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Estudo de Caso:

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS E AÇÕES CAUTELARES


TST relata acordo entre Inter e São Paulo e adia julgamento de Oscar

REFERÊNCIA: O artigo trata da contenda entre o jogador Oscar, Internacional Clube


e o São Paulo Futebol Clube relacionado a problemas na renovação do passe com o São
Paulo. O atleta pediu judicialmente a rescisão do contrato em dezembro de 2009 e em
junho de 2010 a ação foi julgada procedente, assim, o atleta conseguiu liberação para
atuar no Sport Club Internacional de Porto Alegre. Porém em 21 de março teve seu
contrato com o São Paulo Futebol Clube reativado por decisão do Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região.

Disponível em: https://veja.abril.com.br/esporte/tst-relata-acordo-entre-inter-e-sao-paulo-e-


adia-julgamento-de-oscar/

O artigo em comento trata do fato de o tribunal Superior do Trabalho ter anunciado o


adiamento do julgamento do habeas corpus do jogador de futebol Oscar que revelou estar em
curso uma adiantada negociação entre ele, o Internacional e o São Paulo Futebol Clube.
Diante da decisão, o jogador que desejava permanecer atuando pelo Internacional, ingressou
com ação cautelar pedindo a suspensão da decisão do Regional. O ministro Renato de Lacerda
Paiva, relator da cautelar, extinguiu a ação, sem julgamento do mérito.

De acordo com o ministro, a competência para a concessão da medida urgente era do


Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo (TRT 2Região), que havia reestabelecido o
vínculo contratual de Oscar com o São Paulo Futebol Clube. A defesa do jogador então
ingressou com pedido de habeas corpus no TST e o ministro Guilherme Caputo Bastos
concedeu o habeas corpus em favor do jogador de futebol fundamentando na liminar que o
restabelecimento obrigatório do vínculo desportivo com o São Paulo Futebol Clube, em
contrariedade à vontade do trabalhador, cerceia o seu direito fundamental de exercício da
profissão. A conceção da liminar em habeas corpus autoriza o jogador a exercer livremente a
sua profissão, participando de jogos e treinamentos em qualquer localidade e para qualquer
empregador,'conforme sua livre escolha.

Primeiramente, é importante lembrar a finalidade do Habeas Corpus para então


poder enquadrar corretamente ao caso concreto. O art.5º, inciso LXVIII da CF/88 prevê a
concessão de habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Caracteriza-se abuso de poder quando a autoridade competente excede aos limites de suas
atribuições ou se desvia das finalidades administrativas.

A doutrina trabalhista considera “coação ilegal” qualquer ato de autoridade em que:


não tenha havido justa causa, alguém estiver sendo mantido preso além do prazo fixado em
lei, a coação tenha sido ordenada por quem não tenha competência para fazê-lo, já tenha
cessado o motivo autorizador da coação, não admita a fiança, nos casos em que a lei a prevê,
o processo for manifestamente nulo e já estiver extinta a punibilidade.1

O TST inova quanto ao cabimento de Habeas Corpus na Justiça do Trabalho o qual


era aplicável nas hipóteses de prisão civil e de depositário infiel, entretanto, hoje o Habeas
Corpus (HC) abrange toda e qualquer matéria relacionada à área trabalhista

Ao analisarmos o caso concreto logo verifica-se o perfeito enquadramento do


remédio constitucional ao caso pois princípios constitucionais do Direito Trabalhista foram
violados. A liberdade de escolha e livre exercício da profissão (art. 5º, XIII da CF/88) do
jogador foi gravemente prejudicada quando o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
reativou o contrato com o São Paulo Futebol Clube após o atleta pedir judicialmente a
rescisão do contrato de trabalho. Decisão tomada sem levar em consideração os princípios da
liberdade de trabalho, valor social do trabalho (art. 1º, IV e 170, caput da CF/88) e dignidade
humana (art. 1º, III da CF/88) no sentido de buscar melhores condições de vida e trabalho,
privilegiou a letra fria do contrato em detrimento da vontade e liberdade do trabalhador.

Razão esta pela qual o Min. Caputo Bastos comparou a situação do jogador ao
trabalho escravo uma vez que "a liberdade, em suas várias dimensões, é elemento
indispensável ao Direito do Trabalho”, bem como “a existência do trabalho livre (isto é,
juridicamente livre) é pressuposto histórico-material do surgimento do trabalho subordinado
(e via de consequência, da relação empregatícia)” do contrário, "a obrigatoriedade da
prestação de serviços a determinado empregador nos remete aos tempos de escravidão e
servidão, épocas incompatíveis com a existência do Direito do Trabalho, nas quais não havia
a subordinação jurídica daquele que trabalhava, mas sim a sua sujeição pessoal."

1Do “Habeas Corpus” na Justiça do Trabalho. <https://www.diritto.it/do-habeas-corpus-na-justica-do-trabalho/> acesso em


12/02/2019

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