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HISTÓRIA

POR FERNANDA MADASI. 2010

 Contexto:
A Crise do Séc. XIV na Europa Ocidental fez com que os pilares do feudalismo desabassem,
fazendo com que as características dele fossem sendo substituídas pelas do capitalismo. Tais
fatores são os principais responsáveis:
1) O crescimento populacional nos séc. 11,12 e 13 permitido pelo baixo índice da taxa
de mortalidade gerado pelo excedente de alimentos. Surge a burguesia.
2) Busca de terras para o cultivo.
3) Devido à fortes chuvas, que alagavam as terras, o cultivo se tornou predatório e
extensivo.
4) Os meios de subsistência não acompanharam o crescimento da população, gerando
a FOME. Fome  morte.
5) A PESTE negra, trazida do oriente através das Cruzadas e pela falta de higiene da
população devastou a Europa. Essa doença matou 1/3 da população européia, mas
principalmente os servos, que eram mais vulneráveis.
6) As GUERRAS, principalmente a guerra dos cem anos, instalada pela França e
Inglaterra, ajudaram a destruir a Europa. Essas guerras geravam mortes também. Existia
também guerras entre os Sr. Feudais para a ocupação de terras depois que os servos
resolveram adotar o “estilo burguês” de vida, indo para as cidades.
7) A super exploração dos servos resultou em revoltas camponesas, denominadas
jacqueries, onde estes fugiam, roubavam, etc., gerando mais fome pela falta de produção e
mais mortes.
8) Paralelamente a isso, com os burgueses, entra em cena o comércio (trocas,
vendas...) – séc. 11,12,13. Porém esse comércio foi ficando difícil porque era perigoso e pela
escassez de metais na Europa, o que desvalorizava a moeda, pois se colocava ligas de metais
inferiores em sua confecção. Sem o poder centralizado não havia organização o suficiente para
buscar os metais fora da Europa. Por causa do comércio os camponeses abandonavam o
campo em busca de uma vida melhor na cidade espelhados na burguesia, que, enquanto a
nobreza enfraquecia, se fortalecia.

Foram se quebrando assim, gradativamente, as estruturas feudais e caminhando-se


em direção ao capitalismo.
A solução para essa crise foi buscar em outros lugares, fora dos limites europeus, tudo
o que eles precisavam; como os metais, produtos etc., mais precisamente chamada de “AS
GRANDES NAVEGAÇÕES” ou Expansão Marítima Comercial. (atenção: o objetivo das
grandes navegações não era a busca de colônias.)

 Portugal entra em cena:


A primeira dinastia de Portugal como Estado Nacional foi a dinastia de BORGONHA
(1139-1383), feudal. Em 1383, quando o rei morreu, iniciou-se uma briga entre a filha legítima e
o filho bastardo pelo poder. O filho bastardo, Dom João I, ganhou e, apoiado pela burguesia,
fundou a dinastia AVIS.
A dinastia Avis foi a segunda dinastia (1385-1580). Nela incentivou-se o comércio e a
expansão marítima, ou seja, as atividades burguesas.

Portugal foi pioneiro na expansão marítima dos séc. 15,16 por tais razões:

1) Portugal foi o primeiro Estado N.M. a se formar, e com o Estado centralizado, além da maior
organização, todos os impostos pagos pelos burgueses vão permitir o expansionismo.
2) A burguesia era forte e enriquecida.
3) A posição geográfica de Portugal era privilegiada para chegar as Índias. Contornando a
áfrica pelo atlântico sul.
4) Tradição náutica: Escola de Sagres. Na região de sagres existia uma forte tendência à
formação de navegadores, cartógrafos...
5) Desenvolvimento de novas técnicas de navegação (bussola, astrolábio, etc.)
O Povoamento do Brasil:

Pedro Álvares Cabral saiu de Portugal com o intuito de chegar às Índias, mas por conta do
vento e das correntes marítimas acabou chegando ao Brasil, mais especificamente no atual
estado da Bahia.

A) Pré Colonização (1500-1530):


Compreende a chegada dos portugueses no litoral, onde eles encontraram os índios,
os nativos. Após o descobrimento, a primeira expedição foi enviada para o Brasil a fim de
explorar e reconhecer o território. Os portugueses, então, encontraram o pau-brasil, iniciando
assim uma relação de escambo com os nativos. Escambo era uma relação amistosa de troca
sem o uso de dinheiro, neste caso em que os portugueses ficavam com o pau-brasil extraído
pelos índios e estes ficavam com bugigangas européias, objetos de pouco valor.
No litoral havia as feitorias, que eram armazéns, depósitos, que serviam de apoio para
os navegadores portugueses. Elas guardavam o produto que seria comercializado na Europa,
a madeira do pau-brasil.
Surgiu ainda nesse período (início do séc. XVI), a ameaça francesa aos portugueses
no Brasil. Os franceses começaram a fazer a mesma coisa que os portugueses vinham
fazendo: escambo com nativos e, queriam também ocupar a terra. Portugal estava perdendo o
domínio exclusivo do Brasil. Esses piratas representavam uma ameaça, pois mantinham os
índios divididos quanto ao escambo do pau-brasil. Uma parte deles fornecia para Portugal e a
outra para França, o que resultava em menos mercadoria para Portugal e, conseqüentemente,
menos capital.
Nesta primeira “fase”, os portugueses não tinham muito interesse pelo Brasil. Mas em
1530 o rei de Portugal resolveu ocupar a terra para que os franceses não o fizessem primeiro.
O sistema imposto foi o das Capitanias Hereditárias.

B) Capitanias Hereditárias (1532 – séc. 18):


O povoamento no Brasil iniciou-se com esse sistema. Cada capitania era um latifúndio
para que se produzisse em grande escala, voltando-se para o mercado externo. O território foi
dividido em 14 lotes e entregue a 12 donatários. Os donatários não eram exatamente donos
dessas terras; elas pertenciam ao rei, mas foram concedidas a eles para serem ocupadas e
usufruídas. Os donatários constituíam a baixa nobreza e a baixa burguesia, ambas as classes
que não tinham muitos recursos. Isso indica que esse sistema não era economicamente
atraente.
O poder no Brasil começou como descentralizado, ou seja, cada donatário governava
sua própria capitania e eles investiriam o próprio capital nelas; cada um tentaria fazê-las
prosperar com recursos particulares.
O rei permitiu então, que os donatários dividissem seus lotes em sesmarias
(propriedades rurais) e as doassem. Podemos falar que o 1º proprietário rural do Brasil foi o
sesmeiro. O donatário concedia a terra ao sesmeiro, e este teria que pagar impostos para
permanecer lá, e tinha como obrigação cultivar a terra para garantir seu uso produtivo e o
sucesso do povoamento. Ao contrário do sistema feudal, as sesmarias produziam para
mercado externo e o sesmeiro não era vassalo do donatário.
Os donatários traziam nas mãos dois documentos reais: a “Carta de Doação” e os
Forais: No primeiro o rei declarava a doção, dando a posse da terra ao proprietário, e tudo o
que ela implicava. O segundo era uma espécie de código tributário, que estabelecia os direitos
e deveres do donatário, como os impostos e a obediência. Nos dois documentos, o rei
praticamente abria mão de sua soberania e conferia aos donatários amplos poderes, mas
justamente, pois aos donatários cabia a responsabilidade de povoar e desenvolver as terras às
próprias custas. Porém, em razão da dimensão colossal da tarefa e da escassez de recursos, a
maioria fracassou. Estava claro que o povoamento e o investimento das terras a partir da
iniciativa particular eram inviáveis. Não só pelo elevado investimento necessário, como também
por causa da distancia em relação à metrópole e pela resistência dos indígenas, cuja
hostilidade contra os invasores não demorou a se manifestar. Apenas duas das catorze
capitanias prosperaram: São Vicente e Pernambuco. Essas duas capitanias conseguiram
iniciar o povoamento, impedindo que os franceses as ocupassem, e ainda iniciaram a produção
da cana-de-açúcar.
C) Governo Geral (1549-1808): Diante do fracasso do sistema de capitanias, o rei de
Portugal decidiu adotar medidas concretas para viabilizar a ocupação. O rei comprou a
capitania da Bahia de volta e criou, nesse ano, o Governo Geral, que tinha como objetivo a
centralização política e administrativa sem abolir o regime das capitanias. Os dois poderes vão
coexistir, mas o poder do donatário vai ser reduzido. A função do governo geral era de
coordenar o povoamento e a ocupação da terra, fortalecendo as capitanias contra as condições
adversas, destacando particularmente a luta contra os Tupinambás. A capitania da Bahia,
Salvador tornou-se sede do governo geral. O governo geral se dividia em cargos:
. Ouvidor-mor: era o ministro responsável pela justiça.
. Provedor-mor: Responsável economicamente pelas Fazendas.
. Capitão-mor: Responsável pelo policiamento, segurança.
As capitanias que estavam vazias voltaram para o controle do rei e passaram a ser
chamadas de Capitanias Reais. Essas capitanias ganharam donatários escolhidos e nomeados
pelo rei, que não tinham poder hereditário.
O primeiro governador geral foi Tomé de Souza, e com ele vieram os primeiro jesuítas,
dando início à obra de evangelização dos indígenas. Instalaram-se os primeiros conflitos entre
os povoadores e jesuítas em torno da escravidão indígena.
Os primeiros obstáculos do Governo Geral no estabelecimento de uma efetiva
centralização do poder vieram pouco depois. O primeiro deles estava na própria característica
econômica da colônia de ter o seu comércio voltado para fora. Desse jeito, o comércio entre as
capitanias era praticamente nulo e as vias de comunicação inter-regionais eram inexistentes ou
precárias. Daí vem a predominância dos poderes locais representados pelos grandes
proprietários.

D) Câmaras Municipais (1549):


Neste período surgiram as primeiras vilas, com capelas, casas, que precisavam de
uma administração. A solução será a administração através das Câmaras Municipais.
O poder dessas câmaras era descentralizado e exercido por um juiz eleito por sua vila.
Ele é encarregado de recolher os impostos do município, podendo administrar a vila, fazendo
tudo o que era necessário para ela se manter.
O juiz era geralmente os grandes proprietários (sesmeiros), que se autodenominavam
“homens bons”. Eles começam a tomar conta do local, e a influência portuguesa vai se
perdendo.
Em resumo, o Brasil passou a ter três tipos de poderes sendo exercidos: o poder
centralizado do governo-geral, o descentralizado das capitanias e o descentralizado das
Câmaras.

E) Bases da Colonização:
É o resumo do pensamento da época. Mercantilismo (nossa sociedade se fez baseada
no comércio), absolutismo (rei de Portugal era absoluto), monopólio (o comércio não era livre,
só os contratados pelo rei poderiam comercializar determinado produto), pacto colonial
(metrópole comandava a colônia, estabelecendo vantagens para si, enquanto a outra ficava
com as desvantagens), escravidão (a base do trabalho era a mão de obra escrava), sociedade
aristocrática (pirâmide), religião católica (base da escolaridade).

Os Indígenas:

A) Índios, os donos da terra:


O primeiro contato com os colonizadores foi pacífico. Os índios mostravam-se bastante
amistosos e atraídos pelos objetos trazidos pelos povoadores. Mesmo quando os portugueses
começaram a se fixar na terra houve certo entendimento.
Para os portugueses, os índios eram uma espécie de incógnita que eles não
conseguiam decifrar: eles não possuíam bens de propriedade, tudo o que eles tinham lhes era
comum; eles viviam juntos sem rei nem Império, onde cada qual era senhor de si; não tinham
generais porque guerreavam entre si sem arte e organização; eles viviam numa sociedade sem
classes. No entanto, existia o chefe das aldeias, mas mesmo este não tinha poderes sobre o
grupo. Existam os índios nômades, que viviam da caça e pesca e os seminômades, que viviam
de um cultivo de subsistência. As tribos eram sociedades de guerreiros, onde diziam guerrear
para “vingar a morte dos antepassados”. Por serem guerreiros, eles tinham inimigos, e não o
inverso. Entre os índios também havia a poligamia, que dependia do equilíbrio da tribo entre
homens e mulheres; e a antropofagia, onde os inimigos capturados nas guerras eram
executados, tinham seu corpo retalhado e preparado para o consumo.
Um lado positivo constatado nos índios é a igualdade no trato com as crianças, eles as
tratavam como um adulto pequeno e amadureciam-na rapidamente. O lado negativo é marcado
pelas guerras e pelo fato do índio ser um predador, já que ele cortava árvores, mesmo que na
época a natureza fosse farta.
O segundo contato com essas indecifráveis criaturas se deu de diferentes formas nas
três principais capitanias. Em São Vicente, nunca houve guerra com os índios, a não ser no
ano de 1562. Havia a união entre as raças e os portugueses incorporaram boa parte da cultura
indígena, o que chegava a adotar sua língua (único meio de comunicação entre eles). Na
Bahia, com a instalação do governo-geral, foi implantada uma política que constituiu na guerra
declarada contra os Tupinambás, que eram inimigos dos Tupiniquins, que formavam uma
aliança sólida com os portugueses. Em Pernambuco os indígenas foram militarmente
derrotados pelos portugueses. Os povoadores não fizeram nenhuma aliança, o que os tornou
mais vulneráveis aos ataques indígenas e menos capazes de repeli-los.
Na Bahia, a estratégia de Tomé de Sousa foi submeter os indígenas amigos à sua
autoridade e aniquilar os inimigos. Mas submeter os amigos e obrigá-los a trabalhar para os
povoadores era um problema. Os portugueses precisavam deles para duas funções: mão-de-
obra e soldados nas lutas contra os grupos inimigos. Então, só os índios inimigos passaram a
poder ser escravizados, o que atendia às reclamações dos moradores quanto á mão de obra.
Essa política rompeu-se quando os moradores passaram a tomar as terras dos índios amigos.
Começou aí a relação de hostilidade com todos os indígenas, sem diferenciação de amigos e
inimigos, com violência física, aniquilando os nativos, e violência cultural, dada pela catequese.
Além disso, epidemias trazidas da Europa começaram a matar os índios.
A solução foi a escravização do índio. Porém eles preferiam os negros africanos. Os
burgueses porque o lucro com o tráfico de escravos era muito grande e a Igreja Católica
também forçou o rei de Portugal a não escravizar os índios porque queria torná-los cristãos
antes que os protestantes os influenciassem. A desculpa para a permissão da escravização do
negro e não do índio era que para eles o negro não tinha alma, então podia ser submetido a
esse tipo de trabalho. Porém sabe-se que foi porque o lucro falou mais alto, tanto para os
burgueses com o tráfico, para o rei com os impostos sobre o tráfico e para a Igreja, que reuniria
mais fiéis.
A catequese pode ser considerada como um segundo tipo de escravização do índio,
pois ela não respeitava os valores indígenas e impunha a cultura do branco europeu.

Na atualidade, o português ainda é visto como “superior”, há o preconceito contra o


indígena. Em 1950, achava-se, por trás de uma visão pessimista, que os índios
desapareceriam por completo. No censo de 2000 do IBGE, foi estimado que a população
indígena cresceu para 700 mil, porém, ela está ainda muito longe do que se estimava haver na
época da colonização (1 milhão). Hoje, a concentração indígena se encontra na Amazônia e no
Centro-Oeste e existem 227 etnias, 180 línguas. Eles ocupam cerca de 10% das terras
nacionais. Há ainda o conflito de indígenas e rizicultores pelas terras da Reserva Raposa Serra
do Sol.

As bases econômicas da ocupação portuguesa:

A) Doce Brasil (o açúcar):


Na época das Cruzadas, o açúcar foi introduzido na Europa e chegou a ser produzido,
embora em escala pequena, na Sicília. Porém, era um produto raríssimo, e, devido ao elevado
preço, era vendido em pequenas quantidades. A grande Revolução no mercado açucareiro
ocorreu com a produção nas ilhas do Atlântico, no arquipélago dos Açores, Cabo Verde e Ilha
da Madeira. Na época em que a economia açucareira estava sendo implantada no Brasil (1530
em diante), a produção das ilhas portuguesas já estava em plena decadência.
No Brasil, a produção começou nos latifúndios de São Vicente, Bahia e Pernambuco,
que foram divididas em sesmarias. Se o sesmeiro não cumprisse o seu dever de ocupar
efetivamente a terra e fazê-la produzir, ele poderia ganhar uma multa ou, em caso extremo,
poderia perder a sesmaria.
Havia dois tipos de engenho: os engenhos reais, movidos a água, e os trapiches, que
utilizavam tração animal. Primeiramente, engenho era a denominação do equipamento utilizado
na produção do açúcar. Com o tempo, a palavra engenho tornou-se sinônimo da agroindústria
açucareira, englobando a própria propriedade rural. Nesse sentido, chamava-se engenho o
complexo integrado pela casa-grande (onde o Senhor de Engenho morava), pela senzala
(habitação dos escravos), pela casa de engenho e capela, além das plantações.
Da população do engenho, além dos Senhores de Engenho e dos escravos, também
faziam parte os “agregados”, homens livres e pobres que viviam sob as ordens do senhor.
Muitos engenhos possuíam destilarias, onde se produzia aguardente usada no
escambo de escravos na África.
As terras do engenho destinadas ao cultivo da cana eram subdivididas em grandes
áreas de plantio chamadas de “partidos”, que podiam ser exploradas ou não pelo proprietário.
No segundo caso, as terras eram cedidas aos lavradores, que tinham a obrigação de moer sua
produção na moenda do engenho do proprietário, dar metade da sua produção e ainda pagar o
aluguel pela utilização da terra. Essas eram as chamadas Fazendas Obrigadas.
Os lavradores livres moíam sua produção em qualquer engenho pelo preço de dar a
metade da produção para o dono do engenho. Os lavradores livres e os de fazendas obrigadas
não eram camponeses, mas senhores de terras e donos de escravos e, como tais, pertenciam
à camada dominante da sociedade, ainda que em posição inferior a um proprietário de
moenda.
Os canaviais começaram a funcionar primeiramente com a mão-de-obra indígena e
depois africana.
O holandês investia seu capital na produção brasileira de açúcar, ajudando-a a se
desenvolver.
O açúcar servia para várias coisas, dentre elas como especiarias, herança, moeda e
dote.
É importante notar que a agricultura canavieira tinha um caráter extensivo: o
crescimento se dava pela incorporação de novas terras de cultivo, e não pela melhoria técnica.

B) Tabaco
Inicialmente o tabaco era cultivado em áreas reduzidas, com mão-de-obra familiar, só
para o abastecimento do mercado interno. A partir do final do séc. 17, na Bahia, no Sergipe,
Alagoas e Pernambuco, ele passou a ser cultivado em maior escala, com mão-de-obra escrava
nas plantations. Grande parte dessa produção destinava-se a servir de moeda de troca no
tráfico de escravos da África. No séc. 19, as lavouras de tabaco cresceram na mesma medida
em que crescia a demanda pela mão-de-obra escrava.

C) Como alimentar a colônia?


Ao lado da produção voltada para a troca externa, os povoadores tinham a
preocupação com os mantimentos que serviriam para consumo interno. Desde o início, o rei de
Portugal incentivou a produção de alimentos para evitar a importação pela colônia, evitando
uma balança comercial desfavorável.
No principio, os povoadores estimularam os índios a produzir alimentos, que eram
trocados por produtos europeus. Nos engenhos e nas fazendas os mantimentos eram
cultivados pelos próprios escravos quando os proprietários destinavam lotes de terras para
esse fim. Entretanto, concessões desse tipo não poderiam ser feitas na época em que a
demanda do açúcar estava alta. Em tais períodos, toda a atenção tinha que ser voltada para a
produção principal. Nas cidades, embora pequenas, os habitantes estavam voltados ao
comércio e administração e não tinham como produzir seu próprio alimento.
Por esse motivo, começaram a surgir as lavouras dedicadas à produção de alimentos,
com fins puramente comerciais. O cultivo de subsistência era realizado nas pequenas
propriedades, voltadas para o mercado interno, com policultura e trabalho livre. Os
proprietários eram os brancos pobres e os mulatos.
Contudo, o abastecimento era precário, de baixa produção, o que gerou a fome.
Outro tipo de produção que começou a se instalar no mercado interno foi o artesanato,
que produzia olarias, cerâmica de couro, esteiras, cordas e tecidos grosseiros.
D) O Gado abre Caminho
A pecuária foi um setor bastante expressivo, ligado á subsistência. Tomé de Sousa
trouxe as primeiras cabeças de gado para o Brasil. A principio, o gado era utilizado como
tração e transporte, mas com o gradual aumento do rebanho, foi passando a servir também
como fornecedor de couro e alimento.
Antes, o gado era criado no próprio engenho. Depois, devido à multiplicação do
rebanho, ele passou a ser separado do canavial e a pecuária passou a ser uma atividade
independente do engenho.
. A geografia do gado: Interiorizou o processo colonizador
Séc. 17: “Sertões de Fora” – Ia de Salvador à Fortaleza, era perto do litoral
Séc. 17: “Sertões de Dentro” – Tomou uma direção mais recuada, que ia da Bahia ao
Maranhão.
Séc. 18: Região das Minas: A migração para busca de terras para o gado fez com que
se ultrapassasse o tratado de Tordesilhas.
Séc. 18: Campos do Sul: A colonização saiu do litoral e entrou até o extremo sul do
Brasil. Até aqui, são as quatro grandes regiões da pecuária brasileira.
Séc. 19: Búfalos na Ilha de Marajó
Séc. 20/21: MG, SP, RS.

E) Efeitos da Pecuária:
Os latifúndios de pasto quase não utilizaram escravos no trabalho do gado.
Geralmente, o dono da terra morava na cidade com mais conforto, e deixava que um
administrador cuidasse de tudo pra ele. Após quatro ou cinco anos de trabalho na terra, o
administrador passa a ganhar 1 bezerro a cada 4 que nascia. Este administrador passa então a
ter participação na pecuária, e, quando ele consegue um rebanho, ele para de trabalhar para
esse proprietário e sai em busca de sua própria terra.
Como características, a pecuária possui o trabalho livre e produção para mercado
interno. A expansão territorial para o interior nos séc. 17,18,19,20 causou choques com os
nativos e a invasão de Tordesilhas. Nessas áreas havia baixa densidade populacional, já que a
criação de gado não necessita de muita gente.
A pecuária integrou regiões economicamente diferentes. Ela era produzida numa
região para abastecer outra. Havia três tipos de ligações:

A Constituição do Escravismo Colonial

A) A Religião e a Economia:
A expansão marítima que levou à colonização do Brasil teve muitos interesses
envolvidos. A burguesia mercantil, que patrocinou a expansão, almejava o comércio, o lucro,
enriquecer rapidamente. A nobreza feudal valorizava as terras e estava interessada em ocupar
altos cargos na colônia. O Estado (rei), que foi fundamental para a realização da expansão por
conduzir e liderá-la, se disse interessado inicialmente no povoamento somente para que
houvesse a conversão de nativos para a santa fé. A igreja católica desejava o mesmo: buscar
fiéis, pois estava ameaçada por causa da Reforma protestante.
Em 1549 chegaram os primeiros jesuítas ao Brasil para colocar a catequese em
prática. Catequese era o ato de ensinar religião para os nativos. Porém, com ela, a cultura
indígena foi massacrada pela forte imposição da cultura européia. O Deus que contava era o
Europeu. Foi fundada a Companhia de Jesus no Brasil para exercer a catequese. Foram
fundadas também as primeiras escolas que se baseavam na pedagogia jesuítica e que
pregavam o castigo físico em sala de aula, alegando-se que o sofrimento faz aprender.
Muito cedo os jesuítas se chocaram com os povoadores quando se depararam com
uma questão bastante delicada: a escravização indígena. Os jesuítas não eram contra a
escravização indígena, mas se opunham a escravização indiscriminada, como pretendiam os
povoadores. Para os jesuítas a escravização deveria ter um objetivo religioso e não econômico.
Escravizar para cristianizar e não para obter lucro. Já os colonos pretendiam escravizar os
nativos tendo em vista exclusivamente o próprio interesse.
O rei de Portugal colocou-se, em principio, a favor dos jesuítas, pois a escravização
indiscriminada era muito perigosa e arriscada pelo fato dos constantes ataques indígenas. O rei
também não era contrário à escravidão, desde que se limitasse aos indígenas hostis
aprisionados em “guerras justas”. “Guerra Justa” era aquela que fosse feita com a autorização
do rei. Os índios amigos foram declarados livres e os catequizados não podiam ser
escravizados. Reconhecendo a necessidade de mão-de-obra para a lavoura, o rei foi obrigado
a alterar várias vezes a legislação, sendo pressionado pelos dois lados.
Mesmo assim, o trabalho indígena acabou sendo amplamente utilizado no processo de
montagem da economia açucareira. Á medida que essa economia começou a se expandir, a
necessidade de mão-de-obra foi aumentando e seu fornecimento precisava de alguma
regularidade. Tudo isso acabou levando à substituição gradativa do indígena pelo africano.

B) A política Colonial:
A solução para o choque entre os povoadores e jesuítas foi o tráfico negreiro, que
articulou o interesse de ambos (burguesia comercial e plantadores) e conseguiu retirar os
jesuítas da parada. Estabeleceu-se a paz com os jesuítas e substituiu-se a política indigenista
pela política colonial.
No inicio o trafico negreiro era feito sob administração direta da coroa ou mediante
licenças a particulares, cobradas segundo uma taxa estipulada por “peça” ou, ainda, pelo
arrendamento de áreas definidas.
Ambos os interesses da Coroa e dos comerciantes eram grandes com o tráfico
negreiro, pois a Coroa ganhava com os impostos cobrados sobre esse comercio e os
comerciantes com o lucro da mercadoria.
Na época o trabalhador livre não queria trabalhar para essas lavouras e açucareiros,
pois existiam muitas terras livres aonde eles podiam iniciar seu próprio meio de ganhar
dinheiro. Com a vinda dos escravos não faltavam trabalhadores.
Até 1640, os portugueses eram donos absolutos do trafico, quando então, os
holandeses, ingleses e franceses entraram no negócio.
O escravismo colonial foi estruturalmente mercantil. A produção açucareira estava
voltada para o mercado externo e não tinha outra finalidade senão o lucro. Os escravos eram,
portanto, mercadoria (ele tem preço e dá lucro) e produtores de mercadoria. O escravismo
colonial é um sistema que se baseia num duplo processo de exploração: a escravista e a
colonial. A exploração escravista refere-se à exploração dos escravos pelos senhores de
engenho e a colonial diz respeito à transferência de parte da riqueza para as mãos da
burguesia metropolitana e, por meio de impostos, para a mão do Estado metropolitano,
representado pela figura do rei.
A relação entre Brasil e Portugal foi regulamentada pelo rei como “exclusivo
metropolitano”, ou seja, obrigava o Brasil a comercializar exclusivamente com Portugal. Os
senhores de engenho eram forçados a vender o açúcar para Portugal por um preço muito mais
barato que o de mercado e a comprar as manufaturas portuguesas por um preço muito
elevado. Eles não tinham nenhuma liberdade comercial. Desse modo, ocorria uma dupla
exploração. Esse açúcar era revendido na Europa pelo preço de mercado, garantindo à
burguesia metropolitana lucros elevados. Essa era a face colonial da exploração  exploração
simultânea – escravista e colonial.
Na colônia, o comercio interno era reduzido, sem muita troca de mercadorias, pois 50%
da população eram escravos mais índios, que não tinham poder de consumismo.
Surgiu o contrabando, com a venda e compra de mercadorias sem o pagamento de
impostos.
Havia um comércio triangular entre Brasil, Portugal e África.
O Brasil e as Rivalidades Internacionais

A) A União Ibérica (1580-1640): O rei da Espanha passou a ser também o rei de


Portugal.
1) Portugal:
Era um Estado absolutista, de governo centralizado, e patrimonialista, ou seja, a
riqueza do rei de Portugal é a mistura entre os bens reais e públicos. A economia de Portugal
era parasitária, ela não se modernizou, não investiu na produção – a economia portuguesa foi
crescendo e parou porque eles achavam que não precisava mais investir, eles tinham capital
suficiente pra comprar dos outros países. Ao contrário disso, países como a Holanda, França e
Inglaterra investiram na sua economia, e quando Portugal e Espanha precisavam de alguma
coisa, era a eles que os dois recorriam. Houve também o enfraquecimento da burguesia, pois o
rei só nomeava para cargos importantes a nobreza, discriminando o burguês. Portugal
importava tudo, muita manufatura.
Esses fatores contribuíram para a decadência de Portugal.

2) Espanha:
Era potência militar nos séc. 16 e 17, quando entrou em crise. A Espanha não soube
aproveitar a entrada de metais (prata), foi vitima da inflação (pouca mercadoria e muita prata),
e faltava incentivos para eles produzirem a própria manufatura.
Esses fatores contribuíram para a decadência da Espanha.

3) Crises Sucessórias da União Ibérica:


Questão dinástica: Felipe II invadiu Portugal, dando fim a dinastia Avis e instalando a
dinastia Habsburgos.

B) A guerra dos Países Baixos:


Portugal, antes de fazer parte da União Ibérica, tinha adotado uma política internacional
prudente, evitando atritos nessas áreas, ciente de sua fragilidade. Porém, com a anexação pela
Espanha, Portugal imediatamente ganhou todos os numerosos inimigos da dinastia Habsburgo,
ou seja, França, Inglaterra, Holanda (a mais temível). Felipe II prometeu não mudar a estrutura
administrativa de Portugal e concordava com as leis e costumes em Portugal e seus domínios.
Porém, ele alterou algumas coisas no quadro administrativo do Brasil.
A Espanha também era metrópole dos Países Baixos (atuais Bélgica, Holanda e parte
do norte da França) e adotava o absolutismo e intolerâncias religiosas – a Espanha era
Católica e os Países Baixos protestantes.
A reação dos países baixos foi imediata, com uma eclosão de revoltas por toda parte.
Contra a Espanha uniram-se 17 províncias que compunham os Países Baixos. Com o tempo a
luta antiabsolutista, anticatólica e antiespanhola foi ficando mais radical, até que os nobres e
ricos mercadores começaram a se sentir ameaçados em seus privilégios. Para evitar o
agravamento dessa tendência indesejável, 10 províncias abandonaram a luta. As 7 províncias
restantes, que se tornaram a República da Holanda, resistiram até o fim e conseguiram a
independência, reconhecida em 1648 pela Espanha.
Desde a Id. Média Portugal mantinha relações de comércio com os Países Baixos, e
eles eram os principais compradores e distribuidores dos produtos orientais trazidos por
Portugal. Essa situação se alterou radicalmente com a Guerra dos Países baixos. A solução
para o comércio direto com o oriente finalmente foi encontrada com a constituição da
Companhia das Índias Orientais, que passou a ter o monopólio do comércio oriental,
garantindo desse modo a lucratividade dessa empresa de comércio.
O êxito dessa experiência induziu os holandeses a constituírem a Companhia das
Índias Ocidentais, com o objetivo especial de alcançar o monopólio do tráfico negreiro na
África, da navegação e do comércio nas América e África. Os holandeses conquistaram
também quase todo o NE brasileiro, pois foram facilitados pelo fato de que eram eles os
responsáveis pelo refino de boa parte do açúcar comercializado na Europa.

O Brasil Holandês (a guerra do açúcar)

A) Causas: Interesses holandeses no açúcar e no tráfico de escravos. Com a Espanha


comandando Portugal, não havia mais a aliança entre Portugal e Holanda. A Espanha proibiu a
Holanda de continuar no território brasileiro investindo no açúcar. A Holanda não aceitou.
B) As invasões:
A primeira tentativa holandesa de conquistar o Brasil foi em 1624, na Bahia, para
neutralizar a resistência da Espanha em permitir a permanência da Holanda no Brasil. Mas,
foram os próprios moradores luso-brasileiros que resistiram à invasão holandesa. Essa primeira
tentativa de conquista não deu certo e durou praticamente um ano (até 1625).
A segunda tentativa ocorreu em Pernambuco, 5 anos depois (1630). Os holandeses
estavam muito bem armados, mas os luso-brasileiros conheciam bem melhor o território.
Podemos dividir a conquista holandesa em três fases:
1ª fase (1630-1637)  Começa com a guerra de resistência dos colonos, mas depois,
vem a dominação holandesa por conta da ajuda de Calabar. Calabar era um Senhor de
Engenho, morador e conhecedor da região, que resolveu ajudar a Holanda orientando-os na
geografia e no sistema de defesa. A Espanha não ajudou na defesa do Brasil porque estava
envolvida em outras tensões. Na mesma época (1631-32), Portugal enfrentou um período de
seca, impossibilitando-o de oferecer ajuda.
2ª fase (1637-1644)  Foi enviado ao Brasil, como governador-geral, Maurício de
Nassau. Nassau se preocupou tanto com a produção açucareira como com a segurança;
aumentou militarmente o domínio holandês e buscou conciliação com os luso-brasileiros
através de uma Política de Conciliação. Por meio dessa política, Nassau devolveu as
propriedades aos seus antigos donos, ampliou os créditos, forneceu empréstimos, perdoou
dívidas, embelezou Recife, permitiu também o comércio com os Países Baixos, e estabeleceu
impostos mais baixos que os cobrados por Portugal. Além de tudo isso, Nassau instituiu a
tolerância religiosa e a igualdade no tratamento de luso-brasileiros e holandeses. Trouxe
artistas e historiadores, como Franz Post e Boxer... Tudo isso diminuiu a resistência dos luso-
brasileiros. Apesar dessa política conciliadora, facilitadora, incentivadora e tolerante, Nassau
não conseguiu evitar que o domínio holandês caísse em contradições insolúveis.
A Companhia das Índias Ocidentais, de cujos interesses Nassau era representante,
obtinha altos lucros com o comércio do açúcar. Mas, a WIC encontrava-se permanentemente
deficitária, em virtude dos altos gastos militares e administrativos da Nova Holanda (Brasil).
Além disso, com o tempo, foi crescendo um choque entre a zona rural (luso-brasileiros)
e urbana (holandeses), pois os proprietários de terra não conseguiam pagar suas dívidas e
produzir mais. A Companhia assim não ganhava seu lucro. Esse fator foi responsável pela
exoneração de Nassau.

3ª fase (1644-54)  Começa com a restauração de Portugal com o fim da união


Ibérica. A partir da demissão de Nassau, entraram três novos representantes da WIC no Brasil,
que instalaram uma nova administração muito severa, sobretudo em relação às dividas dos
senhores de engenho e os prazos para saldá-las. As propriedades começaram a ser
confiscadas e a tolerância religiosa acabou.
Os proprietários então, insatisfeitos, se uniram e iniciaram a Insurreição
Pernambucana, que terminou com a derrota dos holandeses, que abandonaram a Nova
Holanda.
Expulsos do Brasil, os holandeses foram para as Antilhas produzir açúcar e, com eles,
levaram quase todo o mercado consumidor brasileiro, pois o açúcar de lá saia mais barato já
que o transporte era mais barato, fazendo com que houvesse uma crise do açúcar no Brasil.
Para selar a paz com Portugal foi feito um acordo: o Tratado de Haia (1661). Com base
nesse tratado, a Holanda ganharia as colônias portuguesas orientais e mais uma indenização
de 4 milhões de cruzados e Portugal ficava com o NE brasileiro e a Angola.

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