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REVISTA A BARRIGUDA 22

ENTRE A FLOR E O ESPINHO: A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA


MULHER NO AGRESTE DA PARAÍBA

Between the flower and the thorn: the domestic violence against women in the Agreste of Paraiba

ALLAN JONES ANDREZA SILVA


LUCIANO NASCIMENTO SILVA

RESUMO ABSTRACT
A violência contra mulher não é um produto Violence against women is not solely a product of
exclusivamente da sociedade contemporânea, ela modern society, it has its roots in the social
tem suas raízes na própria organização social organization itself historically consolidated over
historicamente consolidada no decorrer dos anos the years but extremely damaging to the exercise
mas extremamente prejudicial para o exercício da of feminine dignity, yet she ends up adopting
dignidade feminina, mesmo assim ela acaba characteristics and intensities ranging from
adotando características e intensidades que according to the social peculiarities. Paying
variam de acordo com as peculiaridades sociais. attention to this condition, this article has to
Atentando a esta condição, este artigo se detém analyze the particularities such a phenomenon
em analisar as particularidades com que tal develops in the field covered by the 8th
fenômeno se desenvolve na região abarcada pela Integrated Public Security Area of Paraíba, seated
8ª Área Integrada de Segurança Pública da in the middle region of the Agreste region. To
Paraíba, assentada na mesorregião do agreste this end, information was collected from the
paraibano. Para tanto, foram colhidas records of the occurrence of Military Police Unit
informações junto aos registros de ocorrência da which is part of such area, specifically the data of
Unidade de Polícia Militar que faz parte de tal domestic violence against women of the first
área, especificamente foram coletados os dados quarters of the years 2011, 2012 and 2013 were
de violência doméstica contra mulher dos collected. Adopting a qualitative and quantitative
primeiros quadrimestres dos anos de 2011, 2012 methodology we sought to explore the factors
e 2013. Adotando uma metodologia qualitativa e that favor the development of this phenomenon
quantitativa buscou-se explorar os fatores que in the region, though there is interference on
favorecem o desenvolvimento deste fenômeno na several elements, mainly cultural projects,
região, constatando-se a interferência de diversos specifically the intervention in interpersonal
elementos, sobretudo de cunho cultural, relationships, turning to the overvaluation of
especificamente a ingerência nas relações interests the front man to woman in many areas,
interpessoais, voltando-se para o causing losses of various kinds, mainly physical,
supervalorização dos interesses do homem frente psychological and sentimental.
ao da mulher em diversos âmbitos, provocando
prejuízos de ordem diversa, principalmente
física, psicológica e sentimental.

PALAVRAS-CHAVE KEYWORDS
VIOLÊNCIA. MULHER. PODER. VIOLENCE. WOMAN. POWER.

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INTRODUÇÃO

Cotidianamente, são noticiados casos bárbaros de violência desenvolvida em ambiente


doméstico, sendo realizadas sob diversificadas modalidades e artifícios, inclusive podendo chegar
a provocar a morte das vítimas. Carece observar que este tipo de violência como observamos hoje
não é uma inovação da sociedade contemporânea, mas o produto histórico das relações sociais,
que foi sendo reproduzida e concebida como um assunto familiar, a ser dirigido e disciplinado
pelo chefe, o pater família. Desse modo, ficava sob o encargo deste avaliar as condutas dos demais
membros e, se necessário, aplicar-lhes sanções, punições, as quais quase sempre eram
desenvolvidas sob a forma de castigos corpóreos.
No entanto, a evolução do pensamento filosófico principalmente a partir da formulação
do Iluminismo que radicou a identificação de direitos inatos, naturais a todos os seres humanos,
os quais acabaram por se agregarem as novas demandas patrocinadas pelas transformações sociais,
econômicas e culturais, foram responsáveis por formular um cenário propício a realização de um
debate acerca da igualdade entre homens e mulheres .
A ideia de direito à igualdade no decorrer dos anos evolui, extrapolando as concepções
sob o qual fora criado, e acabou embasando teoricamente o discurso do movimento feminista que
começara a se desenvolver a partir do final do século XIX, o qual se assenta sua premissa basilar
na erradicação do desequilíbrio nas relações de gênero, sendo esta, portanto, a principal causa
para a formulação de relações de poder dirigidas contra as mulheres e que são responsáveis diretas
pela reprodução da violência no ambiente doméstico.
Neste contexto, a relação de poder promovida em detrimento das mulheres é responsável
por definir uma condição de submissão ou dominação, a qual construía a imagem ideológica,
amplamente disseminada no seio social, de uma “mulher-objeto” ou uma “mulher-propriedade”,
abandonando sua condição de ser humano para observar-lhe como coisa pertencente, ou sob os
cuidados, do chefe familiar, seja ele marido ou pai.

2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

A formulação de uma nova condição social da mulher, que inicia com a sua participação
ativa no mercado de trabalho e economia familiar, acaba por conclamar a intensificação dos
debates quanto da proteção dos direitos femininos, os quais ganham impulso nos anos 70,
sobretudo após a ratificação dos espaços de liberdade e garantia dos direitos fundamentais da
mulher em âmbito internacional.

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Especificamente no Brasil, a temática violência contra as mulheres começou a ser
discutida de forma mais intensa a partir dos anos 80, graças às transformações sociais e políticas
que ensejaram movimentos feministas, os quais ansiavam por medidas legislativas de prevenção e
sancionatórias aos agressores:

Nesse período, o movimento de mulheres tinha como um dos principais objetivos dar
visibilidade à violência contra a mulher e tentar combatê-la por meio de intervenções
sociais e jurídicas, mormente, a criminalização de condutas. Incentivado pela
redemocratização política que dava seus primeiros passos na sociedade brasileira, o
movimento de mulheres iniciou um diálogo com o Estado, no sentido de reivindicar
políticas que dessem respostas institucionais de prevenção e punição da violência
praticada contra a mulher. (CELMER, 2010, p. 76).

É necessário observar que já estava em desenvolvimento um pensamento jurídico que


identificava como medida plausível a intervenção penal como medida voltada para o desestímulo
ou prevenção de prejuízos a bens jurídicos relevantes para a proteção dos direitos do cidadão.
Neste contexto, é necessário observar as palavras de Guimarães (2011, p. 65):

Os Estados democráticos ou que se democratizaram ao longo da terceira onda


constitucional, arrimam-se no modelo político-jurídico-econômico do welfare state,
confirmando os espaços de liberdade negativa, dos direitos e garantias fundamentais e
estabelecendo direitos fundamentais e normas programáticas que se efetivam pela
intervenção estatal, visando o aperfeiçoamento individual e coletivo da sociedade.
Quer dizer, há suficiente legitimação político-jurídica para a criação não só de um
direito que tenha promoção das pessoas, como também para a tutela de bens jurídicos
através da intervenção penal e do processo.

A implementação de mecanismos verdadeiramente mais evidentes de proteção do direito


das mulheres acontece com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a qual foi capaz de
recepcionar uma série de normas dirigidas a proteção da mulher, além do próprio texto magno
informar expressamente o direito à igualdade de sexos.
Mesmo assim, de forma ainda paradoxal, esta mesma constituição recepcionou muitas normas
que comprometiam a formulação da igualdade legal entre os gêneros, pois estipulavam desníveis
nas relações sociais, além do mais o conjunto normativo que se estabeleceu logo após a
promulgação do texto magno acabou enfrentando sérias dificuldades para garantir os direitos da
mulher, sobretudo no que concerne a sua não vitimização em ambiente doméstico.
Dentre os problemas, conforme relata Day et al (2003, p. 15), verifica-se a dificuldade
do Estado adentrar no campo das relações privadas domésticas, uma vez que a violência contra
mulher é realizada mais comumente por pessoas próximas, geralmente parentes ou parceiros
íntimos, seguindo um padrão repetitivo, de controle e de dominação, desenvolvido em ambiente
residencial (dentro do lar), longe dos olhos estatais, o que faz das propostas dirigidas a

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minimização do problema uma tarefa extremamente difícil e delicada, principalmente para os
órgãos encarregados diretamente pela segurança pública, as polícias.
No que diz respeito às motivações, Day el tal (2003, pp. 15-16) destaca as características
pessoais do agressor, os riscos na relação e a sociedade. No que diz respeito ao agressor é
evidenciado que as suas condições psicossociais tem estreita relação com a reprodução de práticas
violentas, tomando como causa: o pensamento machista, já ter presenciado conflitos conjugais
dos seus pais, experiências de abuso ainda quando criança, o consumo de bebidas, riscos na
relação interpessoal (conflitos) e, dentre outros, o apoio simbólico da comunidade. Atreladas a
estas condições, alguns outros fatores decorrentes das relações econômico-sociais, como controle
das riquezas e tomadas de decisões, elevam ainda mais a possibilidade de desenvolvimento de
práticas violentas nas relações domésticas e familiares, seja para consolidação da condição de
superioridade pela reafirmação do poder (por exemplo, o homem que utiliza o seu poder
econômico para oprimir a mulher que não detém renda) ou, de forma egoística, em decorrência
da condição que a mulher exerce enquanto gestora econômica da família.
É necessário pactuar das verificações de Celmer (2010, pp. 74-75), para quem a aceitação
social da violência contra mulher foi tão bem alicerçada culturalmente, que até as vítimas possuem
dificuldade de reconhecer esta problemática como um forma de violação dos seus direitos. A
exemplo disto, existem muitas formas de violência psicológica e patrimonial permeando as
relações conjugais e que não são dadas as devidas relevâncias, seja porque persiste a esperança de
mudança do agressor, ou admite-se esta circunstância como uma condição a ser aturada, como um
viés necessário para garantir a perpetuação da família e condições favoráveis para os filhos .
Desse modo, pode ser verificado que as relações sociais em âmbito doméstico e familiar
são permeadas por uma violência simbólica que estabelece a condição de cada sujeito, seu papel
social, partindo de escalonamentos de poder e produzindo uma subordinação que é aceita e,
muitas vezes, que acata até a violência física.
Apesar da evolução legislativa em torno do tema, apenas a partir da promulgação da Lei
Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006) é que foram criados mecanismos mais
rígidos e consolidados para a proteção dos direitos da mulher e repressão de diversificadas formas
de violência .
Segundo as palavras de Porto (2012, p. 33), os crimes informados pela Lei Maria da
Penha são caracterizados pela violência de gênero, cujas práticas especificadas em seu art. 7º., se
assentam na finalidade delitiva desenvolvida a partir de um preconceito discriminatório contra a
mulher. O atendimento das especificações contidas nos arts. 5º. e 7º. é suficiente para presumir a
prática discriminatória.

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Mas não é apenas durante a ação do sujeito ativo que a discriminação se deflagra, em muitas
situações o próprio sistema de justiça criminal que deveria mobilizar forças para garantir a
erradicação ou, pelo menos, a minimização do problema, acaba sendo facilitando a reprodução do
problema. E neste contexto que Porto informa:

É dentro dessa realidade de neutralização que a vítima sofre duas vitimizações: a


primária decorrente do próprio crime que a vitimou, e a secundária resultante do
modo como é maltratada pelo sistema legal, cujo formalismo, criptolinguagem,
burocracia e até mesmo aviltamento por descrédito, tornam-na mais um objeto do
que um legítimo sujeito de direitos. (PORTO, 2012, p. 51).

O prejulgamento estereotipado da conduta da mulher, vítima de violência doméstica, em


muitos dos casos marcado pelo descrédito do teor da denúncia e, por conseguinte, a carência de
medidas adequadas a proteção da vítima, acabam dando margem para uma nova forma de
vitimização: a impossibilidade de efetivar direitos constitucionalmente reconhecidos, o que
também dá margem para que o acusado possa cultivar um sentimento de impunidade, dando
margem para a possibilidade de realização de novas agressões com intensidade cada vez mais
aviltante. Essa circunstância constitui uma formula desestimuladora de novas denúncias.
Neste âmbito, a proteção dos direitos das mulheres ganha novo fôlego a partir do
julgamento da ADI n.º 4424 pelo STF, que acabou sendo decidido que a ação penal de crime de
lesão praticado contra a mulher no ambiente doméstico passou a ter natureza pública
incondicionada, pois, para a maioria dos ministros do STF a aplicação expressa do que dispõe o
art. 16 da lei, poderia “(...) esvaziar a proteção constitucional assegurada às mulheres” . Esta
medida influi positivamente para a proteção dos direitos das mulheres, uma vez que tal medida
implica diretamente na substituição do seu interesse individual pelo estatal, o qual visa garantir
que a vítima, mesmo sendo pressionada de diversas formas pelo algoz ou pelas circunstâncias que
lhe circundam, não venha a retroceder em sua decisão (desistir da ação).
Contudo carece observar que, mesmo não entrando nas estatísticas oficiais, as
circunstâncias que ora permeiam as ocorrências de violência doméstica, como trata Porto (2012,
p. 53), demonstram que em grande parte das vezes as mulheres ao recorrerem as forças policiais
queixando-se de alguma forma de violência desta natureza não anseiam quebrar os laços afetivos
com seu algoz nem muito menos vê-lo preso, mas apenas anseiam que este seja aconselhado ou
compelido a mudar de comportamento. Na realidade, estas mulheres acabam ansiando uma
expectativa de mudança. Tal posicionamento feminino decorre, principalmente, da dependência
sentimental, principalmente após o nascimento dos filhos, pois há o interesse em preservar o
núcleo familiar.

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3 PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Para melhor compreender a violência contra mulher, basicamente três teorias são tratadas:
a da dominação masculina, a da dominação patriarcal e a relacional, as quais Celmer (2010, p.77)
explana:

A primeira define violência contra as mulheres enquanto “expressão de dominação da


mulher pelo homem, resultando na anulação da autonomia da mulher, concebida
tanto como ‘vítima’ quanto ‘cúmplice’ da dominação masculina: essa corrente entende
ainda que a dominação masculina é uma ideologia reproduzida, tanto por homens
quanto por mulheres, que transforma diferenças em desigualdades hierarquizadas; a
segunda corrente, a da dominação patriarcal, é contaminada pela perspectiva feminista
e marxista, percebendo a violência como expressão do patriarcado, em que a mulher é
vista como sujeito social autônomo, contudo, historicamente vitimada pelo controle
social masculino; a terceira corrente, chamada de relacional, tenta relativizar as noções
de dominação masculina e vitimização feminina, concebendo que a violência é uma
forma de comunicação: um jogo no qual a mulher não é vítima, mas participante.

Em todas estas construções teóricas acerca do tema, o elemento “poder” possui papel
central e, de acordo com cada abordagem, será o responsável por fundamentar a engrenagem
social de desigualdade.
No que diz respeito a pensamento feminista, este adota uma concepção maniqueísta da
relação homem/mulher (CELMER, 2010, p. 78), adotando o posicionamento de que a mulher
detém uma condição incita de vítima perante as relações de gênero, não levando em consideração
os inúmeros casos registrados de violência que estas desenvolvem em relação aos outros membros
sociais, inclusive em âmbito doméstico, vitimando até outras mulheres.
Já a teoria relacional estabelece uma condição de cumplicidade da mulher, uma vez que
relativiza a relação de poder, apontando que ao se afirmar como vítima, se autodescrevendo como
frágil, ela estaria fazendo parte da construção de uma imagem simbólica que conduziria, no
decurso das dinâmicas sociais, para a sua própria vitimização.
Assim, as teorias ora utilizadas para tentar explicar a violência doméstica e familiar contra
mulher enfocam o indivíduo e sua dinâmica de relacionamento interpessoal, dando ênfase ao
poder e a condição de subordinação como elementos ora sopesados no homem, ora no sistema
social, ou ainda sob um viés neutro e que alavanca a mulher para um patamar semelhante ao do
homem, mas convergindo para sua própria vitimização.
Logo, ao tratar do tema, deve-se abordá-lo de forma mais ampla, este é o posicionamento
de Celmer (2010, p. 83), ao afirmar que:

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Uma abordagem mais adequada da violência conjugal deve levar em conta também a
agressão como uma relação de poder, entendendo o poder não como algo absoluto e
estático, exercido invariavelmente pelo homem sobre a mulher, mas como algo fluído
que perpassa a dinâmica relacional, exercido ora por homens ora por mulheres.

Na realidade tal pensamento ainda deve ser expandido, ao tratar deste assunto, deve-se
levar em consideração a contextualização socioeconômica e cultural das relações humanas,
descriminadas dentro de um aspecto espacial e temporal específico, em razão da existência de
diversificados fatores que interagem para a formulação da complexidade dinâmica que permeia as
causas e os efeitos da violência doméstica contra mulher.
Assim, ao tratar do tema, o observador deve levar em consideração os aspectos cultural,
econômico, relacional e o contexto socioambiental que caracterizam o fenômeno atendo-se uma
abordagem espacial e temporalmente específica, uma vez que, conforme assinala Beato Filho e
Reis (2012, p. 386-393), o trato sobre o assunto (violência) através de concepções generalizadas
pode contrapor a realidade, haja vista a existência de particularidades locais.

4 ASPECTOS RELEVANTES DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NO AGRESTE DA PARAÍBA

A violência doméstica contra mulher não é um fenômeno restrito, verificável apenas


numa determinada circunscrição, mas observável em todos os países, ainda que cada local possua
suas causas particulares, ou até mesmo peculiaridades, ela está presente mas poderá ter
características, intensidade danosa e constância de casos de forma distinta.
No caso do Brasil, verifica-se ultimamente um aumento a cada ano da quantidade de
registros de violência contra mulher, conforme constatou o Waiselfisz (2012), do Instituto
Sagari, pois segundo este autor o número de homicídios de mulheres no Brasil em 30 anos passou
de 1.353 para 4.297, demostrando um aumento percentual de 217,6%, o que implica dizer que
neste período mais que triplicou a quantidade de mulheres assassinadas, fazendo com que
atingisse o 7º lugar numa análise realizada entre 84 países.
Segundo a central de atendimentos desta Ouvidoria da Secretaria Nacional de Políticas
para Mulher, as informações que lhe são repassadas sobre este tipo de violência apontam que
89,1% dos relatos são feitos pela própria vítima; 68,8% dos agressores são os cônjuges,
companheiros ou ex-maridos; 38,0% das vítimas se relacionam com o agressor há mais de 10
anos; 57,7% delas são agredidas diariamente; 50,3% se percebem em risco de morte; 68,3%
declaram não depender financeiramente do agressor; 84,7% das vítimas possuem filhos, os quais
acabam se submetendo a riscos pessoais além de estarem imersos num paradigma educacional
familiar extremamente desfavorável a sua formação psicossocial, fazendo com que acabem

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adquirindo uma tendência para reproduzir ou exprimir de algum modo aquela forma de violência
que visualiza em seu lar.
Não se diferenciando do contexto nacional, na Paraíba podem ser verificada uma grande
quantidade de casos, uma vez que segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas para
Mulheres, em 2011, foram registradas 546 denúncias de violência contra mulher no Estado,
contudo estes são números que apontam apenas os registros da Central de Atendimentos da
Ouvidoria dessa Secretaria, ao serem pesquisadas informações junto aos registros estaduais os
valores encontrados são bem maiores, tanto é que apenas em 2011 foram registrados mais de mil
casos apenas na Delegacia da Mulher em João Pessoa/PB . Mesmo assim, todos estes dados
coletados apenas representam uma parcela muito pequena da quantidade de fatos desta natureza,
haja vista a existência de uma série de casos que não são computados por não chegarem ao
conhecimento dos órgãos estatais, especificamente diz respeito aos inúmeros acontecimentos em
que as mulheres são violentadas mas não prestam denúncia, seja por medo de futuras represarias,
ausência ou carência de informações sobre seus direitos, por dependência emocional etc.
Atentando especificamente ao Agreste Paraibano, verifica-se que ele não foge do contexto
nacional e estadual, ao ponto que através de um breve acompanhamento das ocorrências policiais
através das empresas de rádios e sites locais, pode ser observada a existência de muitas
dificuldades para a proteção dos direitos da mulher.
Considerando o espaço geográfico abarcado pela 8ª Área Integrada de Segurança Pública
(8ª AISP), buscou-se através da coleta de dados sobre a violência contra mulher tanto por meio
de fontes abertas, especificamente os dados disponibilizados por entidades nacionais como o
Ministério da Saúde e Instituto Sagari, como também através dos registros da Polícia Militar da
Paraíba, por meio do 4º Batalhão, a fim de verificar sob que circunstâncias este fenômeno ocorre
nesta região, de modo a identificar suas peculiaridades operativas, suas causas e alguns dos seus
reflexos para o contexto regional. A pesquisa também buscou inter-relacionar as informações
coletadas com as caraterísticas socioeconômicas e culturais da região, pactuando do pensamento
apontado por Kleinschmitt et al (2011, p. 221), Zaluar e Leal (2001), e Feltran (2012), para
quem a violência não é um problema simples, que se restringe a uma interação social anômala ou
a deficiência dos órgãos de segurança pública, mas decorre de uma série de fatores, sobretudo das
ações ou omissões de outros setores, principalmente a carência de políticas públicas.
Sob esta perspectiva buscou-se junto aos dados disponibilizados pelo DATASUS, do
Ministério da Saúde, as informações sobre os casos de mortes por causas externas de mulheres
(que tem como principal representante o crime de homicídio) cujo local de ocorrência foi a região
da 8ª AISP, chegando-se ao gráfico 01, abaixo, onde pode ser constatada a evolução da

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quantidade de mortes deste 1979 até 2011, sendo ainda verificado através da linha de tendência
linear (em vermelho) uma previsão de leve redução de incidência. Observou-se ainda que, mesmo
com a promulgação da Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha), não houve uma mudança substancial
na incidência deste tipo de violência contra mulher nesta região.

Gráfico 01 - Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Através da coleta de informações junto as Súmulas de Ocorrência produzidas pela


Central de Operações (COPOM) do 4º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba, tomando por
base os registros do primeiro quadrimestre dos anos de 2011, 2012 e 2013, constatou-se a
existência de 176 casos de violência contra mulher, especificamente 50, 59 e 67 acontecimentos
por período, respectivamente. Nesta circunstância específica, o aumento comparativo dos
registros de violência doméstica contra mulher não necessariamente implica dizer que está
havendo uma simples majoração da incidência deste problema, mas deve-se levar em consideração
a atuação de diversificados órgãos públicos, entre eles o próprio Batalhão, a Polícia Civil, as
prefeituras municipais e o Centro de Referência em Direitos Humanos do Agreste da Paraíba
(CRDHA), que vêm constantemente realizando palestras, oficinas e seminários voltados a
orientação da mulher sobre seus direitos, desse modo também vivencia-se um período em que a
mulher vem cada vez mais se predispondo a denunciar as violações dos seus direitos.
Atentando a análise temporal da incidência de delitos, constatou-se que a maior parte das
176 ocorrências aconteceu no final da tarte para início da noite, especificamente entre 16 e 19
horas, conforme pode ser constatado no gráfico 02. Observando a tendência linear verifica-se
uma maior possibilidade de haver fatos dessa natureza nos maiores horários.

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Gráfico 02 - Fonte: COPOM/3ª Seção/ 4º BPM-PMPB

Ao se dividir o dia em quatro intervalos de tempo (manhã, tarde, noite e madrugada),


constata-se que 38% dos casos acontece a tarde e 44% a noite. Este é um paradigma temporal
que se reproduziu não apenas junto ao quantitativo total de registros (conforme verificado no
gráfico supra) mas também de forma específica em cada ano.
No que concerte a análise por dia do mês, dia da semana e mês, não constatou-se uma
tendência específica, de modo que a amostra mostrou-se relativamente homogenia quando
observado os fatores em análise durante a verificação do dado geral, mas razoavelmente
diversificada quando do comparativo entre os anos em estudo, não chegando a uma caraterística
ou tendência específica.
No que diz respeito a quantidade de pessoas conduzidas a Delegacia por violência contra
a mulher, constatou-se um crescimento que vem se evidenciando no quadrimestre de cada ano,
passando de 43 indivíduos em 2011 para 64 em 2013. Quanto aos delitos que motivaram tais
conduções, observou-se que alguns casos são enquadrados em mais de uma tipificação penal,
portanto fez-se uma seleção das infrações penais em maior evidência nos registros, chegando-se a
conclusão de que há uma maior incidência de ocorrências de lesão corporal (38%) e ameaça
(30%), conforme verificado no gráfico abaixo.

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Gráfico 03 - Fonte: COPOM/ 3ª Seção/ 4º BPM-PMPB

Partindo da verificação da violência registrada no primeiro quadrimestre dos anos de


2011, 2012 e 2013, contatou-se que a violência física ocorre com maior frequência, chegando a
acontecer em 52% dos casos, consoante expõe o gráfico 04, em segundo lugar verificou-se a
violência psicológica, presente em 39% dos registros. Em decorrência das informações observadas
nos gráficos 03 e 04, consta-se que o dano físico e psicológico são as principais consequências
imediatas da violência contra mulher na região.

Gráfico 04 - Fonte: COPOM/ 3ª Seção/ 4º BPM-PMPB

No que diz respeito ao agente ativo da violência contra a mulher, em 88% dos casos
registrados em todos os quadrimestres em análise os acusados eram homens, sendo que 86% deles
mantém ou mantiveram uma relação de convivência familiar. Dentro deste contexto, 55% dos
responsáveis pela prática de violência foram os maridos ou ex-maridos, 20% foram os próprios
filhos, em 7% dos casos os irmãos e em 5% os pais ou padrastos. Isto apenas confirma o
pensamento de Grabin et al (2006, p. 2568), que aponta como os principais causadores desta
violência as pessoas que gravitam ao redor da vítima e gozam de certa intimidade, na maior parte

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dos casos vivem, inclusive, sob o mesmo teto, o que faz com que ela seja facilmente reproduzida e
se manifeste sob uma série de delitos.
A pesquisa também revelou uma informação amenizadora, este tipo de violência
corriqueiramente não acontece com a utilização de arma de fogo, de modo que em apenas 3%
dos casos registrados nos três quadrimestres houve a utilização deste objeto pelo acusado, seja
efetuando disparos, seja ameaçando as vítimas. Apesar de haver uma subnotificação com relação a
existência de influência alcoólica no comportamento dos algozes, constatou-se que em 44% das
ocorrências analisadas os acusados estavam confirmadamente embriagados. Atendando a este
dado, verifica-se que, segundo o costume regional, o período de maior ingestão de bebidas
alcoólicas é no final da tarde e durante a noite, coincidentemente o mesmo intervalo de tempo em
que há maior incidência de registros de violência doméstica contra mulher, evidenciando
claramente o liame causal entre estes dois elementos.
As cidades que acumularam maior quantidade de registros de violência doméstica contra
mulher nos três quadrimestres em análise foram Guarabira (32%), Solânea (16%), Araruna
(8%), Bananeiras (8%) e Cuitegi (6%), que juntas correspondem a 70% das ocorrências totais
contabilizadas, consoante exposto no gráfico abaixo.

Gráfico 05 - Fonte: COPOM/ 3ª Seção/ 4º BPM-PMPB

É necessário salientar que as quatro primeiras cidades citadas no gráfico (Guarabira,


Solânea, Araruna e Bananeiras) são consideradas polos locais, pois possuem grande concentração
populacional, exercem influência na economia regional e detêm uma série de serviços públicos que
atendem aos cidadãos dos demais municípios vizinhos.

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Ao se analisar os dados socioeconômicos apontados pelo Atlas 2013, do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), verifica-se que coincidentemente os quatro
primeiros municípios com maior incidência de violência doméstica contra mulher, estão entre os
10 que também detém maior valor do Índice Gini, evidenciando um ponto comum entre o
problema da violência e a precária distribuição de renda nestas cidades. No entanto, não pode-se
dizer que o fator econômico seja o ponto determinante para a lógica da reprodução da violência
uma vez que a cidade de Guarabira, onde se constata a maior incidência desta problemática,
também apresenta o melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm igual a
0,673), a melhor renda per capita (R$ 430,83) e a menor porcentagem da população
extremamente pobre (7,55%).
Ainda assim, carece atentar que a média dos fatores que apontam a qualificação
educacional da população ainda é baixa, quando considerada com a média estadual e nacional,
outrossim também é constatado uma precária estruturação urbana de todas as cidades,
evidenciando a existência de conglomerados populacionais precariamente atendidos pelo poder
pública, chamando a atenção a existência de muitas áreas com péssimas condições viárias, o que
dificulta inclusive a prestação de muitos outros serviços essenciais como o patrulhamento policial
motorizado, entre outras medidas.
Apesar de haver informações muito esparsas sobre a motivação da violência, nos
quadrimestres de todos os anos em análise, pode-se observar a partir da leitura dos relatos de
ocorrência dos policiais que ciúmes e a discussão com a vítima durante o estado de embriagues do
acusado têm sido as circunstâncias em maior evidência, outrossim pode-se constatar que aliada a
precariedade educacional de grande parcela da população, o fator cultural exerce grande influência
para a reprodução dessa problemática na região uma vez que a uma supervalorização da condição
social do homem, o qual se observa num status superior ao da mulher, sobrepujando seus
interesses e direitos ao dela. Também é evidenciado que muitos acusados, como forma de ratificar
sua superioridade de poder nas relações interpessoais com a mulher, sobretudo em âmbito
doméstico e familiar, corriqueiramente recorre a utilização da força física ou artifícios
intimidatórios como recurso para garantir sua autoridade. Fica claro que este tipo de pensamento
é extremamente marxista e é voltado para tornar tendenciosa a relação de gêneros.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do avanço legislativo e jurisprudencial no tocante a proteção dos direitos da


mulher, ainda persiste a dificuldade para efetivá-los em sua plenitude no Brasil, circunstancia esta
que também se reproduz, conforme constatado, na área abarcada pela 8ª Área Integrada de
Segurança Pública da Paraíba.
A partir da análise realizada verifica-se claramente a inexistência de um único fator
causador da violência doméstica contra mulher, haja vista que a complexidade do tema invade os
campos econômico, social, educacional e cultural, constituindo o resultado da interação de
diversos aspectos (ZALUAR; LEAL, 2001, p. 145), demonstrando a exigência de ações
estratégicas de cunho estrutural, de olhar multidimensional, mas ceifada de estereótipos a fim de
melhor entender as condições que circunscrevem o espaço doméstico e familiar.
Os resultados da pesquisa desenvolvida a partir dos relatos das ocorrências policiais militares
nesta área demonstram claramente a necessidade de uma nova postura do poder público voltado
não apenas ao melhor esclarecimento da população, mas também para implementação estrutural
de políticas públicas para melhor atender as carências populacionais, sobretudo no âmbito
educacional e cultural, visando acolher preceitos voltados para fundação da igualdade formal
entre os gêneros, sobretudo no que concerne a extirpação das diversificadas práticas de violência,
principalmente estas utilizadas como recurso para reafirmação machista e subjugação dos
interesses e direitos femininos, seja em ambiente doméstico e familiar. Não se pode mais aturar a
existência de recorrente fatos direcionados a mitigação da dignidade feminina, ao revés deve-se
buscar a formulação de uma consciência cidadã, voltada para o respeito a sua integridade física,
psicológica, sexual e moral do outro.
Assim, a consolidação da igualdade de gênero e o respeito à dignidade da mulher deve ser
construída por ações integradas entre os diversos setores públicos, mas também deve contar com a
participação da população, quebrando as amarras do autoritarismo, extinguindo o silêncio das
vítimas e fomentando ações firmes capazes de promover a justiça e o respeito aos direitos
fundamentais femininos.

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Alan Jones Andreza Silva


Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciências Jurídicas
(CCJ/UFPB), Pós-graduado lato sensu em Direitos Fundamentais e
Democracia (Universidade Estadual da Paraíba - UEPB), Bacharel
em segurança pública (PMPB) e Bacharel em direito (UEPB),
Capacitado em Análise Criminal (SENASP). Também foi
pesquisador do Núcleo de Estudo sobre à Violência no Agreste
da Paraíba (NEVAP) e do Projeto de Monitoramento da Violência
contra Mulher no agreste Paraibano (CNPq), cujas atividades
investigativas foram desenvolvidas no Centro de Humanidades
(Campus III - UEPB).

Luciano Nascimento Silva


Pós-Doutor em Sociologia e Teoria do Direito no Centro di Studi
sul Rischio dalla Facoltà di Giurisprudenza dell`Università del
Salento - CSR-FG-UNISALENTO (2013-2015); Doutor em Ciências
Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de
Coimbra - FDUC (2003-2007); Mestre em Direito Penal pela
Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de
São Paulo - USP (2001-2003); Investigador científico convidado na
Facolta di Giurisprudenza Dipartimento di Studi Giuridici dell
Università del Salento, Lecce, Italia (2006-2007) e no Max Planck
Institut für ausländisches und internationales Strafrecht
Departments of Criminal Law and Criminology Freiburg in
Breisgau Baden-Wüttemberg, Deutschland (Alemanha) - MPI
(2005-2006); Professor visitante no Dipartimento di Scienze
Penalistiche, Processual penlistiche e Criminologische della
Facoltà di Giurisprudenza dell Università degli Studi di Palermo,
Sicilia, Italia (2008-2009).

RECEBIDO EM 04/02/2014
APROVADO EM 10/04/2014

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