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1. Apresentação.......................................................................................................................4
2. O que é a NR-12?................................................................................................................6
ANEXO...................................................................................................................................18
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É uma Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com poder A NR-12 surgiu com a Portaria do MTE nº 3.214 (de 08 de junho de 1978), que aprovou
de lei e que define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção várias Normas Regulamentadoras relativas à saúde e segurança no trabalho em diversos
para garantir a saúde e a integridade física daqueles (as) que trabalham em máquinas e setores econômicos. Através de um fórum tripartite, com a participação de trabalhadores
equipamentos. Estabelece requisitos mínimos para prevenir acidentes e doenças do trabalho, (as), governo e patrões, a Norma vem sendo atualizada e adequada, de forma a atender os
em todo o ciclo de vida útil do maquinário, desde sua concepção/projeto, passando por novos parâmetros tecnológicos na área de segurança. A atual versão tem como referência a
sua utilização no processo produtivo fabril até o momento de seu descarte/inutilização/ Convenção Coletiva de Prensas e Similares do Estado de São Paulo, assinada em 2002 pelas
sucateamento. Centrais Sindicais.
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A norma tem como objetivo central garantir a saúde e a integridade física de trabalhadores A Norma estabelece regras, critérios e parâmetros básicos de segurança que devem ser
e trabalhadoras que operam máquinas e equipamentos utilizados na indústria, prevenindo aplicados em máquinas e equipamentos em geral, devendo ter à frente desse processo um
acidentes, mutilações e mortes nos ambientes de trabalho e padronizando os sistemas de profissional com formação qualificada. Os trabalhadores e as trabalhadoras que operam
segurança das máquinas e equipamentos fabricados, importados, comercializados e usados o maquinário devem passar por formação específica para conhecer os procedimentos de
no parque fabril brasileiro. segurança que devem adotar em relação à máquina ou equipamento utilizado, fazendo
diariamente, no início do seu turno de trabalho, um check list ou teste para verificar se os
sistemas de segurança estão funcionando corretamente.
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É função da Superintendência Regional do Trabalho (SRT, órgão ligado ao MTE) fiscalizar Os Sindicatos devem requerer à SRT que fiscalize e autue as empresas que não obedecerem
e fazer cumprir todas as determinações e regras da NR-12. No dia a dia da fábrica, é papel a Norma, solicitando a interdição da máquina, quando for o caso. Além disso, as entidades
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e do Serviço Especializado em devem investir na formação dos dirigentes, trabalhadores de base e cipeiros*, para que tenham
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) verificar se a Norma está um amplo conhecimento da Norma e condições de averiguar se ela está sendo aplicada
sendo cumprida. O Sindicato também pode exercer o papel fiscalizador das condições de corretamente. Os Sindicatos podem ainda desenvolver ações em conjunto com o poder público
trabalho nas fábricas. (Ministério Público, Ministério Público do Trabalho, Fundacentro, Fundação Oswaldo Cruz
etc.) e outras organizações não governamentais que discutam o tema, como o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Departamento Intersindical
de Estudos e Pesquisas de Saúde
e dos Ambientes de Trabalho
(Diesat). Da mesma forma, devem
acionar a Comissão Intersetorial
em Saúde do (a) Trabalhador (a)
(CIST) e o Centro de Referência
em Saúde do (a) Trabalhador (a)
(Cerest) ambos vinculados ao
Ministério da Saúde (MS), para
fiscalizar a segurança no ambiente
de trabalho. A entidade sindical
pode também acionar a empresa
judicialmente, pedindo a interdição
ou adequação dos equipamentos
de forma a atender a NR-12.
* Com relação aos cipeiros, outra ferramenta que pode auxiliá-los em suas atividades é a Cartilha da CIPA elaborada pela
Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).
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Grande parte do empresariado brasileiro não fez investimentos ao longo dos anos e tem hoje Sim, é possível aplicar a Norma em algumas máquinas e equipamentos antigos, por que
um parque fabril com máquinas ultrapassadas e obsoletas, que não possuem os dispositivos a maioria deles (novos e antigos) tem a mesma concepção de projeto de décadas, o que
de segurança exigidos pela Norma. torna plenamente viável sua adequação. Basta que se faça uma avaliação correta por um
As empresas buscam o lucro a todo custo. Como o (a) trabalhador (a) acidentado (a) que profissional qualificado para encaminhar esse processo.
fica afastado (a) de suas funções passa a receber sua remuneração da Previdência Social,
a empresa simplesmente realiza sua substituição e continua a produzir sem tomar nenhuma
providência para prevenir novos acidentes.
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As empresas que não cumprirem a Norma poderão ter suas máquinas e equipamentos Um quarto dos acidentes de trabalho no Brasil atingem principalmente os punhos e as
interditados pelos Auditores Fiscais do Trabalho. Também poderão ser submetidas à escala mãos. Máquinas obsoletas ou sem segurança são as responsáveis pela maioria dos acidentes
de tributação progressiva tanto do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) quanto do Seguro de trabalho ocorridos nas empresas. Segundo dados da Previdência Social, as dez máquinas
contra Acidente do Trabalho (SAT). Ficam ainda sujeitas a ações do Ministério Público e do que mais causam acidentes nessas partes do corpo são:
Ministério Público do Trabalho e ações regressivas do INSS.* • Prensas mecânicas ou hidráulicas • Guilhotinas de papel
• Serras circulares de madeira • Calandras e cilindros utilizados em padarias
• Tupias para modelagem • Motosserras
• Desempenadeiras de modelagem • Impressoras
• Injetoras de plástico • Máquinas de cortar sisal
* As ações regressivas são processos de ressarcimento dos custos que o INSS teve com acidentes e doenças do trabalho
causados pela empresa.
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Dados estatísticos referentes a acidentes de trabalho do período de 2011/2013: • Flávio César da Silva Vitorino – Rio de Janeiro
• Francisco Jonaci de Almeida – Rio Grande do Norte
O Anuário Estatístico de 2013 divulgado pelo Ministério da Previdência no item acidentes • Jorge Edemar Corrêa – Rio Grande do Sul
apontou crescimento do número de casos e também de mortes de trabalhadores. • Júlio César França de Oliveira – Minas Gerais
Em 2011, o número de acidentes foi de 720.629; em 2012 houve queda e foram registrados • Marcondes Frontório – Santa Catarina
713.984 acidentes. Em 2013, o número voltou a crescer, com 717.911 registros. O número
de óbitos foi de 2.938 em 2011; diminuiu para 2.768 em 2012 e, em 2013 foi de 2.797, um • Mauro Soares – Diretor da CNM/CUT
aumento de 0,55%. O total de acidentes contabilizados em 2013 foi de 737.378. • Nilson Coutinho – São Paulo
Os acidentes típicos representaram 77,32%; os de trajeto 19,96% e as doenças do • Otávio Batista de Macedo Alves – São Paulo
trabalho 2,72%, com 15.226 registros. Os homens continuam sendo as principais vítimas,
• Ricardo de Souza Ferreira – Amazonas
representando 73,01% do total de acidentes típicos, 62,21% nos acidentes de trajeto e 58,38%
nas doenças do trabalho. A faixa etária mais atingida foi a compreendida entre 20 e 29 anos. • Walter Bernardo Ribeiro – Espírito Santo
Nas doenças de trabalho, a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 33,52% do
total de acidentes registrados. Em relação a 2012, as incapacidades temporárias aumentaram
0,87% e as incapacidades permanentes diminuíram 12,96%.
O país gasta cerca de 70 bilhões de reais por ano com os acidentes de trabalho. Entre as
causas desses acidentes estão maquinário velho e desprotegido, tecnologia ultrapassada,
mobiliário inadequado, ritmo acelerado, assédio moral, cobrança exagerada e desrespeito a
diversos direitos.
Um levantamento de 2012 e 2013 aponta que ocorreram no Brasil 12 mil acidentes
de trabalho graves e fatais por ano, sendo que 42% estavam relacionados a máquinas e
equipamentos.
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