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Introdução
muito mais como uma atitude diante das diversas situações, as quais o ser humano se
expõe (BOFF, 1999), é fragilizada frente aos desequilíbrios entre homens; dos homens
com a natureza; dos homens com o mundo sobrenatural (HELMAN, 1994), e é refletida,
diante dos conflitos e das frustrações da vida cotidiana, quer seja através de dores de
Assim, este trabalho, fruto de pesquisa de mestrado, teve por objetivo apreender
Saúde e educação
que a saúde, bem como as suas formas de promoção e de proteção, seja contemplada
como um dos temas transversais emergentes de nossa sociedade, passando a fazer parte
oficiais da educação.
Por ser uma profissão diretamente envolvida no cuidar/educar, e posto que,
trazem para si o sofrimento, que parece ser traduzido em fonte constante de mal-estar.
decorrentes deste mal-estar têm como resultado o indivíduo agredindo a si mesmo, quer
seja através de cefaléias, lombalgias, afonias, paresias nas cordas vocais, artrite e
elemento representacional nos chamou a atenção, visto ser comum, nos debates e
crianças de zero a cinco anos de idade (cap. III, Seção I, art. 208, inciso IV).
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Porém, este reconhecimento se deu, não exclusivamente com relação ao trabalho
do professor, mas também com a creche, enquanto instituição educativa, pois a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB 9.394/96) proclamou a educação infantil como parte integrante
profissionais dentro dos padrões estabelecidos pelos sistemas educacionais, ou seja, com
formação específica para o atendimento de crianças com idade inferior a quatro anos.
especial, visto seu caráter de pré-requisito para as funções docentes ou mesmo não-
Educação Infantil (BRASIL, 1994), apresenta como proposta, uma formação prévia dos
profissionais não habilitados atuantes nas creches e pré-escolas, tendo como prioridade
com a saúde do trabalhador em educação, e sim, com o cuidar/educar que ele deve ter
com as crianças.
Metodologia
população de baixa renda. Cada uma delas, em tempo integral, assiste uma média de
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140 crianças de zero a seis anos (creche pré-escola com o berçário) ou de 100 crianças
demográficos.
saúde do educador, quais são as três primeiras palavras ou expressões que lhe vêm à
mente? Para o tratamento dos dados, utilizamos uma análise categorial que permitiu
pesquisadores.
representação.
representação, adotamos a combinação dos critérios propostos por Vergès (1992 apud
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SÁ, 1996, 1998): frequência média de evocação (FME) e ordem média de evocação
(OME).
Moliner (1994, s/d apud SÁ, 1996) afirma que esta implicaria na desestruturação da
objeto está situado e ao que foi apreendido pelos sujeitos. Segundo Perrusi (1995, p.
145), “[...] as informações sobre um determinado objeto social têm como base uma
experiência social primária com o dito objeto”. Através desta experiência, o sujeito teria
reportaria, por meio das produções de suas diversas e diferentes representações sociais.
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prática pedagógica indicam ausência de conversação sobre si mesmo e sobre a sua
saúde do educador:
Perspectivas positivas
A relação entre trabalho e amor ao que faz também foi identificada por Soares
de educador. Deduzimos que gostar do que faz é uma das justificativas para o
perspectiva positiva também foi compartilhada por 24,6% dos professores, as seguintes
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formas de trabalho do educador: Ensinar boas maneiras e adequar as crianças às
Perspectivas negativas
Perspectiva dialética
algo às crianças); difícil (por não ser tão valorizado); paciente (por ter paciência de
externo/interno, cansaço, higiene, mau relacionamento com os colegas (um dos mais
ao outro. Quando o professor tem que substituir o colega doente e afastado do trabalho.
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A coordenação: O fator que sugere existir uma relação entre coordenação da
conversa, de diálogo. Neste aspecto, nos apoiamos em Arendt (1958, p.7 apud
JOVCHELOVITCH, 1995, p. 67), para quem o “[...] viver entre as pessoas de modo
que a criança traz quando chega à Creche pré-escola. Para evitar o adoecimento, o
relação aos pais dos seus alunos, reflete a necessidade que eles sentem de compreensão
presente na coletividade.
Considerações Finais
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Marcas de angústias e de mal-estar, como expressões diretas do sofrimento, são
representadas como presentes, mas dialeticamente, numa tarefa que lhes dá prazer.
Definir o trabalho do professor, muitas vezes, se torna uma tarefa difícil de ser
concretizada, visto que, como afirmam Giroux e MacLaren (1995), os professores são
carentes de um programa que possa oferecer a base para se repensar a natureza política
busquemos, nas práticas cotidianas, refletir, sugerir e agir em aspectos relevantes, que
REFERÊNCIAS
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Antonia Silva Paredes; OLIVEIRA, Denise Cristina (Orgs.). Estudos interdisciplinares de
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BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes,
1999.
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GIROUX, Henri; MCLAREN, Peter. Formação do professor como uma contra-esfera pública: a
pedagogia radical como uma forma de política cultural. In: MOREIRA, Antonio Flávio;
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HELMAN, Cecil G. Cultura, saúde e doença. 2 ed. Tradução Eliane Mussnich. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1994.
MACHADO, Maria Lúcia. Desafios iminentes para projetos de formação de profissionais para
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Pesquisa. São Paulo:Fundação Carlos Chagas, nº 111. Dezembro/2000.
______. Representações sociais: teoria e pesquisa do núcleo central. In: Temas em psicologia:
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