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VICTOR DE OLIVEIRA
ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO
1. Origem do direito comercial (fatores); origem é igual a marco inicial é um fator que
desencadeou algo, o direito surgiu com um propósito de regular a convivência no seio familiar,
fator que desencadeou algo. FATO SOCIAL, FATO JURÍDICO.
Não há uma data especifica do surgimento do direito comercial, são 3 fatores que
descadeiraram o surgimento desse Direito: o primeiro é o comércio, a civilização e a classe
econômica chamada de burguesia.
1.1. Comércio; não é no sentido jurídico e sim econômico. O comércio para a economia é uma
atividade de mercado como troca, compra e venda, o direito comercial evolui dessa
sequência. Comércio é etimologia no sentido econômico, é o significado da própria palavra,
que é uma atividade econômica que chamamos de negociação, no entanto o comércio
possuiu um intuito que é o de auferir lucro
Atividades de mercado (troca/compra/venda); nada mais é do que a troca que evolui para
compra e venda.
Atividade econômica
Negociação; atividade econômica
Lucro; o objetivo do comércio é auferir lucro
1.2. Civilizações (direito antigo); as primeiras civilizações que surgiram e quem tem
importância para o direito são a do Egito (faraós) e da Mesopotâmia (código de Hamurabi)
datado a 7 mil a.c.
Civilização é um grupo social que se desenvolve em três fatores: geográfico (expansão
territorial), político (governo), econômico (exploração de cobre, minério, madeira e
extrativismo). É um povo que desenvolveu, inventou e dominou a escrita.
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DIREITO EMPRESARIAL I – PROF. VICTOR DE OLIVEIRA
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2. Evolução (forma); o direito comercial já existia, só que a forma trabalhada antigamente não é
a forma positivada que temos hoje. O direito comercial/empresarial origina de um fator social e
evolui como uma forma jurídica. Envolvem 3 fases, uma que envolvem a origem que
chamamos de Corporações de Ofício, a segunda Teoria dos atos de Comércio, que é com a
promulgação do código civil e do código comercial de napoleão, e a terceira fase que se tem
em regime jurídico brasileiro atual, que se chama de Teoria dos atos de Empresa.
2.1. Fase Primitiva (antiguidade); tempos arcaicos, se remete a ideia de que existia um poder
patriarcal
Autoridade Patriarcal; nos primeiros agrupamentos que existiram possuíam a figura do
patriarca e por ele era regido todos pertencentes aquele grupo, ele atribuía a cada um à sua
função, ele recolhia tudo que era produzido em prol dessa família e ele que realizava a divisão
de toda produção de maneira arbitrária e soberana. Aqui surge a primeira ideia de direito
comercial, pois nem tudo o que se caça, planta ou colher era consumido pela família, o
comércio entra em jogo quando se tem esse excedente, as sobras deram a origem a primeira
ideia de comércio através da troca (escambo) com demais grupos que possuíam excedentes
de outros tipos de alimentos. O segundo ponto é o surgimento da moeda, que passa a atribuir
valor à produção, e assim demanda o surgimento de uma nova classe na sociedade o
chamado de intermediário, eram os primeiros comerciantes chamados de mercadores, que
pegavam o produto excedente de um grupo e levava a outro grupo, a diferença era que ele
comprava barato e vendia caro para auferir lucro. Surge então a necessidade de se regular
esse tipo de mercado.
Atribuía as funções;
Recolhia a produção;
Realizava a divisão;
O direito comercial se manifesta sob a forma primária da Troca; a troca é o primeiro ato
comercial que surgiu na sociedade.
Troca – Desnecessário / Excedente; o agrupamento fazia trocas entre si para poder garantir
a subsistência
Moeda de troca – Compra e Venda; com a criação da moeda surgiu a necessidade dos
intermediários
Surgimento dos Intermediários; são os mercadores que compravam para revender para
auferir lucro.
2.2. Fase Primitiva (Idade Média); queda do império romano. Nesse momento o direito
comercial surge como um conjunto de normas, há a necessidade de normatizar a atividade
desse cara que só está auferindo lucro enquanto os demais estão só comendo, nesse
momento começa o desenvolvimento do comércio marítimo através do mar mediterrâneo.
Aqui é o que se chama de renascimento mercantil, é onde surge as primeiras codificações,
chamadas de compilações estatutárias a primeira surgiu no século XII e a última no XVII,
quem ditava as regras do direito comercial/empresarial nessa época eram as Corporações
de Ofício.
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Quem criou o direito comercial enquanto CÓDIGO, enquanto normatização? Foram os membros
da corporação de ofício.
Século V – XV;
Surgimento do direito comercial enquanto conjunto normativo;
Desenvolvimento do comércio marítimo;
Renascimento mercantil (XII - XVII); quem ditava as regras eram as corporações de ofício,
foram os primeiros a criar os códigos mercantis
Surgimento das Complicações Estatutárias;
2.3. Fase Subjetiva (sec. XII - XVII); está ligada ao sujeito, a pessoa que desenvolve a
atividade, nesse momento comerciante, para o direito comercial, era todo aquele que fazia
parte de uma corporação de ofício. O direito comercial nasce como classista, os primeiros
estatutos nascem pela classe para proteger a própria classe e garantir privilégios a eles
mesmos.
Direito comercial classista; surge para beneficiar um membro da corporação de ofício.
Codificação privada do direito comercial;
Comerciantes – Corporações de ofício;
Assegurar privilégios – burguesia; garantir privilégios para a burguesia
2.4. Fase objetiva (Revolução Francesa - 1789); o Estado tira da mão do burguês da
corporação de ofício o poder de legislar sobre direito comercial, e transforma em ramo
autônomo do Direito. Para garantir igualdade, Napoleão quando edita o seu código, ele tira
o caráter subjetivo do direito comercial e transforma em um caráter objetivo, que está
relacionado diretamente ao objeto que é chamado de ato de comércio, a partir daqui
começa a decadência das corporações. Nesse momento, para o direito, comerciante é
aquele que pratica a “conduta de mercancia”, a lei traz um rol taxativo das condutas que
são chamadas de atos de mercancia, independente de fazer parte de uma corporação ou
não a pratica de um ato de mercancia era legislada pelo código comercial. O direito deixa
de ser feito para o sujeito e passa a ser feito para o objeto.
Esse código de Napoleão influenciou o nosso código comercial de 1850, a partir da abertura dos
portos as nações amigas feito por Dom João VI. Nesse momento recepciona-se o direito francês
como sendo influência maior no nosso direito pátrio.
O problema da taxatividade do rol é a insegurança jurídica que é proporcionada com a evolução
da sociedade, pois algumas atividades consideradas essenciais hoje já não são mais, o que era
proibido torna-se permissível e vice versa. Os atos de comércio se tornaram obsoletos, o direito
evoluiu e o código não suportou, necessariamente foi substituído.
Transformação em ramo autônomo;
Teoria dos atos de comércio; atos de comércio é o objeto do direito.
Primeiro código comercial (1807 - 1808);
“Condutas de Mercancia”; comerciante é todo aquele que independentemente de fazer parte
ou não de uma corporação pratica condutas de mercancia. Influenciou o nosso Código
Comercial de 1850.
Pessoa (comerciante) – Ato (comércio);
Fase Subjetiva moderna; comerciante hoje em dia é quem pratica empresa, empresa é uma
atividade desenvolvida. Alberto Asquini foi quem criou o que chamamos de empresa, para ele
empresa é um organismo econômico que chamamos de atividade econômica organizada, nem
toda atividade econômica é uma empresa, só é empresa se for organizada, por sua vez
organizada significa dizer que ela possuiu o perfil poliédrico de Alberto Asquini, ou seja, 4
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perfis, que empregam os fatores do capitalismo na produção (insumos, matéria prima, mão de
obra e tecnologia), na falta de algum desses não se tem uma empresa e sim uma atividade
econômica.
O primeiro é o subjetivo quem é que desenvolve a empresa, o cara chamado empresário ou
grupo chamado de sociedade empresária;
O segundo é o objetivo, é o objeto da empresa, como estabelecimento comercial
O terceiro é corporativo
O quarto é o funcional.
Questão 1. Explique, de forma sucinta, como se deu a aproximação pátria (doutrina e legislação) à
teoria da empresa antes e depois do CC/02.
R.: antes do Código de 2002 a aproximação se dava pela aplicação por jurisprudência que afastava o
critério da mercantilidade e adotava o da empresarialidade do sistema italiano, após a edição do
Código Civil de 2002 houve uma substituição do conceito comerciante e de atos do comércio para
empresa e empresário, critério esse que delimitou a regras específicas destinadas a atividade
econômica.
“A disciplina de matéria mercantil no novo CC/02 não afeta a autonomia do direito comercial”
Apesar de estar dentro do código civil e haver uma unificação formal há uma autonomia científica, é
um sub ramo autônoma do direito.
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existe na norma, mas no neopositivismo o princípio pode ser usado para resolver conflito sem
usar a norma.
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2. O Empresário
2.1. Caracterização do Conceito; art. 966 do CC. Empresário é uma espécie de empreendedor
que é um gênero, sendo um agente econômico com fim de auferir lucro. É um agente
econômico capaz de gerenciar empresa.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
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Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa
disposição em contrário.
Enunciado 199
A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não de sua
caracterização.
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Art. 967 CC - É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, antes do início de sua atividade.
O registro serve somente para conferir regularidade (CNPJ), não é constitutivo. Mesmo antes de
fazer o registro ele já é considerado empresário.
Registro é meramente declaratório, serve para provar a regularidade.
“A Inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para sua
caracterização...”;
“ A inscrição [...] é requisito de sua regularidade e não de sua caracterização”.
Lei 11.101/05 (LFRE) – art. 48:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente.
Ou seja, não se deixa de ser empresário por não se ter o registro, mas se não o tiver também não
poderá ter a benesse da recuperação judicial.
Exceção:
Ruralista; produtor rural, pequeno comércio de agricultura de subsistência
Natureza Constitutiva; o registro é constitutivo, só é empresário se estiver
registrado.
Ruralista;
O ruralista só será equiparado a empresário quando desenvolver atividade rural empresarial
(econômica e organizada) e tiver registro na RPEM, se não registra será apenas produtor rural.
Atividade rural empresarial;
Registro no RPEM; o registro é facultativo, possui natureza constitutiva, ou seja, se ele
é registrado se sujeita ao regime empresarial, se é somente produtor rural ele não pode,
por exemplo, pedir falência.
Equiparação – enunciado 202 III J.D.C.; o produtor rural se equipara ao regime
empresarial somente quando desenvolver atividade rural empresarial, econômica e
organizada e tiver registro na RPEM. Se não se registrar é apenas produtor rural.
“Art. 971 e 984: o registro do empresário ou sociedade rural na Junta Comercial é facultativo e
de natureza constitutiva, sujeitando-o ao regime jurídico empresarial. ”
O empresário rural não registrado não pode pedir falência, o registrado pode.
O empresário individual só se registra para se tornar regular, empreendedor rural só se torna
equiparado a empresário se ele se registrar.
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Advogado, médico, cooperativa, não pode ser empresário por disposição legal.
Para a maioria da doutrina, não há como ser empresário se faltar algum desses requisitos, será
apenas atividade econômica civil.
Agente Econômico; empreendedor, capaz, sem impedimento legal
Exerce profissionalmente;
Atividade econômica;
Organizada;
Produção ou circulação;
Bens e serviços;
3.2. Elementos caraterísticos; a ausência de algum destes deixa de qualificar como empresa
Exercício de uma atividade;
Finalidade econômica (lucro);
Organização da atividade;
Profissionalismo;
Finalidade de produção ou circulação de bens ou serviços;
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Atos não exaure, a atividade; não quer dizer que ao fim do contrato a empresa acabe, não
está ligada a empresa e sim a atividade. A empresa é o fim não o meio. Empresa é exercida de
maneira regular (habitual), não está ligado ao ininterrupto.
3.2.4. Profissionalidade
De forma habitual (períodos regulares de tempo); a regularidade é o exercício regular, mas
habitual não significa dizer que é ininterrupto. Ex.: hotelaria, ovo de Páscoa
Intuito lucrativo;
Assunção da responsabilidade pelos riscos da atividade; o empresário é quem assume o
risco da atividade, de lucro ou prejuízo.
Capacidade para o exercício da atividade; agente econômico capaz de exercer a atividade,
capacidade civil plena (menor pode dar continuidade), é um requisito para exercer a atividade.
Ausência de impedimento legal; tem algumas pessoas que tem capacidade civil de ser
empresário, mas são vedados pela legislação de serem empresários, mas sócio pode ser.
impedidos por exemplo Prefeito, Presidente, Magistrados.
Em nome próprio; trabalha em nome próprio, mas em prol dos outros abastecendo o
mercado.
Dedicação;
Capacidade gerencial;
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QUESTÃO 1. Quatro exemplos de agentes que possuem impedimentos legais para serem
empresários, fundamente.
Pode-se mencionar apenas o art. 1.011, § 1.º, do Código Civil, o qual prevê que “não podem ser administradores, além
das pessoas impedidas por lei especial, os condenados à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular,
contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação”.
Normalmente, esses impedimentos estão em normas de direito público e visam a proteger a coletividade, evitando que
esta negocie com determinadas pessoas em virtude de sua função ou condição ser incompatível com o exercício livre de
atividade empresarial. Podem ser citados, como exemplos: o art. 117, X, da Lei 8.112/1990, relativo aos servidores
públicos federais; o art. 36, I, da LC 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional –, relativo aos magistrados; o art.
44, III, da Lei 8.625/1993, relativo aos membros do Ministério Público; o art. 29 da Lei 6.880/1980, relativo aos
militares.
É preciso atentar para o fato de que a proibição é para o exercício de empresa, não sendo vedado, pois, que alguns
impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, uma vez que, nesse caso, quem exerce a atividade empresarial é a
própria pessoa jurídica, e não seus sócios.
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segurança patrimonial, Eficácia – está ligada a produção de efeitos de todos os seus atos (ex.
falimentar), Autenticidade – está ligado ao dever de escrituração (livro)
LRE – Lei 8.934/94
Sistema de registro de empresas; compreende 2 órgãos e 3 atos
Órgãos;
Juntas comerciais; órgão estadual, que exerce as funções de matricula,
arquivamento e autenticidade dos atos praticados pelo empresário.
D.R.E.I; órgão federal, órgão de fiscalização, controle e normativo.
Atos;
Matrícula; ato inicial ou contrato social (leiloeiro, trapicheiro)
Arquivamento; é o que faz o registro, ato praticado. Toda alteração contratual deve
ser publicada e arquivada.
Autenticação; está ligado a escrituração contábil, autenticação de livros contábeis,
dá eficácia ao livro, torna um meio de prova.
Em resumo, o registro do empresário nada mais é do que o ato que o empresário pratica para conferir
a ele mesmo enquanto exercente de uma atividade fundamental na economia sua regularidade. A
regularidade é principalmente para duas situações, para o terceiro que contrata o serviço e para o
ente estatal chamado FISCO.
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Art. 90 CC/02;
Caráter unitário;
Finalidade; a utilização dos bens é discriminada pela própria vontade do sujeito.
Ex.: o complexo de bens, a destinação do bem, fatore de produção, organização é dada
pela vontade do empresário, pois se fosse por lei todas as empresas deveriam possuir a
mesma estrutura, seriam iguais, logo, é um estabelecimento empresarial de fato.
Ex.: a empresa é criada pela vontade do empresário
Vontade do sujeito;
Universalidade de direito; está explicito que o complexo de bens tem valor econômico,
Art. 91 CC/02;
Caráter unitário; consegue se observar o todo bem como o unitário, apesar de serem
coisas distintas, vários bens unitários que compõem um complexo ou universalidade que é
chamada de estabelecimento.
Ex.: da indústria
Finalidade; a diferença está aqui entre ambas, a finalidade desse complexo de bens não
fica a cargo do sujeito, fica a cargo da lei, é uma imposição legal.
Ex.: massa falida, finalidade pagar os credores, instituída por lei.
Ex.: herança, finalidade de transferir o patrimônio aos herdeiros, a lei impõe.
Lei;
Art. 1142 CC/02; o complexo de bens é uma universalidade de fato e está prevista neste
artigo. Quem dá finalidade ao seu complexo de bens é o empresário, não há imposição
normativa.
Obs.: patrimônio é uma universalidade de direito.
1.3. Elementos integrantes; elementos que o empresário utiliza para exercer empresa.
Corpóreos (materiais):
Móveis/imóveis; automóveis, computadores, impressoras etc., tudo o que é bem móvel
necessário para exploração da atividade econômica é estabelecimento comercial.
Mercadorias;
Incorpóreos (imateriais);
Ponto comercial; está ligado a localização.
Marca/patente/nome/signos; tudo aquilo que específica a atividade do empresário
1.4. Ponto comercial; é um elemento imaterial, para o direito empresarial está ligado a
localização, onde é atrativo de fornecedor e principalmente de clientela, significa dizer
que nesse ponto existe uma maior expectativa de lucro. Ponto é uma construção onde se
cria em um imóvel essa relação. Ponto é quando se consegue agregar valor comercial a
sala ou ao imóvel, lembrando que a depender do ramo este imóvel só será ponto comercial
para aquele ramo que era exercido anteriormente, se vier a ser outra atividade será apenas
um imóvel ou sala, não haverá valor agregado a este.
Ex.: supermercado que fecha e no lugar abre um salão de beleza, não há que se falar que haverá
neste lugar um ponto comercial, pois a clientela que frequenta o supermercado não necessariamente
será a mesma que frequenta o salão, assim como os fornecedores também não serão os mesmos.
Obs.1: Não há a possibilidade de vender a carta de cliente, pois este não é de sua propriedade, ele
pode passar a expectativa de clientela.
Obs.2: o ponto não faz parte do imóvel, é um valor agregado ao complexo de bens, tanto é que esse
ponto tem proteção.
Ponto ≠ imóvel;
Localização;
Atrativa de fornecedores;
Atrativa de clientela;
Maior expectativa de lucro;
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2.2. Marca; não é um sinal que identifica o estabelecimento, mas sim o produto ou serviço que
circula, enquanto o título identifica o estabelecimento (local) a marca identifica o produto.
Sinal aposto ao produto/serviço; marca é um sinal aposto que identifica o produto no
mercado.
Diferenciador de produtos concorrentes; serve para diferenciar os produtos concorrentes no
mercado.
Ex.: Colgate/ Sorriso/ Oral-B;
Atrair clientela – Signo distintivo; a marca é um distintivo do concorrente.
Resguardar o Consumidor;
Qualidade; para o consumidor a marca está diretamente ligada a qualidade do produto
Procedência; para o consumidor a marca está diretamente ligada a procedência do produto,
serve para distinguir o original da imitação.
Esses dois requisitos é o que justificam o preço, a qualidade e a procedência são diferentes da
imitação.
2.3. Nome Empresarial; identifica o agente (empresário) pessoa ou sociedade que exerce a
atividade.
Individualização do agente (empresário);
Indicador do sujeito da relação jurídica; é com quem você contrata. Ex.: da unesc, contrata-
se a União de Educação Gildásio Amado e não a Unesc.
Firma ou denominação; denominação é exclusiva para sociedade empresária.
Firma = Razão; são sinônimos, a razão social é dirigida a sociedade e a razão individual para
o empresário individual, comumente chamada de firma.
Empresário individual;
Firma/Razão; ao empresário individual se aplica firma ou razão individual.
Art. 1.556 CC/02; significa que o empresário responde em nome próprio, o elemento do seu
nome próprio (nominal) é obrigatório, nome de registro civil, quando o empresário vai até a
junta registrar a empresa o nome da empresa deve obrigatoriamente estar vinculado ao seu.
Elemento nominal obrigatório; obrigatoriamente tem que se utilizar o próprio nome, mas se
admite utilizar elementos complementares
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Abreviação dos prenomes; pode se abreviar os prenomes, nunca todos eles. Ex.: Allan Sian
Saquetto ou A.S. Saquetto ou Allan S. Saquetto, só não pode se A.S.S., pois sigla só é
permitido para quem é sociedade.
Elementos Complementares Facultativos;
Indicativos;
Pessoa; exemplo Filho, Júnior, Neto ou apelido que sirva para identificar a pessoa
Atividade; critério para identificar a atividade. Ex.: A.S. Saquetto Transportes, é o sujeito
em nome próprio que pratica uma empresa que é serviço de transportes. (Não se aplica
nem a sociedade nem a Eireli).
Proteção legal; pelos princípios da novidade, não pode criar um nome que já exista, e da
veracidade, não pode criar um nome que não seja verdadeiro, como por exemplo, colocar o
nome da empresa A.S. Saquetto Transportes e vender mamão, o nome da empresa identifica
a atividade desenvolvida.
Como funciona o Contrato de locação de Shopping Center?
AULA DIA 22-10-2018
3. VALUATION
É um método para se avaliar o valor da atividade, por óbvio não é possível dizer o valor da atividade
como gênero, mas é possível precisar o valor que ela reflete no estabelecimento, lembrando que este
é composto de bens materiais e imateriais, nome, marca, clientela etc.
É um método para projetar um valor ao estabelecimento para que possa ser vendido.
Quanto custa uma empresa?
Valuation;
Método de avaliação do valor da atividade empresária;
Método de projeção do valor do estabelecimento empresarial; tudo o que é vendido
individual, como regra, é mais barato em relação à aquilo que é vendido em conjunto com
valor agregado.
Ex.: Iphone com o IOS que é uma exclusividade, diferentemente do android que é universal. Essa
exclusividade agrega valor.
Contabilistas/Analistas financeiros; aqui é onde entram os analistas, administradores,
contabilistas, economista e todos aqueles responsáveis pela análise financeira. Estes por
meio de vários critérios atribuem um valor ao estabelecimento. Não é apenas o monte de
aparelhamento que constitui o estabelecimento, mas aquele também agregado, feito pelo
Valuation
Trespasse (Alienação do Estabelecimento); o Valuation servirá para um contrato
específico que é a venda (ou trespasse), chamada também de alienação empresarial.
Processo Falimentar/ Liquidação; falência nada mais é do que a execução realizada por
todos os credores ao mesmo tempo em quadro geral para pagamento.
Critérios de Avaliação
Valor Contábil do Patrimônio Líquido (Direitos - Obrigações); é todos os direitos que o
empresário tem e retira todas as obrigações que possue e o que sobra é o patrimônio
líquido. A ideia é saber se esse cara está devendo ou não
Valor Individual dos ativos; é pensar no futuro, quanto isso dará de lucro ou de prejuízo
no futuro.
Goodnill of a trade; também chamado de aviamento, que é o valor agregado ao conjunto.
Aparelhamento; o que se tem de bens de fato.
Solidez do crédito; se tem crédito no mercado para um empréstimo, se as
instituições financeiras têm um bom relacionamento com o estabelecimento ou não
Reputação do empresário; aqui é a reputação no mercado daquele que é
proprietário do estabelecimento.
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ALLAN SIAN SAQUETTO – 8º PERÍODO
4. Trespasse
O simples fato de o estabelecimento ser uma universalidade de fato é que permite o Trespasse,
que é a venda, o que seria impossível se fosse universalidade de direito.
Alienação do estabelecimento empresarial; é a venda do estabelecimento empresarial.
Regime Jurídico (art. 1144 – 1149 cc/02)
Universalidade de fato; a venda só é permitida por ser uma universalidade de fato.
Negócio Jurídico sobre o estabelecimento; não avalia a atividade, mas o estabelecimento.
Forma; é de forma livre, salvo se houver imóveis que deverá ser feito o registro
Para Marlon Tomazzete o entendimento é que o estabelecimento possui natureza móvel, o que
nos leva a concluir que os negócios sobre o estabelecimento empresarial têm forma livre, exigindo
se a escritura particular e o registro na junta comercial apenas para fins de prova e validade
perante terceiros. Trata se de contrato consensual, sem a exigência de uma forma solene, a
princípio.
Publicidade; tem que dar publicidade para que os credores saibam
Esses terceiros devem ter a oportunidade de tomar conhecimento dos negócios envolvendo o
estabelecimento. Por essa razão, o artigo 1.144 do Código Civil estabelece um regime de
publicidade e publicação oficial para os negócios envolvendo o estabelecimento.
Assim, a lei exige que os negócios envolvendo o estabelecimento sejam averbados no registro
público de empresas mercantis, à margem do registro do empresário, e que seja feita uma
publicação na imprensa oficial sobre o negócio. A averbação deixa um registro aberto ao público
em geral. Qualquer pessoa pode ter acesso ao teor da negociação, uma vez que o registro é
público.
A publicação na imprensa oficial funciona como uma comunicação geral, presumindo se o
conhecimento do negócio por terceiros. Vale dizer, a publicação no órgão oficial da notícia da
negociação funcionará como uma espécie de primeira notificação aos credores para que tenham
conhecimento da negociação, resguardem seus direitos e saibam quem é o titular do
estabelecimento, a partir de então.
Sucessão empresarial: cessão de crédito, débito e contrato (sub-rogação).
O trespasse pode influenciar diretamente nos interesses dos credores do alienante do
estabelecimento, na medida em que boa parte de seu patrimônio poderá estar passando às mãos
de outra pessoa. Diante disso, o Código Civil (art. 1.145) protege mais diretamente os credores do
alienante, impondo como condição de eficácia da alienação o pagamento de todos os credores ou
a concordância expressa ou tácita sobre alienação.
Pagos os credores, seus interesses deixarão de existir em relação ao trespasse. Mesmo sem o
pagamento, o trespasse poderá ser eficaz se os credores concordarem tácita ou expressamente
com a alienação dentro do prazo de 30 dias após a sua notificação, demonstrando que seus
interesses não serão prejudicados com o negócio. Neste particular, é oportuno ressaltar que não
basta a publicidade
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normal do trespasse, é necessária uma notificação pessoal aos credores (cartório, carta com aviso
de recebimento...).
Cláusula de não concorrência ou não restabelecimento;
Com o Código Civil (art. 1.147), adota se a orientação do direito italiano, estatuindo legalmente a
proibição de concorrência pelo prazo de cinco anos, salvo disposição expressa em contrário.
De imediato, é oportuno esclarecer que não se trata de uma proibição do exercício da mesma
atividade anteriormente desenvolvida, mas sim de uma proibição de concorrência entre alienante e
adquirente. O alienante pode continuar desenvolvendo a mesma atividade empresarial, desde que
não faça concorrência ao adquirente do estabelecimento.
Trata se de uma proteção do aviamento, que não viola qualquer Liberdade constitucional, na
medida em que limitada no tempo tal proibição.
AULA DIA 05-11-2018
CAPÍTULO 05 – DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL (PI)
1. Disposições gerais:
Empresário (sujeito/agente econômico); perfil subjetivo.
Exerce atividade (econômica organizada); empresa, subjetivo
Colaboradores (prepostos/auxiliares); perfil corporativo
Complexo de bens (estabelecimento); perfil objetivo
Boa fé; perfil funcional
Responsabilidade social; perfil funcional
2. Propriedade Industrial
Via de regra a propriedade industrial está dentro do perfil objetivo.
Como já visto anteriormente para o empresário desenvolver a atividade é necessário um complexo de
bens, dentro desse foi visto os bens materiais e imateriais, propriedade industrial trabalha bens
imateriais. Estuda –se aqui um conjunto de normas que visam proteger um complexo bens imateriais
do estabelecimento do empresário.
Dentro de Propriedade Industrial é estudada a Marca e o Desenho Industrial.
A propriedade industrial é o estabelecimento composto por um complexo de bens materiais e
imateriais necessários para o exercício da empresa, mas o importante dentro de propriedade
industrial é a Marca, Desenho Industrial, Invenção e Modelo de Utilidade.
Estabelecimento;
Complexo de bens;
Materiais/Imateriais;
Necessários para p exercício da empresa;
Imateriais; - Tutela Jurídica Específica
São dois institutos de proteção jurídica especial (registro/patente) para bens de propriedade
imaterial, que é a lei 9.279.
Marca; está sujeito a registrabilidade
Desenho industrial; está sujeito a registrabilidade
Invenção; está sujeito a patenteabilidade
Modelo de utilidade; está sujeito a patenteabilidade
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Repressão;
Concorrência desleal;
Falsas indicações geográficas;
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Questionário
1) No que consiste a novidade, capacidade inventiva, aplicação industrial,
desimpedimento?
Novidade - No Brasil exige se a novidade absoluta, isto é, a invenção não pode estar incluída no estado da
técnica. Em outros termos, exiges e o desconhecimento dos cientistas ou pesquisadores
Capacidade inventiva - A invenção não pode decorrer de maneira óbvia de simples conhecimentos
constantes do estado da técnica. Ela deve decorrer de uma criação intelectual, devem ser ampliadas as
possibilidades do estado da técnica, ela “deve representar algo mais do que o resultado da aplicação dos
conhecimentos técnicos usuais”.17 Inventar significa ser o primeiro a constituir, ser o criador,18 e é isso que se
exige para uma patente. Para se verificar se há ou não atividade inventiva, deve se verificar se da criação
resulta alguma vantagem que não era possível obter até então.
Aplicação Industrial - Não basta tratar se de uma criação intelectual, é essencial que essa criação tenha um
efeito técnico e prático, que represente instrumentos aptos a satisfazer necessidades da sociedade. Assim,
pode se dizer que “é suscetível de utilização industrial o objeto da invenção que possa ser
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Natureza temporária/precária;
Exploração exclusiva; a lei determina que a exploração exclusiva é por prazo determinado.
Prazos delimitados;
Por Lei;
PATENTE DEPÓSITO PRAZO SUPLEMENTAR
Invenção 20 anos 10 anos da concessão
Modelo 15 anos 07 anos da concessão
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7.6. Extinção
“Caem em domínio público”;
Fim da Vigência; vigência é o tempo, vigor é a imperatividade da lei. Com o fim do prazo da
vigência, a invenção ou modelo caem em domínio público.
Renúncia do titular; a extinção pode se dar pela renúncia do próprio titular, que não tem mais
interesse.
Caducidade; está sempre ligado a decadência, mas aqui é o desuso, algo que foi inventado,
mas que nunca foi produzido.
Art. 80 Lei 09279/96;
Processo Administrativo junto ao INPI;
Falta de pagamento da retribuição anual (art. 84 a 86); para manter o direito de uso há a
necessidade do pagamento anual, caso não pague cai em domínio público.
Não designação de procurador para titular estrangeiro (art. 217); inventor estrangeiro que
quer patentear algo no Brasil, mas que não institui um representante para atuar em seu nome.
Anulação administrativa e judicial (arts. 50 a 57);
8. Desenhos industriais
8.1. Conceito; é um molde ou modelo
Forma plástica ornamental; ex.: as molas no Nike Shok, é a forma que foi desenvolvida.
Apresentação e estética; é a apresentação do design do produto.
“Design”;
8.3. Procedimento (art. 101 a 106); na patente quando é feito o pedido para a invenção ou
modelo, é depositado o pedido, solicita o exame e existe um prazo, que o prazo (18 meses
em regra) que o pedido entra em sigilo para que haja o relatório final e a sua concessão,
para o desenho industrial isso não existe, realizado o exame automaticamente é concedido
o registro
Depósito;
Exame do pedido;
Concessão automática;
8.4. Vigência
10 anos – depósito; o registro do desenho é de 10 anos contados a partir do depósito, podendo
ser prorrogado por 3 vezes de 5 anos sucessivos, são 25 anos no total.
Prorrogável por 03 períodos de 05 anos sucessivos;
Máximo – 25 anos
8.5. Extinção
Vigência; término do prazo de vigência de 10 ou 25 anos limite
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