Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
– Filhos no Filho.
A filiação divina não consiste somente em que Deus nos tenha querido tratar
como um pai aos seus filhos e em que nós nos dirijamos a Ele com a confiança
dos filhos. Não é um simples grau mais elevado na linha dessas filiações que,
num sentido amplo, todas as criaturas têm em relação a Deus, conforme a sua
maior ou menor semelhança com o Criador. Isto já seria um dom imenso, mas
o amor de Deus foi muito mais longe e fez-nos realmente filhos seus. Enquanto
essas outras filiações são na realidade modos de expressão, a nossa filiação
divina é filiação em sentido estrito, embora nunca possa ser como a de Jesus
Cristo, Filho Unigénito de Deus. Para o homem, não pode haver nada maior,
nada mais impensável e mais inalcançável, do que esta relação filial13.
“Parece que o mundo desaba sobre a tua cabeça. À tua volta, não se
vislumbra uma saída. Impossível, desta vez, superar as dificuldades.
“Omnia in bonum! Tudo é para bem! Senhor, que outra vez e sempre se
cumpra a tua sapientíssima Vontade!”18
Cada vez temos de parecer-nos mais com Cristo. A nossa vida deve reflectir
a sua. Por isso a filiação divina deve ser objecto da nossa oração e das nossas
reflexões com muita frequência. Assim a nossa alma virá a encher-se de paz
no meio das maiores tentações ou contratempos, pois viveremos abandonados
nas mãos de Deus. Um abandono que não nos dispensará do empenho por
melhorar, nem de empregar todos os meios humanos ao nosso alcance para
lutar contra a doença, a penúria económica, a solidão..., mas que nos dará paz
no meio dessa luta. A vida dos santos, mesmo no meio de muitas provas,
sempre esteve cheia dessa serenidade, como deve estar a nossa.