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AS POLÍTICAS
DA UNIÃO
EUROPEIA Transportes
Interligar
os cidadãos
e as empresas
da Europa
D is p o r d e s is t em as d e t r an s p o r t e
ef ic azes é es s enc ial p ar a
a c o m p et it ivid ad e d a E ur o p a na
ec o no m ia m un d ial , a c r iaç ão d e
em p r ego e a qual id ad e d e vid a
quo t id ian a d as p es s o as .
ÍNDICE matières
Por que tem a UE uma
política de transportes . . . . . . . . . . . . . 3
A presente publicação faz parte de uma coleção que Principais meios de transporte . . . . . 10
descreve a ação da União Europeia em vários domínios, as
razões da sua intervenção e os resultados obtidos. O futuro da política
de transportes da UE . . . . . . . . . . . . . 18
A coleção está disponível em linha:
http://europa.eu/pol/index_pt.htm Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
http://europa.eu/!JF89wH
Ação climática
Agenda digital
Agricultura
Ajuda humanitária e proteção civil
Alargamento
Alfândegas
Ambiente Compreender as políticas da União Europeia:
Assuntos marítimos e pescas Transportes
Bancos e finanças
Comércio Comissão Europeia
Concorrência Direção-Geral da Comunicação
Consumidores Informação dos cidadãos
Cooperação internacional e desenvolvimento 1049 Bruxelas
Cultura e audiovisual BÉLGICA
Educação, formação, juventude e desporto
Emprego e assuntos sociais Manuscrito atualizado em novembro de 2014
Empresas
Energia Capa e imagem da página 2:
Fiscalidade © iStockphoto.com/nadla
Fronteiras e segurança
Investigação e inovação 20 p. — 21 × 29,7 cm
Justiça, direitos fundamentais e igualdade ISBN 978-92-79-42791-6
Luta contra a fraude doi:10.2775/15111
Mercado interno
Migração e asilo Luxemburgo: Serviço das Publicações
Orçamento da União Europeia, 2014
Política externa e de segurança
Política regional © União Europeia, 2014
Saúde pública Reprodução autorizada. As fotografias só podem ser
Segurança alimentar utilizadas ou reproduzidas separadamente mediante a
Transportes autorização prévia dos titulares dos direitos de autor.
União Económica e Monetária e o euro
T R A N S P O R T E
3
Esta livre circulação seria impossível sem boas ligações No entanto, por si só, a liberalização do mercado não
e redes de transporte. É por este motivo que a política é suficiente para concretizar os objetivos da União
de transportes da UE sempre procurou eliminar os Europeia de melhorar a mobilidade na Europa e garantir
obstáculos entre Estados-Membros, a fim de criar um serviços de transporte de elevada qualidade, tanto para
espaço único europeu dos transportes, com condições os cidadãos como para as empresas.
equitativas de concorrência entre os diversos meios
de transporte: ferroviários, rodoviários, aéreos, fluviais Alargar, modernizar e racionalizar a infraestrutura
e marítimos. a nível da UE é também fundamental para criar redes
transnacionais sem descontinuidades nos diferentes
Os transportes da UE evoluíram consideravelmente ao modos de transporte. É por esta razão que a política
longo dos últimos 60 anos e, hoje em dia, continuam das redes transeuropeias da UE foi consagrada
a dar um forte contributo para a prosperidade em 1992 no Tratado de Maastricht. Este Tratado
e o emprego na Europa. O setor dos transportes incluiu ainda a proteção do ambiente na política de
emprega cerca de 10 milhões de pessoas, o que transportes, para que esta pudesse contribuir para
representa 4,5% do emprego total na UE, e gera uma a realização do mercado interno.
percentagem equivalente do produto interno bruto
(PIB). Possuir boas ligações de transportes é também A política de transportes da UE destina-se também
essencial para a economia da UE em termos de a ajudar e proteger os cidadãos quando viajam.
exportações — o transporte marítimo assegura 90% do Neste contexto, garantir e reforçar os direitos dos
comércio externo da UE. passageiros foi uma das suas principais conquistas.
Hoje em dia, em caso de atraso, os passageiros já não
Muitas empresas europeias são líderes mundiais em são obrigados a descobrir por si próprios o que correu
infraestruturas, logística e produção de equipamentos mal. Têm direito à informação e sabem que podem
de transporte. As famílias da UE gastam hoje 13,5% do reclamá-la junto da transportadora. Além disso, os
seu rendimento em bens e serviços relacionados com passageiros com deficiência e com mobilidade reduzida
transportes, tais como passes de comboio ou viagens beneficiam de assistência especial.
aéreas de negócios ou lazer, o que faz dos transportes
a segunda maior categoria do orçamento familiar, logo A UE é a primeira, e única, região do mundo em que
a seguir às despesas de habitação. os passageiros gozam de direitos de base gerais
e integrados em todos os modos de transporte.
4 C O M P R E E N D E R A S P O L Í T I C A S D A U N I Ã O E U R O P E I A
Estes direitos assentam nos princípios de não- Breve história da política de transportes
-discriminação, em informações exatas, oportunas
e acessíveis, e em assistência imediata e proporcionada. Os transportes constituíram umas das primeiras
políticas comuns da Comunidade Económica Europeia
e a sua origem remonta ao Tratado de Roma.
Em 1992, estavam finalmente consolidadas as bases 2006: uma avaliação intercalar considerou que
da política comum de transportes. seriam necessárias mais medidas para lutar contra as
repercussões negativas dos transportes no consumo
1997: o Tratado de Amesterdão veio incorporar mais de energia e na qualidade do ambiente. Entre outras
medidas de proteção ambiental nos transportes. Este medidas, foram propostos um plano de ação para
Tratado conferiria ao Parlamento Europeu poderes de a logística do transporte de mercadorias, sistemas
codecisão com o Conselho em quase todos os aspetos inteligentes para tornar o transporte mais ecológico
da política de transportes. e eficiente e um plano para promover as vias
navegáveis interiores.
Nos anos seguintes, numa tentativa de criar um
ambiente mais propício à concorrência, a Comissão 2011: um Livro Branco de acompanhamento («Roteiro
analisou as variações nacionais e regionais nos custos, do espaço único europeu dos transportes») veio
nas taxas e na política de fixação de preços realçar o que havia ainda a fazer para concretizar
dos transportes. plenamente o mercado interno dos transportes.
Entre outros domínios, o Livro Branco destacou
as seguintes prioridades:
Passageiros (pkm) Com a RTE-T, a UE tenciona estabelecer uma rede central
Mercadorias (tkm) até 2030, completando as ligações transfronteiriças em
PIB, volumes encadeados falta e tornando a rede mais «inteligente», com prazos
T R A N S P O R T E
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bem definidos para garantir a realização prioritária de se mantenha na vanguarda da evolução tecnológica no
todos os projetos relativos à rede central. setor dos transportes.
A rede central será apoiada por uma rede abrangente É na evolução tecnológica que assenta o futuro dos
de rotas nacionais e regionais confluentes. Estabelecer- transportes da Europa, quanto mais não seja para
-se-ão normas para assegurar que os comboios, manter o setor dos transportes da Europa na vanguarda
navios, aviões, camiões e automóveis utilizam as da concorrência mundial. Esta evolução é também
infraestruturas de transporte de forma segura e sem fundamental para reduzir as emissões de carbono
problemas técnicos. produzidas pelos transportes, porque o progresso
aliado à inovação contribui, por exemplo, para melhorar
O financiamento dos transportes ao abrigo do Mecanismo a eficiência dos motores de automóveis e aeronaves ou
Interligar a Europa para o período 2014-2020 (ver substituir as fontes de energia fóssil.
a seguir o capítulo sobre este mecanismo) orientar-se-á
também para esta rede de transportes central. Nos anos vindouros, a evolução será particularmente
importante porque se vai exigir uma mudança
Pretende-se que, gradualmente, e tendo como horizonte significativa dos tipos de transporte utilizados para reduzir
2050, os cidadãos e empresas europeus passem a dependência dos produtos petrolíferos, as emissões
a estar, na sua grande maioria, a não mais de trinta de gases com efeito de estufa e a poluição local. Para
minutos de viagem desta ampla rede global. Para além a concretizar, ter-se-á de utilizar de melhor forma
de viagens mais rápidas e com menos tempos mortos, alternativas menos poluentes — e frequentemente mais
a rede proporcionará deslocações mais seguras e com baratas — por exemplo, ferroviárias, marítimas ou fluviais.
menos congestionamentos.
Investigar, desenvolver e aplicar formas inteligentes de
Uma das mais marcantes histórias de sucesso da utilizar da melhor maneira as infraestruturas atuais e as
RTE-T é a ponte do Öresund entre Malmö e Copenhaga, tecnologias da informação e comunicação (TIC) para
a ponte rodoviária e ferroviária mais longa da Europa, garantir interligações integradas entre os diferentes
que liga os países nórdicos à Europa central. modos de transporte será igualmente útil para tornar os
transportes menos poluentes, mais seguros e eficientes.
Esta ligação contribuiu para aumentar o tráfego
económico entre as duas margens e trouxe francos Veja-se o caso do transporte rodoviário, em que
benefícios ao desenvolvimento regional local. Desde a tecnologia inovadora pode auxiliar os condutores
a sua inauguração há mais de uma década, o tráfego a reduzir o consumo de combustível, encaminhá-los
ferroviário aumentou mais de 200%. para lugares de estacionamento disponíveis e evitar
engarrafamentos e colisões.
Outro: 0,8%
180 Total aviação civil: 12,4%
Total via aquática: 14,1%
160
Transportes
140 ferroviários: 0,6%
120
100 ANO
2010
80
60
40
1990
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
= 100
Transportes rodoviários: 72,1%
Total aviação civil Total via aquática
Transportes rodoviários Outro
Transporte ferroviário Total transportes
Os projetos financiados pela UE mostram já como Mas se a utilização em grande escala destes
é possível fazer a transição para uma mobilidade combustíveis e fontes de energia pode ser promovida
urbana sustentável; em especial, o programa Civitas, nas cidades através das grandes frotas de autocarros,
que promove iniciativas urbanas para a utilização de táxis e veículos ligeiros de mercadorias utilizados nas
veículos com baixos níveis de emissões, melhorou zonas urbanas, já os meios rurais não dispõem das
a segurança e reduziu o congestionamento. infraestruturas necessárias.
As cidades são microcosmos do que se poderá alcançar A estratégia da UE de promoção dos combustíveis
em maior escala, sobretudo com a implantação limpos nos transportes tenta dar resposta a este
alargada de combustíveis e fontes de energia problema e incentivar a sua adoção por parte dos
alternativos para reduzir a dependência do petróleo. mercados, que, até ao momento, tem sido travada
pelas infraestruturas deficientes de recarga e de
reabastecimento, o elevado preço dos veículos e a fraca
aceitação pelos consumidores.
10 C O M P R E E N D E R A S P O L Í T I C A S D A U N I Ã O E U R O P E I A
As redes ferroviárias da
Europa transportam cada vez
mais passageiros
e mercadorias.
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Percentagem/ano
27
25
23
21
19
17
15
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Nos anos seguintes ao Tratado de Roma, o transporte Em 1992, só 93 ligações aéreas na Europa eram
aéreo foi organizado com base na regulamentação da exploradas por mais de duas companhias; em 2011,
concorrência estabelecida pelas autoridades públicas eram 482. Graças à política da UE em matéria de
nacionais e não em função do mercado livre. Daqui transportes, quem viaja de avião tem hoje em dia uma
resultaram vários mercados fragmentados, monopólios escolha muito mais alargada do que há 20 anos e paga
nacionais e tarifas muito elevadas. Nessa altura, preços bastante inferiores.
o transporte aéreo era regulado por acordos bilaterais
entre Estados-Membros.
© União Europeia
A política de transportes
da UE abriu novas
oportunidades de viagem
aos passageiros dos
transportes aéreos.
12 C O M P R E E N D E R A S P O L Í T I C A S D A U N I Ã O E U R O P E I A
O terceiro pacote, talvez o mais importante, instituiu Tem por objetivo modernizar o sistema europeu de
o princípio da inteira liberdade de prestação de controlo do tráfego aéreo, implementar o céu único
serviços no Mercado Único e substituiu o conceito de europeu e finalizar a construção do Espaço de Aviação
«companhias nacionais» pelo de transportadoras aéreas Comum Europeu.
europeias concorrentes entre si.
Todavia, a Europa está ainda longe de realizar as metas
A medida seguinte procurou resolver o problema ambiciosas do céu único europeu e será necessário
do grave congestionamento do espaço aéreo e dos envidar muitos mais esforços para que se possa tirar
longos atrasos em muitos voos europeus, tendo em partido quanto antes dos benefícios de um espaço
conta a esperada duplicação da procura de viagens aéreo operacional genuinamente integrado.
aéreas até 2020 e as suas repercussões negativas na
capacidade dos aeroportos.
Proteção e segurança da aviação no ar
Em 2004, foi lançada uma iniciativa ambiciosa e em terra
de criação de um céu único europeu, destinada
a simplificar a gestão do tráfego aéreo através da Os terroristas da era moderna continuam a considerar
gestão coletiva do espaço aéreo. Esta iniciativa a aviação civil como um dos seus alvos preferenciais
pretende reduzir não só as pressões sobre o ambiente e são arrojados e criativos nos seus ataques. É por
como também as tarifas, dado que as operações este motivo que a política de segurança da UE se tem
num mercado tão fragmentado têm enormes custos de adaptar constantemente a novas ameaças
suplementares para as companhias aéreas. e novas tecnologias.
Um dos seus principais objetivos consiste em substituir Desde o atentado terrorista de 11 de setembro nos
as 28 estruturas nacionais de espaço aéreo por uma Estados Unidos, os ataques à aviação têm assumido
única que abranja toda a UE. Desta forma, aumentar- formas cada vez mais inovadoras: o homem do
-se-á a eficiência e poupar-se-á nos custos. sapato-bomba (2001), os candidatos a bombistas
que tentaram utilizar explosivos líquidos para destruir
O programa de investigação sobre a gestão do tráfego aviões (2006), a tentativa de abrir um buraco na
aéreo (SESAR), que tem por objetivo modernizar as fuselagem de um avião com explosivos escondidos na
infraestruturas e aumentar a eficiência otimizando roupa interior (2009) e a interceção de duas bombas
a capacidade, disponibilizará a tecnologia necessária caseiras transportadas como carga aérea (2010).
ao futuro céu único, permitindo, desta forma, que este
se torne uma realidade. Em 2009, surgiu um segundo A política da UE reagiu rapidamente a cada nova
pacote de medidas, designado Céu Único Europeu ameaça. Foram impostas restrições ao transporte de
II, centrado sobretudo no ambiente e na eficiência líquidos, aerossóis e géis pelos passageiros; entraram
de custos. em vigor novas regras sobre o uso de scâneres de
segurança nos aeroportos da UE; e, recentemente,
foram adotadas regras relativas às transportadoras
© Ingrid Friedl/Lufthansa
Graças às medidas de
segurança da aviação da UE,
a Europa tem uma das mais
elevadas taxas de segurança
do mundo.
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© União Europeia
As receitas geradas pelas
portagens são utilizadas
para melhorar a rede
rodoviária da Europa.
MORTALIDADE RODOVIÁRIA NA UE
Mortes/ano
80 000
70 000
60 000
50 000
40 000
30 000
20 000
10 000
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
O sucesso da abertura deste mercado à concorrência os documentos de matrícula dos veículos e as normas
em toda a UE reflete-se no crescimento do mínimas de formação de condutores.
comércio transfronteiras e da cabotagem, que dá às
transportadoras rodoviárias a possibilidade de prestarem Foram necessários muitos anos para que os Estados-
serviços de transporte interno no território de outros -Membros chegassem a acordo sobre as horas de
Estados-Membros. No entanto, a cabotagem representa trabalho no transporte rodoviário de mercadorias,
apenas uma pequena parte dos mercados internos de uma questão particularmente delicada atendendo às
transportes rodoviários e continua sujeita às limitações diferentes relações laborais e culturas de trabalho dos
impostas pela lei. países. Hoje em dia, a UE dispõe de regras comuns
aplicáveis aos tempos máximos de condução e aos
A abertura do mercado dos serviços de transporte de períodos mínimos de repouso de todos os condutores de
passageiros tem registado progressos mais lentos. Em transporte rodoviário de mercadorias e passageiros.
1992, os operadores europeus de autocarros foram
autorizados a realizar serviços de transporte internacional Como quase 75% do transporte terrestre de
de passageiros entre Estados-Membros. Hoje em dia, as mercadorias é efetuado por via rodoviária entre
transportadoras comerciais da UE podem transportar Estados-Membros, esta legislação faz com que seja
passageiros por autocarro na rede rodoviária da UE com mais fácil para os condutores planear as suas viagens
base numa licença europeia emitida pelo país onde na Europa e permite que as autoridades verifiquem
estão estabelecidas. os seus tempos de condução. Todos os novos veículos
pesados e autocarros são atualmente obrigados por lei
As portagens e taxas rodoviárias têm-se mantido, a dispor de um tacógrafo digital.
ao longo das décadas, como uma das questões mais
delicadas do setor do transporte rodoviário. A política da A segurança é parte integrante da política de
UE tem dois objetivos neste domínio. transportes rodoviários da UE. Ao longo dos anos, os
níveis de segurança melhoraram significativamente.
Em primeiro lugar, independentemente da sua natureza, Na última década, o número de vítimas mortais de
as tarifas não podem ser excessivas nem constituir um acidentes de viação diminuiu 43% e 2012 constituiu
meio de discriminação dos condutores estrangeiros em um marco para a segurança rodoviária na Europa, ao
relação aos condutores do Estado-Membro em causa. Em registar o valor de mortalidade rodoviária mais baixo
segundo lugar, devem ser coerentes com os princípios de sempre.
do «utilizador-pagador» e do «poluidor-pagador»
e contribuir para a manutenção e o desenvolvimento da No entanto, as taxas de acidentes ainda variam muito
infraestrutura de transportes. de Estado-Membro para Estado-Membro e, de modo
geral, as estradas europeias estão ainda longe de
Um ato legislativo fundamental neste contexto foi serem seguras. Embora os Estados-Membros da UE
a diretiva «eurovinheta», aprovada em 1999 para tenham feito claros progressos na redução do número
aplicar taxas aos veículos pesados de mercadorias pela de vítimas mortais em acidentes, o número de feridos
utilização de certas infraestruturas como autoestradas, continua a assumir proporções inaceitáveis e não tem
vias rápidas, pontes, túneis e passagens de montanha. diminuído ao mesmo ritmo. Os dados mostram que
A eurovinheta é um sistema comum de cobrança em 2010 houve 1,5 milhões de feridos, um quarto dos
eletrónica de portagens que permite que os veículos quais com gravidade. Em comparação, o número de
registados passem pelas portagens na Europa depois de mortes nas estradas da UE foi de 28 000 em 2012.
pagarem uma taxa única relativa ao seu peso e categoria.
Por cada pessoa morta na estrada, quatro ficam
Além disso, permite que em certas regiões sejam incapacitadas para o resto da vida, 10 sofrem
cobradas portagens adicionais, para combater danos ferimentos graves e 40 ferimentos ligeiros.
ambientais, incluindo a má qualidade do ar, ou para
realizar investimentos em modos de transporte mais O programa de ação de segurança rodoviária da
preservadores do ambiente, como os caminhos-de-ferro. Comissão tem por objetivo reduzir para metade
o número de mortes nas estradas da UE até 2020. Com
Desde o início dos anos noventa muitos foram os seus objetivos estratégicos, pretende, por exemplo,
os obstáculos ao mercado único que começaram melhorar as medidas de segurança aplicáveis aos
a ser eliminados através de uma sucessão de veículos pesados e aos automóveis, reforçar o controlo
regras destinadas a harmonizar normas técnicas da aplicação do código da estrada, dar mais atenção
e administrativas. Entre elas, contam-se as regras que aos motociclistas, promover as tecnologias modernas
fixam as dimensões e pesos máximos de determinados para aumentar a segurança rodoviária e melhorar os
veículos, o formato das cartas de condução, serviços de emergência e a pós-assistência aos feridos.
T R A N S P O R T E
15
© Comissão Europeia
Os portos marítimos da
Europa são um elemento
essencial da infraestrutura
de transportes da UE.
© Comissão Europeia
Turku Naantali Helsínquia Hamina Kotka
Oslo Talin
Örebro
Estocolmo
Ventspils
Gotemburgo Riga
Glasgow
Edimburgo
Klaipėda
Belfast Copenhaga Malmö
Trelleborg Vílnius
Gdynia/Gdansk Kaunas
Dublim
Manchester Rostock
Bremen Szczecin/Swinoujscie
Liverpool Birmingham Hamburgo
Amesterdão
Cork Felixstowe Utrecht Osnabrück MagdeburgBerlim Poznan
Roterdão
Londres Frankfurt/Oder Varsóvia
Zeebrugge Antuérpia Hanôver
Dover Düsseldorf
Southampton Calais Gent Colónia Dresden Wrocław
Lille Bruxelas Praga
Le Havre Liège Frankfurt Würzburg Ostrava Katowice
Luxemburgo Mannheim Nuremberg
Brno
Metz Estugarda Regensburg Žilina
Paris Passau
Viena Bratislava
Estrasburgo Munique Wels/Linz
Dijon Innsbruck Graz Budapeste Braşov
Basileia Klagenfurt Arad
Sulina
Udine Timisoara
Novara Bucareste
Lyon Verona Trieste Ljubljana Zagreb Constanţa
Bordéus Veneza Koper Rijeka Craiova
Turim Milão
Bilbau
Bolonha Ravena
Génova Burgas
Sófia
Vitória La Spezia Ancona
Valladolid
Perpignan Marselha Livorno
Porto Saragoça
Aveiro
Barcelona Roma
Bari Salónica
Madrid Tarragona
Lisboa
Nápoles Taranto
Valência Igoumenitsa
Sines Sevilha
Múrcia Gioia Tauro
Antequera/Bobadilla Palermo Atenas/Pireu Nicósia
Patras
Cartagena
Limassol
Algeciras
O financiamento dos transportes ao abrigo deste O Mecanismo Interligar a Europa foi igualmente
mecanismo inclui um montante significativo destinado concebido para mobilizar investimento privado que,
exclusivamente às regiões mais pobres da UE. Este na sua maioria, será utilizado nos projetos mais
montante assegurará uma melhor ligação entre as importantes para a conclusão da rede transeuropeia
regiões oriental e ocidental e a construção de ligações de transportes: os corredores principais
importantes no interior destes países e entre eles. e as secções transfronteiriças.
Desta forma contribuir-se-á para a conclusão da rede
transeuropeia de transportes e, em especial, da sua Entre outros métodos de financiamento dos transportes
rede central. europeus, recorre-se a parcerias público-privadas (PPP)
para proporcionar mais valor aos europeus que viajam.
18 C O M P R E E N D E R A S P O L Í T I C A S D A U N I Ã O E U R O P E I A
• Fomentar o investimento nos transportes, garantindo • Elaborar normas europeias comuns em matéria de
que os enquadramentos regulamentares nacionais e segurança dos transportes, para reforçar o papel e a
europeu são adequados e estão em vigor. influência da Europa no transporte internacional.
NA-04-14-871-PT-C
C O M P R E E N D E R A S P O L Í T I C A S D A U N I Ã O E U R O P E I A
Saiba mais
ISBN 978-92-79-42791-6
doi:10.2775/15111