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POPULISMO A BRASILEIRA
De início, convém observar que se trata de um conceito com um dos mais altos graus de
compartilhamento, plasticidade e solidificação, não apenas no espaço acadêmico da
história e das ciências sociais, como transcendendo este espaço e marcando o que
poderia ser chamado uma cultura política nacional. Ou seja, o exame da categoria exige
o reconhecimento da ocorrência de seu deslizamento de uma retórica sociológica erudita
para uma retórica política popular, presente nos meios de comunicação de massa e no
senso comum da população. (p.2)
São eles que, já em 1953, criam o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política
(IBESP) e, no mesmo ano, começam a publicar os Cadernos do nosso tempo. Esta
publicação seria considerada o berço da ideologia nacional desenvolvimentista que
cresceria no decorrer da década, sendo o IBESP o núcleo básico para a organização do
Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o ISEB.
(...) Daí também a centralidade do ator Estado e, sem dúvida, do tema do populismo,
articulador por excelência desta tríade fundamental. Para Weffort, simplificando muito,
pode-se dizer que o populismo é o produto de um longo processo de transformação da
sociedade brasileira, instaurado a partir da Revolução de 1930, e que se manifesta de
uma
(...) Em primeiro lugar, pode-se dizer que Weffort rejeita a formulação presente no ensaio
dos anos 50 sobre o ademarismo, anteriormente mencionado, que entende o populismo
como um fruto do processo de “massificação”, segundo modelo europeu. Isto é, um
processo sócio econômico que atomizou e enfraqueceu os vínculos de solidariedade da
classe trabalhadora, despolitizando-a; esvaziando-a de sua força original.
Gomes ao intitular a parte “5- Um gato de sete vidas” se refere as várias vezes em
que a política usou medidas de heranças populistas, contudo, não ao ponto de ser
totalmente populista. Dos militares durante o golpe até políticos contemporâneos
utilizaram desse meio de manipulação das massas.
Para esta autora, o populismo no Brasil poderia ser pensado segundo uma matriz
teológico-política e funcionaria como uma mitologia fundadora tanto para as classes
dominantes, quanto para as classes dominadas. Ela defende que a própria organização
da sociedade brasileira é autoritária - verticalizada e hierarquizada -, havendo assim
uma retroalimentação entre sociedade e mitologia/política.
Em primeiro lugar, o populismo é uma política de massas, vale dizer, ele é um fenômeno
vinculado à proletarização dos trabalhadores na sociedade complexa moderna, sendo
indicativo de que tais trabalhadores não adquiriram consciência e sentimento de classe:
não estão organizados e participando da política como classe. As massas, interpeladas
pelo populismo, são originárias do proletariado, mas dele se distinguem por sua
inconsciência das relações de espoliação sob as quais vivem.
O Populismo tem variáveis quem seguem as vontades de seu líder, sem dúvidas
com o ditador Getúlio Vargas essa política obteve maiores feitos e repercussão. Como
alertam os estudiosos Gomes e Reis o conceito apresenta uma plasticidade considerável
e deve ser analisado de acordo com sua ocorrência.
REFERÊNCIAS