscrito (a) no CPF sob nº 037.494.971-92, residente e domiciliado (a)
na rua da Astéria, Qd. 82, Lt. 5, Casa 1 – Bairro Jardim Atlântico – Goiânia-Goias, telefone
(62) 9 9919-6546, endereço eletrônico glauber_sm@hotmail.com, e eu Hugo Marinho de
Resende, portador (a) da Carteira de Identidade nº 6523252 emitida pelo SSP-GO, inscrito (a)
no CPF sob nº 005.973.531-74, residente e domiciliado (a) na avenida Antônio Fidélis, Qd.
68, Lt. 13, Apt. 601 – Bairro Parque Amazônia – Goiânia-Goiás, telefone (62) 98500-
2151endereço eletrônico hugoresende12@gmail.com, declaramos, para os devidos fins e sob
pena da lei, que o Trabalho de Conclusão de Curso: Projeto de Viabilidade Técnica para a
instalação de Sistema Fotovoltaico na instituição de ensino Uni-Anhanguera, é de nossa
exclusiva autoria.
Declaramos que temos conhecimento da legislação de Direito Autoral, bom como da
obrigatoriedade da autenticidade desta produção cientifica. Autorizamos sua divulgação e
publicação, sujeitando-me ao ônus advindo de inverdades ou plagio e uso inadequado de
trabalhos de outros autores. Nestes termos, nos declaramos cientes que responderemos
administrativa, civil e penalmente da Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera e
consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providencias.
Pelo presente instrumento autorizamos o Centro Universitário de Goiás, Uni -
ANHANGUERA a disponibilização do texto integral deste trabalho na biblioteca (consulta e
divulgação pela Internet), estando vedadas apenas a reprodução parcial ou total, sob pena de
ressarcimento dos direitos autorais e penas cominadas na lei.
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Glauber Emanuel Alves Nery
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Hugo Marinho de Resende
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