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Moção Global de Estratégia

ao XVII Congresso Federativo


da JS FAUL

PROGRAMA DA FEDERAÇÃO DA
ÁREA URBANA DE LISBOA 2019-2021

1
Índice
Carta do Candidato....................................................................................................................... 3
Uma Comunidade de Ativistas ...................................................................................................... 5
Ativismo na Organização ........................................................................................................... 7
Ativismo em Comunicação ........................................................................................................ 8
Ativismo na Capacitação ........................................................................................................... 9
Uma Comunidade De Causas ...................................................................................................... 10
Causas na Igualdade ................................................................................................................ 10
Causas na Democracia e no Poder Local ................................................................................. 13
Causas no Conhecimento & na Cultura................................................................................... 15
Escola Pública ...................................................................................................................... 15
Ensino Superior ................................................................................................................... 17
Causas na Cultura .................................................................................................................... 19
Causas da Emancipação Jovem ............................................................................................... 20
O Trabalho ........................................................................................................................... 20
A Habitação ......................................................................................................................... 21
A Família Jovem ................................................................................................................... 22
Causas na Mobilidade ............................................................................................................. 23
Causas na Saúde e no Desporto .............................................................................................. 24
Causas de uma Economia de Esquerda ................................................................................... 26
Causas na Sociedade Digital .................................................................................................... 28
Causas no Ambiente e no Bem Estar-Animal .......................................................................... 30
Causas no Bem-Estar Animal................................................................................................... 33

Agradecimento
Queremos agradecer a todxs os que contribuíram para a elaboração desta Moção
Global de Estratégia, desde os que escreveram contributos aos que participaram no
Fórum da Moção, em Odivelas. Este projeto constrói-se com todxs e para todxs, e por
isso a tua participação foi fundamental!

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Carta do Candidato

Carx camarada,
Apresentamo-nos como Uma Juventude de Causas. Fazemo-lo com a convicção de
que a Juventude Socialista vence quando se dedica a Causas.
Vence, em primeiro lugar, na militância. Porque, de uma forma ou de outra, o que nos
leva a militar na Juventude Socialista são as Causas e a nossa vontade de as
concretizar. Queremos que cada militante encontre na FAUL um espaço de realização
das suas Causas e que, através da militância ativista, façamos da JS uma poderosa
força para transformar a sociedade.
Vence, também, na mobilização da nossa geração. Paralelamente à crescente
distância dos jovens face aos partidos, vai crescendo a sua participação em
movimentos sociais, no ativismo de causas. Este paradoxo resolve-mo-lo quando
admitimos que também os partidos estão muitas vezes distantes dos jovens e das suas
Causas. Cabe à Juventude Socialista essa aproximação, quer através da ação política,
quer de uma agenda política de Causas.
A JS tem de conseguir concretizar respostas para os desafios que os jovens
enfrentam nos principais palcos da sua vida – educação, trabalho, habitação,
mobilidade; e na forma como nos relacionamos uns com os outros – desde a igualdade
de género, os direitos LGBTI, o anti-racismo e a economia que, além das suas
desigualdades e injustiças, permeia e agudiza todas as outras.
Temos também que ter uma agenda política para a sustentabilidade, travando um
combate sem tréguas às alterações climáticas. Urge motivar os jovens para a defesa
do SNS e para o seu aprofundamento, desestigmatizando a saúde mental e criando
condições para estilos de vida mais saudáveis. Por fim, numa sociedade que já é
digital, a JS tem que pensar como assegurar que a tecnologia gera prosperidade de
forma inclusiva, salvaguardando os direitos de todos.
Cada uma destas Causas exige soluções no plano local, metropolitano, nacional e
europeu, que importa desenvolver. A uma Federação como a nossa cabe também
perceber a dimensão metropolitana destas Causas - não fosse esta a região com maior
número de estudantes universitários do país ou a região com menor taxa de atividade
física e maior taxa de obesidade.
A este aprofundamento de Causas temos que somar um aprofundamento da nossa
Capacidade organizativa e dos nossos laços de Comunidade. Vamos criar novos canais
de participação política a nível federativo. Queremos continuar a inovar na forma
como comunicamos interna e externamente. Importa capacitar os nossos militantes,
com formação tanto nas ideias como na prática política. Precisamos ainda de apoiar a
participação de grupos sub-representados, como os sub-18, as minorias étnicas, os
estudantes do ensino profissional e politécnico e os jovens menos qualificados.

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Teremos, por fim, que cimentar a coesão e solidariedade entre concelhias e militantes,
pois a JS será tanto mais impulsionadora de grandes causas quanto for incubadora de
grandes amizades.
Ao melhor representar e mobilizar a nossa geração, venceremos também mais
combates políticos. A história do socialismo é a história de estar à frente do seu
tempo, de lutas improváveis por Causas que pareciam utopias – assente na mais velha
ideia de sempre, que todos nascemos livres e iguais e que a sociedade se deve
organizar para assegurar essa liberdade, para efetivar essa igualdade e dar a todxs
iguais oportunidades de se realizarem.
Muitas foram as conquistas desta ideia ao longo dos anos – desde o SNS ao Estado
Social, desde a Escola Pública ao Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Somos
jovens herdeiros orgulhosos de gerações de Socialistas – de gerações como Mário
Soares e António Arnaut, mas também das últimas gerações que lideraram a JS/FAUL.
Porém, a nível global, as últimas décadas foram de retrocesso político e moral, com o
acentuar e normalizar da crescente desigualdade, com o desmantelar e desprezar da
solidariedade social e dos serviços públicos, e com o incitamento à competição de uns
com os outros, enquanto os mais ricos cooperam entre si para extraírem uma fatia
maior da riqueza que produzimos. Não só as instituições criadas pelos socialistas
foram abaladas, como os próprios valores da sociedade foram minados. Isto é o que
resultou do pior da globalização, à qual os socialistas têm de dar uma resposta efetiva.
O sucesso político, económico e social deste Governo socialista demonstra bem que,
apesar disso, há alternativa. É uma alternativa que centenas de autarcas socialistas
vinham a construir nos seus concelhos e freguesias. É uma alternativa para cuja
renovação temos que mobilizar os portugueses nas Eleições Legislativas deste ano. É
uma alternativa que a Europa precisa, para tornar esta década de crise e austeridade
numa nova década de esperança e maior integração. Não deixaremos de fazer ouvir
essa voz jovem nas Eleições Europeias.
O socialismo depende da força da nossa voz, da audácia das nossas ideias e da
persistência do nosso ativismo. Não tenhamos dúvidas que as esperanças, anseios e,
sim, condições de vida dependem do sucesso desta comunidade de ativistas que é a
JS/FAUL. É por isso que, contando Com Todos, não poderemos faltar a esta chamada
de sermos “Uma Juventude de Causas”. Conto convosco!
Miguel Costa Matos
Candidato a Presidente da JS/FAUL

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Uma Comunidade de Ativistas
A gestão da crise económica internacional veio criar uma “era de austeridade”.
Esta era da austeridade, apesar de eficazmente contrariada pelo António Costa,
subsiste como uma forma de pressão e ameaça às políticas públicas que privilegiam a
recuperação de rendimentos e o reforço do Estado Social.
A “era de austeridade” (Streeck), sob a roupagem de um neoliberalismo
altamente ideológico, procurou cristalizar a incerteza como característica principal e
inevitável das nossas vidas. Foi assim que se tornou possível o desgaste profundo das
estruturas da sociedade, da desvalorização das relações de trabalho e da desagregação
das organizações da sociedade civil, através da criação de um ambiente coletivo de
isolamento e incapacidade auto-induzido.
A afirmação de uma sociedade pós industrial, em que a atomização individual
vence sobre os projectos comuns, e em que nenhuma alternativa aparenta realista
precisa de ser contrariada. Na sua falta de pluralidade e na falta de controlo que nos
faz sentir encontra-se o vazio que os populismos pretenderam preencher.
Só poderemos vencer este combate com uma mensagem assente na
capacidade humana para a cooperação, ao invés da competição - e de uma
cooperação na realização de Causas, que desmintam a falta de alternativas e
devolvam ao ser humano o sonho da utopia e a percepção de que realmente pode
transformar a sociedade. A forma de realizarmos este objetivo, trazermos esperança e
sairmos vencedores é através de Ativismo.
O ativismo age para transformar a sociedade. Congrega liberdade individual -
expressa na ligação individual a uma causa e na forma como se faz sentir no agir em
coletivo – e forma-se a partir de uma comunidade, que nos apoie e alavanque os
nossos esforços na justa mas dura luta de concretizar Causas. Assim, só com uma
Comunidade forte de Ativistas conseguiremos aproximar-nos destas realizações.
Só assim podemos aspirar a oferecer respostas ao vazio periclitante do centro
político que, em torno da ideia de consenso, aniquilou o confronto político e recusou
a afirmação de alternativas ao status quo de desigualdade, injustiça generalizada e
insustentabilidade ambiental.
É com uma Comunidade de Ativistas que podemos restituir a legitimidade da
democracia para os eleitorados, impedindo que esta se esvazie no mero ato formal de
depositar o voto na urna, que signifique pouco mais que a prestação de contas às
instâncias do Capitalismo Financeiro.
É este espírito do ativismo, a vontade de estabelecer e partilhar um objetivo
comum, dentro de uma comunidade que, agindo localmente, tem impacto global
(Nash) que pretendemos trazer para dentro da JS/FAUL. Para que a nossa comunidade
seja bem sucedida, precisamos de assentar a sua construção sobre três valores
fundamentais:
1. Confiança;
2. Diversidade;

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3. Solidariedade;
Confiança
✓ As comunidades para poderem ser eficazes na sua ação necessitam de ser
unidas e coesas. Todas as organizações são compostas por pessoas e em
todos os projetos comuns precisamos de sentir que confiamos no outro
para que possamos com ele partilhar uma Causa, um projeto político. Só
conseguiremos ter uma comunidade unida, mobilizadora e reivindicativa
em torno das suas causas se esta reforçar os laços que unem cada um(x)
dos seus membrxs.

Diversidade
✓ As comunidades têm maior capacidade de estímulo à sua pertença, se
permitirem somar um leque tanto maior quanto possível de concretizações
individuais nas causas comuns. A riqueza da comunidade assentará na
diversidade da sua composição, na pluralidade das suas causas e na
capacidade de estabelecer um diálogo de convergência alargado.

Solidariedade
✓ A solidariedade permite uma visão de conjunto, estruturante e de
convergência nas políticas metropolitanas a seguir. Ao terem uma
comunidade de ativistas na conceção, serão pensadas num verdadeiro
espírito de solidariedade e com uma visão que recusa que os problemas
de cada concelho, sejam vistos como sua pertença exclusiva e não de
responsabilidade conjunta da Área Metropolitana.
✓ A solidariedade deve orientar ação inter-concelhias e Federação. Com uma
atuação solidária inter-estruturas, somaremos também confiança e
diversidade na Comunidade.

Em todas as comunidades que encontramos, seja por pertença ou referência,


existe um sentido distintivo do indivíduo que dela faz parte. Da mesma forma, teremos
de replicar esse sentimento e, para isso, é preciso reforçar e trabalhar a afirmação da
identidade JS/FAUL para que esta possa expressar e distinguir a organização,
aproximando-a de uma: Identidade de Ativista. Porque esta permite-nos:

✓ Consolidar vínculos e compromisso dos militantes com a estrutura. É com uma


identidade forte, aberta, sem qualquer cariz exclusivista, que conseguiremos
intensificar o florescimento do sentido de camaradagem e solidariedade
presente na JS/FAUL.
✓ Alavancar as Causas comuns, como uma plataforma em que o ativista trabalha
para contribuir para a transformação da sociedade.
✓ Ter um efeito aglutinador na soma de vozes ativistas às nossas causas, em
função da natureza das mesmas.

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O Ativismo é por natureza eminentemente transformador. É com ele que
conseguiremos agir sobre os desafios do nosso tempo. Assim que este esteja
assegurado, estaremos numa Organização impactante, forte para intervir
politicamente e firme no sentido da transformação da sociedade para o progresso.
Acreditamos que para um Jovem Socialista, mais do que uma forma de organização,
o ativismo oferece garantias.

Ativismo na Organização
A realidade de hoje caracteriza-se por um panorama líquido (Bauman), em que o
modelo assente na autoridade não se revela apto a tutelar as relações humanas de
forma eficiente. Com todo o progresso tecnológico e a velocidade a ele associada, o
panorama passou a caracterizar-se num modelo de interação constante, de partilha
instantânea de informação, do conhecimento e aprendizagem ao longo da vida.

Para conseguirmos responder a este fluxo de mutação constante e aceleração,


precisamos de uma Federação que consiga afirmar Causas Comuns e motivadoras do
ativismo das diferentes concelhias. Não precisamos de uma Federação impositiva e
limitadora das Causas das concelhias, precisamos, sim, de uma Federação capaz de
enriquecer e apoiar as concelhias e os seus núcleos, ao mesmo tempo que as
congrega para causas comuns.

Assim, se pretendemos ter uma organização com um perfil diferente, em que o


Ativismo é a nossa força motriz, precisamos também de adequar a estrutura à
realização dessas finalidades. Para esse efeito, procuraremos:

✓ Aliviar o peso institucionalista presente na vida da estrutura, privilegiando o


trabalho político de cariz ativista.
✓ Privilegiar grupos de trabalho informal em função das áreas de interesse dos
militantes, o que permitirá consolidar laços de camaradagem e solidariedade
dentro da estrutura.
✓ Afirmar uma relação de carácter bilateral. Se, por um lado, a Federação deve
apoiar e suportar as concelhias nos seus ativismos, devem também as
concelhias procurar unir-se em torno das Causas Comuns da Federação,
sabendo que só em conjunto poderão afirmar o sentido de pertença a uma
Comunidade.
✓ Criar conteúdos que permitam explicar a militantes alvo, como os militantes
sub18, o funcionamento dos diferentes órgãos, as diferentes competências e
processos eletivos.
✓ Desempenhar trabalho em rede com outras organizações ativistas.
✓ Disponibilizar o Kit recepção ao militante (manual de introdução da estrutura,
merchandising da Juventude Socialista, carta do Presidente de Federação) -

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Forma de estimularmos a ligação do novo militante à comunidade, permitindo
uma maior integração.

Ativismo em Comunicação
O sucesso da projeção da nossa comunidade de ativistas e das Causas Comuns
que defendemos assentará na nossa capacidade para as comunicarmos. Com a
transformação do digital, a comunicação política sofreu uma alteração profunda. Hoje,
as plataformas são de interação constante e o principal espaço de ação são as redes
sociais, o online ao invés dos palcos tradicionais de atuação. Assim, precisaremos de
afirmar uma Comunidade que comunica o seu trabalho, para tal, propomo-nos a:

✓ Realizar campanhas digitais para afirmação das Causas (30 Causas de


uma Geração que servirão de base ao documento político que será
elaborado posteriormente);
✓ Realizar campanhas direcionadas a demonstrar de que forma as
instituições europeias/governo nacional beneficiaram uma determinada
zona local do espaço territorial da Federação.
✓ Recuperar a revista da JSFAUL, a realizar numa periodicidade trimestral.
✓ Dinamizar Facebook e demais redes sociais, no sentido de ter uma
comunicação ao minuto, feita em vídeos curtos que permitam contribuir
para a divulgação da JSFAUL.

A realidade dos concelhos da Federação, exigem respostas particulares, pois os


territórios apresentam particularidades próprias e necessitam de concretizar objetivos
diferentes. Para garantirmos que a nossa comunidade consegue responder a esta
realidade de políticas multifacetada, é necessário que desenvolvamos uma atuação em
linha reta com dois eixos estruturantes: Proximidade e Abertura.

Proximidade
✓ Só com proximidade conseguiremos sustentar uma visão integrada das
políticas Metropolitanas, privilegiando soluções que dêem respostas às
especificidades do território.

Abertura
✓ Só uma comunidade aberta à sociedade civil não corre o risco de se
esgotar entre os seus membros. Quanto maior for a abertura, inclusão e
aceitação de contributos da sociedade civil, maior o enriquecimento da JS.
✓ Abertura contraria a normatização da atuação via padronização do
comportamento, que torna as organizações permeáveis à estagnação e,
consequentemente, ao esgotamento da sua mensagem. Precisamos de
abertura aos contributos da sociedade, garantindo assim que somos
capazes de introduzir novas dinâmicas de participação.

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✓ A abertura e a maior participação dos cidadãos junto dos partidos políticos
representará mais confiança, credibilidade e reforço da legitimidade dos
partidos e da própria democracia.
✓ Os movimentos sociais congregam hoje dinâmicas assinaláveis do ponto
vista da participação cidadã e do impacto que a sua ação provoca na
sociedade. Bons exemplos disso são os movimentos que se Lixe a Troika,
movimento Occupy Wall Street, ou o movimento Mee Too,
respetivamente. Enquanto organização de ativistas, devemos procurar
enriquecer a nossa agenda de Causas com a partilha de pontos de vista e
a presença em ações coletivas com estes movimentos.

Estas formas de participação, são novas formas de ocupação do espaço público e


devem ser perspetivadas como uma oportunidade para a constituição de uma rede
de ativistas que partilha Causas Comuns connosco, como também uma
oportunidade para enriquecermos a nossa agenda de Causas. Para a constituição
desta rede, procuraremos realizar:

✓ Fórum Movimento Ativista – Pretende-se congregar diferentes organizações


ativistas e outros movimentos sociais e discutir pontos de vista, no sentido do
reforço do diálogo com a sociedade civil.
✓ Carta de Princípios da JS + Movimento Ativista – Pretende-se estimular o
trabalho em rede através da criação de uma carta de princípios comuns a um
conjunto de movimentos sociais.
Ativismo na Capacitação
A afirmação da nossa Comunidade de Ativistas, de Causas e a consolidação da
estrutura exigem investimento na capacitação e formação dos militantes. Todo o
investimento no enriquecimento dos militantes representará numa JSFAUL mais forte
e capaz para vencer as suas Causas. A capacidade de renovação dos nossos
argumentários políticos é imprescindível no tempo volúvel e instantâneo característico
das sociedades complexas. Investir na renovação da nossa mensagem é investir em
novo vigor para a defesa das nossas Causas Comuns.
Assim, para investir na capacitação da organização, lançaremos:

✓ Gabinete de Estudos António Arnaut, que visará a renovação dos


argumentários políticos, o desenvolvimento das propostas políticas e a
formação dos militantes da JSFAUL.
✓ Uma Academia de Formação Política Anual anual, subordinada a temas de
âmbito local e nacional. Procuraremos fomentar a ligação com a ANJAS FAUL.
✓ Um Guião de acompanhamento do Processo de Descentralização;
✓ Livro - “30 Causas de uma Geração”, como documento estruturante de 30
causas da nossa Geração

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Uma Comunidade De Causas

“Com todos e para todos” parte de um conjunto de jovens políticos que


recusam a política da negatividade e uma visão que aceite desassociá-la da sua
dimensão transformadora.
Entendemos que um dos fatores de crise da política se justifica na falta de
sintonia entre atuação e discurso político, motivadora de cansaço nas nossas
democracias. Foi esta falta de sintonia que, numa perspetiva histórica, confrontamos
em muitos socialistas que, ao ceder em demasia à direita, deixaram de ser
consequentes e coerentes com os valores da igualdade, liberdade e solidariedade que
defendemos.

Somos uma geração que se afirma sem tibiezas à esquerda. Pretendemos


continuar a trajetória de convergência iniciada nesta legislatura com toda a Esquerda
Democrática.

Com uma Comunidade de Causas, daremos continuidade às propostas que a


Juventude Socialista, sabendo todavia renovar esta propositura política, trazendo
novos temas à colação e colocando na agenda política soluções inovadoras para
problemas que há muito preocupam os jovens socialistas. Só numa Comunidade de
Causas mobilizaremos a militância em torno da dignificação da ação política e do
reforço da sua capacidade transformativa.

Causas na Igualdade
A Juventude Socialista tem tido um papel cimeiro na luta pela igualdade de
oportunidades para todos, tendo estado sempre na linha da frente na defesa de um
país mais igual, inclusivo, tolerante e progressista. Com as várias conquistas que já
obtivemos, desde a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), o casamento de casais
do mesmo sexo e possibilidade de adoção, tal como a abolição de práticas cirúrgicas
danosas em crianças interssexo, estas causas são não só estruturantes para a nossa
agenda política, como marcas da nossa identidade.

A Juventude Socialista não pode ser complacente com as suas conquistas.


Precisamos de renovar as nossas vitórias, reforçar argumentários políticos e firmar
novas igualdades por cumprir. Assim, defendemos como Causas:

✓ Aprofundar o compromisso da Juventude Socialista com a igualdade de


género, assumindo um feminismo interseccional, em que todos os
padrões culturais de opressão constituem um espectro de desigualdade
multidimensional, tais como classe, etnia, orientação sexual ou género.
✓ Rejeitar o binarismo de género, defendendo que cabe à
autodeterminação de cada um a sua identidade de género, e criando para
o efeito um terceiro género, à semelhança de outros países, que possa

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incluir todos aqueles que não se revêem no género feminino e género
masculino.
✓ Combater a violência de género, através do endurecimento da moldura
penal contra o assédio sexual, a violação e a violência doméstica e no
namoro.
✓ Adotar uma política de tolerância zero face ao assédio sexual dentro da
estrutura, através da adoção de novas formas de facilitar a sua
comunicação segura e da criação de um grupo de trabalho para assegurar
uma cultura de afetos consentidos.
✓ Reforçar o apoio às vítimas de violência de género, encorajando as
autarquias a criarem centros de acolhimento temporário para vítimas.
✓ Denunciar e corrigir todas as formas de discriminação, nomeadamente a
desigualdade salarial, valorizando ainda a participação das mulheres em
cargos de liderança.
✓ Valorizar o trabalho de assistência, doméstica e familiar, raras vezes
remunerado, e assumido ainda de forma desproporcional pelas mulheres.
✓ Promover uma maior partilha do trabalho físico, mental e emocional no
seio do lar e da família.
✓ Protagonizar a defesa de maior cobertura das creches e do pré-escolar da
rede solidária não-lucrativa e da rede pública, reconhecendo que esta Área
Metropolitana tem a menor taxa real de pré-escolarização do país.
✓ Melhorar o acesso à IVG no Serviço Nacional de Saúde, atualmente
constrangido em vários hospitais.
✓ Reforçar a voz das pessoas LGBTI no sentido da diminuição dos
constrangimentos burocráticos no processo de mudança de sexo,
principalmente a despatologização da identidade trans.
✓ Maior formação acerca destes grupos no seio escolar, em conjunto com
associações ligadas à causa, de modo a evitar a exclusão social, a
transfobia, o estigma existente e, ao mesmo tempo, fomentar empatia,
compreensão e respeito por quem não se sente bem com o seu próprio
corpo de nascença.
✓ Regulamentar o trabalho sexual de forma a que os trabalhadores do sexo
tenham liberdade de escolha individual, protegendo-os dos abusos
associados a este trabalho e dando-lhes maior proteção social.

Além destes eixos de ação, devemos também procurar concretizar maior


igualdade para as minorias étnicas, conseguindo que as mesmas pratiquem o
exercício pleno dos seus direitos. Assim, devemos procurar refletir e entender o
racismo estrutural existente. Uma posição consolidada neste debate é o primeiro
passo para uma maior compreensão da marginalização e consequente resolução da

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mesma, com a criação de cidades mais inclusivas. Assim, é necessário termos como
Causa Comum:

✓ Aprofundar o debate interno acerca da recolha de dados étnico-raciais e


de que forma pode ou não ser operacionalizada para obter respostas
eficazes no combate à discriminação.
✓ Rejeitar a narrativa colonialista presente nos manuais escolares, que
subtilmente esconde as atrocidades cometidas pelos portugueses na época
dos Descobrimentos. Com isto, defendemos um ensino da História mais
abrangente que não se foque apenas nos colonizadores, portugueses de
então, mas também no impacto que houve nas colónias e uma maior
ênfase na explicação do fenómeno da escravatura.
✓ Afirmar cidades mais inclusivas, onde a multiculturalidade se destaca,
rejeitando a “guetização” como modelo de ordenamento do território.
✓ Combater a xenofobia, defendendo a integração dos imigrantes e
respetivas condições de vida necessárias como saúde, habitação e
trabalho.
✓ Apoiar uma reforma à Lei da Nacionalidade já alcançada, acabando com o
privilegiar do jus sanguinis (direito de sangue) sobre o jus soli (direito de
solo) na medida em que cria condições de desigualdade enormes para
quem sempre viveu em Portugal e nunca conseguiu adquirir os seus
direitos de cidadania portuguesa.

O apoio às pessoas com necessidades especiais é fulcral desde a juventude. É


do interesse da JS albergar todos por igual, criando oportunidade de contribuição
cívica e política destes jovens, para poder corresponder às suas necessidades com
maior eficácia. Devemos estar na linha da frente para políticas públicas que pretendam
criar maior inclusão nos nossos concelhos. Assim, devemos afirmar como Causa
Comum:

✓ O ensino curricular de caráter optativo de língua gestual portuguesa e leitura


em braille em todas as escolas, de maneira a promover uma melhor
comunicação com pessoas mudas e cegas e a respetiva integração nas escolas
e, consequentemente, na sociedade.

✓ Continuar o desenvolvimento do Modelo de Apoio à Vida Independente,


incentivando as autarquias a melhorarem o acesso a pessoas de mobilidade
reduzida, cegas ou surdas e acompanhando a concretização dos Centros de
Apoio à Vida Independente e a implementação da Prestação Social para a
Inclusão.

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✓ Desenvolver os mecanismos de apoio públicos para a reconversão e adaptação
de habitação para as pessoas com mobilidade reduzida e outro tipo de
limitações físicas, promovendo a sua crescente independência.

Causas na Democracia e no Poder Local


Enquanto JS FAUL devemos procurar responder a uma significativa descrença
nos partidos políticos, que se constata pela ascensão de ideias populistas, na Europa e
no mundo, e em altas taxas de abstenção.
Associada a estes fenómenos, a Globalização foi parteira da demissão do
Estado sobre um conjunto de setores e responsabilidades, acompanhando a abertura
de fronteiras a pessoas, bens e serviços. Nos dias de hoje, instituições como a União
Europeia são postas em causa do ponto de vista da sua capacidade (ou incapacidade)
para responder com proximidade aos problemas sentidos pelo cidadão e na garantia
de sobrevivência do Estado de Direito Democrático.
Um Estado Global, que consiga construir um amplo diálogo entre decisores
políticos e cidadãos, só pode sobreviver democraticamente num sistema político que
tenha como primeiro pilar o Poder Local. Poder local mais próximo, traduzirá maior
transparência e responsabilidade no exercício do mandato. Assim, devemos afirmar
como Causa Comum:
✓ Uma política de descentralização de competências, tornando a gestão de
certos serviços do Estado mais próxima e eficiente.
✓ Mais poderes na Área Metropolitana de Lisboa nomeadamente em
matérias como os transportes, o ambiente, o turismo ou a habitação.
✓ Apoiar a proposta do Partido Socialista para a transformação das
competências das CCDR.
Para que a Área Metropolitana de Lisboa reforce a sua legitimidade
democrática e ganhe um sentido prático enquanto nível de ação política, precisamos
de afirmar como Causa Comum:
✓ Eleger em sufrágio universal uma Assembleia Metropolitana, que possa
constituir um executivo metropolitano.
✓ Reforçar processos participativos como o Orçamento Participativo Jovem.
✓ Reforçar a aposta em Conselhos da Área Metropolitana, em particular, o
Conselho da Juventude.
Para que possamos falar de um Conselho Metropolitano da Juventude, temos,
antes de mais, de afirmar os Conselhos Municipais da Juventude. Estes órgãos são
muitas vezes negligenciados, não chegando a ser convocados por longos períodos de
tempo e, quando o são, acabam por ter uma influência reduzida na tomada de
decisões. No sentido da afirmação dos Conselhos Municipais da Juventude, devemos
pugnar por:

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✓ Uma dotação de verba anual e obrigatória destinada a projetos em
temáticas relacionadas com a educação, a participação cívica, a cultura e
o desporto.

Também os municípios e as freguesias devem ter competências reforçadas,


para que possam executar as competências que já têm de uma forma mais abrangente
e eficiente. A descentralização tem necessariamente de ser acompanhada de meios
financeiros e humanos bastantes para a realização das competências visadas.
O XXI Governo já adotou medidas tendentes à descentralização e, tratando-se de
uma realidade nova, mas presente, necessitamos de afirmar como causa comum:

✓ Criar o “Observatório da Descentralização” destinado a acompanhar o


processo de transferência de competências em curso, elaborar propostas
sobre esta matéria e estudar os seus impactos.

A árdua tarefa de reforçar os laços entre o cidadão e as decisões políticas não


se esgota na descentralização de competências. O Poder Local deve ser a estrutura do
Estado mais próxima da democracia participativa, afirmando-se também como uma
ponte entre o cidadão e o Poder Central. Nesse sentido, promoveremos um modelo
assente:

✓ Em decisões autárquicas o mais participadas possível, estimuladas por


boas práticas de proximidade (por exemplo, o Orçamento Participativo)
que chamem o indivíduo à decisão.
✓ No aproveitamento dos meios digitais (por exemplo, a aplicação “Na
Minha Rua”, da Câmara Municipal de Lisboa) para estimular a ligação do
cidadão à participação política.
Os jovens socialistas, quer sejam ou não autarcas, devem sentir a
responsabilidade política que a militância significa e, desta forma, utilizar a estrutura
como uma ponte entre os cidadãos e os órgãos políticos autárquicos. Assim,
procuraremos dinamizar como Causa Comum:
✓ Trabalhar com ANJAS FAUL, criando uma comunidade de apoio aos jovens
autarcas socialistas e um repositório de votos, moções e informações que
possam apoiar o trabalho autárquico.
✓ Desenvolver um “Guia de Boas Práticas Autárquicas” que procure
enaltecer as melhores práticas das nossas autarquias e, em particular, dos
nossos autarcas, com especial destaque para as iniciativas de reforço da
transparência e participação política.
O Poder Local é a melhor resposta aos problemas criados pela Globalização. A
descentralização será uma ferramenta determinante para combater os problemas
sentidos pelos jovens, com o melhoramento da sua qualidade de vida, com melhores

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transportes e com mais direitos assegurados. As autarquias devem ser a primeira
pedra do edifício do Estado: mais aberto, plural e democrático.

Causas no Conhecimento & na Cultura


Escola Pública
A Escola Pública e o Ensino Básico e Secundário apresentam-se como pilares da
sociedade, na medida em que têm a responsabilidade de preparar os cidadãos do
futuro. A escola pública tem o papel fundamental de formar valores e formar
cidadãos, assim como garantir oportunidades iguais para todos. Assim sendo, é
preciso capacitar a Escola de modo a que cumpra a sua função na plenitude e se
adapte aos novos tempos.

A tecnologia e o século XXI mudarão o papel do ser humano. Os modelos de


ensino baseados na teoria e no raciocínio exclusivamente lógico-matemático
tornam-se obsoletos quando o conhecimento está, agora, à distância de um clique e
em que as máquinas substituirão muitas das funções da humanidade. É necessário,
por isso, alterar o paradigma, indo além de um ensino de conhecimentos, para um
ensino também de capacidades, atitudes e valores.

Com vista à modernização e capacitação do sistema de ensino básico e


secundário, enquadrando-o nos desafios do século XXI, precisamos de afirmar como
Causas:

✓ Voltar a contar com a representação dos alunos no Conselho Pedagógico e


reforçar a sua representatividade no Conselho Geral, perspectivando uma
escola democrática que tenha em primeiro lugar os interesses da sua
comunidade educativa.
✓ Diversificar os instrumentos de avaliação na Escola, indo além dos testes e
exames.
✓ Assegurar a plena e eficaz implementação da componente do currículo de
Cidadania e Desenvolvimento, assegurando que esta aborda temáticas
como Direitos Humanos, Igualdade de Género, educação para a saúde e
alimentação, educação sexual, funcionamento das instituições e
participação democrática, literacia financeira, educação animal, entre
outros.
✓ Apostar num serviço universal e gratuito de ensino pré-escolar,
reconhecendo o seu papel fulcral no posterior sucesso escolar e o facto da
Área Metropolitana de Lisboa concentrar a menor taxa real de pré-
escolarização do país, ainda assim muito beneficiada pelo setor privado.
✓ Reforçar a orientação escolar e vocacional nas escolas, recuperando o
papel dos Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) para que consigam dar

15
resposta aos alunos, em particular no 9.º ano de escolaridade e no final do
ensino secundário, valorizando todas as ofertas educativas e formativas,
com particular ênfase na valorização do Ensino Profissional.

✓ Alargar as disciplinas de artes do 5º ao 9º ano como disciplinas opcionais.


✓ Estudar a reforma dos cursos científico-humanísticos para um modelo
mais flexível e modular, que não obrigue os jovens a uma escolha rígida
pela sua área de estudo no 9º ano.
✓ Debater a revisão do modelo de acesso ao Ensino Superior, no sentido de
valorizar o perfil do estudante como um todo, nomeadamente a sua
experiência de vida e atividades extra-curriculares, e não apenas os seus
resultados académicos.
✓ Repensar a utilização dos exames finais nacionais dos cursos científico-
humanísticos como provas de ingresso no concurso nacional de acesso ao
ensino superior porque não abrangem o currículo de quase 50% dos alunos
do ensino secundário.

✓ Acompanhar as condições dos equipamentos de ensino, apoiando a


retoma dos investimentos no parque escolar da nossa Área Metropolitana e
a pronta resolução de casos como o Liceu Camões.

✓ Persistir num reforço da autonomia das escolas, para que possam adoptar
estratégias e respostas à medida dos seus contextos educativos,
promovendo uma visão integrada e articulada das diferentes disciplinas,
incluindo o recurso à coadjuvação.
✓ Aprofundar o debate sobre o acesso à alimentação em cantinas escolares.
✓ Operacionalizar o funcionamento das cantinas escolares no período de
férias, de forma assegurar o acesso à alimentação.
✓ Garantir a inclusão, de forma universal e gratuita, do pequeno-almoço nas
cantinas escolares.
✓ Estudar novos modelos de gestão das cantinas escolares, privilegiando uma
aposta que assente na gestão pública e escolar das referidas cantinas.
✓ Pugnar pelo reforço da rede de transporte escolar, especialmente nos
concelhos da Área Metropolitana de Lisboa com menor densidade
populacional.

A Juventude Socialista reconhece e valoriza o papel fundamental dos


professores no Ensino. O sucesso do modelo de educação finlandês deve-se, entre
outros fatores, ao papel do professor e a importância da sua valorização na
sociedade. Para conseguirmos um sistema de Educação de sucesso, precisamos de
agentes motivados. Assim, propomos como causas:

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✓ Rejuvenescer os quadros de docentes nas escolas, em resposta à
alarmante estatística de que apenas 0,4% dos professores têm menos de 30
anos.
✓ Investir na formação dos professores para a pedagogia ao longo da
carreira.

Ensino Superior
A valorização do conhecimento científico, enquanto um dos pilares do
desenvolvimento da nossa comunidade, é fundamental para o futuro. Sabemos que
hoje o cumprimento do desígnio constitucionalmente consagrado de acesso ao ensino
tendencialmente gratuito não se encontra realizado. Também nas condições de
partida dos candidatos encontramos obstáculos ao acesso efetivo, decorrentes de
anos de políticas discriminatórias para com os jovens estudantes do Ensino Profissional
e Artístico.

Urge pois afirmar um Ensino Superior para todos, mais inclusivo, aberto à
sociedade e ao papel fundamental dos jovens estudantes. Esse é um desígnio para
todos os socialistas, mas especialmente para os da FAUL que no seu território tem a
maior cidade universitária do país, com mais de 120 mil alunos.

Nesta frente, avançaremos pelas seguintes causas:

✓ Adotar a Propina Zero no 1º ciclo de estudos, já praticada na Dinamarca,


Alemanha (desde 2007), Grécia, Eslovénia, Áustria, Malta, Finlândia,
Turquia, Noruega e Suécia, reduzindo a propina gradualmente ao longo de
5 anos.
✓ Definir um teto máximo para as propinas no 2º e 3º ciclo.
✓ Regulamentar as taxas e emolumentos, que afetam mais aqueles que têm
menos capacidade de os pagar.
✓ Proibir a retenção por faltas no ensino superior, que apenas prejudica os
trabalhadores-estudantes, estudantes com dificuldades de saúde mental,
estudantes cuidadores, estudantes com dependentes a cargo, e outros
casos de vulnerabilidade social.
✓ Criar o Estatuto de “Gap Year”, permitindo o deferimento da colocação
obtida por um ano.
✓ Estender a todos os estudantes do Ensino Superior o passe sub-23, tendo
em vista a sua futura gratuitidade.
✓ Aproveitar iniciativas como a Inspiring Future para promover o acesso ao
ensino superior.
✓ Possibilitar a transferência de cursos, não prejudicando o aluno.
✓ Assegurar maior coerência no processo de equivalências entre cadeiras
realizadas em diferentes faculdades no âmbito do programa Erasmus.

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✓ Valorizar do Programa Almeida Garrett, que replica o programa Erasmus
dentro da rede de ensino superior portuguesa.
✓ Promover a informatização da entrega de trabalhos e do processo de
avaliação.
✓ Lutar por uma maior representatividade dos alunos nos órgãos de decisão
das instituições de ensino superior.
✓ Replicar o contrato de confiança na atribuição da ação social escolar
existente já dentro do Ensino Superior para a transição entre o secundário
e o superior.
Temos de ter a coragem de afirmar os custos de habitação, como uma
segunda propina para os estudantes portugueses. Para garantir uma efetividade do
direito à educação, é necessário dar resposta à falta de acesso a habitação nas cidades,
uma vez que 42% dos estudantes do ensino superior estão a residir fora do agregado
familiar. Hoje, um quarto em Lisboa custa em média 485 euros, preço que muito
dificilmente consegue ser suportado por um jovem. Assim, enquanto comunidade de
ativistas intransigente na defesa dos jovens, propomos:
✓ Disponibilizar, até 2030, um quarto numa residência a todos os jovens
universitários no primeiro ano da licenciatura.
✓ Reformar o Complemento de Alojamento, calculando-o em função do
custo da habitação no concelho onde estudam, ao invés do seu cálculo em
função do IAS.
✓ Considerar mecanismos que assegurem que uma maior fatia do
arrendamento de quarto a estudantes é formalizado, conferindo assim
maiores direitos ao jovem arrendatário.
✓ Aproveitar a descentralização da gestão de edifícios públicos devolutos
para encorajar as autarquias a criarem residências universitárias.
✓ Garantir que as residências universitárias estão devidamente equipadas,
com equipamentos condignos à vivência do dia-a-dia, como salas de
estudo, facilidades de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, entre
outros.
✓ Adotar condições especiais de urbanismo para a criação de residências
universitárias, a par das já praticadas para a reabilitação urbana.

Importa também refletir sobre medidas que promovam a melhoria do ensino


nas universidades. As Universidades não são meros repositórios do conhecimento. O
debate sobre o ensino superior não se pode limitar às condições de ingresso e de
estudo, há que refletir sobre a qualidade de ensino e procurar promover medidas que
visem a sua melhoria. Temos, portanto, como causas:

✓ Criar um programa de formação pedagógica dos docentes do ensino


superior de modo a capacitá-los para a docência.

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✓ Lutar por um ensino superior mais inclusivo para pessoas com deficiência,
reconhecendo e trabalhando as insuficiências das infraestruturas mas,
também, no próprio processo de ensino e aprendizagem, em particular no
que concerne à avaliação e certificação.
✓ Promover os estudantes como co-criadores do currículo, promovendo uma
reflexão sobre quais os conhecimentos essenciais que um aluno deve
adquirir em cada grau académico.
✓ Valorizar os cursos técnicos superiores profissionais (TeSP) e unificação de
modelos com outros cursos de nível 5.
✓ Reforçar a componente modular e optativa dos currículos universitários.

Causas na Cultura
A cultura constitui um investimento fundamental para a democracia. A
própria qualidade da democracia é definida pela cultura do seu povo. Importa, por
isso, perceber porque Portugal é dos países, na Europa, com menores hábitos de
consumo de bens culturais, a par de países como a Hungria, Áustria, Itália e Polónia,
onde os movimentos populistas florescem.

O atual governo entendeu a cultura como uma prioridade e dotou o setor do


maior orçamento da história da democracia em Portugal. É fundamental prosseguir
com este compromisso ímpar de investimento na cultura. Por isso precisamos de
afirmar como causas:

✓ Continuar o reforço assinalável de verbas atribuídas à cultura tanto na


Administração Central como nas autarquias.
✓ Acompanhar os resultados da revisão do modelo de apoio às artes, em
conjunto com os profissionais do setor.
✓ Estabelecer a gratuitidade de todas as visitas de museus e equipamentos
culturais em contexto de “Visita Escolar de Estudo”.
✓ Promover a “Cultura na Rua”, através do reforço de apoios das autarquias a
esta atividade muitas vezes desprezada e do engajamento de
equipamentos e instituições culturais neste efeito.
✓ Criar um Cartão Cultura para as fami ́lias, que consiste num crédito anual ou
mensal, atribui ́do pelo Estado para as fami ́lias gastarem em Atividades
Culturais.
✓ Promover uma maior descentralização da oferta de atividades culturais.
✓ Criar um regime especial para agentes do setor cultural no concurso
nacional de acesso ao ensino superior, como se verifica atualmente para os
atletas de alta competição.
✓ Criar incubadoras e residências culturais para locação a custos controlados
de projectos de carácter cultural.

19
✓ Desenvolver uma aplicação tecnológica do Mapa Cultural Metropolitano,
que identifique e informe sobre as várias iniciativas, associações e
equipamentos culturais existentes na Área Metropolitana.
Causas da Emancipação Jovem
A emancipação é, fundamentalmente, a liberdade de cada um poder realizar-se
de forma autónoma e desenvolver a sua personalidade e preferências de acordo com a
sua individualidade. Esta só é possível quando o Estado garante os meios para o
exercício dessa efetiva liberdade, criando as condições para que, na esfera do
trabalho, este seja digno e justo e, na habitação, consiga garantir a cada um de nós a
possibilidade de habitar uma casa digna, com um espaço relativamente inviolável,
onde sejamos capazes de formar uma família.

Em Portugal, os jovens saem de casa tardiamente, em média aos 29,9 anos.


Tardiamente têm filhos, em média aos 31,5 anos de idade, sendo que muitos destes
não é por não quererem, mas por não poderem. Apesar de se ter reduzido para
metade, o desemprego jovem ronda ainda os 17,6%, mais do dobro da média nacional.

O Trabalho
O Trabalho é uma das grandes questões da nossa geração. Precisamos de ter,
como prioridade de uma geração de causas, o combate à precariedade laboral. A
falta de contratos de trabalho, os falsos recibos verdes e os contratos a termo retiram
direitos garantidos da parte mais fraca na relação. O trabalho apenas poderá
dignificar-se se a relação de forças entre trabalhador e patrão forem mais equilibradas.
Para afirmar o nosso direito a um trabalho digno, precisamos de afirmar como causa
comum:

✓ Dotar de mais recursos humanos e materiais a Autoridade para as


Condições do Trabalho.
✓ Discutir o endurecimento do regime de sanções ao incumprimento do
código de trabalho, passando pela criminalização dos falsos recibos verdes
e pela criação de uma lista taxativa dos trabalhos que possam ser
cobertos por este regime.
✓ Reforçar a proteção social dos jovens, não obstante estarem no mercado
de trabalho há pouco tempo.
✓ Promover um maior conhecimento sobre o Direito do Trabalho, aos
Sindicatos e à Contratação Coletiva, promovendo formações tanto pela
ACT como nas escolas.
✓ Tornar informação obrigatória no momento de realização do contrato de
trabalho, as delegações sindicais na empresa, comissões de trabalhadores e
convenções coletivas em que este possa ser abrangido.

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✓ Discutir a implementação de mecanismos de distribuição de dividendos
aos trabalhadores, de forma a mitigar a assimetria entre capital e trabalho
e aumentar a motivação dos trabalhadores.
✓ Integrar representantes dos trabalhadores com direito a voto nos
Conselhos de Administração das empresas, em linha com o praticado no
Norte da Europa.
✓ Incentivar a criação de cooperativas e de empresas sem fins lucrativos.

Portugal é o 5º país da União Europeia em que se trabalha mais horas, com


uma média de 41 horas por semana, ou 1797 horas anuais, mais 77 horas que a
média europeia, e dos que se goza menos dias de férias, com um total de 22 dias de
férias anuais, menos 2,6 dias de férias que a média europeia.

Acreditamos que o tempo de descanso é fundamental para o cidadão


alcançar desenvolvimento enquanto pessoa humana. Ter tempo para si, para a sua
família e outras atividades e, acima de tudo, que trabalhe para viver e não que viva
para trabalhar. É por isso necessário assegurar:

✓ Passar a indicar o salário mínimo como horário e tornar obrigatória a


referência ao salário por hora, consciencalizando os trabalhadores do valor-
hora do seu trabalho.
✓ Reduzir o tempo de trabalho semanal para as 35 horas tanto no setor
público como privado.
✓ Aumentar os dias de férias de todos os trabalhadores, alterando o mínimo
legal de 22 para 25 dias, acompanhando a média europeia e, assim,
garantir o indispensável tempo de descanso.
✓ Discussão sobre a limitação e tributação dos salários de topo, aprofundado
a proposta da JS de “Salários Justos”.

Portugal continua ainda com um nível de desigualdade superior ao da média


europeia, com os gestores a receberem em média 46 vezes mais que o salário médio
de um trabalhador.
✓ Discutir a implementação de mecanismos de distribuição de dividendos
aos trabalhadores, de forma a mitigar a assimetria entre capital e trabalho
e aumentar a motivação dos trabalhadores.

✓ Indexar o salário mínimo à inflação ou ao crescimento da produtividade,


garantindo que este acompanha a contribuição dos trabalhadores para o
produto.
A Habitação
A habitação é parte fundamental da dignidade dos cidadãos e assume-se como
um direito constitucional que conforma o efetivo exercício da liberdade, sem o qual
nunca poderemos viver numa sociedade decente.

21
Hoje, o problema das rendas aparece-nos com um dos principais problemas nas
principais cidades, em especial da Área Metropolitana de Lisboa e do Porto. Só em
2018 os valores subiram em média 20%, sem se fazerem acompanhar de um aumento
proporcional no rendimento dos portugueses.
A partir de 2014, Lisboa liderou o crescimento turístico europeu, com um valor
acima dos 15%. A especulação imobiliária veio a agudizar os problemas da habitação,
aumentando o valor da renda e diminuindo os fogos para arrendamento pela sua
reconversão para alojamento local. Assim, cabe-nos defender medidas para mitigar
os efeitos da especulação, através de diferentes vias, como:
✓ Criar um fundo de garantia mútua para aquisição da primeira habitação, a
par do já existente para crédito empresarial, permitindo aos jovens
dispensar um fiador e obter condições mais favoráveis.
✓ Isentar de Imposto de Selo e IMT os jovens que comprem a sua 1ª
habitação, rejeitando que a nossa geração esteja condenada a ser
arrendatária.
✓ Transformar o Porta65 numa prestação social a conceder a todos os jovens
elegíveis, substituindo o atual modelo exclusionário e excessivamente
burocrático.
✓ Investir num parque habitacional público, a rendas acessíveis.
✓ Recuperar as linhas de crédito para reabilitação imobiliária com
intervenção do estado, dirigindo-as especialmente ao público jovem.

✓ Criar uma entidade de supervisão e fiscalização do cumprimento da lei, a


par da ACT ou da ASAE, protegendo tanto arrendatários como senhorios.

A Família Jovem
Hoje é extraordinariamente difícil para os jovens começar uma família. Os
custos financeiros, que vão desde educação, alimentação, higiene, representam em
média 236€ a 678€ euros por mês com cada filho por agregado (até aos 25 anos), às
quais acrescem as dificuldades de gerir o tempo da família e do trabalho. Em
consequência destes fatores, o resultado é uma parentalidade mais tardia e com
menos filhos, que deixa sem resposta os desafios demográficos atuais. Para
responder a estes desafios, propomos:

✓ Discutir a licença parental obrigatória para homens e mulheres e aumentar


progressivamente o tempo da licença parental remunerada.
✓ Promover a flexibilização de horários de trabalho durante o primeiro ano
da criança.
✓ Reforçar da disponibilidade de creches públicas e gratuitas.
✓ Continuar a aumentar progressivamente o Abono de Família, ajustado à
inflação.

22
Causas na Mobilidade
A qualidade de vida, especialmente numa área metropolitana, depende da
capacidade dos cidadãos se deslocarem dentro da mesma. A mobilidade tem, pois,
que ser vista como um direito. No entanto, esse direito é posto em causa por um
sistema de transportes desarticulado, caro e fragmentado por pequenos monopólios
locais que falham sistematicamente o seu papel de serviço público.
A preferência pelo transporte privado, em detrimento do coletivo, constitui
uma ameaça, não só pelo seu contributo para as alterações climáticas, mas também
pela a poluição do ar e do ruído refletida na qualidade de vidas das cidades. Equivale a
mais congestionamento e tempo perdido em deslocações, ao mesmo tempo que
rouba às cidades espaços que poderiam servir as pessoas.
A aceleração do aquecimento global obriga a que todas as políticas
direcionadas à mobilidade sejam enquadradas com uma dimensão de
sustentabilidade ambiental e de promoção do ganho ecológico.
Assim, defendemos como Causas na mobilidade:
✓ Assegurar a gestão pública da Carris metropolitana e a gestão pela Área
Metropolitana do Metropolitano de Lisboa.
✓ Reduzir o custo do transporte público dos atuais 0,17-0,27 €/km para o
custo médio do transporte individual (0,09 €/km), assumindo como
princípio a progressiva gratuitidade dos transportes coletivos.
✓ Cobrir toda a Área Urbana de Lisboa com a rede de transportes públicos,
através do reforço da rede e oferta, e com o Passe Único Metropolitano,
incluindo também os concelhos de Azambuja e Arruda dos Vinhos.
✓ Promover a substituição e renovação das frotas públicas para novos
veículos mais ecológicos.
✓ Construir bolsas de estacionamento próximas de transportes públicos, em
especial nas periferias da cidade de Lisboa.
✓ Incrementar soluções de mobilidade partilhada.
✓ Promover o apoio financeiro à aquisição de carros elétricos e a melhoria
da rede de carregamento.
✓ Promover o apoio ao abate ecologicamente sustentável de veículos antigos
e com emissões elevadas.
✓ Incentivar soluções que privilegiem meios de mobilidade leve, como a
utilização de bicicletas e outros, através da construção de ciclovias e da
criação de sistemas públicos de transportes partilhados no Poder Local.

✓ Dotar os transportes públicos de infraestruturas que garantam o acesso a


todos, como por exemplo a construção de elevadores, rampas, entre
outras.

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✓ Promover a construção de parques de estacionamento próximos de
interfaces de transportes públicos, facilitando a utilização dos mesmos.
Causas na Saúde e no Desporto
Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais sérios de saúde pública, em
Portugal e em todo o mundo, sendo perspectivada como a epidemia do século XXI.

O baixo consumo de frutas e hortícolas, a elevada ingestão de refrigerantes e


a inatividade física são os principais motivos do aumento da obesidade na população
jovem portuguesa. Segundo a Direção Geral da Saúde, Portugal é um dos países
europeus com maior prevalência de obesidade juvenil, pois cerca de 32% sofre de
excesso de peso, dos quais 11% são considerados obesos. A Área Metropolitana de
Lisboa é também a região do país com maior taxa de obesidade e menor taxa de
atividade física.
Como forma de promover um país mais saudável e com maior qualidade de
vida, defendemos como Causas:
✓ Campanhas de sensibilização para a importância dos hábitos alimentares
saudáveis, incidindo especialmente sobre a dieta mediterrânica;

✓ A substituição dos alimentos de fast-food vendidos nas máquinas de


venda automática, em todas as Universidades de Lisboa, por bens
alimentares saudáveis como fruta, saladas frescas e snacks. Não se
pretende, com isto, proibir totalmente a venda de chocolates, bolachas e
bebidas açucaradas nas vending machines, mas providenciar aos alunos
uma maior oferta de produtos saudáveis, sem que haja uma disparidade
dos preços, que é decisiva no momento da escolha do consumidor.

✓ A integração da educação para a alimentação saudável no plano


curricular dos alunos de 2º e 3º ciclos, nomeadamente com sessões
práticas/ workshops de comida saudável nas escolas, lecionadas por
nutricionistas profissionais.

✓ Promover o desenvolvimento da cultura desportivo-universitária que se


fomenta a integração dos jovens, a promoção da educação e ainda uma
melhoria da saúde física e mental.

Consideramos assim indispensável que as próprias Universidades sejam


chamadas a contribuir para o bem-estar físico e mental dos seus alunos. Para o efeito,
faremos ativismo com as organizações de Estudantes Universitários para
afirmarmos:
✓ Uma previsão na carga horária dos estudantes universitários de um tempo
para se dedicarem à atividade física, que deve ser promovida pelas
instituições de Ensino Superior, de forma gratuita.

24
A saúde mental dos estudantes universitários tem vindo a despertar maior
cuidado devido ao aumento da prevalência e gravidade das perturbações psiquiátricas.
São inúmeras as causas que contribuem para este facto: pressão académica, pressão
profissional, deterioração de relações de amizade e a criação de expectativas
generalizadas, muitas vezes frustradas.
Um estudo realizado durante o ano letivo 2017/2018, no âmbito do programa
“+Contigo”, desenvolvido por escolas de todo o país, conclui que há cerca de 26% de
estudantes que têm sintomas depressivos, e destes, cerca de 40% estão em risco
elevado de terem comportamentos auto lesivos. Segundo a OMS, o suicídio é a
principal causa de morte entre os 15 e 29 anos, globalmente.

O aumento da prevalência da ansiedade e depressão nos jovens é inegável pelo


facto de serem vendidos, em Portugal, cerca de uma dezena de milhões de ansiolíticos
e anti fármacos por ano. Mais, segundo o Programa Nacional para a Saúde Mental de
2017, cerca de 17% dos estudantes do ensino público com 18 anos já consumiram
este tipo de substâncias psicoativas, dos quais 6,2% sem prescrição.
Enquanto Comunidade de Ativistas, precisamos de defender como Causas
Comuns:

✓ Promoção da Causa da Saúde Mental e os conhecimentos das doenças


mentais como uma Causa da Geração;
✓ Sensibilizar a sociedade civil para as consequências do consumo indevido
de substâncias psicoativas e outros medicamentos utilizados para o
tratamento do desequilíbrio emocional.
✓ Defender a implementação nacional de um programa educativo sobre a
saúde mental e os seus impactos, a ser lecionado por profissionais de
saúde pública, nas Escolas Básicas e Secundárias, no âmbito da disciplina
de Educação para o Desenvolvimento.
✓ Criação de gabinetes de apoio psicológico nas instituições de ensino,
tanto no básico e secundário como no superior, com o intuito de fornecer
gratuitamente ou a preços reduzidos acesso a cuidados de saúde mental e
ações de intervenção comunitária contra a ansiedade, a depressão e o
estigma associado à saúde mental no geral.

Como Causa Comum e perspetivada como uma questão de saúde pública,


precisamos de continuar a afirmação da proposta da Juventude Socialista sobre a
legalização das drogas leves para fins recreativos.
Quando, em 2000, Portugal tomou a decisão de descriminalizar, houve muitas
pessoas céticas que assumiram que o número de consumidores iria aumentar
exponencialmente. Todavia, isso não se verificou. Excecionando casos particulares, e o
aumento do consumo entre adolescentes, o consumo de drogas registou uma quebra
nos últimos 15 anos e atualmente segue os fluxos das tendências europeias. Nesta

25
legislatura alcançámos um passo decisivo com a legalização da canábis para fins
medicinais, que, sendo embora uma questão distinta, não deixa de revelar uma maior
abertura da sociedade para o tema. Precisamos de ir mais longe e:
✓ Defender a legalização e regulamentação do canábis para fins recreativos,
a partir dos 18 anos, como forma de prevenir comportamentos de risco,
que ponham em causa consumidores.

Um debate que está a emergir na sociedade e que merece a nossa melhor atenção
é o impacto do aumento de horas de trabalho e do designado por “home office” para
a saúde dos jovens trabalhadores. Trabalhar horas em demasia pode ter um impacto
crucial na saúde humana, sendo uma das principais causas da existência de doenças
mentais nos jovens portugueses. Assim, como uma Juventude de Causas,
afirmaremos para responder a este desafio:
✓ O Estabelecimento de condições que valorizem o equilíbrio entre as
responsabilidades profissionais e pessoais, através da promoção da saúde
mental no próprio local de trabalho.
✓ A disponibilização de acompanhamento psicológico gratuito para todos os
trabalhadores do setor público durante o período de trabalho.
✓ Promover o aconselhamento e serviços relacionados com as necessidades
familiares e laborais dos trabalhadores, através de programas de
preparação para a maternidade/paternidade ou boas práticas de gestão
de tempo.
✓ Promover programas de valorização fiscal, ou de outro tipo, a empresas
que apostem na saúde mental dos seus empregados, através de boas
políticas laborais, como a promoção de atividades extra que fomentem o
espírito de equipa.
✓ Executar campanhas de Sensibilização para o Setor Empresarial que
promovam o investimento na saúde mental dos trabalhadores,
promovendo assim o aumento do rendimento individual e coletivo.

Por fim, uma outra Causa que deve guiar o nosso eixo estruturante da Saúde é a
defesa da despenalização da morte assistida, reconhecendo o direito de antecipar o
momento da morte de um cidadão que sofra de uma doença incurável, sem
possibilidade de melhoria e que esteja nas suas plenas capacidades mentais e
psicológicas. Cabe-nos a nós, enquanto comunidade de ativistas, lutar pela garantia
das condições de saúde dignas dos nossos cidadãos, inclusive, no fim das suas vidas. O
testamento vital deve também ver a sua complexidade reduzida.

Causas de uma Economia de Esquerda


Defendemos uma Economia de Esquerda, uma economia mais justa baseada
nos princípios do socialismo democrático e orientada para uma sociedade mais igual,

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um Estado Social mais forte e uma democracia robusta e credível. Este último desafio
é, atualmente, um dos mais exigentes para partidos e políticos. Consideramos, pois,
que é exatamente na economia que se encontra uma chave, senão a chave -
desenvolver uma economia baseada nos princípios socialistas, orientada para as reais
necessidades do cidadão.
Um Estado mais forte será a pedra basilar para a prossecução de uma
Economia de Esquerda, alinhada com a justiça social, a solidariedade e a diminuição
das desigualdades. Para concretizar esse objetivo, precisamos de:

✓ Debater a recuperação para a esfera pública de infraestruturas e setores


estratégicos, alienados de forma inconsciente aos privados e que só podem
e devem ser geridas em prol do interesse público e de todos os cidadãos.
✓ Reforçar a intervenção ao nível do Estado Social, enquanto principal
garante da redução de desigualdades e da exclusão, colocando-o do lado
de todos os cidadãos.

A inovação e o empreendedorismo assumiram um papel preponderante na


dinamização económica, especialmente na última década, pelo que consideramos
relevante tornar o empreendedorismo um fator de inclusão, oferecendo essa
oportunidade a todos, independentemente da sua condição sócio-económica. Para
concretizar este objetivo, devemos procurar:
✓ Aprofundar a aplicabilidade e divulgação dos programas Momentum e
Startup Voucher, como premissa para o empreendedorismo acessível a
todos.
✓ Aprofundar, de forma concreta, o Empreendedorismo Social no sentido da
criação de negócios inovadores, capazes de gerar valor acrescentado e
intervenção social junto das comunidades.
✓ Aprofundar a ligação do eixo Universidades – Empresas – Estado,
estimulando a inovação e a criação científica e colocando-as ao serviço da
causa pública e do desenvolvimento económico.

A corrupção e a fraude fiscal continuam a constituir flagelos relevantes na


dinâmica da economia, que alimentam dimensões paralelas da economia.
✓ Exigir um combate mais eficaz e efetivo à fraude, corrupção e economia
paralela a par de uma forte fiscalização sobre os setores com maior índice
de corrupção.
✓ Exigir uma atuação firme da justiça perante o crime económico.

É imprescindível assumirmos que a política de austeridade que orientou a


competitividade internacional da economia portuguesa pelo baixo custo e
produtividade do trabalho não é sustentável nem economicamente válida. Como
alternativa, os Jovens Socialistas vêm como Causa:

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✓ Orientar a economia portuguesa para a diferenciação do produto
nacional, através da inovação na produção e nos produtos, valorização
dos recursos endógenos.
✓ Apostar na formação e no conhecimento orientados para a educação para
as novas tecnologias, dando, desde já, início à requalificação do nosso
capital humano e antecipando as revoluções produtivas que se aproximam.
A fiscalidade assume-se como um instrumento fundamental e primordial para
o reforço do papel do Estado enquanto garante do Estado Social.

✓ Intervir de forma ativa na redistribuição e repartição da riqueza,


estabelecendo novas metas para a progressividade do IRS através da
introdução de mais escalões.
✓ Permitir a coleta negativa do IRS, para que aqueles que não pagam IRS
possam ser também abrangidos pelos benefícios fiscais.
✓ Reforçar a fiscalidade verde, criando novos instrumentos de política fiscal,
capazes de incentivar efetivamente novos comportamentos económica e
ambientalmente sustentáveis.

Causas na Sociedade Digital


Um dos principais desafios da sociedade digital é a alteração que traz ao nível
da adequação de competências. Segundo uma estimativa, 65% das crianças que hoje
entram na escola primária acabarão por trabalhar em profissões que hoje ainda não
existem. Por outro lado, a automação de empregos, tanto na indústria como nos
serviços, obrigará muitos a alterarem a sua profissão durante a sua vida ativa.
Mesmo aqueles que não o fizerem, terão que atualizar as suas competências
regularmente. Nesse sentido, devemos adotar as seguintes Causas:
✓ Reintroduzir o Programa Magalhães, com o intuito de subsidiar o acesso
a computadores portáteis a famílias beneficiárias de ação social escolar.
✓ Persistir no ensino das TIC no Ensino Obrigatório e na disponibilização de
atividades extracurriculares como a Iniciação à Programação.
✓ Apostar, no seio escolar, no desenvolvimento da criatividade e inteligência
emocional como competências essenciais e improváveis de serem
replicáveis pelas novas tecnologias.
✓ Combater a infoexclusão, nomeadamente através de programas
intergeracionais de aprendizagem de competências digitais.
✓ Combate ao aumento do desemprego por causa da automação das funções
exercidas, reforçando a formação ao longo da vida.
✓ Combate à desatualização das competências digitais e reforço da
capacidade de inovação, garantindo que as universidades com oferta nas
áreas do digital e tecnológico têm oferta formativa adequada para o
reforço e actualização dessas competências.

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✓ Promover comportamentos seguros e éticos online, despertando os jovens
para estas temáticas no currículo da disciplina de Tecnologias de
Informação e Comunicação.
Num mundo cada vez mais digital, a segurança no espaço digital assume uma
importância cada vez maior. A cibersegurança vai muito para além da sensibilização
para as temáticas de protecção no espaço digital. Vários dos mecanismos digitais que
procuram garantir a segurança dos cidadãos podem ser utilizados para invadir a sua
privacidade. Assim, é necessário garantir que há legislação que proteja essa
privacidade mas que não comprometa o combate ao terrorismo e à criminalidade.

Acreditamos que a cibersegurança tem de se tornar numa prioridade para que


a população sinta confiança em relação aos seus dados pessoais. Neste sentido,
propomos como Causas:
✓ A construção de arquiteturas de sistemas públicos mais robustos e infra
estruturas mais resilientes aos ciber-ataques.
✓ A punição reforçada de empresas que não protegem devidamente os
dados pessoais dos seus clientes e colaboradores.
✓ Termos e condições de produtos e serviços digitais com linguagem mais
simples e partes opcionais.

Um dos desafios que a sociedade digital pode ajudar a ultrapassar é o


distanciamento entre eleitores e governantes, tendo mesmo o potencial de
reformular democracias, tornando os cidadãos mais participantes e permitindo-lhes
estarem mais próximos do eixo da tomada de decisão.
Atualmente já existem formas de identidade digital do eleitorado,
nomeadamente através da Chave Móvel Digital (CMD) que potencia a utilização de
plataformas e aplicações como o Id.Gov.pt.
Propomos que estas mesmas formas de identidade digital sejam potenciadas
para a criação de novas formas de comunicação entre eleitores e governantes,
nomeadamente para:

✓ Auscultação ao eleitorado, de forma não vinculativa, sobre temas e propostas


em discussão na Assembleia da República.
✓ Exposição de assuntos aos Deputados da Assembleia da República, por parte
dos eleitores, de forma mais direta, incluindo a agilização do formato da
petição electrónica.

Outra forma como o digital tem a capacidade de renovar a democracia e os


seus instrumentos, é através do voto electrónico. Apesar de serem considerados riscos
associados a esta prática, nomeadamente a capacidade de corromper, a nível digital,
os cadernos eleitorais ou os resultados, actualmente há tecnologias, nomeadamente
Blockchain, que conseguiriam assegurar a segurança do sistema. Pelo que:
✓ Aspiramos a que seja possível a todos os eleitores realizar o voto electrónico
de forma presencial.

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Apesar dos benefícios referidos, há também novos desafios que têm de ser
enfrentados. A massificação da utilização das redes sociais leva a que estas sejam uma
das principais fontes de informação, nomeadamente de informação política. As redes
sociais, ao utilizarem algoritmos que beneficiam a visualização de conteúdos tidos
como preferenciais para o utilizador, criam um viés na criação de pensamento
político, pois não apresentam conteúdos com retórica contraditória àquela que é
maioritariamente consumida pelo utilizador.
Nesse sentido, para defesa da democracia, cabe ao Estado reforçar os seus
mecanismos de comunicação e difusão da pluralidade de pensamento político.
Propomos, por isso, que:
✓ O Estado adapte a utilização de tempos de antena para os tornar comuns,
não apenas nos meios de comunicação social tradicionais como ainda
noutros meios de comunicação digitais.
O digital deve desempenhar também um papel de grande importância na
modernização administrativa. O Estado deve ser pioneiro na adoção de novas
tecnologias que lhe concedam maior rapidez, segurança e inovação administrativa.
Entendemos que as demoras nos processos da administração pública, nomeadamente
nos processos judiciais, e a quantidade de utilização de papel nos mesmos já não são
uma necessidade e já não deviam ser uma prática a seguir, por motivos económicos e
ecológicos.
Assim, defendemos que o Estado assuma um esforço efetivo para se tornar
paperless e para digitalizar os seus processos de forma a garantir uma maior
eficiência e eficácia dos mesmos.
Causas no Ambiente e no Bem Estar-Animal
No atual panorama em que todos os alertas sobre as alterações climáticas
estão dados e os prazos para atuar sobre os problemas ambientais são cada vez mais
curtos, torna-se necessário entender o ambiente como a causa mais importante do
século XXI.
Cabe à sociedade civil alterar o seu paradigma quotidiano e estrutural no
sentido de o tornar mais amigo do ambiente, mas também cabe ao Estado o papel
fundamental de dirigir esta mudança e dar o exemplo, na medida em que esgotou o
tempo de acreditar que o mercado, por si só, se saberá adaptar aos desafios
ambientais.
É importante, também, entender que a sobreexploração dos recursos refletir-
se-á com mais intensidade nas classes baixas, na medida em que serão as classes altas
que terão condições para adquirir os bens mais escassos e mais essenciais. Como
Socialistas, teremos que começar a entender o Ambiente como uma causa
potencialmente geradora de grandes desigualdades sociais e económicas.
No sentido de encontrar soluções para os problemas ambientais Mundiais,
Nacionais e da Área Urbana de Lisboa, propomos como Causas:

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✓ Maior disseminação de artigos de higiene mais “amigos do ambiente”, tais
como o copo menstrual, a escova de dentes de bambu, entre outras.
✓ Encerrar as centrais a carvão até ao final da próxima legislatura,
aproveitando a sua capacidade na rede para instalação de energias
renováveis.
✓ Liberalizar o regime de auto-abastecimento (e.g. painéis fotovoltaicos em
casa), permitindo a partilha de custos e proveitos de energia em
comunidades locais e a revenda dos excedentes de energia para a rede.
✓ Apostar num aumento da capacidade de armazenamento de energia,
reforçando ainda o I&D neste setor.
✓ Reforçar as interligações e a implementação dos leilões para energias
renováveis atualmente propostos pelo Governo.
✓ Proteger e valorizar as florestas e matas da nossa região como Monsanto,
Malveira, a Serra de Sintra, entre outras, assegurando uma adequação do
seu valor natural com a sua utilização humana.
A alimentação está na base de muitos problemas de sobreexploração dos
recursos e de emissões de gases de efeito estufa. O impacto da indústria agropecuária
nas emissões de metano (25 a 100 vezes mais danoso para a atmosfera que o CO2), a
quantidade de recursos necessários para alimentação do gado, a gestão dos
efluentes e a desflorestação são problemáticas de impactos tremendos para o
ambiente. Do mesmo modo, a sobre-exploração dos oceanos tem resultado na
redução expressiva das populações de muitas espécies marinhas.
Assim sendo, é importante pensar em medidas que promovam uma alimentação
sustentável, procurando reduzir os consumos de carne e peixe e promovendo as
alternativas vegetarianas. Propomos como causas:
✓ A promoção de campanhas de sensibilização para redução do consumo de
carne e mais assentes no consumo de proteína vegetal.
✓ A redução dos apoios à bovinocultura e suinocultura e o aumento dos apoios
para a criação de pequenos ruminantes.
✓ A promoção do aumento das refeições vegetarianas nas cantinas, através
da introdução de um regime de rotatividade com a carne e peixe.
✓ O Estado também servir refeições vegetarianas em visitas de estado e outros
eventos oficiais.
✓ O aumento do IVA da carne de vaca, da carne de porco e de todas as
espécies de peixes ameaçadas para 23%.
Existem, igualmente, práticas e causas a propor quanto ao papel que as
empresas e as indústrias devem desempenhar no que respeita à melhoria do
ambiente. É importante promover que a esfera privada amplie a sua ação a favor do
ambiente. Temos, por isso, como causas:
✓ Implementar um regime reduzido de IVA para produtos vendidos a granel.

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✓ Promover uma maior compreensão do Rio Tejo por parte dos nossos
ativistas. Defendendo a fiscalização e o aumento das coimas para as
empresas e indústrias que efetuem descargas ilegais no Rio Tejo.
✓ Incluir, em todas as embalagens, de um indicador da pegada ecológica do
produto.
✓ Divulgar os consumos energéticos e de recursos dos edifícios públicos e
privados, promovendo a concorrência entre estes por uma maior eficiência
na utilização dos mesmos.
De acordo com a Sociedade Ponto Verde, 70% dos lares portugueses pratica a
reciclagem. Após anos de investimento e de sensibilização para a prática,
consideramos que este número deveria ser bastante superior e não nos contentamos
com o que já foi alcançado. É importante destacar que o primeiro passo, na gestão
dos recursos, passa pela Redução, e que esse deve ser o pensamento primário. Por
último, após a utilização dos recursos, o Estado deve promover que os materiais
reciclados sejam reinseridos no mercado e na utilização do dia-a-dia, de modo a
promover a economia circular e a utilização sustentável dos recursos.
Num contexto em que Portugal já assumiu que vai falhar as metas nacionais
para a prevenção e gestão de resíduos urbanos, tendo requerido, à União Europeia,
mais dois anos para o cumprimento das mesmas, temos como Causas:
✓ Utilizar papel reciclado em todas as instituições públicas como escolas,
edifícios municipais, entre outros.
✓ Colocar um preço em todos os sacos de plástico em todas as superfícies
comerciais.
✓ Retirar os plásticos descartáveis do mercado até 2020, antecipando-nos à
decisão, já tomada pela União Europeia, de abolir os mesmos em 2021.
✓ Promover a Reciclagem com o alargamento da cobertura da sua rede e com
fiscalização apertada a quem não cumprir a prática.
✓ Implementar a Reciclagem em todos os edifícios coletivos, públicos ou
privados, como escritórios, empresas, escolas, edifícios municipais, etc.
✓ Implementar o contentor para os Resíduos Orgânicos na Reciclagem, com
vista à prática da Compostagem.
✓ Criar centros de recolha de resíduos nas superfícies comerciais que
ofereçam uma contrapartida financeira em troca dos resíduos definidos.
✓ Investir na aquisição de tecnologia, como a Seabin, que permita a limpeza do
mar, nomeadamente a recolha de lixos como o plástico.
✓ Implementar bancos de roupa em 2ª mão, nas escolas, de modo a
normatizar as trocas de roupa entre os mais jovens.
✓ Criar legislação reguladora no que diz respeito ao design de produto, de
forma a garantir a reciclagem da maior parte da matéria prima utilizada.
✓ Promover a manutenção e reparação de produtos, ao invés da substituição.
No atual contexto persiste na sociedade civil alguma renitência em assumir
comportamentos necessários para fazer face aos problemas ambientais. Entendemos,

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por isso, que cabe ao Estado um papel essencial de dar o exemplo através das suas
práticas. Tendo já proposto a renovação das frotas de automóveis do Estado, a
implementação de refeições vegetarianas nas cantinas públicas e nos eventos oficiais,
a obrigatoriedade da reciclagem em edifícios públicos e a utilização de papel reciclado
nos mesmos, propomos ainda como causas:
✓ Reconverter os edifícios públicos de modo a que se tornem mais eficientes,
ecológicos e sustentáveis nos mais diversos âmbitos (energia, água, gestão
de resíduos, etc.)
✓ Converter progressivamente a iluminação pública para iluminação a Led’s.
✓ Explorar a alimentação à base de insetos, nomeadamente apoiando a sua
divulgação e degustação.
✓ Criar Regulamentos Municipais para o Arvoredo, de forma a promover
boas práticas na manutenção do arvoredo ornamental, à semelhança do
que foi feito em Lisboa.
✓ Apoiar os mercados municipais como promotores de uma economia de
proximidade.
✓ Apostar no alargamento das hortas urbanas e em hortas sociais.
✓ Reforçar a fiscalização e implementação das leis de proteção ambiental.

Causas no Bem-Estar Animal


“A grandeza de um país pode ser julgada pela forma como os seus animais são
tratados”. A frase é de Mahatma Gandhi e trata-se de uma constatação da evidência
de que a cultura de um povo deve ser de respeito e não de abuso perante os
restantes seres vivos.
O ser humano envolve os animais em muitas das suas práticas. Algumas
pautadas por uma relação de respeito e amor perante os mesmos, outras em que
persistem práticas, que devemos abandonar, em que se entendem os animais não
como seres sencientes, mas como objetos.
A atual legislatura deu um passo em frente, em matéria de bem-estar animal,
ao aprovar um novo estatuto jurídico dos animais em 2017, considerando-os como
“seres vivos dotados de sensibilidade”. No entanto, é preciso avançar mais nesta
matéria. É, por isso, necessário afirmar como Causas:
✓ Considerar os animais como seres sencientes não como uma questão de
ideologia, mas como uma evidência científica.
✓ Reforçar a fiscalização do cumprimento das leis em vigor e aumento das coimas
de modo a dissuadir os potenciais infratores.
✓ Defender a substituição de práticas que promovam o sofrimento do animal
por questões de facilitismo para as atividades humanas, como a marcação do
gado a ferro em brasa, ou a caça desportiva a pombos.
✓ Proteger, através de legislação, dos animais cujas populações têm vindo a
decrescer e cujo estado de conservação se considera ameaçado, ou em vias de

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extinção no catálogo criado pela União Internacional para a Conservação da
Natureza e dos Recursos Naturais.
✓ Criar a provedoria do animal em todos os municípios da Área Urbana de
Lisboa.
✓ Reforçar a fiscalização do Estado, com especial enfoque no cumprimento do
projeto-lei 360/XIII, que proíbe a venda de animais selvagens em plataformas
online, aumentando as coimas para os infratores e dotando os meios de
fiscalização (Spena) dos recursos necessários para a identificação dos infratores
e apreensão rápida com subsequente recolocação dos animais apreendidos.
A concretização de uma cidadania ambiental focada numa relação que aposta
num entendimento dos animais como seres sencientes e que invista na consciência
ambiental, impõe-nos que concretizemos como causas:

✓ Rever o estatuto jurídico do animal (que, atualmente, negligencia e marginaliza


umas espécies face a outras) de modo a que passe a considerar todos os
animais como seres sencientes.
✓ Reforçar a fiscalização à caça e à pesca, entendidas como atividades em que
os abusos e as violações à lei são os principais responsáveis pelas ameaças ao
estado de conservação de determinadas espécies.
✓ Proibir os químicos e pesticidas especialmente danosos para as abelhas.
✓ Afirmar uma posição contra o transporte de animais vivos por via marítima.
✓ Proibir, para menores de 16 anos, a prática da tauromaquia e da assistência a
espetáculos.
✓ Criar locais de acolhimento de animais de quinta e selvagens, através de
legislação na Assembleia da República, também conhecidos como santuários
ou refúgios de vida animal, que possam acolher, entre outros, os animais
abandonados.
✓ Defender a inclusão da educação animal como temática a incluir na disciplina
na Cidadania nas escolas e defender a promoção de uma cidadania ativa que
estimule a responsabilidade de individual na plantação de uma árvore em
vida.

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