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Paul Adshead
Um Pavão no Telhado
7 - 9 anos
Autor: Paul Adshead
Ilustrador: Paul Adshead
Tradutor: Gilda Aquino
Olá!
Meus editores (Child’s Play) me pediram para escrever para você, meu leitor, e lhe
contar um pouco sobre mim. Por onde devo começar?...
Coisas ruins podem acontecer com qualquer um, mas às vezes coisas boas vêm como
conseqüência!
Certa vez, há muitos anos, algo ruim aconteceu comigo, algo desagradável e apavorante.
Durante as minhas primeiras semanas na escola, enquanto voltava para casa, fui atacado
por um garoto mais velho que tinha uma faca. Embora não tenha me machucado
fisicamente, comecei a ficar com medo dos outros e logo preferi estar sozinho a ter
amigos. Eu realmente não ligava — eu tinha vários animais de estimação e aves em
casa, e sabia que eles eram meus amigos de verdade e que jamais me fariam mal. Tudo
ia bem enquanto eu estivesse dentro de casa, mas na escola, durante os intervalos das
aulas, em vez de brincar com as outras crianças, eu me fechava em mim mesmo e fazia
desenhos dos meus bichos de estimação.
Enquanto eu crescia, as coisas mudaram muito pouco. Aos poucos, cheguei a ter mais
animais ainda e eu passava a maior parte do meu tempo livre tomando conta deles,
desenhando-os ou pintando-os. Quando estava na escola, nunca me ocorreu que ali
estava algo com o que eu poderia fazer uma carreira. Não achava que eu fosse muito
bom em escrever histórias, mas amava ler histórias; então, sempre li o máximo de livros
que pude. Não tive nenhum treinamento especial, seja na arte ou na escrita. Minha
coleção de bichos e aves aumentava. (Na primavera e no verão, quando os ovos eram
chocados, sempre havia uma média de cinqüenta bocas para alimentar!)
Quando saí da escola, trabalhei numa loja vendendo belas porcelanas, cristais e pratas.
Nas férias escolares, os outros colegas de trabalho, não querendo deixar suas crianças
em casa, levavam-nas à loja. Para mantê-las distraídas, eu lhes contava histórias sobre
meus bichos e fazia desenhos para elas, às vezes até levava-lhes algumas criaturas de
contrabando, deixando-as escapar ao redor dos objetos caros e muito frágeis!
Depois de algum tempo, a loja foi vendida. Eu poderia ter ido trabalhar em qualquer
outro lugar e, embora trabalhar na loja tenha feito com que me acostumasse um pouco
mais com gente, eu decididamente não queria fazer isso para o resto da minha vida!
Então, alguém com quem eu trabalhei me disse: “As histórias e os desenhos que você
faz para nossos filhos são tão bons! Por que você não vai escrever e ilustrar livros
infantis?”.
Resolvi fazer uma tentativa. Calculei que poderia viver por um ano com minhas
economias e, enquanto isso, ia ver o que dava para produzir. Entretanto, foram quatro
anos (tempo que precisei para arrumar um emprego novo) até que a Child’s Play, minha
editora, ofereceu-me um contrato para produzir meu primeiro livro: "Um Pavão no
Telhado". Essa história é real — mas não era aquela que eu realmente tinha intenção de
transformar em um livro. Eu havia dito isso aos editores ao visitá-los. Eles acharam que
seria perfeito para um livro, mas eu não tinha certeza se conseguiria pintar os pavões.
Eu queria era ter lhes contado uma história sobre patos no lugar dessa!
Finalmente, após muito treino, consegui pintar meus pavões, mas levou quase um ano
para as ilustrações para aquele primeiro livro ficarem prontas. Para não ficar me
aborrecendo muito com elas, comecei a esconder gatos em algumas das figuras. Ao
terminar, falei aos meus editores sobre os gatos escondidos. Eles não tinham certeza de
que os gatos eram uma boa idéia, mas era tarde demais para fazer mudanças. Porém,
eles me fizeram prometer não esconder gatos no próximo livro.
Patos e galinhas estavam na próxima história. Ela se chamava "A Galinha que Sabia
Nadar". Como trabalhei nas ilustrações, quis esconder coisas nelas — mas tinha que
manter minha promessa. Então, me lembrei: eu só havia prometido não esconder gatos,
então comecei a esconder camundongos! Quando já tinha terminado, uma porção de
gente havia dito aos editores o quanto gostaram de procurar os animais escondidos, por
isso eles gostaram muito quando descobriram o que eu tinha feito.
Vários dos meus bichos de estimação apareceram nesses dois livros. Eu também
apareço nesses dois livros, mas me desenhei muito mais velho do que realmente sou!
Depois, decidi que queria escrever um livro sobre ouriços. Entretanto, seria difícil
preparar um pequeno livro de ilustrações sem muito texto, então decidi escrever uma
longa história com desenhos. Esta foi "The Secret Hedgehog", seguida por "Trilby", a
história de um pombo de estimação, escrita e ilustrada no mesmo estilo. Como essas
histórias também eram reais, eu também tinha que estar nelas. Porém, elas aconteceram
de fato quando eu ainda estava na escola; então me desenhei como alguém muito mais
novo!
Mais tarde, como as coisas escondidas pareciam tão populares, fui convidado a fazer um
livro com, literalmente, um montão de aves e bichos escondidos. Eu o chamei "A Ilha
do Mistério" e, apesar de não ser uma história real, era baseada em algumas verdades!
Tive a sorte de visitar uma bela ilha tropical e viver lá por várias semanas. Tirei uma
porção de fotografias e planejei o enigma do livro. As ilustrações levaram dois anos
para ficar prontas. Foi um trabalho muito difícil, mas o resultado valeu a pena, pois "A
Ilha do Mistério" é muito popular. Outra coisa real no livro é o personagem principal —
Ambrose Fogarty. Esse é meu apelido predileto, e estou tão acostumado a usá-lo que
parece mais real do que meu próprio nome! Meu nome real é Paul Adshead, mas eu não
gosto dele! O personagem de Ambrose Fogarty em "A Ilha do Mistério" é o tipo de
pessoa que eu gostaria de ser: uma mistura de Doutor Dolittle com Indiana Jones
(Indiana Dolittle!). Ele é bastante aventureiro (bem diferente de mim) e arrisca qualquer
coisa para salvar animais selvagens do perigo. Finalmente, eu estava em um de meus
livros como alguém da minha própria idade, mas não apareço em nenhuma das minhas
figuras, portanto ninguém pode me ver!
Em pouco tempo descobri que meus livros-enigma pareciam ser os mais populares,
então comecei a trabalhar no "One Odd Old Owl" .Com o aspecto de um tipo estranho,
eu também estou no livro, mas você jamais me reconhecerá. Na época em que eu estava
trabalhando nesse livro, fiquei muito doente e tinha que passar muitas horas por dia na
cama, e a noite inteira também. Como a coruja da história, estava quase sempre
dormindo e não gostava mesmo de acordar! Depois, veio um outro livro longo de
histórias, chamado "The Incredible Reversing Peppermints". Essa é uma história
totalmente imaginária, mas, assim como o personagem principal do livro, eu não estava
me sentindo muito feliz com minha vida e queria mudá-la. Entretanto, não havia por
perto balas ou bombons mágicos para mim, então tive que me conformar em sentir-me
muito cansado o tempo inteiro.
Muitos anos se passaram e a maior parte dos meus bichos de estimação cresceu e
morreu. Vi que eu não me sentia bem o suficiente para cuidar de tantas criaturas, por
isso não as substituí; com o tempo já não havia mais nenhum animal por perto sobre o
qual pudesse escrever histórias. Queria ter algum animalzinho que eu gostasse de pintar
e que fosse realmente fácil de cuidar. Então, um dia, quando passava por uma loja de
antiguidades, vi um velho ursinho de brinquedo na janela. Foi muito estranho — senti
como se o conhecesse. Eu até sabia o seu nome, como se ele mesmo tivesse me dito. E o
mais importante de tudo: eu diria que tínhamos muito em comum — ele usava um velho
e desbotado pijama de algodão e parecia muito dorminhoco! A loja estava fechada, por
isso não pude entrar e comprá-lo, mas prometi ir direto pra lá no dia seguinte. Um ou
dois anos depois, juntaram-se a ele outros ursinhos velhos e distintos. Eles eram muito
divertidos e muito mais fáceis de se pintar do que os meus animais, porque ficavam
parados, não faziam bagunça e não precisavam de alimentação! O resultado foi um livro
que eu realmente adorei fazer, chamado "A Hug of Bears" (Um Abraço de Urso), e eu
servi de exemplo para o personagem do ursinho que chamei de Pyjama Joe.
Em pouco tempo, as pessoas pediam mais enigmas para resolver e mais coisas
escondidas para encontrar. Por isso, fiz meu terceiro livro de enigmas: "O Mistério do
Peixe Vermelho". De todos os meus livros, esse é o meu predileto. Foi mais trabalhoso
que os anteriores, mas eu realmente me diverti tramando o mistério e inventando todas
as pistas. Os livros que eu mais gosto de ler são os de histórias de detetive, por isso
decidi que nesse meu livro de mistério eu seria o detetive — mas com outro nome
inventado! E também decidi que dessa vez eu apareceria no livro como eu mesmo. Por
isso, se você já se perguntou como é a minha aparência, então dê uma olhada no Sr.
Gregório Sullivan. Nós não só parecemos exatamente a mesma pessoa como também
temos personalidades idênticas. Ambos somos extremamente melancólicos, vivemos
sozinhos e evitamos fazer amigos, não gostamos muito de estar com outras pessoas e
muitas vezes dizemos isso a elas; nós preferimos nossos bichos de estimação, gostamos
de pintar e adoramos resolver enigmas complicados! A única diferença entre nós é que
não nos vestimos da mesma forma. Eu prefiro me vestir todo de preto, o que seria muito
monótono para um livro cheio de cores.
No ano seguinte, meus editores mandaram-me à Austrália com outro artista chamado
Toni Goffe. Fomos convidados para conhecer vários de nossos leitores, pessoas que
vendiam os livros e outras pessoas mais. Pediram-nos para falar sobre nosso trabalho a
uma grande multidão de pessoas e até fomos entrevistados numa emissora de rádio.
Apesar do meu jeito rabugento e melancólico de ser, Toni e eu nos demos muito bem e
achamos que iria ser legal se trabalhássemos juntos em um livro. Infelizmente, como eu
continuava doente e dormia muito, fiquei preocupado achando que levaria muito tempo
para ilustrar o livro que estava planejando; por isso, quando Toni concordou em fazer as
ilustrações se eu fizesse o texto, pareceu que as coisas não poderiam ter se resolvido de
melhor forma. O resultado foi um quarto livro de enigmas, chamado "Around the World
with Phineas Frog". Quando o livro ficou pronto, gostei muito dele, e também havia
aprendido algo importante — em comparação com os livros comuns de histórias, os
livros de enigma são mais difíceis de ser ilustrados por outras pessoas. Quando crio um
enigma, vejo todas as ilustrações com clareza em minha mente, inclusive as pistas
especiais no exato lugar em que elas precisam estar. Explicar a uma pessoa como eu
precisava que fosse cada ilustração era muito difícil. Minhas instruções sobre cada
ilustração acabavam sendo longas e mais complicadas do que a própria história —
muito embora estivessem perfeitamente claras em minha cabeça.
Por fim, decidi que se acaso fizesse outro livro de enigmas, eu mesmo faria as
ilustrações — ainda que demorasse muito tempo. Comecei um novo livro de enigmas
em 1996 e fiz menos de um quarto dele. Se chegar a terminá-lo, acho que será o último
enigma, pois eles são muito cansativos de trabalhar. No entanto, adoraria fazer
diferentes tipos de livros para outras pessoas ilustrarem e provavelmente completaria
aos poucos o texto para esses projetos. Felizmente, eu ainda tenho muitas boas idéias
para histórias, por isso espero ter algo novo pronto num futuro próximo. Não importa o
quanto fico cansado, posso ainda exercitar minha imaginação!
Espero que tenha gostado de ler sobre o meu eu “real”. Se você se manteve ocupado,
exercitando sua imaginação e pensando sobre como é minha aparência... pergunto se
sou como você esperava... ou... se sou um enigma também!
A Ilha do Mistério
Helena Alexandrino
Ilustradora e artista plástica, nascida em São Paulo. Formada em Artes Plásticas pela
Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, dedica-se
principalmente a ilustrar livros para criança e jovens. Recebeu os prêmios APCA,
Jabuti, Luís Jardim, Menção Honrosa no IV Prêmio Catalunha, Barcelona. Foi indicada,
pelo conjunto de seu trabalho, para o Prêmio Hans Christian Andersen, pela Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 1992. Seus desenhos foram selecionados para a
Mostra de Bolonha de 1997 e dentre as obras que ilustrou, o livro O bordado
encantado, de Edmir Perroti, recebeu o Prêmio Jabuti de 1997, na categoria Melhor
Ilustração do Livro Infantil ou Juvenil.
O Pintinho que nasceu Quadrado
Autora - Regina Chamlian
Autora / Ilustradora - Helena Alexandrino
PAPAI NOEL DE ALUGUEL
Sem imagem de capa REGINA CHAMLIAN, HELENA ALEXANDRINO -
Luciana na Pracinha
Eva Furnari
Eva Furnari nasceu em Roma (Itália) em 1948 e chegou ao Brasil em 1950, radicando-
se em São Paulo. Formada em Arquitetura, é escritora e ilustradora de livros infantis
desde 1980. Tem mais de 50 livros publicados no Brasil e em países da América Latina.
Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios, entre eles, o Jabuti de melhor
ilustração em 1991. Por diversas vezes recebeu prêmios da FNLIJ e da APCA recebeu o
prêmio pelo conjunto da obra.
Traquinagens e Estripulias
Autora / Ilustradora - Eva Furnari
Eva Furnari, tão querida pelas crianças e também pelos adultos, mais uma vez nos dá o
privilégio de saborear cinco divertidas histórias - "Volto Já","Olha Só Quem
Apareceu","Hoje Tem Teatro","Oi, Vamos Brincar","Fazemos Qualquer Pintura" -,
vividas por um grupo de amigos. São só tirinhas, inteligentes, engraçadas, - sem
palavras. Os personagens estão ali para brincar espontaneamente, dar espaço ao lúdico,
surpreender-se com saídas inesperadas, vivenciar situações imaginárias, enfim fazer
traquinagens e estripulias. A leitura exige da criança perspicácia, dinamismo, rapidez
para captar a expressão e o sentimento dos personagens, captar a seqüência e o desfecho
da narrativa. Porém, é também um convite à criação de outras tantas situações
divertidas.
Outros livros da autora
A Bruxinha Atrapalhada
A Bruxinha e o Godofredo
O Problema do Clóvis
Nós
Bruxinha e Frederico
Os Problemas da Família Gorgonzola
Luas
Pé de Poesia
Zig Zag