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A DISPENSA DE HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA DE DIVÓRCIO

CONSENSUAL1

Cynara de Barros Costa2

Em regra, para que a decisão estrangeira (proferida por juiz ou árbitro estrangeiro) possa
produzir efeitos no Brasil, deve ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Historicamente, no entanto, esse papel nem sempre foi da corte superior. No texto originário da
Constituição de 1988, a atribuição foi dada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas com a
Emenda Constitucional 45/04, a emenda da Reforma do Judiciário, que trouxe diversos mecanismos
para “desafogar” a Suprema Corte, é que a competência passou a ser do STJ.
Prevista no artigo 105, I, “i”, da CR/88, essa regra, no entanto, foi ligeiramente flexibilizada
pelo artigo 961, § 5o, do Novo CPC, segundo o qual “§ 5o A sentença estrangeira de divórcio
consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de
Justiça”. Essa regra é prevista porque, desde 2007, com a Lei 11.441/07, é possível a realização do
chamado “divórcio simples” ou “puro” - quando não há questões de partilha, guarda de menores ou
pedido de alimentos - pela via extrajudicial, diretamente no cartório, desde que com assistência de
advogados.
Assim, se o divórcio for consensual puro, a sentença estrangeira pode ser levada diretamente
ao cartório de registro civil para averbação, sem necessidade de homologação. Além disso, de
acordo com o Provimento 53/2016 da Corregedoria Nacional de Justiça, também é possível a
averbação de decisão não-judicial de divórcio consensual puro, nos mesmos termos em que se
permite o procedimento pela via extrajudicial no Brasil.
Para averbaçaoo direta, o interessado deveraa apresentar, no Registro Civil de Pessoas
Naturais, junto ao assento de seu casamento, coapia integral da sentença estrangeira e
comprovaçaoo do trasnsito em julgado, acompanhada de traduçaoo oficial juramentada e de
chancela consular, nos termos do art. 2o do Provimento 53/2016.

Jaa se a sentença de divoarcio consensual, aleam da dissoluçaoo do matrimosnio, envolva


dispuser tambeam sobre guarda de filhos, alimentos ou partilha de bens (o chamado ddivoarcio

1 Texto publicado na coluna semanal da autora no site www.analisejuridica.com.br. Referências: COSTA, Cynara de
Barros. A dispensa de homologação da sentença estrangeira de divórcio consensual. Novembro de 2017.
Disponível em: http://analisejuridica.com.br/dispensa-de-homologacao-da-sentenca-estrangeira-de-divorcio-
consensual/
2 Advogada. Doutora em Direito Internacional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professora
Adjunta da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Professora Efetiva da Universidade Estadual da
Paraíba (UEPB).
consensual qualificado”), dependeraa de preavia homologaçaoo pelo STJ, seguindo a regra geral
do art. 960 do NCPC.

O tema ea bastante interessante, foi objeto de questaoo objetiva de Direito Internacional


do XXIV Exame de Ordem, e segue a tendesncia majoritaaria do Novo CPC: desafogar as cortes
superiores, flexibilizar alguns procedimentos e privilegiar o princíapio da celeridade
processual.

No mesmo sentido, outra regra interessante de flexibilizaçaoo, esta inserida pela Lei
12.874/13, que acrescentou o paraagrafo 1 o, ao art. 18 da LINDB, foi a possibilidade de as
autoridades consulares brasileiras celebrarem a separaçaoo e o divoarcio consensuais de
brasileiros no exterior, desde que naoo haja filhos menores ou incapazes do casal e observados
os requisitos legais quanto aos prazos (arts. 731 a 733 do Novo CPC), devendo constar da
respectiva escritura puablica as disposiçooes relativas aes descriçaoo e aes partilha dos bens comuns
e aes pensaoo alimentíacia e, ainda, ao acordo quanto aes retomada pelo cosnjuge de seu nome de
solteiro ou aes manutençaoo do nome adotado quando se deu o casamento.

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