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All content following this page was uploaded by Xavier Iglesias on 30 May 2014.
Embora hoje seja reconhecido que a especialização precoce poderia não ser recomendável
para a "maioria" dos jovens que iniciam a prática de qualquer esporte competitivo, é ainda mais
verdadeiro que, quando se fala do conceito de "talento esportivo", o termo "maioria" é
antagônico aos objetivos a serem alcançados: detectar, captar, selecionar e promover o
indivíduo com capacidades, habilidades e competências. Em suma, com um conjunto de
recursos que garantam, na medida do possível, a consecução do sucesso competitivo. Que a
realidade do esporte federado internacional tenha se dedicado à difusão e potenciação de
planos específicos para o desenvolvimento de talentos esportivos é um fato constatado
(Vaeyens et.al., 2008). Da mesma forma, não existe um consenso universal, nem na
elaboração e nem nas estratégias de ação, de como realizar cada um desses planos. No
âmbito nacional, e como costuma acontecer quando se trata de esporte, a Catalunha é uma
das Comunidades Autônomas da Espanha pioneiras no desenvolvimento de Planos de
Tecnificação, atualmente veiculados através do programa da Secretaria Geral de Esporte
(Generalitat de Catalunya) denominado "Alt Rendiment Català" (ARC). Porém, primeiro vamos
definir o marco conceitual, para depois desenvolver o modelo teórico de aplicação,
necessariamente ajustado à realidade do esporte na Espanha em geral, e na Catalunha, em
particular.
As primeiras perguntas que um treinador deveria fazer seriam as seguintes (figura 1):
Quem é mais "talentoso", o atleta que possui uma série de competências ideais para uma
determinada especialidade desportiva, ou aquele que tem a melhor capacidade para se
adaptar, ao longo do tempo, às exigências próprias de treinamento e de competição? Existe
alguma relação entre a melhor curva de adaptação e as habilidades ideais identificadas no
início da prática desportiva? Qual é o ponto de corte que se estabelece para determinar se uma
criança "serve ou não" para o êxito competitivo em um determinado esporte? Todas essas são
perguntas que devem ser primeiramente colocadas e então resolvidas de acordo com cada
modalidade e cada macro e micro contexto.
Ponto de corte !!
Tempo (anos)
Figura 1: Três perfis hipotéticos que começam na prática desportiva com aptidões determinadas, mas que se
adaptam de maneira diferenciada no decorrer do tempo.
Legenda:
ATLETA
PRÁTICA ESPORTIVA
TALENTO ESPORTIVO
Figura 2: Modelo teórico que relaciona o quadro terminológico conceitual desenvolvido por Riera (2005) e as
fases de treinamento apresentadas por García Manso et al (2003) para a detecção, captação e seleção do
talento esportivo. Os valores percentuais são propostos para esportes individuais.
MODELO TEÓRICO
Figura 3: Modelo teórico que desenvolve uma aproximação percentual dos fatores (aptidões, habilidades,
competências) que deveriam ser avaliadas em cada um dos processos estabelecidos para a detecção, captação e
seleção do talento esportivo nas modalidades individuais.
Note-se que decidimos usar apenas o primeiro nível de concreção mencionado acima, omitindo
os percentuais correspondentes a cada fator em cada um dos processos. Essas definições
possuirão, assim, caráter e aplicação universal. Se o objetivo final visa à definição exata do
modelo teórico aplicado aos esportes individuais (2º nível de concreção) a proposta versaria
como abaixo:
Detecção: processo, predominantemente transversal, que tem como objetivo avaliar as
aptidões individuais (70%) e as habilidades específicas (30%) necessárias para enfrentar um
processo de tecnificação esportiva.
Captação: processo longitudinal que tem como objetivo avaliar as aptidões individuais (20%),
habilidades específicas (50%) e competências esportivas (30%) necessárias para enfrentar um
processo de alto rendimento desportivo.
Seleção: processo longitudinal que tem como objetivo avaliar as aptidões individuais (10%),
habilidades específicas (20%) e competências esportivas (70%) necessárias para alcançar o
sucesso competitivo internacional.
Finalmente, é necessário desenvolver um prazo final que, longe de ter chegado a um consenso
geral quanto ao seu conceito e definição, merece ser objeto de reflexão por parte do treinador.
Ou seja, o conceito de "promoção do talento desportivo". De fato, alguns autores (Lorenzo,
2001, 2003) sublinharam a necessidade de avançar em direção a uma abordagem na qual o
importante não é o estabelecimento de determinados sistemas de avaliação para detectar,
captar e selecionar o sujeito com uma série de aptidões, habilidades e competências bem
acima de outros atletas, e sim, um sistema desportivo que estabeleça eficaz e eficientemente
os meios para desenvolver as capacidades máximas dos atletas que atualmente estão sendo
treinados. Para o autor que assina este documento, esta abordagem é necessária e prioritária
para um sistema desportivo como o nosso, no qual a maioria dos treinadores treina com o
atleta que chegou as suas mãos. Isso, entretanto, não é incompatível com a abordagem
clássica que envolve a identificação do talento esportivo. A seguir, expomos, a título de
exemplo, a integração dos diferentes processos para a detecção, captação e seleção do
talento esportivo, no sistema desportivo autonômico catalão e nacional (Figura 4). Também se
responde, com a mesma estrutura, o que e quando avaliar os processos necessários de
avaliação e controle de treinamento estabelecidos ao longo de uma carreira esportiva (Figura
5). Tudo isso combinado às diferentes fases de treinamento propostas por García Manso e
colaboradores (2003).
ORGANISMO CAPACIDADE
Figura 5: Aspectos esportivos a avaliar à medida que a carreira do atleta avança no tempo. Novamente, são
relacionadas às fases de treinamento com os processos que envolvem a identificação do talento desportivo.
Há três modelos ou sistemas desportivos que permitem ou possibilitam chegar, do termo anglo-
saxão conhecido como "gifted" ou superdotado, ao conceito de "crack esportivo", o qual,
independentemente dos sucessos esportivos alcançados, possui o necessário e o essencial
pra o reconhecimento social destes status. Os três sistemas são (García Manso et al., 2003):
3. ETAPA 3: estabelecer uma revisão da literatura sobre que tipo de teste são utilizados, que
tipo de procedimentos e baseado em quais projetos são estabelecidos. Definitivamente,
como é medido o rendimento na especialidade desportiva que se pretende analisar.
ÍNDICE Z
Um dos modelos mais difundidos na prática da identificação do talento esportivo de um sujeito
é a proposta do professor Víctor Matsudo (1996). O autor propõe estabelecer a chamada
estratégia "Z" a partir dos valores de referência de aptidão física de uma população geral.
Assim, propõe calcular esse perfil de aptidão física e determinar, em valores de desvios
padrão, o grau em que um determinado indivíduo ou grupo se aproxima ou se distancia da
média populacional para a mesma idade e gênero. Quando o valor correspondente a "Z" for
igual a 1, indicará que este indivíduo está com um desvio padrão acima da população de sua
idade e sexo naquela variável. O procedimento estatístico é estabelecido através da tipificação
de um valor (valor "Z") transformando uma variável aleatória "X" (flexão de braços, por
exemplo) em valores de desvio padrão. Este procedimento é estabelecido através da seguinte
expressão:
Z = (Xi - ų) / σ Onde:
Xi = valor da variável (indivíduo).
ų = média populacional (grupo).
σ = desvio típico (grupo).
Figura 7: Martin
D. et al. (2004):
Metodologia geral
de treinamento
infantil e juvenil.
Paidotribo, em
Barcelona.
Entre 1980 e 1993 a FCE continuou com um trabalho exclusivo no âmbito dos clubes.
Nas temporadas de 1990 a 1995 a esgrima catalã continuou com a estrutura de clubes,
porém apareceram duas iniciativas institucionais da Secretaria Geral de Esporte:
O objetivo era criar uma boa base de esgrimistas para estabelecer um programa de
tecnificação de qualidade.
Figura 9: Exemplo de programação nas fases de formação dos jovens esgrimistas (ano 1998).
Finalmente, em 1998 deu-se início ao programa de tecnificação que continua ainda hoje, com
as alterações gerais que são descritas nas seguintes três fases de desenvolvimento:
SABRE 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Finalistes 2 2 5 3 6 7 2 6 6 11 16 17
Medalla d'OR 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 4
Medalles 0 1 1 3 1 3 0 1 2 6 7 9
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
Reina Elisenda
CT Amposta
CT Amposta
CT Amposta
CT Amposta
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
RJ Blume
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
+ clubs
CAR
CAR
CAR
CAR
CAR
CAR
CAR
CAR
Sala enderrocada
Espasa Masculina Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
Espasa Femenina Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
Floret Masculí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
Floret Femení Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
Sabre Masculí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
Sabre Femení Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí Sí
No existeix cap programa Sí Existència de programa federatiu Sí Programa federatiu de nova aplicació
Figura 1: Plano geral de incorporação de novas estruturas de tecnificação em três ciclos olímpicos.
De acordo com as necessidades de cada ciclo olímpico (ou político) foram realizadas as
propostas correspondentes à Secretaria Geral de Esporte:
Figura 11: Incorporação de esgrimistas catalães às estruturas de tecnificação em dois ciclos olímpicos.
Figura 13: Evolução dos orçamentos e sua relação com as medalhas em Campeonatos na Espanha
Figura 15: Comparação dos resultados após dez anos de trabalho em tecnificação esportiva em Campeonatos
da Espanha
Figura 16: Comparação dos resultados em 1996 e nas três últimas temporadas do projeto de tecnificação em
resultados internacionais.
Figura 17: A direção esportiva implica "decisão estratégica". Em nosso caso tivemos que priorizar uma
evolução (investimento) assimétrica nas três modalidades. Vemos a evolução.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[Consultado 4 octubre 2009]
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[Consultado 4 octubre 2009]
9. Federació Catalana d’Esgrima (2005): Memòria Esportiva Temporada 2004-2005. http://www.esgrima.cat
[Consultado 4 octubre 2009]
10. Federació Catalana d’Esgrima (2006): Memòria Esportiva Temporada 2005-2006. http://www.esgrima.cat
[Consultado 4 octubre 2009]
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