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Livro Eletrônico

Aula 01 (Prof. Carlos Roberto)

Discursivas p/ PRF - Abordagem teórico-prática sobre produção


textual em provas discursivas.
Carlos Roberto
Carlos Roberto
Aula 01 (Prof. Carlos Roberto)

1 Apresentação ............................................................................................................... 4
1.1 Estrutura do Curso .................................................................................................................... 6
1.2 Dinâmica das Correções ........................................................................................................... 7
1.3 Cronograma .............................................................................................................................. 9
2 Dicas do Coach ........................................................................................................... 10
3 Introdução ................................................................................................................. 11
4 Elementos para elaborar um bom texto (qualidades essenciais) ................................ 13
4.1 Seja claro, objetivo e preciso .................................................................................................. 13
4.2 Coerência e Coesão ................................................................................................................ 15
4.3 Inicie a produção: coloque suas ideias no papel .................................................................... 19
4.4 Estimule a curiosidade do leitor/examinador ........................................................................ 20
4.5 Estimule as noções de tempo, espaço/segmento e local do leitor/examinador. .................. 21
4.6 Tenha informações interessantes sobre o tema .................................................................... 21
4.7 Mantenha a organização visual do texto ............................................................................... 22
5 Tipologia Textual ........................................................................................................ 23
6 Características Gerais do Texto Dissertativo ............................................................... 23
6.1 Dissertação expositiva ........................................................................................................ 24
6.2 Dissertação argumentativa .................................................................................................... 25
6.2.1 Argumentos ......................................................................................................................... 25
6.2.2 Tópico Frasal ........................................................................................................................ 27
6.2.3 Tese ...................................................................................................................................... 28
6.2.4 Tema .................................................................................................................................... 28
7 Estrutura do Texto Dissertativo ................................................................................. 30
7.1 Estrutura Formal do Texto Dissertativo ................................................................................. 30
7.2 Estrutura Conceitual do Texto Dissertativo ............................................................................ 34
8 Tipos de Introdução ................................................................................................... 39
8.1 Introdução Básica ou Simples................................................................................................. 39
8.2 Introdução Roteiro ................................................................................................................. 40
8.3 - Introdução Parafraseada ........................................................................................................ 41
9 Tipos de Desenvolvimento ......................................................................................... 42

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9.1 Desenvolvimento por Fundamentação (explicação) .............................................................. 42


9.2 Desenvolvimento por Causa/Consequência ........................................................................... 43
9.3 Desenvolvimento por Ordenação Cronológica (fundamentação histórica) .......................... 43
9.4 Desenvolvimento Confronto/Contra-argumentação ............................................................. 44
10 Fechamento/Conclusão ............................................................................................ 45
10.1 Fechamento Reforço/Retorno .............................................................................................. 45
10.2 Fechamento Avanço (proposta de solução) ......................................................................... 46
10.3 Fechamento Expansão ......................................................................................................... 46
11 Cuidados ao construir seu texto ............................................................................... 47
11.1 Tipo de Letra ......................................................................................................................... 47
11.2 Tamanho da letra ................................................................................................................. 48
11.3 Tamanho dos períodos ......................................................................................................... 48
11.4 Tamanho dos parágrafos ..................................................................................................... 50
11.5 Espaçamento ........................................................................................................................ 50
11.6 Divisão silábica (pré-requisito para a translineação) .......................................................... 51
11.7 Translineação ....................................................................................................................... 53
11.8 Rasuras ................................................................................................................................. 56
11.9 Vocabulário .......................................................................................................................... 57
11.10 Rascunho ............................................................................................................................ 57
11.11 Título ................................................................................................................................... 58
11.12 Siglas e abreviaturas .......................................................................................................... 59
11.13 Uso da impessoalidade....................................................................................................... 60
11.14 Linhas em branco ............................................................................................................... 61
11.15 Margem da folha de respostas .......................................................................................... 61
11.16 Marcação de Parágrafos .................................................................................................... 62
11.17 Citação de Dispositivos Legais............................................................................................ 62
11.18 Como Utilizar Números em Provas Discursivas .................................................................. 63
11.19 - Como Utilizar Abreviações em Provas Discursivas ............................................................. 64
11.20 Cuidado com o paralelismo ................................................................................................ 64
Paralelismo Sintático ....................................................................................................................... 64
Paralelismo Semântico .................................................................................................................... 65
Paralelismo Morfológico ................................................................................................................. 65

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Paralelismo Rítmico ......................................................................................................................... 65


11.21 Não seja redundante .......................................................................................................... 66
12 Roteiro Estratégico para Fazer Provas Discursivas .................................................... 67

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1 APRESENTAÇÃO
Olá, meu amigo. É um prazer tê-lo como aluno nesta etapa tão importante
da preparação. Empenhar-nos-emos ao máximo para que você se sinta à
vontade no dia da prova.
Salientamos que, para um bom aproveitamento deste curso, é importante
que você já esteja estudando com contumácia as disciplinas específicas,
pois isso lhe garantirá conhecimentos prévios para redigir bons textos.
Afinal, só escreve bem quem conhece o conteúdo!
Como todas as coisas boas na vida têm seu preço, tornar-se um servidor
público também tem o seu, e não é nada barato. Contudo, posso dizer-lhe
que vale muito a pena pagá-lo. Empenho, abdicação, estudo e, principalmente, muito treino farão
de você um forte candidato às vagas disponíveis no certame.
Ressaltamos a importância de treinar muito! Sinceramente, não existe
preparação eficaz para provas discursivas sem estabelecer uma rotina
intensa de produção de textos. Pode até ser eficiente1, mas não será
eficaz2! Ademais, para maior aproveitamento e celeridade do aprendizado, é imprescindível que
você submeta seus textos à correção de um profissional. Você terá a oportunidade de perceber os
erros cometidos e de corrigi-los de forma mais célere. A propósito, o bem mais precioso do aluno é
justamente este: o tempo!
Neste primeiro momento, digo que será importantíssimo que você encare os estudos para a prova
discursiva como algo prazeroso. Se iniciar este curso com a mentalidade de que redigir textos é
algo extremamente ruim, já começará derrotado. Nosso cérebro cria certos bloqueios quando
estudamos como se isso fosse um sofrimento. Faça deste momento uma oportunidade para
crescer intelectualmente e até moralmente. Afinal, pessoas belas são pessoas cultas, não é
verdade? Na Administração Pública, estamos rodeados de profissionais altamente capacitados, e
O
deve estar qualificado para se inserir nele.
Antes de começarmos, gostaria de me apresentar a você, haja vista que teremos uma boa e
intensa convivência nos próximos dias. A despeito de esta aula ser na forma escrita, tentarei
encurtar a distância entre nós e fazer com que você se sinta como se estivesse diante da minha
presença.
Meu nome é Carlos Roberto, formado em Ciências Contábeis e Atuariais pela
Universidade de Brasília UNB, pós-graduado em Controladoria
Governamental e, também, em Língua Portuguesa. Durante dez anos (2003-
2013), fui servidor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios
TJDFT e, atualmente, ocupo o cargo de Analista da carreira de Especialista do

1
Eficiência refere-se ao modo como determinada atividade é realizada. É o meio, não o fim.
2
Eficácia tem a ver com o resultado referente a uma atividade É o fim, não o meio.

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Banco Central do Brasil BCB. No Estratégia Concursos, sou Professor, Coach e Coordenador dos
cursos de discursivas e do serviço de recursos.
Falando em recursos3, saliento que essa também é uma fase muito importante do seu concurso.
Temos acompanhado os últimos certames e verificado que há a possibilidade real de mudanças
nas classificações após a publicação do resultado definitivo das provas discursivas (pós-recursos).
Mas isso é um assunto para outro momento.
Durante a minha fase de preparação para concursos públicos, pude perceber o quanto perdemos
tempo lendo diversos artigos e materiais que dão muitas voltas em vez de irmos direto ao ponto
naquilo que precisamos saber para fazer uma boa prova. Não que seja ruim lê-los, mas o tempo é
exíguo e devemos ser mais objetivos.
Procurarei trazer-lhe um compilado que fiz ao longo desses últimos anos, com assuntos e temas
que julgo serem importantes para o nosso aprendizado. Não formaremos escritor
este curso. Acredito que essa também não seja a sua intenção. Nosso objetivo será obter uma boa
pontuação na prova discursiva e, para isso, criei alguns atalhos que podem nos ajudar bastante.
Avançaremos gradativamente no conteúdo de acordo com uma sequência didática que
escolhemos para desenvolver nossas aulas. Essa é a primeira etapa para estudar uma matéria de
concurso: estabelecer a melhor ordem cronológica de estudos. Assim também será ao
produzirmos os primeiros textos: definir os pontos semânticos (falaremos mais adiante sobre eles)
de forma a preservar uma boa progressividade textual.
Responderemos a todos os questionamentos que surgirem ao longo das aulas o mais breve
possível por meio do nosso Fórum de Dúvidas. Não hesite em saná-las, pois elas podem aparecer
no dia da sua prova e você deverá estar preparado para isso.
Nossas aulas abordarão assuntos importantes sobre a nossa querida Língua Portuguesa e sobre os
assuntos atinentes à parte de conteúdo da qual, possivelmente, emanará o tema da sua prova.
Trata-se de um material que é resultado de muita pesquisa e análise ao longo da nossa trajetória
profissional. Há exposições teóricas consistentes, exemplos e, principalmente, sugestões de textos
para que você possa pôr em prática todo o aprendizado. Tudo foi meticulosamente pensado para
que você tenha em mãos um excelente material.
A você, que está lendo esta aula, desejamos um excelente curso e esperamos, sinceramente, que
ele seja um dos instrumentos que o ajudará a alcançar o cargo público.
Colocamo-nos à sua disposição neste desafio! Vamos lá!

3
Caso queira maiores informações sobre o serviço de recursos do Estratégia Concursos, disponibilizamos um e-mail para auxiliá-
los: recursos@estrategiaconcursos.com.br

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1.1 ESTRUTURA DO CURSO

No Estratégia Concursos, oferecemos o curso totalmente focado no seu edital. O grande


diferencial é que trabalharemos algumas rodadas de temas, com assuntos prováveis de serem
cobrados na sua prova, sobre os quais você terá a oportunidade de produzir seus textos e de
submetê-los à avaliação dos nossos professores (três correções por aluno).
Para uma preparação de excelência em provas discursivas, acreditamos que esta seja a melhor
metodologia, a tríade perfeita para a nota máxima:

Obs.: caso você tenha adquirido o pacote completo, esta aula foi-lhe disponibilizada
com o intuito de apresentar nosso curso e de fornecer parte da base teórica necessária
para provas discursivas. Entretanto, apenas no curso COM CORREÇÃO você terá acesso
a todas as etapas do processo de aprendizado.

É importante, desde logo, deixar claro que nosso curso não se destina ao estudo teórico completo
da parte de conteúdo, mas ao seu desenvolvimento e aprimoramento em discursivas, bem como
ao trato de assuntos centrais que poderão ser objeto de prova. Desse modo, trataremos apenas de
alguns assuntos específicos voltados para a produção de textos dos temas que abordaremos no
curso, ok?
Os temas servirão para que você possa praticar ao máximo os conceitos aprendidos com as aulas,
tais como as estruturas de textos cobrados em concursos públicos, os aspectos formais e a
aplicação do conteúdo demandado nas questões. Após cada um deles, daremos ainda uma
introdução rápida à matéria cobrada por meio das abordagens teóricas, que você poderá
acompanhar imediatamente, caso julgue que precise desse conteúdo para conseguir escrever os

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temas, ou ainda postergar essa leitura para um momento posterior à confecção dos textos, a fim
de simular ao máximo uma situação real de prova!
Apresentaremos, ainda, propostas de solução para cada um dos temas, de forma que você possa
conferir um exemplo de redação escrita segundo os aspectos formais, gramaticais e de conteúdo
esperados pelo examinador!
Faremos ainda a correção individual e pessoal de 3 redações para os alunos que estão
participando do curso COM CORREÇÃO, oportunidade em que traremos uma sugestão de
avaliação, conforme critérios definidos pela banca. É uma oportunidade única não apenas de ter
sua redação corrigida, mas de ter ainda acesso a um exemplo de redação feito por quem entende
do assunto, permitindo que você perceba pontos de melhoria e ganhe ainda mais confiança e
experiência com textos discursivos.
Assim, nosso curso adotará a premissa prevista em edital. As aulas serão estruturadas do seguinte
modo:
Em relação aos ASPECTOS DE CONTEÚDO, além
das propostas, traremos algumas orientações em
relação a assuntos importantes do conteúdo da
matéria e que podem ser alvo de questões no dia
da prova.
Quanto aos ASPECTOS DE LINGUAGEM, não temos
como objetivo ministrar um curso completo de
gramática. Para isso, o professor de Língua Portuguesa já fez um excelente trabalho e nós temos
certeza que você, como bom aluno, já dominou todas as regras gramaticais, não é verdade?
Contudo, abordaremos, ao longo das aulas, aquelas regrinhas que julgamos serem fundamentais
para produzirmos boas peças dissertativas, sejam elas expositivas ou argumentativas. Será uma
espécie de revisão, com diversos exemplos, para que seu conhecimento esteja cada vez mais sólido
e, principalmente, para que você se sinta seguro quanto às construções morfossintáticas4
produzidas em seus próprios textos.

1.2 DINÂMICA DAS CORREÇÕES

Se você optar por fazer nosso curso COM CORREÇÃO, trago-lhe algumas orientações neste tópico.
De posse do material, cada aluno terá o direito de responder as propostas enviadas pelos
professores e encaminhá-las, por meio da área do aluno, de forma digitalizada.

4
Morfossintaxe: a junção da Morfologia, a qual estuda as palavras de acordo com sua classe gramatical, e a Sintaxe, em
que o estudo se centra na posição desempenhada pelas palavras em meio ao contexto linguístico.

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Apesar de fornecermos apenas 3 (três) correções por aluno, apresentaremos diversos


temas para que você tenha uma quantidade suficiente de material para se preparar.
Entretanto, sugerimos que nos envie os três primeiros textos que serão produzidos para
correção. Assim, você terá sanado suas dúvidas e corrigido alguns vícios logo no início
do treinamento .

A correção de conteúdo e a correção dos aspectos de linguagem basear-se-ão no texto


manuscrito digitalizado, haja vista que precisamos analisar itens importantes, tais como: caligrafia,
apresentação textual, translineação, respeito às margens, linhas etc. Você pode nos encaminhar
um ARQUIVO ÚNICO (em pdf) ou colar as imagens digitalizadas dentro de um documento em
Word.
As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio da área destinada ao
curso no site do Estratégia Concursos.
A seguir, apresentamos um exemplo de digitalização da Folha de Texto Definitivo que fornecemos
no curso. É assim que você deverá nos enviar:

O prazo para devolução das redações corrigidas é de 7 (sete) dias corridos, a contar da data do
registro do envio na área do aluno. Ademais, a data limite (prazo final para envio dos textos) para
envio dos textos correponde ao DÉCIMO DIA que antecede sua prova (Ex: se a prova for no dia 30,
a data limite será o dia 20).

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1.3 CRONOGRAMA

Neste momento, faz-se necessário traçar nossos objetivos, escolher o


melhor caminho a ser seguido para aperfeiçoar nosso aprendizado, bem
como definir datas para avaliar as metas atingidas. Um bom
planejamento estratégico é a base para qualquer projeto de sucesso.
Sendo assim, apresentamos-lhe, a seguir, o cronograma das nossas aulas:

Aula Conteúdo Data


Análise do edital; características da banca
Aula demonstrativa examinadora; mudança de hábito; a importância 05/08/2018
da escrita manuscrita.
Abordagem teórico-prática sobre produção textual
Aula 1* 12/08/2018
em provas discursivas.
Aspectos microestruturais (linguística aplicada a
Aula 2 19/08/2018
provas discursivas).
1ª rodada de temas; explanação teórica sobre o
Aula 3 26/08/2018
conteúdo cobrado.
Apresentação dos padrões de respostas da 1ª
Aula 4 rodada de temas; 2ª rodada de temas; 02/09/2018
explanação teórica sobre o conteúdo cobrado.
Apresentação dos padrões de respostas da 2ª
Aula 5 rodada de temas; 3ª rodada de temas; 09/09/2018
explanação teórica sobre o conteúdo cobrado.
Apresentação dos padrões de respostas da 3ª
Aula 6 rodada de temas; 4ª rodada de temas; 16/09/2018
explanação teórica sobre o conteúdo cobrado.
Apresentação dos padrões de respostas da 4ª
Aula 7 23/09/2018
rodada de temas.
Videoaula - comentários gerais sobre os textos
Aula 8 30/09/2018
apresentados.

*A aula 1 do curso completo refere-se a esta aula que está incluída no pacote.
Nas aulas 3, 4, 5 e 6, você receberá propostas de redação. É importante praticar todos, já que a
oferta de vários temas é outro diferencial deste curso! Entre todas as propostas apresentadas,
escolha as três que serão submetidas à correção dos professores. É importante que os textos
sejam produzidos e enviados para correção antes da aula seguinte, quando comentaremos as
propostas e apresentaremos modelos de respostas. As redações serão corrigidas de forma
personalizada (seja na parte do conteúdo teórico, seja na parte relativa à linguagem). Após a
correção, aplicaremos os critérios de pontuação e lançaremos uma sugestão de nota. Ademais,
traremos pontualmente orientações pessoais quanto à escrita e quanto ao conteúdo, quando
necessário.

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Perceba que é um esquema dinâmico. Por isso, organize-se para cumprir todas as etapas e fazer
um excelente curso. Mãos à obra!

2 DICAS DO COACH
Assumindo rapidamente minha função de Coach, compartilharei com você quatro pontos que são
extremamente importantes para quem vai encarar provas discursivas de concursos públicos:
1) Faça um bom planejamento de estudos, com datas definidas para a produção dos textos, e,
principalmente, cumpra-o! Essa constância na produção levará você ao patamar almejado;
2) Tenha um local apropriado para produzir seus textos. É muito importante separar um lugar
estratégico, livre de distrações, para que você obtenha melhores rendimentos;
3) Ao estudar a parte teórica, certamente você irá se deparar com diversos assuntos que podem
ser temas de provas discursivas. Quando tiver alguma ideia de tema, anote-o para praticá-lo
posteriormente. Assim, você fará um banco de dados de questões inéditas e possíveis de
aparecerem na sua prova;
4) Revise os textos produzidos por você constantemente. Você perceberá sua evolução (falhas
cometidas e superadas) e recordará os principais aspectos dos conteúdos que foram abordados.
Novamente, ressalto a importância de submeter seus textos à correção de um profissional.
P “ -
Aluno Estratégico para encarar as provas discursivas.

Lembre-se de que sua classificação no resultado final do concurso é impactada diretamente pela
pontuação obtida na prova discursiva. Isso acontece, pois os candidatos bem preparados
costumam obter notas muito próximas nas provas objetivas, o que normalmente não acontece nas
provas discursivas. Ademais, as notas obtidas nas provas discursivas são responsáveis por fazerem
alguns candidatos melhorarem ou piorarem significativamente suas classificações.

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Portanto, podemos lhe dizer, com toda propriedade de quem acompanha concursos públicos de
forma intensa e há muitos anos, que essa fase é extremamente importante, e você deve estar
preparado para isso! Já presenciamos, diversas vezes,
candidatos modificando substancialmente suas classificações
após a nota da prova discursiva. Por outro lado, pudemos
acompanhar, também, o dissabor de candidatos com notas
altíssimas na prova objetiva que, após as discursivas, ficaram
fora das vagas por terem sido inertes nesse quesito. Você não
quer nadar, nadar e morrer na praia, certo?
Mostraremos a você, ao longo do nosso curso, que tudo é
questão de disciplina e treino. Se você estiver focado no seu
objetivo, seguir nossas orientações, tiver disciplina para treinar
muito, certamente colherá bons resultados e obterá a tão
sonhada aprovação. Uma frase que sempre digo aos nossos alunos é:
“Querer é poder, mas lutar é preciso!”.

3 INTRODUÇÃO
Em algum momento de sua vida, você deve ter sentido dificuldade em expressar suas ideias no
papel. Não se sinta mal ou menos capaz se sua mensagem escrita não foi compreendida até hoje
por professores ou examinadores.
Esqueça-se de concursos públicos por um instante. Pense apenas no cérebro humano como um
órgão que busca a conexão entre aquilo que conhece, sente e pensa e a forma de expressar o que
se sabe aos demais seres. A sua vontade de transmitir ideias pela escrita coincide com a da maioria
das pessoas, pois somos seres essencialmente comunicativos e escrever, sem dúvida, é uma forma
de comunicação extremamente importante. Atualmente, eu diria que escrever bem é um fator de
inclusão social e de destaque profissional, principalmente dentro de órgãos públicos.
Se é algo tão importante, por que parece um grande desafio elaborar um bom texto? A resposta é
simples: escrever bem é realmente desafiador! Mas não há motivo para pânico, caso você ainda
não tenha desenvolvido intimidade com o dom de organizar ideias em palavras. Existem técnicas
que podem tornar a escrita de bons textos algo possível para você também.
A ideia deste material é transmitir-lhe, de forma geral, algumas características essenciais da
escrita voltada para a produção de textos em provas discursivas de concursos públicos.
Os editais de concursos detalham o conteúdo programático das provas, norteando os candidatos
em seus estudos. Todavia, nem sempre abordam com clareza o conteúdo ou os quesitos avaliados
na correção de provas discursivas, sendo enorme fonte de apreensão àqueles que pleiteiam uma
vaga no serviço público. Pensando nisso, este material pretende proporcionar ao aluno maneiras
de melhorar o texto e conseguir mais chances de ser aprovado em concurso público.

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Porém, meu amigo, precisamos ser sinceros: existem técnicas, mas não há fórmula mágica!
Escrever bem exige esforço mental e físico, é um trabalho constante e demanda muita leitura.
Textos precisam ser lapidados como pedras preciosas até que fiquem corretos, claros e objetivos.
Qualquer pessoa que queira escrever melhor deve começar a ler e passar para o papel o que
entendeu de cada parágrafo. O ideal, também, é pedir que alguém corrija seus textos para
eliminar os erros.
Este material serve como um guia que se destina à apresentação de estruturas, elementos
gramaticais e principais dificuldades encontradas por aqueles que desejam melhorar a qualidade
de suas dissertações.
O trabalho é árduo! Adiantar-lhes-ei o seguinte: estudando este curso e exercitando a escrita com
dedicação e perseverança, você estará apto a elaborar excelentes textos dissertativos.
Com o domínio de determinados tópicos da gramática, essenciais a uma redação de qualidade,
você conhecerá as regras de produção de textos para concursos públicos, que vão desde as
técnicas de redação de um parágrafo de introdução, passando pela produção dos parágrafos de
desenvolvimento, segmento mais importante da sua dissertação, chegando à confecção de um
parágrafo claro, coeso e objetivo de fechamento/conclusão.
Independentemente da sua área de formação (exatas, humanas, biomédicas, etc.), a facilidade em
escrever uma dissertação virá com o treino. E para ficar mais à vontade com a caneta e o papel,
tenha em mente, antes de qualquer outra coisa, que o texto dissertativo demanda que você tenha
três atitudes fundamentais:

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4 ELEMENTOS PARA ELABORAR UM BOM TEXTO (QUALIDADES ESSENCIAIS)

4.1 SEJA CLARO, OBJETIVO E PRECISO

Algumas habilidades são necessárias para a produção de bons textos, e você deverá adquiri-las ao
longo da fase de preparação. Dentre elas, destacamos duas que julgamos serem as mais
relevantes:

Entre as qualidades que qualquer texto deve possuir, estão a clareza, a precisão/concisão e a
correção, às quais se reduzem, de certo modo, todas as demais.
A importância da clareza decorre da própria finalidade maior da linguagem: propiciar ao homem a
comunicação de seus pensamentos.

A precisão/concisão é a qualidade que nos ensina a prezar a economia verbal, sem prejuízo da
mais completa e perfeita eficácia da comunicação do pensamento. Ela contribui muito para a
clareza. Porém, se nos preocupamos exageradamente com ela, corremos o risco de beirar o
laconismo que conduz à obscuridade e à imprecisão.
Dentro da diversidade de usos atinentes a toda língua diversidade decorrente de fatores
individuais, sociais, temporais ou geográficos , não pode deixar de haver um padrão de
linguagem que sirva de instrumento geral de comunicação: a norma culta, com
sua correção gramatical.
Faça um texto sem rodeios, que atinja seus objetivos com clareza. A dissertação geralmente deve
ser feita em cerca de 30 linhas. Entretanto, mesmo quando a banca fornece mais linhas para
produzir o texto, o número de aspectos a serem abordados também é maior e, de qualquer forma,

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a concisão deve ser exercitada. Portanto, considere que você deve condensar suas ideias, de modo
conciso, coeso, objetivo e claro, em um curto espaço físico.
Reafirmo o contido no item anterior. É imprescindível que você tenha domínio sobre o tema:

Conhecer o tema é peça-chave para um texto claro!

Sem conhecimento sobre o tema, você terá sérias dificuldades para fugir dos temidos chavões e do
senso comum, que detonam a qualidade de qualquer texto.
O uso correto da pontuação é fundamental para atingir a clareza textual. Preste atenção aos sinais
de pontuação, cuja função é organizar ideias e conferir sentido à mensagem do texto. Todavia,
evite abreviaturas e siglas: elas podem dificultar a compreensão da mensagem. Por isso, quando
possível, evite-as. Se for usá-las, esteja atento às regras oficiais.
Seja objetivo, demonstrando priorizar as construções sintáticas coesas e concisas. Observe que
frases longas, quando não atrapalham a compreensão de um texto, deixam-no enfadonho.
Portanto, use frases curtas!
Utilize preferencialmente a ordem direta, privilegiando a seguinte construção sintática:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO
Tenha em mente que a objetividade é fundamental para a clareza do texto. Por isso, fique atento e
não repita ideias e argumentos.
Outro ponto muito observado em textos dissertativos é o uso de palavras cujos significados a
pessoa desconhece, com o intuito de impressionar o leitor. Isso pode ocasionar um resultado
catastrófico no sentido de uma frase.
Não confunda a utilização da linguagem formal com o uso de um vocabulário rebuscado. Escreva
de forma simples, tendo em mente a necessidade de adequar seu texto à capacidade intelectual
do leitor e à intenção do texto. Esqueça de vez os coloquialismos, as gírias e as frases feitas.
Enquanto as palavras complicadas por vezes depreciam o texto, pois o leitor pode perder a linha
de raciocínio, as frases muito extensas também devem ser evitadas, por atrapalharem a coerência
textual.

Alterar a posição do adjetivo não é considerado um erro. Todavia, deve ser uma opção
bem avaliada para não confundir o leitor. Então, lembre-se de analisar também a
colocação do adjetivo. Por exemplo: homem pobre é diferente de pobre homem, uma
vez que, antes do substantivo, o adjetivo enfatiza-o. Portanto, se não for a sua intenção,
utilize o adjetivo após o substantivo.

M
P -se que os melhores textos, aqueles que realmente
despertam o interesse do examinador, são os que prezam pela clareza, pela simplicidade na escrita
e, sem dúvidas, pela eficácia argumentativa.

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4.2 COERÊNCIA E COESÃO

Além desses aspectos, precisamos destacar a importância da Coerência Textual. Quando se produz
um texto com vistas a determinado objetivo, faz-se de modo que o conteúdo nele expresso faça
algum sentido. Fazer sentido, em outras palavras, é ser coerente! Este é um critério essencial para
que a compreensão seja estabelecida.
Há alguns tipos de coerência, dentre as quais destaco as seguintes: coerência sintática, coerência
semântica e coerência temática.
 A coerência sintática é aquela que prima pelo uso correto das estruturas linguísticas, ou
seja, da combinação das escolhas lexicais com os recursos de coesão (pronomes, conectores
etc.);
 A coerência semântica preocupa-se com a relação de sentido entre as expressões num
determinado texto;
 Outro tipo de coerência que deve ser considerado é a coerência temática. Quando se
escreve acerca de determinado tema, espera-se que o interlocutor condicione sua resposta
ao que está sendo perguntado ou abordado. O não atendimento a essa coerência é erro
gravíssimo em concursos públicos e pode atribuir nota zero à redação por Fuga ao Tema.
O emprego inadequado de qualquer tipo de coerência compromete o outro, já que existe uma
relação direta entre eles. Se você peca na coerência sintática, escolhendo de forma errônea os
conectivos que ligam os períodos, provavelmente estará danificando a coerência semântica, pois
haverá comprometimento do sentido. Assim, é necessário conhecer e fazer o uso adequado de
todos os tipos para que o produto final seja coerente. Trabalharemos bastante alguns aspectos
gramaticais para que você se sinta seguro nas construções textuais.
A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de um texto.
Se bem utilizada, permite a eficiência na transmissão da mensagem ao interlocutor e, por
consequência, o entendimento.
Coesão é algo fundamental para que você consiga fazer uma dissertação com qualidade. Enquanto
a unidade seleciona ideias, centrais e secundárias, escolhendo as mais importantes, a coerência
organiza a sequencia das ideias, de modo que o leitor perceba como são importantes para o
desenvolvimento dos parágrafos.
Quando falamos em coesão, estamos falando sobre uma ligação harmoniosa que deve haver entre
os parágrafos, criando uma relação de significância entre eles. Já a coerência refere-se à lógica
interna do texto.
Coerência é também sinônimo de organização. A coesão é a afinidade, por assim dizer, entre ideias
e palavras.
Dentro do texto, a coesão pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios,
pronomes, o emprego de conectivos, sinônimos, dentre outros. Para ser melhor empregada, a
coesão necessita de recursos, como palavras e expressões que têm como objetivo estabelecer a
interligação entre os segmentos do texto. Esses recursos são chamados de elementos de coesão
textual.

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Vejamos os tipos de coesão textual:


 Coesão por Referência: os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que
proporcionam a unidade do texto.

O jogador foi à Rússia. Na Rússia, o jogador recebeu vários prêmios.


Note que o texto é repetitivo e sem coesão. Observe a atuação do advérbio e do pronome no
processo de e elaboração do texto.
O jogador foi à Rússia. Lá, ele foi premiado.
V O L -se a Rússia e jogador,
que foram usados a fim de tornar o texto coeso.
 Coesão por Elipse: acontece quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.

O jogador foi à Rússia. Lá, o jogador foi premiado.


O jogador foi à Rússia. Lá, foi homenageado.
Observe que, neste caso, omitiu-se a expressão está subentendida no contexto.
 Coesão Lexical: ocorre quando são utilizadas palavras ou expressões sinônimas de algum termo
subsequente.

O jogador foi à Rússia. No país sede da Copa do Mundo de 2018, foi


homenageado por torcedores e pela imprensa local.
V R país sede da Copa do Mundo de 2018
e dar um efeito mais significativo ao texto.
 Coesão por Substituição: é utilizada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma
expressão com significado equivalente.
O jogador reclamou da arbitragem. O técnico, indignado, também o fez.
á
 Coesão por Oposição: a coesão por oposição ocorre quando se utilizam alguns termos com valor
de negação ou oposição (mas, contudo, todavia, porém, entretanto, contudo) para tornar o texto
compreensível.
Fomos à Rússia, todavia não vimos o Brasil ganhar a Copa do Mundo.
 Coesão por Concessão ou Contradição: ocorre quando utilizamos termos que expressam
concessão ou contradição (embora, ainda que, se bem que, apesar de, conquanto, mesmo que) a
fim de conferir sentido ao período. Observe que, ao contrário da oposição, aqui não há negação
explícita.
Embora o Brasil tenha perdido a Copa do Mundo, gostamos de conhecer a
Rússia.

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 Coesão por Causa: ocorre quando empregamos as expressões: porque, pois, como, já que, visto
que, uma vez que.
Gostamos de conhecer a Rússia, porque o país estava bem organizado para a
Copa do Mundo.
 Coesão por Condição: ocorre quando há evidência de alguma condição para que determinada
situação se concretize:
Caso estivesse na Rússia no dia da abertura da Copa, provavelmente teria
levado a bandeira do Brasil.
 Coesão por Finalidade: exprime-se a intenção final/intuito acerca de determinada ação.
Estávamos na Rússia com o objetivo de ficar até o encerramento da Copa.
Para ajudá-lo neste momento, preparamos a tabela a seguir com diversos elementos de coesão
textual que poderão ser empregados nos textos que vocês irão produzir. Percebam que são muitos
e não vale a pena decorar cada um deles. O intuito é que sirva como fonte de consulta e, após

Relação de Sentido Elementos de Coesão Textual


Em primeiro lugar, acima de tudo, precipuamente, principalmente,
Prioridade; relevância.
primordialmente, sobretudo.

Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio,


Tempo (Frequência; pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida,
afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente,
duração; ordem;
constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente,
sucessão; anterioridade; sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse
posteridade). ínterim, nesse meio tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo
que, sempre que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas.

Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo,


similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira
Semelhança; comparação;
idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o
conformidade. mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem
como, corno se.

Se, caso, eventualmente, desde que, contanto que, a não ser que, salvo se,
Condição, hipótese. como, conforme, segundo, de acordo com, em conformidade com,
consoante, para, em consonância.

Alternância. O

Explicação. Pois, porque, por, porquanto, uma vez que, visto que, já que, em virtude

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de.

Conquanto, embora, posto que, não obstante, malgrado, ainda que,


Concessão. mesmo que, apesar de que, apesar de haver, a despeito de haver, em que
pese (a).

Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, consequentemente,


então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o
exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto,
Conclusão.
assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do
verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta
forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.

Inclusão. Também, inclusive, igualmente, até (inclusive).

á
==f260a==

, igualmente, até, bem


somente ...mas também, além de, com
Adição; continuação. efeito, por outro lado, ainda, realmente, ora, acrescentando-se que,
acrescente-se que, saliente-se ainda que, paralelamente, além disso,

mo.

Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é


Dúvida.
certo, se é que.

Certeza; ênfase; De certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,


afirmação. sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Inesperadamente, inopinadamente, de súbito, imprevistamente


Surpresa; imprevisto.
surpreendentemente.

Ilustração;
Por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber.
esclarecimento.

Com o fim de, a fim de, com o propósito de, com o intuito de, visar, ter em
Propósito; intenção;
vista, objetivar, ter por objetivo, pretender, tencionar, cogitar, tratar, servir
finalidade. para, prestar-se para.

Lugar; proximidade;
Perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, além.
distância.

Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma,


Resumo; recapitulação;
dessa maneira, por isso, assim sendo, por conseguinte, consequentemente,
conclusão.
então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso.

Causa, consequência; Assim, de fato, com efeito, que, já que, uma vez que, visto que, por
explicação. conseguinte, logo, pois (posposto ao verbo), então, consequentemente, em

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vista disso, diante disso, em vista do que, de (tal) sorte que, de (tal) modo

de, consequentemente, com isso, que, porque, pois, como, por causa de, já
que, uma vez que, porquanto; na medida em que, visto que.

Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo,


todavia, entretanto, embora, apesar, ainda que, mesmo que, posto que,
Contraste; oposição, conquanto que, se bem que, por mais que, por menos que, porém,
restrição; ressalva. contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão, opor-se,
contrariar, negar, impedir, surgir em oposição, surgir em contraposição,
apresentar em oposição, ser contrário.

4.3 INICIE A PRODUÇÃO: COLOQUE SUAS IDEIAS NO PAPEL

Para sair da inércia, a solução é começar a escrever. Escreva ideias, frases e parágrafos, até que
surja um texto completo.

Quais são as suas principais dificuldades para colocar ideias no papel?

Vários alunos têm como empecilho a insegurança. Digo que a solução é armazenar bagagem
cultural, ter informações confiáveis e muita leitura sobre o que se pretende escrever. Solução: ter
domínio sobre o assunto é ótimo antídoto para os inseguros de plantão.
Para outros, o problema é a falta de tempo. Geralmente, o problema não é a falta, visto que o dia
possui o mesmo número de horas para todos os seres humanos. O problema é o mau
gerenciamento do tempo. Solução: separe um tempo do seu dia só para escrever! Simples assim.
Se você almeja progressos, não postergue o inevitável: escrever demanda tempo. Alguns terão
horas por dia, outros menos de uma hora. O importante é criar uma rotina, um hábito. Cumpra
seus compromissos. Obedeça às suas próprias regras.
Troque hábitos que tomam tempo, como navegar em redes sociais ou mandar mensagens aos
amigos pelo celular pela escrita manuscrita, diariamente. Não há uma maneira única de escrever,
um número específico de horas para que passe a escrever bem. Cada um pode fazê-lo da forma e
na hora que lhe convir, desde que tenha disciplina com aquilo que se comprometer a fazer.
O empecilho mais difícil, a meu ver, é a falta de vontade. Aqui estão os que não querem ler nem
manter a escrita como um hábito. Pretendem pescar fórmulas mágicas e aprender o básico para
passar em alguma prova, sem muito esforço. Solução: comece a escrever! Tome uma atitude
definitiva. Entenda que a competitividade nos concursos exige que você faça o seu melhor. Caso o
seu melhor seja algo medíocre, as chances de obter sucesso serão medíocres também. Muitas
vezes a vontade vem da necessidade. A necessidade cria a disciplina. A disciplina faz você perceber
que há tempo para fazer o que priorizamos na vida.

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4.4 ESTIMULE A CURIOSIDADE DO LEITOR/EXAMINADOR

Vamos falar um pouco mais sobre a importância de se estimular a curiosidade do


leitor/examinador. Certamente, este é um dos grandes desafios para quem escreve, especialmente
se você precisa escrever uma dissertação para uma banca examinadora de um concurso, que se
depara com os mesmos chavões e os mesmos lugares-comuns nos textos que lê.
Porém, para estimular a curiosidade do examinador, não é preciso apresentar ideias
espalhafatosas e teorias inéditas. Estimule a curiosidade do leitor fugindo de ideias rasas, sem
maior problematização e análise.
Na introdução, apresente de forma clara o tema e seu ponto de vista. Isso deixará o leitor ciente
do que o texto trata. Quando chegar ao desenvolvimento, é hora de surpreender e fisgar o
examinador. Mas como fazer isso? Como fugir da mera reprodução de argumentos?
Meu amigo, mantenha-se bem informado! Saia da zona de conforto e busque conhecimento em
fontes diversas antes de formar sua própria convicção sobre o tema.
Algo muito visto em textos de candidatos é a utilização de chavões como necessário que a
população tenha consciência ou a conscientização da população é importante... Não
interessa se o tema é educação infantil ou a saúde pública. Tanta denota ideias
comuns, sem qualquer profundidade.
Ao contrário, quando o examinador se depara com um texto que demonstra o conhecimento do
emissor sobre o assunto, o que ocorre? Sem dúvidas, uma leitura com maior interesse, valorização
dos argumentos desenvolvidos e, por fim, uma majoração na nota de seu texto.
A fim de melhorar a qualidade dos textos que você produz, anote a melhor técnica para estimular
a curiosidade do leitor: LEIA MAIS!
Somente muita leitura de qualidade e informações adequadas serão capazes de fazer seu texto
melhorar e destacar-se no universo dos que apresentam falta de base e argumentação.

SAIA DO SENSO COMUM! NÃO UTILIZE:

“A violência é um problema no Brasil.”

“A sociedade precisa se mobilizar.”

“Todo político é corrupto.”

“O povo deveria dar exemplo.”

Não fique restrito aos exemplos citados nem espere milagres ou dicas fúteis que prometam
facilitar sua vida. Leia muito e lembre-se de que essa tarefa não pode ser delegada a ninguém.

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4.5 ESTIMULE AS NOÇÕES DE TEMPO, ESPAÇO/SEGMENTO E LOCAL DO LEITOR/EXAMINADOR.

Explore os sentidos do seu leitor, estimulando noções visuais, de espaço e de tempo.


Para instigar a noção visual, delimite o espaço/segmento, capriche na imaginação de cenários,
expressões visuais e adjetivos.
Exemplo: Determinados grupos ou setores da sociedade brasileira hoje são
abastecidos por informações fraudulentas, mas capazes de fornecer ao sujeito
que as consome uma visão coerente do mundo – mesmo que essa visão esteja
em flagrante contradição com os dados da realidade. Esses grupos também
praticam o exercício da mentira como categoria política e isso consiste em
negar, reescrever e alterar fatos, até mesmo diante dos próprios olhos
daqueles que testemunharam os fatos. Isso é preocupante no Brasil de hoje.”5

Delimite o período ao qual seu texto se refere.


Exemplo: Entre 2015 e 2017, uma mudança vertiginosa sucedeu, a qualidade
da nossa democracia foi posta em dúvida, os procedimentos democráticos
entraram em crise, as instituições estão sendo minadas e funcionando mal, a
democracia está em desamparo.”6

Defina o lugar mencionado no texto.


Exemplo: “Também é estarrecedor – e chocante – saber que, no Brasil, num
tempo que não está distante de nós, o presidente da República tinha poder de
decidir sobre a vida e a morte de seus prisioneiros políticos.” 7

4.6 TENHA INFORMAÇÕES INTERESSANTES SOBRE O TEMA

Por meio da utilização de argumentos relevantes e dados interessantes, busque estimular a


curiosidade do examinador. Isso exige leitura, estudo sobre o tema a ser desenvolvido. Lembre-se:
por intermédio da leitura, você terá o conhecimento necessário para deixar seu texto atrativo.
Mas não limite seu potencial! Não basta ler. É necessário internalizar as palavras, fazer com que
elas passem a ser parte de você, daquilo que acredita e do que será capaz de transmitir em seu
texto.

5
Disponível em <http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/a-sede-dos-poroes-da-ditadura-era-o-planalto-diz-
historiadora/>. Acesso em 17 de maio de 2018.
6
Idem.
7
Ib idem.

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Vencedor de um Pulitzer e um dos mais conceituados escritores do mundo, o romancista norte-


americano Philip Roth dizia que sua estratégia de escrita de décadas consistia em escrever do
começo ao fim, ampliando o rascunho, raramente acrescentando algo no meio.
Quando sentia não conseguir mais escrever, o manuscrito era lido por um grupo seleto de leitores,
que faziam críticas ao texto.
Roth definiu, em entrevista de 1984 à Paris Review, o ato de começar a escrever um livro como
desagradável.
“Sinto-me completamente inseguro com relação ao personagem e seu dilema, e o personagem e
seu dilema é o que tenho para começar. Pior do que não saber seu tema é não saber como
tratá-lo, porque isso definitivamente é tudo.”
“Frequentemente tenho que escrever uma centena de páginas ou mais até que haja um parágrafo
que esteja vivo. Ok, eu digo para mim mesmo, este é o seu início, comece daí.”
Depois do início terrível, segundo o autor, “vêm os meses de despreocupada brincadeira, e depois
dela as crises, virar-se contra o material e odiar o livro”.8 (grifei)

Se para Roth o processo da escrita, durante toda sua vida, demandou mais esforço que puro
brilhantismo, não espere um milagre acontecer para que você leia e automaticamente produza
bons textos. É preciso ter informações interessantes e saber como tratá-las a fim de produzir um
texto capaz de agradar o leitor/examinador. Seja competente sobre o que deseja escrever!

4.7 MANTENHA A ORGANIZAÇÃO VISUAL DO TEXTO

A organização do texto não envolve apenas o aspecto visual, mas que seja feito um planejamento
antes do texto final a ser apresentado. Mas como é o planejamento ideal?
O ideal é aquele mais confortável para você na hora da prova. Nem sempre o tempo permite que
seja feito um rascunho completo, escrevendo todo o texto para não perder a linha de raciocínio e,
somente após tal processo, fazer a revisão (assim fazia Roth). Não se sinta culpado.
Caso o tempo não possibilite esse processo, organize os tópicos que pretende desenvolver em
forma de um , delimite quais são os pontos semânticos (falaremos deles
nesta aula), pontuando os argumentos que deseja escrever em seu texto e lembrando-se de
desenvolvê-los em parágrafos com tamanhos semelhantes. Após pontuados, releia os argumentos
e faça a revisão necessária, alterando ideias ou cortando outras da versão definitiva.
O importante aqui é compreender que pular esta etapa não é boa ideia. Observe que, somente a
partir da versão original do seu texto, você
poderá conferir ao seu texto uma organização visual.

8
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/23/Como-escrevia-e-o-que-pensava-o-escritor-
americano-Philip-Roth>. Acesso em 12 de julho de 2018.

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5 TIPOLOGIA TEXTUAL
Na interpretação de texto (em provas objetivas), as tipologias textuais são: descrição, narração e
dissertação.
Sabemos que a descrição e a narração são textos figurativos e a dissertação representa o texto
temático. As provas discursivas de concurso, geralmente, trabalham com a dissertação. Isso
porque a intenção do examinador é saber se o candidato é capaz de organizar suas ideias em torno
de temas apresentados.
É importante que, ao escrever um texto, não nos percamos nas tipologias.
Vejamos o quadro a seguir:

Dificilmente se encontram textos exclusivamente descritivos. O que ocorre, na maioria das vezes, é
aparecerem trechos descritivos inseridos na narração ou na dissertação.
Às vezes, um fragmento pode apresentar características próprias de cada uma das tipologias; será
um texto misto em que predominará uma delas, não invalidando a existência das outras.

6 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TEXTO DISSERTATIVO


Agora, conversaremos a respeito das características essenciais para produzir um bom texto
dissertativo.
Dissertação é a exposição desenvolvida a respeito de um tema. Supõe uma sistematização e
ordenação dos dados de que se dispõe sobre o assunto e sua interpretação; pode, ainda, apenas
expor um assunto ou desenvolver uma argumentação sobre ele.
Dissertação é em síntese:
 Uma exposição, discussão ou interpretação de determinada ideia;

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 Um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever, com raciocínio, clareza, coerência
e objetividade de exposição.
Como sabemos, esse tipo de texto é bastante exigido em provas de concursos públicos. Por
conseguinte, é indispensável que o candidato esteja atento às boas técnicas de produção do texto
dissertativo.
A boa notícia é que a dissertação também costuma ser um dos textos mais simples de se redigir,
desde que você esteja treinado para isso.
Para que você compreenda o que é uma redação dissertativa, é necessário distinguir os dois tipos
usualmente cobrados em concursos públicos: a dissertação expositiva e a dissertação
argumentativa.

6.1 DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA

Como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se expõem as ideias ou os pontos de
vista a respeito de determinado assunto. O objetivo não é fazer o examinador concordar com eles,
mas, tão-somente, considerá-los coerentes.
Exemplo de texto expositivo:

O Surgimento do Telefone Celular


A história do celular é recente, mas remonta ao passado e às telas de
cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais
conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood
que estrelou o clássico “Sansão e Dalila” (1949).
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi
casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de
uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia.
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube
que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados
por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a seguinte ideia: um
sistema no qual duas pessoas pudessem se comunicar mudando o canal,
para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares,
patenteada em 1940.

Vejam que, nesse tipo de texto (expositivo), não há qualquer julgamento ou manifestação de
opiniões, mas tão somente a exposição acerca de determinado assunto por meio de dados
históricos. Há um pressuposto orientador sobre o qual se vai expor. Falaremos dele com mais
detalhes ao estudarmos as estruturas do texto dissertativo.

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6.2 DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

Esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecido por todos. Nela o intuito é convencer o
leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou com o ponto de vista exposto. Isso se faz por meio
de várias formas de argumentação, utilizando-se de dados, estatísticas, provas, opiniões
relevantes, etc.
Exemplo de texto argumentativo:

A força da Lei
O Estado Democrático de Direito é um modelo criado por cidadãos
dos tempos modernos. Nesse novo tipo de Estado, pressupõe-se que os
poderes políticos sejam exercidos sempre em perfeita harmonia com as
regras escritas nas leis e nos princípios do direito.
Contudo, o que temos visto, no Brasil e em outras partes do mundo, é
que muitos cidadãos comuns do povo, bem como cidadãos eleitos ou
aprovados em concurso público para exercerem os poderes do Estado, só
obedecem às leis se elas lhes forem convenientes.
Como solução para essa questão, teremos de saber distinguir
perfeitamente o que pertence ao público e o que pertence ao privado, ou
seja, o que é do Estado e dos cidadãos; e, principalmente, se há harmonia
entre eles, haja vista que a finalidade deve ser sempre a satisfação da
coletividade.
Dessarte, se considerarmos uma lei injusta, devemos nos posicionar
politicamente contra isso, mediante manifestações pacíficas e públicas,
com o intuito de termos nossas pretensões jurídicas reconhecidas para
que as legislações se direcionem ao encontro dos anseios da sociedade.

Percebam que aqui a história é diferente. Está claro que o redator apresentou uma proposta de
solução para a problemática (falta de obediência às leis) e a forma de nos posicionarmos diante
dela (manifestações públicas).
O que definirá se você terá de produzir uma dissertação expositiva ou argumentativa será o
comando da questão apresentada pela banca examinadora. Sua avaliação para a prova discursiva
começa neste momento: na interpretação do comando da questão.

6.2.1 ARGUMENTOS

A palavra ARGUMENTO vem do latim ARGUMENTUM, que tem o


tema ARGU, cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a
mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arg Os argumentos de um
texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a

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pergunta por quê?


Argumentar é defender seu ponto de vista, sua ideia sobre algo. Assim dizemos que, no texto
argumentativo, o efeito buscado pelo seu produtor é a persuasão ou o convencimento. Podemos
dizer, pois, que o argumento é a justificativa da tese.
Para que você consiga argumentar, é preciso, em primeiro lugar, ler bastante sobre o assunto
sobre o qual se pretende escrever. É necessário encontrar ideias e concatená-las. Não há como
fazer isso sem bagagem cultural. Daí a importância de ler e formular uma visão crítica sobre os
temas. Não fique na superficialidade de noticiários. Pesquise! Leia! Estude o conteúdo teórico e
faça anotações críticas!
Tipos de argumentos:
1) Argumento de Autoridade: é aquele que se apoia no conhecimento de um especialista da
área. Confere ao texto o peso e a credibilidade da autoridade citada.
Exemplo: Luiz Fernando Veríssimo declarou certa vez que jamais havia
usado ponto e vírgula e que o par nunca lhe fizera falta9.

2) Argumento de consenso: algumas afirmações não precisam de embasamento teórico, pois


são consenso. Não há necessidade de um especialista para provar o conteúdo. Nesse caso,
não precisamos citar uma fonte de confiança.
Exemplo: A maioria dos candidatos acha difícil usar ponto e vírgula em
provas discursivas de concursos públicos.

3) Argumento pela experiência ou observação: argumentação fundamentada na


documentação com dados que comprovam ou confirmam sua veracidade.
Exemplo: Após uma viagem a Paris que a família Dumont realizou em 1891, o
idealizador Santos Dumont começou a despertar-se para a área mecânica,
principalmente para o motor de combustão interna, que culminou
posteriormente com a construção de um balão (sem motor), e mais tarde
chegou à criação de seu avião10

4) Argumento utilizando a fundamentação lógica: argumentação com base no raciocínio


lógico, tais como as implicações de causa e efeito.
Exemplo: O sentimento das pessoas no país é que a corrupção e os desmandos
do governo estão acelerando. Se isso se expandir, a economia perderá força,

9
SQUARISI, Dad. SALVADOR, Arlete. Escrever melhor: guia para passar os textos a limpo. 2ª ed, São
Paulo, Ed. Contexto, 2018, p. 75.
10
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Santos_Dumont>. Acesso em 10 de julho de 2018.

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tornar-se-á menos eficiente e mais defasada.” Note que a ideia que o autor tentou
passar foi: o sentimento de corrupção e de desmandos do governo estão acelerando. Para
isso, mencionou-se o caso de esse sentimento se expandir, o que ocasionará a perda de força
econômica no País.
Qualquer um desses tipos de argumentos citados é válido na construção de um texto
argumentativo.
Nos próximos passos, abordaremos, brevemente, a composição dos parágrafos na estrutura do
texto dissertativo. O objetivo é apresentar o modo como cada parágrafo de seu texto deve ser
elaborado. Aprofundaremos ainda mais nesse conteúdo ao falarmos das estruturas do texto
dissertativo. Conforme mencionamos no início desta aula, o avanço será gradativo.

6.2.2 TÓPICO FRASAL

Em primeiro lugar, tenha em mente a importância de compreender que cada parágrafo deve ser
constituído de apenas uma ideia, a ideia-núcleo. A partir da ideia-núcleo serão desenvolvidas
ideias secundárias, as quais devem estabelecer relação dialógica com a ideia principal.
As ideias constantes em cada parágrafo devem estar correlacionadas com a ideia principal do texto
dissertativo, geralmente apresentada na introdução. Quando isso não acontece, a dissertação
passa a ser apenas um aglomerado de argumentos desconectados.
Apresente o tópico frasal no início de seu parágrafo.

O que é um tópico frasal?

O tópico frasal nada mais é do que a frase inicial de cada parágrafo, o resumo da ideia a ser
desenvolvida. O tópico frasal deve ser conciso e objetivo. Recomenda-se que não exceda duas ou
três orações, pois assim o desenvolvimento da ideia central será favorecido.
Pense em um tópico frasal como um molho de chaves. Quanto mais chaves você tiver penduradas,
mais difícil será achar a chave correta para abrir uma porta específica. De maneira análoga, um
tópico frasal longo pode ocultar a palavra-chave do parágrafo. Lembre-se: palavra-chave é aquela
palavra de peso que guiará o desenvolvimento das ideias. Se o seu tópico frasal apresentar
múltiplas palavras-chave, possivelmente você terá dificuldades para encontrar a palavra principal,
e, por conseguinte, levar adiante a ideia central. Quanto mais claro estiver o tópico frasal, mais
fácil o examinador encontrará as respostas em seu texto.
Exemplo:

Segundo estudiosos do tema, a violência tem várias causas, como a deficiência


do Estado em prover direitos sociais à coletividade. Outras causas apontadas são a
urbanização acelerada e o inchaço das periferias, a exclusão social e a desigualdade
social, a ação dos traficantes de drogas ilícitas, a juventude em risco social e a
facilidade de acesso a armamentos.

Tópico frasal: a violência tem várias causas.

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6.2.3 TEMA

Tema: é o detalhamento do assunto abordado no texto.


Estabelecer relações consistentes e pertinentes entre o tema e o nosso ponto de vista, por meio do
uso de outras situações e leituras, mostra o quanto sabemos acerca daquele tema e o quanto
somos capazes de irmos além da coletânea de textos motivadores.
Como já dissemos anteriormente, devemos adequar o nosso texto ao tema da proposta de
redação. Não devemos tangenciar e muito menos fugir do tema.
Para sustentarmos nosso ponto de vista principal, isto é, nossa tese, devemos recorrer às
estratégias argumentativas e devemos escolhê-las da maneira mais crítica possível, a fim de
estabelecermos relações consistentes com o tema proposto e com a nossa tese.
Muitos alunos confundem o título com o tema, quando a prova exige que seja utilizado o título.
Então, atenção: título é apenas uma vaga referência ao assunto bordado. Não coloquem título, a
não ser se expressamente previsto no comando da questão ou previsto no edital do seu concurso.
Combinado?
Exemplificando o tema: suponha que a proposta seja para dissertar sobre a ONU e a pena de
morte no Direito Internacional.
O título poderia ser: A votação na ONU sobre a pena de morte.
E o tema poderia ser assim desenvolvido na Introdução:
A Assembleia Geral das Nações Unidas- ONU avançou rumo à abolição
da pena de morte ao pedir uma moratória a nível mundial na aplicação da
pena. Essa ação demonstra o efetivo avanço na proteção dos direitos
humanos e na inviolabilidade da pessoa. A Assembleia Geral lançou sérias
dúvidas acerca do suposto efeito dissuasor da pena de morte sobre a
criminalidade e salientou o perigo de se cometerem erros na aplicação da
pena capital e as consequências obviamente irreparáveis de tais erros que,
como os métodos da medicina forense têm repetidamente demonstrado,
ocorrem, de fato, mesmo em países que dispõem de sistemas de investigação e
jurídicos sofisticados.

6.2.4 TESE

TESE é a ideia defendida sobre o assunto. Só existe argumentação porque há a possibilidade de


discordância da tese inicialmente defendida. Isso justifica o trabalho de uma argumentação que
defenda de modo convincente um determinado ponto de vista. Dessa forma, pode-se dizer que
não existe imparcialidade na dissertação argumentativa. Quando o autor não se posiciona,
comete um grave erro. Lembre-se de que o desenvolvimento deve destinar-se à apresentação de

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argumentos favoráveis à tese defendida e só é possível mostrar argumentos contrários se eles


forem seguidos de contra-argumentos mais fortes, capazes de derrubar a oposição.

RELAÇÃO ENTRE TESE E ARGUMENTO


De modo geral, a relação entre tese e argumento pode ser compreendida de duas maneiras
principais:

A T A T
ou
Tese porque Argumento T A

A T

Exemplo: O brasileiro gasta, todos os anos, milhões de reais em importações de


mercadorias chinesas. A duvidosa qualidade dos produtos comprados nem de
longe compensa o dinheiro gasto com essas compras. Além disso (Ainda, e,
também ), as
empresas chinesas utilizam mão de obra escrava e comercializam produtos
falsificados como se fossem originais, colocando em risco a saúde da
população e a sobrevivência das empresas nacionais. Portanto (logo, por
conseguinte, por isso, então elação semântica de conclusão, típica de
11
um silogismo ), é mister que sejam proibidas quaisquer importações de
mercadorias chinesas sem a aprovação da Anvisa.

T A

Exemplo: A Anvisa deve imediatamente proibir toda e qualquer importação


de mercadorias chinesas, porque (uma vez que, já que, dado que, pois
causalidade) os produtos sem inspeção ou controle de qualidade colocam em
risco a saúde da população; e, muito embora (ainda que, não obstante, mesmo
que usam-se as concessivas para refutar o argumento oposto) o
preço final ao consumidor brasileiro seja mais atrativo, nem de longe eles
compensam possíveis problemas que tais mercadorias podem trazer à
população.

11
Silogismo: raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se
obtém por inferência uma terceira (conclusão).

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Para resumir, podemos dizer que:

TEMA é a delimitação do assunto sobre o qual irá escrever;

TESE é seu ponto de vista, sua opinião sobre o tema;

ARGUMENTOS são as justificativas de sua tese, de seus pontos de vista.

Exemplo: TEMA: A ONU e a pena de morte.


TESE: ONU avançou rumo à abolição da pena de morte, ao pedir uma moratória a
nível mundial na aplicação de tal pena.
ARGUMENTOS:
1)Dúvidas sobre o suposto efeito dissuasor da pena de morte sobre a
criminalidade;
2)Perigo de se cometerem erros na aplicação da pena capital; e
3)Consequências obviamente irreparáveis de tais erros.

Pessoal, sabemos que, num primeiro contato, isso não fica tão claro para o aluno. Fiquem
tranquilos! No tópico seguinte, vocês compreenderão melhor. Confiem em mim!

7 ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO

7.1 ESTRUTURA FORMAL DO TEXTO DISSERTATIVO

Para ser bem compreendido, um texto dissertativo precisa ter uma estrutura organizada. Por
nervosismo na hora da prova ou mesmo por falta de preparo e treino adequados, muitas vezes
observa-se que os
criar uma linha de raciocínio, sem relacionar uma ideia com outra, sem provar absolutamente
nada.

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A progressividade textual (ou progressividade temática)12 é um dos itens avaliados em seu texto.
Ao organizar uma sequência de ideias, cada parágrafo deve ser estruturado de maneira a
dialogar com um parágrafo escrito anteriormente.
Além disso, é importante observar os parágrafos posteriores para que eles se articulem um ao
outro no texto num processo progressivo, por meio de elementos coesivos, seguindo uma lógica
em relação ao que foi e ainda não foi dito, de modo que o texto faça sentido ao leitor/examinador.
Existe um modelo já consagrado de dissertação que se organiza em três partes: introdução,
desenvolvimento e fechamento (conclusão). A essa estrutura, damos o nome de Estrutura Formal
C T D .

É consenso, na equipe de discursivas do Estratégia Concursos, a RECOMENDAÇÃO de utilização


dessa estrutura textual para textos dissertativos13 em que o examinador disponibiliza um espaço
de 30 linhas ou mais, de forma que o candidato tenha mais liberdade para se preocupar com a
progressividade textual. Trata-se de recomendação, pois, em alguns casos, não é obrigatório.
Entretanto, para textos menores, tais como questões discursivas e estudos de caso, podem-se
ignorar, em algumas situações e de acordo com a especificidade do edital, os parágrafos de
introdução e de fechamento, concentrando-se apenas nas respostas aos tópicos questionadores
(parágrafos de desenvolvimento).
Essa nova estrutura, a qual denominamos de E F M T D ,
está sendo cada vez mais aceita pelas bancas examinadoras (com boas avaliações).

12
Progressividade Temática: processo de crescimento contínuo aplicado ao texto por meio de
uma sequência lógica do pensamento.
13
As bancas examinadoras costumam ch redação dissertativa , dissertação ,
dissertação argumentativa , dissertação expositiva , redação

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Deve-se analisar cada caso para saber exatamente o tipo de estrutura que será empregado em seu
texto. Como fazemos isso? É simples!
Há provas discursivas em que a banca nos apresenta Temas sem Tópicos questionadores. São
cujos tópicos são definidos pelo próprio candidato para fundamentar sua Tese.
Para esse tipo de prova, recomenda-se utilizar a E F C pois o candidato
deverá demonstrar, nos parágrafos de introdução e de desenvolvimento, a delimitação do Tema
que justifique a utilização dos argumentos apresentados no texto.
Exemplo:
Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da inviolabilidade domiciliar,
garantida pela Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI.
Aqui, o examinador pediu ao candidato, de forma aberta, para redigir um texto dissertativo sobre a
inviolabilidade domiciliar. Perceba que os Tópicos a serem abordados serão escolhidos pelo
próprio redator. É muito importante defini-los, na folha de rascunho, antes de iniciar a produção
do texto.
Todavia, apesar de fortemente recomendado, sabemos que nem sempre o tempo permite fazer
um rascunho. Caso isso aconteça, organize os tópicos que pretende desenvolver, faça um
-se de produzir parágrafos com tamanhos semelhantes,
quando possível.
Por outro lado, há provas discursivas nas quais o examinador apresenta os Tópicos questionadores
de forma enumerada. Para esse tipo de prova, o candidato pode utilizar a Estrutura Formal
M derna
dispensando-se os parágrafos de introdução e de desenvolvimento.
Exemplo:

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Redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo acerca da inviolabilidade domiciliar,


garantida pela Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI. Em seu texto, aborde,
necessariamente, os seguintes aspectos:
Conceito de domicílio para a Constituição Federal;
Autoridades com poder de ordenar a violação domiciliar;
Hipóteses de admissibilidade de violação domiciliar.
Pessoal, é bom ficar claro que, com essas duas estruturas, você poderá obter excelente pontuação.
Não há regra absoluta! Observe a proposta da prova e analise a melhor forma de trabalhar! Você
deve tomar cuidado, obviamente, é para que seu texto esteja bem estruturado e com argumentos
convincentes.
Como desenvolver a estrutura clássica?
 Na introdução, delimite o Tema. Inicialmente, apresente uma afirmativa suficientemente
definida e limitada, sem nenhum argumento, prova ou razão. Em seguida, faça um breve
comentário sobre o tema por meio da apresentação de uma Tese ou de um Pressuposto
Orientador, o qual servirá de base para a sua argumentação (mais adiante você entenderá
o porquê dessas cores).

 No desenvolvimento, não há mistério. Nada de inventar assuntos diversos que não estejam
relacionados com o seu texto. Normalmente, há perguntas para serem respondidas e você
deve se prender a elas. Siga o roteiro apresentado pela banca, dê consistência aos seus
argumentos e organize a sequência lógica do pensamento e a progressividade textual. Para
isso, há alguns operadores/conectores de sequenciação bastante utilizados:
O caso em análise...
Ressalta-se...
É de se notar...
Constata-se, enfim,...
Nesse contexto...
Fica evidente, assim,...
De início,...
No que concerne a...
Acrescente-se que...
Tudo isso...
Quanto ao...
Dessa forma...
Para ratificar esse posicionamento,...
Ademais,...
Outro aspecto...
Com relação a...

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 No fechamento, reforce o pressuposto orientador do seu texto. Você pode retomar a tese,
falar sobre perspectivas futuras, apresentar propostas de enfrentamento do problema, etc.

Em face dos aspectos apresentados, conclui-se que...


Ante a análise do caso,...
Diante das razões expendidas,...
Em razão do exposto,...
Posto isso,...
Por fim,...
Em face do exposto,...
Finalmente,...
Para o desenvolvimento do tema, as bancas examinadoras costumam dar aos candidatos algumas
orientações, partindo de um roteiro pré-definido, de uma situação hipotética ou de textos de
apoio.

7.2 ESTRUTURA CONCEITUAL DO TEXTO DISSERTATIVO

Esta parte é extremamente importante para que você possa analisar com detalhes a estrutura do
texto, segundo seus aspectos semânticos. Visitaremos as etapas da construção dos textos e tenho
a convicção de que isso contribuirá muito para que você realize redações impecáveis.
Neste momento, faremos um estudo teórico e algumas explanações para que você compreenda
bem como irá funcionar. O primeiro detalhe para o qual chamo a sua atenção é o fato de algumas
provas definirem, mediante perguntas diretas (tópicos questionadores), o que você deve
necessariamente responder. Cada tópico possuirá uma pontuação e a sua nota estará relacionada
com a abordagem escorreita ou não desses tópicos.
Para cada questionamento, a banca
, o qual
será utilizado pelo examinador para
comparar a resposta do candidato com o
á
clara: quanto mais respostas corretas
você apresentar, maior será sua nota.

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No tópico anterior, falamos sobre a E F C do texto dissertativo (introdução,


desenvolvimento e fechamento). Agora, gostaria de conversar com você sobre a Estrutura
C C da dissertação. Essa estrutura possui 4 (quatro) pontos semânticos
essenciais, quais sejam:

Costumamos quarteto fantástico “


você dominá-los e souber aplicá-los em seu texto, certamente terá uma excelente pontuação.
Inicialmente, vamos conversar sobre Assunto e Tema. Provavelmente você já deve ter lido nos
editais o seguinte: . Pois bem! Para
que isso não aconteça com você, é preciso saber diferenciar Assunto de Tema.
á Assunto é a Generalização e o Tema é a Especificação.
O Assunto tem um significado mais amplo, mais genérico e pode ser desdobrado em Temas. O
Tema, por conseguinte, é a delimitação do Assunto.
Vamos exemplificar para que você compreenda melhor:

Exemplo de Assunto: Os problemas do Brasil.


Exemplo de Tema: O padrão de qualidade da merenda escolar na rede púbica de ensino do
Distrito Federal.

Exemplo de Assunto: Saúde.


Exemplo de Tema: A política de diagnóstico e tratamento da depressão pós-parto na rede
pública e privada de Saúde do Distrito Federal.
Uma curiosidade é que um Assunto pode ser originador de um Tema e, ao mesmo tempo, ser
Tema originário de outro Assunto. Vamos explicar!
Os problemas do Brasil é um Assunto do Tema Educação, que, por sua vez, é Assunto do Tema A
influência da televisão na educação dos filhos.

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Portanto, neste primeiro momento, resta claro que discorrer sobre um Assunto é extremamente
complexo, por ser muito abrangente. Em textos dissertativos, o melhor a se fazer é partir da
generalização para a especificação, ou seja, do Assunto para o Tema. É exatamente isso que
garantirá a boa progressividade temática do seu texto.
A Tese é um detalhamento do Tema por meio de uma proposta de discussão/argumentação
(textos dissertativos argumentativos) sobre ele. O Pressuposto Orientador também é um
detalhamento do Tema, mas por meio de análise/exposição (textos dissertativos expositivos).
Vamos ver exemplos para elucidar a questão:
Exemplo de Assunto: Licitação.
Exemplo de Tema: Regime Diferenciado de Contratações Públicas RCD.
Exemplo de Tese: O RDC é mais célere que as licitações ordinárias.
Verifiquem que a Tese levantou uma discussão:
O RDC é mais célere que as licitações ordinárias? Por quê?
Percebam que a função do redator será justamente defender essa Tese por meio de argumentos
convincentes ao longo do texto.
Vejamos outro exemplo:
Exemplo de Assunto: Licitação.
Exemplo de Tema: O processo licitatório das autarquias públicas federais.
Exemplo de Pressuposto Orientador: Os depósitos para garantia de obrigações decorrentes
de participação em licitação realizada por autarquias federais.
Aqui não há discussão ou argumentação. O Pressuposto Orientador não tem a finalidade de
convencer o examinador de algo. Ao contrário da Tese, ele apensa delimitou o Tema e apresentou
um direcionamento sobre o qual se vai expor ao longo do texto.
Em concursos públicos, o Tema aparece, normalmente, expresso no enunciado da questão. Em
algumas situações, ele pode vir nos textos motivadores apresentados pela banca examinadora.

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Seu objetivo é, após delimitar o Tema, o qual pode ser informado pela banca examinadora, montar
a Tese ou o Pressuposto Orientador.
Esse é o ponto de partida para você elaborar seu texto com propriedade e organização. Algumas
perguntas poderão auxiliá-lo:

1) O que você quer defender sobre o Tema?

2) Qual será o seu posicionamento?

3) Você quer convencer o leitor (examinador) de algo?

As respostas dessas perguntas definirão a Tese ou o Pressuposto Orientador acerca de


determinado Tema.
O próximo passo será definir os Tópicos que você utilizará para defender a Tese ou fundamentar o
Pressuposto Orientador sobre o qual se vai expor. Tópicos são os argumentos (lembram-se
deles?) utilizados para organizar seu texto e funcionam como forte mecanismo de coesão e
coerência entre os parágrafos de desenvolvimento.
Numa ordem progressiva de detalhamento, teríamos o seguinte:

Agora, falaremos da E C M , a qual poderá ser utilizada em certames que


contenham questões dissertativas. Esse tipo de Estrutura Conceitual é cabível na hipótese de

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utilizarem a E F M . Como não haverá parágrafos de introdução e de


fechamento, seu trabalho será apenas responder aos tópicos questionadores, preferencialmente,
na ordem apresentada pela banca.
Logo C M

Vocês devem ter percebido que o texto segue uma evolução, independentemente das estruturas a
serem utilizadas.
 Nas estruturas clássicas:
Inicialmente, apresenta-se o assunto/tema; em seguida, o escritor (você) se posiciona por meio da
tese; nos parágrafos de desenvolvimento, a tese é defendida mediante resposta a cada tópico
questionador (se houver); finalmente, o texto é fechado/concluído.
 Nas estruturas modernas:
O texto é introduzido já no primeiro parágrafo de desenvolvimento (resposta ao primeiro tópico
questionador). O número de parágrafos dependerá do número de tópicos/questionamentos que a
banca irá apresentar. Um detalhe importante é que o último parágrafo deverá ser iniciado por
meio de alguma expressão conclusiva, haja vista que não há um parágrafo separado de
fechamento. Isso é para mostrar ao examinador que você e

Por enquanto, preocupe-se apenas em conhecer as características dessas estruturas. Nós as


trabalharemos exaustivamente ao longo do curso ao apresentarmos os padrões de respostas de
cada rodada temática.

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8 TIPOS DE INTRODUÇÃO
A principal dificuldade de candidatos em provas discursivas é iniciar o texto, ou seja, escrever o
primeiro parágrafo de introdução, para aqueles que optarem pelas estruturas clássicas. Conforme
mencionamos anteriormente, não há uma regra rígida e absoluta, mas algumas diretrizes são
fundamentais para que você saiba exatamente o que fazer nesse momento.
Independentemente da forma como você irá apresentar a introdução em seu texto, o importante é
que nela esteja presente a tese a ser defendida (dissertação argumentativa) ou o pressuposto
orientador sobre o qual se vai expor (dissertação expositiva). A seguir, apresentaremos algumas
possibilidades. Não se predam ao conteúdo em si, pois são assuntos diversos, mas à forma como
eles estão sendo abordados.

8.1 INTRODUÇÃO BÁSICA OU SIMPLES

Consiste na apresentação sucinta da tese a ser abordada no texto ou do pressuposto sobre o qual
se vai expor:

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Exemplo de introdução simples em uma dissertação argumentativa:

As relações humanas vêm sofrendo uma mutação na vida


contemporânea. [TEMA] Impulsionadas pelos avanços tecnológicos, as
pessoas têm tido contatos muito mais instantâneos e, teoricamente,
eficazes. Toda essa evolução, porém, ocasiona um crescente
distanciamento entre os seres humanos que prejudica muito as relações
interpessoais. [TESE]

Nesse tipo de introdução, podemos perceber que o autor apresenta um TEMA (mutação das
relações humanas na vida contemporânea) e, em seguida, a TESE (essa mutação prejudica as
relações interpessoais).
Assim, nos parágrafos de desenvolvimento do texto, o objetivo do autor será defender a sua TESE,
ou seja, explicar ao leitor os motivos que estão provocando o distanciamento entre os seres
humanos e convencê-lo de que isso realmente está acontecendo.
Exemplo de introdução simples em uma dissertação expositiva:

O Plano Plurianual – PPA é o mecanismo utilizado para determinar


a visão estratégica do representante do executivo quanto ao
desenvolvimento do país. [TEMA] Nesse sentido, traduz, de um lado, o
compromisso entre as táticas e o projeto futuro do governo e, do outro,
a alocação real e concreta dos recursos orçamentários nas funções, nas
áreas e nos órgãos públicos. Esse instrumento é o elo entre as ações de
longo prazo e as necessidades imediatas. [PRESSUPOSTO
ORIENTADOR]

No texto expositivo, a conversa é a mesma: o autor apresenta o TEMA (O PPA é um instrumento


de estratégia para o desenvolvimento do país utilizado pelo chefe do executivo) e, em seguida, o
PRESSUPOSTO ORIENTADOR (o PPA é o elo entre as ações de longo prazo e as necessidades
imediatas) sobre o qual se vai expor.
Assim, nos parágrafos de desenvolvimento, o objetivo do autor não será convencer o leitor acerca
de determinada opinião, mas tão-somen PPá
Não há
argumentação/convencimento. Há exposição de conceitos!

8.2 INTRODUÇÃO ROTEIRO

Nesse tipo de introdução, além de apresentar a TESE ou o PRESSUPOSTO ORIENTADOR,


enumeram-se os argumentos/tópicos ou as bases expositivas que constituirão o desenvolvimento
do texto.

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A mensuração da desigualdade da distribuição de renda exige que


se defina a unidade que será considerada e qual a renda. [TEMA] É
necessário especificar qual é a variável e qual é a população analisada.
[TESE] Entre outras, podemos analisar as seguintes distribuições: o
rendimento de todas as fontes de pessoas economicamente ativas,
[TÓPICO I] o rendimento de famílias residentes em domicílios
particulares, [TÓPICO II] o rendimento “per capta” de pessoas de
famílias residentes em domicílios particulares. [TÓPICO III]

Ao optar por esse tipo de introdução, o autor deverá, necessariamente, abordar todos esses
argumentos/tópicos nos parágrafos de desenvolvimento do texto, ou seja, o roteiro do texto é
apresentado ao leitor já na introdução.

8.3 - INTRODUÇÃO PARAFRASEADA

Em alguns casos, a banca examinadora apresenta o tema como uma afirmação. Assim, você pode
utilizar-se da paráfrase para desenvolver a introdução do seu texto.
Paráfrase é um recurso de interpretação textual que consiste na reformulação de um texto,
trocando as palavras e expressões originais, mas mantendo a ideia central da informação. É um
modo diferente de transmitir determinada mensagem que já foi dita anteriormente, alterando
apenas algumas palavras por seus sinônimos, por exemplo. Em síntese, você pode, também,
reescrever o texto com suas próprias palavras. Esse é um exercício muito importante, pois, em
muitos casos, também é uma técnica bastante utilizada para construir introduções em textos.
Vejamos abaixo um exemplo, baseado em um caso real de prova discursiva em Direito
Administrativo:

AJAJ TRT3 O órgão estadual foi responsável pela elaboração de um processo


licitatório
B H BR-381. A licitação destina-se a
garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a seleção da proposta
mais vantajosa. Após a abertura do processo de licitação foi identificado o empate, ou
seja, a igualdade de condições entre duas empresas de engenharia. Esse processo
licitatório de execução da obra foi autorizado porque apresentava um projeto básico.
No mesmo órgão estadual, pretende-se licitar uma obra de construção de uma
passarela utilizando carta convite com valor estimado para a contratação de R$
350.000,00. Responda, fundamentadamente: a. Como critério de desempate indique
dois indicadores que assegurem a preferência pela escolha do serviço. b. Segundo a
Lei no 8.666/1993, em quais condições o projeto básico deve estar apresentado? c.
Par
J O
de realizar uma contratação de uma empresa para fechamento de um poço de visita

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com valor estimado em R$ 14.600,00. O valor para contratação da empresa para


fechamento do poço permite que a licitação seja dispensável? Justifique a resposta.

Exemplo de Introdução Parafraseada:

O processo licitatório de órgãos públicos estaduais é realizado


mediante apresentação prévia de projeto básico com o objetivo de
selecionar a proposta mais vantajosa ao ente público, além de garantir
o cumprimento do princípio constitucional que estende a todos (pessoa
física e jurídica) o direito de serem tratados sem distinção de qualquer
natureza: o princípio da isonomia.

Na introdução parafraseada, não há acréscimo de informação. O autor apenas reescreve as ideias


que já contam no texto, porém com suas próprias palavras e sem fazer qualquer juízo de valor.
Esses tipos de introdução que apresentamos são extremamente eficientes, e tudo é uma questão
de treino. A depender do comando da questão e da tipologia textual exigida, você poderá utilizá-
las em seus textos com propriedade.

9 TIPOS DE DESENVOLVIMENTO
Desenvolvimento é a parte do texto em que ideias, conceitos, informações e argumentos de que
você dispõe são desenvolvidos de forma organizada e criteriosa. O desenvolvimento deve nascer
da introdução: nesta, apontam-se as questões relativas ao assunto que será abordado; naquele,
essas questões devem ser desenroladas, avaliadas deforma gradual, respeitando-se a estrutura
diafórica e a progressividade temática de seu texto. A introdução já anuncia o desenvolvimento,
que retoma, ampliando e desdobrando, o que lá foi colocado de forma sucinta.

9.1 DESENVOLVIMENTO POR FUNDAMENTAÇÃO (EXPLICAÇÃO)

Essa é disparada a forma de desenvolvimento mais utilizada pelos alunos. Como o próprio nome
diz, explicitam-se, em cada parágrafo, as fundamentações ou explicações para os Tópicos
apresentados na proposta de redação. Quando queremos mostrar nosso ponto de vista a respeito
de determinado Tema, seja ele favorável ou contrário, devemos fundamentar as respostas que
dermos às perguntas ou o que escrevermos sobre o assunto em questão de forma a confirmar a
Tese ou o Pressuposto Orientador expostos na introdução. Em outras palavras, temos de
desenvolver nossa afirmativa para que ela tenha valor.
É a forma mais prática e simplificada de montar a Estrutura Conceitual do texto dissertativo. Basta
identificar os Tópicos questionadores e respondê-los, em cada parágrafo de desenvolvimento, de
forma alinhada e coesa com o direcionamento que você quer dar ao texto.

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9.2 DESENVOLVIMENTO POR CAUSA/CONSEQUÊNCIA

Outro tipo de desenvolvimento bastante utilizado em provas discursivas é a relação de


causa/consequência para fundamentar seu ponto de vista. Nessa modalidade, expõem-se as
causas e os efeitos da questão tratada, dividindo-se em parágrafos cada um deles.
Observe:
A decisão do governo em negociar aumento de salário com os policiais
militares por causa da paralização na prestação do serviço de segurança
pública abre um precedente perigoso para o bom funcionamento de serviços
essenciais à sociedade.

Percebam que essa breve introdução representa a causa para alguns problemas (consequências)
que serão explicitados nos parágrafos de desenvolvimento.
- Quais consequências seriam essas?
Aí é o momento em que a criatividade deve entrar em cena para convencer o leitor que esse

Vejamos algumas que poderíamos utilizar nos parágrafos de desenvolvimento:


 Outras categorias podem se sentir no direito de agir da mesma forma para exigir suas
reinvindicações;
 Sindicatos podem se organizar e mobilizar certas categorias para exercerem o direito de
greve;
 C

 A população seria diretamente prejudicada na prestação dos serviços públicos essenciais


(segurança, educação, saúde).
Percebeu como funciona? Na introdução, você apresenta a causa de uma problemática. Nos
parágrafos de desenvolvimento, você pode explicitar cada consequência de forma coesa e
progressiva.

9.3 DESENVOLVIMENTO POR ORDENAÇÃO CRONOLÓGICA (FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA)

Nesse tipo de desenvolvimento, o aluno utiliza-se da relação passado, presente e futuro para
fundamentar bem suas ideias. Trata-se de um desenvolvimento comparativo entre os momentos
históricos acerca de determinado assunto, de forma a demonstrar ao examinador domínio do
conteúdo quanto aos aspectos temporais.

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Exemplo:
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/1998),
conhecida como constituição cidadã, é a norma maior que rege todo o
ordenamento jurídico brasileiro na atualidade. Entretanto, a carta maior é o
resultado de muitas lutas e conquistas do povo brasileiro que acarretaram
transformações históricas importantes.
Estamos diante de uma introdução que faz alusão a algo atual (CF/1988), mas que passou por

abordados e explicitados nos respectivos parágrafos de desenvolvimento.


- Quais acontecimentos históricos seriam esses?
Novamente a criatividade e o conhecimento devem entrar em cena para resgatar os fatos
históricos importantes que o Brasil passou até a promulgação da CF/1998. Vejamos alguns
acontecimentos que poderíamos utilizar nos parágrafos de desenvolvimento para justificar o

Fim do regime militar:


- Consolidado após o longo período de abertura política;
- Necessária após o fim do milagre econômico;
- Ruiu, pois o crescimento não foi acompanhado por desenvolvimento.
Elaborada Durante a Presidência de Sarney:
- Tomou posse após a morte de Tancredo Neves;
-E
- Trouxe o sistema presidencialista de governo;
- Fortaleceu o Poder Judiciário;
- Internacionalismo estatal e nacionalismo econômico;
- Assistencialismo social e ampliação dos direitos dos trabalhadores.
Assim, no desenvolvimento por ordenação cronológica você deve elencar os fatos históricos que
dão fundamento ou que justifiquem a informação trazida inicialmente no parágrafo de introdução.

9.4 DESENVOLVIMENTO CONFRONTO/CONTRA-ARGUMENTAÇÃO

Nessa modalidade de desenvolvimento, o aluno apresenta algum argumento pré-estabelecido do


qual discorda e, em seguida, confronta-o por meio de outro argumento que julga ser mais
persuasivo, confrontando-o, negando-o ou corrigindo-o.
Observe o seguinte exemplo de contra-argumentação:

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Exemplo:
O aborto apresenta-se como possível solução para a gravidez indesejada e
evita que uma criança nasça em meio a graves problemas familiares
[ARGUMENTAÇÃO]. Entretanto, há soluções mais responsáveis e eficazes de
preveni-la, tais como os métodos anticoncepcionais.
[CONTRA-ARGUMENTAÇÃO]
Sem querer entrar no mérito polêmico do aborto, a contra-argumentação nada mais é do
que contestar o argumento opositor.

10 FECHAMENTO/CONCLUSÃO
O fechamento é a parte final do texto, um resumo forte e sucinto de tudo aquilo que já foi dito.
Além desse resumo, que retoma e condensa o conteúdo anterior do texto, o fechamento deve
expor claramente uma avaliação final do assunto discutido. Nessa parte, também se podem fazer
propostas de ação.
Ademais, o fechamento liga-se ao desenvolvimento por uma ideia que deve estar claramente
enunciada e ter relação com a proposta inicial, pois ele é a resposta a uma pergunta que nos
propusemos ao iniciar o texto, que deve estar implícita em todo o desenvolvimento das ideias
centrais.

10.1 FECHAMENTO REFORÇO/RETORNO

É o que volta a algo que já tenha sido apresentado no texto. É a forma mais elementar de
arrematar a redação, pois se utiliza do que já foi produzido. Reforça o ponto de vista apresentado
na introdução (dissertação argumentativa) ou sintetizam-se bases expositivas (dissertação
expositiva).
Exemplo:
O ciclo orçamentário [TEMA] compreende o período de tempo em que se
processam as atividades típicas do orçamento público [ASSUNTO]: a
elaboração, a discussão, a aprovação, a execução orçamentária e financeira
e o controle e avaliação do orçamento público. [PRESSUPOSTO
ORIENTADOR]
.......
Por fim, após a discussão, a votação e a aprovação pelo Poder Legislativo,
o projeto de lei retorna ao Poder Executivo para sanção ou veto, a fim de que
possa prosseguir nas etapas de execução e avaliação e controle do ciclo

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orçamentário. [FECHAMENTO COM RETOMADA DO PRESSUPOSTO


ORIENTADOR]

10.2 FECHAMENTO AVANÇO (PROPOSTA DE SOLUÇÃO)

Essa modalidade vai além do que está no texto. Deve-se ter o cuidado com a conexão lógica, que,
obrigatoriamente, deve ser mantida. Apresentar a solução consiste em indicar um caminho viável
para a problemática. Esse tipo de fechamento é bastante utilizado em pareceres e estudos de
caso.
Em um texto que questionava as propostas de soluções para os problemas da educação brasileira,
por exemplo, tem-se o seguinte fechamento avanço com destaque da solução para a
problemática:
Exemplo:
Por fim, quanto às propostas de soluções para os problemas de educação
brasileira, destaca-se que a universalização e a melhoria da qualidade da
educação, em todos os níveis, são citadas como muito importantes por
especialistas do setor. Outras propostas são a melhoria do nível de
aprendizagem, a redução da evasão escolar, a escola de tempo integral, a
reforma do ensino médio, um maior investimento público em educação, a
melhoria do gasto público em educação, a reforma do currículo, a ampliação
da educação profissionalizante, uma melhor formação dos professores,
melhores salários para os professores, uma melhor infraestrutura para os
estabelecimentos de ensino, entre outras.

10.3 FECHAMENTO EXPANSÃO

Esse tipo de fechamento é excelente para situações em que o seu desenvolvimento acabou
ocupando uma quantidade de linhas superior àquela inicialmente planejada e você precisa
encerrar o texto, mas não dispõe de muito espaço para isso. Nessa situação, deve-se estabelecer
conexão com o último parágrafo de desenvolvimento e promover o esgotamento da discussão.

Exemplo:
Ademais, ao Poder Executivo não é mais permitido contingenciar despesas
de outros Poderes e nem do Ministério Público. Em face do exposto, cada
Poder emite um ato próprio, a fim de contingenciar as suas despesas, segundo
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

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11 CUIDADOS AO CONSTRUIR SEU TEXTO

11.1 TIPO DE LETRA

Uma das perguntas que mais recebemos em cursos de discursivas:

- Posso redigir meu texto em letra de forma?

A resposta é sim, desde que o edital não exija expressamente o uso exclusivo de letra cursiva e
que você diferencie com clareza as letras maiúsculas das minúsculas.
Observem que, no exemplo abaixo, o candidato optou por utilizar a letra de forma, deixando claro
ao examinador quais são as letras maiúsculas (destaques em azul).

Atenção para as regras do edital. Se o edital não dispuser expressamente sobre o tipo de letra,
pode-se usar a letra cursiva, a de forma ou a de imprensa minúscula, desde que haja legibilidade. A
maioria das bancas exige apenas que a letra seja legível. Entretanto, há bancas que estabelecem a
obrigatoriedade da letra cursiva legível. Como o edital é a lei do concurso, o texto produzido pelo
candidato deve obedecer às normas ali elencadas.
Estamos digitando muito e dificilmente escrevemos à mão. Portanto, treine. Não precisa fazer letra
de calígrafo, basta que seja legível, diferenciando maiúsculas de minúsculas e tomando alguns
cuidados.

-Mas minha letra é horrível. Nem eu consigo entender!

Se nem você consegue entender, imagine o examinador, que corrigirá sua prova e a de centenas
de candidatos.
Não dificulte a vida do cidadão e, por conseguinte, prejudique a sua nota! Se sua letra não for
bonita, faça um esforço para diferenciar letras maiúsculas das minúsculas, mantenha o padrão nos
espaçamentos de parágrafos e não deixe sobrar muito espaço no final das linhas, à margem direita.
Utilize sem medo a translineação (falaremos sobre ela mais adiante).
Alguns alunos simplesmente não acentuam as palavras
Cuidado, pois algumas bancas examinadoras apenam como
erro de ortografia!

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11.2 TAMANHO DA LETRA

Que tipo de texto receberia melhor avaliação caso precisasse corrigir centenas de dissertações
sobre o mesmo assunto em um curto espaço de tempo?
a) um texto escrito com letras muito pequenas;
b) um texto com letras enormes; ou
c) um texto com letras médias e legíveis.
Posso garantir-lhes é de longe a melhor opção!
Um texto escrito com letras muito pequenas demonstra que o candidato necessitava de mais
espaço para argumentar suas ideias e muitas vezes alguns trechos ficam praticamente ilegíveis.
O texto feito com letras enormes deixa claro ao examinador a deficiência de argumentação ou
conhecimento do candidato para dissertar sobre o tema proposto no número mínimo exigido de
linhas.
Por sua vez, a letra média e legível, além de organização, demonstra segurança do candidato e sem
dúvidas facilita o trabalho do corretor e, por conseguinte, a avaliação do candidato.

11.3 TAMANHO DOS PERÍODOS

Você se recorda da distinção dos conceitos de frases, oração e período? Saber essa distinção é
muito importante para que você determine a extensão dos períodos em seu texto. Então, vamos
relembrar!

De acordo com Ferreira14, FRASE

Exemplo: Parabéns pela aprovação!

 é frase, pois transmite uma ideia, mas não é oração (não tem verbo);
 não é período, pois não é formado por oração.

A ORAÇÃO é a frase (ou parte da frase, pois nem sempre terá sentido completo) formada por um
verbo ou uma locução verbal. O verbo é sempre a principal palavra da oração.
Exemplo: Você fez um excelente texto.
 é frase e também oração (por causa do verbo);
 é um período simples (formado por apenas uma oração).

14
FERREIRA, Mauro. “Aprender e praticar gramática”. 4ª edição, São Paulo, FTD, 2014, p, 439.

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Por sua vez, o PERÍODO é a frase formada por oração(ões). Pode ser simples (se formado só por
uma oração) ou composto (se formado por mais de uma oração) .
Exemplo: Se ainda não ficou bom, você pode treinar até o dia da prova.
 é frase, pois transmite uma ideia;
 é um período composto (formado por mais de uma oração).

Faça períodos curtos. O uso de períodos muito extensos escritos, que chegam a formar um
parágrafo, torna o texto prolixo. Veja agora como a prolixidade pode acontecer quando um
período muito longo é formado. Observe o exemplo a seguir:
Exemplo: De acordo com o último levantamento realizado pela Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal, conclui-se que 40% dos médicos lotados
na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal não faz alimentação
correta a fim de contemplar os parâmetros mínimos indicados para uma
alimentação equilibrada.

A sentença acima apresentada, confusa e cansativa, poderia ser substituída por:

Exemplo: Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, 40%


dos médicos daquele órgão alimenta-se mal.

Notou a diferença?
Dizer que os médicos não fazem uma alimentação correta e que não contemplam os parâmetros
mínimos exigidos para uma alimentação equilibrada é o mesmo que dizer: os médicos alimentam-
se mal.
É muito frequente encontrar dissertações com períodos demasiadamente longos. Parágrafos
inteiros com apenas um período. Lembrem-se, além de cansar o leitor, parágrafos intermináveis o
confundem e tornam o texto chato.
Se o seu período ultrapassar duas ou três linhas, releia e veja se pode modificá-lo. Períodos
menores são mais desejáveis para uma boa dissertação.
- Mas como evitar longos períodos em meus textos?
Para começar, você precisa de um rascunho. Uma vez elaborado, faça o seguinte exercício:
a) sintetize suas ideias em frases menores, tomando cuidado para não perder a coesão entre
elas;
b) observe se seus períodos são muito longos e se as virgulas não podem ser substituídas por
pontos finais; e
c) não tenha medo e nem preguiça para reordenar suas ideias e reorganizar sua dissertação
com o objetivo de dar objetividade e clareza.

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Portanto, lembre-se: se seu período está longo demais, deve existir uma alternativa de construção
frasal mais simples. O segredo é fazer de tudo para não ser prolixo, entendido?

11.4 TAMANHO DOS PARÁGRAFOS

Apesar de não haver um tamanho exato que defina se um parágrafo é bom ou ruim, recomenda-
se a utilização de 5 linhas na introdução, 5 a 8 linhas para cada parágrafo de desenvolvimento e
fechamento. É óbvio que o os números apresentados são uma estimativa. Fatores como o
tamanho da linha, da letra do autor, do número de linhas previstas no edital e da complexidade do
assunto também devem ser considerados.
Por tais motivos, não existe um número exato de parágrafos em uma dissertação. O importante é
que haja coesão, clareza e coerência com o tema proposto. A estrutura a seguir apresentada é uma
estimativa baseada em uma dissertação de 30 linhas.

Faça um parágrafo com duas ou três frases. Você pode iniciar


escrevendo qual é sua tese/pressuposto orientador. Nas linhas
INTRODUÇÃO
seguintes, escreva os argumentos que defenderá no
desenvolvimento.

Utilize dois ou três parágrafos se não houver delimitação dos


DESENVOLVIMENTO tópicos. Caso haja, escreva, preferencialmente, um parágrafo
para cada um deles. Lembre-se de não fugir ao tema proposto.

Elabore um parágrafo com duas, três ou quatro frases. Na


conclusão da dissertação, você deve finalizar toda a ideia
CONCLUSÃO proposta nos parágrafos anteriores, deixando clara qual é a tese
defendida e propondo possíveis soluções ou recomendações, se
for o caso.

11.5 ESPAÇAMENTO

Outra falha recorrente em provas discursivas é a falta de atenção e padronização quanto ao uso de
espaços, sejam eles para iniciar novos parágrafos, ou mesmo ao final de cada linha.
No início de cada parágrafo, sugerimos a utilização de 1,5 cm a 2 cm no máximo. Mais que isso,
você pode dar margem para o examinador aplicar alguma penalização.

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O que não se deve fazer:

O que se deve fazer:

Outro ponto que merece atenção é a existência de espaços ao final das linhas. Cuidado com isso!
Siga as regras de translineação e evite espaços desnecessários em seus textos.

Exemplo:

11.6 DIVISÃO SILÁBICA (PRÉ-REQUISITO PARA A TRANSLINEAÇÃO)

Conhecer bem as regras de divisão silábica é imprescindível para a translineação das palavras.

REGRA GERAL:
Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.

REGRAS PRÁTICAS:

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1) Ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba.

Exemplos: au-tó-dro-mo, ou-vi-ram, ga-li-nhei-ro, sal-dar, des-mai-a-do, Pa-ra-guai, etc.

2) Grupos formados por ditongo decrescente + vogal (aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio,
eio, oio, uio, uiu) são separados.

Exemplos: vai-a, al-ca-tei-a, joi-a, es-tei-o, tui-ui-ú, etc.

Obs.: Não confunda com tritongo: tritongo é o encontro de uma semivogal com uma vogal e
outra semivogal (SV+V+SV).

3) Os hiatos são separados em duas sílabas.

Exemplos: hi-a-to, sa-ú-de, dis-tra-í-do, du-e-to, a-mên-do-a, etc.

4) Os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu pertencem a uma única sílaba.

Exemplos: cha-vei-ro, chu-va, mo-lho, es-tra-nho, gue-ra, a-que-le, fi-cha, etc.

5) As letras que formam os dígrafos rr, ss, sc, sç, xs, e xc devem ser separadas.

Exemplos: car-ro, as-sa-do, des-ci-da, des-ço, ex-su-dar, ex-ce-ção, des-cer, ex-ces-so, etc.

6) Os encontros consonantais nas sílabas internas devem ser separados, exceto quando a
segunda consoante for l ou r

Exemplos: Ex.: ab-du-zir, sub-so-lo, ap-ti-dão, dig-ni-da-de, con-vic-to, es-tá-tua, etc.

Exceção: ab-rup-to.

7) Não são separáveis os grupos consonantais que iniciam palavras.

Exemplos: pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co, gnós-ti-co, etc.

8) Separam-se as vogais idênticas aa, ee, ii, oo, uu e os grupos consonantais cc, cç .

Exemplos: ca-a-tin-ga, re-pre-en-do, xi-i-ta, vo-o, in-te-lec-ção, etc.

9) Os prefixos, radicais e sufixos (in, a, des, intra, pré, supra, semi, etc.) não são
considerados na divisão silábica. Incorporados à palavra, esses elementos mórficos
passam a fazer parte da nova palavra, obedecendo às regras gerais.

Exemplos: de-sa-ten-to, pre-pa-ra-do, tran-sa-tlân-ti-co, su-ben-ten-di-do.

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10) Uma sílaba jamais terminará em consoante se a seguinte iniciar por vogal. A consoante
sempre se ligará à vogal seguinte.

Exemplos: su-ben-ten-di-do, su-per-mer-ca-do, sub-lin-gual, su-pe-ra-mi-go.

11.7 TRANSLINEAÇÃO

Aqui vai uma regrinha que poucos dominam, pois seu uso inadequado é recorrente em provas de
concursos públicos.
Quem nunca terminou a linha na folha definitiva de resposta no meio de uma palavra e não sabia
como dividi-la?
Translineação é a quebra de uma palavra ao final de uma linha, quando ela é muito comprida para
se ajustar ao espaço disponível. Nesse caso, apenas parte da palavra é grafada nessa linha,
juntamente com um hífen ao seu final, para indicar que o restante da palavra continua na linha
seguinte.
Translinear é justamente dividir a sílaba no momento em que trocamos de linha na redação.
Certamente, você já escreveu um texto e, ao final da linha, a palavra completa não coube e você se
fez as seguintes perguntas:
 Como devo separar a palavra?
 Devo utilizar o hífen ao lado, acima ou abaixo?
 Devo repetir o hífen na linha subsequente?
 E se a palavra já possuir hífen?

Há uma regra a ser seguida quando vocês estiverem diante dessa situação, a qual denominamos de
regras de translineação.

Mas tenha calma! Nada de ficar alongando ou encurtando a letra para que as palavras caibam na
linha sem pr -la ao V pode usar a translineação quantas vezes forem
necessárias sem sofrer qualquer tipo de apenação por isso, desde que esteja fazendo da forma
correta.
O primeiro passo é separar a sílaba corretamente.
Ex: ser-vi-ços; ex-te-ri-or (correto)
serv-i-ços; ex-ter-i-or (errado)

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No exemplo acima, o candidato seguiu corretamente a divisão silábica para proceder à


translineação. Percebam que ele a utilizou duas vezes no mesmo parágrafo (linhas 3 e 4). Na linha
1, destacamos em vermelho um pequeno espaço que ficou em branco, o qual poderia ter sido
perfeitamente preenchido pela próxima palavra (e/co/no/mi/as). Salientamos que espaços em
branco como esse, dependendo do nível de exigência do examinador, podem custar-lhes alguns
pontinhos. Portanto, reiteramos o que dissemos antes: usem a translineação quantas vezes forem
necessárias para escrever seus textos!
Após ter separado as sílabas, deve-se verificar se há espaço para inserir o hífen à frente da última
sílaba da linha. No nosso exemplo, houve espaço suficiente e o candidato optou por inserir o hífen
à frente das últimas sílabas (linha 3, vi; linha 4, ex).
Vejamos outro exemplo:

Vejam que, nas linhas 16 e 19, não houve espaço para inserir o hífen à frente das últimas sílabas de
cada palavra. Nesses casos, o candidato optou por colocá-lo abaixo das últimas sílabas (linha 16,
qui; linha 19, da). Já na linha 17, houve espaço suficiente e o hífen foi inserido na mesma linha.
Um detalhe para o qual eu chamo a sua atenção é o seguinte: caso tenha utilizado o hífen à frente
ou abaixo da última sílaba na linha, não se deve repetir o hífen na linha subsequente. Veja o
exemplo abaixo:

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Percebam que o candidato utilizou sempre dois hifens (na mesma linha e na linha subsequente)
para fazer a translineação. Nesse caso, se o examinador for bonzinho, será atribuída uma
penalidade apenas, haja vista que se trata do mesmo erro. Se o examinador for maldoso, como
costuma ser, serão três penalizações.

Na translineação de palavras compostas ou de uma combinação de palavras em que


haja hífen, deve-se repeti-lo no início da linha subsequente quando a partição coincide
com o final de um dos elementos ou membros.
Exemplos: saca-/-rolhas, anti-/-inflacionárias, econômico-/-financeira.

OUTRAS REGRAS PARA A TRANSLINEAÇÃO


1) Nunca deixe uma vogal sozinha no início ou no final da linha, ainda que a palavra esteja
obedecendo às regras de separação silábica.
Exemplos:
a) Na palavra amor, se estiver no final da linha, nunca deve ser escrita deixando a primeira
sílaba (a) em uma linha e a segunda sílaba (mor) na linha embaixo. A solução seria
escrever toda a palavra na segunda linha.
b) Na palavra humanos, caso a linha termine justamente no final da primeira sílaba, lembre-
se que apesar de possuir duas letras (hu), a primeira sílaba possui apenas um som e, por
isso, não deve aparecer sozinha no final da linha.

2) Não separe os dissílabos como ai, sai, ato, rua, etc., evitando que uma letra fique isolada no
fim ou no início da linha.

3) Não se deve, em final ou início de linha, quando a separação silábica for feita, formar
palavra estranha ao contexto. É apenas uma questão de elegância de estilo.

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Exemplos: presi-/-dente, demo-/-cracia


Não custa relembrar: não deixe espaços grandes no final de cada linha e também jamais ultrapasse
a linha. Em ambos os casos, poderá haver penalização!

11.8 RASURAS

Aqui não tem mistério. Se cometer um erro ao escrever uma palavra, nada de tentar escrever por
cima, utilizar parênteses, colocar qualquer m
Deve-se apenas fazer um traço simples na palavra que você queira que o examinador a
desconsidere em seu texto. Isso é suficiente para ele perceber sua intenção e manterá seu texto
limpo e organizado.
O que não se deve fazer:

O que se deve fazer:

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11.9 VOCABULÁRIO

Não há fórmula mágica. Adquirir um bom vocabulário prescinde de muita leitura. Mas o que fazer
se você não criou o hábito desde a época da escola, se não sente verdadeiro encanto pelo mundo
das palavras ou jamais trocou um filme ou novela por um bom livro?
A dica aqui é a seguinte: comece a ler temas de seu interesse. Gosta de cinema? Leia críticas sobre
os filmes que estão em cartaz. Gosta de carros? Procure um livro que conte a história de alguma
fábrica de automóveis ou de algum piloto que admira.
Certamente essas leituras não trarão benefícios imediatos na sua maneira de escrever. Porém,
serão capazes de despertar em você o interesse pelos livros e, a partir de então, o enriquecimento
do vocabulário será certo.

Quanto maior sua disponibilidade para leitura, melhores serão seus textos.

11.10 RASCUNHO

Saber montar um bom rascunho é fundamental para a elaboração de uma boa dissertação. Muitos
erros podem ser evitados com o investimento no rascunho. É por meio do rascunho que muitas
alterações podem ser feitas antes de passar o texto para a folha definitiva.
Porém, em um concurso, o curto espaço de tempo para a elaboração da dissertação faz com que
muitos optem por escrever o texto diretamente na folha definitiva de resposta.
Recomendamos aos que não terão tempo para desenvolver o rascunho de forma completa, que no
mínimo sigam o seguinte roteiro: na folha de rascunho, defina e escreva o tema sobre o qual
dissertará; escreva abaixo, em tópicos, todas as memórias e dados que conseguir lembrar sobre o
tema; feito esse trabalho, escolha quais serão os principais argumentos defendidos em cada
parágrafo e a ideia defendida na conclusão.
O ideal é, a partir do desencadeamento de ideias acima, elaborar os parágrafos, pois assim você
terá noção de quantas linhas seu texto ocupará e diminuirá a chance de rasuras ou, ainda, poderá
alterar algum argumento.
A dica aqui é a seguinte: sempre dê preferência ao rascunho. Na absoluta falta de tempo, opte por
fazer apenas o roteiro (definição dos pontos semânticos). Jamais escreva diretamente na folha
definitiva de resposta, salvo em raríssimas exceções. Ademais, desaconselhamos escrever a lápis
na folha definitiva e depois escrever por cima a caneta. Ainda que você apague, marcas ficarão e
isso poderá comprometer a apresentação de sua dissertação, coisa que ninguém deseja, a não ser
seu concorrente, certo?

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11.11 TÍTULO

A obrigatoriedade ou não de colocar título na dissertação deverá constar no edital do certame.


Caso exigido, o título deve ser uma frase nominal (sem verbo). Também não deve vir seguido de
ponto. Você não deverá colocar título, caso não haja expressa solicitação na instrução da questão
ou no edital. Tome muito cuidado com isso! Um título colocado indevidamente poderá ser
interpretado como identificação do aluno e você poderá ter sua prova anulada.
Seguem as principais dúvidas sobre o título.

Antes de tudo, leia as instruções da sua prova.


É ali que está determinada ou não a
É obrigatório colocar título em uma redação?
obrigatoriedade. Se for obrigatório, coloque-o,
claro! Se não, NÃO UTILIZE.

Em caso de obrigatoriedade, não pule linha


Devo pular linha após o título?
entre o título e o início do texto.

Recomendamos escrevê-lo após o término do


texto, pois o título é o maior resumo da sua
Qual o melhor momento para escrever o
redação, responsável por dar ao seu leitor uma
título? Antes ou depois de escrever a
ideia geral do texto. E, claro, quando seu texto
dissertação?
estiver pronto, esse trabalho será muito mais
fácil.

Se você optou por colocar o título após redigir


o texto, pode correr esse risco. Para evitar,
escreva a lápis a palavra T , caso haja a
O título era obrigatório, mas esqueci de possibilidade de usar lápis na prova. Se não,
colocá-lo. Minha redação será anulada? faça o lembrete na folha de rascunho e preste
Perderei muitos pontos? muita atenção para não esquecer. A falta do
título, quando obrigatório, não anula a
questão, a não ser que expresso no edital.
Geralmente a penalização é pequena.

Use pontuação apenas se o seu título utilizar


Devo usar pontuação (ponto final, verbo. Caso contrário, deixe sem pontuar.
interrogação, exclamação) no meu título? Ex.: A economia está piorando.
A decadência da economia

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11.12 SIGLAS E ABREVIATURAS

Utilize apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no
texto seja acompanhada de explicitação de seu significado.
Quanto às abreviaturas, deve-se avaliar, ainda, se serão de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros.

Um erro que o aluno comete bastante em provas discursivas é a utilização das siglas de forma
espúria.

Sigla é o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos (normalmente os principais) que
compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.

Na utilização de siglas, observam-se os seguintes critérios:


a) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever primeiramente a forma por
extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen.
 A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a universidade mais antiga do Brasil;
 A Universidade Federal do Paraná UFPR é a universidade mais antiga do Brasil.
Vejam este exemplo:

Perceba que o candidato utilizou, com propriedade, no primeiro parágrafo, as duas formas (hífen e
parênteses). Ademais, no segundo parágrafo, repetiram-se apenas as siglas, haja vista que elas já
foram escritas por extenso no primeiro parágrafo.

b) Deve-se citar apenas siglas já existentes ou consagradas; a sigla e o nome que a originou são
escritos de maneira precisa e completa, de acordo com a convenção ou designação oficial.
 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT (e não EBCT);
 Receita Federal do Brasil RFB;
 Câmara Legislativa do Distrito Federal CLDF;
 Tribunal de Contas do Estado da Paraíba TCE-PB;
 Superior Tribunal de Justiça (STJ);
 Tribunal de Contas dos Municípios TCM.

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c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas.


 Banco Central do Brasil BCB (e não B.C.B.).

d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas.
 ONU Organização das Nações Unidas;
 IML Instituto Médico Legal;

e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas quando
cada uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou somente com a inicial
maiúscula, quando formam uma palavra pronunciável.
 BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
 Masp Museu de Arte de São Paulo;
 Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
 Abin Agência Brasileira de Inteligência.

f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram criadas com
essa estrutura para se diferenciarem de outras, independentemente de seu tamanho.
 Conselho Nacional de Pesquisa CNPq (para diferenciá-lo de Conselho Nacional do Petróleo
CNP).

g) No caso de siglas de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome em português
quando houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla estrangeira quando esta não
tiver correspondente em português, mesmo que o seu nome por extenso em português não
corresponda perfeitamente à sigla.
 ONU Organização das Nações Unidas;
 FAO Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas somente quando a
concordância gramatical assim o exigir.
 O trabalho das ONGs vem repercutindo cada vez mais na sociedade.

11.13 USO DA IMPESSOALIDADE

A impessoalidade em uma dissertação ocorre quando há um claro distanciamento entre o autor e


o assunto abordado. Os fatos são tratados de forma objetiva.
A fim de conferir maior credibilidade aos argumentos apresentados, busca-se sempre manter o
caráter impessoal do texto em dissertações. Para isso utilize a 3ª pessoa do singular.
Esteja atento também para evitar o uso:

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a) de expressões enfáticas ou opiniões pessoais:


Exemplo: Espantosamente, enquanto professor, posso dizer que as provas estão mais fáceis.
Opte por: As provas estão mais fáceis.

b) de adjetivos no grau absoluto sintético.


Exemplo: Aquela questão é facílima de ser resolvida.
Opte por: Aquela questão é muito fácil de ser resolvida.

c) da 1ª pessoa do singular:
Exemplo: Acredito que a criminalidade seja o problema mais sério atualmente.
Opte por: A criminalidade é um problema muito sério enfrentado atualmente.

11.14 LINHAS EM BRANCO

- Posso pular linhas?


A resposta é, definitivamente, NÃO! Não se pulam linhas em dissertações em concursos públicos15.
Deve-se estar atento a esse detalhe dentro do mesmo parágrafo ou entre um parágrafo e outro.
Independentemente da situação, não pule linhas, pois isso custará alguns pontinhos preciosos que
o examinador tirará de você.

11.15 MARGEM DA FOLHA DE RESPOSTAS

- Se a quantidade de linhas for insuficiente para o meu texto, posso


utilizar a margem da folha?
Você só pode utilizar o número de linhas determinado pela banca examinadora. Sempre
observando a quantidade mínima e máxima.
Conforme expressamente informado pela banca no edital, será desconsiderado, para efeito de
avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado e(ou) que
ultrapassar o número máximo de linhas estabelecido.
Há provas em que a banca delimita o limite máximo, mas não o mínimo. A despeito de não haver
esse limite mínimo, lembre-se que, para a preservação da boa progressividade textual, a utilização
de poucas linhas não é aconselhável.

15
Exceção para alguns casos de Redação Oficial.

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11.16 MARCAÇÃO DE PARÁGRAFOS

- Há a necessidade de marcar os parágrafos?


Não há essa necessidade em textos dissertativos. Em alguns casos, como em provas de Redação
Oficial, deve-se numerar para respeitar o Padrão Ofício. Para provas discursivas, em geral, não há
essa necessidade.

11.17 CITAÇÃO DE DISPOSITIVOS LEGAIS

Para a citação de dispositivos legais, deve-se estar atento ao que preconiza a Lei Complementar
95, de 26/02/1998 (LC 95/1998), que dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a
consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e
estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona.
CF/1988, Art. 59, parágrafo único: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

A seguir, visitaremos alguns dispositivos da LC 95/1998 que devem ser estritamente observados na
produção de textos:
Art. 10, I: a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida
de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste;

Ressalta- á Vocabulário Ortográfico da Língua


Portuguesa VOLP.
Art. 10, II: os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos, os
incisos em alíneas e as alíneas em itens;
Art. 10, III: os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração
ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a
expressão "parágrafo único" por extenso;

Pela leitura desses dispositivos legais, fazemos algumas considerações:


i) Tratando-se de remissão a artigos e parágrafos que não contenham indicação numérica,
devem-se escrever as expressões artigo parágrafo único
ii) H
letra inicial minúscula;
iii) Tanto o artigo quanto o parágrafo são seguidos de numeração ordinal até o nono, e
cardinal a partir deste (art. 1º, art. 2º, art. 3º, art. 4º, art. 5º, art. 6º, art. 7º, art. 8º, art.
9º, art. 10, art. 11, art. 12) e (§ 1º, § 5º, § 9º, § 10, § 11, § 20);
iv) Caso seja necessário citar mais de um artigo ou parágrafo, dever-se-á utilizar a
á á
e 10).
Art. 10, IV: os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras
minúsculas e os itens por algarismos arábicos;

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Sendo assim, temos:


i) Incisos: I, II, III, IV, V, VI, VII ...
ii) Alíneas: a, b, c, d, e, f, g, h, i ...
iii) Itens: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 ...
Uma observação importante é que, diferentemente do parágrafo, não existe inciso único, alínea
única ou item único.
Agora, verificaremos as possibilidades de citar os dispositivos legais ao longo do texto. Há duas
possibilidades
1º) Do mais genérico para o mais específico (uso obrigatório das vírgulas):
Exemplos:
i) Um artigo do mesmo diploma legal: art. 12, § 4º, II, a, da Constituição Federal de 1988;
ii) Dois ou mais artigos do mesmo diploma legal: arts. 6º, III, e 7º, II, da Lei 8.666/1993;
iii) Dois ou mais artigos de diplomas legais diferentes: art. 5º, XXV, da Constituição Federal de
1988; art. 8º, VIII, da Lei 8.112/1990; e art. 6º, II, do Decreto 6.029/2007.
2º) D
Exemplo: alínea a do inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal de 1988.
Estejam atentos a essas regras, pois são valiosas para apresentar textos organizados.

11.18 COMO UTILIZAR NÚMEROS EM PROVAS DISCURSIVAS

Para número de ato normativo, valores monetários e nos casos em que houver prejuízo para a
compreensão do texto, quaisquer referências a números, percentuais e prazos, devem-se observar
as seguintes regras:
i) Quando a forma extensa formar apenas uma palavra, o número será grafado apenas por
extenso.
Exemplo: doze, vinte, nove.

ii) Nos casos em que formar duas ou mais palavras, deverá constar o número cardinal
seguido do extenso entre parênteses.
Exemplo: 21 (vinte e um), 34 (trinta e quatro).
Quanto aos números utilizados em datas, devem-se observar as seguintes regras:
i) Os números não serão precedidos de zero (Ex.: 3/4/2018, e não 03/04/2018);

ii) Nas referências ao primeiro dia do mês, será utilizado número ordinal (Ex.: 1º/12/2018,
e não 1/12/2018);

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iii) A indicação dos anos será grafada sem o ponto entre as casas do milhar e da centena
(Ex.: 27/11/1981, e não 27/11/1.981).

11.19 - COMO UTILIZAR ABREVIAÇÕES EM PROVAS DISCURSIVAS

As abreviações representam parte da palavra como equivalente de um todo. Assim, pode-se


considerar que ela representa a redução de um vocábulo.
Para utilizar abreviações, sugiro que vocês consultem, previamente, o sítio eletrônico da Academia
Brasileira de Letras ABL a fim de verificar a existência daquelas que porventura queiram
empregar em seus textos (http://www.academia.org.br/nossa-lingua/reducoes).
Há candidatos que simplesmente cortam a palavra ao meio sem tomar o devido cuidado de fazer
essa consulta prévia. Ademais, deve-se avaliar se serão de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros.

11.20 CUIDADO COM O PARALELISMO

Paralelismo é a simetria da frase. É uma sequência de expressões com uma estrutura paralela, ou
seja, simétrica. O paralelismo é algo muito importante em uma boa dissertação e ocorre quando
há um encadeamento harmonioso e lógico entre as diferentes partes da oração e do texto. É um
erro muitas vezes cometido por distração do aluno e, por isso, pedimos que prestem muita
atenção para não cometer novamente os erros por falta de paralelismo.

Cuidado! Para que você consiga construir um texto com paralelismo, é necessário prestar atenção
se há correspondência e semelhança entre duas palavras, ideias, termos que possam ser
comparadas entre si.
Os dois principais tipos de paralelismo são os encontrados principalmente estruturas sintáticas e
semânticas.
A despeito de serem os principais, alguns autores identificam também o paralelismo morfológico e
o paralelismo rítmico.

PARALELISMO SINTÁTICO

O paralelismo sintático ocorre quando há simetria entre as estruturas sintáticas presentes numa
frase. Também é chamado de paralelismo gramatical.

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Exemplos:
 Gostei do cronograma do curso constante na aula demonstrativa e do
site. (errado)
 Gostei do cronograma do curso constante na aula demonstrativa e no
site. (certo)

PARALELISMO SEMÂNTICO

O paralelismo semântico ocorre quando há simetria entre as ideias presentes numa frase.
Exemplos:
 Gosto de Língua Portuguesa, de Direito Constitucional, de Raciocínio
Lógico e de viajar. (errado)
 Gosto de Língua Portuguesa, de Direito Constitucional, de Raciocínio
Lógico e de Redação. (certo)

PARALELISMO MORFOLÓGICO

Ocorre paralelismo morfológico quando há um uso harmonioso de palavras da mesma classe


gramatical.
Exemplos:
 Proibido crianças e fumar. (errado)
 Proibido crianças. Proibido fumar. (certo)
 Proibido entrar com crianças e fumar. (certo)

PARALELISMO RÍTMICO

O paralelismo rítmico acontece quando há um ritmo constate e harmonioso de palavras da mesma


classe gramatical.
Exemplos:
 Possuía aplicações financeiras no banco, empréstimos na cooperativa
de crédito e uma poupança. (errado)
 Possuía aplicações financeiras no banco, empréstimos na cooperativa
de crédito e uma poupança na caixa econômica. (certo)

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11.21 NÃO SEJA REDUNDANTE

Abordamos, até agora, passos primordiais para a criação de um texto dissertativo de qualidade.
Não poderíamos deixar de abordar um dos vícios de oralidade mais comuns, a saber: a
redundância.
A redundância ocorre quando uma ideia é repetida assim que acabou de ser lançada. É o famoso:
á
pensando que jamais cometeria tal equívoco.
O Para evitar o uso de vícios de
linguagem, mais especificamente de redundâncias, é preciso compreender o motivo de serem
consideradas expressões redundantes. É importante que se pense sobre as palavras que utilizamos
e no significado que possuem.
A possibilidade de redundância em textos é infinita. Por isso, pedimos que vocês prestem muita
atenção ao escrever seus textos.
Veja, na lista abaixo, alguns casos exemplificativos:

TEXTO REDUNDANTE COMO RESOLVER?

Continue dividindo as contas com o sócio rs.


Mas, ao dividir algo pela metade, as duas
Eu e meu sócio dividimos as contas da partes só podem ser "iguais"! Então, ao
empresa em metades iguais. mencionar metade, esqueça a palavra iguais .
Eu e meu marido dividimos as contas
da casa pela metade.

A conclusão é o fim. Não existe outro tipo de


Chegamos à conclusão final que é conclusão, correto?
melhor estudar para concursos. Chegamos à conclusão que é melhor
estudar para concurso.

Seria possível que ele encarasse "de trás"?


O aluno encarou de frente todos os
Portanto,
desafios que surgiram durante a
preparação. O aluno encarou todos os desafios que
surgiram durante a preparação.

Não há como inaugurar algo velho, não é?


A inauguração do novo espaço foi um
sucesso. A inauguração do espaço foi um
sucesso.

E como ele poderia fazer para exportar para


O Estado exportou para fora menos "dentro"?

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calçados este ano. O Estado exportou menos calçados este


ano.

É uma pena. Tomara que não tenha nota boa


O candidato repetiu de novo a nota de rs.
redação.
O candidato repetiu a nota de redação.

Você já viu amanhecer a "noite"?


Ao amanhecer o dia, haverá nova
oportunidade de cumprir o Ao amanhecer, haverá nova
planejamento. oportunidade de cumprir o
planejamento.

Alguém já viu um "pé" ser decapitado?


Tiradentes teve sua cabeça Decapitação só existe da cabeça mesmo!
decapitada.
Tiradentes foi decapitado.

12 ROTEIRO ESTRATÉGICO PARA FAZER PROVAS DISCURSIVAS


Futuros servidores, o dia da sua prova está cada vez mais perto. Nesta oportunidade, fazemos-lhes
uma pergunta importante:
Ao se depararem com o caderno da prova discursiva, já sabem exatamente o
que fazer? Qual roteiro seguir?
Sabemos que alguns de vocês já possuem mais experiência e estão absolutamente preparados
quanto a isso. Entretanto, caso ainda não tenham parado para pensar nisso, apresentamos a vocês
um Roteiro Estratégico:
1) A primeira coisa a se fazer é verificar o assunto sobre o qual o examinador quer que você
disserte e tente resgatar todo o conteúdo que você estudou acerca dele;
2) Analise minuciosamente os dados fornecidos no comando da prova discursiva, o conteúdo que
fora disponibilizado pela banca examinadora (textos motivadores) e verifique as possibilidades de
estruturar seu texto;
3) Logo após, você terá de decidir qual estrutura utilizará para construir o texto. Recomendamos
para esse concurso o uso das Estruturas Clássicas.
4) A partir daí você deverá identificar os pontos semânticos, a começar pelo Tema;
5) Em seguida, após a escolha do Tema, é hora de definir a Tese (para textos dissertativos
argumentativos) ou o Pressuposto Orientador (para textos dissertativos expositivos);
6) Aqui, você terá de definir os Tópicos Questionadores. Caso seja apresentada uma questão
(sem delimitação dos tópicos), você terá de usar a criatividade e o seu conhecimento
para defini-los, observando-se a boa progressividade temática do seu texto. Se for uma questão

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(com delimitação dos tópicos), não queira inventar! Seus tópicos deverão abordar,
obrigatoriamente, cada tópico apresentado pelo examinador.

Pois bem, futuros servidores. Agora, vocês terão condições de colocar em prática esse Roteiro
Estratégico nas rodadas de temas do nosso curso COM CORREÇÃO, como se vocês já estivessem
diante da prova. Não percam a oportunidade!

Não basta aprender com os erros; é preciso aperfeiçoar os acertos!

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