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Processos subliminares (subconjunto dos processos pré-conscientes) ocorrem sem acesso introspectivo – estímulo
primo apresentado rápido demais para ser relatado.
Automaticidade pós-consciente: estímulo primo apresentado supraliminarmente, é consciente, mas os seus efeitos
temporários não são relatáveis. Resultam de uma activação residual do processamento consciente.
Falha na introspecção (Nisbett & Wilson, 1977): justificações imprecisas pois são baseadas em teorias causais e não
na introspecção directa.
(Bargh, Chen & Burrows, 1996) Primação supraliminar - Indução de traços de personalidade: influências não
relatáveis nos comportamentos sociais complexos. 63% dos primados com o estímulo rude interromperam contra
17% dos primados com delicado.
[SUMÁRIO – Processos Cognitivos Automáticos] 2009-2010
Teorias de activação (Srull & Wyer, 1979; Higgins, Bargh & Lombardi, 1985): qualquer processamento de um item
deveria automaticamente activar a sua representação em memória e deixá-la mais acessível para um uso futuro.
TESTE DE ACESSIBILIDADE DE CATEGORIA (MEMÓRIA IMPLÍCITA): (Srull & Wyer, 1979) Formação de impressões
sobre inferências espontâneas: 1. Medir a capacidade linguística (frases sobre comportamentos hostis vs delicados
para ordenar gramaticalmente). 2. Formar impressões de uma pessoa alvo com comportamento ambíguo. O traço
primado influenciou a maneira como a pessoa avaliou.
TESTE DE RECORDAÇÃO (MEMÓRIA EXPLÍCITA): Higgins, Bargh & Lombardi (1985): clarificar se o efeito não
depende da capacidade dos sujeitos para recordar os materiais primados. Relação entre as categorizações e a
memória dos estímulos primados? Tarefa: Recordar o máximo de frases formuladas a partir da tarefa de ordenação
de palavras. O efeito de primação foi ainda maior para os sujeitos que não se lembravam dos estímulos primos!
Jacoby et al. (1989) - paradigma que coloca processos conscientes em oposição a processos inconscientes - O efeito
de falso famoso - primação contextual - Julgamentos de fama errados: falha na monitorização da fonte.
Efeito de automaticidade pós-consciente (obscurece a relação entre tarefa 1 e 2) - Obtenção de padrão de efeitos
que não reflecte um fenómeno de base associativa
Memória Consciente: se se lembrassem exactamente de onde e porque se tinham cruzado com Sebastian
Weisdorf, responderiam com confiança que ele não é famoso,
Memória Inconsciente: quando os sujeitos são incapazes de se recordar das experiências originais, pode
continuar a resultar numa experiência subjectiva de um sentimento de familiaridade com o estímulo que é
atribuída a uma fonte errada (fama).
Influências de várias experiências persistem mesmo quando somos incapazes de recordar as experiências originais.
PRIMAÇÃO SUBLIMINAR - estudo empírico do subliminar começou há mais de 100 anos: Peirce & Jastrow (1884):
Discriminar entre 2 objectos com base no seu peso (diferença tão pequena que não é detectada conscientemente).
(Debner & Jacoby, 1994): completar um fragmento com qualquer palavra que não tenham visto anteriormente.
Quando subliminar, não excluem as palavras primadas porque não têm consciência de que acabaram de vê-las.
Limiar objectivo: limite que tem que ser ultrapassado para um estímulo ser sentido e entrar no sistema sensorial.
Limiar subjectivo: limite que tem que ser ultrapassado para um estímulo entrar na consciência e ser identificado.
Se o limiar objectivo não é ultrapassado, não há percepção do estímulo.
Se o limiar objectivo é ultrapassado mas o limiar subjectivo não, ocorre percepção subliminar.
Se o limiar subjectivo é ultrapassado, ocorre a percepção consciente do estímulo.
Holender (1986): Apenas o limiar objectivo pode ser um critério definidor da consciência – CRÍTICAS: ignora o
conceito de acesso introspectivo para a definição de consciência; usa só a definição psico-fisiológica de detecção.
Como não existe um limiar subjectivo fixo, dever-se-ia abandonar o termo subliminar e usar termos como percepção
implícita ou inconsciente (Kihlstrom et al., 1992).
Se um estímulo apresentado brevemente atinge o acesso introspectivo depende de diferenças individuais estáveis;
objectivos e necessidades do momento; vários efeitos contextuais.
Sem acesso introspectivo -> percepção implícita ou inconsciente.
Acesso introspectivo -> consciência.
[SUMÁRIO – Processos Cognitivos Automáticos] 2009-2010
Aquisição de competências - Shiffrin & Schneider (1977: Os processos automáticos podem não ser automáticos na
origem, mas desenvolvem-se dependendo da frequência e consistência, que permite previsibilidade. Ao longo do
tempo, o participante torna-se mais rápido na detecção, independentemente do número de distractores presentes.
Nas condições inconsistentes, as respostas automáticas não se desenvolvem.
Processos muito eficientes e rápidos, não mobilizam recursos cognitivos, são processados em paralelo
(invulneráveis a outros processos que ocorram em simultâneo). Processos controlados requerem tempo e recursos
cognitivos suficientes (podem não ocorrer quando exigências de atenção são elevadas ou em sobrecarga cognitiva).
Teoria dos múltiplos recursos – vários reservatórios de recursos de processamento especializados (Wickens, 1980).
A interferência de dupla tarefa emerge quando as operações mentais partilham um mecanismo de processamento
comum no mesmo momento – interferência estrutural (e. g., intra-modalidade sensorial).
ESCASSEZ DE TEMPO
Primação sequencial - Varia o intervalo de tempo (SOA): avalia o efeito do estímulo primo nas respostas ao alvo
para fazer inferências sobre se o efeito foi imediato e automático ou consciente e estratégico - Permite conclusões
sobre a automaticidade de ligações associativas entre representações em memória.
Teoria da rede associativa - primação semântica (Ratcliff & McKoon, 1988).
Teoria da dispersão da activação - Tarefa de decisão lexical: “Responda o mais depressa possível se pardal é uma
palavra” - tempo de reacção mais rápido se foi primado com”Pássaro” imediatamente antes. Permite perceber como
ocorrem os processos automáticos e controlados em conjunto.
Posner & Snyder (1975): Um estímulo activa automaticamente um atalho no SN. Qualquer item que partilhe o
mesmo atalho será processado mais rapidamente e assim facilitado (nós associados). Os efeitos da activação
automática não consomem recursos cognitivos.
[SUMÁRIO – Processos Cognitivos Automáticos] 2009-2010
Neely (1977): Efeitos de estratégias temporárias: se houver atenção e tempo suficiente, as expectativas estratégicas
são capazes de inibir ou ultrapassar a activação automática. Tarefa de decisão lexical:
Prime relacionado com o alvo semanticamente (corpo - braço) + expectativas conscientes criadas pelas instruções.
SOA - 250 ms (processo automático): O prime facilita decisões para alvos relacionados semanticamente (corpo –>
braço), independentemente das instruções do experimentador – não há tempo para que a atenção opere.
SOA - 750 ms: O prime facilita alvos esperados, membros da categoria alternativa semanticamente (corpo – mesa) e
inibe alvos não esperados através de um processamento controlado que requer esforço, tempo, atenção e
motivação para ocorrer.
Medida implícita do preconceito - IAT (Greenwald, McGhee, & Schwartz, 1998): encurta o TR nos ensaios
compatíveis (negro-negativo /branco-positivo) - permite detectar associações implícitas existentes.
Brendl et al. (2004) consideram que não é preconceito implícito; os resultados indicam simplesmente dificuldade
nas tarefas incompatíveis, que exigem mais esforço, um critério mais restritivo e exigente, aumentando o TR.
ESCASSEZ DE RECURSOS - Paradigmas que manipulam os recursos de atenção. Introduz-se uma tarefa secundária ao
mesmo tempo da tarefa experimental – Paradigma da dupla tarefa.
Processo de atribuição causal e escassez de recursos cognitivos (Gilbert, Pelham, & Krull, 1988) – Modelo dualista
(Componente controlada e automática) – hipótese da racionalidade limitada: 3 estádios (1. caracterização do
comportamento (automática); 2. Caracterização do actor - inferência disposicional (automática); 3. correcção
situacional – capacidade, recursos de atenção, cognitivos e motivacionais (controlada).
Primeiro fazemos um juízo directo, depois podemos fazer as correcções e voltar atrás no julgamento. As inferências
disposicionais são imediatas e sem necessidade de recursos cognitivos, já a correcção das inferências é vulnerável à
existência de recursos.
Estudo: vídeo (sem som) de uma mulher a ser entrevistada sobre tópicos íntimos e embaraçosos. Para sujeitos numa
tarefa de sobrecarga cognitiva haver ou não uma razão situacional para a ansiedade da mulher não tinha impacto,
concluindo que ela era uma pessoa tímida e ansiosa.
Estereótipos como instrumentos de poupança de recursos (Macrae, Milne & Bodenhausen, 1994): Apresentação
supraliminar de traços estereotípicos. Carga cognitiva: leitura indonésia. A activação do estereótipo facilitou a tarefa
de formar impressões e permitiu que tivessem mais recursos cognitivos disponíveis para a tarefa sobre a indonésia.
Activação e aplicação dos estereótipos condicional à existência de recursos cognitivos (Gilbert & Hixon, 1991).
Testar a activação do estereótipo de asiático (Etnias da experimentadora Asiática vs Americana):
Sujeitos sem sobrecarga cognitiva durante a activação são mais prováveis de gerarem completamentos
estereotípicos. A categorização não tem que levar à activação dos conteúdos estereotípicos pois a activação parece
depender da existência de recursos disponíveis. O estereótipo, uma vez activado, se for possível, é usado. A
sobrecarga ou não na aplicação não tem qualquer efeito discernível quando os sujeitos não activaram antes o
estereótipo. Os sujeitos que não estavam em sobrecarga na activação mas estão em sobrecarga na aplicação fazem
mais avaliações estereotípicas quando o experimentador é asiático do que quando não é – activam o estereótipo e
depois usam-no como heurística quando ocupados na fase de aplicação - em situações de sobrecarga cognitiva, os
estereótipos funcionam como mecanismos de simplificação da informação.
A carga cognitiva pode diminuir a probabilidade de que um certo estereótipo seja activado, mas aumenta a
probabilidade de que um estereótipo activado seja aplicado.
[SUMÁRIO – Processos Cognitivos Automáticos] 2009-2010
Polanyi (1958):
Linguagem usada como um instrumento (consciência mínima) - Quando uma resposta é produzida e se tem
apenas consciência do resultado da computação; não há espaço para o controlo;
Linguagem orientada para o objecto de atenção (consciência total de palavras particulares). Requer esforço
deliberado e sequencial, atendendo a tudo – capaz de explicar, dar feedback, monitorizar e reestruturar a
resposta. Mas não põe de parte a automaticidade.
Em vez da categorização exclusiva dicotómica de automaticidade: representação num contínuo em que cada
fenómeno varia entre mais automático ou mais controlado. Quase todas as respostas observáveis são resultado de
ambos os processos. O processamento automático não é unidimensional, pode envolver intenção.
A actividade perceptiva revela-se largamente automática (foge ao controlo consciente) e a percepção induz
directamente o comportamento.
O efeito da mera exposição tende a ser maior quando as apresentações são subliminares (abaixo do nosso limiar de
consciência), sendo que a nossa consciência está a inibir parte do efeito da exposição.
Efeito da mera exposição e comportamento (Bornestein, Leone & Galley, 1987): apresentação subliminar da foto de
um de dois comparsas; os sujeitos tendem a desempatar a favor do comparsa apresentado anteriormente.
Primação afectiva Subliminar (Winkielman, Zajonc & Schwartz (1997) – caras alegres com caracterização positiva;
caras tristes com caracterização negativa.
Uso inconsciente de Estereótipos sociais II (Bargh, Chen & Burrows, 1996): Após “ler” atributos do estereótipo de
“idoso”, os participantes deslocavam-se mais lentamente e tinham pior desempenho em testes de memória.
Uso inconsciente de Estereótipos sociais III (Bargh, Chen & Burrows, 1996): Apresentação subliminar de fotos de
jovens africanos: a activação do estereótipo foi congruente com agressividade, logo a reacção era mais hostil.
(Berridge & Winkielman, 2003, 2004): Pessoas primadas com afectos positivos bebem e enchem mais o copo.
Objectivos inconscientes
Aarts & Dijksterhuis (2003) - o caso das normas de conduta: foto de biblioteca + pedir ao participante para se dirigir
a uma biblioteca -> activa automaticamente normas de conduta como falar mais baixo.
Bargh, Gollwitzer,Li-Chai, Barndollar, Trotschel (2001) - O caso dos objectivos de “realização”: Puzzle de palavras de
“realização”. Desempenho mais elevado em função da activação inconsciente do objectivo de realização.
Objectivos de “realização”: Experiência 2 - Descrição ambígua do Donald: acabado de vir do exame para o qual tinha
feito uma “directa” a estudar. 2 hipóteses: é desleixado e deixa tudo para a última; estava super motivado a estudar.
A persecução de objectivos de elevado nível de abstracção ocorre automaticamente e sem consciência, APÓS estes
objectivos terem sido conscientemente ACTIVADOS. Enquanto que os efeitos de primação perceptiva tendem a
desvanecer-se, a activação de um objectivo de realização tende a aumentar a intensidade de persecução até que
seja SATISFEITO (associado à motivação para concluir).
Objectivos de “realização”: Persistência - Puzzle de palavras de “realização”: continuaram a trabalhar nos puzzles
após instruções para parar:
Objectivos de “realização”: Interrupções - continuaram a trabalhar nos puzzles após interrupção, enquanto o grupo
de controlo passou para os cartoons.
Leva a persistência na tarefa apesar de obstáculos e interrupções, e a emoções negativas e sentimentos de baixa
auto-eficácia após maus resultados.
O caso das relações pessoais Fitzsimons & Bargh (2003). Activação da relação mãe–filho -> associação mais para o
sucesso, para a motivação de Donald para estudar, ao contrário do que acontece na activação da relação amigo–
amigo. Objectivo crónico de associação ao sucesso do estudo para o orgulho da mãe.
Modelo irónico de Wegner (1993) - modelo teórico de supressão de pensamentos. Quando as pessoas tentam evitar
um determinado pensamento este objectivo é alcançado pela acção de dois processos cognitivos distintos:
Busca automática do conteúdo mental a expulsar (processo de monitorização) - tem como objectivo
examinar a consciência em busca de qualquer sinal do pensamento a evitar – eficiente, independente da
carga cognitiva e fora do controlo do sujeito;
Busca intencional de distractores (processo operativo) - reorientação da consciência: requer recursos
cognitivos, capacidade e esforço para ser realizado com sucesso (menor probabilidade de ocorrer).
Mesmo após terminar o processo operativo, o de monitoragem permanece a funcionar, tornando assim os
pensamentos indesejados mais acessíveis, o que leva à constante e repetida activação dos pensamentos indesejados
- efeitos paradoxais. O próprio processo de testar se estamos ou não a suprimir introduz o tema na consciência.
Supressão espontânea: Wenzlaff & Bates (1998) - Pessoas em risco de depressão tentam suprimir os
comportamentos negativos, mas em sobrecarga cognitiva, tinham muito mais comportamentos negativos, podendo
contribuir para os perpetuar: efeito irónico de hiperacessibilidade.
Estruturas cerebrais envolvidas no controlo mental (fMRI): PreFrontal Cortex e Anterior Cingulate Cortex)
Regulação emocional - Muraven, Tice & Baumeister (1998): ver o filme “Mondo Cane” e apertar uma mola, sendo
necessário concentração. Com exigência de regulação emocional, diminui a concentração.
Critérios de Atribuição Causal ao Livre Arbítrio segundo Wegner & Wheatley (1999):
Prioridade;
Consistência;
Exclusividade.
Falhas no controlo do comportamento não implica necessariamente que o comportamento deriva de processos
automáticos, mas sim por falhas no controlo consciente.