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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF.

VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

AULA DIA 06-08-2018

Capítulo 1 – Introdução ao Direito Empresarial


O direito comercial nasce por um fato jurídico chamado comércio, e esse comércio nada mais é do
que a negociação por meio de troca ou compra e venda de bens, produtos ou serviços. O comércio
começa a evoluir quando as civilizações começam a surgir, e pela ascensão de uma classe chamada
burguesia. O direito comercial se manifesta sobe a forma primária de troca, 1º ato de comércio que
existiu na sociedade

1. Origem do direito comercial (fatores); origem é igual a marco inicial é um fator que
desencadeou algo, o direito surgiu com um propósito de regular a convivência no seio familiar,
fator que desencadeou algo. FATO SOCIAL, FATO JURÍDICO.
Não há uma data especifica do surgimento do direito comercial, são 3 fatores que
descadeiraram o surgimento desse Direito: o primeiro é o comércio, a civilização e a classe
econômica chamada de burguesia.

1.1. Comércio; não é no sentido jurídico e sim econômico. O comércio para a economia é uma
atividade de mercado como troca, compra e venda, o direito comercial evolui dessa
sequência. Comércio é etimologia no sentido econômico, é o significado da própria palavra,
que é uma atividade econômica que chamamos de negociação, no entanto o comércio
possuiu um intuito que é o de auferir lucro

 Atividades de mercado (troca/compra/venda); nada mais é do que a troca que evolui para
compra e venda.
 Atividade econômica
 Negociação; atividade econômica
 Lucro; o objetivo do comércio é auferir lucro

1.2. Civilizações (direito antigo); as primeiras civilizações que surgiram e quem tem
importância para o direito são a do Egito (faraós) e da Mesopotâmia (código de Hamurabi)
datado a 7 mil a.c.
Civilização é um grupo social que se desenvolve em três fatores: geográfico (expansão
territorial), político (governo), econômico (exploração de cobre, minério, madeira e
extrativismo). É um povo que desenvolveu, inventou e dominou a escrita.

O que importa é a classificação jurídica feita por Niklas Luhmann

 Niklas Luhmann (arcaico/antigo/moderno); foi quem classificou na história do direito as 3


fases do processo de evolução da sociedade e do Direito. Para ele a sociedade se desenvolvia
em 3 estágios específicos: 1- Arcaico, 2 – Antigo, 3 – Moderno. Todos os povos que
existiram antes da escrita são classificados para o direito como arcaicos ou primitivos, antigo –
surgimento das civilizações, modernos pós evolução francesa e americana.
 Escrita / Cidades / Comércio;
Escrita: É um povo que desenvolveu, inventou e dominou a escrita.
Cidade: era uma estrutura centralizada dividida em 3 partes: o centro onde moravam todas as
pessoas que faziam parte do mesmo povo que sempre estava cercada de muralha para evitar
o ingresso de estrangeiros, em volta existia o chamado subúrbio que era onde se tinha
plantações e extrativismo, e no fundo o chamado porto fluvial que era onde se fazia o
comércio marítimo
Comércio – aqui não é o comércio de troca, é o de gerar riquezas, aqui é necessário a
existência da moeda de troca

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 Geograficamente / Politicamente / Economicamente; expansão territorial, governo, extração


de cobre etc. E evoluiu também juridicamente.

1.3. Burguesia (século XII-XIX); o Burguês eram os artesãos, comerciantes e mercadores.


 Classe dos poupadores; os Burgueses eram assim chamados, esses poupadores eram
assim entendidos para o direito como os primeiros empreendedores na sociedade. Essa
reunião dessa classe junto com o renascimento mercantil no século XVII dá origem a uma
classe econômica muito poderosa chamada de Corporação de Ofício.
 Cidade Medievais;
 Impulso Empreendedorial;

2. Evolução (forma); o direito comercial já existia, só que a forma trabalhada antigamente não é
a forma positivada que temos hoje. O direito comercial/empresarial origina de um fator social e
evolui como uma forma jurídica. Envolvem 3 fases, uma que envolvem a origem que
chamamos de Corporações de Ofício, a segunda Teoria dos atos de Comércio, que é com a
promulgação do código civil e do código comercial de napoleão, e a terceira fase que se tem
em regime jurídico brasileiro atual, que se chama de Teoria dos atos de Empresa.

2.1. Fase Primitiva (antiguidade); tempos arcaicos, se remete a ideia de que existia um poder
patriarcal
 Autoridade Patriarcal; nos primeiros agrupamentos que existiram possuíam a figura do
patriarca e por ele era regido todos pertencentes aquele grupo, ele atribuía a cada um à sua
função, ele recolhia tudo que era produzido em prol dessa família e ele que realizava a divisão
de toda produção de maneira arbitrária e soberana. Aqui surge a primeira ideia de direito
comercial, pois nem tudo o que se caça, planta ou colher era consumido pela família, o
comércio entra em jogo quando se tem esse excedente, as sobras deram a origem a primeira
ideia de comércio através da troca (escambo) com demais grupos que possuíam excedentes
de outros tipos de alimentos. O segundo ponto é o surgimento da moeda, que passa a atribuir
valor à produção, e assim demanda o surgimento de uma nova classe na sociedade o
chamado de intermediário, eram os primeiros comerciantes chamados de mercadores, que
pegavam o produto excedente de um grupo e levava a outro grupo, a diferença era que ele
comprava barato e vendia caro para auferir lucro. Surge então a necessidade de se regular
esse tipo de mercado.
 Atribuía as funções;
 Recolhia a produção;
 Realizava a divisão;
 O direito comercial se manifesta sob a forma primária da Troca; a troca é o primeiro ato
comercial que surgiu na sociedade.
 Troca – Desnecessário / Excedente; o agrupamento fazia trocas entre si para poder garantir
a subsistência
 Moeda de troca – Compra e Venda; com a criação da moeda surgiu a necessidade dos
intermediários
 Surgimento dos Intermediários; são os mercadores que compravam para revender para
auferir lucro.

2.2. Fase Primitiva (Idade Média); queda do império romano. Nesse momento o direito
comercial surge como um conjunto de normas, há a necessidade de normatizar a atividade
desse cara que só está auferindo lucro enquanto os demais estão só comendo, nesse
momento começa o desenvolvimento do comércio marítimo através do mar mediterrâneo.
Aqui é o que se chama de renascimento mercantil, é onde surge as primeiras codificações,
chamadas de compilações estatutárias a primeira surgiu no século XII e a última no XVII,
quem ditava as regras do direito comercial/empresarial nessa época eram as Corporações
de Ofício.

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Quem criou o direito comercial enquanto CÓDIGO, enquanto normatização? Foram os membros
da corporação de ofício.

 Século V – XV;
 Surgimento do direito comercial enquanto conjunto normativo;
 Desenvolvimento do comércio marítimo;
 Renascimento mercantil (XII - XVII); quem ditava as regras eram as corporações de ofício,
foram os primeiros a criar os códigos mercantis
 Surgimento das Complicações Estatutárias;

2.3. Fase Subjetiva (sec. XII - XVII); está ligada ao sujeito, a pessoa que desenvolve a
atividade, nesse momento comerciante, para o direito comercial, era todo aquele que fazia
parte de uma corporação de ofício. O direito comercial nasce como classista, os primeiros
estatutos nascem pela classe para proteger a própria classe e garantir privilégios a eles
mesmos.
 Direito comercial classista; surge para beneficiar um membro da corporação de ofício.
 Codificação privada do direito comercial;
 Comerciantes – Corporações de ofício;
 Assegurar privilégios – burguesia; garantir privilégios para a burguesia

2.4. Fase objetiva (Revolução Francesa - 1789); o Estado tira da mão do burguês da
corporação de ofício o poder de legislar sobre direito comercial, e transforma em ramo
autônomo do Direito. Para garantir igualdade, Napoleão quando edita o seu código, ele tira
o caráter subjetivo do direito comercial e transforma em um caráter objetivo, que está
relacionado diretamente ao objeto que é chamado de ato de comércio, a partir daqui
começa a decadência das corporações. Nesse momento, para o direito, comerciante é
aquele que pratica a “conduta de mercancia”, a lei traz um rol taxativo das condutas que
são chamadas de atos de mercancia, independente de fazer parte de uma corporação ou
não a pratica de um ato de mercancia era legislada pelo código comercial. O direito deixa
de ser feito para o sujeito e passa a ser feito para o objeto.
Esse código de Napoleão influenciou o nosso código comercial de 1850, a partir da abertura dos
portos as nações amigas feito por Dom João VI. Nesse momento recepciona-se o direito francês
como sendo influência maior no nosso direito pátrio.
O problema da taxatividade do rol é a insegurança jurídica que é proporcionada com a evolução
da sociedade, pois algumas atividades consideradas essenciais hoje já não são mais, o que era
proibido torna-se permissível e vice versa. Os atos de comércio se tornaram obsoletos, o direito
evoluiu e o código não suportou, necessariamente foi substituído.
 Transformação em ramo autônomo;
 Teoria dos atos de comércio; atos de comércio é o objeto do direito.
 Primeiro código comercial (1807 - 1808);
 “Condutas de Mercancia”; comerciante é todo aquele que independentemente de fazer parte
ou não de uma corporação pratica condutas de mercancia. Influenciou o nosso Código
Comercial de 1850.
 Pessoa (comerciante) – Ato (comércio);

 Fase Subjetiva moderna; comerciante hoje em dia é quem pratica empresa, empresa é uma
atividade desenvolvida. Alberto Asquini foi quem criou o que chamamos de empresa, para ele
empresa é um organismo econômico que chamamos de atividade econômica organizada, nem
toda atividade econômica é uma empresa, só é empresa se for organizada, por sua vez
organizada significa dizer que ela possuiu o perfil poliédrico de Alberto Asquini, ou seja, 4

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perfis, que empregam os fatores do capitalismo na produção (insumos, matéria prima, mão de
obra e tecnologia), na falta de algum desses não se tem uma empresa e sim uma atividade
econômica.
 O primeiro é o subjetivo quem é que desenvolve a empresa, o cara chamado empresário ou
grupo chamado de sociedade empresária;
 O segundo é o objetivo, é o objeto da empresa, como estabelecimento comercial
 O terceiro é corporativo
 O quarto é o funcional.

 1942- Código Civil Italiano;


 Pós Revolução Industrial (XVIII);
 2ª Guerra Mundial; o comércio evoluiu durante a 2ª guerra mundial
 Alberto Asquini; criou o que chamamos de empresa que é:
 Organismo econômico; atividade econômica organizada.
 Perfil poliédrico; 4 perfis, subjetivo, objeto, corporativo, funcional.
 Fatores de produção capitalista; insumo, matéria prima, mão de obra

Questão 1. Explique, de forma sucinta, como se deu a aproximação pátria (doutrina e legislação) à
teoria da empresa antes e depois do CC/02.
R.: antes do Código de 2002 a aproximação se dava pela aplicação por jurisprudência que afastava o
critério da mercantilidade e adotava o da empresarialidade do sistema italiano, após a edição do
Código Civil de 2002 houve uma substituição do conceito comerciante e de atos do comércio para
empresa e empresário, critério esse que delimitou a regras específicas destinadas a atividade
econômica.

AULA DIA 12-08-2018


1ª PROVA DAQUI EM DIANTE
3. Autonomia do Direito Empresarial -
 Código Civil 2002- o direito empresarial é influenciado por ele, e que adotou a teoria da
empresa.
 Teoria da empresa:
 Unificação Formal; o CC traz dentro dele o direito Comercial, mas são ramos diferentes do
direto, foi feito uma unificação, pois o código comercial foi revogado em sua grande maioria,
sobrando apenas o direito marítimo, e tudo aquilo que não foi revogado ingressou no código
civil, Livro II art. 986 em diante direito empresarial. Apesar do direito comercial estar dentro do
CC ele é uma ciência autônoma, não é um ramo do direito civil.

 Autonomia científica (Enunciado 75 I Jornada De Direito Civil Do Conselho Federal De


Justiça)

“A disciplina de matéria mercantil no novo CC/02 não afeta a autonomia do direito comercial”
Apesar de estar dentro do código civil e haver uma unificação formal há uma autonomia científica, é
um sub ramo autônoma do direito.

4. Princípios do Direito Empresarial


 Classificação; Fábio Ulhoa criou uma classificação para os princípios (caráter axiológico da
norma), base de toda norma. Ex.: lei maria da penha, que tem como objetivo proteger o
princípio da dignidade da pessoa humana “mulher”. Via de regra princípio preenche lacuna que

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existe na norma, mas no neopositivismo o princípio pode ser usado para resolver conflito sem
usar a norma.

 Hierarquia; pode ser constitucional ou infraconstitucional


 Abrangência; ou é geral ou especial. Geral são aqueles princípios que se aplicam a todo e
qualquer ramo do direito empresarial, o Especial se aplica a um ramo especifico. Ex.:
preservação do contratante mais fraco.
 Positivação; ou está explícito (positivado, escrito) ou implícito que é um princípio criado por
um jurista, não está positivado (doutrina e jurisprudência).

4.1. Função social da empresa;


O interesse público está limitando o particular da maneira que ele pode, dizendo que, se quiser ser
empresário tem que entender que há responsabilidade social.
 Funcionalização do direito; aproximar tudo ao direito constitucional, interpretar o
ordenamento, ainda que específico, a luz da CF.
 Interesse público ≠ interesse privado; a função social da empresa é uma forma de limitação
pelo interesse público sobre o privado, ou seja, não se pode abrir empresas para fazer o que
se quer e como se quer, o interesse público limita a iniciativa, pois é um princípio cogente de
ordem pública, que significa que a empresa que se pretende abrir tem que cumprir uma função
social na sociedade.
 Responsabilidade social na atividade empresarial; o interesse privado é inferior ao
interesse público, encontra limites. Empresa impacta na sociedade e não só no bolso de quem
é investidor. Significa que o empresário ou sociedade empresária, que para abrir uma atividade
empresarial, serão utilizados bens para a produção, matéria prima, mão de obra, insumos etc.
 Utilização dos bens de produção;
 Respeito ao meio ambiente; direito difuso, interesse da coletividade. Ex.: não se pode abrir
uma empresa que causa dano ao manancial de um rio.
 Integridade do trabalhador; física/ psíquica, não pode haver exploração do trabalho
análogo a escravidão.
 Abuso de poder econômico; monopólio, oligopólio, cartel. CDC, não se pode abrir uma
empresa que monopolize o mercado. Ex.: posto de gasolina, não se pode arbitrariamente
estipular o preço da gasolina, pois não se pode abusar economicamente de quem é
consumidor.
 Constitucional / geral / implícito; constitucional- deriva do princípio da função social da
propriedade, se aplica ao direito empresarial como um todo, não há nem um artigo escrito é
uma criação da doutrina e jurisprudência.
 Enunciado. 53 I J.D.C. é o único lugar que trata desse princípio, que não é hierarquicamente
legal.
 Art. 5º XXIII CC e 170 CR/88 – função social da propriedade.

4.2. Preservação da empresa;

 “A importância da continuidade das atividades de produção de riqueza pela circulação de bem


ou prestação de serviços”
 Prejuízo aos investidores e à sociedade; pois empresa é um fábrica de trabalho, imposto,
capital de giro e desenvolvimento tecnológico.
Quando uma empresa está prestes a fechar, o Estado prefere que ela não feche, por isso existe a
recuperação extrajudicial ou judicial, que é a troca do administrador atual por outro que saiba o que
deve ser feito, pois se fechar as portas não é só um prejuízo do investidor, mas também social, pois
haverá diversos desempregados, e queda de recolhimento de imposto pelo Estado.
 Trabalho / impostos / R$ / desenvolvimento tecnológico.

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 Relevante para o desenvolvimento social; pois vivemos em um mundo capitalista.


 Extinção da empresa - “última ratio”; é a última coisa que o Estado quer fazer.
 Continuidade (menor de idade) = Lei de Falência e Recuperação de Empresa; menor de
idade não pode abrir uma empresa, mas por sucessão pode continuar a empresa. A empresa
quando está em processo falimentar, se ela preencher alguns requisitos, pode requerer a
recuperação judicial, pois é mais importante para o Estado que essa empresa continue
funcionando do que feche as portas e gere desemprego e queda da arrecadação de imposto.
 Constitucional / geral / implícito; é constitucional pois deriva da função social, é legal. Está
previsto nos casos abaixo.
 CC 02 com CDC com Lei 11.101/05; estão previstos nesses textos infraconstitucionais.

4.3. Livre iniciativa e livre concorrência


Existem esses princípios, pois o Estado quer fomentar um regime que é 100% capitalista à
atividade privada, mas que para se fazer isso existe a função social da empresa que é o limite
destes dois princípios.
 Imprescindibilidade da empresa privada; no regime capitalista a empresa privada é
imprescindível (necessária)
 Lucro – fator motivacional; a iniciativa é a maior produtora e circuladora de bens e serviços
 Fundamentos da ordem econômica;
 Iniciativa privada < = > produção e circulação de bens e serviços
 Limite função social da empresa
 Liberdade política e econômica; liberdade política – livre iniciativa, liberdade econômica –
livre concorrência. O Estado dá a liberdade de maneira subjetiva de querer ingressar ou não no
mercado
 Constitucionais / gerais / explícitos
 Art. 170 caput com 170, IV da CF/88.

4.4. Boa fé objetiva


É a boa-fé prevista no código civil, principalmente a dos contratos.
 Cumprimento da legislação; estimular o empresário a cumprir fielmente a legislação.
 Postura proba; honestidade do empresário.
 Padrão de conduta social; impor uma conduta social satisfatória ao empresário
 Legal / geral / explícito; disposição no código civil, aplicação geral.
 Art. 422 do CC/ 02; contratantes

5. Fontes do direito empresarial


De onde se extrai algum fundamento de validade.
 Código comercial – 1850; o CC não revogou todo o código comercial, sobrou o direito
marítimo que não foi revogado.
 Código civil/02
 Legislações especiais
 Lei de Registro de Empresas – 8.934/94
 Lei de Sociedade Anônima - 6.404/76
 LFRE – 11.101/05;
 ME e EPP – LC 123/06

AULA DIA 20-08-2018

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ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

Capitulo 2 – Empresa – Perfil Subjetivo


1. Disposições gerais;
 Incorporação da Teoria da empresa; autonomia cientifica, adotou essa teoria, está dentro do
código civil 02
 Perfil Poliédrico da atividade econômica organizada; Empresa é sinônimo de atividade, que
é estudada pelo perfil poliédrico.
 Princípios gerais do Direito Comercial; 1- Função Social Da Empresa: responsabilidade
social Estado limitando o particular, 2 - Preservação da Empresa: atividade não deve morrer
independente do empresário falir, 3- Livre Iniciativa E Concorrência: fundamento da ordem
econômica, 4- Boa Fé Objetiva: empresário conduta proba.

 Perfil Subjetivo – Empresário; ligado ao sujeito, chamado empresário.


O Direito Comercial adotou essa teoria subjetiva, pois segundo o art. 966 do CC, ele não diz o que é
empresa e sim o que é ser empresário.
 Regime Jurídico do Exercício individual da atividade empresarial; unipessoal ou individual,
não é sociedade, um cara sozinho que explora atividade individualmente. O regime deste está
nesses 3 pontos a seguir:
 Art. 966 a 980 CC/02; é o regime do empresário individual,
 Lei 12.411/11 + art. 980-“a” CC/02; lei que estipula a Eireli (Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada).
O empresário individual não tem separação patrimonial (confusão patrimonial), não
existe personalidade jurídica Responsabilidade Ilimitada, essa Eireli surgiu para fazer
essa separação patrimonial da pessoa física e jurídica, mas a empresa ainda assim é
individual.
 Lei Complementar 128/08; criou a figura do MEI (Micro Empreendedor Individual), é o
empresário individual, extensão do tipo, foi criado para tirar do informalismo, é um
incentivo fiscal.

2. O Empresário
2.1. Caracterização do Conceito; art. 966 do CC. Empresário é uma espécie de empreendedor
que é um gênero, sendo um agente econômico com fim de auferir lucro. É um agente
econômico capaz de gerenciar empresa.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.

Agente Econômico (empreendedor); espécie de empreendedor.


 Capaz de gerenciar; explorar empresa, atividade organizada de produção e circulação de
bens e serviços
 Produção;
 Circulação;
 Bens ou Serviços;

2.2. Para ser empresário é imprescindível o Registro?


R.: Não! Inteligência dos enunciados 198 e 199 da III J.D.C.
Enunciado 198
A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício
da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código

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ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa
disposição em contrário.
Enunciado 199
A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não de sua
caracterização.
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Art. 967 CC - É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.
O registro serve somente para conferir regularidade (CNPJ), não é constitutivo. Mesmo antes de
fazer o registro ele já é considerado empresário.
 Registro é meramente declaratório, serve para provar a regularidade.
 “A Inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para sua
caracterização...”;
 “ A inscrição [...] é requisito de sua regularidade e não de sua caracterização”.
 Lei 11.101/05 (LFRE) – art. 48:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente.

Ou seja, não se deixa de ser empresário por não se ter o registro, mas se não o tiver também não
poderá ter a benesse da recuperação judicial.
 Exceção:
 Ruralista; produtor rural, pequeno comércio de agricultura de subsistência
 Natureza Constitutiva; o registro é constitutivo, só é empresário se estiver
registrado.
 Ruralista;
O ruralista só será equiparado a empresário quando desenvolver atividade rural empresarial
(econômica e organizada) e tiver registro na RPEM, se não registra será apenas produtor rural.
 Atividade rural empresarial;
 Registro no RPEM; o registro é facultativo, possui natureza constitutiva, ou seja, se ele
é registrado se sujeita ao regime empresarial, se é somente produtor rural ele não pode,
por exemplo, pedir falência.
 Equiparação – enunciado 202 III J.D.C.; o produtor rural se equipara ao regime
empresarial somente quando desenvolver atividade rural empresarial, econômica e
organizada e tiver registro na RPEM. Se não se registrar é apenas produtor rural.
“Art. 971 e 984: o registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e
de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. ”
O empresário rural não registrado não pode pedir falência, o registrado pode.
O empresário individual só se registra para se tornar regular, empreendedor rural só se torna
equiparado a empresário se ele se registrar.

2.3. Empresário VS Sócio do empreendimento VS administrador;

 Sócio da sociedade empresária é empresário?


R.: Não, sócio é empreendedor do grupo!
Empresário é a sociedade jurídica (PJ), que é representada pelo administrador.

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Ex.: grupo Casagrande, com vários sócios


 Administrador de sociedade empresária é empresário?
R.: Não, é mandatário da pessoa jurídica empresária (art. 1.011CC/02), aquele que fala em nome
da empresa.
Ex.: gerente do Casagrande
 Empresário individual é pessoa jurídica?
R.: Não, apenas equipara-se para fins fiscais! Não há que se falar em dupla personalidade!
Ex.: MEI, maquiadora. Pessoa física desenvolvendo a atividade como uma pessoa física.

AULA DIA 27-08-2018

3. O EMPRESÁRIO À LUZ DO CC/02


3.1. Conceito – Teoria da Empresa: esse conceito é o mesmo do código civil italiano.
 Art. 966 CC/02;
Art. 966. Considera-se empresário quem (agente econômico) exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Advogado, médico, cooperativa, não pode ser empresário por disposição legal.
Para a maioria da doutrina, não há como ser empresário se faltar algum desses requisitos, será
apenas atividade econômica civil.
 Agente Econômico; empreendedor, capaz, sem impedimento legal
 Exerce profissionalmente;
 Atividade econômica;
 Organizada;
 Produção ou circulação;
 Bens e serviços;

3.2. Elementos caraterísticos; a ausência de algum destes deixa de qualificar como empresa
 Exercício de uma atividade;
 Finalidade econômica (lucro);
 Organização da atividade;
 Profissionalismo;
 Finalidade de produção ou circulação de bens ou serviços;

3.2.1. O Exercício da Atividade;


 Maneira Reiterada; pressupõe habitualidade, maneira como é exercida, regular, constante, dia
após dia,
Ex.: empresa de fabricação de ovo de páscoa, expectativa de consumo. Não é porque a
empresa tem um foco em certo período é que ela deixará de ser empresa regular. Hotel.
 Constante – Regular; expectativa de consumo, atos que são praticados pelo empresário se
prolongam no tempo. ex.: hotelaria, fábrica de ovos de páscoa
 Série de atos Concatenados; o ato praticado é continuo, a atividade perdura e se prolonga no
tempo. A finalidade da empresa não é o contrato, é a atividade se manter constante. A
atividade empresarial não foi feita para acabar.
 Prolongam no Tempo;
 Atividade perdura e se prolonga no tempo;

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Atos não exaure, a atividade; não quer dizer que ao fim do contrato a empresa acabe, não
está ligada a empresa e sim a atividade. A empresa é o fim não o meio. Empresa é exercida de
maneira regular (habitual), não está ligado ao ininterrupto.

3.2.2. Lucro como Objetivo Principal - rentabilidade


 Atividade econômica < - > Fim Lucrativo; empresa é atividade econômica com fim lucrativo,
agente que entra no mercado para ganhar dinheiro.
 Lucro VS Prejuízo; mesmo havendo prejuízo, não deixa de ser empresário.
 Ânimus Lucrandi – aspecto subjetivo do lucro; vontade de lucrar, interesse de ganhar
dinheiro, intuito.
 Empresa < - > atividade criadora de riqueza; é o exercício regular por uma pessoa
(empresário) no mercado com intuito de ganhar dinheiro, assumindo um risco no mercado que
é o prejuízo.

3.2.3. Organização da atividade


 Organização dinâmica dos fatores de produção: trabalho / capital / insumo / tecnologia;
somente para o agente que de maneira direta organiza esses fatores. Para garantir que tenha
lucro ele que organiza da melhor forma. Perfil Poliédrico
 Qualidade de iniciativa / decisão; é o que para Asquini era uma qualidade pessoal do
empreendedor. Ele escolhe por exemplo seus colaboradores (administradores e contador).
Significa que ele assume um risco no mercado, e para garantir que ele tenha lucro ele organiza
os fatores de produção, escolha de mão de obra.
 Escolha dos colaboradores; está ligado diretamente ao gestor e contador, via de regra, fica a
cargo do empresário, organiza o fator de produção.
 Aplicação da tecnologia; para reduzir custos, aprimorar o produto, para aumentar o fator
lucro, é o empresário que define.
 Disposição do capital; é o dinheiro que é empregado na empresa, conforme a vontade do
empreendedor.

3.2.4. Profissionalidade
 De forma habitual (períodos regulares de tempo); a regularidade é o exercício regular, mas
habitual não significa dizer que é ininterrupto. Ex.: hotelaria, ovo de Páscoa
 Intuito lucrativo;
 Assunção da responsabilidade pelos riscos da atividade; o empresário é quem assume o
risco da atividade, de lucro ou prejuízo.
 Capacidade para o exercício da atividade; agente econômico capaz de exercer a atividade,
capacidade civil plena (menor pode dar continuidade), é um requisito para exercer a atividade.
 Ausência de impedimento legal; tem algumas pessoas que tem capacidade civil de ser
empresário, mas são vedados pela legislação de serem empresários, mas sócio pode ser.
impedidos por exemplo Prefeito, Presidente, Magistrados.
 Em nome próprio; trabalha em nome próprio, mas em prol dos outros abastecendo o
mercado.
 Dedicação;
 Capacidade gerencial;

3.2.5. Finalidade da produção;


 Abastecimento do mercado; o empresário trabalha em função dos outros
 Geral; não significa dizer que se tem que atender todo mundo, mas tem que atender sem
distinção.
 Restrito; arma, minério, extrativismo.
 Exclusivo; abastecimento de outra empresa, cadeia de produção, fornecedor de matéria
prima.

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

QUESTÃO 1. Quatro exemplos de agentes que possuem impedimentos legais para serem
empresários, fundamente.
Pode-se mencionar apenas o art. 1.011, § 1.º, do Código Civil, o qual prevê que “não podem ser administradores, além
das pessoas impedidas por lei especial, os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação”.
Normalmente, esses impedimentos estão em normas de direito público e visam a proteger a coletividade, evitando que
esta negocie com determinadas pessoas em virtude de sua função ou condição ser incompatível com o exercício livre de
atividade empresarial. Podem ser citados, como exemplos: o art. 117, X, da Lei 8.112/1990, relativo aos servidores
públicos federais; o art. 36, I, da LC 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional –, relativo aos magistrados; o art.
44, III, da Lei 8.625/1993, relativo aos membros do Ministério Público; o art. 29 da Lei 6.880/1980, relativo aos
militares.
É preciso atentar para o fato de que a proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, pois, que alguns
impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que, nesse caso, quem exerce a atividade empresarial é a
própria pessoa jurídica, e não seus sócios.

QUESTÃO 2. Quem são os agentes excluídos do conceito de empresários, fundamente. Ex.:


Profissional Intelectual, cooperativa, pois existem vedações legais dizendo que não podem ser.
QUESTÃO 3. Quais são as exceções para o exercício da empresa por agente incapaz. Quando
o agente incapaz pode ser empresário.

AULA DIA 03-09-2018

4. REGIME EMPRESARIAL – Obrigações do empresário


 Exercício da empresa – papel fundamental na economia, sujeito ao registro
 Exercente (empresário); pratica regular da atividade, geração de empregos, impostos e
circulação de bens e serviços. Regime que está sujeito a registro, aquele que não tem é o
irregular.
 Deveres/ responsabilidades; são deveres dele para com a legislação para que tenha o
regime aplicado a ele de maneira regular.
 “Obrigações do empresário”; dever de inscrição art. 967 CC, escrituração contábil,
demonstrações financeiras anuais.
 Regime Próprio Empresarial;
 Registro de empresa; dever de inscrição derivadas da lei, se registrar em órgão
competente do registro público mercantil REPM (sociedade simples, fundações) RCPJ
(registro civil de PJ advogado). Não é condição de eficácia, é declaratório
 Escrituração contábil; quem faz a escrituração é o contador.
 Elaboração das demonstrações financeiras; demonstrações contábeis, papel do
contador
4.1. Registro de empresa;
 Regime jurídico – arts. 1150 a 1154 CC/02; capítulo específico, declara a regularidade. Não é
obrigatório para exercer a atividade.
 Não se trata de condição de eficácia;
 Registro – regularidade – declaratório
 Registro no órgão antes do início da atividade; para dar garantia ao empresário que desde
o início da atividade ela está regularizada.
 Art. 967 CC/02; é obrigatório para que deixe de ser irregular de fato
 Art. 968
 Publicidade/ segurança/ eficácia/ autenticidade; princípios que envolvem o registro.
Publicidade – para tornar público a sua regularidade no mercado, Segurança – para a

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

segurança patrimonial, Eficácia – está ligada a produção de efeitos de todos os seus atos (ex.
falimentar), Autenticidade – está ligado ao dever de escrituração (livro)
 LRE – Lei 8.934/94
 Sistema de registro de empresas; compreende 2 órgãos e 3 atos
 Órgãos;
 Juntas comerciais; órgão estadual, que exerce as funções de matricula,
arquivamento e autenticidade dos atos praticados pelo empresário.
 D.R.E.I; órgão federal, órgão de fiscalização, controle e normativo.

 Atos;
 Matrícula; ato inicial ou contrato social (leiloeiro, trapicheiro)
 Arquivamento; é o que faz o registro, ato praticado. Toda alteração contratual deve
ser publicada e arquivada.
 Autenticação; está ligado a escrituração contábil, autenticação de livros contábeis,
dá eficácia ao livro, torna um meio de prova.
Em resumo, o registro do empresário nada mais é do que o ato que o empresário pratica para conferir
a ele mesmo enquanto exercente de uma atividade fundamental na economia sua regularidade. A
regularidade é principalmente para duas situações, para o terceiro que contrata o serviço e para o
ente estatal chamado FISCO.

4.2. Escrituração contábil


 Regime jurídico – art. 1179 a 1195; obrigação do empresário manter um sistema de registro
contábil padronizado, para provar regularidade perante um terceiro
 Sistema de contabilidade periódico; pode ser mecânico, eletrônico ou manual.
 Contabilista – exceção do art. 1182; preposto, auxiliar ou colaborador. Não é
obrigatoriamente feita pelo contador.
 Dispensada para pequenos empresários; EPP, ME, MEI
 Funções: gerencial/ meio de prova perante 3º; forma de organização da atividade, livro
contábil.
 Livros contábeis; via de regra a escrituração é feita em livros, mas isso não exclui a
possibilidade ser feita em fichas, folhas soltas ou microfichas (impressa em computador).
 Fichas/ folhas soltas / microfichas
 Documentos públicos – art. 297, § 2º CP (fins penais); esse livro é considerado documento
público, de modo a sua irregularidade é considerada crime de falsificação
 Espécies de livros
 Obrigatório comum (art. 1180 CC); existe apenas 1 livro obrigatório, que é o livro
diário, todo empresário deve ter, deve escriturar. Esse livro contém todas as transações
financeiras dia após dia dentro do estabelecimento.
 Facultativos acessórios; auxiliam no desenvolvimento e no controle da atividade. Ex.:
livro caixa, de fluxo.
 Especiais obrigatórios; a depender da atividade praticada, existem livros obrigatórios
especiais. Ex.: livro de assembleia, registro de duplicata.

4.3. Demonstrações contábeis periódicas; via de regra é anual, elaboração das


demonstrações financeiras.
 Apresentação do balanço patrimonial e de resultado econômico; serve para expor a
condição real da empresa, toda a sociedade anônima tem esse balanço publicado anualmente
para conhecimento de quem é acionista.
 Exposição da real situação do empresário;
 Exposição dos bens (ativo/passivo);
 Exposição do patrimônio líquido;

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Exposição do desempenho do empresário (lucro vs prejuízo); avalia o desempenho do


administrador.
São três os deveres do empresário, tem que se registrar na junta comercial para que tenha segurança
para ele e para terceiros nos atos praticados e para que possa dar autenticidade para os livros
contábeis que estejam funcionando como meio de prova, tem que fazer a escrituração contábil por
meio do contador para provar para o fisco e para terceiro que ele possue regularidade, e elaboração
anual periódica para demonstrar a atual condição da empresa, principalmente para os sócios.

1. Quais são as atribuições dos órgãos de registro de empresa?


2. Explique os atos do registro de empresa.
3. Cite 4 direitos suprimidos pela ausência de registro (irregular).
Recuperação judicial, falência, financiamento em branco, autenticação do livro de registro.
4. Cite 3 exemplos de livros especiais e facultativos.
Livros especiais: registro de duplicatas, atas de assembleias gerais, Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Livros facultativos: razão, caixa, conta corrente
5. Quais os princípios que regem a escrituração contábil?
Princípios da oportunidade, do registro pelo valor original e do sigilo.
6. Como se apresenta o regime de sigilo dos livros contábeis?
Assim, a exibição dos livros comerciais em juízo não pode ser feita pela simples vontade das partes ou por
decisão do magistrado, salvo hipóteses previstas em lei.

AULA DIA 01-10-2018

CAPÍTULO 3 - PERFIL SUBJETIVO


1. ESTABELECIMENTO COMERCIAL
1.1. Conceito; é um perfil específico, é um complexo de bens (instrumentos) meios pelo qual o
empresário exerce empresa.
Atividade exercida por um sujeito, através de um instrumento chamado complexo de bens que são
patrimônios, mas não necessariamente são patrimônios do empresário, esse patrimônio serve
para a exploração da atividade econômica, ou seja, estabelecimento comercial, é o complexo de
bens, corpóreos ou incorpóreos, que o empresário se utiliza como instrumento para a exploração
da empresa.
 Atividade (empresa); o sujeito (empresário) é quem exerce a atividade.
 Sujeito (empresário); art. 966, é quem exerce uma atividade econômica, organizada de
maneira profissional para a produção e circulação de bens e serviços. Esse agente exerce uma
atividade econômica chamada empresa
 Complexo de bens – instrumento (estabelecimento); esse sujeito (empresário), para
exercer uma atividade chamada empresa, ele precisa de alguns instrumentos para ter o
exercício, esse instrumento é o que chamamos de complexo de bens (não chamar de
patrimônio).
Ex.: indústria automobilística, elementos que constitui o complexo de bens.
 “Patrimônio” tangível/intangível; não se utiliza muito essa classificação no direito
empresarial, o mais utilizado é corpóreo e incorpóreo.
Patrimônio significa propriedade, e nem tudo o que se utiliza para a atividade ser exercida
precisa ser do empresário. Não há a necessidade de que o empresário possua patrimônio para
exercer a empresa, necessita de um complexo de bens para que exerça a atividade. Ex.:
locação de esteira, não é patrimônio mas está compreendido como complexo de bens para a
atividade.
 Exploração da atividade econômica;
1.2. Natureza jurídica
 Universalidade de Fato; a utilização dos bens

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Art. 90 CC/02;
 Caráter unitário;
 Finalidade; a utilização dos bens é discriminada pela própria vontade do sujeito.
Ex.: o complexo de bens, a destinação do bem, fatore de produção, organização é dada
pela vontade do empresário, pois se fosse por lei todas as empresas deveriam possuir a
mesma estrutura, seriam iguais, logo, é um estabelecimento empresarial de fato.
Ex.: a empresa é criada pela vontade do empresário
 Vontade do sujeito;
 Universalidade de direito; está explicito que o complexo de bens tem valor econômico,
 Art. 91 CC/02;
 Caráter unitário; consegue se observar o todo bem como o unitário, apesar de serem
coisas distintas, vários bens unitários que compõem um complexo ou universalidade que é
chamada de estabelecimento.
Ex.: da indústria
 Finalidade; a diferença está aqui entre ambas, a finalidade desse complexo de bens não
fica a cargo do sujeito, fica a cargo da lei, é uma imposição legal.
Ex.: massa falida, finalidade pagar os credores, instituída por lei.
Ex.: herança, finalidade de transferir o patrimônio aos herdeiros, a lei impõe.
 Lei;
 Art. 1142 CC/02; o complexo de bens é uma universalidade de fato e está prevista neste
artigo. Quem dá finalidade ao seu complexo de bens é o empresário, não há imposição
normativa.
Obs.: patrimônio é uma universalidade de direito.
1.3. Elementos integrantes; elementos que o empresário utiliza para exercer empresa.
 Corpóreos (materiais):
 Móveis/imóveis; automóveis, computadores, impressoras etc., tudo o que é bem móvel
necessário para exploração da atividade econômica é estabelecimento comercial.
 Mercadorias;
 Incorpóreos (imateriais);
 Ponto comercial; está ligado a localização.
 Marca/patente/nome/signos; tudo aquilo que específica a atividade do empresário

1.4. Ponto comercial; é um elemento imaterial, para o direito empresarial está ligado a
localização, onde é atrativo de fornecedor e principalmente de clientela, significa dizer
que nesse ponto existe uma maior expectativa de lucro. Ponto é uma construção onde se
cria em um imóvel essa relação. Ponto é quando se consegue agregar valor comercial a
sala ou ao imóvel, lembrando que a depender do ramo este imóvel só será ponto comercial
para aquele ramo que era exercido anteriormente, se vier a ser outra atividade será apenas
um imóvel ou sala, não haverá valor agregado a este.
Ex.: supermercado que fecha e no lugar abre um salão de beleza, não há que se falar que haverá
neste lugar um ponto comercial, pois a clientela que frequenta o supermercado não necessariamente
será a mesma que frequenta o salão, assim como os fornecedores também não serão os mesmos.
Obs.1: Não há a possibilidade de vender a carta de cliente, pois este não é de sua propriedade, ele
pode passar a expectativa de clientela.
Obs.2: o ponto não faz parte do imóvel, é um valor agregado ao complexo de bens, tanto é que esse
ponto tem proteção.
 Ponto ≠ imóvel;
 Localização;
 Atrativa de fornecedores;
 Atrativa de clientela;
 Maior expectativa de lucro;

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Local = propriedade do imóvel;


 Proteção do ponto comercial;
 Imóvel próprio;
 Direito de propriedade; se o imóvel onde há o ponto comercial é do próprio empresário, a
proteção é do próprio direito de propriedade.
 Imóvel de 3º (locado); se o ponto for alugado, e foi adquirida uma grande clientela em torno
do imóvel bem como a instalação de fornecedores ao redor, logo, foi agregado um valor ao
imóvel, sendo assim o locatário não pode simplesmente mandar embora o locador, há aqui o o
direito de renovatória de locação se preenchidos os requisitos do art. 51 do CC, que é
compulsória.
 Lei de locações (8.245/91);
 Art. 51;
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de
liquidação, até que está se conclua.
§ 1 º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2 º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3 º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

 Renovatória de locação ≠ direito de propriedade do locador;


 Exceções de retomada;
 Art. 52, CC; Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Obs.: e se o proprietário precisar do ponto para sua moradia? Pode
Obs.: o Poder Público pode determinar a interdição do local porque precisa fazer uma obra para
atender a nova legislação, neste caso o proprietário pode não renovar o contrato de locação. A regra
é proteção do ponto e não da propriedade.
1.5. Valor agregado, trabalho e clientela;
Valor agregado ou aviamento ou fundo de comércio
PROCURAR NA DOUTRINA PAG 152, LIVRO TOMAZETTE.
AULA DIA 08-10-2018
2. Signos Distintivos na Atividade Empresarial; é aquilo que o consumidor utiliza no mercado
para identificar a figura que produz o produto ou serviço que está adquirindo. Signo é a mesma
coisa que sinal, são elementos que distinguem um empresário do outro.
 Signos/sinais do empresário (elementos distintivos);
Elementos de aplicabilidade prática distinta; são 3 elementos que não podem ser confundidos, são
distintos, os três têm aplicabilidade distinta
 Nome fantasia; sinônimo de título do estabelecimento (Fachada), é o título que identifica o
estabelecimento, identifica o local onde a atividade está sendo exercida, pode ser de duas
formas, via de regra vem conjugado: pode ser um elemento nominativo ou figurativo
(representação gráfica). Serve para dar publicidade, dar transparência da atividade que está
sendo prestada, o 2º é o critério de identificação para quem é cliente, sua clientela tem uma
forma de distinguir qual o é o imóvel ou estabelecimento que desempenha determinada
atividade juntamente é para a distinção de quem é a concorrência.
 Nome empresarial
 Marca

2.1. Nome Fantasia


 Título do estabelecimento;
 Indica o local do exercício da atividade
 Nominativo (expressões linguísticas);

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Figurativo (representação gráfica) – insígnia; é a representação gráfica, geralmente


conjugado
 “Fachada”; a importância é de dar:
 Publicidade; transparência da atividade empresarial que está sendo desenvolvida, para
você que é empresário tenha a ciência de que a clientela tá absorvendo que realmente
aquela imóvel prática a atividade exercida.
 Clientela; identificação para o cliente, para que saiba distinguir quem é um empresário e
quem é o outro pelo estabelecimento empresarial.
 Distinção – Concorrentes;
 Ponto Frio / Ricardo Eletro; é um nome fantasia que identifica o estabelecimento.
 FCB / Unesc; Unesc é o nome fantasia que identifica o estabelecimento o nome empresarial é
União de Educação e Cultura Gildásio Amado.
 Proteção; via de regra lei nenhuma traz uma proteção específica ao nome fantasia, salvo na
lei de propriedade industrial, que é chamada de concorrência desleal. Ex.: MCDonald’s e
Nelton Lanches, escrito com a mesma fonte, formatação e a mesma identidade visual. A
intenção é ganhar clientes específicos do concorrente.
 LPI – 9279/96
 Concorrência desleal (art. 195, V): é crime, para poder tentar angariar a clientela.
Colidência é um termo utilizado para assinalar semelhanças entre marcas. Tornam-se colidêntes
duas marcas registradas para mesma atividade com mesma fonética.

2.2. Marca; não é um sinal que identifica o estabelecimento, mas sim o produto ou serviço que
circula, enquanto o título identifica o estabelecimento (local) a marca identifica o produto.
 Sinal aposto ao produto/serviço; marca é um sinal aposto que identifica o produto no
mercado.
 Diferenciador de produtos concorrentes; serve para diferenciar os produtos concorrentes no
mercado.
 Ex.: Colgate/ Sorriso/ Oral-B;
 Atrair clientela – Signo distintivo; a marca é um distintivo do concorrente.
 Resguardar o Consumidor;
 Qualidade; para o consumidor a marca está diretamente ligada a qualidade do produto
 Procedência; para o consumidor a marca está diretamente ligada a procedência do produto,
serve para distinguir o original da imitação.
Esses dois requisitos é o que justificam o preço, a qualidade e a procedência são diferentes da
imitação.

2.3. Nome Empresarial; identifica o agente (empresário) pessoa ou sociedade que exerce a
atividade.
 Individualização do agente (empresário);
 Indicador do sujeito da relação jurídica; é com quem você contrata. Ex.: da unesc, contrata-
se a União de Educação Gildásio Amado e não a Unesc.
 Firma ou denominação; denominação é exclusiva para sociedade empresária.
 Firma = Razão; são sinônimos, a razão social é dirigida a sociedade e a razão individual para
o empresário individual, comumente chamada de firma.
 Empresário individual;
 Firma/Razão; ao empresário individual se aplica firma ou razão individual.
 Art. 1.556 CC/02; significa que o empresário responde em nome próprio, o elemento do seu
nome próprio (nominal) é obrigatório, nome de registro civil, quando o empresário vai até a
junta registrar a empresa o nome da empresa deve obrigatoriamente estar vinculado ao seu.
Elemento nominal obrigatório; obrigatoriamente tem que se utilizar o próprio nome, mas se
admite utilizar elementos complementares

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Abreviação dos prenomes; pode se abreviar os prenomes, nunca todos eles. Ex.: Allan Sian
Saquetto ou A.S. Saquetto ou Allan S. Saquetto, só não pode se A.S.S., pois sigla só é
permitido para quem é sociedade.
 Elementos Complementares Facultativos;
 Indicativos;
 Pessoa; exemplo Filho, Júnior, Neto ou apelido que sirva para identificar a pessoa
 Atividade; critério para identificar a atividade. Ex.: A.S. Saquetto Transportes, é o sujeito
em nome próprio que pratica uma empresa que é serviço de transportes. (Não se aplica
nem a sociedade nem a Eireli).
 Proteção legal; pelos princípios da novidade, não pode criar um nome que já exista, e da
veracidade, não pode criar um nome que não seja verdadeiro, como por exemplo, colocar o
nome da empresa A.S. Saquetto Transportes e vender mamão, o nome da empresa identifica
a atividade desenvolvida.
Como funciona o Contrato de locação de Shopping Center?
AULA DIA 22-10-2018
3. VALUATION
É um método para se avaliar o valor da atividade, por óbvio não é possível dizer o valor da atividade
como gênero, mas é possível precisar o valor que ela reflete no estabelecimento, lembrando que este
é composto de bens materiais e imateriais, nome, marca, clientela etc.
É um método para projetar um valor ao estabelecimento para que possa ser vendido.
 Quanto custa uma empresa?
 Valuation;
 Método de avaliação do valor da atividade empresária;
 Método de projeção do valor do estabelecimento empresarial; tudo o que é vendido
individual, como regra, é mais barato em relação à aquilo que é vendido em conjunto com
valor agregado.
Ex.: Iphone com o IOS que é uma exclusividade, diferentemente do android que é universal. Essa
exclusividade agrega valor.
 Contabilistas/Analistas financeiros; aqui é onde entram os analistas, administradores,
contabilistas, economista e todos aqueles responsáveis pela análise financeira. Estes por
meio de vários critérios atribuem um valor ao estabelecimento. Não é apenas o monte de
aparelhamento que constitui o estabelecimento, mas aquele também agregado, feito pelo
Valuation
 Trespasse (Alienação do Estabelecimento); o Valuation servirá para um contrato
específico que é a venda (ou trespasse), chamada também de alienação empresarial.
 Processo Falimentar/ Liquidação; falência nada mais é do que a execução realizada por
todos os credores ao mesmo tempo em quadro geral para pagamento.
 Critérios de Avaliação
 Valor Contábil do Patrimônio Líquido (Direitos - Obrigações); é todos os direitos que o
empresário tem e retira todas as obrigações que possue e o que sobra é o patrimônio
líquido. A ideia é saber se esse cara está devendo ou não
 Valor Individual dos ativos; é pensar no futuro, quanto isso dará de lucro ou de prejuízo
no futuro.
 Goodnill of a trade; também chamado de aviamento, que é o valor agregado ao conjunto.
 Aparelhamento; o que se tem de bens de fato.
 Solidez do crédito; se tem crédito no mercado para um empréstimo, se as
instituições financeiras têm um bom relacionamento com o estabelecimento ou não
 Reputação do empresário; aqui é a reputação no mercado daquele que é
proprietário do estabelecimento.

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

 Clientela; se tem uma rede grande de clientes ou não, e se tem o interesse de


continuar essa relação.
 Perspectiva de mercado; qual é a perspectiva da instituição no mercado, se é
fechar daqui a 2 anos, falir, ou aumentar a produção etc.
 Valor de liquidação (dissolução); pagamento dos haveres individuais de cada sócio.
 Múltiplos de mercado; é um comparativo entre estabelecimentos do mesmo porte e ramo,
quanto a sua avaliação.
 Fluxo de caixa descontado; perspectiva de lucro futuro.

4. Trespasse
O simples fato de o estabelecimento ser uma universalidade de fato é que permite o Trespasse,
que é a venda, o que seria impossível se fosse universalidade de direito.
 Alienação do estabelecimento empresarial; é a venda do estabelecimento empresarial.
 Regime Jurídico (art. 1144 – 1149 cc/02)
 Universalidade de fato; a venda só é permitida por ser uma universalidade de fato.
 Negócio Jurídico sobre o estabelecimento; não avalia a atividade, mas o estabelecimento.
 Forma; é de forma livre, salvo se houver imóveis que deverá ser feito o registro
Para Marlon Tomazzete o entendimento é que o estabelecimento possui natureza móvel, o que
nos leva a concluir que os negócios sobre o estabelecimento empresarial têm forma livre, exigindo
se a escritura particular e o registro na junta comercial apenas para fins de prova e validade
perante terceiros. Trata se de contrato consensual, sem a exigência de uma forma solene, a
princípio.
 Publicidade; tem que dar publicidade para que os credores saibam
Esses terceiros devem ter a oportunidade de tomar conhecimento dos negócios envolvendo o
estabelecimento. Por essa razão, o artigo 1.144 do Código Civil estabelece um regime de
publicidade e publicação oficial para os negócios envolvendo o estabelecimento.
Assim, a lei exige que os negócios envolvendo o estabelecimento sejam averbados no registro
público de empresas mercantis, à margem do registro do empresário, e que seja feita uma
publicação na imprensa oficial sobre o negócio. A averbação deixa um registro aberto ao público
em geral. Qualquer pessoa pode ter acesso ao teor da negociação, uma vez que o registro é
público.
A publicação na imprensa oficial funciona como uma comunicação geral, presumindo se o
conhecimento do negócio por terceiros. Vale dizer, a publicação no órgão oficial da notícia da
negociação funcionará como uma espécie de primeira notificação aos credores para que tenham
conhecimento da negociação, resguardem seus direitos e saibam quem é o titular do
estabelecimento, a partir de então.
 Sucessão empresarial: cessão de crédito, débito e contrato (sub-rogação).
O trespasse pode influenciar diretamente nos interesses dos credores do alienante do
estabelecimento, na medida em que boa parte de seu patrimônio poderá estar passando às mãos
de outra pessoa. Diante disso, o Código Civil (art. 1.145) protege mais diretamente os credores do
alienante, impondo como condição de eficácia da alienação o pagamento de todos os credores ou
a concordância expressa ou tácita sobre alienação.
Pagos os credores, seus interesses deixarão de existir em relação ao trespasse. Mesmo sem o
pagamento, o trespasse poderá ser eficaz se os credores concordarem tácita ou expressamente
com a alienação dentro do prazo de 30 dias após a sua notificação, demonstrando que seus
interesses não serão prejudicados com o negócio. Neste particular, é oportuno ressaltar que não
basta a publicidade

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

normal do trespasse, é necessária uma notificação pessoal aos credores (cartório, carta com aviso
de recebimento...).
 Cláusula de não concorrência ou não restabelecimento;
Com o Código Civil (art. 1.147), adota se a orientação do direito italiano, estatuindo legalmente a
proibição de concorrência pelo prazo de cinco anos, salvo disposição expressa em contrário.
De imediato, é oportuno esclarecer que não se trata de uma proibição do exercício da mesma
atividade anteriormente desenvolvida, mas sim de uma proibição de concorrência entre alienante e
adquirente. O alienante pode continuar desenvolvendo a mesma atividade empresarial, desde que
não faça concorrência ao adquirente do estabelecimento.
Trata se de uma proteção do aviamento, que não viola qualquer Liberdade constitucional, na
medida em que limitada no tempo tal proibição.
AULA DIA 05-11-2018
CAPÍTULO 05 – DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL (PI)
1. Disposições gerais:
 Empresário (sujeito/agente econômico); perfil subjetivo.
 Exerce atividade (econômica organizada); empresa, subjetivo
 Colaboradores (prepostos/auxiliares); perfil corporativo
 Complexo de bens (estabelecimento); perfil objetivo
 Boa fé; perfil funcional
 Responsabilidade social; perfil funcional

2. Propriedade Industrial
Via de regra a propriedade industrial está dentro do perfil objetivo.
Como já visto anteriormente para o empresário desenvolver a atividade é necessário um complexo de
bens, dentro desse foi visto os bens materiais e imateriais, propriedade industrial trabalha bens
imateriais. Estuda –se aqui um conjunto de normas que visam proteger um complexo bens imateriais
do estabelecimento do empresário.
Dentro de Propriedade Industrial é estudada a Marca e o Desenho Industrial.
A propriedade industrial é o estabelecimento composto por um complexo de bens materiais e
imateriais necessários para o exercício da empresa, mas o importante dentro de propriedade
industrial é a Marca, Desenho Industrial, Invenção e Modelo de Utilidade.
 Estabelecimento;
 Complexo de bens;
 Materiais/Imateriais;
 Necessários para p exercício da empresa;
 Imateriais; - Tutela Jurídica Específica
São dois institutos de proteção jurídica especial (registro/patente) para bens de propriedade
imaterial, que é a lei 9.279.
 Marca; está sujeito a registrabilidade
 Desenho industrial; está sujeito a registrabilidade
 Invenção; está sujeito a patenteabilidade
 Modelo de utilidade; está sujeito a patenteabilidade

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

3. Direito de propriedade industrial


O direito de propriedade industrial é o complexo normativo, é um conjunto de regras e princípios
que visam a proteção desta.
A regra jurídica é a própria lei, os princípios estão destrinchados dentro dela e constitucionalmente
previstos.
É um conjunto normativo que vai trazer todo regramento previsto nessa lei especial para a
proteção desses bens imateriais que são de alto poder lucrativo, econômico.
Ex.: o que vale mais? O prédio onde é desenvolvido o Iphone ou a marca da maça?
 Conjunto normativo;
 Regras lei 9279/96; é a própria lei
 Princípios lei 9279/96;
 Proteção aos bens imateriais de alto potencial lucrativo;

4. Propriedade industrial ou intelectual?


 Intelectual; nunca confundir os dois, propriedade intelectual é um gênero, enquanto a
industrial é espécie e faz parte da propriedade intelectual.
 Industrial (inventor) lei 9.279/96; é uma espécie, empresário. Direito do inventor, com
aplicabilidade industrial na circulação de bens e serviços.
 Autoral (autor) lei 9.610/98; é uma espécie, literários, músicos, artistas em geral.

5. Lei de propriedade industrial


 244 artigos: são 244 artigos envolvendo direito civil/processual/penal e administrativo
 Concessão;
 Patentes; invenção e modelo de utilidade
 Registros; marca e desenho industrial

 Repressão;
 Concorrência desleal;
 Falsas indicações geográficas;

6. Instituto nacional da propriedade industrial - INPI


 Autarquia federal – lei 5648/70; é uma autarquia que tem lei própria e dentro dessa legislação
estão previstas suas limitações e atribuições. A atribuição principal do INPI é basicamente a
atribuição que o DRI tinha na parte de registro.
 Órgão administrativo; é um órgão administrativo isso significa que da decisão do INPI cabe
recurso judicial.
 Executivas;
 Fiscais;

7. Invenções e modelos de utilidade;


Invenção é um ato original da atividade criativa do ser humano.
7.1. Definição
 Concessões por carta – patente;
 Invenção;
 Ato original;
 Atividade criativa;
 Ser humano;
Estado da Técnica; tem que ser algo original, novo, algo que qualquer técnico que trabalhasse em
cima da ideia não descobriria.

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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO

Ex.: 1º telefone, celular, cadeira, carro, computador.


 Modelo de utilidade;
Também é um ato inventivo, chamado de pequena invenção, que é especialmente para o
aperfeiçoamento de um objeto de aplicação industrial, não precisa ser o todo, pode ser uma parte do
objeto. Basicamente é pegar uma coisa já criada e dar uma utilidade industrial diferente para ela.
O modelo de utilidade e a invenção são atividades inventivas do ser humano, a diferença é que o
modelo de utilidade pega uma invenção já existente ou objeto que já é existente e simplesmente dá
um aprimoramento prático para ele, a invenção é algo completamente novo, tirado do zero.
A marca e o desenho industrial são para outro ponto, são signos para identificação do produto ou
modelo de utilidade.
 Ato interventivo;
 Aperfeiçoamento; melhoramento, aperfeiçoamento de algo já criado.
 Objeto de aplicação industrial; tem que ter aplicação de mercado, direito industrial
não protege invenção inútil.
Ex.: cadeira reclinável, carro elétrico.
7.2. Requisitos (Patente)
 Art. 11;
 Novidade;
 Capacidade inventiva;
 Aplicação industrial;
 Desimpedimento; não podem violar preceitos de ordem pública: a moral e bons costumes.

7.3. Procedimento (INPI)


 Arts 19 – 39; 37
 Depósito do pedido;
 Pedido de exame;
 Relatório final;
 Concessão da patente;

7.4. Invenção realizada por funcionário.

Questionário
1) No que consiste a novidade, capacidade inventiva, aplicação industrial,
desimpedimento?
Novidade - No Brasil exige se a novidade absoluta, isto é, a invenção não pode estar incluída no estado da
técnica. Em outros termos, exiges e o desconhecimento dos cientistas ou pesquisadores
Capacidade inventiva - A invenção não pode decorrer de maneira óbvia de simples conhecimentos
constantes do estado da técnica. Ela deve decorrer de uma criação intelectual, devem ser ampliadas as
possibilidades do estado da técnica, ela “deve representar algo mais do que o resultado da aplicação dos
conhecimentos técnicos usuais”.17 Inventar significa ser o primeiro a constituir, ser o criador,18 e é isso que se
exige para uma patente. Para se verificar se há ou não atividade inventiva, deve se verificar se da criação
resulta alguma vantagem que não era possível obter até então.
Aplicação Industrial - Não basta tratar se de uma criação intelectual, é essencial que essa criação tenha um
efeito técnico e prático, que represente instrumentos aptos a satisfazer necessidades da sociedade. Assim,
pode se dizer que “é suscetível de utilização industrial o objeto da invenção que possa ser

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produzido para o consumo da sociedade, e possa ser aplicado em pelo menos um


setor do sistema produtivo”.
Desimpedimento – O artigo 8º da Lei 9.279/96 exige três requisitos: a novidade, a atividade inventiva e a
aplicação industrial. Apenas se a invenção atender a esses três requisitos é que será possível a concessão de
uma patente.
2) Qual é a peculiaridade do depósito do pedido de exame, relatório final, concessão da
patente
Faz o pedido junto ao órgão que elabora um relatório final e dá a concessão da carta patente.
3) A invenção por funcionário, quem é o titular, o empresário ou o funcionário?
Depende do que foi estipulado no contrato, se dispuser que a invenção dentro da empresa e com
recursos da empresa é do empregado, assim será, mas via de regra é do empresário, pois se é
contratado para atividade de desenvolvimento e pesquisa, e se o contrato não dispuser o
contrário, o inventor funcionário não terá direito a nada. A lei dispõe que se a invenção se deu em
curto período de tempo após o desligamento do funcionário da empresa, esta invenção será de
propriedade do empresário, mas se for desenvolvida após um ano o ex funcionário não correrá
esse risco.
4) 10 exemplos de invenções e 10 modelos de utilidade.
INVENÇÕES - Arado, roda, impressora, refrigerador, telefone, automóvel, máquina a vapor,
lâmpada, computador, internet.
MODELOS DE UTILIDADE – arado mecânico, roda de ferro, impressora a tinta, refrigerador com
congelador, telefone com teclado, automóvel elétrico, máquinas elétricas, lâmpada de led,
notebook,
AULA DIA 19-11-2018
7.5. Vigência
 Deferimento – concessão; deferido o pedido é concedida a carta patente.
 Pagamento da retribuição; antes da concessão é necessário o pagamento da retribuição que
tem mero caráter fiscal no valor de R$ 175,00, que é para custear as despesas administrativas.
 Resolução INPI;
 = R$ 175,00
 Carta patente; documento precário expedido pelo INPI, que vai atestar o seu direito de
propriedade industrial.
 Documento;
 Natureza temporária; natureza precária, não é plena, isso significa dizer que não é para o
resto da vida, vai chegar um tempo que vai ser domínio público de mercado
 Invenção;
 Modelo de utilidade;
 Atesta o direito de propriedade industrial

 Natureza temporária/precária;
 Exploração exclusiva; a lei determina que a exploração exclusiva é por prazo determinado.
 Prazos delimitados;
 Por Lei;
PATENTE DEPÓSITO PRAZO SUPLEMENTAR
Invenção 20 anos 10 anos da concessão
Modelo 15 anos 07 anos da concessão

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São 2 formas de se contar o prazo da Patente, um a partir do depósito e o outro a partir da


concessão, o de depósito é a partir do depósito do pedido, a concessão é a partir do final do término
do prazo para a entrega da carta patente.
Em casos específicos julgados administrativamente pelo INPI, o prazo não vai ser contado pela regra,
mas pela exceção que seriam pela concessão do prazo suplementar.

7.6. Extinção
 “Caem em domínio público”;
 Fim da Vigência; vigência é o tempo, vigor é a imperatividade da lei. Com o fim do prazo da
vigência, a invenção ou modelo caem em domínio público.
 Renúncia do titular; a extinção pode se dar pela renúncia do próprio titular, que não tem mais
interesse.
 Caducidade; está sempre ligado a decadência, mas aqui é o desuso, algo que foi inventado,
mas que nunca foi produzido.
 Art. 80 Lei 09279/96;
 Processo Administrativo junto ao INPI;
 Falta de pagamento da retribuição anual (art. 84 a 86); para manter o direito de uso há a
necessidade do pagamento anual, caso não pague cai em domínio público.
 Não designação de procurador para titular estrangeiro (art. 217); inventor estrangeiro que
quer patentear algo no Brasil, mas que não institui um representante para atuar em seu nome.
 Anulação administrativa e judicial (arts. 50 a 57);

8. Desenhos industriais
8.1. Conceito; é um molde ou modelo
 Forma plástica ornamental; ex.: as molas no Nike Shok, é a forma que foi desenvolvida.
 Apresentação e estética; é a apresentação do design do produto.
 “Design”;

8.2. Requisitos (Registro)


 Novidade – Estado da técnica; não pode estar compreendida no estado da técnica.
 Originalidade – distintivo;
 Industriabilidade – art. 98; tem que ter utilidade prática de mercado
 Ausência de impedimentos legais – art. 100;

8.3. Procedimento (art. 101 a 106); na patente quando é feito o pedido para a invenção ou
modelo, é depositado o pedido, solicita o exame e existe um prazo, que o prazo (18 meses
em regra) que o pedido entra em sigilo para que haja o relatório final e a sua concessão,
para o desenho industrial isso não existe, realizado o exame automaticamente é concedido
o registro
 Depósito;
 Exame do pedido;
 Concessão automática;

8.4. Vigência
 10 anos – depósito; o registro do desenho é de 10 anos contados a partir do depósito, podendo
ser prorrogado por 3 vezes de 5 anos sucessivos, são 25 anos no total.
 Prorrogável por 03 períodos de 05 anos sucessivos;
 Máximo – 25 anos

8.5. Extinção
 Vigência; término do prazo de vigência de 10 ou 25 anos limite

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 Anulação administrativa art. 113 a 117;


 Anulação judicial art. 118; casos previstos em lei
 Falta de pagamento art. 108 e 120; para manter o direito de uso há a necessidade do
pagamento anual e quinquenal, caso não pague cai em domínio público.
 Inobservância do art. 217; inventor estrangeiro que quer patentear algo no Brasil, mas que
não institui um representante para atuar em seu nome.

Ler o capítulo em propriedade industrial !!!!

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