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Ficha Catalográfica

v249u Valvassoura, L. Aguiar


Um pouco de bálsamo, um pouco de mel/ L.
Aguiar
Valvassoura - Campinas, SP: Casa Nazarena de
Publicações, 2005
64 p.; 18 cm

ISBN
1. Vida Cristã. 2. Vida Cristã - Sermões. I. Título
CDD 248.4

Índice para Catálogo Sistemático:


1. Vida Cristã 248.4
2. Vida Cristã - Sermões 250

1" Edição: Maio 2005 - Tiragem 2500

ESTILIZAÇÃO E EDITORAÇÃO: D'Sena


desena@matrix.com.br

CAPA: Munhoz Design


www.munhozdesign.com.br

COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Ebe F. de Souza
PRODUÇÃO GRÁFICA:
João Arthur de Souza

IMPRESSÃO: Imprensa da Fé

www.casanazarena.com.br
cnp@casanazarena.com.br
Índice
Dedicatória
Prefácio
Introdução
Uma Palavra de Deus ao nosso Coração
Situações Pessoais muito Complicadas
Os nossos Relacionamentos
A Sabedoria de Jacó
Oração
Conclusão
A Bênção Final
Dedicatória

Dedico este livro à


igreja que pastoreio ao
longo de 25 anos.
Prefácio

Por seu carisma e liderança o Rev. Aguiar Valvassoura


poderia ser um grande empresário ou quem sabe, um Senador da
República, mas escolheu dedicar cada minuto do seu tempo
pastoreando a Igreja do Nazareno Central de Campinas com mais
de sete mil membros, e cinqüenta ministérios. Seus sermões
reproduzidos na TV nos Estados de São Paulo e Paraná, (por
enquanto), e na internet para todo o mundo, geram artigos e livros
abençoadores como este. É um texto enxuto, direto, que toca o
coração e marca a alma indelevelmente; muda conceitos e provoca
decisões.
Neste pequeno mas rico livro você encontrará exatamente o
que o grande José do Egito encontrou: um pouco de bálsamo e um
pouco de mel, que naquele dia como agora, chegam no momento
perfeito da vontade de Deus para as nossas insuspeitadas
necessidades.
O Pastor Aguiar nos ensina que: Jesus é o bálsamo que cura
as nossas feridas existenciais e o mel de Deus que adoça o nosso
espírito amargurado.
Este é um livro precioso... pare tudo e leia-o. E que Deus o
abençoe.
Fausto Rocha
Introdução
Jacó disse aos filhos quando voltavam ao Egito para buscar
alimento: "levai de presente a esse homem um pouco de bálsamo e
um pouco de mel"
Não creio que esta atitude de Jacó tenha sido movida por
ura impulso ou por mera intuição. Por sua experiência e
conhecimento da natureza humana, ele concluiu que o governador
do Egito precisava de um pouco de bálsamo e um pouco de mel.
Analiticamente, um pouco de bálsamo e um pouco de mel
podem ser apenas palavras. Elas podem se transformar em armas
usadas para menosprezar, desanimar e destruir sonhos. Por outro
lado, podem ser doces, amáveis, ao ponto de produzir alegria,
prazer, auto-estima positiva e motivar para a vida - principalmente
em momentos de crise. Isto é o que acontece com a Palavra de
Deus. As suas declarações entram pelos nossos ouvidos e chegam
ao coração como um bálsamo curando as pequenas e grandes
feridas, e, como o mel, alimentando a alma e saciando todo o ser.
As duras experiências da vida, muitas vezes, nos ferem com
uma profundidade tal, que o processo de cura é muito doloroso.
Há ocasiões em que nenhum alívio acontece, e a ferida permanece
lá, encoberta por algum mecanismo psicológico. Dura, camuflada,
parece sem ação, mas isto não é verdade, pois ainda dói,
contamina e traz amargura à vida.
Quero compartilhar com você algumas situações em que,
estando meu coração ferido e endurecido, Deus falou comigo,
trazendo-me a cura e restaurando-me a doçura própria daqueles
que vivem na Sua presença.
Aprendamos com Deus a curar e a adoçar a vida dos que
nos rodeiam. As dores são comuns, mais ou menos intensas, mas
todos as sofrem. Assim como Jacó, devemos perceber e detectar as
necessidades dos outros, aplicando neles um pouco de bálsamo e
alimentando-os com o doce mel da presença de Deus em nós.
Oremos para que Deus nos cure mas, muito mais, para que nos
ajude a curar e alimentar. Assim como Jacó, podemos ser a
provisão de Deus para muitos que, à semelhança de José, o
governador do Egito, necessitam de um pouco de bálsamo e um
pouco de mel.
Capítulo 1

Uma Palavra de Deus ao nosso Coração

No início dos anos 90, vivi um momento de muita luta na


minha vida. Não era nada pessoal, mas eram lutas concernentes
ao peso ministerial, às cargas e as muitas coisas com que estamos
comprometidos. Estas são lutas que nem sempre são as nossas
lutas, mas que podem deixar seqüelas, e, naquela ocasião, uma
pontinha de amargura havia nascido no meu coração por causa de
um colega.
Eu já contei isso, há muito tempo, para algumas pessoas.
Certas declarações foram colocadas de forma maldosa, e
acabaram virando uma coisa maldita... O sofrimento interior que o
episódio me causou exigia uma reparação, um consolo, e a
aplicação de ura remédio que me aliviasse as feridas da alma, ao
mesmo tempo que me fortalecesse para a batalha que travamos no
caminhar cristão.
No calor daquela situação, tive muita dificuldade de perdoar
esse colega, mesmo sendo eu uma pessoa que geralmente não
consegue guardar rancor. Por natureza e treinamento, não deixo
que se acumule lixo de amargura e ressentimento no meu
coração. Mas, a peculiaridade daquela hora produziu um efeito
indesejado: eu fiquei com o coração trancado. Isto infligiu-me um
sofrimento adicional pois, quando você não consegue guardar
rancor, o dia que o seu coração não se abre, e fica fechado pela
mágoa, é uma luta interior muito grande.
Passando por aquela luta, certa noite eu orei, e Deus me deu
esse versículo em Gênesis 43:11:

"Respondeu-lhes Israel, seu pai: Se é tal, fazei, pois, isto:


tomai do mais precioso desta terra nos sacos para o mantimento e
levai de presente a esse homem: um pouco de bálsamo e um pouco
de mel, arômatas e mirra, nozes de pistácia e amêndoas".

Foi ura alívio para o meu coração. Deus aplicou o Seu


bálsamo e me concedeu a cura para a rachadura emocional que
me fazia sofrer. E fez mais: restaurou-me a doçura da vida cristã,
com o doce mel que a Sua Presença destilou em minha vida.
Como resultado, a partir dessa minha experiência pessoal,
preguei uma importante mensagem sobre este tema, quando o
nosso templo ainda estava situado na Rua Francisco Glicério, bem
no centro de Campinas, a poucas quadras de onde estamos
instalados hoje.
Mal sabia que aquela provisão especial de Deus para mim
iria ser imediatamente repartida também em atos - pois a palavra
sobre o tema já havia sido compartilhada no culto.
Quando voltava para casa, se não me engano, era uma
terça-feira. Sempre deixo o rádio do meu carro sintonizado
somente em uma mesma emissora. (Eu sou pessoa de "uma coisa
só" - isso é temperamento, é jeito. Eu só ouço uma emissora, eu
sou assim, é o meu jeito.) Ouvi, então, a notícia de um crime acon-
tecido na cidade de Nova York. Até aí, nenhuma surpresa ou
novidade, pois aquela metrópole americana era então conhecida
também pela sua violência.
Um detalhe, entretanto, chamou--me a atenção: o delito
havia sido cometido por um brasileiro. Curioso, fiquei atento à
notícia, Qual não foi a minha surpresa ao reconhecer o nome que
o repórter citava - um nome que soou familiar ao meu ouvido. A
minha memória imediatamente saltou para um outro
compartimento.
Um filminho - como se fosse um videoteipe - passou na
minha cabeça, relembrando cenas registradas muitos anos antes,
quando a mãe daquele jovem que estava sendo citado me
procurou. Ela era uma mulher sofrida, deixada pelo marido, um
pastor evangélico que a abandonou com o filho. Essa mãe me
procurou com o menino - na época uma criança que devia ter uns
seis anos -, e me falou das dificuldades que enfrentava.
A aproximação que aconteceu a partir daquele
aconselhamento permitiu-nos acompanhá-los, mãe e filho, nos
anos seguintes. A partir daí, caminhamos, razoavelmente perto e
longe, ao mesmo tempo - porque já havia muitos anos que
moravam nos Estados Unidos.
Quando aquela notícia bateu no meu coração, fui para o
computador buscar notícias na internet - eu não sei lidar bem com
o computador, mas minha filha abriu o programa adequado para
mim - e vi que a fotografia exibida na página de notícias era dele
mesmo.
Aquela foi uma noite longa, muito longa. Mais uma vez,
Deus firmou o meu coração na Sua Palavra, restaurando-me uma
alegria que havia sido roubada pelas circunstâncias infelizes na
vida de pessoas que eu conhecia.
Tentei falar com a mãe e com os avós, que são uns crentes
maravilhosos - não há outro termo para descrevê-los.
Eu queria fazer alguma coisa, mas o telefone de ambos
estava bloqueado ou eles o tiraram do gancho.
Naquela noite eu fiquei inquieto -fui para a cama e não
dormi. E de novo me veio a palavra de Gênesis 43:11 para aliviar o
meu coração.
O uso que vou fazer deste texto de Gênesis 43:11 - segunda
parte - é completamente fora do meu jeito de ler a
Bíblia. Mas, há muitos anos, como testemunhei, Deus me
deu esse texto como uma mensagem especial de ânimo e conforto.

O HOMEM A QUEM
JACÓ QUERIA PRESENTEAR
Precisamos entender, primeiramente, que Israel era o outro
nome dado por Deus a Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão.
Homem sofrido, Jacó amargava uma velhice de tristeza, pois acre-
ditava que seu filho predileto, José, estava morto. Enviara seus
outros filhos - exceto o novo caçula, chamado Benjamim, que
nascera após o desaparecimento de José - à terra do Egito.
A viagem era motivada por uma grande fome que se
espalhara sobre a terra, mas havia notícias vindas de toda parte
de que o Egito possuía alimentos de sobra - graças à genialidade e
espantosa capacidade de seu governador, um homem chamado
Zafenate-Panéia (em verdade, este era o nome egípcio que Faraó
dera a José, ocultando-lhe, assim, a origem hebraica, conforme re-
gistra Gênesis 41:45).
Jacó estava mandando presentes a um homem, Zafenate-
Panéia, a quem ele queria honrar. Um homem cujo nome
significava "Deus fala e está vivo", governador da nação mais
próspera daquela época, o Egito. Porém, o que Jacó não sabia, é
que este homem do Egito, na realidade, era seu filho José - aquele
que ele acreditava estar morto.
José havia sido vendido como escravo, muitos anos antes,
por seus próprios irmãos - e eles mentiram ao pai, dizendo que o
irmão havia sido atacado e morto por um animal. Esses irmãos
mais velhos tinham muito ciúme do jovem José, despertado pela
predileção do pai em relação a este filho mais novo, conforme
podemos ler na Bíblia no livro de Gênesis 37:3-4:

"Ora Israel amava mais a José que a todos seus filhos, porque
era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas
compridas. Vendo, pois, seus irmãos, que o pai o amava mais que a
todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar
pacificamente".

O jovem hebreu traído pelos irmãos havia sido levado como


escravo ao Egito, onde enfrentou situações adversas, até ser
colocado por Deus como o governador da nação, uma das princi-
pais autoridades daquele tempo.
Pai e filho estavam afastados e feridos pela vida. Jacó, pela
"perda" do filho. José, pela "perda" da casa paterna. Ambos
precisavam de bálsamo e mel. José era egípcio ou judeu, depois de
tanto tempo? Suas raízes estavam enfraquecidas, pois vivia em
um país distante da casa paterna. Casara-se com uma mulher
egípcia, filha de um sacerdote pagão.
Os filhos que lhe nasceram dessa união nos fornecem a
dimensão da sua vida naquele momento, pois colocou-lhes nomes
que relembravam a sua trajetória de vida (Gênesis 41:50-52):

"Antes de chegar a fome, nasceram dois filhos a José, os


quais lhe deu Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. José ao
primogênito chamou de Manasses, pois disse: Deus me fez esquecer
de todos os meus trabalhos, e de toda a casa de meu pai. Ao se-
gundo chamou-lhe Efraim, pois disse: Deus me fez próspero na
terra da minha aflição".

José era um homem aparentemente ajustado à sua nova


realidade. Deus o fizera esquecer do passado bom - " a casa do
pai" - mas também de todas as suas dores - "a traição dos irmãos"
e outros episódios semelhantes. Ainda mais, considerava-se
próspero, ainda que vivendo em uma terra que ele chamava de
"terra da minha aflição".
Entretanto, Jacó estava receitando um remédio para a cura
de feridas e fortalecimento de sua vida:
— Levem bálsamo e mel para este homem.
Ele o chama - "este homem" -, pois não sabia que se tratava
do seu filho José, dado como morto.
— Levem para este homem um pouco de bálsamo e um
pouco de mel.
Jacó, ferido, receita ao "homem do Egito" aquilo de que ele
próprio estava precisando.

AFINAL, O QUE É BALSÁMO?


O bálsamo era o remédio universal, sendo inclusive levado
pelos soldados para o campo de batalha, caso fossem feridos, para
amenizar as dores. Aplicavam o bálsamo esperando a cura de um
ferimento, ou como alívio diante da morte aguardada.
Nas cerimônias do Tabernáculo eram empregados bálsamos
santos, compostos de mirra, cássia, cinamomo, cálamo e azeite de
oliveira (conforme a descrição de Êxodo 30:25). Era uma fórmula
dada por Deus a Moisés. Mas os ungüentos comuns, utilizados em
toda a região da Palestina eram compostos de uma mistura de
azeite com substâncias aromáticas. Eram considerados como os
modernos perfumes - mas o bálsamo era algo mais valoroso e
medicinal.
Os judeus davam grande importância a ele, a ponto de a
Bíblia referir-se a um lugar especializado em sua fabricação:
Gileade. O bálsamo de Gileade era assim chamado porque a sua
substância era produzida a partir da resina de uma árvore
daquela região (Gênesis 37:25, Jeremias 8:22, 46; 11). O seu valor
era tão grande, tão precioso, que o produto era trocado por duas
vezes o seu peso em ouro.

POR QUE O MEL É TÃO IMPORTANTE?


Mel era o alimento universal, a fonte de energia natural para
sustentar a força de qualquer um que estivesse incapacitado para
caminhar, para viajar, ou para entrar no campo de batalha.
Enquanto o bálsamo recuperava o ferido, o mel fortalecia o são.
Como curiosidade, por estar sujeito à fermentação, não se
podia usar mel nos sacrifícios queimados ao Senhor em cima do
altar (Levítico 2:11). Neste sentido, os homens não podiam ofertá-
lo ao Senhor, constituindo-se em uma dádiva exclusiva de Deus
para os homens — a ponto de a Terra de Canaã ser descrita como
terra onde manava leite e mel (Êxodo 3:8,17).
Bálsamo e mel são palavras de Deus ao coração do homem.
São as consolações do Espírito Santo que o Senhor
Jesus, o Bom Pastor, aplica em nós, Suas ovelhas. Eles
cicatrizam as nossas feridas e fornecem o alimento espiritual que
fortalece a nossa alma. O alívio do bálsamo e a doçura do mel são
provisões que só Deus pode conceder-nos.
Capítulo 2

Situações pessoais muito complicadas

CRÔNICA DE UM DIA
"Um pouco de bálsamo, e um pouco de mel." Quem não
precisa, de vez em quando, dessa provisão? As coisas da vida
ferem milhões de pessoas. O pecado provoca chagas que somente
o bálsamo divino pode curar.
Multidões arrastam-se pelas ruas da vida moderna como que
clamando (Jeremias 8:21-22):

"Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; estou de


luto; o espanto se apoderou de mim. Acaso não há bálsamo em
Gileade? ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura
da filha do meu povo?".

Nós não concordamos com erros e nem com pecados, somos


como Jesus: cuidamos dos pecadores. O que é a Igreja, a não ser
um amontoado de pecadores que quer encontrar o caminho? Não
somos nós isto, também? Uma multidão de pecadores tentando
acertar o caminho, clamando por bálsamo e mel? Aos olhos de
Deus, pecado não tem adjetivo - é pecado. Tomar uma agulha de
alguém, ou tomar um automóvel, aos olhos de Deus tudo é a
mesma coisa.
Só que a minha situação complicou naquele dia: minha
esposa não saiu da cama, porque nessa época de frio, a asma
vinha atacá-la. Ela passou o dia todo recolhida, tentando
repousar, enfrentando sua aflição física. Mas eu tinha um
compromisso muito importante à noite, e eu fui cumprir esse
compromisso - porque de fato essa pessoa é muito importante
para mim. Essa pessoa tem doze anos, eu gosto muito dela, é
muito importante para mim. Era o seu aniversário, e eu não podia
deixar de levar-lhe o meu abraço.
Eu voltava para casa, passei no supermercado para comprar
umas coisinhas que faltavam. Na divisa dos municípios de
Campinas e Valinhos, em frente à EPTV, uma estação local de TV
afiliada a uma grande rede, estava o carro de resgate do Corpo de
Bombeiros. Presente, também a polícia, exatamente no canteiro
central entre as duas pistas da avenida. Naquele momento, com a
janela do carro fechada, ar aquecido, o Espírito Santo falou algo
ao meu coração.
Na hora em que passei, não sabia quem era a pessoa
vitimada. Eu estava dentro do carro, dirigindo, e pude apenas
concluir, rapidamente, pelo estado do corpo, que a vítima havia
falecido. Mas antes de chegar na altura do próximo retorno, Deus
disse ao meu coração: "Volta! Volta!"
Ouvi claramente a palavra:
— Volta!
Eu não questionei, e retornei. Enquanto voltava, a parábola
do Bom Samaritano passou na minha cabeça. O trecho de retorno
era curtinho, acho que cerca de 500 metros. Mas, nesse pequeno
espaço, Deus disse:
— Aquela mulher tem filhos. Esses policiais são gente. Como
é que um pastor passa por uma pessoa morta e vai para casa?
E o acidente era recente, tendo acontecido momentos antes.
Encostei o carro, desci, e aproximei-me dos policiais que logo
me cercaram. Eu disse:
— Boa noite, eu sou pastor, e moro logo ali adiante e estou
vendo esta cena. Há alguma coisa que eu possa fazer?
Um policial me disse:
— Muito obrigado, não há nada que você possa fazer, mas
agradecemos a sua atitude, porque já passaram por aqui uns cem
carros, mas ninguém parou...
O meu carro também iria continuar passando, se o Espírito
de Deus não houvesse falado ao meu coração. Se Deus não "me
pega pela orelha", ali antes do retorno, eu estaria continuando no
caminho para casa, para fazer um sanduíche de presunto e queijo,
tomar uma Coca-Cola.
Retomando o caminho, enquanto voltava para casa,
emocionado, coração muito sensível, chorando, eu disse ao
Senhor:
— Ó Deus, ponha de novo no meu coração um pouco de mel,
e um pouco mais de bálsamo.
Porque a vida vai nos embrutecendo, e vamos nos
acostumando com o sofrimento, com as feridas abertas, com o fel
do cotidiano, se não recebermos o remédio adequado.

NECESSIDADE DE RENOVAÇÃO
Um amigo meu trabalhava numa faculdade de Medicina aqui
em Campinas, e a função dele era tirar um órgão, um membro do
cadáver, uma parte do corpo que fosse necessária para as aulas
de anatomia. Certa ocasião eu lhe perguntei:
— O que você sente?
Ele respondeu de pronto:
— Nada, eu me acostumei. No começo eu tinha uma grande
dificuldade. Mas, agora, é o meu trabalho. Eu tiro um braço, uma
cabeça, uma perna. Eu abro o abdômen, tiro um fígado, um rim, e
levo para os alunos. Eles precisam do órgão para estudar e o meu
trabalho é tirar e dá-lo para eles. Eu já me acostumei a este
trabalho.
Quando cheguei em casa, coloquei o carro na garagem, fui
orar:
— Deus, eu não quero me acostumar, me conformar com o
sofrimento, a ponto de me tornar insensível. Mas, também não
quero ser destruído pela dor, ter minha esperança apagada,
perder o ardor pela vida. Ponha de novo no meu coração um
pouco de mel, derrama de novo o Teu bálsamo, ponha no meu co-
ração um pouco mais de doçura.
Não podemos deixar a vida ficar cheia de fel, porque é fácil o
mel virar fel. Você deve lembrar-se de uma época em que já foi
mais doce do que é agora. E, às vezes, deixou o seu mel virar fel, e
perdeu a doçura, essa doçura que Jesus põe na vida do crente.
Alguém o magoou uma vez, o feriu duas, três vezes, e você ficou
amargo, e com a vida cheia de fel. Quando alguém o maltrata, tira
o sabor da sua vida. E se alguém vem conversar, você destila esta
amargura, contaminando o outro.

CENAS DO COTIDIANO
Por exemplo, no seu contexto, Gênesis 43:11 representa
uma família cheia de amargura e traição. Ali estava um pai
demonstrando sua predileção por um dos filhos, porque o grande
problema desta família é que José era a "menina dos olhos" do pai.
A Bíblia está cheia de histórias assim - de situações que
geram pessoas amarguradas. Ela não esconde os fracassos dos
seus heróis. Um irmão mata o outro - Caim mata Abel. Jacó era o
predileto da mamãe; Esaú, o do papai. E, às vezes, a amargura
entra na nossa vida sem que a gente perceba. De repente, co-
meçamos a usar frases assim:
— Não suporto fulano.
— Só de ficar perto dele, eu me sinto mal.
— É estar ao lado dela, e eu me arrepio.
Os filhos de Jacó estão voltando a segunda vez para o Egito -
este é um texto histórico, clássico. Jacó, idoso, tem aquilo que um
homem em geral não tem, mas que mulher tem: sensibilidade -
não é esse negócio de "sexto sentido", pois isso me parece meio
esotérico. Jacó tem percepção de que aquele homem do outro lado
tinha algumas necessidades. Ao preparar a carga que seria levada
ao Egito, ele ordena aos filhos:
— Ponham na bolsa desse homem um pouco de bálsamo,
um pouco de mel.
Estas são duas coisas que o Espírito Santo precisa aplicar
nas nossas vidas para não perdermos o rumo, para não
embrutecermos diante dos sofrimentos que nos atingem direta ou
indiretamente.
Deus trabalhou comigo naquela madrugada, quando ouvi a
notícia daquele jovem preso nos Estados Unidos. Eu vejo cenas
iguais àquelas todos os dias na televisão. Aliás, vejo até piores! De
vez era quando, você pega a notícia internacional, que diz: Os
judeus entraram na vila tal e mataram 34 pessoas. Ou: O homem-
bomba entrou no restaurante tal, explodiu e matou 17. E então você
muda de canal para ouvir sobre a economia com o Bóris Casoy,
para saber que muita coisa continua recebendo o mesmo bordão:
"Isto é uma vergonha!".
Você é capaz de ver uma cena chocante, e permanecer
insensível, como disse certa matéria da revista semanal
VEJA, uma ocasião, que mostrava uma mãe palestina e uma
mãe judia, cuja manchete era: A dor não tem pátria.
Muito se fala que devemos amar Israel incondicionalmente.
Isto significa apoiar todos os atos dessa nação? Os palestinos são
filhos do diabo, por acaso? Quer dizer que, tudo o que o Estado de
Israel faz está certo?
Vamos anestesiando a nossa mente e somos capazes de ler a
notícia de um crime horrível - porque todo crime é horrível, mas
há alguns que são mais - e permanecermos insensíveis. Mudamos
de imediato a nossa atenção para outra página do jornal, e vamos
ver qual é a escalação da Seleção. E falamos:
— O técnico da seleção não entende nada de bola! Quem
devia jogar aqui nesta posição não é o Ronaldinho, mas o
Ronaldão.
E numa página ao lado está escrito: Mãe, numa crise, mata
os filhos. ou: Filho perde a cabeça e mata os pais.
Jacó, quando vai fazer a mochila para levar para o
Governador do Egito, que ele não sabia ser José, o filho desa-
parecido, disse:
— Levem para esse homem um pouco de bálsamo, um
pouco de mel.
Porque parece que a atitude deste "homem do Egito" tem
alguma coisa de amargura, de um homem ferido, de um homem
doente da alma.
— Levem para ele um pouco de bálsamo e um pouco de mel.

APLICANDO O BÁLSAMO E O MEL


Você não acha que estamos precisando passar um pouco de
bálsamo e um pouco de mel no nosso coração? Eu acho... É mais
do que isso: eu tenho certeza! Bálsamo é aquilo que tira a dor.
Havia ura famoso aqui no Brasil, não sei se ainda tem, no tempo
em que eu rachava a minha canela jogando futebol ou correndo.
Era o bálsamo de bengüê. Para que ele servia? Para tirar a dor
após uma pancada. Era o gelol de antigamente.
Bálsamo é um elemento que tira a dor, que cicatriza a ferida.
Você não acha que o seu próprio coração está precisando de
bálsamo? Que existem algumas mágoas que você anda
carregando, algumas feridas que se acomodaram no seu coração?
Elas estão fazendo mais mal a você do que à outra pessoa, que
aparentemente deveria estar sofrendo! Você está precisando de
um pouquinho de bálsamo no coração. Feriu alguém, alguém o
feriu.
De vez em quando, me chegam notícias de pessoas que eram
tão amigas, e que agora são inimigas - uma está falando mal da
outra, uma está tentando destruir a outra. E eu digo a mim mes-
mo, perplexo:
— Deus, eu me lembro de que cinco anos antes, esses
meninos andavam juntos, jogavam bola juntos. E agora um está
tentando destruir o outro.
Você não acha que está faltando um pouco de bálsamo no
seu próprio coração? Deus disse isso para mim, quando eu
passava por aquele acidente com vítima fatal e apenas pensava:
— É apenas um cadáver a mais -já vi tantos...
Eu lembro, quando pastoreava em Belo Horizonte, e um
ônibus atravessou ura canteiro e pegou três automóveis parados
no sinal. Foi a maior tragédia que eu já vi na vida.
Escutei o barulho do acidente da minha casa, que era a uma
esquina do local. Desci e peguei crianças moídas no meu colo, e
levei-as para dentro da igreja, que ficava na esquina. Peguei fe-
ridos e arrebentados. Cheguei em casa ensangüentado - e aquele
dia eu me senti digno.
O guarda disse naquele acidente próximo à EPTV:
— Muito obrigado, porque muitos já passaram por aqui e
não pararam.
O meu coração disse assim:
— Você também estava fazendo a mesma coisa. Você
também passou, e não parou. Se o Pai não tivesse pegado você
pela orelha, antes do retorno, você teria passado direto.
Eu poderia ter falado:
— Ah, não, o bombeiro já estava lá, a polícia já havia
chegado ao local. Se eu parasse, não faria muita diferença...
Mas aquela mulher tinha nome, ela teria, possivelmente, um
marido, filhos. Eu ofereci ao policial:
— Eu poderia dar um telefonema aos familiares, se vocês
precisarem de ajuda.
Ele me disse:
— Não precisa, pois os bombeiros estão fazendo isso...
Então respondi:
— Mas eu quero fazer alguma coisa...
Eu é que estava precisando de uma palavra, de um pouco de
bálsamo, de um pouco de mel. Eu.
Voltei para casa, e naquela noite Deus me disse:
— Um pouco mais de bálsamo, e um pouco mais de mel.

A INSTRUÇÃO DE JACÓ
Essa vida não anda um pouco amarga? Você não anda
destilando fel?
— Nada presta, tudo está ruim... Só é possível viver se Deus
aplicar o Seu bálsamo e o Seu mel em nossas vidas. Jacó
reconheceu este estado interior do Governador do Egito, e por isso
deu a ordem aos filhos:
— Levem para este homem um pouco de mel. Alguma coisa
amargurou a vida deste homem. Levem para ele um pouco de mel.
Talvez você tenha que dizer:
— Ó Deus, adoça a minha vida de novo. Adoça. Eu já fui
mais doce do que eu sou hoje. Eu já fui mais dócil - para ser mais
correto gramaticalmente.
Bálsamo tira a minha dor. Mel adoça a minha vida. Eles
fornecem um pouco mais de doçura no que eu faço, no que eu
sou.
É a partir do que acontece comigo que eu posso ministrar a
outras pessoas. A partir de mim, do que eu experimento, do
bálsamo e mel aplicado em minha vida. Não é a doçura profissio-
nal. Porque há umas pessoas que têm uma doçura profissional:
não querem perder o cliente, então ficam doces; não querem
perder as amizades, então ficam doces.
Entretanto, o que necessitamos é a doçura natural, esse
bálsamo natural, essa cura que age, primeiro, dentro de nós.

Capítulo 3
Os nossos Relacionamentos

A IGREJA DOENTE
A Igreja está doente. Tenho lido, estes dias, sobre a Igreja
evangélica brasileira. Pode-se facilmente perceber que o
crescimento descabido de uma parte da Igreja não é crescer, mas
amontoar gente, um em cima do outro, se não cuidamos, se não
alimentamos adequadamente essas pessoas.
A mensagem pregada é só aspirina, para tirar dor de cabeça,
mas não com o objetivo de curar a doença real. O que está
acontecendo na Igreja brasileira é como você fazer um dique para
reter determinada quantidade de água. Mas a resistência da
barragem não foi calculada para suportar a pressão pretendida - e
um dia a represa arrebenta!
Uma pessoa de peso da nossa igreja comentou conosco uma
particularidade administrativa de uma dessas igrejas que existem
em nosso país, da qual participa um colega dele, também de peso.
Nesta igreja, os pastores ganham comissão do que arrecadam nos
cultos. Se atinge até R$ 100 mil, ele ganha 20%. Mas se dá R$
150 mil, cai para 15%. Se ultrapassa de R$ 300 mil, é 10%. O que
é isso? Que prática é essa? A Bíblia chama isso de mercantilização
da fé.
Quando ouvi tal relato, procurei logo um remédio para
tomar, porque tive ânsia de vômito ao escutar uma coisa tão
nojenta como esta. Estas coisas, às vezes, amarguram meu
coração de pastor. Eu não tolero isso, fico irado, e por isso peço a
Deus que derrame bálsamo sobre o caso, porque sei que não sou
eu quem vai arrumar essa situação.
Que Deus nunca permita que eu entre nesse tipo de coisa, e
nem os nossos pastores pensem em dinheiro - que eles pensem
somente em pessoas.
— Ah, mas está dando certo...
Nem tudo que dá certo está certo. Fazer as as coisas de
modo errado não agrada a Deus.
Eu oro para que Deus ponha um pouco de bálsamo nesta
minha ira. Quanto a assuntos como esse, eu realmente fico irado,
e devo dizer que não é uma ira muito santa. Eu tenho que con-
fessar, ao leitor, que às vezes não é santa, não. É ira, ira mesmo,
vontade de "pegar na goela".

BÁLSAMO E MEL NAS RELAÇÕES FAMILIARES


Não seria bom, sempre que voltasse para casa, levar ura
pouquinho mais de bálsamo e um pouquinho mais de mel para as
suas relações familiares? Você, marido, não seria bom passar um
ungüento nessa mulher que te "ungüenta" há tanto tempo? Você
diria a ela:
— Minha esposa, me deixa passar um balsamozinho em
você, no seu coração, nas suas feridas de alma!
Nos últimos tempos, talvez você tenha ferido um parente
com uma palavra, com uma atitude. Sabe, hoje mesmo você pode
dizer a ele:
— Eu vou levar um pouco de bálsamo para dentro de casa, e
pôr um pouco de mel nas minhas relações familiares.
Certa vez, atendi a ura dos meus filhos. Atendi
pastoralmente, porque ele é adulto, com mais de trinta anos. Sen-
tamos num toco de árvore. Ele pegou na minha mão, choramos,
oramos, oramos e choramos. Depois ele me abraçou, pôs o queixo
em cima da minha cabeça, porque essa geração, agora, não sei o
que arrumaram, para crescer tanto. Nossos filhos ficaram uns
bichões enormes - eu tenho l,70m e eles estão com l,90m. Ele
disse:
— Pai, o sr. é o único homem em quem eu posso confiar.
Sabe, eu não sei se a minha palavra fez bem ao meu filho,
mas a dele fez um bem enorme a mim. "Pai, o sr. é a única pessoa
em quem eu posso confiar. " A única.
Que sempre haja bálsamo e mel na sua casa ao ponto dos
seus filhos poderem dizer a você:
— Pai, o sr. é a única pessoa em quem eu posso confiar.
— Mãe, você é a única pessoa em quem eu posso confiar.
Volte para casa hoje e reabasteça o seu estoque de bálsamo
e de mel. Se você machucou alguém em casa, aplique o bálsamo
sobre as feridas abertas. Destile mel.
Uma das coisas que nós mais gostamos lá em casa é do
amanhecer e do entardecer, porque os beija-flores vão se
alimentar. E eu gosto de vê-los tomando mel. Eles enfiam aqueles
biquinhos compridos dentro de umas flores de bases compridas e
dançam em volta da planta antes de tirar o mel. Talvez você tenha
sugado o mel e não dançou. Dance um pouco.
— O pastor está liberando dançar?
Essa dança aí, está liberada. Na sua casa, com a sua esposa,
com os seus filhos. Celebre. Aplique bálsamo e mel nas suas
relações familiares.

BÁLSAMO E MEL NAS RELAÇÕES PESSOAIS E


PROFISSIONAIS
Talvez você precise voltar-se para as suas relações
profissionais, e pôr um pouco de bálsamo e dê mel. Gente que
trabalha com você há tanto tempo, e nunca recebeu bálsamo e
mel de você - só ordem. "Faça isso, faça aquilo".
A luta cotidiana pela sobrevivência fornece um cenário onde
muitos são feridos, magoados, embrutecidos. A violência banaliza
as emoções.
Acertos e desacertos azedam os relacionamentos. Pactos e
alianças são descumpridos, tornando a convivência amarga. Os
interesses materiais parecem se sobrepor a toda e qualquer ten-
tativa de vivermos com base em valores verdadeiramente cristãos.
Pressões sociais e culturais contrárias a Deus tentam nos
corromper, levando-nos a relacionamentos errados. Mas, para
vencer tudo isso, o Pai celeste destila o Seu bálsamo e mel e nos
supre do necessário para nossa convivência diária no trabalho, no
lar, na Igreja e no desenvolvimento das nossas amizades.

Capítulo 4
A Sabedoria de Jacó

Eu acho fantástica a percepção de Jacó sobre o que poderia


estar se passando no coração do governador do Egito. Quem
conhece a Bíblia sabe detalhes da história. Como já ressaltamos,
esta é a segunda viagem que os filhos de Jacó fazem, pois na
primeira foram presos, acusados de traição. Nesta segunda, José,
que ainda não se revelara, faz várias solicitações - inclusive a
vinda do novo caçula, Benjamim:
— E tragam o seu irmão caçula.
Vamos entender direito a situação pois, se alguém de outro
país diz: "Traga o dinheiro para pagar e tragam tal pessoa", isso é
seqüestro.
Jacó poderia ter protestado contra a exigência do governador
e dito:
— Querem seqüestrar o meu filho. Mas Jacó era velho, e
velhos têm uma coisa que os jovens não têm: a vista pode ser
curta, mas a memória enxerga longe!
Há uma percepção que somente a idade traz - provida pela
experiência. Por isso, muitos países honram os seus velhos,
dando-lhes dignidade e respeito, tratando-os como cidadãos
especiais.
Jacó, idoso, teve a percepção de que havia mais do que uma
troca mercantil - trigo por taças de ouro, trigo por dinheiro.
Haviam feridas numa família, que o lado de cá sabia que era a
suposta morte de José, e o lado de lá ainda não sabia. Quem sabe
o gesto de Jacó enviando "bálsamo e mel" não ajudou a amolecer
mais ainda o coração de José?
Em razão desta família ferida é que o Espírito Santo inspira
o escritor da Bíblia para dizer algo semelhante a você:
— Coloque dentro da sua mochila, coloque dentro da sua
pasta de executivo, coloque dentro da sua pasta de equipamentos
médicos, coloque dentro da sua marmita de operário um pouco de
bálsamo e um pouco de mel. Não importa o que você vai fazer
hoje. Essa situação só vai se resolver com bálsamo para tirar a
dor, e mel para adoçar o espírito - exatamente o que o Espírito
Santo estava dizendo a mim naquele dia do acidente fatal defronte
à EPTV.
Jacó falava profeticamente sobre nós, os feridos de alma. Ele
precisava de bálsamo e mel, mas enviou-os a José, a quem
considerava morto. Somos fortalecidos por Deus para enviar
"bálsamo e mel" aos outros. Paulo descreve o objetivo dessa
provisão que Deus fornece às nossas vidas (2 Coríntios 1:4):
"É ele que nos conforta em toda nossa tribulação, para
podermos consolar aos que estiverem em qualquer angústia, com a
consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus".

A MUDANÇA QUE O ESPÍRITO SANTO OPERA


É isso que Deus, pelo Seu Espírito Santo, por causa de
Jesus Cristo, faz nas nossas vidas. Ele pega as nossas vidas
quebradas, ressentidas, amarguradas, cheias de dores, de
traições, de atos repugnantes, de mão dupla - do que recebemos e
do que fizemos - e oferece-nos a operação que somente o bálsamo
e mel podem fazer. Ele nos conforta, para podermos confortar.
Na nossa igreja, não fazemos "curso para anjos", pois
lidamos com gente de carne e osso. Uma moça que abracei outro
dia falou assim:
— Desde que eu deixei a prostituição, este é o primeiro
abraço digno que recebo de alguém.
Ela havia sido uma prostituta - mas agora estava no nosso
meio, salva, transformada, curada pelo bálsamo do Espírito,
fortalecida pelo mel da Palavra. Que bênção! Que bênção ter numa
igreja gente que deixou a prostituição! "O primeiro abraço digno
que eu recebi depois que deixei a prostituição."
Porque a gente sabe quando um abraço é de respeito ou
quando é um abraço sutil, a gente sabe - ambos sabem, tanto
quem dá, como quem recebe. Os pequenos toques dizem grandes
coisas.
Entretanto, não somos uma comunidade de semideuses, ou
de semi-anjos. Nós somos ura povo que está a caminho. Estamos
a caminho. E nós vamos, às vezes, seguindo, mas sendo
machucados. Às vezes, as feridas fazem a gente retroceder no meio
do caminho:
— Ah, eu não vou mais à Igreja, eu não vou mais lá...
Já encontrei com gente no meio da rua que me disse:
— Ah, eu não vou mais, pastor. O irmão lá me tratou mal.
Ou então desabafam:
— O irmão tal fez uma transação comercial comigo, e não
honrou o seu compromisso —. Ou dizem diversas outras coisas
semelhantes. A minha lista é tão grande...
O que fere alguém são as pessoas que não honram a palavra
dada. Moços que assumem compromissos com moças e não os
cumprem, pois, de repente estão namorando outra sem dizer para
a primeira. Moças que assumem compromissos com rapazes e têm
um comportamento indigno. É tanta coisa que machuca. O
Espírito Santo tem que vir e dizer:
— Bálsamo! ... e mel!
Não podemos perder a doçura. Esta é a coisa pela qual nós,
cristãos, mais temos que lutar: não perder a ternura da vida
cristã, que nos torna simples como uma pomba, inocentes como
uma criança.
Eu ando com medo desse cristianismo moderno. Ele está
com poder demais, e com humildade de menos, porque não é um
cristianismo semelhante a Cristo. É um cristianismo semelhante a
uma empresa. Tudo parece com uma empresa - há pouco de
Jesus neste cristianismo moderno. Mas queremos - porque
estamos precisando - um cristianismo cheio de bálsamo, cheio de
mel.

REPENSANDO OS FATOS
Dois fatos aqui relatados me fizeram repensar algumas
coisas: ver a notícia sobre o brasileiro preso nos Estados Unidos e
passar pelo acidente próximo à EPTV.
Já relatei como meu coração foi tocado ao ver aquele corpo
inerte na beira da estrada. Eu estava indo para casa pensando no
lanche e o Espírito Santo disse:
— Volta! Volta!
Quando eu paro, os policiais se assustam, com o gesto. Mas
mesmo assim me aproximei, e me identifiquei:
— Sou pastor. Posso fazer alguma coisa?

CORAÇÕES APAIXONADOS POR JESUS


Será que Deus não está querendo dizer a você, neste exato
momento:
— Eu posso fazer alguma coisa por você, para melhorar esse
coração ferido? Será que eu posso fazer alguma coisa para tirar
essa amargura desse coração, e aplicar um pouco de mel?
Volta! Volta à prática das primeiras obras. Lembra quando
você conheceu Jesus, com paixão no coração, quando você
conheceu a Igreja? Você vibrava com tudo, e com todos. O culto
parecia que durava apenas um minuto - acabava logo. E você
dizia:
— Já acabou?
Volta! Pode ser que Deus esteja dizendo hoje:
— Será que eu não poderia fazer alguma coisa por você,
para melhorar esse coração, tirar um pouco desse amargo? Tirar
um pouco dessas mágoas, tirar um pouco desses traumas, tirar
um pouco dessas feridas, tirar um pouco dessa língua que anda
afiadérrima? Limpar essa mente que sujou? Será que eu não
poderia pôr no seu coração ura pouco de bálsamo e um pouco de
mel?
Deus pode, Deus pode sim! Ele pode, quer e vai fazer. Você
não crê nisso? Ele pode ajudá-lo a dizer:
— Senhor, eu vou melhorar, eu vou ter mais sensibilidade,
eu vou arrumar tempo para o que merece tempo. Eu vou gastar
energia com o que merece. Eu vou. Amém.
Talvez haja alguma área na sua vida que esteja clamando:
— Espírito Santo, venha. Esta área da minha vida está como
um poço de amargura, precisando de bálsamo, de mel. Espírito
Santo, venha. Eu Te conheço, eu já sou batizado por Ti, mas no
meio do caminho eu negligenciei o dom, eu perdi os frutos do
Espírito.
Muitos estão professando frutos do Espírito, mas, na
realidade, estão vivendo na carne. Carne pura - ciúme, inveja,
malícia, contenda, falatório, fanfarrice. Estas coisas são fruto da
carne.
— Ah, mas eu sou cheio do Espírito, eu até falo em línguas
— se defendem.
Pois é, mas parece que é só o que sabem fazer, porque o
resto precisa de bálsamo, precisa de mel.
É preciso colocar o seu coração na presença de Deus. Diga:
— Senhor, aqui está o meu coração.
É necessário dobrar os seus joelhos, orar sobre um assunto
como este e dizer:
— Senhor, aplique um pouco de bálsamo e um pouco de mel
na minha vida.

Oração
Deus, humildemente eu me ajoelho diante de Ti. Há um
pedido que sai da minha alma hoje, Senhor, e eu creio que é o
pedido que sai da alma do Teu povo: Senhor, dê-me um pouco mais
de bálsamo e um pouco mais de mel.
Aplica bálsamo, Senhor, naquelas áreas da minha vida que
estão machucadas, que estão feridas, doentes.
Mas, também me perdoe por ter ferido pessoas. Que eu
termine essa oração para colocar bálsamo em pessoas que eu
machuquei, em pessoas que feri, Senhor.
Senhor, hoje eu estou pedindo que derrame sobre a minha
cabeça mel, doçura natural, sem nenhuma adição humana. Para
que na minha vida haja a doçura de Cristo, do Espírito Santo.
Eu oro também pela Igreja, para que Tu apliques o Teu
bálsamo e o Teu mel na vida de todos os Teus filhos.
Tira a amargura produzida pelas lutas da vida. Talvez
produzida por outros, por línguas ferinas, por atitudes indevidas, às
vezes, por nós mesmos.
Oro agora como Igreja, por todos nós, Senhor, que fomos nos
fechando, fomos nos enclausurando e nos tornando amargos.
Adoça o nosso Espírito. Que o conselho de Jacó para os seus filhos
sirva para nós:

"Leve para aquele homem um pouco de bálsamo e um pouco


de mel".

Oramos no nome de Jesus, com humildade, pedindo perdão,


Senhor, pelos nossos pecados, falhas e fraquezas.
Em nome de Jesus.
Amém.
Conclusão
Ao terminar a leitura deste livro, você está ouvindo o Espírito
Santo dizer ao seu coração:

"Eu estou derramando


sobre você um pouco de
bálsamo, e um pouco de
mel. As suas feridas serão
tratadas, e a sua vida vai
ser fortalecida, porque
estou atuando em você, no
seu coração, a partir de
agora".
A Bênção Final
Que o amor de Deus, o nosso Pai;
que a graça do Senhor Jesus,
Seu Filho, nosso Senhor e Salvador;
que a comunhão e a presença,
a direção, o sustento,
a doçura e o bálsamo
do Espírito Santo
sejam sobre todos nós,
sobre todo o povo de Deus,
ajudando-nos a viver
no presente século
de uma forma justa, sensata e piedosa.
aguardando e apressando
a volta do Senhor Jesus,
a bendita esperança da Igreja.
Em nome de Jesus,
oramos e pedimos.
Amém.
CONTRACAPA

A luta cotidiana pela sobrevivência fornece um cenário onde


muitos são feridos, magoados, embrutecidos. A violência banaliza
as emoções. Os acertos e desacertos azedam os relacionamentos.
Pactos e alianças são descumpridos tornando a convivência
amarga. Os interesses materiais parecem se sobrepor a toda e
qualquer tentativa de vivermos os valores verdadeiramente cristãos.
Pressões sociais e culturais contrárias a Deus tentam nos
corromper, levando-nos a relacionamentos errados. Mas, para
vencer tudo isso, o Pai celeste destila o Seu bálsamo e mel e nos
supre do necessário para nossa convivência diária no trabalho, no
lar, na Igreja e no desenvolvimento das nossas amizades.

Os Editores

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