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REPARO, REGENERAÇÃO E

CICATRIZAÇÃO

Prof. Dr. Rafael T. Burtet


Patologia Geral
Reparo

• Processo de reposição do tecido destruído observado após a extinção


dos agentes inflamatórios
– Regeneração

– Cicatrização

• Eliminação do agente inflamatório.

• Reparação completa:
– restituição da morfostase e homeostase
Regeneração

• “Organização tecidual com substituição das células mortas ou


lesadas por novas células, idênticas às originais”

• “Reposição de tecido idêntico ao perdido”

• Restituição da integridade anatômica e funcional do tecido.


Regeneração Facilitada

• Todo o procedimento regenerativo se realiza em tecidos onde existem


células lábeis
– células que detêm a capacidade de se regenerar através de toda a vida extra-
uterina

– Ex: cél. epiteliais, tecido hematopoiético etc.;

• A multiplicação e organização dessas células origina um tecido idêntico


ao original
A restituição completa

– Precisa um suporte ou tecido de sustentação (como parênquima, derma


da pele etc.) subjacente ao local comprometido.

• Esse tecido é o responsável pela manutenção da irrigação e


nutrição do local.

• Fatores essenciais para o desenvolvimento da regeneração dentro


dos padrões normais.
Tipos de Regeneração
• Regeneração Fisiológica
– O processo normal
– Proliferação celular contínua para manter a estrutura e o funcionamento dos órgão
(células lábeis).
– Ex: mucosa bucal (e as demais mucosas), o epitélio prolifera continuadamente para a
renovação das camadas epiteliais.

• Regeneração Compensadora
– Observada nos órgãos pares
– Ex: pulmão, rins etc
– quando um dos órgãos é destruído, o outro assume processos regenerativos mais
intensos para compensar a destruição do seu par

• Regeneração Patológica
– Quando houver destruição tecidual e perda da homeostase e da morfostase
Fases da Regeneração
• Inúmeras hipóteses vêm sendo formuladas para explicar o processo
regenerativo, envolvendo, dentre outros:
– Elementos humorais
– Elementos circulatórios
– Proteínas da matriz extracelular
– Genes responsáveis pela mitose celular.

• Todos eles estimulam a proliferação celular


Regeneração e a Diferenciação Celular
• Diferenciação celular
– Transformações que a célula desenvolve durante seu ciclo de vida pelas quais vai adquirindo especializações;
– Uma célula embrionária, para atingir o "status" de célula epitelial, passa por estágios de transformação (genes,
organelas e metabolismo)

• Nos processos regenerativos...


– Quanto mais diferenciada for uma célula (mais especializada),
– menor é seu grau de multiplicação e regeneração.

• Mas nem sempre...


– Localização e a capacidade da célula de sofrer agressões influenciam em seu comportamento regenerativo.

• Exemplo:
– as células da mucosa bucal (células lábeis) são mais facilmente regeneradas do que as de pele (também lábeis);
– já as células da medula óssea (novamente lábeis) têm regeneração completa.
A B
C D

• Diferentes tipos celulares quanto ao poder de proliferação:


– A - célula epitelial de mucosa bucal (cél. lábeis)
– B - glândula salivar (cél. estáveis)
– C - tecido nervoso periférico (cél. permanentes)
– D - tecido muscular (cél. permanentes)
Regeneração das Células Estáveis
• As células estáveis
– com menor poder mitótico em relação às lábeis e bem diferenciadas
– possuem capacidade de regeneração bem variável de órgão para órgão.

Exemplos:
• Fígado
– Regenera-se completamente, inclusive sua estrutura estromática
(vasos sangüíneos, sistema de ductos, arcabouço conjuntivo etc. )
• Rim
– O glomérulo não se refaz após destruição completa, mas o epitélio tubular pode se regenerar
completamente.
• Cartilagem
– não se refaz, assim como as glândulas salivares.
• Tecido Ósseo
– regeneração mais complexa, mas pode adquirir sua estrutura original
Regeneração das Células Perenes
• A células Permanentes (Perenes)
– com baixíssimo poder mitótico e alta especialização
• a regeneração muito mais lenta ou inexiste.
• Exemplo: As células nervosas se proliferam com dificuldade

• O tecido nervoso periférico,


– quando agredido (rompimento da fibra), se restitui não por proliferação da célula, mas pelo
prolongamento do axônio mais próximo, juntamente com a ação de células satélites ao feixe
vascular (as células de Schwann).

• Portanto um processo reparativo, mas não uma regeneração.

• Processo semelhante é visto nas células musculares, cuja reparação advém


principalmente do sarcoplasma.
Cicatrização

• “Reposição de tecido destruído por conjuntivo neoformado não


especializado”

• “Substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo fibroso”


Cicatriz originada após um abscesso em
região de mandíbula. A destruição tecidual
foi tão intensa que houve a substituição do
tecido original por tecido fibroso.
Cicatrização

• “Diante de grandes destruições teciduais, que ultrapassam os limites da regeneração,


ou perante a destruição de células perenes, a reposição tecidual é feita às custas da
proliferação de células menos diferenciadas, como é o caso das pertencentes ao
tecido conjuntivo “

• Dá-se início, então, ao processo de cicatrização


Cicatrização
• A cicatrização é a forma mais comum de cura dos tecidos inflamados.
– Reposição tecidual
– Anatomia e a função do local não são restituídas
– Formação da cicatriz
(tecido conjuntivo fibroso mais primitivo que substitui o parênquima destruído)

• Cicatrização Completa
– Eliminação do agente agressor
– Irrigação
– Nutrição
– Oxigenação

• Esses fatores é que determinam o equilíbrio de eventos que compõem a cicatrização


Tipos de Cicatrização
• A maneira pela qual uma ferida é fechada ou " deixada" fechar é essencial
para o processo de cicatrização.
• Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que dependem da
quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de
infecção, são elas:
– Primeira intenção
– Segunda intenção
– Terceira intenção
Primeira intenção - União primária

• Bordas da ferida são apostas ou aproximadas,

• Perda mínima de tecido

• Ausência de infecção e edema mínimo.

• Quando as feridas cicatrizam-se por primeira intenção, a


formação de tecido de granulação não é visível.
Primeira intenção - União primária
Quadro de uma cicatrização por primeira intenção numa ferida fechada, não
infectada, como uma ferida cirúrgica incisional. As margens estão próximas e o
processo de cicatrização evolui diretamente à produção de uma cicatriz.
Segunda intenção - Granulação

• Perda excessiva de tecido

• Presença de infecção

• Reparo mais complicado e demorado.

• Esse método de reparo é também denominado cicatrização


por granulação, pois no abscesso formam-se brotos
minúsculos chamados granulações
Segunda intenção - Granulação
Quadro de uma cicatrização por segunda intenção.

Cicatrização por segunda intenção numa ferida aberta não infectada.


A fenda é primeiramente preenchida por tecido de granulação, o qual se contrai e torna-se uma cicatriz.
Segunda intenção - Granulação
Quadro de uma cicatrização por segunda intenção.

Cicatrização por segunda intenção em uma ferida infectada (as setas vermelhas representam as bactérias).
A ferida é preenchida com tecido de granulação, o qual produz pus até as bactérias serem eliminadas.
Depois disso o tecido de granulação contrai e produz uma cicatriz.
Terceira intenção - Sutura Secundária

• Caso uma ferida:


– não tenha sido suturada inicialmente

– as suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada.

• Isso é feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material,


promove a aproximação das bordas.
Fases da Cicatrização

• Eventos que compõem a cicatrização


– divididos didaticamente em três fases:

1. Fase de Demolição

2. Fase de Crescimento do tecido de granulação

3. Fase de Maturação ou fibroplasia


1. Fase de Demolição
• Após 24h da ocorrência da lesão
• Predomínio de cél. mononucleares
– Principalmente macrófagos
– Estes promovem a digestão
• Tecido morto
• Agente agressor
• Coágulo

• Coágulo:
– Formado a partir do extravasamento de sangue no local
– Elementos que levam ao desencadeamento das fases inflamatórias.
• Ex: fibrina, crosta composta de soro e hemáceas,
• Impedem que o tecido se resseque, mantendo um ambiente favorável à reparação.
2. Fase de Crescimento do
Tecido de Granulação
• Proliferação celular
– Células endoteliais
– Capilares vizinhos à zona agredida.
– Fibroblastos
• Essas células formam pequenos brotos endoteliais que crescem
– Penetram na zona agredida
– Canalizam-se
– Fusionan-se a outros brotos (alças capilares)
• O Sistema Vascular Neoformado apresenta:
– Aumento de permeabilidade nas suas novas junções capilares
– Grande saída de elementos sanguíneos
• Água
• Eletrólitos
• Proteínas.
• Fibroblastos acompanham o tecido endotelial, migrando para essa nova matriz tecidual
e secretando fibras colágenas
• Clinicamente, observa-se
– Grânulos avermelhados e brilhantes (brotos vasculares)
– Envoltos em um material gelatinoso, translúcido e frouxo.

• Daí o nome “Tecido de Granulação”. Constituído por:


– Brotos capilares em diferentes formas de organização
– Estroma essencialmente protéico
– Leucócitos e hemácias.
• Dele partem as repostas da terceira e última fase da cicatrização.

• Tecido de granulação ≠ Granuloma


Granuloma: "Hiperplasia focal, avascular, do sistema mononuclear macrofágico, como resposta
a agentes agressores de baixa virulência”

• Tecido fibrinoso ≠ Tecido fibroso


– Fibrinoso - contém muita fibrina
– Fibroso - contêm grande quantidade de fibras colágenas
Tecido de granulação sobre a pele após queimadura.
• A seta aponta os "grânulos" avermelhados, representativos de brotos capilares recém-formados.
• A consistência desse tecido é gelatinosa e a superfície é úmida.
• Com o amadurecimento do tecido de granulação e o início da fibroplasia, esse tecido se desidrata e vira uma
crosta, que se solta espontaneamente.
O Tecido de Granulação
• Formado:
– Inflamações agudas e crônicas em geral,
– Trombose
– Neoplasias
– Ferimentos com grande perda tecidual.

Exemplo:
• Extrações dentárias
– perfeita reparação do alvéolo dental depende fundamentalmente da
permanência do tecido de granulação dentro do alvéolo, originado a partir
da hemorragia provocada pela extração
3. Fase de Maturação ou
Fibroplasia
• Proliferação Celular de fibroblastos
– Deposição de colágeno,
– Compressão dos capilares neoformados,
– Diminuição da vascularização (desvascularização).
• A pressão contínua do colágeno e sua retração conduzem à contração da
cicatriz fibrosa.
• Exemplo:
– Pele - a regeneração do epitélio principia por volta do segundo e terceiro dias e
– Tec. Conjuntivo - proliferação fibroblástica preenchendo o defeito do tecido.
• Ao final, tem-se, com a colagenização, uma cicatriz acelular relativamente
clara, que pode atenuar ou mesmo desaparecer clinicamente.
O Colágeno
• Fibras colágenas, ao amadurecerem:
– Promovem contração do tecido adjacente
– Diminuem de tamanho e
– Perda de elasticidade.
– Perda de resistente ao estiramento

• Em alguns casos podem haver complicações


– Infecções
– Alterações pigmentares (depósito de hemossiderina)
– Dor (cicatrização de fibras nervosas)
– Formação do quelóide
• cicatriz tumoriforme comun nos indivíduos de raça negra
• forma um tecido liso e brilhante, com superfície elevada
• devido ao fenômeno de hialinização de fibras colágenas
Diferenças de classificação das Fases

• Alguns autores classificam de outra forma


1. Fase da inflamação
2. Fase de formação de tecido de granulação com depósito de matriz
extracelular
3. Remodelação tecidual

• Essas fases não são mutuamente exclusivas, e sim sobrepostas


no tempo.
FATORES QUE ALTERAM REPARAÇÃO

• As fases da cicatrização:
• Referem-se às cicatrizações de primeira intenção,
– Desenvolvimento dentro dos limites normais de intensidade e duração.
• Com alteração no desenvolvimento da cicatriz é por segunda
intenção,
– fases acontecem mais lentamente
– tecido de granulação é hipermétrico.
– tecidos com perdas muito grandes,
– exsudato abundante e
– feridas com margens traumatizadas.
FATORES QUE ALTERAM REPARAÇÃO

• Podem ser
– Locais
– Gerais

• Coincidem com os interferentes no processo inflamatório


FATORES LOCAIS

1. Tipo de agente agressor

2. Contaminação

3. Características da ferida

4. Outros fatores locais


1. Tipo de agente

• Os mesmos aspectos envolvidos nas inflamações

• Agentes agressores de curta duração e baixa patogenicidade

• Processo regenerativo ou uma cicatrização por primeira intenção.

• “Incisões cirúrgicas realizadas com técnica e instrumental


adequados provocam um processo reparativo ideal”

• ### O contrário, por outro lado, também é verdadeiro.###


2. Contaminação
• Fator de retardo da reparação.
• Feridas internas ou expostas
– “A situação mais favorável para a cicatrização é quando a ferida está
fechada, suturada e não infectada”
• A origem da infecção;
– Externa - devem ser consideradas com cuidado nos atos operatórios,
dada a sua alta probabilidade de ocorrência;
– Interna - podem ser de difícil resolução,
• são resultado de bacteremias transitórias (grande quantidade de bactérias
circulantes no sangue),
• tem grande afinidade pela coleção protéica local (necrose, hematomas, tecido
de granulação) propiciada pelos processos reparativos.
3. Características da ferida

• Tamanho da Ferida
– feridas maiores demoram mais tempo para cicatrizar do que feridas
menores, estando susceptíveis às infecções.
• O local da ferida
• Diferenças de tensividade entre os tecidos
– A contração do tecido fibroso faz parte do processo de cicatrização
– Tecidos com alta tensividade, essa contração fica dificultada.
• Além disso, a cicatriz final não consegue adquirir o mesmo
grau de elasticidade inicial.
4. Outros fatores

• Manutenção da irrigação sangüínea


– fundamental para a reparação
– tecidos pouco vascularizados ou com isquemia tendem a ter reparação
mais lenta
• As bordas do tecido submetido a ato cirúrgico devem ser mantidas
imóveis, para o bom andamento da reparação.
• Traumas na região com processo reparativo em algumas
situações, facilitam a reparação, pois praticamente se elimina a
fase de demolição
FATORES GERAIS
• Estado fisiológico (principalmente idade)
– Pacientes com mais idade têm uma tendência a reparar mais lentamente, devido
às deficiências de circulação.
• Estado nutricional
– A ausência de vitamina C (denominada "escorbuto") e a deficiência de proteínas
também impedem a cicatrização.
• Temperatura do local
• Terapêutica com medicamentos.
– Hormônios em excesso (corticosteróides da adrenal) podem prejudicar a
cicatrização
– Medicamentos contendo zinco facilitam o processo reparativo
– Drogas antineoplásicas - contra-indicadas em pacientes com cicatrizações em
andamento.
ESTUDO DIRIGIDO
REPARO, REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO
1. Qual a diferença de uma lesão de primeira intenção para um de segunda intenção?
2. O que é hemostasia?
3. Qual a participação dos fibroblastos em um processo de cicatrização?
4. Quais as principais fases do processo de cicatrização? Explique cada um deles
5. Qual a diferença entre regeneração e cicatrização nos processos de reparo tecidual?
6. Quais os três tipos de processos regeneração e quais suas principais diferenças?
7. Os processos regenerativos acontecem da mesma forma em todos os tipos celulares?
Por quê?
8. Quais os principais fatores que alteram os processos de reparação?
9. Porque feridas internas podem ser mais perigosas que as expostas?

Veja os materiais complementares 08 e 09


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia geral. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.

• KUMAR, V., FAUSTO, N., ABBAS, A. K. Robbins & Cotran – Patologia bases
patológicas das doenças. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005.

• RUBIN, EMANUEL; et.al. Patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4ª


ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

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