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ATIVIDADE AVALIATIVA – SÍNTESE SOBRE O POPULISMO

Alunos: Paulo Roberto de Souza Anastácio


Disciplina: Brasil IV
Professora: Vanda Lúcia Praxedes
Turma: 6° Período de Licenciatura em História

POPULISMO A BRASILEIRA

O populismo e as Ciências Sociais no Brasil: notas sobre a trajetória de um conceito.

Ângela de Castro Gomes

O artigo de Gomes propõe discutir o conceito de “Populismo” em toda sua


plasticidade mas com foco especial na história contemporânea do Brasil tendo como
principal expoente Getúlio Vargas. A autora dividiu o artigo em cincos e na primeira diz
sobre a complexidade de uso do termo “Populismo” que ainda hoje é tema de várias
pesquisas e estudos historiográficos que revisam a temática;

1- Um conceito, muitas histórias

De início, convém observar que se trata de um conceito com um dos mais altos graus de
compartilhamento, plasticidade e solidificação, não apenas no espaço acadêmico da
história e das ciências sociais, como transcendendo este espaço e marcando o que
poderia ser chamado uma cultura política nacional. Ou seja, o exame da categoria exige
o reconhecimento da ocorrência de seu deslizamento de uma retórica sociológica erudita
para uma retórica política popular, presente nos meios de comunicação de massa e no
senso comum da população. (p.2)

A autora também destaca que o conceito fora discutido na contemporaneidade dos


fatos, sendo uma base importante para discussão obviamente considerando toda a
imparcialidade do grupo que se debruçou sobre essa discussão.

2- O contexto das primeiras formulações

(...) um grupo de intelectuais, visando discutir os problemas políticos, econômicos e


sociais relacionados ao desenvolvimento do país. (...)

São eles que, já em 1953, criam o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política
(IBESP) e, no mesmo ano, começam a publicar os Cadernos do nosso tempo. Esta
publicação seria considerada o berço da ideologia nacional desenvolvimentista que
cresceria no decorrer da década, sendo o IBESP o núcleo básico para a organização do
Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB.

O conceito apesar de sua plasticidade apresenta uma estrutura básica;

Em primeiro lugar, o populismo é uma política de massas, vale dizer, ele é


um fenômeno vinculado à proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa
moderna, sendo indicativo de que tais trabalhadores não adquiriram consciência e
sentimento de classe: não estão organizados e participando da política como classe. As
massas, interpeladas pelo populismo, são originárias do proletariado, mas dele se
distinguem por sua inconsciência das relações de espoliação sob as quais vivem.

Também é importante considerar todas as variáveis dos sujeitos do processo, de o


povo até o líder populista.

Na terceira parte a autora recorre ao sociólogo e cientista político Francisco


Weffort para uma análise à especificidade nacional;

3- O populismo na política brasileira: sindicato e Estado

(...) Daí também a centralidade do ator Estado e, sem dúvida, do tema do populismo,
articulador por excelência desta tríade fundamental. Para Weffort, simplificando muito,
pode-se dizer que o populismo é o produto de um longo processo de transformação da
sociedade brasileira, instaurado a partir da Revolução de 1930, e que se manifesta de
uma

(...) Em primeiro lugar, pode-se dizer que Weffort rejeita a formulação presente no ensaio
dos anos 50 sobre o ademarismo, anteriormente mencionado, que entende o populismo
como um fruto do processo de “massificação”, segundo modelo europeu. Isto é, um
processo sócio econômico que atomizou e enfraqueceu os vínculos de solidariedade da
classe trabalhadora, despolitizando-a; esvaziando-a de sua força original.

Na parte quatro de seu artigo Gomes insere uma discussão em relação as


especificidades do caso “Populismo a brasileira” que não seguiu receitas pré-
determinadas.

4- O populismo, de pedra à vidraça

Mudanças também ocorriam nas referências intelectuais disponíveis para pensar o


país, já que, a nível internacional, este é um rico momento de debates na área da história
e das ciências sociais, gerando o que se tornará conhecido como a crise dos paradigmas
totalizadores, fossem funcionalistas, estruturalistas ou marxistas. Gramsci, muito
utilizado nas análises sobre o fenômeno populista no Brasil, começava a ganhar
competidores dentro do próprio campo marxista que se renovava, merecendo destaque a
contribuição de E. P. Thompson, pelo impacto que teve na produção acadêmica
brasileira. Neste caso, é significativo o abalo sofrido por orientações marxistas de fundo
teleológico que postulavam um certo modelo de consciência de classe revolucionária
para o operariado, permitindo todo um conjunto de interpretações que se respaldava no
desvio ou na inconsciência daqueles atores quando, não preenchendo os requisitos
delineados, interferiam nos rumos dos acontecimentos históricos que insistiam em não
seguir o curso imaginado.

Gomes ao intitular a parte “5- Um gato de sete vidas” se refere as várias vezes em
que a política usou medidas de heranças populistas, contudo, não ao ponto de ser
totalmente populista. Dos militares durante o golpe até políticos contemporâneos
utilizaram desse meio de manipulação das massas.

5- Um gato de sete vidas

O autor parte exatamente da interrogação sobre uma possível reemergência


do fenômeno populista, respondendo afirmativamente e procurando caracterizar as
novas formas que ele estaria assumindo nos anos 90. Por esta via, traça-se uma espécie
de tipologia onde se procura distinguir entre um “populismo clássico”, vigente entre as
décadas de 1930-1960 e interrompido pelo regime militar, e um “populismo
neoliberal”, que estaria atualizando aquela matriz política após a reativação do
processo eleitoral e do pluripartidarismo, instalados nos anos 80. Haveria assim um
“neopopulismo” não só brasileiro, mas latino-americano, interferindo nas expectativas
de consolidação da democracia no continente.

Para esta autora, o populismo no Brasil poderia ser pensado segundo uma matriz
teológico-política e funcionaria como uma mitologia fundadora tanto para as classes
dominantes, quanto para as classes dominadas. Ela defende que a própria organização
da sociedade brasileira é autoritária - verticalizada e hierarquizada -, havendo assim
uma retroalimentação entre sociedade e mitologia/política.

Estado e trabalhadores: o populismo em questão

Daniel Aarão Reis

Reis tem por objetivo caracterizar a relação entre o estado e os trabalhadores no


período do estado novo, mais especificamente na política populista de Vargas e destaca a
grande complexidade da conceitualização do “Populismo”.

Um primeiro ponto discutido pelo autor é a atuação e fortalecimento das esquerdas


trabalhistas no período, apesar de negada no seu viés comunista é imprescindível
“considerar a tradição trabalhista e essa tradição, em grande medida, enraíza-se no
período do Estado Novo, suas propostas, seu legado.” (pág.89)

...existe igualmente uma tendência importante, embora não muito considerada na


tradição de estudo das esquerdas e dos trabalhadores no período, que é a tendência que
eu chamaria de nacional-estatista. (pág.90)
No contexto dos embates políticos, foi então denominada, tanto pelos anarquistas como
pelos comunistas, como uma tradição amarela. Um termo pejorativo, desqualificador.
As lideranças e os trabalhadores a ela associados aparecem como apêndices do Estado,
a este vendidas. Pelegos. O nome ainda não tinha sido criado, mas eles seriam
literalmente os precursores daqueles que vão ser depois, e até hoje, denominados de
pelegos. (pág.91)

Pelegos e amarelos eram então os intermediadores entre a política nacional


estatista e os trabalhadores, ditos de um movimento sindical não legítimo as causas
originais.

Estas conquistas, é importante constatar, contribuíram, em grande medida, para


afastarem essas classes operárias dos programas e propósitos revolucionários. (pág.93)

...e sofisticado, em 1943, com a edição da Consolidação das Leis do Trabalho/CLT.


Vejam que esta não era a única dimensão do nacional-estatismo, pode-se dizer que
era a sua dimensão social. O programa nacional-estatista era extremamente ambicioso,
vocês devem ter estudado ao longo desse seminário os seus vários aspectos. Havia um
projeto desenvolvimentista, industrializante, na perspectiva de conquistar a autonomia
nacional no cenário das relações internacionais, fazendo com que o país conseguisse
superar a condição de apêndice, produtor exclusivo de produtos primários e comprador
de manufaturados, criando condições para alcançar a almejada segunda independência.
Tinha ambições extremamente vastas também na esfera cultural. Era todo um projeto de
nação que pretendia incluir os trabalhadores urbanos. Num certo momento, ainda antes
de 1945, chegou-se a pensar na inclusão também dos trabalhadores rurais, mas esta
idéia não teve fôlego. (pág.94)

Para todos estes pesquisadores, o que importa, sobretudo, é destacar a participação


ativa e consciente dos trabalhadores na construção do projeto, no qual, sem dúvida,
assumem um lugar subordinado, o que não quer dizer que apareçam como vítimas
passivas, ou manipuladas. (pág.95)

Para corroborar com essa ideia retoma-se Gomes;

Em primeiro lugar, o populismo é uma política de massas, vale dizer, ele é um fenômeno
vinculado à proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa moderna, sendo
indicativo de que tais trabalhadores não adquiriram consciência e sentimento de classe:
não estão organizados e participando da política como classe. As massas, interpeladas
pelo populismo, são originárias do proletariado, mas dele se distinguem por sua
inconsciência das relações de espoliação sob as quais vivem.

A formação do contingente de trabalhadores urbanos em sua maioria eram de


trabalhadores rurais recém chegados que compreendiam as medidas varguistas como
benesses de um governo preocupado com o social. Nesta realidade segundo Reis reside
um dos eixos estruturantes da experiência populista no Brasil.
Qual é a idéia básica que vai fundamentar o conceito de populismo, a idéia estruturante
do conceito? Parte-se, como já referido, da transição do mundo rural para o mundo
urbano, quando o país (sobretudo as grandes cidades), passa a ser marcado, e cada vez
mais, pela presença de massas, que ainda não estariam propriamente estruturadas como
classes sociais, como se estivessem num estágio prévio. As classes dominantes
tradicionais se mostrariam incapazes de controlar essas massas, daí porque
tenderiam a atribuir essa tarefa a líderes carismáticos, dotados de capacidade de
controlar, orientar e canalizar a dinâmica destas massas. Tais líderes seriam chamados
de populistas, nomeando-se da mesma forma os movimentos sociais dos trabalhadores
como populistas, descaracterizando sua dinâmica interna e a própria construção dos
movimentos como fruto da participação ativa e consciente dos trabalhadores, reduzindo-
se todas estas articulações a um processo de manipulação. (pág.98)

Mesmo depois da morte de Vargas o sistema ainda fora aproveitado pelos


militares, entretanto, faltava o elemento carismático que era fundamental na condução
das massas.

A Ditadura compreendeu que não era o caso de destruir as estruturas corporativas e


sindicais; elas eram muito plásticas, e poderiam ser aproveitadas para disciplinar e
enquadrar as classes trabalhadoras.

Há mesmo entre os nacionalistas revolucionários de hoje no Brasil, a admissão, às vezes


algo constrangida, que o general Geisel tinha um projeto nacional, foi o último a
defendê- lo, ao contrário, segundo eles, dos atuais dirigentes do país. É como se o general
Geisel tivesse sido o último suspiro da proposta nacional-estatista. O que evidencia, de
um outro ângulo, a plasticidade do nacional estatismo.

Paradoxalmente, e inesperadamente, o nacional-estatismo ressurgiu então, e com muita


força, embora em chave anti-popular, no período da ditadura Geisel. (pág.104)

O Populismo tem variáveis quem seguem as vontades de seu líder, sem dúvidas
com o ditador Getúlio Vargas essa política obteve maiores feitos e repercussão. Como
alertam os estudiosos Gomes e Reis o conceito apresenta uma plasticidade considerável
e deve ser analisado de acordo com sua ocorrência.

REFERÊNCIAS

GOMES, Ângela de Castro. O populismo e as Ciências Sociais no Brasil: notas sobre a


trajetória de um conceito. Revista Tempo, RJ, v.1. n.2, 1996, p. 31-58;

REIS, Daniel Aarão. Estado e trabalhadores: o populismo em questão. Locus, Revista


de História, JF, v.13, n.2, p. 87-108, 2007.;

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