que se intitulam liberais/libertários. Porém, falar em liberdade e apoiar – mesmo que minimamente – o voto e o regime democrático como formas de, supostamente diminuir o tamanho do estado, nunca será uma medida ética. Pode até ser uma tentativa desesperada por partes dos eleitores – que em sua ampla maioria são pessoas com pouco conhecimento econômico, filosófico ou sociológico – de diminuir os estragos provocados pela ação desastrada de um ou outro governo. No entanto, isso não muda a natureza das ações antiéticas que são praticadas contra os indivíduos durante o funcionamento regular dos regimes democráticos. O furto de uma caneta tem a mesma natureza do roubo de um carro forte embora os impactos de cada uma dessas ações causem prejuízos diferentes. Nesse contexto a atuação de um estado mínimo ou estado máximo terá o mesmo julgamento na esfera da ética: É ROUBO! Se alguém vai relativizar esse conceito votando ou apoiando candidatos é uma escolha pessoal, mas saiba que está apoiando diretamente a continuidade de todos os absurdos perpetrados pelo estado. Muitos o farão por desconhecimento de todos os males da atuação do estado; alguns o farão por medo da situação piorar e, por fim, alguns o farão para se beneficiarem do espólio coletivo. Nesse contexto, fica evidente que não importa a intenção do eleitor se a forma de ação que ele valida pelo voto não está balizada por princípios éticos. Os eleitores ainda não entenderam que o estado consegue manipulá-los no sentido de que votem em alguém. O estado tenta com isso incutir na cabeça dos eleitores que são eles quem legitimam os governos pelo voto. É o velho teatro de fantoches operando nas sombras. Mas não fica só por aí! O sufrágio já provou em termos práticos que não consegue nem mesmo gradualmente transformar a situação calamitosa dos países. Então, não são os anarcocapitalistas ou libertários que são utópicos, mas quem ainda acredita na democracia e no voto. Como prova material e incontestável disso em termos práticos, o mundo inteiro presenciou desde o estabelecimento das repúblicas um aumento exponencial do tamanho dos estados bem como o alcance da atuação e intervenção deles em diversos assuntos que não lhes dizia respeito. A Europa de hoje não é a mesma Europa do final do século XIX. Estados mínimos se tornaram estados máximos com o advento dos estados nacionais e tudo isso com o regular funcionamento das democracias representativas. As guerras e as políticas assistencialistas se proliferaram por todo o antigo continente. A hegemonia dos regimes republicanos capitaneados por Washington foi apenas um sinal de que esse sistema veio para nos perturbar por um longo período da nossa história. O voto, com suas consequências incontestavelmente populistas, transformou o mundo num inferno ao longo do século XX. Todos os eleitores, ainda ingênuos, acreditaram cegamente que estavam se livrando de um mal maior, mas as coisas só pioravam. No Brasil, por exemplo, as pessoas que apoiavam o regime militar acreditando que estavam se livrando de uma vez por todas dos marxistas assistiram aos militares darem uma aula de como criar empresas estatais. Os intusiastas pró-ditadura viram João Figueiredo entregar as chaves de Brasília, pasmem, nas mãos de uma corja de socialistas convictos. As coisas hoje se inverteram sobremaneira e, os políticos que dizem não ser comunistas acabam se mostrando mais mentirosos e inescrupulosos do que os próprios comunistas. E o que pode ser pior: um inimigo declarado ou um que finge ser seu amigo para alcançar objetivos escusos? Creio que hoje são os “liberais” e os “conservadores” que se enquadram nessa última categoria. O gradualismo é a mão do estado no movimento libertário!