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DEPARTAMENTO DE MEDICINA
BASES CELULARES DA VIDA HUMANA
HISTOLOGIA
SISTEMA FOTORRECEPTOR
DISCENTES: André Bezerra dos Santos, Aldo Rodolfo da Silva, Ana Cláudia da Silva Fernandes Duarte, Antônio
Fernando Barros Pereira Junior, Antônio Lúcio Sobrinho Neto, Ary Aragão Cabral, Arthur Pereira Miranda, Artur
Candido de Oliveira Neto, Bruna de Oliveira Melo, Chen Jun Ying, Dalton Bernardino Santos Silva, Daise Anny Santos
Monteiro, Danielly Rodrigues Mota, Denise Lauana Fernandes Oliveira, Dhavid Leite Ferreira dos Santos, Diana
Soares da Silva, Ellyzeu dos Santos França, Fabrício Santos de Almeida Lima, Flavio de Souza Ferreira, Gabriela
Morais Celestino Amaral, Hildebrando José de Lira, Jadiele Mariama da Silva Santos, Jatniel Lopes Mangueira.
MEDICINA
8 de novembro de 2018
MACEIÓ - AL
Artigo de Revisão - Sistema Fotorreceptor • Nov 2018 • Histologia
Sumário
1 Introdução 2
1.1 Análise Geral do Sistema Sensorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Sistema Fotorreceptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.1 Globo ocular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Estruturas acessórias do olho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.3 Aspectos anatômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Discussão 5
2.1 Embriologia do Sistema Fotorreceptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Histologia Detalhada do Sistema Fotorreceptor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Problemas Oftalmológicos Mais Frequentes (Fisiopatologia e Tratamentos) . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 Conclusão 14
4 Referências 14
1
Sistema Fotorreceptor
Grupo 1 - Histologia*
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
7 de novembro de 2018
Resumo
A relação do indivíduo com o meio ambiente externo é estabelecida mediante um sistema sensorial, no qual estímulos
externos são, constantemente, transmitidos ao organismo por intermédio de receptores, que transformam as diversas
formas de energia em alterações do potencial de membranas. Um desses sistemas é o fotorreceptor, composto, de modo
geral, por globo ocular e estruturas acessórias. O objetivo desse artigo é analisar os principais aspectos morfológicos,
desde a embriologia até a anatomia, com ênfase no caráter histológico desse sistema visual. Para isso, é realizada uma
revisão analítica da literatura sobre o tema.
Palavras-chave: Sistema fotorreceptor; olho.
Abstract
The relation between individual and environment are established by a sensorial system, in witch external stimulation are
constantly transmited to the organism by intermediary receptors that transform the many forms of energy in membrane
potential. One of this systems is the photoreceptor, made basically with ocular globe and accessory structures. The
objective of this article is analyze the main morphological aspects, including from embryology to anatomy, but focusing
in the histology of the visual system. To accomplish this will be made an analytic revision of literature about the subject.
Keywords: photoreceptor system; eye.
O sistema sensorial é responsável por reconhecer estí- 1. Externoreceptores: captam estímulos do meio exte-
mulos do ambiente, seja externo ou interno, e transmiti-lo rior;
ao organismo. Isso é realizado por meio de receptores
sensoriais, que se baseiam em terminais nervosos que 2. Visceroceptores: recebem sinais dos órgãos inter-
transformam os sinais em impulsos nervosos e estão lo- nos;
calizados nos órgãos de sentido.
* Grupo composto por alunos do primeiro ano, do curso de histologia 3. Proprioceptores: responsáveis pela autopercepção
da UNCISAL. do próprio organismo.
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do que a esclera (r = 11,5 mm), um leve sulco da es- nervos importantes para todos os tecidos anteriores
clera marca a junção corneoscleral (limbo). A córnea do bulbo do olho passam por ele.(6)
tem aproximadamente 670 µm de espessura perto - Íris: A íris é um diafragma regulável em torno
da junção corneoscleral e 520 µm no seu centro. No de um orifício central (ligeiramente medial ao verda-
limbo nasal e temporal a transição da córnea para a deiro centro), a pupila. Ela se situa entre a córnea e a
esclera ocorre em uma linha que é aproximadamente lente e está imersa em humor aquoso, parcialmente
perpendicular à córnea: esta transição ocorre mais dividindo o segmento anterior em uma câmara an-
obliquamente superiormente e inferiormente, sendo terior, delimitada pela córnea e íris e uma câmara
que a esclera sobrepõe a córnea em maior extensão posterior, que se situa entre a íris e a lente anteri-
anteriormente.(6) ormente ao humor vítreo. A eficácia da íris como
- Limbo da córnea: O limbo da córnea marca um obstáculo para a luz se dá principalmente devido
a zona de transição entre a córnea e a esclera. Aqui, a um epitélio duplo posterior densamente pigmen-
o epitélio da córnea funde-se com o epitélio da túnica tado. A abertura da pupila é regulada pela ação de
conjuntiva, que se espessa (até 12 células). A lâmina dois músculos, o dilatador da pupila e o esfíncter da
limitante anterior termina e o colágeno estromal da pupila.(6)
córnea perde sua regularidade. Como a córnea não
3. Lentes de humores6
contém nem sangue nem vasos linfáticos, os capila-
res da túnica conjuntiva e da episclera terminam em A córnea, o humor aquoso, a lente e o corpo
alças próximas do limbo da córnea. Internamente, a vítreo, com frequência coletivamente denominados
lâmina limitante posterior dispersa nas fibras do re- meio ocular, servem para formar uma imagem na
tículo trabecular e o endotélio da córnea é contínuo retina, através da transmissão e refração da luz. Além
com a aquela que cobre as trabéculas.(6) disso, o humor aquoso fornece nutrientes para a
córnea avascular e a lente e, elimina os seus resíduos
2. Úvea6 metabólicos, bem como gera a pressão intraocular
A túnica vascular do olho consiste na corioide, que mantém a forma do olho.(6)
corpo ciliar e íris, que em conjunto formam uma es- - Humor aquoso: O humor aquoso é derivado
trutura contínua, a úvea. A corioide cobre a super- do plasma no interior dos capilares fenestrados dos
fície interna da esclera, e estende-se em frente em processos ciliares. O principal componente do humor
direção à ora serrata. O corpo ciliar continua para a aquoso, como do plasma, é a água, e a composição
frente a partir da corioide até a circunferência da íris, dos dois líquidos é muito semelhante, embora eles
que é um diafragma circular por detrás da córnea e apresentem diferença na concentração de alguns
na frente da lente, apresentando uma abertura quase eletrólitos e solutos orgânicos. Visando à clareza
central, a pupila.(6) óptica, a barreira hemato-aquosa também assegura
- Coroide: A corioide é uma camada fina (60- uma concentração muito baixa de proteína no hu-
160 µm, mais espessa atrás da mácula), altamente mor aquoso (geralmente menos de 1% do nível no
vascularizada, pigmentada, que reveste quase cinco plasma). O humor aquoso é ativamente secretado
sextos do olho posteriormente. É perfurada pelo na câmara posterior pelo epitélio sobrejacente aos
nervo óptico, onde é firmemente aderente à esclera. processos ciliares. Ele passa ao redor do equador da
Em outros locais sua superfície externa é apenas lente e flui através da pupila para a câmara anterior,
vagamente ligada à esclera pela lâmina supracorioide onde circula como resultado de correntes de convec-
(lâmina fosca). Internamente, é inserida no epitélio ção derivadas de diferenças de temperatura entre a
pigmentar da retina, e no disco do nervo óptico é córnea e a íris. A maior parte do humor aquoso é
contínua com os tecidos pia-aracnóideos ao redor drenada do olho através do retículo trabecular para
do nervo óptico.(6) o seio venoso da esclera de onde drena para as veias
- Corpo ciliado: O corpo ciliar serve para an- episclerais. No entanto, parte dele sai através do
corar a lente através de ligamentos suspensores, e músculo ciliar em direção aos espaços supraciliares
pela contração de seu músculo liso muda a potên- e supracoroidais (via uveoescleral).(6)
cia refrativa da lente (acomodação). Sua superfície - Lente: A lente é um corpo transparente, en-
interna anterior é também fonte de humor aquoso, capsulado, biconvexo, banhado no humor aquoso,
enquanto, posteriormente, a sua superfície interna que serve para ajustar o foco do olho. Posterior-
é contígua com o humor vítreo e secreta vários dos mente, ela entra em contato com a fossa hialóidea
seus componentes. As artérias ciliares posteriores do corpo vítreo. Anteriormente, forma um anel de
longas e anteriores encontram-se no corpo ciliar e os contato com a margem posterior da íris mas, mais
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longe do eixo da lente, o espaço entre os dois au- Esquematicamente, a órbita possui uma base, quatro
menta formando a câmara posterior do olho. A lente paredes e um ápice. A base é delimitada pela margem
é circundada pelo processo ciliar e é inserida neles orbital que circunda o ádito orbital. A parede superior ou
pelas fibras zonulares que saem principalmente do teto é horizontalizada e formada pela:
orbicular ciliar do corpo ciliar. Coletivamente, as fi-
bras formam a zônula ciliar que detém a lente no 1. Parte orbital do osso frontal, a qual a separa da fossa
local e transmite as forças que esticam a lente.(6) anterior do crânio;
- Humor vítreo: O corpo vítreo ocupa cerca 2. Asa menor do esfenoide, perto do ápice da órbita.
de quatro quintos do bulbo do olho. Posteriormente, Há nessa região a fossa lacrimal, uma depressão
está em contato com a retina, enquanto ainda mais superficial na parte orbital do osso frontal, que aloja
adiante faz fronteira com o corpo ciliar, zônula e lente. a glândula correspondente.
Sua superfície anterior é escavada em uma conca-
vidade profunda, a fossa hialoide, ajuste da forma
da lente (Fig. 1). É incolor, constituído por aproxi- As paredes mediais contralaterais são finas e formadas
madamente 99% de água, mas não é inteiramente pela:
desestruturado. No seu perímetro, tem uma consis-
1. Lâmina orbital do etmoide;
tência semelhante a um gel (100-300 µm de espes-
sura); mais próximo do centro, contém uma zona 2. Processo frontal da maxila lacrimal;
mais líquida. O hialurano, na forma de cadeias lon-
gas de glicosaminoglicano, preenche todo o humor 3. Esfenoide.
vítreo. Além disso, o gel periférico ou córtex contém
uma rede aleatória frouxa de fibrilas de colágeno
Na região anterior dessa parede há o sulco lacrimal e a
tipo II, que são por vezes agrupadas em fibras. O
fossa saco lacrimal. Já superiormente, há a tróclea para
córtex também contém células dispersas, os hialó-
o músculo obliquo superior do olho. A parede inferior ou
citos, que possuem as características dos fagócitos
assoalho da órbita é também muito delgada e é formada
mononucleares e podem contribuir para a produção
pela:
de hialuronano.(6)
- Retina: A retina é uma lâmina fina de células, 1. Maxila;
que varia de menos de 100 µm em sua extremidade
até um máximo de cerca de 300 µm na borda da fóvea 2. Zigomático;
central. Ela reveste a face posterior interna do bulbo
3. Palatino.
do olho, prensada entre a corioide externamente e o
corpo vítreo, internamente, e termina anteriormente
à ora serrata.(6) A parede lateral, por sua vez, é mais forte e resistente,
constituída pelo:
Órbitas6 1. Processo frontal do zigomático;
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Durante a formação do cálice surge uma fissura cha- Os músculos ciliares irão se ligar às fibras do cristalino
mada de Coroidea, local pelo qual passará mesoderma através das zônulas do cristalino. Durante o processo de
que formará a artéria Hialoidea. Após a formação da acomodação através da contração ou relaxamento desse
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músculo ciliar ocorrerá o tracionamento ou relaxamento mesodérmicas que se transformam em tecido conjuntivo
de toda zônula do cristalino.(7) denso para formar a esclera que é a parte branca do olho
mais externa e opaca que irá impedir a entrada de luz
A íris repousa no cristalino deixando um pequeno ori- protegendo todo o arcabouço ocular, dando um suporte
fício no meio que é a pupila. Apenas através da pupila para a retina, local que abriga as células nervosas.(7)
passa o estimulo luminoso que provocará um estímulo
nas células fotorreceptoras da retina e promoverá a for- Na região mais anterior do olho, há a esclera que vai
mação da imagem. Assim como o corpo ciliar e a retina, impedir a entrada de luz, mas há também um ponto trans-
a íris também possui uma parede dupla, de duplo epitélio. parente que permite a passagem dos feixes luminosos
Na íris há melanócitos cobrindo o cristalino, formando um para estimular as células nervosas.Nessa região ante-
aparato sobre a lente para protegê-la do efeito luminoso rior que cobre a pupila, a esclera torna-se transparente
e promover a formação de uma câmara escura dentro originando a córnea, que é mista e possui cinco partes
do olho. Quanto maior a quantidade de melanócitos no constituintes: epitélio anterior, membrana de Bowman,
epitélio da íris mais escura será a cor do olho e quanto estroma, membrana de Descemet e epitélio posterior.(7)
menor for a quantidade de melanócitos mais claro o olho
se torna podendo originar o olho azul ou verde.(7)
Quando o olho recebe o estímulo luminoso, ele entrará
através da córnea transparente, atravessa a pupila e o
Na pupila há a presença dos músculos dilatador e es- cristalino e segue para a retina estimulando as células
fíncter da pupila, eles atuam no movimento de contração nervosas, cones e bastonetes, estão localizados próximo
e relaxamento. Ao receber o estímulo luminoso muito ao epitélio pigmentar, e os neurônios bipolares e ganglio-
intenso ou muito fraco esses músculos podem provocar nares. Para formar a imagem, a luz terá que atravessar
amiose (fechamento máximo da pupila) ou a midríase a camada de neurônios, ganglionares e bipolares, para
(dilatação máxima da pupila).(7) chegar aos cones e bastonetes. Ao estimular os cones e
bastonetes ocorrerá uma série de reações moleculares
Há três espaços no olho:o corpo vítreo da retina, a câ- para produzir o estímulo visual que será transmitido via
mera anterior do olho, fica entre a íris e o cristalino, e a neurônios bipolares para a camada de neurônios gangli-
câmera posterior. Quando o humor aquoso é produzido onares depois para os axônios do nervo óptico e segue
nos processos ciliares, ele é lançado inicialmente na câ- para o córtex cerebral, depois o estímulo volta para o
mera posterior, segue para a câmera anterior, lubrificando nervo óptico para formar a imagem.(7)
essas estruturas anteriores e vai em direção ao espaço de
Fontana (espaço fica entre a córnea e câmera posterior)
até chegar aos espaços labirínticos de Fontana, nesses 2.2 Histologia Detalhada do Sistema Fotorre-
espaços há os canais de Schlemm, a partir desses canais ceptor
o humor aquoso será drenado através das veias para o
Globo ocular
sistema circulatório. Já o terceiro espaço no olho que está
por trás do cristalino e contido pela retina é chamado de
o corpo vítreo da retina e está preenchido por secreção Os olhos são órgãos fotossensíveis que atingem alto
gelatinosa responsável pela nutrição, o humor vítreo.(7) grau de evolução, permitindo uma análise minuciosa
quanto aos objetos, imagens e luz. Cada olho fica den-
Algumas estruturas são derivadas do cálice óptico, de tro de uma caixa óssea protetora a orbita e apresenta
origem ectodérmica, mas outras são derivadas do me- uma câmara escura, uma camada de células receptoras
soderma e possuem a função de proteção externa por sensoriais, um sistema de lentes para focalizar a imagem
meio da formação de um arcabouço de proteção para o e um sistema de células para iniciar ao processamento
cálice óptico, para isso, ele forma duas paredes externas de estímulos e envia-los para o córtex cerebral. O olho
ao cálice óptico. A primeira é a camada coróide do olho possui três túnicas:
ou também camada de vascular, que é uma camada de
1. Camada externa: esclera (ou esclerótica) e córnea;
intensa vascularização,quando essa camada se forma a
vascularização é tão grande que supre a irrigação ocu- 2. Camada média (túnica vascular): coroide, corpo ci-
lar.Nessa camada coróide, além dessa grande quantidade liar e íris;
de vasos, há também a presença de melanócitos para
pigmenta-la. Atrás da camada coróide, está uma camada 3. Camada interna ou retina: comunica-se com o cé-
mais clara, acinzentada, que são basicamente células rebro pelo nervo óptico.
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Além disso, o olho tem três compartimentos: a câmara Nesse canal, o humor aquoso produzido nos proces-
anterior, situada entre a íris e a córnea; a câmara posterior, sos ciliares é drenado para o sistema venoso. Isso
entre a íris e o cristalino; e o espaço vítreo, situado atrás é possível em razão de um sistema de espaços em
do cristalino e circundado pela retina. Na câmara anterior labirinto.
e na posterior existe um líquido que contém proteínas: o
humor aquoso. O espaço vítreo, que é limitado pela retina 3. Camada média ou túnica vascular
e pelo cristalino, apresenta-se cheio de uma substância A túnica media é constituída de três regiões que
viscosa e gelatinosa, o corpo vítreo. vistas da parte posterior para a anterior são: a co-
roide, o corpo ciliar e a íris (figura 2).
1. Camada externa ou túnica fibrosa:
Apresenta-se opaca e esbranquiçada essa re-
gião é denominada esclera (Figura 3) é formada A coroide é rica em vasos sanguíneos e é chamada
por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas na também de túnica vascular, formada de tecido con-
superfície do olho. A superfície externa da esclera juntivo frouxo, fibras colágenas e elásticas. E a pre-
apresenta-se envolta por uma camada de tecido con- sença de melanina. Separando a subcamada de re-
juntivo denso a capsula de Tenon. Entre a esclera e tina existe uma fina camada de aspecto hialino que
coroide encontra-se uma lâmina supracoroidea, uma se chama de Membrana de Bruch.
camada de tecido conjuntivo frouxo, rico em células
que contem melanina, fibroblastos, e fibras elásticas.
O corpo ciliar é uma dilatação da coroide na altura
do cristalino. Tem aspecto de anel espesso, reves-
No seu sexto anterior, a túnica fibrosa apresenta- tindo a superfície interna da esclera. O componente
se transparente e recebe o nome da córnea (figura 4). básico dessa região é tecido conjuntivo no anterior
O epitélio corneado anterior é estratificado pavimen- do qual encontra o músculo ciliar.
toso não queratinizado e numerosas terminações
nervosas livres, por isso é tão sensível. Em 7 dias
todas as células do epitélio anterior da córnea são Os processos ciliares (figura 5) são extensões de
renovadas. uma das faces do corpo ciliar. Formados um eixo con-
juntivo recoberto por uma camada dupla de células
epiteliais. A camada externa sem pigmento é cha-
As células mais superficiais desse epitélio apresen- mada de epitélio ciliar. O humor aquoso é produzido
tam microvilos mergulhados em um fluido protetor por processos ciliares com a participação do epitélio
que contém lipídios e glicoproteínas. Abaixo do epité- ciliar.
lio e de sua membrana basal observa-se uma camada
homogênea e relativamente espessa, constituída por
delgadas fibras colágenas cruzadas em todas as dire- A íris é um prolongamento da coroide que cobre
ções, a membrana de Bowman. O estroma da córnea parte do cristalino. A íris tem um orifício circular
é formado por várias fibras colágeno e fibroblastos. central, a pupila (figura 2). A sua superfície ante-
O epitélio posterior é formado do tipo pavimentoso rior é irregular apresentando fendas e elevações, ao
simples. contrário da superfície posterior, que é lisa. A face
anterior é revestida por epitélio pavimentoso simples,
2. Limbo: continuação do endotélio da córnea. Segue-se um
É a zona de transição da córnea, que é transpa- tecido conjuntivo pouco vascularizado com poucas
rente, para a esclera. O colágeno da córnea, de ho- fibras e grande quantidade de fibroblastos e células
mogêneo e transparente, transforma-se em fibroso pigmentares seguidos por vez de uma camada rica
e opaco. Nesta zona (limbo), altamente vasculari- em vasos sanguíneos, imersos num tecido conjuntivo
zada, existem vasos sanguíneos que assumem papel frouxo. A íris é coberta na sua superfície posterior
importante nos processos inflamatórios da córnea. pela mesma camada epitelial dupla que recobre a
A córnea é uma estrutura avascular e sua nutrição corpo ciliar e seus processos.
se dá pela difusão de metabólitos dos vasos sanguí-
neos e do fluido da câmara anterior do olho. Nota-se 4. Cristalino:
também no estroma um canal de contorno irregular, É formado por uma lente biconvexa e apresenta
revestido por endotélio, que circunda a transição es- grande elasticidade que diminui com a idade. É cons-
clerocorneal (limbo), denominado canal de Schlemm. tituído de três partes:
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Figura 9: Fonte: Junqueira e Carneiro - Histologia Básica Figura 10: Fonte: Junqueira e Carneiro - Histologia Básica
12ed.(1) 12ed.(1)
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musculatura ocular pode causar cefaleia. Apertar e se- (geralmente > 2 dioptrias). Quando corrigidos com
micerrar os olhos também pode levar a dores de cabeça. óculos, pode ocorrer aniseiconia (diferença no ta-
Ocasionalmente, a tentativa de olhar exageradamente manho das imagens formadas por cada olho), o que
pode resultar em ressecamento da córnea, irritação, can- dificulta a adaptação e a fusão da imagem, podendo
saço, sensação de corpo estranho, coceira e olho ver- resultar na supressão de uma delas.
melho. Semicerrar os olhos ao ler, piscar em excesso
ou esfregar os olhos são sintomas de erro refratário em
Tratamento .
crianças.
• Miopia. Em miopia, os raios de luz oriundos de um • Lentes corretivas;
objeto distante são focados na frente da retina, seja • Lentes de contato;
porque a córnea é muito curva ou porque o eixo do • Cirurgia refrativa.
globo ocular é muito longo, ou ambos. Sem óculos,
o paciente percebe imagens distantes borradas, Miopia e hipermetropia são corrigidas com lentes esfé-
mas perto, os objetos próximos podem ser vistos ricas. Lentes côncavas são usadas para tratar a miopia;
nitidamente. Para corrigir esse excesso de conver- elas são negativas ou divergentes. Lentes convexas são
gência, lentes negativas (côncavas) são utilizadas. utilizadas para tratar hipermetropia; elas são positivas ou
Defeitos míopes em crianças normalmente tendem a convergentes. Astigmatismo é tratado com lentes cilíndri-
aumentar até a idade de adulto jovem. cas. Prescrições de lentes corretivas têm três números.
O primeiro número é a potência (magnitude) da corre-
• Hipermetropia. Em hipermetropia, teoricamente, ção esférica necessária (negativa para miopia; positiva
a imagem de um objeto distante é focada atrás para hipermetropia). O segundo número é a potência da
da retina, seja porque a córnea é muito plana ou correção cilíndrica necessária (positiva ou negativa). O
porque o comprimento axial do globo ocular é terceiro número é o eixo do cilindro.
pequeno. Em adultos, tanto objetos próximos como
distantes são percebidos como imagens desfocadas.
Crianças e adultos jovens com hipermetropia leve 3 Conclusão
podem conseguir ver claramente por causa da sua
capacidade de acomodação. Para corrigir esse Neste trabalho, foram examinadas o sistema fotorre-
excesso de divergência, lentes positivas (convexas) ceptor como um todo, desde seu processo embrioló-
são utilizadas. gico, passando por sua composição anatômica, até o
aprofundamento das características histológicas, sem-
• Astigmatismo. No astigmatismo, uma curvatura pre correlacionando-as às principais patologias clínicas.
não esférica (variável) da córnea ou do cristalino Apesar do sistema fotorreceptor fazer parte do sistema
faz os raios de luz de diferentes orientações (p. ex. sensorial, ele é peculiar na sua forma e função, sendo
vertical, oblíquo, horizontal) incindir em pontos envolto por toda uma complexidade própria, na qual a
diferentes do olho. Para corrigir o astigmatismo, sua percepção visual está intimamente relacionada com
lentes cilíndricas são utilizadas. As lentes cilíndricas as células e estruturas que o compõe. Por fim, o conheci-
não têm poder refrativo em um dos eixos e são mento acurado desses aspectos permite ao profissional
côncavas ou convexas no outro eixo. médico um melhor e mais completo entendimento acerca
do sistema fotorreceptor e uma análise precisa do paci-
• Presbiopia. A presbiopia é a perda da capacidade ente.
do cristalino de mudar de forma para focar em
objetos que estão perto (perda da acomodação), o
que ocorre com a idade. Normalmente, tal disfunção 4 Referências
tem início aos 40 anos. Uma lente positiva (convexa)
é usada para ver de perto e corrigir esse tipo de erro 1. Mescher AL. Junqueira’s basic histology: text and
refracional. Pode-se confeccionar óculos separados atlas. Mcgraw-hill; 2013.
para longe ou para perto ou fundir as lentes para
perto e para longe no mesmo óculos, os chamados 2. Conselho Brasileiro de Oftalmologia[internet].
óculos bifocais ou multifocais. Catarata: Diagnóstico e Tratamento. [Acesso
em: 01 Nov 2018]. Disponível em:
• Anisometropia. Anisometropia é uma diferença sig- https://diretrizes.amb.org.br/BibliotecaAntiga/catarata-
nificativa entre os erros refrativos dos dois olhos diagnostico-e-tratamento.pdf.
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