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nov 21 2011

OS IRUNMALÉS Parte 1
por tomeje
Sociedade Educacional Sul-Rio-Grandense FACULDADE PORTO-ALEGRENSE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS – FAPA
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Hendrix Alessandro Anzorena Silveira Turma 1221 Monografia apresentada a FAPA como requisito parcial à aprovação na disciplina de História
Antiga II.

Orientadora: Profª Marise Hoff Failace

A Cultura Religiosa Dos Iorubás Do Surgimento à Diáspora

Porto Alegre 2004

Parte 1

OS IRUNMALÉS

Para os iorubás a existência transcorre simultaneamente em dois planos: no aiê e no orum. O aiê é o mundo material, palpável, onde vivem os ara-
aiê, os seres naturais. Orum é o mundo imaterial, transcendente, onde vivem os ara-orum, os seres sobrenaturais.

Quanto ao orum, Juana dos Santos é insistente: (…) o espaço òrun compreende simultaneamente todo o do àiyé, terra e céu inclusos, e
conseqüentemente todas as entidades sobrenaturais, quer elas sejam associadas ao ar, à terra ou às águas, e que todas são invocadas e surgem da
terra. É assim que os àra-òrun são também chamados irúnmalè

(…) (SANTOS, 1986:72)

É no orum que se encontra Olodumaré (ou Olorum, Obá-orum, etc.), o deus supremo dos iorubás e detentor dos poderes que possibilitam e regulam
toda a existência, tanto no orum como no aiê. Esses poderes foram transmitidos para os irunmalés, de acordo com suas funções.

Os irunmalés são divididos em dois grupos: os quatrocentos irunmalés da direita e os duzentos irunmalés da esquerda. Os números assinalados não
significam, para os iorubás, números regulares, limitados, mas sim, que o número duzentos represente, simbolicamente, um número grande e o
quatrocentos um número muito grande.

O sentido utilizado para “direita” e “esquerda” é muito profundo e exige um estudo pormenorizado que não caberia neste trabalho. A obra de Juana
dos Santos é excepcional e indispensável para essa compreensão.

1.2.1. Os quatrocentos irunmalés da direita: os orixás funfun

Os quatrocentos irunmalés da direita são os orixás, não os orixás como são conhecidos no Brasil, mas sim um grupo mais restrito. Seriam os orixás
funfun, ou orixás do branco, mais conhecidos no Brasil como Oxalás. Na África são chamados Orixanlá (grande orixá), Obatalá (rei do pano
branco), ou ainda Obarixá (rei dos orixás). São divindades relacionadas à criação do mundo e dos homens. Um mito iorubá conta como se realizou
essa façanha.

Olorum-Olodumaré encarregou Obatalá, o senhor do pano branco, de criar o mundo.

Para isso lhe entregou o “saco da criação”. Obatalá foi consultar Orunmilá, que lhe recomendou fazer oferendas para ter sucesso na missão. Mas
obatalá não levou a serio as prescrições de Orunmilá, pois acreditava somente em seus próprios poderes.

Oduduá, o irmão mais novo, observava tudo atentamente e naquele dia também consultou Orunmilá. Orunmilá assegurou a Oduduá que, se ele
oferecesse os sacrifícios prescritos, seria o chefe do mundo que estava para ser criado. Oduduá fez as oferendas.

Chegado o dia da criação do mundo, Obatalá se pôs a caminho até a fronteira do além onde Exu é o guardião e não fez as oferendas nesse lugar,
como estava prescrito. Exu ficou muito magoado com a insolência e usou seus poderes para se vingar de Oxalá provocando-lhe uma grande sede.
Obatalá aproximou-se de uma palmeira e tocou seu tronco com seu bastão fazendo jorrar vinho em abundância, que bebeu até embriagar-se,
adormecendo na estrada, à sombra da palmeira de dendê. Quando se certificou do sono de Oxalá, Oduduá apanhou o saco da criação e foi a
Olodumaré lhe contar o ocorrido. Olodumaré viu o saco da criação em poder de Oduduá e confiou a ele a criação do mundo. “Com quatrocentas mil
correntes Oduduá fez uma só e por ela desceu até a superfície de ocum, o mar. Sobre as águas sem fim, abriu o saco da criação e deixou cair um
montículo de terra. Soltou a galinha de cinco dedos e ela voou sobre o montículo, pondo-se a ciscá-lo. A galinha espalhou a terra na superfície da
água. Oduduá exclamou na sua língua: ‘Ilê nfé!’, que é o mesmo que dizer ‘a terra se expande!’, frase que depois deu nome à cidade de Ifé, cidade
que está exatamente no lugar onde Oduduá fez o mundo. Em seguida Oduduá apanhou o camaleão e fez com que ele caminhasse naquela superfície,
demonstrando assim a firmeza do lugar. Obatalá continuava adormecido. Oduduá partiu para a Terra para ser seu dono”.6

Obatalá despertou e, tomando conhecimento do ocorrido, voltou até Olodumaré contando sua história. Olodumaré, para castigá-lo, proibiu-o de
beber vinho-de-palma, ele e todos os seus descendentes. Mas Olodumaré deu outra missão a Obatalá: a criação de todos os seres vivos que
habitariam a Terra. E assim Obatalá criou todos os seres vivos. Ele modelou em barro os seres humanos e o sopro de Olodumaré os animou. O
mundo agora se completara e todos louvaram Obatalá

No próximo capítulo veremos que Oduduá é o ancestral dos reis iorubás.


“os orixás funfun seriam em número de cento e cinqüenta e quatro”. Estes orixás são cultuados, cada um, em uma cidade diferente, onde ele pode
ser o padroeiro dessa cidade, ou um orixá secundário. Entretanto, mesmo não sendo o padroeiro da cidade ou comunidade, ele tem grande
importância graças a sua relação com a criação, mantendo, assim, uma posição de destaque, possuindo um ritual próprio e sacerdotes próprios
também.

Desenvolveram-se rituais muito semelhantes para estes orixás nas diferentes cidades em que se apresenta, o que nos leva a crer que, na verdade,
estes orixás são os desdobramentos de um único orixá (Orixanlá) cultuados em diferentes locais, e não divindades diferentes.

Como divindades do branco, tudo o que for branco lhes pertence. Só se vestem com essa cor e seus pertences são marcados com pintas brancas. Os
albinos, por terem a pele branca, são também consagrados a este orixá.

Com raríssimas exceções, estes orixás se apresentam como sendo muito velhos, lentos e sábios. Como todas as culturas antigas, existe também na
África um grande respeito pelos mais idosos, graças a relação com a ancestralidade, cosmovisão que se evidencia na representação da maior
divindade do panteão iorubá.

São representantes do poder fecundador masculino, sendo considerados os pais da humanidade. Também são considerados como pais dos duzentos
irunmalés da esquerda.

Então concluímos que os orixás funfun são os grandes senhores deste mundo (aiê) e do outro também (orum).

Suas oferendas são constituídas por alimentos brancos ou claros. Os animais oferecidos em sacrifício são também de pelagem ou penugem branca.
É muito utilizado como oferenda o igbin, um caracol grande muito comum na região.

Verger nos conta que, em Ifé, a Meca dos iorubás, são sacrificadas duas cabras para Orixanlá e Iemouô, sua única esposa – o que ressalta aqui é que
os africanos são poligâmicos. A primeira cabra, após os procedimentos litúrgicos, é cozida e distribuída a todos os participantes, já a segunda sofre
um tratamento diferente. “Antigamente era um ser humano que devia ser sacrificado”8, por isso evita-se tocar no animal que, após a imolação, é
arrastado com uma forquilha e jogado no mato. Comer a carne desta cabra seria atrair para si uma maldição, e também seria antropofagia.

A cidade de Ejigbô, também tem um ritual específico para Orixanlá, aqui chamado de Orixá Oguian – Oxanguiã no Brasil. Este orixá é muito
específico, pois, ao contrário dos outros orixás, que são velhos e serenos, este é jovem e guerreiro. Seu nome deriva de òrìsàjiyán, “orixá-comedor-
de-inhame-pilado”, segundo a lenda este orixá tem um apetite descontrolado por esta iguaria chamada ian em iorubá. Foi ele quem inventou o pilão
para facilitar o seu preparo. Ele também é o fundador da cidade de Ejigbô e ancestral dos reis locais que ostentam o título de Elejigbô, o “Senhor de
Ejigbô”.

Este orixá funfun é considerado o deus da cultura material, pois teria ensinado Ogum a lutar e a fazer as ferramentas de ferro, da mesma forma
que o ensinou o cultivo da terra.

Orunmilá é outro dos orixás funfun que tem particularidades bem diferenciadas dos demais. Possui as mais altas posições no panteão iorubá.
Orunmilá é o deus da adivinhação. Ele conhece todos os destinos dos homens. Um itan (mito) conta como ele adquiriu esse conhecimento.

Obatalá reuniu as matérias necessárias à criação do homem e mandou convocar seus irmãos orixás. Apenas Orunmilá apareceu por isso Obatalá o
recompensou. Permitiu que apenas ele conhecesse os segredos da construção do homem. Revelou a Orunmilá todos os mistérios e os materiais
usados na sua confecção.

Orunmilá tornou-se assim o pai do segredo, da magia e do conhecimento do futuro. Ele conhece as vontades de Obatalá e de todos os orixás
envolvidos na vida dos humanos. Somente Orunmilá sabe de que modo foi feito cada homem, que venturas e que infortúnios foram usados na
construção de seu destino.

O sacerdote de Orunmilá é denominado babalauô, o pai para tudo. Ele utiliza o oráculo de Ifá (Orunmilá) para conhecer o destino dos homens e
mulheres que o procuram. Os iorubas não fazem viagens longas sem consultar antes o babalauô. Também o consultam para saber o sexo dos filhos
antes de nascer, e qual o seu destino. Dependendo da resposta dada pelo oráculo, ele terá sua vida conduzida para se tornar um mercador, lavrador
ou sacerdote, antes mesmo de seu nascimento.

Orunmilá é o “símbolo coletivo dos irunmalés”9, por isso não se manifesta em seus iniciados. Ele apenas comunica-se com eles através do oráculo,
o jogo dos búzios.

1.2.2. Os duzentos irunmalés da esquerda: os eborás

Os duzentos irunmalés da esquerda são todas as outras divindades cultuadas pelos iorubás – Ogum, Oiá, Xangô, Oxumaré,… e Egum (ancestrais) –
e são chamados de eborás.

Os eborás são divindades menores, intermediárias entre Olorum e os seres humanos. Alguns eborás são objetos de culto de toda uma cidade.
Quando essa cidade tem um soberano, os eborás servem para reforçar a autoridade do líder, que pode ser um rei (Obá), um rico mercador (Balé) ou
um chefe de aldeia.

Entretanto, a grande maioria dos eborás está intimamente ligado à noção de família.

A família numerosa, originária de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos. O orixá (eborá) seria, em princípio, um ancestral
divinizado, que, em vida, estabelecera vínculos que lhe garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas
doces ou salgadas, ou, então, assegurando-lhe a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais ou, ainda, adquirindo
o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização. O poder, àse, do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se
momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.

Estes seres excepcionais não poderiam simplesmente morrer, mas sim, transcender a morte de forma que não sobrasse nem mesmo um corpo para
ser enterrado. Esta é a grande diferença entre os eborás divindades e os eborás ancestrais.

Grosso modo, pode-se dividir o estudo dos eborás em pequenos grupos para melhor entendimento. Essa divisão se dá pelas similaridades de
arquétipo e funções sociais dessas divindades.

1.2.2.1. Divindades da cultura material


Pode-se agrupar nessa categoria os eborás cujos cultos são indispensáveis para o bom andamento da vida cotidiana das pessoas. A agricultura foi a
base da economia iorubá até meados do século XIX, quando descobriu-se petróleo na região. Desta feita divindades ligadas à agricultura tem grande
destaque religioso.

Grande artífice da natureza, Ogum é o eborá que personifica o homem pré-histórico.

Ele é um dos pouquíssimos eborás cultuados por quase todo o território iorubá.

Ogum é desbravador, conquistador, guerreiro feroz e destemido. Foi o deus Orixá

Oguian quem lhe ensinou a lutar e a trabalhar com o ferro e com a agricultura. Mas foi Ogum quem entregou os segredos dessa cultura aos homens.
Por isso ele é chamado de Ogum Alagbedé, o ferreiro. Ele confeccionava as ferramentas para poder cultivar a terra de formaque também ficou
conhecido como o deus da agricultura, daí a importância desse eborá paratodos os povos de língua iorubá.

Segundo a mitologia iorubá, é o filho primogênito de Oduduá, fundador dos iorubás.

É considerado o mais ativo entre todos os eborás. Aliado poderoso, guerreiro feroz,

Ogum é líder, centralizador de poder e hábil estrategista.

A caça também é motivo para cultos específicos, pois esses povos viviam em florestas e caçar era um fator importante na economia de subsistência,
assim como a pesca e a criação de animais (caprinos e ovinos).

Odé é o deus dos caçadores iorubás. Pede-se sua proteção quando o caçador se embrenha na floresta em busca do alimento. O povo iorubá é
constituído por varias etnias que falam a mesma língua e possuem uma cultura semelhante, assim existem vários deuses da caça que estão
diretamente relacionados às famílias que os cultuam ou às cidades.

Então temos: Oxossi em Queto, onde esse deus foi rei, recebendo o título de Alaketu; Ijá em Oió; Oré ou Oreluerê em Ifé; Otin em Inixá; Erinlé e
Ibualama em Ilobu na região de Ijexá; Logunedé é o filho de Erinlé e Oxum Ipondá, seu culto tem lugar na cidade de Ilexá, também na região de
Ijexá.

1.2.2.2. Divindades da saúde

Claro que toda civilização antiga possuía um ou mais deuses responsáveis, exclusivamente, pela saúde de seu povo. Entre os iorubás não foi
diferente e percebemos dois eborás bem distintos, que não têm nada em comum a não ser o fato de serem cultuados esperando-se a saúde física e,
subseqüentemente, a manutenção da vida.

Ossânim é a divindade das plantas medicinais e litúrgicas. Segundo Verger (1997:122) “o nome das plantas, sua utilização e as palavras (ofò), cuja
força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto aos deuses iorubás”. Ele vive na floresta em companhia de Aroni, um
anãozinho com uma perna só, que fuma constantemente um cachimbo feito de caracol.

Ossânim tem um sacerdote próprio denominado olossânim, senhor de Ossânim. É também chamado de Onixegum, curandeiro. Em Ifé, é Elisijé que
ocupa o lugar de curandeiro.

Um fator importante é que os olossânim não entram em transe de possessão, eles adquirem a ciência do uso das plantas após uma longa
aprendizagem.

O eborá Xapanã conhece os segredos da vida e da morte, por isso ele é chamado de Omolu, filho do senhor, ou Obaluaiê, rei dono da terra. É a
divindade das pestes, da varíola, das doenças de pele. Tem o poder de afastar as doenças, mas também pode trazê-las.

Cobre-se com um manto de palha da cabeça aos pés, pois sua pele é coberta de chagas e feridas. Carrega consigo um cetro, semelhante a uma
vassoura que se chama xaxará, feito de palitos de dendezeiro bordado com palha-da-costa e muitos búzios.

O vínculo de seu nome com as doenças faz deste Orixá o protetor da saúde daqueles que o cultuam e faz com que seja constantemente procurado
para resolver problemas ligados a esta área. A origem desse eborá está ligado ao oeste, mais precisamente o Daomé, onde esse deus é cultuado sob
o nome de Sakpatá. Assim como os iorubás, os daomeanos evitavam chamá-lo assim, preferindo invocá-lo como Ainon, que, como Xapanã entre os
iorubás, significa Senhor da Terra.

Sobre o autor

tomeje

Axé à todos. Sou o Tomeje. Iniciado em 27 de outubro de 1987 para o Orixa Ogun. Desde que conheci a religião dos Orixás eu sempre me
preocupei em apreender qual a função da religião e da religiosidade na vida das pessoas. Eu quero entender como isso funciona. Como a religião e a
religiosidade formam a fé de alguém. São muito anos de perguntas, muitos questionamentos pessoais e poucas respostas e creio que seguirei assim,
aprendendo sempre.
Agora, graças a essa nova tecnologia, tenho uma oportunidade de interagir e trocar experiencias e vivencias dentro da religião e assim aprender uns
com os outros. Eu mais que vcs, com certeza, aprendo a cada pergunta.
Eu tento compreender a nossa religião pensando sempre numa comunidade que se ajuda mutuamente. E não é diferente neste meio de comunicação,
que assim como os livros, discos, cadernos, fitas, dvd's e outras ferramentas de divulgação de conhecimentos, este blog é somente mais uma forma
de comunicação.
Porém este nova possibilidade não deve ser pressuposto para descuidarmos do aprendizado com nossos mais velhos nas roças, no seu dia a dia.
Ainda que por vezes seja difícil, eu aprendi que é na roça que se vive a realidade da religião.
Meu trabalho aqui é muito mais do que só falar e responder questionamentos a cerca da religiosidade. Meu objetivo é promover a discussão de
assuntos que nos afetam direta ou inderetamente, é lembra-los que somos parte do TODO, que somos uma só comunidade e que o indivíduo, apesar
de dos seus anseios pessoais, está inserido numa família de axé e, neste contexto, quanto mais se pensa coletivamente, mais o individuo se fortalece.
Candomblé só se faz no coletivo.
Sejam todos muito bem vindo a este projeto e que nossos queridos Orixas nos encaminhem sempre no melhor destino. Axé, Tomeje.

24 comentários

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1.

ofadayo

novembro 10, 2014 em 2:48 pm (UTC -3)

Responder

Oi meu amigo, mojuba, tudo bom. Nelson os orixas viveram nesse mundo, ou nao.poderia me exclarecer

1.

tomeje

novembro 11, 2014 em 10:56 am (UTC -3)

Responder

Ofadayo seja bem vindo. Não tenho como te garantir. Algumas lendas dizem que sim, que os orixas vinham ao mundo através do
tronco de um dendezeiro ou iroco e aqui compartilhavam da vida com seus filhos e filhas etc etc, conhece esta lenda? Já outros itans
dizem que orixa é aforça da natureza que o homem cultua. Eu prefiro saber como é feito na minha Casa de Axé e seguir aquilo, por que
por mais que tenhamos boas referencias, não há consenso sobre isso. Com uma única exceção que o Angola (Congo Angola) que diz
categoricamente que os inkises não tiveram vida terrena. Tem tb aqueles que se referem a orixa como personagens vivos pra poder
explicar o seu comportamento “humano ou humanizado” e assim servir de exemplo e inspiração pra que nós nos orientemos em nossas
vidas seguindo seus exemplos. Axé, Tomeje.

2.

ofadayo

novembro 10, 2014 em 2:52 pm (UTC -3)

Responder

Outro dia me disseram que nos filhos de ode, ogum, oxum, xango, estamos cultuando eguns.eu na entendi, achava que ao se tratar de orixas
independente de ser funfun ou nao eram e sao frutos de forcas da natureza.oque vc pensa.um abraco e aguardo uma resposta.

1.

tomeje

novembro 11, 2014 em 11:10 am (UTC -3)

Responder

Ofadayo a palavra egun, no meu entendimento, é utilizada de forma pejorativa e/ou amedrontadora por quem pouco a conhece e
geralmente faz uso dela pra impor o medo ou tentar diminuir a função religiosa de algumas entidades de umbanda, por ex, ou pior
ainda, tentar diminuir a importância do orixa. Quem te falou isso sabe mesmo o que é egun?? Antes de falar sobre egun é preciso
compreender a família e o sistema familiar yoruba para, assim, compreender o que os yorubas entendiam por pessoa que merece ser
cultuada, pessoa importante e pessoas que devem ser esquecidas no tempo. Temos 03 categorias de mortos. 1 – Os egun gun – aquele
que morreu e virou osso, não passa disso, foi uma pessoa sem serventia para a comunidade e seu nome é esquecido e nem mais
pronunciado para evitar que ele nos perturbe. 2 – Os Essá – pessoas que foram importante na comunidade. estes recebem culto
periódico. E por fim 3 – O Babaegun – Pessoas muito importante pra diversas comunidades e que são reverenciados e que opinam na
vida social e religiosa destas comunidades. Isso foio que aprendi sobre egun. Então, quando alguém fala de egun eu primeiro vejo o que
ela sabe, mesmo sendo diferente do que eu sei, se tiver alguma lógica, eu aceito a referencia dela, mas se não for o caso, descarto. Se
pensarmos que Ogum teve vida e que Xango teve vida, mas se levarmos em consideração que os feitos deles são enormes para a
sociedade, não apenas a religiosa, mas para mundo (Ogum criou a forja e Xangô deu sentido a noção de Justiça), então eu acho que não
podemos pensar em orixas como egun. Certo? Tomeje.
3.

Emerson

outubro 21, 2015 em 9:35 pm (UTC -3)

Responder

Boa noite. Tenho uma dúvida que acho que vc sabe responder. Frequento um ilê e na hora do ipadê eu percebo que o babá kekerè,num
determinado momento, sai correndo para despachar algo do lado de fora do barracão. Acredito que isso esteja ligado à iyami. Queria entender
um pouco sobre o ipadê. Será que vc poderia responder ?

1.

tomeje

outubro 26, 2015 em 5:51 pm (UTC -3)

Responder

Emerson, seja bem vindo ao blog, obrigado pela pergunta. Em primeiro lugar é preciso que vc tenha certeza de que a cerimonia é
mesmo o Ipade, pois conforme o seu relato, há um equívoco no procedimento que vc relatou. O Ipade é uma cerimonia feita para os
ancestrais logo no início do candomblé e é feita por mulheres, exclusivamente por mulheres. Mas temos Padê, que a cerimoniai feita tb
no início do candomblé, mas é para Exú, e esta pode ser feita por homens. Por tanto é preciso que vc saiba de que cerimônia vc está
falando para qu possamos discutir o assunto, ok? Axé, Tomeje.

4.

Emerson

outubro 29, 2015 em 8:40 am (UTC -3)

Responder

Com certeza é o ipadê para os ancestrais. Cantamos para iyami e cruzamos o dedo ao chão e ficamos de mojuba…. É feita sempre pelo
babakekere e uma auxiliar filha de nanã. Quando ela falta, um homem de oxum a substitui. Quando estamos cantando para iyami, o
babakekere sai com uns elementos correndo para o lado de fora de barracão para despachar em algum lugar. Queria entender mais sobre essa
cericerimôe porq ele corre …

Obrigado.

1.

tomeje

outubro 29, 2015 em 10:30 am (UTC -3)

Responder

Emerson, não me entenda mau, nem leia o meu comentário como ofensivo, ok, Mas me preocupa ver que vc está numa Casa que não
respeita um rito tão importante quanto o Ipadê. Esta cerimonia é exclusiva e obrigatoriamente feita por mulheres, de preferência as de
Oyá, nunca por homens. Ela é feita por mulheres e os homens apenas assistem. Esta cerimônia é feita para homenagear os ancestrais e
não as yami. Colocar uma mulher de Nanã nesta cerimonia é o mesmo que atestar o não conhecimento da cerimonia. O culto as Yás é
feito em outro tempo e de outra forma meu irmão, e homens não podem participar. Acho que vc deve observar melhor o terreno onde
está pisando. Axé, Tomeje.

5.

Emerson

outubro 29, 2015 em 10:28 pm (UTC -3)

Responder

Poxa. Complicado. Sou de um terreiro bastante famoso. O terceiro mais conhecido na minha capital…. Mas ok. Obrigado pela atenção.

6.

Emerson
fevereiro 14, 2016 em 6:00 pm (UTC -3)

Responder

Boa tarde pai. Motumbá… Tenho mais uma dúvida. Mas é sobre os irunmalés. Resumidamente, quem são eles ? Exemplo : No Ilê, em cada
obrigação de santo eles cantam uma cantiga que vou citar mais ou menos como é. (Desconsidere os erros do iorubá)

Primeiro cantam pra todos os orixás, e por último eles cantam para o santo do dia e o chama de irunmalé.

Exemplo: (É dia de obrigação para ogum)

Xangô tanan silê tanan sanan, inan ilê owó, Xangô tanan silê tanan sanan , inan ilê xangô tawô

yeyê, tanan silê tanan sanan, inan ilê owó, Yeyê, tanan silê tanan sanan , inan ilê xangô tawô

Aí cantam isso para todos os santos.

Na vez do santo que está sendo oferendado naquele dia, canta assim:

Irunmalé, tanan silê tanan sanan, inan ilê owó, Irunmalé, tanan silê tanan sanan , inan ilê xangô tawô
(e saúdam o santo do dia)

1.

tomeje

fevereiro 22, 2016 em 6:50 pm (UTC -3)

Responder

Emerson, segundo os pesquisadores da nossa religião, gente com Pierre Verger, Nina Rodrigues, Gisele Cossard e outros. Existiam 200
(numero fictício que identificava uma grande quantidade de algo) Irunmolés a direita de Olodumare e mais 400 (numero fictício que
identificava uma quantidade ainda maior de algo) à esquerda. Estes o ajudaram a criar e terra (Ayê), mas se deslumbraram com a suas
criações e foram se perdendo em relação a sua função primordial que era auxiliar Olodumare. Pouco a pouco Eles foram sendo
destruídos por Olodumare, restou apenas Ogun, que é considerado o último irunmole. Portanto Irunmole são Deuses que remontam a
criação do mundo. Não vejo nada e errado em se homenagear estas divindades mas não devemos confundi-los com os orixas. Axé.
Tomeje

7.

Sergio Lucena

abril 26, 2016 em 7:08 am (UTC -3)

Responder

Caro Tomeji, saudações!!


Te escrevo para parabenizar por sua maravilhosa iniciativa. Agradeço aos Orixás por sua existência! Infinito Asè!! Abraço
Sergio Lucena

1.

tomeje

abril 26, 2016 em 6:43 pm (UTC -3)

Responder

Sergio Lucena, seja bem vindo, meu irmão. Obrigado pelo carinho. Fico feliz que nossa pagina tenha ajudado e que nosso trabalho seja
útil. Fique a vontade e, dentro do nosso possível, estaremos sempre disponíveis para colaborar. Asé. Que meu Pai Ogun te abençoe e
que Yemonja te ampare sempre. Tomeje

8.

baba PH

agosto 25, 2016 em 9:59 pm (UTC -3)

Responder

gostaria de saber o porquê da água nas quartinhas e por que acendemos a vela?
1.

tomeje

agosto 26, 2016 em 1:37 pm (UTC -3)

Responder

Baba ph, seja bem vindo ao blog. Certa vez um dos filhos mais novos do meu pai de santo perguntou o seguinte: Pai, que tem naquela
quartinha? Meu Pai, homem muito sábio respondeu o seguinte: Vc quer mesmo saber o mistério daquela quartinha? Tem certeza que
está preparado pra isso?….. Então vamos a resposta….. Meu filho, aquela quartinha contem…… água! Tudo que somos, tudo que
seremos e que fomos depende de água, á gua é vida, saúde, força e asé. Água meu irmão é o único elemento que realmente não pode
deixar de ser ofertado a um Orixa, ela acalma, faz o banho e as comidas. Água é tudo! Quanto a vela, isso é uma questão de
sincretismo, puro e simples. Mas como nossa religião é brasileira e tem sim um pouco de sincretismo em vários aspectos, a vela
assumiu uma função ritual, mas não é imprescindível no culto a Orixa. Espero ter ajudado. Asé, Tomeje

9.

Thais

outubro 6, 2016 em 12:32 pm (UTC -3)

Responder

Boa tarde, sua bença Tomeje. Eu estava indo bem na leitura do texto, mas quando li a pergunta do Emerson, me perdi, os irunmole ñ são os
orixás? Os que ficam do lado esquerdo e os do lado direito, os funfuns que tem relação com a criação? Pq só tem Ogum como ultimo? E
Oxalá?

10.

Thais

outubro 6, 2016 em 12:36 pm (UTC -3)

Responder

Boa tarde, sua bença Tomeje. Eu estava indo bem na leitura do texto, mas quando li a pergunta do Emerson, me perdi, os irunmole ñ são os
orixás? Os que ficam do lado esquerdo e os do lado direito, os funfuns que tem relação com a criação? Pq só tem Ogum como ultimo? E
Oxalá? E Ogum ñ é um orixá? Fiquei sem entender o que é um Irunmalé… E pq Ogum, e Oxalá ñ? Ele tb faz parte da criação de acordo com
o texto ñ é? Desculpa tanta pergunta rsrs

1.

tomeje

outubro 7, 2016 em 7:22 pm (UTC -3)

Responder

Thais seja bem vinda. A nossa cultura é vasta e complexa e a mitologia é linda. Mas é preciso estudo e dedicação pra entender um
pouco dela. Vamos lá. Irunmolé não é orixa e nem todo orixa participou da criação do mundo. Por exemplo Xangô, existe até os dias de
hj a dinastia dos Alafim Oyó, ou seja descendentes do primeiro Alafim que deu origem a Xangô (xango foi 3° alafim Oyó), Assim
temos Oyá, Oxum e tantos outros orixas que tiveram vida e que foram divinizados por seus feitos na terra. Então, agora ficou mais
claro? Porém Ogun, é um irunmole. Ms neste caso estamos da energia Ogun primordial e não do mito de Ogun. Vamos conversar mais
sobre isso, ok? Asé, Tomeje

11.

mariah

outubro 10, 2016 em 9:30 pm (UTC -3)

Responder

Gostaria de saber se o senhor mora no Rio de Janeiro e se a resposta for positiva se o senhor joga e quanto seria
Nao sei quando poderei ir devido a uma serie de problemas mas pelo q tenho lido o senhor tem me passado uma sabedoria e principalmente
honestidade.
Nao vou relatar os problemas para nao incomoda-lo
Obrigada aguardo resposta
1.

tomeje

outubro 12, 2016 em 9:45 am (UTC -3)

Responder

Maria seja bem vinda ao blog. Eu sou do Rio (São Gonçalo). Seu email é válido? Asé, Tomeje.

12.

José

setembro 16, 2017 em 10:16 pm (UTC -3)

Responder

Parabéns pelo blog. Tem texto interessante para conhecermos um pouco mais sobre a mitologia yorubá e a tradição orixá! Kolofé!

1.

tomeje

setembro 18, 2017 em 4:28 pm (UTC -3)

Responder

José kolofé Olorun, Seja bem vindo e fique a vontade. Asé e felicidades Baba Tomeje.

13.

Ruy Rocha

outubro 27, 2018 em 9:56 am (UTC -3)

Responder

Sua benção, o senhor ministra cursos?


ruy.rocha.johnny@gmail.com

1.

tomeje

outubro 29, 2018 em 7:14 pm (UTC -3)

Responder

Ruy Rocha seja bem vindo. O meu Pai Marcio de jagum ministra alguns cursos. Entre em contado com ele no email ori.ori@net.com
Obrigado pelo carinho, volte sempre, Babá Tomeje

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