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H-2 - CIÊNCIA
Editor de Ciência
Folha - Mas Prigogine ganhou um prêmio Nobel. Ele não foi bem
compreendido então?
Stengers - Acho que Feyerabend andou muito rápido com sua tese.
Ele, de certa forma, toma a racionalidade científica como
dominante ao afirmar que “tudo vale”. Ele diz que já Galileu era
mais retórico que cientista e, a partir daí, afirma: “bem, se é
assim, então vale tudo”. Se a retórica basta, então a ciência não é
diferente da máfia. Mas o fato é que as discussões da ciência sobre
metodologia não podem ser comparadas às discussões no interior
da Máfia. Os cientistas tentam sempre fazer com que os
fenômenos intervenham na discussão. Isso Feyerabend não viu.
Ele não percebeu que os cientistas estão preocupados em criar sua
própria racionalidade. Existem, é claro, diferenças entre as
ciências. O que se quer evitar é tornar a física fundamental o
modelo ideal da racionalidade científica.
Folha - Sua primeira aula no Rio de Janeiro foi sobre Galileu. Qual
sua posição sobre ele? Um filósofo, como dizia Koyré, ou um
experimentador inveterado, como pensa Stillman Drake?
QUEM É QUEM
científica experimental.