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CURSO
INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL
ÍNDICE
Introdução ............................................................................................................02
Antes, porem.........................................................................................................03
Fundamentos.........................................................................................................05
Bibliografia..............................................................................................................32
INTELIGECIA
EMOCIONAL
1
Introdução
Elaboramos
esta
apostila
para
dar
a
cada
um
dos
participantes
conhecimentos
sobre
as
técnicas
de
autogestão,
habilitando-‐os
para
usá-‐las
em
busca
de
mudanças
na
sua
atitude
mental,
para
condução
de
suas
vidas
de
forma
mais
positiva
e
saudável.
A
única
diferença
entre
você
poder
ou
não
andar
sobre
brasas
ou
vencer
qualquer
desafio
é
sua
capacidade
de
comunicar-‐se
consigo
mesmo,
de
uma
forma
que
o
faça
agir,
apesar
de
toda
sua
programação
passada
de
medo
do
que
poderia
lhe
acontecer.
Precisamos
aprender
é
que
as
pessoas
podem
fazer
virtualmente
qualquer
coisa,
desde
que
desenvolvam
as
ferramentas
e
reúnam
os
meios
para
acreditar
que
podem
e
se
utilizem
destas
ferramentas
de
forma
sistêmica.
Tudo
isso
leva
a
um
fato
simples
e
inexorável:
“O
sucesso
não
é
um
acidente”.
A
diferença
entre
pessoas
que
conseguem
resultados
positivos
e
aquelas
que
não
conseguem
não
é
um
tipo
de
acaso,
como
o
rolar
dos
dados.
Há
padrões
consistentes
e
lógicos
de
ação,
caminhos
específicos
para
a
superioridade,
que
podem
estar
ao
alcance
de
todos
nós.
Todos
podemos
Amplificar
a
nossa
inteligência
emocional.
Só
temos
de
aprender
como
mudar
e
usar
nossa
mente
e
nosso
corpo
da
maneira
mais
eficiente
e
vantajosa
possível.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
2
ANTES, PORÉM....
Podemos
mudar
o
comportamento
das
outras
pessoas
para
que
se
adaptem
ao
nosso
modelo?
Sim,
porém
devemos
lembrar
que
cada
um
de
nós
é
único
e
nossas
experiências
no
decorrer
da
vida
não
são
iguais.
Também
sabemos
que
o
conhecimento
das
técnicas
aqui
descritas
podem
não
ter
chegado
ainda
a
todas
as
pessoas
com
as
quais
nos
relacionamos.
Portanto
é
mais
coerente
que
nós
possamos
aprender
a
flexibilizar
nossos
filtros
comportamentais
antes
de
promovermos
qualquer
mudança
no
comportamento
alheio,
pois
toda
ação
pede
uma
reação
e
os
iguais
se
atraem.
Ex.:
só
posso
ter
um
ambiente
de
trabalho
em
equipe,
bem
sucedido,
se
eu
aprender
a
trabalhar
em
equipe
tão
bem
que
o
meu
comportamento
contagie
o
comportamento
dos
meus
companheiros,
ou
seja,
é
através
dos
meus
estímulos
sinceros
que
posso
promover
todas
as
mudanças
desejadas
no
mundo.
Aliás,
depois
de
meditar
concluí
que
os
relacionamentos
podem
se
dividir
em
dois
tipos:
os
do
tipo
tênis
e
os
do
tipo
frescobol.
O
objetivo
do
jogo
de
tênis
é
o
de
derrotar
o
adversário.
Joga-‐se
tênis
para
fazer
o
outro
errar.
Nele
o
bom
jogador
é
aquele
que
tem
a
exata
noção
do
ponto
fraco
do
outro.
O
adversário,
incapaz
de
devolver
a
bola,
conclui
a
sua
derrota.
O
prazer
do
tênis
enfim,
é
quando
um
dos
dois
jogadores
é
colocado
fora
do
jogo;
um
está
alegre
porque
ganhou,
o
outro
está
triste
porque
perdeu.
O
frescobol,
no
entanto
muito
parecido
com
o
jogo
de
tênis,
se
diferencia
por
não
ter
adversário.
É
preciso
que
nenhum
dos
jogadores
perca
para
o
jogo
ser
bom,
ou
os
dois
ganham
ou
ninguém
ganha.
O
que
se
deseja
é
que
ninguém
erre,
pois
não
há
adversário
a
ser
derrotado.
Quando
um
erra
fica
chateado,
e
o
que
provocou
o
erro
também,
mas
não
tem
importância:
começa-‐se
de
novo
o
jogo
onde
ninguém
marca
pontos.
Nos
relacionamentos
do
tipo
tênis
INTELIGECIA
EMOCIONAL
3
é
assim:
um
recebe
as
palavras,
os
sonhos
do
outro,
e
com
críticas
os
destroem.
Nos
relacionamentos
do
tipo
frescobol
é
diferente:
um
recebe
do
outro
as
palavras
como
ensinamentos,
os
sonhos
como
algo
delicado
que
vem
do
coração.
Ninguém
ganha
e
se
deseja
então
estar
sempre
junto,
para
que
o
jogo
nunca
tenha
fim...
O hábito é tão velho quanto à raça humana e fatal para o sucesso na vida!
Porque
as
pessoas
se
apegam
as
suas
desculpas
favoritas?
A
resposta
é
clara.
Defendem-‐nas
porque
foram
elas
que
as
criaram!
A
desculpa
é
filha
da
imaginação
do
homem
–
é
próprio
da
natureza
humana
defender
os
filhos
de
nossa
mente.
Se
tivermos
a
coragem
de
nos
vermos
como
realmente
somos,
descobriríamos
o
que
há
de
errado
conosco
e
corrigiríamos.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
4
FUNDAMENTOS
No
século
II,
Ptolomeu
propôs
o
chamado
modelo
geocêntrico
do
universo,
a
Terra
como
o
centro,
tendo
em
volta
os
planetas
em
perfeitas
órbitas
circulares.
Esta
crença
prevaleceu
até
o
século
XVI
(14
séculos!),
quando
Copérnico
propôs
um
modelo
em
que
a
Terra
girava
em
torno
do
Sol.
Em
1922,
Niehls
Bohr
ganhou
o
prêmio
Nobel
de
Física
por
seu
modelo
de
átomo.
Posteriormente
descobriu-‐se
que
seu
modelo
estava
incorreto.
Há
pessoas
hoje
em
2015
que
talvez
não
achem
que
é
possível
expandir
sua
inteligência.
Isto
também
é
uma
crença,
não
uma
verdade.
Neste
trabalho
mostramos
como
é
efetivamente
possível
e
viável,
para
qualquer
pessoa
que
queira,
agir
com
maior
inteligência.
O
que
é
mostrado
aqui
é
uma
espécie
de
tecnologia.
Estamos
acostumados
a
vários
tipos
de
tecnologia,
mas
em
geral
não
precisamos
saber
como
a
tecnologia
funciona
para
obtermos
o
que
queremos
através
dela.
Usamos
videocassetes,
celulares,
computadores
e
inúmeras
outras
engenhocas
tecnológicas,
mas
são
poucos
os
que
conhecem
seus
detalhes
de
funcionamento
com
profundidade.
No
entanto,
isso
não
nos
incomoda,
usamos
e
pronto.
Da
mesma
forma,
a
tecnologia
que
apresentamos
aqui
pode
ser
usada
tornar
nossa
vida
melhor
sem
que
se
conheça
os
detalhes
de
porquê
funcionam.
E
para
que
serve
essa
tecnologia?
Sendo
a
inteligência
um
conjunto
de
capacidades
que
permitem
a
uma
pessoa
INTELIGECIA
EMOCIONAL
5
atingir
objetivos,
o
material
fornecido
aqui
serve
para
que
alguém
atinja
mais
e
melhores
objetivos.
Quais
serão
esses
objetivos
depende
de
você
e
da
sua
liberdade
de
escolha.
Os
nossos
objetivos
são:
1. Convencê-‐lo de que agir com mais inteligência é possível e acessível para você.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
6
Não
sabe
por
que
ficou
tão
chateado
depois
da
última
conversa
com
o
seu
chefe?
Ficou
perplexo
com
o
mau
humor
do
seu
colega
durante
o
almoço?
Talvez
a
sua
rotina
seja
marcada
por
menos
“mistérios”
se
você
desenvolver
sua
inteligência
emocional.
Mas,
se
você
fica
confuso
com
os
altos
e
baixos
emocionais
do
seu
ambiente
de
trabalho,
não
se
preocupe:
você
não
está
sozinho,
a
deficiência
na
interpretação
e
na
gestão
de
sentimentos
é
epidêmica.
Apenas
36%
das
pessoas
conseguem
identificar
suas
próprias
emoções,
segundo
um
estudo
feito
por
Travis
Bradberry
e
Jean
Greaves,
autores
do
livro
“Emotional
Intelligence
2.0”
(Inteligência
emocional
2.0),
da
TalentSmart.
Feita
com
mais
de
500
mil
pessoas
ao
longo
de
uma
década,
a
pesquisa
demonstra
que
essa
competência,
além
de
rara,
é
muito
valiosa.
O
chamado
QE,
ou
quoeficiente
emocional,
está
ligado
a
58%
do
sucesso
profissional
em
qualquer
carreira.
A
boa
notícia,
é
que
esse
tipo
de
inteligência
pode
ser
treinado.
“É
possível
trabalhá-‐la
em
quatro
eixos:
autopercepção,
percepção
social,
autogestão
e
gestão
de
relacionamentos”,
afirma.
Seguem algumas estratégias para se desenvolver em cada um desses âmbitos:
Autopercepção
1.
Identifique
os
“gatilhos”
das
suas
emoções.
Se
você
tem
alguma
reação
a
um
evento,
pare
e
procure
descobrir
por
que
você
está
se
sentindo
tão
nervoso
ou
tão
aliviado,
por
exemplo.
2.
Visite
os
seus
valores.
Saber
o
que
é
importante
para
você
contribui
para
o
seu
autoconhecimento
e
ajuda
a
prever
as
suas
próprias
reações.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
7
3.
Procure
feedback
dos
outros.
Saber
o
que
as
pessoas
pensam
das
suas
atitudes
-‐
e
estar
aberto
a
essas
opiniões
-‐
ajuda
a
conhecer
melhor
o
seu
próprio
modo
de
ser.
Autogestão
4.
Conte
até
dez.
Para
“esfriar
o
sistema”
e
elevar
o
nível
das
suas
respostas,
a
dica
é
esperar
um
tempo
antes
de
agir.
Atrasar
a
sua
reação
emocional
pode
evitar
desgastes
desnecessários
causados
por
uma
“explosão”.
5.
"Durma
sobre
o
problema".
Deixar
uma
decisão
difícil
para
o
dia
seguinte,
após
uma
noite
de
sono
restauradora,
pode
arejar
as
ideias
e
garantir
um
comportamento
mais
tranquilo.
6.
Saiba
que
as
mudanças
estão
“na
esquina”.
A
consciência
de
que
os
vínculos
e
os
conflitos
são
passageiros
aumenta
a
sua
resiliência.
Você
aguenta
melhor
o
impacto
dos
problemas
se
sabe
que
eles
vão
ter
fim.
Percepção social
7.
Chame
as
pessoas
pelo
nome.
O
hábito
desarma
e
faz
o
outro
“baixar
a
guarda”.
Com
esse
vínculo
criado,
você
terá
um
acesso
mais
fácil
às
emoções
alheias.
8.
Limpe
a
mente
de
distrações
ao
interagir
socialmente.
Esqueça
o
resto
das
suas
preocupações
e
fixe
a
sua
atenção
na
outra
pessoa.
Isso
porque
é
impossível
perceber
as
emoções
do
outro
se
você
não
é
capaz
de
ouvi-‐lo.
9.
Observe
as
pessoas.
Quando
você
não
estiver
participando
de
uma
cena,
assista
a
ela.
Estudar
o
modo
como
os
outros
falam,
riem
e
interagem
pode
dar
dicas
valiosíssimas
sobre
como
se
relacionar
com
eles.
10.
Seja
curioso
a
respeito
dos
outros.
Se
você
demonstra
interesse
em
conhecer
uma
pessoa,
cresce
exponencialmente
a
sua
capacidade
de
influenciá-‐la
no
ambiente
de
trabalho.
11.
Explique
as
suas
decisões,
não
apenas
tome-‐as.
Comunicar
frequentemente
os
motivos
das
suas
atitudes
contribui
para
que
os
outros
compreendam
você
e
se
tornem
seus
aliados.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
8
12.
Use
expressões
para
a
correção
de
conflitos.
Pedir
desculpas
nunca
é
demais.
Outra
dica
é
trazer
para
si
o
motivo
da
briga
no
discurso.
É
melhor
dizer
uma
frase
como
“eu
fiz
algo
que
afetou
você”
do
que
“você
fez
algo
que
me
afetou”.
Se
o
outro
entende
que
você
não
o
culpa
pelo
problema,
aumentam
as
chances
de
reconciliação.
Eric Berne
Análise
Transacional
(AT)
é
uma
teoria
da
personalidade
criada
pelo
Dr.
Eric
Berne
no
final
da
década
de
50.
De
acordo
com
a
definição
da
International
Transactional
Analysis
Association
(ITAA)
"A
Análise
Transacional
é
uma
teoria
da
personalidade
e
uma
psicoterapia
sistemática
para
o
crescimento
e
a
mudança
pessoal".
É
também
uma
filosofia
de
vida,
uma
teoria
da
Psicologia
individual
e
social.
Possui
um
conjunto
de
técnicas
de
mudança
positiva
que
possibilita
uma
tomada
de
posição
quanto
ao
ser
humano.
O
termo
transacional
deveu-‐se
ao
interesse
que
Berne
tinha
pelo
que
ocorria
entre
as
pessoas.
Daí
o
estudo,
a
análise,
as
trocas
de
estímulos
e
as
respostas
(transações)
entre
os
indivíduos
serem
a
ênfase
dada
por
Berne
ao
iniciar
as
suas
pesquisas
e
observações
que
culminaram
na
criação
da
Análise
Transacional
(AT).
Além
de
ter
se
ocupado
primordialmente
com
o
que
ocorre
entre
os
indivíduos,
Berne
contribuiu
ainda
com
excelente
modelo
de
estudo
do
que
ocorre
no
interior
do
indivíduo.
Berne
dizia:
"todos
nós
nascemos
príncipes
e
princesas,
mas
às
vezes
nossa
infância
nos
transforma
em
sapos".
É
uma
filosofia
positiva
e
de
confiança
no
ser
humano:
todos
nós
INTELIGECIA
EMOCIONAL
9
nascemos
bem
("OK"),
com
capacidade
plena
para
obter
sucesso
e
satisfação
de
nossas
necessidades.
A
única
exceção
é
quando
o
indivíduo
sofre
alguma
afecção
orgânica
grave.
Berne
buscou
formular
a
sua
teoria
a
partir
do
que
via
e
ouvia,
através
do
que
diziam
e
faziam
os
seus
clientes.
Ele
era
muito
observador
da
conduta
humana,
não
era
adepto
de
teorias
que
não
pudessem
ser
demonstradas
e
colocadas
em
prática.
A
teoria
da
AT,
em
quase
a
sua
totalidade,
pode
ser
representada
mediante
gráficos
simples,
tais
como
círculos,
triângulos,
vetores,
quadrados,
etc.,
permitindo,
assim,
o
seu
aprendizado
através
dos
conceitos
abstratos
e,
além
disso,
fornece
excelente
possibilidade
de
aprendizado
através
do
canal
visual.
A
teoria
da
AT
está
estruturada
através
de
10
instrumentos,
que
aliados
ao
conhecimento
da
história
pessoal
do
indivíduo,
aos
sinais
de
comportamentos
observados
e
da
intuição,
permite
predizer,
com
um
grau
de
acerto
espantoso,
o
que
acontecerá
ao
indivíduo,
caso
ele
continue
com
o
seu
programa
interno.
Esse
grau
de
acerto
elevado,
tanto
se
verifica
no
nível
individual
quanto
em
grupos
e
em
organizações,
facilitando,
assim,
a
prevenção
de
comportamentos
destrutivos
e
perigosos,
possibilitando
uma
atuação
precisa
e
potente
para
que
não
haja
uma
concretização
de
tais
predições.
Isto
possibilita
uma
atuação
preventiva
tanto
por
parte
do
profissional
como
por
parte
do
cliente,
pois
em
virtude
de
sua
simplicidade
permite
a
compreensão
do
comportamento
próprio
e
alheio,
sem
a
necessidade
de
dispêndio
de
muito
tempo
e
dinheiro
para
consolidar
um
diagnóstico
preciso,
demonstrando
desse
modo
a
sua
eficácia.
Outro
aspecto
que
considero
de
muita
importância
na
AT
é
o
fato
de
sua
teoria
ser
de
fácil
assimilação,
inclusive
para
os
leigos.
Uma
criança
de
8
a
10
anos
de
idade
assimila
perfeitamente
os
seus
conceitos.
A
AT
é
também
de
fácil
integração
com
outras
teorias
INTELIGECIA
EMOCIONAL
10
psicológicas
tais
como
a
Gestalt
Terapia,
que
trabalha
com
as
emoções,
as
sensações,
os
diálogos
com
partes
de
si
mesmo;
e
ainda
pode
ser
aliada
a
técnicas
corporais,
Hipnose,
Psicodrama,
Biodança,
etc.,
ou
seja,
é
fácil
traduzir
essas
e
outras
teorias
para
o
modelo
transacional.
Em
outras
palavras,
como
diz
R.
Kertész
descrevendo
a
facilidade
de
entendimento
da
AT:
"creio
que
é
o
melhor
idioma
psicológico,
porque
todos
o
entendem".
Berne
dizia
que:
"se
um
observador
entra
num
grupo
de
terapia
transacional,
talvez
leve
algum
tempo
para
distinguir
quem
seja
o
terapeuta
já
que
ele
não
se
veste
de
maneira
diferente,
age
de
modo
natural
e
usa
o
mesmo
idioma
que
os
integrantes".
Isso
enfatiza
a
sua
filosofia
igualitária:
ninguém
é
melhor
do
que
ninguém,
apenas
alguns
possuem
maiores
talentos
do
que
outros,
em
algum
aspecto.
O
objetivo
último
da
AT
é
levar
o
indivíduo
a
alcançar
a
Autonomia
de
Vida.
Entende-‐
se
por
Ser
Autônomo
o
indivíduo
que
tem
o
controle
de
sua
própria
vida,
aceita
a
responsabilidade
de
seus
próprios
sentimentos,
pensamentos
e
comportamentos,
além
de
abdicar-‐se
de
padrões
inadequados
para
viver
no
aqui-‐e-‐agora.
Tudo
isso
pode
ser
obtido
através
da
recuperação
de
três
capacidades:
consciência,
espontaneidade
e
intimidade.
Essas
três
capacidades
são
inatas
no
ser
humano,
entretanto
algumas
vezes
ficam
limitadas
devido
a
situações
estressantes
ou
traumáticas
que
sofremos
em
nossa
infância.
A
Análise
Transacional
é:
1.)
uma
teoria
psicológica
de
fácil
compreensão,
ainda
que
sofisticada,
sobre
o
pensamento,
os
sentimentos
e
o
comportamento
das
pessoas;
2.)
um
INTELIGECIA
EMOCIONAL
11
sistema
de
psicoterapia
contemporâneo
e
eficaz;
uma
análise
educacional,
organizacional
e
sociocultural
e
uma
psiquiatria
social.
Quando
as
pessoas
interagem,
elas
o
fazem
a
partir
de
três
diferentes
estados
de
ego.
Um
estado
de
ego
é
uma
maneira
específica
de
pensar,
sentir
e
comportar-‐se
e
cada
estado
tem
sua
origem
em
regiões
específicas
do
cérebro.
As
pessoas
podem
comportar-‐se
a
partir
de
seu
estado
de
ego
Pai,
de
seu
estado
de
ego
Criança
ou
a
partir
de
seu
estado
de
ego
Adulto.
A.
CRIANÇA.
Quando
estamos
no
estado
de
ego
Criança,
agimos
como
a
criança
que
já
fomos
um
dia.
Não
estamos
apenas
representando;
mas
pensamos,
sentimos,
percebemos,
ouvimos
e
reagimos
como
uma
criança
de
três,
cinco
ou
oito
anos
de
idade.
Os
estados
de
ego
são
estados
do
ser
totalmente
experienciados,
e
não,
apenas
papéis.
Quando
a
Criança
é
raivosa
ou
amorosa,
impulsiva,
espontânea
ou
brincalhona
denomina-‐se
Criança
Natural.
Quando
está
pensando
ou
é
imaginativa,
criativa
denomina-‐se
Pequeno
Professor.
Quando
sente
medo,
culpa
ou
vergonha
denomina-‐se
Criança
Adaptada.
A
Criança
sente
todas
as
emoções:
medo,
amor,
raiva,
alegria,
tristeza,
vergonha,
etc.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
12
depressão
ou
dor,
como
no
caso
de
pessoas
que
sofreram
uma
grande
perda.
A
Criança
pode
resistir
à
repressão
decorrente
do
crescimento.
O
PAI.
O
Pai
é
como
um
gravador.
É
uma
coleção
de
códigos
de
vida
pré
registrados
e
pré-‐
julgados.
Quando
uma
pessoa
está
no
estado
de
Ego
Pai,
ela
pensa,
sente
e
comporta-‐se
como
um
de
seus
pais
ou
substituto.
O
Pai
julga
a
favor
ou
contra
e
pode
ser
controlador
ou
apoiador.
Quando
o
Pai
é
controlador
denomina-‐se
Pai
Crítico.
Quando
é
apoiador,
denomina-‐se
Pai
Nutritivo.
Um
estado
de
ego
pode
dominar
uma
pessoa,
chegando
até
a
excluir
os
outros
dois.
Um
exemplo
disto
é
o
Pai
Crítico
ou
Nutritivo
exclusor,
que
ocorre
quando
uma
pessoa
é
incapaz
de
usar
sua
Criança
ou
Adulto,
sendo
assim
privada
do
uso
de
dois
terços
do
seu
potencial
humano.
Esta
pessoa
ficará
em
grande
desvantagem,
pois
os
três
estados
de
ego
devem
estar
disponíveis,
sempre
que
necessário,
para
o
bom
funcionamento
do
ser
humano.
O
Pai
usa
velhos
registros
para
resolver
problemas,
permanecendo,
assim,
25
anos
atrás
no
tempo
(
embora
possa
estar
250
ou
2500
anos
atrás),
sendo
útil
quando
não
há
informação
ou
tempo
disponível
para
usar
o
Adulto
para
pensar.
A
Criança,
por
outro
lado,
criará
novas
soluções
baseadas
na
intuição,
mas
essas
soluções
não
são
tão
confiáveis
quanto
aquelas
baseadas
em
decisões
Adultas.
O
ADULTO.
Quando
no
estado
de
ego
Adulto,
uma
pessoa
funciona
como
um
computador
humano.
Opera,
baseada
em
dados
que
coleta,
armazenando
ou
usando
para
tomar
decisões,
de
acordo
com
um
programa
lógico,
certificando-‐
se
de
que
a
Criança
ou
o
Pai
não
contaminem
o
processo
com
informações
que
podem
estar
incorretas.
Isto
é
conhecido
como
contaminação.
Quando
a
contaminação
procede
do
Pai,
é
chamada
de
preconceito.
Por
exemplo,
quando
alguém
pressupõe
que
as
mulheres
preferem
seguir
a
orientação
de
um
homem,
em
vez
de
tomar
suas
próprias
decisões
,
sendo
uma
contaminação,
pois
são
aceitos
como
fatos,
sem
checar
com
a
realidade.
O
mesmo
pode
ocorrer
com
informações
alimentadas
pela
Criança,
denominadas
ilusões.
Geralmente,
uma
ilusão
é
fundamentada
num
medo
ou
esperança
que
é
aceita
como
realidade
pelo
Adulto.
Por
exemplo,
quando
uma
pessoa
está
convencida
de
que
está
sendo
envenenada
pelo
governo,
isto
se
baseia
provavelmente
nos
medos
da
Criança
aceitos
pelo
Adulto,
a
despeito
dos
fatos.
Um
procedimento
extremamente
importante
em
Análise
Transacional
é
a
descontaminação
do
Adulto.
Ser
maduro
ou
adulto
não
é
o
mesmo
do
que
estar
no
estado
de
ego
Adulto.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
13
Crianças
pequenas
podem
estar
em
seu
Adulto
e
adultos
bem
equilibrados
usam
seu
Pai
ou
Criança
todo
o
tempo.
Uma
função
muito
importante
do
Adulto
é
predizer
resultados
e
a
eficácia
do
comportamento
das
pessoas
na
busca
de
seus
objetivos.
Esta
função
crítica,
fundamentada
em
fatos,
é
diferente
da
função
baseada
em
valores,
do
Pai
Crítico.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
14
analistas
transacionais
a
compreenderem
"como"
e
"por
quê"
a
comunicação
é
interrompida.
A
regra
é
a
seguinte:
"sempre
que
ocorrer"
uma
interrupção
na
comunicação,
uma
transação
cruzada
a
provocou".
Um
tipo
muito
importante
de
transação
cruzada
é
a
desqualificação.
Neste
caso,
a
pessoa,
ao
dar
uma
resposta,
desconsidera
completamente
o
conteúdo
de
um
estímulo
transacional.
As
desqualificações
nem
sempre
são
óbvias,
mas
são
sempre
perturbadoras
para
a
pessoa
que
as
recebe
e,
quando
repetitivas,
podem
perturbar
gravemente
o
receptor.
Transações
ulteriores:
As
transações
ulteriores
ocorrem
quando
as
pessoas
falam
uma
coisa
e
querem
dizer
outra.
As
transações
ulteriores
são
a
base
dos
jogos
psicológicos,
sendo
especialmente
interessantes
porque
são
enganosas.
Possuem
um
nível
social
(
aparente)
e
um
nível
psicológico
(oculto,
ulterior).
O
oculto
fornecerá
mais
informação
do
que
o
nível
aparente.
A
razão
pela
qual
falamos
uma
coisa,
quando
queremos
dizer
outra,
é
que
geralmente
sentimos
vergonha
dos
desejos
e
sentimentos
de
nossa
Criança
ou
de
nosso
Pai.
.
Por
exemplo,quando
queremos
atenção
ou
amor,
freqüentemente
fingimos
indiferença,
e
temos
dificuldade
de
dar
ou
aceitar
amor.
De
fato,
como
nossas
vidas
estão
imersas
em
meias
verdades
e
decepções,
pode
acontecer
de
não
sabermos
mais
o
que
nossa
Criança
realmente
deseja.
Como
também
não
podemos
esperar
que
as
pessoas
sejam
totalmente
honestas,
nunca
poderemos
realmente
saber
se
confiamos
naquilo
que
elas
dizem.
Os
analistas
transacionais
encorajam
as
pessoas
a
serem
honestas
umas
com
as
outras
e
consigo
mesmas,
sobre
seus
desejos
e
sentimentos,
em
vez
de
desonestas
e
dissimuladas.
Desta
maneira,
as
pessoas
podem
descobrir
o
que
elas
necessitam,
bem
como
pedir
por
isso
e,
se
possível,
como
consegui-‐lo.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
15
JOGOS:
O
aspecto
fundamental
dos
jogos
é
que
eles
são
trocas
desonestas
e
dissimuladas
de
carícias.
Um
jogo
é
uma
série
repetitiva
de
transações
ulteriores,
com
um
começo,
meio,
fim
e
benefício
final.
O
benefício
final
é
uma
vantagem
oculta
que
motiva
o
jogador
a
participar
do
jogo.
A
Análise
Transacional
tornou-‐se
um
modismo
nacional,
nos
anos
60,
devido
ao
sucesso
do
livro
de
Eric
Berne
"Os
jogos
da
Vida".
BENEFÍCIOS
FINAIS:
Há
três
diferentes
níveis
de
benefícios
finais
dos
jogos:
1-‐
O
benefício
final
biológico
dos
jogos
são
as
carícias.
Mesmo
que
os
jogos
terminem
sempre
mal,
todos
os
jogadores
conseguem
uma
quantidade
razoável
de
carícias,
tanto
positivas
quanto
negativas.
2-‐
O
benefício
final
social
de
um
jogo
é
a
estruturação
do
tempo.
As
pessoas
são
capazes
de
preencher
o
tempo
que,
de
outra
forma,
poderia
ser
enfadonho
e
depressivo,
com
uma
atividade
excitante.
3-‐
O
benefício
final
existencial
de
um
jogo
é
a
maneira
como
o
jogo
confirma
a
posição
existencial
de
cada
jogador.
o
jogo
com
ele.
Todos
os
jogadores
são
igualmente
importantes
e
todos
obtêm
seu
benefício
final
como
resultado
A
ECONOMIA
DE
CARÍCIAS:
Um
dos
aspectos
danosos
do
Pai
Crítico
é
que
ele
possui
uma
série
de
regras
que
governam
a
troca
de
carícias
(Não
dê,
Não
peça,
Não
aceite,
Não
dê
a
si
mesmo).
O
efeito
deste
conjunto
de
normas,
chamado
"Economia
de
Carícias"
é
que
as
pessoas
se
impedem
de
trocar
carícias
livremente
e
cuidar
de
suas
necessidades
.
Consequentemente,
muitos
seres
humanos
vivem
num
estado
de
fome
de
carícias
e
sobrevivem
com
uma
dieta
deficiente
,
"de
um
modo
semelhante
às
pessoas
que
sofrem
INTELIGECIA
EMOCIONAL
16
privação
de
comida"
e
despendem
uma
grande
parte
de
seu
tempo
e
de
seus
esforços,
tentando
satisfazer
sua
fome.
As
carícias
positivas,
também
chamadas
"carinhos
quentes",
como
por
exemplo,
apertar
as
mãos
ou
dizer
"eu
te
amo",
provocam
na
pessoa
que
as
recebe
um
sentimento
de
"estar
OK".
Também
existem
as
carícias
negativas,
que
são
as
formas
dolorosas
de
reconhecimento,
como
o
sarcasmo,
o
desprezo,
um
tapa,
um
insulto
ou
dizer
"eu
odeio
você".
As
carícias
negativas
fazem
as
pessoas
que
as
recebem
sentirem-‐
se
Não-‐OK.
Ainda
que
sejam
desagradáveis,
as
carícias
negativas
são
uma
forma
de
reconhecimento
e
evitam
que
a
"espinha
dorsal
seque".
Por
este
motivo,
as
pessoas
preferem
uma
situação
onde
recebam
carícias
negativas,
a
uma
situação
de
ausência
de
carícias.
Isto
explica
por
quê
as
pessoas
parecem
magoar-‐se
intencionalmente
em
seus
relacionamentos.
Não
é
porque
"apreciem
magoar-‐se"
mas,
ao
não
obterem
reconhecimento
positivo,
escolhem
as
carícias
negativas
dolorosas
a
não
terem
nenhuma
carícia.
De
qualquer
forma,
as
pessoas
necessitam
e
merecem
carícias
e
se
as
pedirem,
freqüentemente
encontrarão
outras
pessoas
que
possuem
exatamente
as
carícias
que
elas
necessitam
e
estão
dispostas
a
oferece-‐las.
RITUAIS,
PASSATEMPOS,
JOGOS,
INTIMIDADE,
ATIVIDADE.
Há
cinco
formas
de
estruturar
o
tempo
para
conseguir
carícias:
1.Ritual:
é
uma
troca
de
carícias
pré-‐estabelecidas
e
estereotipadas.
2.Passatempo:
é
uma
conversação
que
gira
em
torno
de
um
determinado
assunto.
Passatempos:
são
mais
evidentes
em
coquetéis
e
em
reuniões
familiares:
Ex.:
O
tempo
(Como
está
calor!),ou
Quem
está
se
divorciando
de
quem
?
3.
Jogos:
são
repetitivos,
séries
de
transações
indiretas
com
a
finalidade
de
obter
carícias.
Infelizmente,
a
maior
parte
das
carícias
obtidas
nos
jogos
é
negativa.
Um
jogo
é
um
método
ineficiente
de
obter
as
carícias
desejadas.
4.
Intimidade:
é
uma
troca
direta
e
poderosa
de
carícias
que
as
pessoas
anseiam,
mas
raramente
conseguem,
pois
a
Criança
sente-‐se
ameaçada
devido
a
experiências
dolorosas.
A
intimidade
não
é
o
mesmo
que
sexo,
embora
ocorra
freqüentemente
no
sexo.
Contudo,
o
sexo
também
pode
ser
um
ritual,
um
passatempo,
um
jogo
ou
uma
atividade.
A
atividade
tem
como
resultado
um
produto.
Um
bom
trabalho
resulta
na
troca
de
carícias
como
um
efeito
adicional.
Intimidade
e
atividade
são
as
formas
mais
satisfatórias
de
se
obter
carícias.
Infelizmente,
a
intimidade
é
difícil
de
ser
atingida,
pois
as
pessoas
são
emocionalmente
analfabetas;
e
o
trabalho
torna-‐se,
geralmente,
insatisfatório,
quando
as
pessoas
trabalham
em
INTELIGECIA
EMOCIONAL
17
isolamento
e
não
obtêm
reconhecimento
por
suas
realizações.
Ainda
assim,
as
pessoas
recorrem
a
rituais,
jogos
e
passatempos
por
serem
mais
seguros,
embora
sejam
formas
bem
menos
satisfatórias
de
se
obter
carícias.
Por
exemplo,
um
casamento
pode
ser
uma
série
infindável
e
aborrecida
de
rituais,
passatempos
e
jogos.
Frequentemente,
isto
acontece
quando
ambos
os
cônjuges
vivem
seus
scripts
de
privação
de
carícias,
que
impedem
que
os
homens
sejam
íntimos
e
emocionais
e
que
as
mulheres
sejam
capazes
de
usar
seu
Adulto
para
pedir
e
conseguir
o
amor
que
desejam.
GRAUS:
Os
jogos
podem
ser
de
diversos
graus.
A
versão
mais
suave
do
jogo
é
primeiro
grau,
pois
é
relativamente
inofensivo.
A
versão
mais
grave
(terceiro
grau)
pode
ser
jogada
por
um
alcoólatra
que
responde
"Sim,
mas..."
a
cada
sugestão
do
Salvador
até
o
momento
de
sua
morte.
Os
jogos
de
terceiro
grau
envolvem
lesão
do
tecido.
PAPÉIS:
Pessoas
diferentes
representam
diferentes
papéis
nos
jogos.
Quando
uma
pessoa
está
pronta
a
representar
um
dos
papéis
de
um
jogo,
normalmente
ela
se
encontrará
representando
os
demais.
Há
uma
variedade
de
papéis,
mas
os
três
básicos
são:
Perseguidor,
Salvador
e
Vítima,
que
podem
ser
diagramados
num
triângulo
para
ilustrar
o
que
acontece.
Relações
familiares,
de
casal,
entre
amigos,
no
trabalho,
nas
escolas
são
baseadas
nestes
papéis.
TRIÂNGULO
DRAMÁTICO:
O
triângulo
dramático
pode
ser
ilustrado
pelo
Jogo
da
Adição.
Neste
jogo,
a
pessoa
dependente
ao
representar
o
papel
de
vítima
da
adição,
da
humilhação,
do
preconceito,
da
negligência
médica
e,
até
mesmo,
da
brutalidade
policial
procura
e
encontra
um
Salvador.
O
Salvador
representa
este
papel
ao
tentar
generosa
e
altruisticamente
ajudar
o
viciado,
sem
certificar-‐se
de
que
ele
está
comprometido
com
o
processo
de
abandonar
as
drogas.
Após
muita
frustração,
o
Salvador
fica
aborrecido
e
muda
para
o
papel
de
Perseguidor,
acusando,
insultando,
negligenciando
ou
punindo
o
viciado.
Neste
ponto,
esta
pessoa
muda
de
Vítima
para
Perseguidor,
contra-‐
atacando,
insultando,
tornando-‐se
violenta
e
criando
emergências
no
meio
da
noite.
O
até
então
Salvador
torna-‐
se
agora
a
Vítima
no
jogo.
Este
processo
de
mudança
continua
indefinidamente
ao
redor
do
Triângulo
Dramático,
como
num
carrossel.
Para
evitar
o
triângulo
dramático
em
psicoterapia,
o
analista
transacional
estabelece
um
contrato
no
qual
a
pessoa
afirma
especificamente
o
que
ele
ou
ela
deseja
curar.
Isto
protege
tanto
o
cliente
quanto
o
INTELIGECIA
EMOCIONAL
18
terapeuta:
o
terapeuta
saberá
exatamente
o
que
a
pessoa
deseja,
e
a
pessoa
conhecerá
o
que
o
terapeuta
irá
trabalhar
e
quando
a
terapia
estará
completa.
De
qualquer
forma,
a
melhor
maneira
de
evitar
o
triângulo
dramático
é
não
assumir
os
papéis
de
Perseguidor,
Salvador
e
Vítima,
ao
permanecer
no
estado
de
ego
Adulto.
SCRIPTS:
Os
analistas
transacionais
acreditam
que
a
maior
parte
das
pessoas
são
basicamente
OK
e
somente
estão
em
dificuldades
porque
seus
pais
(ou
outras
pessoas
adultas
e
que
têm
influência
sobre
os
mais
jovens)
as
DECISÕES:
Num
ambiente
familiar
saudável,
os
pais
darão
proteção
incondicional
a
seus
filhos,
a
despeito
do
que
eles
possam
fazer.
Quando
os
pais
tornam
sua
proteção
condicional
à
submissão
da
criança
a
suas
injunções
e
atribuições,
os
filhos
estarão
propensos
a
desenvolver
um
script.
Normalmente,
as
decisões
do
script
são
conscientemente
tomadas
a
fim
de
acompanhar
as
injunções
parentais,
mesmo
quando
se
contrapõem
aos
mais
legítimos
interesses
da
criança.
Neste
ponto,
a
criança
troca
sua
autonomia
pela
proteção
dos
pais
para
evitar
a
punição
e
a
crítica.
Esta
decisão
envolve
INTELIGECIA
EMOCIONAL
19
uma
mudança
da
posição
"Eu
sou
OK"
para
a
posição
"Eu
não
sou
OK".
Também
envolve
uma
decisão
sobre
as
outras
pessoas,
se
elas
são
OK.
Quando
as
pessoas
tomam
tais
decisões,
podem
precisar
da
ajuda
de
um
terapeuta
para
desfazer-‐se
do
script
e
começar
a
buscar
um
curso
de
vida
autônomo
ou
como
afirma
Berne:
"
Terminar
este
espetáculo
e
colocar
um
novo
a
caminho".
Quando
os
indivíduos
são
ajudados
a
voltar
a
suas
experiências
precoces
de
infância,
que
os
levaram
a
tomar
tais
decisões
e
que
foram
necessárias
a
sua
sobrevivência
física
e
psicológica,
mas
que
os
estão
prejudicando
no
presente,
eles
podem
tomar
novas
decisões,
ou
seja,
redecidir
comportar-‐se
diferentemente
para
ter
uma
vida
mais
satisfatória.
É
possível
observar
o
script
de
uma
pessoa
em
breves
sequências
de
comportamento,
chamadas
mini-‐scripts,
que
constantemente
simulam
e
reforçam
o
script.
O
fato
é
que
tudo
que
acontece
na
vida
mental
e
emocional
de
uma
pessoa
reflete-‐se
em
seu
comportamento.
Desta
forma,
ao
estudar
as
transações
entre
as
pessoas,
os
analistas
transacionais
são
capazes
de
compreender
as
razões
de
determinados
comportamentos,
ajudando-‐as
a
parar
com
os
jogos
psicológicos,
a
mudar
seus
scripts
e
a
conseguir
o
melhor
de
suas
vidas.
SCRIPTS
TRÁGICOS
E
BANAIS:
Alguns
scripts
são
trágicos
e
outros,
banais.
Os
scripts
trágicos
são
altamente
dramáticos,
como
dependência
de
drogas,
suicídio
ou
"doença
mental".
Os
scripts
banais
são
menos
dramáticos,
mas
muito
mais
comuns.
São
os
melodramas
da
vida
cotidiana.
Geralmente
afetam
grandes
subgrupos
de
pessoas,
como
homens,
mulheres,
grupos
raciais
ou
adolescentes.
As
pessoas
nestes
subgrupos
são
"scriptadas"
a
viver
suas
vidas
sob
determinadas
diretrizes:
no
passado,
esperava-‐se
que
as
mulheres
fossem
donas-‐de-‐casa
amorosas
e
emotivas,
não
tendo
permissão
para
serem
lógicas,
fortes
ou
independentes;
os
homens
deviam
ser
lógicos,
fortes,
provedores,
não
tendo
permissão
para
serem
infantis,
medrosos,
carentes
ou
francamente
amorosos.
Um
script
de
vida
banal
pode
ir
de
mal
a
pior,
quando
não
se
tem
alegria,
estando
sempre
endividado,
cuidando
sempre
dos
outros
e
negligenciando
a
si
mesmo.
Sejam
espertos
ou
estúpidos,
honestos
ou
desonestos,
bons
atletas
ou
temerários
ou
frios,
etc.
DISFARCES:
Um
aspecto
dos
scripts
é
o
benefício
final
dos
jogos:
os
sentimentos
negativos
que
são
acumulados
podem
eventualmente
explodir
e
conduzir
a
um
desastre
emocional.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
20
Cada
benefício
final
dos
jogos,
quando
acumulado,
pode
justificar
um
divórcio
ou
conduzir
alguém
ao
suicídio.
O
fato
das
pessoas
criarem
situações
que
produzem
sentimentos
negativos
de
seu
script,
chama-‐se
disfarce.
Introdução.
Quem
caminha
precisa
saber
onde
está
para
poder
utilizar
um
mapa.
Se
desejamos
corrigir
nosso
comportamento
e
melhorar
nossa
personalidade,
precisamos
de
alguma
referência,
precisamos
saber
primeiro
como
somos.
E
é
neste
particular
que
valorizo
a
Análise
Transacional.
Ao
criá-‐
la,
Eric
Berne
formulou
alguns
conceitos
e
termos
novos
que
nos
ajudam
a
retratar
a
nós
mesmos,
a
nos
situar,
a
ter
uma
visão
sistematizada
de
nosso
modo
habitual
de
agir.
E
então,
como
desejou
o
próprio
Berne,
bastará
à
pessoa
sua
própria
crítica
e
inteligência
para
endireitar
um
pouco,
se
não
completamente,
o
seu
caminho.
Aqueles
interessados
em
conhecer
de
modo
mais
completo
a
teoria
da
Analise
Transacional
devem
procurar
um
analista
credenciado
ou
ler
a
respeito.
O
espaço
desta
página
não
permite
ir
além
de
algumas
poucas
considerações.
Estados
do
Ego.
É
coisa
da
filosofia
explicar
o
comportamento
humano
e
também
apontar
qual
a
melhor
conduta
com
vistas
ao
bem
do
próprio
homem.
Empenharam-‐se
nisto
Sócrates,
Platão
e
Aristóteles
e
o
fizeram
com
tanta
inteligência
que
suas
doutrinas
se
tornaram
a
base,
ou
importante
referência,
em
qualquer
teoria
do
comportamento
posteriormente
formulada.
As
atividades
humanas,
segundo
Platão,
são
conduzidas
por
setores
ou
partes
da
alma,
cada
uma
com
seus
vícios
e
suas
virtudes
próprias.
Uma
parte
da
alma
é
concupiscente,
outra
é
moderada
e
sábia,
e
outra,
irascível.
Conquanto
estejam
todas
três
no
indivíduo,
essas
partes
tornam-‐se,
cada
uma,
a
alma
dominante
em
cada
pessoa.
A
classe
dos
despreocupados
amantes
do
prazer
e
do
lucro,
incluídos
aí
os
comerciantes,
têm
almas
concupiscentes.
Os
que
se
dedicam
à
filosofia
(em
sua
época
significava
a
busca
do
conhecimento
em
geral),
têm
almas
racionais,
e
os
que
se
dedicam
às
armas,
como
guardiães,
têm
almas
irascíveis.
Na
época
contemporânea
Sigmund
Freud
tem
ideias
muito
semelhantes
às
de
Platão.
Além
de
tomar
da
filosofia
a
noção
de
atividade
associativa
subconsciente,
adotou
também
como
INTELIGECIA
EMOCIONAL
21
divisão
da
mente
humana
a
divisão
platônica
da
alma,
renomeando-‐as
como
Id,
Ego
e
Superego.
Eric
Berne
usa
termos
diferentes,
e
fala
de
conteúdos
da
memória,
os
"Estados
do
Ego",
vinculados
a
"órgãos"
que
chama
"exteropsique",
"neopsique"
e
"arqueopsique".
Mas
sua
ênfase
está
na
importância
dos
conteúdos
e
não
na
ação
do
próprio
órgão.
Cada
"estado"
representa
a
memória
ou
"tape"
de
experiências
infantis
em
toda
sua
complexidade
de
pensamentos
e
emoções.
Porque
incluem
também
o
modo
de
ser
copiado
dos
comportamentos
de
adultos
e
particularmente
dos
pais,
Berne
os
agrupa
nas
categorias
Pai,
Adulto
e
Criança.
Os
estados
do
ego
Criança
representam
resíduos
arcaicos,
embora
ativos,
que
foram
fixados
na
primeira
infância.
A
Criança
do
indivíduo
pode
ser
medrosa,
assustada
pelos
pais,
ou
uma
"criança
natural",
livre
em
seus
desejos
e
ações.
Para
Berne,
a
Criança
é,
de
muitos
modos,
a
parte
mais
valiosa
da
personalidade
e
pode
contribuir
para
a
vida
do
indivíduo
exatamente
como
uma
criança
de
verdade
pode
contribuir
para
a
vida
da
família:
com
encanto,
prazer
e
criatividade.
Os
estados
do
ego
Adulto
são
autonomamente
dirigidos
para
uma
avaliação
objetiva
da
realidade.
Uma
pessoa
madura
é
capaz
de
conservar
seu
Adulto
predominando
a
maior
parte
do
tempo.
Vez
por
outra,
no
entanto,
sua
Criança
poderá
deslocar
seu
o
Adulto,
com
resultados
embaraçosos.
Eric
Berne
mostra
que
a
pessoa
vive
em
um
dos
estados
do
ego,
que
a
sua
consciência
transita
de
um
para
outro
"estado"
e
que,
num
dado
instante,
ela
"é
"
aquele
"estado"
particular.
A
tese
então
é
que,
em
qualquer
momento,
todo
indivíduo
que
se
acha
em
uma
dada
reunião
social,
-‐
um
coquetel,
por
exemplo
-‐,
estará
exibindo
um
estado
do
ego
do
tipo
Pai,
Adulto
ou
Criança,
e
que
as
pessoas
podem
mudar
com
grande
presteza
de
um
estado
INTELIGECIA
EMOCIONAL
22
para
outro.
Ao
fazer
o
diagnóstico
de
nossa
personalidade
o
que
vamos
fazer
é
principalmente
verificar
em
qual
"estado"
nós
estamos
preferencialmente.
Estamos
sempre
no
Pai?
Estamos
sempre
na
Criança?
Contrabalançamos
equilibradamente
essas
duas
funções
usando
nosso
Adulto?
Fator
biológico.
O
fator
mais
influente
para
as
concepções
de
Berne,
sem
dúvida
foram
as
experiências
de
Penfield
quem,
utilizando
estímulos
elétricos
no
córtex,
demonstrou
que
partes
definidas
do
cérebro
armazenam
as
experiências
emocionais
ou
interpretativas
do
indivíduo,
desde
a
infância,
e
que
todas
as
experiências
vividas
ficam
gravadas
por
inteiro
e
prontas
a
interferir
associativamente
na
situação
presente.
Desde
os
estudos
de
Jean-‐Martin
Charcot
na
Universidade
de
Paris
e
no
hospital
Salpêtrière
(1860-‐1893),
se
não
antes,
a
própria
ciência
trabalha
com
a
hipótese
de
centros
e
regiões
do
cérebro
responsáveis
por
certos
padrões
de
comportamento
e
na
primeira
metade
do
século
XX
Jean
Piaget
reivindicou
a
existência
de
estruturas
cerebrais
que
permitem
o
pensamento
lógico.
Isto
quer
dizer
que,
se
não
existem
propriamente
compartimentos
isolados
na
mente,
"ou
partes
da
alma",
devem
no
entanto
existir
estruturas
cerebrais
ou
matrizes
associativas
biológicas
para
certas
categorias
de
comportamento,
como
é
o
caso
dos
comportamentos
instintivos
atribuídos
por
Konrad
Lorenz
a
estruturas
específicas
no
cérebro
dos
animais.
Então,
quando
verificamos
que,
sem
nenhuma
dificuldade,
os
comportamentos
estudados
por
Lorenz,
-‐
puramente
biológicos
na
sua
origem
-‐,
poderiam
ser
também
agrupados
nas
mesmas
categorias
Pai,
Adulto
e
Criança
de
que
fala
Eric
Berne
na
Análise
Transacional,
somos
levados
a
crer
que
os
estados
do
ego
não
são
puras
experiências
ou
gravações
de
memória,
mas
que
tem
um
substrato
herdado.
Isto
quer
dizer
que
um
indivíduo
que
tivesse
vivido
enclausurado
toda
a
sua
infância,
ainda
assim
desenvolveria,
na
vida
adulta,
muitos
dos
comportamentos
que
Berne
cita
nas
categorias
Pai,
Adulto
e
Criança,
devido
a
que
resultam
de
funções
genéticas
e
permanentes
da
mente
humana.
Então,
mesmo
que
nunca
houvesse
observado
o
pai
expressar
pensamentos
lógicos,
ou
reprovar
atitudes
alheias,
ainda
assim
comportamentos
das
três
INTELIGECIA
EMOCIONAL
23
categorias
poderiam
ser
exibidos
por
uma
pessoa,
utilizando
modelos
sociais
atuais
para
expressá-‐los,
que
não
seriam
"memórias"
ou
"tapes".
O
que
falta
à
Análise
Transacional,
em
meu
entender,
é
dar
maior
valor
à
fisiologia
das
matrizes
associativas
com
que
testamos
a
realidade
e
nos
situamos
nela.
Aquilo
que
fazemos
orienta-‐se
primeiro
por
essas
matrizes,
as
quais
também
influiram
em
nossas
experiências
passadas.
Levar
isto
em
conta,
vai
permitir
maior
objetividade
no
estudo
de
nossa
personalidade.
Este
é
um
dos
temas
em
meus
livros
"Emotional
Man
and
His
Thematic
Behavior"
(Ed.
Thesaurus,
edição
esgotada)
e
"Filosofia
do
Espírito"
(Ed.
Valcy,
edição
esgotada).
A
principal
tarefa
com
vistas
a
uma
análise
de
personalidade
é,
portanto,
verificar
se,
em
nossa
infância,
as
pessoas
que
tomamos
como
modelos
de
pai
e
de
adulto
eram
equilibradas
e
maduras,
ou
se
eram
pessoas
que
viviam
em
sua
Criança
e
por
isso
nos
passaram
modelos
igualmente
imaturos.
A
esse
respeito,
Eric
Berne
impressionou-‐se
com
as
ideias
do
conhecido
psiquiatra
inglês
Ronald
David
Laing,
e
incorporou-‐as
à
Análise
Transacional.
As
análises
de
esquizofrênicos
realizadas
por
Laing
levaram-‐no
à
conclusão
exposta
em
seu
livro
"Política
da
Família",
de
que
os
pais,
-‐
usando
instrumentos
psicológicos
dos
quais
podem
nem
se
dar
conta
-‐,
conduzem
os
filhos
ao
sucesso
ou
ao
fracasso,
a
atitudes
maduras
ou
fazem
deles
pessoas
doentes.
De
todos
os
instrumentos
de
pressão
paterna,
parece
que
Laing
considera
os
mais
eficazes
as
"Desconsiderações",
-‐
que
ferem
a
criança
e
fazem
com
que
ela
se
sinta
inferior,
imprestável,
feia
e
inútil
-‐,
e
as
"Atribuições",
que
é
INTELIGECIA
EMOCIONAL
24
dizer
à
criança
que
ela
é
bonita
ou
inteligente,
e
isto
fará
com
que
ela
se
empenhe
em
fazer
o
papel
de
bonita
ou
inteligente,
mesmo
que
isto
lhe
custe
sua
felicidade.
Esta
técnica,
que
Laing
detalha
no
citado
livro,
é
exemplificada
no
livreto
A
Infância
dos
Três
Porquinhos.
Posições
básicas.
Na
medida
que
a
mente
da
criança
se
desenvolve,
sua
visão
do
mundo,
da
vida,
do
que
as
pessoas
são
e
do
que
ela
mesma
é,
o
que
ela
pensa
de
si
mesma
e
dos
seus
pais,
ou
de
sua
raça,
ou
da
sociedade
em
geral,
vai
se
consolidando
em
seu
subconsciente,
como
resultado
das
atribuições
e
desconsiderações
sofridas.
Berne
traduz
essa
posição
recalcada
no
inconsciente
fazendo
um
jogo
com
a
expressão
americana
"OK".
O
indivíduo
que
tem
a
seu
próprio
respeito
sentimentos
positivos
está
na
posição
"Eu
sou
OK".
Se
tem
iguais
sentimentos
a
respeito
de
seu
meio,
daqueles
que
o
rodeiam,
e
da
sua
própria
família,
a
fórmula
é
'"Vocês
são
OK",
e
se
está
à
vontade
na
sociedade,
dirá
"Eles
são
OK".
Essas
três
visões
combinam-‐se
na
fórmula
muito
positiva
"Eu
sou
OK,
Vocês
são
OK,
Eles
são
OK".
A
posição
negativa
oposta
é
"Eu
não
sou
OK,
Vocês
não
são
OK,
Eles
não
são
OK".
Admitindo
que
o
indivíduo
tanto
pode
sentir-‐se
excelente
como,
ao
contrário,
ter
preconceito
contra
si
próprio,
essas
fórmulas
basicamente
expressam
valorização
e
aproximação,
ou
preconceito
e
exclusão.
A
posição
básica
da
atitude
racista
é
"Eu
sou
OK,
Você
é
OK,
Eles
não
são
OK".
É,
com
certeza,
a
posição
dos
simpatizantes
do
segregacionismo
("apartaid")
e
também
a
das
gangs
que
queimam
mendigos.
O
preconceito
pode
ser
energicamente
recusado
pela
pessoa
discriminada,
porém
existem
aquelas
pessoas,
e
inclusive
raças,
submissas
ou
conformadas
com
o
seu
fado,
cuja
posição
é
"Eu
não
sou
OK,
Você
não
é
OK,
Eles
são
OK,
em
relação,
respectivamente,
a
si
mesmas
(é
humilde),
à
sua
raça
ou
família
(é
pobre
e
ignorante),
e
à
classe
dominante
(rica
ou
de
origem
nobre).
Essa
posição
especialmente
paralisante,
foi
comum
aos
que
nasciam
na
escravidão,
e
é
comum
entre
os
filhos
de
famílias
estigmatizadas.
Nela
a
pessoa
não
se
sente
capaz
de
ir
além
de
um
certo
limite,
de
participar
de
reuniões
sociais,
e
se
presta
a
obedecer
e
cuidar
dos
serviços
mais
duros
e
mesmo
degradantes,
e
está
inclinada
a
fazer
o
jogo
"Chute-‐me"
para
provar
a
verdade
da
sua
posição.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
25
Motivação
básica.
Berne
busca
ainda
identificar
qual
a
motivação
básica
do
comportamento
humano,
o
que
é
uma
questão
fundamental
em
qualquer
teoria
Essa
posição
do
autor
da
Análise
Transacional
tem
a
sua
razão
de
ser.
As
experiências
com
crianças,
conduzidas
por
René
Spitz,
levaram
Berne
a
pensar
que
o
objetivo
das
transações
sociais
é
o
carinho
físico.
Spitz
havia
demonstrado,
apenas
uma
década
antes,
que
crianças
deixadas
sem
o
carinho
das
mães
ou
de
pessoas
que
as
substituam,
adoecem
e
têm
seu
desenvolvimento
intelectual
retardado,
e
estão
mais
sujeitas
a
doenças
e
morte
prematura.
Crianças
que
são
afagadas
por
muitas
pessoas
tendem
a
ser
abertas,
confiantes
e
muito
ativas,
além
de
mostrar
um
grau
de
desenvolvimento
intelectual
superior.
As
pessoas
que
se
sentem
"Não
OK"
são,
na
opinião
de
Berne,
pessoas
que
não
receberam,
quando
crianças,
carinhos
autênticos
de
seus
pais
e
dos
adultos
que
as
rodeavam
e
isso
determina
também
que
vejam
a
família
como
"Não
OK",
e
que
os
pais
dos
outros,
as
famílias
dos
outros,
a
casa
dos
outros
é
que
são
"OK".
Creio
então
que,
influenciado
por
Laing,
Berne
convenceu-‐se
de
que
as
pessoas
aceitam
afagos
verbais
como
palavras
e
provas
de
reconhecimento,
quando
na
impossibilidade
de
obtê-‐los
na
forma
física
direta.
Jogos.
A
pessoa
que
tem
um
equilíbrio
entre
seus
estados
do
ego,
e
uma
posição
básica
de
auto
estima,
provavelmente
terá
um
comportamento
bem
ajustado
ao
meio
social.
Se
este
não
é
o
caso,
o
comportamento
irá
refletir,
de
modo
repetitivo,
a
imaturidade,
os
INTELIGECIA
EMOCIONAL
26
ressentimentos,
os
preconceitos
do
indivíduo.
E
foi
a
identificação
de
comportamentos
repetitivos
com
características
de
imaturidade,
entre
os
soldados,
quando
era
médico
do
exército,
que
levaram
Eric
Berne
à
concepção
de
"Jogos"
e
de
"Papeis"
("Scripts"),
descoberta
que
ele
apresenta
em
seu
"best
seller"
"Jogos
da
Vida"
(Editora
Artenova
S.
A
.Rio
de
Janeiro,
1974).
É
difícil
em
poucas
linhas
exemplificar
"Jogos",
pois
que
são
muitos
e
constituem
a
parte
mais
rica
e
reveladora
da
Análise
Transacional.
São,
em
síntese,
episódios
em
que
as
pessoas
se
envolvem
repetidamente,
situações
que
elas
armam
e
que
têm
sempre
o
mesmo
curso
e
o
mesmo
desenlace,
e
elas
fazem
isso
como
um
recurso
para
demonstrar
ou
que
elas
são
superiores,
ou
que
as
demais
pessoas
não
prestam.
Por
isso
os
jogos
tem
características
de
uma
cilada,
armada
contra
alguém
que
vai
sofrer
com
o
seu
desfecho,
e
o
perdedor
poderá
ser
o
próprio
jogador,
como
é
o
caso
do
jogo
"Chute-‐me",
em
que
o
indivíduo
está
sempre
fazendo
por
onde
ser
despedido,
reprovado
na
escola,
enganado
por
amigos
e
termina
perguntando:
"Por
que
será
que
isto
sempre
acontece
comigo?".
Os
Jogos
são
mais
facilmente
percebidos
pelas
demais
pessoas,
que
pelo
próprio
jogador.
Qualquer
tipo
de
jogo
tende
a
atrair
outras
pessoas
a
participar
dele,
pela
afinidade
entre
as
posições
básicas
com
a
posição
do
jogador
principal.
Por
isso
a
maior
parte
dos
jogos
exibem
três
a
quatro
papeis
a
serem
preenchidos
pelos
interessados:
o
da
"Vítima"
enganada,
o
do
"Perseguidor"
que
confronta
a
vítima,
e
o
papel
do
"Salvador",
alguém
que
tenta
resolver
pacificamente
a
situação
entre
os
dois
primeiros.
O
jogo
do
Alcóolico
é
um
clássico,
neste
particular.
Nele
o
perseguidor
é
a
mulher
ou
a
sogra,
e
o
Salvador
é
geralmente
alguém
do
mesmo
sexo
do
alcoólatra:
às
vezes
o
bom
doutor
da
família,
que
está
interessado
no
paciente
e
também
no
seu
problema
de
bebida.
Na
situação
clássica
descrita
por
Berne,
o
doutor
bem
sucedido
"salva"
o
alcoólatra
do
seu
vício.
Depois
que
o
seu
paciente
não
tomou
um
único
drinque
por
uns
seis
meses,
eles
se
congratulam
um
com
o
outro.
No
dia
seguinte
o
paciente
é
encontrado
bêbado
na
sarjeta.
"Scripts"
ou
Papeis
de
Vida.
A
teoria
dos
"Scripts"
de
Eric
Berne
reivindica
que
as
pessoas
fazem
planos
de
vida
conscientes
na
infância
ou
começo
da
adolescência
o
que
torna
INTELIGECIA
EMOCIONAL
27
previsível
o
resto
de
suas
vidas.
Berne
desenvolveu
esse
seu
conceito
com
certeza
inspirado
na
teoria
de
"plano
de
vida"
desenvolvida
por
Alfred
Adler,
na
virada
do
século,
porém
a
refinou.
As
posições
básicas
que
tem
a
pessoa
e
os
Jogos
que
habitualmente
faz,
por
serem
de
um
dado
tipo,
fazem
com
que
sua
vida
pareça
a
de
um
ator
a
desempenhar
um
papel
que
leva
a
um
resultado
final
previsível.
Um
convincente
estudo
desenvolvendo
a
ideia
de
"Scripts"
de
Berne
foi
feito
por
H.
Wickoff,
seu
discípulo.
Um
dos
"papeis"
que
descreve
é
o
da
mulher
que
ostenta
um
luxo
que
é
mais
de
bijuteria
que
de
joias
autênticas
(mesmo
que
use
joias
caras);
usa
saltos
exageradamente
altos,
roupas
exóticas,
perfumes
raros
e
intensa
maquiagem.
Acredita
que
se
veste
bem
e
é
estimulada
a
pensar
assim
por
todos
os
vendedores
de
boutique
que
ela
conhece,
e
são
sua
principal
fonte
de
afagos.
No
entanto
nunca
está
satisfeita,
sente-‐se
continuamente
abaixo
das
artistas
de
cinema
e
modelos
que
admira.
O
melhor
momento
do
seu
dia
é
no
interior
das
lojas
sofisticadas,
quando
pode
comprar
o
que
deseja.
Repetidamente
prova
a
validade
do
"Script"
ao
ser
ignorada
pelas
pessoas
quando
não
atua
em
seu
número
de
"boneca
de
luxo".
O
fascínio
por
roupas
e
adereços
é
tão
grande
que,
mesmo
rica,
sente-‐se
tentada
a
cometer
roubos
nas
lojas,
e
agride
o
marido
gastando
demais
ou
usa
seu
dinheiro
para
comprar
afagos
de
um
psicanalista.
Quando
mais
velha,
frequentemente
enche
a
vida
de
trivialidades
e
a
casa
com
bugigangas.
Seu
corpo
é
fino,
mas
flácido,
e
tem
os
pés
arruinados
com
sapatos
torturantes
e
secou
a
pele
com
óleo
de
bronzear
INTELIGECIA
EMOCIONAL
28
A
informação
mal
transmitida
e
mal
digerida
causa
conflitos
nas
equipes,
o
que,
além
de
improdutivo,
é
desgastante
para
todos
os
envolvidos.
Veja
como
aprimorar
sua
capacidade
de
se
fazer
entender
no
trabalho:
Antes
de
começar
uma
conversa,
pense
no
resultado.
Ter
foco
no
objetivo
final
faz
com
que
a
discussão
tenha
foco
e
rapidez.
Quando
começar
a
falar,
diga
a
seu
ouvinte
o
que
você
pretende.
“Revele,
em
uma
ou
duas
frases,
o
que
será
tratado”,
diz
Reinaldo
Polito,
professor
de
expressão
verbal
do
Instituto
Reinaldo
Polito,
de
São
Paulo.
Um
bom
jeito
de
ser
ouvido
com
atenção
é
mostrar
a
seu
interlocutor
que
ele
faz
parte
da
solução.
Isso
ajuda
a
pessoa
a
se
comprometer.
Para
incluir
o
outro
na
conversa,
use
o
pronome
“nós”,
que
deixa
claro
que
há
algo
a
ser
compartilhado.
“Use
o
‘você’
somente
para
elogiar”,
diz
Vera
Martins,
da
Assertiva,
consultoria
de
São
Paulo.
3 Mantenha o respeito
Ao
conversar
sobre
algum
assunto
mais
delicado,
demonstre
respeito.
Olhe
nos
olhos
de
seu
interlocutor
e
leve
os
argumentos
dele
em
consideração.
“Fale
com
a
pessoa,
não
para
a
pessoa”,
diz
Reinaldo
Passadori,
do
Instituto
Passadori,
especializado
em
educação
corporativa,
de
São
Paulo.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
29
Demonstre
que
a
conversa
não
é
unilateral
e
que
você
também
está
aberto
a
ouvir.
Tome
cuidado
para
manter
a
firmeza,
mas
evite
a
agressividade.
4 Pergunte mais
Procure
compreender
a
perspectiva
da
outra
pessoa,
fazendo
perguntas
para
esclarecer
o
assunto.
Repetir
as
palavras
do
interlocutor
ajuda
a
conferir
se
você
interpretou
o
que
foi
dito
corretamente.
Para
direcionar
a
conversa,
formule
questões
objetivas
quando
tiver
dúvidas,
do
tipo:
“Quando
isso
aconteceu?”.
Se
o
assunto
precisar
de
esclarecimentos,
use
perguntas
amplas,
como:
“Por
que
você
chegou
a
essa
conclusão?”.
Quando
uma
pessoa
fala,
nem
sempre
os
outros
escutam.
Prestar
atenção
é
uma
qualidade
importante
do
comunicador.
Uma
maneirade
evitar
devaneios
durante
uma
conversa
é
olhar
para
a
pessoa
e
não
interrompê-‐la.
Evite
planejar
mentalmente
uma
resposta
enquanto
o
outro
ainda
estiver
falando
—
isso
também
distrai.
Ouvir
atentamente
não
significa
virar
estátua.
Dê
sinais
de
que
está
prestando
atenção.
“Acene
com
a
cabeça
e
use
expressões
de
acompanhamento,
como
‘sim’
e
‘entendi’”,
diz
Reinaldo
Polito.
Nada
pior
do
que
ouvir
pedido
de
desculpas
ou
elogio
que
soa
falso.
A
maneira
como
as
pessoas
interpretam
o
que
é
dito
não
depende
apenas
do
conteúdo,-‐
mas
também
da
forma
como
se
fala.
Lembre-‐se
que
o
tom
da
voz
e
a
postura
corporal
transmitem
mensagens.
“Evite
o
sarcasmo
e
a
ironia”,
diz
Reinaldo
Passadori.
Fale
com
naturalidade.
Seu
corpo
fala
tanto
quanto
sua
voz
—
e
há
muito
mais
tempo.
A
linguagem
corporal
foi
desenvolvida
pelos
homens
antes
da
linguagem
falada.
O
cérebro
é
preparado
para
detectá-‐la
e
compreendê-‐la.
Durante
uma
conversa,
cuide
da
postura
e
de
sua
fisionomia.
“Verifique
se
há
coerência
entre
o
que
você
diz
e
o
modo
como
seu
corpo
se
comporta”,
diz
Reinaldo
Polito.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
30
Se
for
criticar,
coloque
o
foco
no
comportamento
inadequado,
e
não
na
pessoa.
É
difícil
mudar
uma
personalidade,
mas
é
possível
ajudar
alguém
a
ter
uma
atitude
mais
adequada
com
sugestões
objetivas
e
impessoais.
Evite
ser
impreciso
ou
generalizar
demais.
Em
vez
de
dizer
que
a
pessoa
se
atrasa,
aponte
casos
específicos
que
provem
seu
argumento,
como
lembrar
que
ela
chegou
tarde
nos
quatro
últimos
dias.
No
caso
de
uma
reunião,
tente
usar
exemplos
e
histórias
para
reforçar
sua
argumentação
e
ajudar
os
participantes
a
fixar
melhor
a
pauta.
Se
quiser
fazer
um
elogio,
evite
construções
do
tipo
“Adorei
a
ideia,
mas
será
que
podemos
adaptá-‐
la?”.
Quando
se
fala
“mas”,
o
interlocutor
desconsidera
o
elogio
e
fixa
a
atenção
na
crítica.
O
melhor
é
construir
frases
unidas
pela
conjunção
“e”.
“Adorei
a
ideia
e
acho
que
uma
abordagem
diferente
seria
mais
eficaz”,
por
exemplo.
Esse
artifício
faz
com
que
a
outra
pessoa
ouça
seu
ponto
com
mais
tranquilidade.
Ficar
calado
pode
ser
muito
útil.
O
silêncio
permite
a
quem
escuta
ganhar
tempo
para
processar
o
que
foi
dito
e
a
organizar
os
pensamentos
antes
de
uma
resposta
apressada.
“Ficar
em
silêncio
não
significa
entrar
mudo
e
sair
calado,
mas
suspender
a
fala
por
alguns
momentos
para
proporcionar
reflexão”,
diz
Reinaldo
Polito.
INTELIGECIA
EMOCIONAL
31
13
Pratique
a
empatia
A
diversidade
de
pontos
de
vista
é
enorme
porque
todo
mundo
tem
os
próprios
valores
e
influências
que
moldam
o
jeito
de
enxergar
o
mundo.
Por
isso,
a
melhor
maneira
de
se
fazer
entender
é
tentar
se
colocar
no
lugar
do
outro
para
imaginar
como
determinada
informação
será
encarada.
“Pense
em
como
gostaria
de
ser
tratado
se
estivesse
no
lugar
do
outro”,
diz
Reinaldo
Polito.
BIBLIOGRAFIA:
Eric
Berne
-‐
Nascido
Eric
Lennard
Bernstein
médico
e
psiquiatra
naturalizado
estado-‐
unidense.
Filho
do
médico
David
Hiller
Bernstein
e
da
jornalista
e
escritora
Sarah
Gordon
Bernstein,
foi
o
criador
da
ANÁLISE
TRANSACIONAL.
Claudia Gasparini -‐ é formada em jornalismo e publica na revista EXAME
INTELIGECIA EMOCIONAL 32