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modelo de negócio?
Enviado por Saulo Krichanã ... em seg, 23/12/2013 - 09:54
A possibilidade de se utilizar o instituto das PPP por parte das Prefeituras Municipais que
estarão assumindo as atividades de operação e manutenção da rede de Iluminação Pública a
partir de 2014 dá ensejo a uma série de possibilidades de políticas públicas que merecem ser
consideradas.
A primeira delas é de nível nacional: o consumo mensal de energia elétrica para fins de
Iluminação Pública (IP) por parte dos principais municípios brasileiros pode ser estimado como
o consumo equivalente a uma turbina da Usina de Itaipu.
Assim, todos os municípios que irão gerir a REDE DE IP em 2014 podem sugerir aos
consórcios que se formarem para cogerir essa REDE através de Projetos de PPP ou de
Concessões Plenas por 05 (cinco) anos – sob a égide da Lei Federal 8.666, como ocorre hoje
em dia – que qualquer “ganho” ou a “economia energética” que reduza o consumo (e, portanto,
também o custo da conta pública mensal de energia) pode ser apropriado pelos
concessionários das PPP ou dos co-gestores da rede IP, pode ser considerada como receita
acessória por parte dos concessionários.
Isto pode implicar desde a menor contraprestação pública a ser paga por parte dos municípios
que contratarem projetos de PPP, até a obtenção de excedentes que podem transformar o
Projeto de PPP em uma Concessão Plane (passível, pois, de obtenção de Outorga Direta e
Indireta ao gestor público que promove a PPP ou a cogestão).
Por ouro lado, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) pode até mesmo usar o montante de
economia de energia a ser gerado por esta via, como um verdadeiro PPA, que pode ser
dirigido para garantir uma demanda a ser atendida, preferencialmente, pelas usinas geradoras
de energia por via eólica ou solar, de modo a garantir e alavancar a escala ótima para essas
usinas e a maior diversificação da matriz energética do país.
Sob este enfoque, a assunção da REDE DE IP por parte das prefeituras ao invés de se
constituir num mero contrato de fornecimento visando à troca de lâmpadas ou a (desejada)
melhoria na prestação dos serviços de IP, pode-se constituir num Projeto Nacional onde se
mesclam – a um só tempo – menores custos de operação e de custos por pagamento de
energia por parte dos municípios; menores custos de operação e manutenção que podem ser
repassados aos consumidores por meio da redução das contribuições pelos serviços de
iluminação pública (COSIP ou CIP); melhores índices de luminescência e da prestação ativa e
proativa na prestação de serviços à população das cidades; e um modelo de negócios que
possibilite aos parceiros privados, recursos para amortizar os investimentos demandados e
receber por serviços prestados desde que a eficiência e a qualidade dos serviços prestados
possam ser aferidas por regras e padrões previamente por parte do poder púbico concedente
de tais serviços.
Em linhas gerais, do ponto de vista conceitual, pode-se dizer que o limite para a definição do
Modelo de Negócios a ser implementado sob esta nova perspectiva pode ser definido pela
seguinte definição:
Ou seja, o Projeto de Iluminação Pública pode gerar um “ganho de eficiência energética”, GEE,
medido em MWH ou em Reais (R$) – ou em ambos, inter permutáveis, para fins do lançamento
de papéis para gerar “funding” ou “equity” para a operação – que seja “maior”, “menor” ou igual
ao ganho do projeto, medido pela sua Taxa Interna de Retorno (TIR).
Vale lembrar que a primeira PPP de Iluminação Pública – como alias quase todas as atividades
concessionadas que hoje conhecemos – data do Segundo Império.
Formalmente, poderia ser então conceituada e assim considerada como uma PPP sob a
modalidade de Concessão Administrativa, eis que era o Poder Concedente que remunerava o
Concessionário pela prestação dos serviços de Iluminação Pública então prestada.
Além disso, representou, a um só tempo, não apenas a introdução de uma INOVAÇÃO que
revolucionou o “Conceito de Iluminação Pública” até então existente, assim como gerou
inúmeros EFEITOS MULTIPLICADORES e de transformação da vida econômica da cidade em
que foi introduzida: a cidade do Rio de Janeiro, então a capital do país aa época do Segundo
Império.
O Rio de Janeiro foi assim, a primeira cidade brasileira a utilizar esse tipo de combustível, que
passaria a ser o principal insumo energético para iluminação pública.Note-se que esse insumo
era obtido através de carvão mineral, importado da Inglaterra, e seu uso como principal insumo
energético da iluminação pública perdurou até as três primeiras décadas do século XX, quando
então passou a ser substituído pela energia elétrica.
Assim, aos elementos já incorporados à apuração do “ganho de eficiência energética”, pode-se
acrescer também o componente de ECONOMIA pelo uso de nova FONTE DE ILUMINAÇÃO
PÚBLICA, que vai imputar mais um ganho de MHW que o Poder Público pode levar em conta
para avaliar qual modalidade concessão cogitar para a REDE IP.
Pode-se considera também outras fontes de receita complementar a esta operação de IP: uma
delas seria a receita obtida, caso se utilizasse a rede de Iluminação Pública em Parques e
Espaços Públicos, para acoplar equipamentos para permitir a inclusão digital via REDE WI FI,
como uma extensão aos benefícios advindos da implantação do processo conhecido como
SMART GRID que é um elemento de gerenciamento da REDE IP que por sua vez gera outras
economias de uso e otimização da REDE, liberando ou economizando MHW em relação ao
que se consome no atual status da rede de iluminação pública.